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ESCRITA
Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar a contação de histórias como recurso apropriado
na formação e criação de diferentes estímulos e experiências que fazem parte, principalmente,
das etapas iniciais do processo educacional. Na elaboração do mesmo, elencamos três pontos
que consideramos importantes, a saber: a contação de histórias na construção de relações, no
processo de alfabetização e sua relação com a leitura, a escrita e a oralidade. Nesse sentido, ao
contar uma história o professor pretende provocar e/ou despertar novas experiências, ativar a
criatividade, a imaginação, bem como a curiosidade das crianças, promovendo assim o
desenvolvimento individual e coletivo ao incentivar que estas se tornem leitoras ativas e
criativas, aptas a criar e contar suas próprias histórias interagindo com os demais,
apropriando-se também de novas habilidades e leituras de mundo a partir das suas relações
com o meio em que vivem.
1
Contação de histórias: Construção de relações
Para além da oralidade transmitida através dos tempos, o homem sentiu a necessidade
de representar em códigos variados suas histórias e para tanto utilizou como suporte material
as paredes das cavernas, as pedras, entre outros que permitissem grafar as diferentes
transcrições que variavam conforme as comunidades. Assim, partindo de tal avanço,
perceberam que seria preciso ensinar as formas de registro para os demais e se lançaram ao
aprendizado dos escritos rudimentares e posteriormente ao processo de leitura. Percebemos,
sob esta ótica, que a contação de histórias teve no passado ligação direta com o ato de
escrever e com a leitura de textos que culminou com o desenvolvimento da gramática e da
literatura como conhecemos. No que diz respeito às obras literárias, Araújo, Moreira e Silva 1
afirmam que:
Além de contemplar sua formação escolar, as obras literárias oportunizam a
fruição e o deleite, pois estimulam a imaginação. Por isso, tais textos não
devem ser encarados como expedientes para servir ao ensino das boas
maneiras, dos hábitos de higiene, dos deveres do cidadão, dos tópicos
gramaticais, das desgastadas do prazer do texto, pelo contrário, os textos
literários devem assumir um caráter formativo no processo de aprendizagem
da criança, enriquecendo seu arcabouço literário. (ARAÚJO, MOREIRA E
SILVA, 2018, p. 215)
1
* Roberta Negrão de Araújo possui doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela
Universidade Estadual de Londrina. Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Londrina.
Docente do Programa de Mestrado em Ensino (PPGEN). Líder do Grupo de Pesquisa em Educação
(GEPEDUC) e Professora da rede pública estadual - Paraná - Colégio Estadual Monteiro Lobato. *
Andreia Silva atuando como Professor Formador do curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública
- CEAD pela Universidade Estadual do. Norte do Paraná – UENP. * Paola Ladeira da Silva vinculada
também à Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).
2
Villardi2 destaca que “para formar grandes leitores, leitores críticos, não basta ensinar a ler. É
preciso ensinar a gostar de ler”. (VILLARDI,1999, p.2).
Percebemos então que a contação de histórias não é novidade no espaço pedagógico,
visto que o processo inicial de alfabetização se dá no contexto familiar do aluno, antes mesmo
de sua chegada à escola. Vale destacar que a criança possui experiências e relatos de mundo
que deverão ser considerados, mediados e estimulados pelo professor a fim de que toda a sua
bagagem possa ser efetivamente utilizada em seu desenvolvimento cognitivo. A partir dessa
estratégia, o ensino-aprendizagem proporcionará novas e diferentes vivências, despertará
curiosidades acerca de diversos assuntos, além de expandir a visão de mundo das crianças.
Logo, a contação de histórias aparece como auxiliar no processo de leitura e da escrita, pois
tende a ampliar o vocabulário, proporcionando a decodificação das letras e gradativamente a
formação de palavras e pequenas frases.
Isto posto, entendemos que a contação de história é um recurso que deve ser
amplamente utilizado pelo professor, tanto em sala de aula como fora dela, para o
desenvolvimento infantil, por meio do qual se poderá trabalhar diversas atividades através do
conto, da representação e oralidade.
2
Raquel Marques Villardi é Doutora em Letras (Letras Vernáculas) pela UFRJ (1992).
3
Magda Becker Soares é professora titular emérita da Faculdade de Educação da UFMG.
Pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita – Ceale – da Faculdade de Educação da
UFMG. Graduada em Letras, doutora e livre-docente em Educação.
3
Contação de histórias: leitura, escrita e oralidade
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intelectuais e emocionais que incitam a criatividade e a interação dos grupos, visto que através
das histórias as crianças entram em contato com diferentes leituras de mundo, com seus
sentimentos e questionamentos, estabelecendo relações com os demais e com o meio que
estejam inseridos, especialmente a literatura, que, segundo, Araújo, Moreira e Silva,
Conclusão
5
atividades, propiciando aos seus alunos novos conhecimentos, interpretações, reflexões e que
suas leituras de mundo se desenvolvam com mais criticidade mediante as suas relações
enquanto sujeitos inseridos em uma sociedade. .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAÚJO, Roberta Negrão de. MOREIRA, Andreia Silva. SILVA, Paola Ladeira. O Ensino
de Língua Portuguesa nos Anos Iniciais: O Papel da Literatura Infantil. Revista Educação e
Linguagens, Campo Mourão, v. 7, n. 13, jul./dez. 2018. Disponível em:
http://rpem.unespar.edu.br/index.php/educacaoelinguagens/article/viewFile/1772/1157 .
Acesso em: 19 abr. 2021
FIORIN, José Luiz. O ensino de português nos níveis fundamental e médio: problemas e
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Brasília, DF: INEP; UPF, 2007. p. 95-116. Disponível em:
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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2005.
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler: Formando leitores para a vida inteira. 1º ed.
Editora Qualitymark/Dunya, Rio de Janeiro, 1999.
VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. 4ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros / Magda Soares. – 3ed. – Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
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