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Nome: Artur Capano R.A.

: 16190 Turma: 1ºDD


Professor: Luiz Guilherme

COMPARAÇÃO: “QUE É UMA CONSTITUIÇÃO?” de FERDINAND LASSALLE x “A


FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO” de KONRAD HESSE

Em sua obra, Lassalle introduz um conceito de Fatores reais e efetivos do poder, que são,
segundo ele, a Monarquia, a Aristocracia, o exército, a grande burguesia, os banqueiros, a
pequena burguesia e a classe operária. Tais fatores, podem ser resumidos em poderes: poder
militar, poder social, poder econômico, poder político e poder intelectual.

Lassalle diz ainda que, a Constituição não passa de uma folha de papel que representa o
que realmente tem importância, os Fatores reais do poder. Se a Constituição não corresponde aos
Fatores reais do poder, está fatalmente condenada à reforma.

O problema da Constituição de Lassalle, é um problema ligado ao poder, e não ao direito,


ou seja, nas normas não existem problemas. Portanto, a Constituição de Lassalle não é uma
ciência normativa, é apenas uma ciência do ser. O problema ligado ao poder significa que, como
os poderes mudam freqüentemente, é necessária uma troca constante da Constituição.

Há de se ter em mente que a obra de Konrad Hesse não é anuladora da obra de Lassalle.
Apesar de ser baseada em “Que é uma constituição?”, “A força normativa da constituição” é feita
como um complemento, uma adição melhorada para o livro de Lassalle.

Hesse acredita que a Constituição não é uma mera folha de papel, mas algo que possui
força normativa. A força normativa serve para que haja uma ordem e conformação à realidade. A
Constituição de Hesse tem que refletir o presente, refletir os costumes, os hábitos de um povo para
que haja a vontade de Constituição. A vontade de Constituição é a vontade do ser humano (que é
essencial para que a Constituição dê certo) em seguir a força normativa de uma Constituição.

Para Hesse, os fatores reais do poder existem, mas é a própria Constituição que os regula,
passando a ser parte da própria realidade, criando um “paradoxo” em que a Constituição é
baseada na realidade, entretanto faz com que essa mesma realidade seja mudada. Ao contrário de
Lassalle, Hesse diz que quanto menos se modifica uma Constituição mais eficaz ela será, pois
uma constante troca faz com que a força normativa perca seu valor.

Logo, pode-se perceber que para Hesse, a Constituição possui força normativa, que serve
para regular a ordem. Porém esta força normativa depende da vontade de Constituição - é
instituída pela vontade humana - ; a Constituição deve refletir o estado de espírito de seu tempo,
caso contrário, terá que ser mudada, pois provocará a “falta de vontade de Constituição”. Os
Fatores reais do poder de Lassalle, em Hesse, são englobados não como definidores da
Constituição, mas sim, como parte dela. Portanto, Hesse adiciona à concepção de somente ser da
Constituição de Lassalle o dever ser, que é mais do que um simples reflexo das condições fáticas,
é a vontade humana de obedecer as normas.

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