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RESENHA – ​MOURA, M. A ​.

Construção social da educação científica:

​ ducação científica e cidadania: ​abordagens


desafios. In: _____. (org).​ E

teóricas e metodológicas para a formação de pesquisadores juvenis. Belo

Horizonte: UFMG, 2012. p. 19-30.

Guilherme Castellani

ra103194@uem.br

No seguinte texto será descrita uma resenha do Capítulo “Ciência e a formação para

a cidadania: apenas uma questão de percepção pública?” do livro - Educação científica e

cidadania abordagens teóricas e metodológicas para a formação de pesquisadores

juvenis, com organização de Maria Aparecida Moura, professora titular da Universidade

Federal de Minas Gerais, graduada em Biblioteconomia pela Universidade Federal de

Minas Gerais (1993), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas

Gerais (1996), doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo (2002) e Pós-doutorado em Semiótica Cognitiva e Novas Mídias

pela Maison de Sciences de l’ Homme(2006-2007).

O capítulo se inicia enfatizando a importância do conhecimento científico como

base para formação de cidadãos que possam participar de discussões e argumentar sobre

os processos científicos e os inúmeros conflitos de interesse neles contidos. Em 1992

durante o encontro da Agenda 21, foi apontado um conjunto de metas para o âmbito da
educação científica, pois vários aspectos mostram que é necessário um aprimoramento

da cooperação e da comunicação entre a comunidade científica com tomadores de

decisão e o público referido.

Há uma apresentação do conceito de cidadania e o papel dela na exerção dos

direitos civis que dão ao cidadão a liberdade de se posicionar em diversos aspectos da

sociedade. É colocado também a influência do neoliberalismo que quando ganhou força

nas décadas de 1980 e 1990 inseriu contradições em nossa sociedade, enfraquecendo os

direitos sociais, que são benefícios das riquezas produzidas em conjunto pela população.

A cidadania científica corresponde a inserção do direito à educação científica na

população, “ela abre possibilidades de realização de mediações científicas mais amplas

e significativas para as diversas camadas sociais envolvidas, fundada sobretudo no bem

estar dos seres humanos.” disse a autora.

Há estudos brasileiros que visam levantar o interesse, o grau de informação e

conhecimento que os brasileiros têm da Ciência e da Tecnologia (CT). Para esses dados,

são levados em consideração: o interesse, o conhecimento e as atitudes. O interesse se

resume em saber qual a importância atribuída e o conhecimento pessoal sobre CT. O

próprio conhecimento é definido como o nível de compreensão dos conceitos científicos

e da pesquisa. Já as atitudes tem como definição a percepção dos benefícios e riscos

científicos, os pontos positivos e negativos.


Esse estudo foi realizado em 2010 e mostrou que a principal razão pela qual a

população comum, de fora da área científica não se interessa pela Ciência e Tecnologia

é a falta de compreensão, por parte de 36,7% dos entrevistados. Para 38,5% dos

entrevistados, cientistas são denominados pessoas inteligentes que proporcionam

benefícios à humanidade e que a necessidade de tecnologia, o mercado econômico e as

multinacionais definem os rumos da ciência.

Nos é apresentado no capítulo a importância das sociedades científicas e seus

objetivos, dentre o principal o avanço das políticas públicas no âmbito científico. A

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, não possui fins lucrativos e seu

objetivo é auxiliar o progresso da ciência brasileira, ela funciona com a participação de

90 sociedades e promove eventos sobre Ciência e Tecnologia. Dentre essas sociedades

em âmbito internacional podem ser citado o Fórum Mundial de Ciência, que teve como

base a Conferência Mundial sobre a Ciência (ONU), A Ciência e a Cultura (UNESCO)

e o Conselho Internacional para Ciência.

O último tópico abordado no capítulo é intitulado de “Participação cidadã e cultura

científica” onde a autora ressalta que não existe uma “dissociação necessária entre

cultura científica e participação do cidadão” onde Vogt apresenta a predominância de

um modelo de difusão linear onde o conhecimento científico reduz sua

operacionalização. Um modelo onde se analisa o público com o desprovimento de


conhecimento. Vogt diz que a cultura científica implica em diferentes aspectos não tão

relevantes, como as “práticas de racionalidade científica e tecnológica” em diferentes

âmbitos, dentre eles o governo.

O capítulo apresenta uma imensa relevância para a compreensão dos aspectos

políticos sociais sobre a cidadania científica e sua importância para a humanidade. Nos

dias atuais, sobre os problemas que enfrentamos é necessária a discussão deste tema, por

profissionais e futuros profissionais da área científica e educacional, para que haja cada

vez mais a participação e a exerção dos direitos científicos pela população. O texto trás

a importância de nos atualizarmos sobre os avanços e o rumos que a ciência toma a cada

dia, isso tudo facilitado pela internet, a forma mais fácil de adquirir conhecimentos se

utilizada da forma correta. Precisamos cada vez mais formar cidadãos críticos e

cientificamente alfabetizados e o capítulo consegue dispersar uma reflexão sobre isso.

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