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AVALIAÇÃO DE CRESCIMENTO DE CROTALARIA JUNCEA EM

SOLO CODISPOSTO COM LODO DE ETA E LODO DE ETE

Bernard Salume Sobral

Vitória
2020
Introdução
• Disposição final de lodo de ETA
– Deterioração da qualidade da água  uso de mais coagulantes,
especialmente o Al₂(SO₄)₃  maior geração de lodo.
Introdução
• Alternativas de disposição do lodo de ETA
– Insumo na agricultura;
– Disposição em aterro sanitário;
– Incineração;
– Uso na fabricação de cerâmica;
– Recuperação de áreas degradadas; e
– Recuperação de coagulante.
• No Espírito Santo, 8,54% da área estadual e 16,65% da área
agrícola total são de áreas degradadas.
Objetivo geral
• Avaliar o crescimento de Crotalaria juncea em solo codisposto com
lodo de ETA e lodo de ETE como alternativa para a recuperação de
solo degradado.
Objetivos específicos
• Caracterizar o solo, lodo de ETA e ETE quanto às características
físicas para montagem do experimento;
• Avaliar as alterações nas características químicas do solo associado
aos lodos de ETA e ETE desaguados;
• Avaliar o crescimento de Crotalaria juncea em solo associado ao
lodo de ETA e ETE; e
• Definir a dosagem ótima de lodo de ETA.
Revisão de literatura
• Caracterização físico-química de lodo de ETA, lodo de ETE e solo
– Densidade aparente do lodo de ETA:
• 0,94 g/cm³, umidade entre 30 e 40% (AMÂNCIO et al., 2017); e
• 1,5 g/cm³, umidade < 10% (RICHTER, 2001, apud PORTELLA et al., 2003).
– Densidade aparente do lodo de ETE:
• 0,772 g/cm³, umidade de 10% (MORETTO et al., 2017); e
• 1,05 a 1,08 g/cm³, umidade < 10% (VON SPERLING E GONÇALVES, 2001,
apud BATISTA, 2015).
– Densidade aparente de solos argilosos:
• 0,9 a 1,7 g/cm³, umidade < 10% (REINERT, 2006).
Revisão de literatura
• Caracterização físico-química de lodo de ETA, lodo de ETE e solo
– Santos (2018) avaliou as propriedades físicas de dois solos (arenoso e argiloso)
após incorporação de lodo de ETA nas dosagens de 10%, 30% e 50%.
• “Quanto maior a dose de lodo seco incorporado aos solos mais baixo é o valor de
pH final do solo.”

– Em trabalho de beneficiamento do lodo de ETE, Passos (2018) determinou a


curva de umidade de equilíbrio do lodo em 4 granulometrias.
• “Quanto maior a granulometria do biofertilizante beneficiado, maior será sua
capacidade de absorver água.”
Revisão de literatura
• Resíduos do saneamento
– ETA: lodo de decantadores e água de lavagem de filtros (ALAF);
– ETE: resíduos sólidos do gradeamento, areia do desarenador e lodo
de esgoto;
– No Brasil, a grande maioria das ETAs lança o lodo sem tratamento
em corpos hídricos.
Revisão de literatura
• Resíduos do saneamento
– CONAMA 237/1997: exige licenciamento para a construção de ETAs e ETEs;

– CONAMA 375/2006: critérios para o uso agrícola de lodos de ETE;

– NBR 10.004/2004: o lodo de ETA é resíduo sólido de classe II A (não inerte),


portanto tem a obrigação de ser destinado a aterro sanitário;

– No estado do ES não há legislação específica que trate sobre o


gerenciamento adequado do lodo de ETA.
Revisão de literatura
• Tratamento de lodo de ETA
– As tecnologias de tratamento de lodo de ETA consistem de unidades de
adensamento, condicionamento e desaguamento;

– É recomendado o monitoramento do parâmetro Sólidos Suspensos Totais


(SST) para estimar a quantidade de lodo gerada;
– É desejável a obtenção de
torta de lodo com teor de
SST superior a 20%;
Revisão de literatura
• Tratamento de lodo de ETE
– O tratamento do lodo de ETE objetiva reduzir o percentual de matéria orgânica,
a concentração de organismos patogênicos e a umidade, visando obter um
produto que não represente risco à saúde e de baixo custo de transporte;
– As principais fases do tratamento do lodo são:
1. Adensamento;
2. Estabilização;
3. Condicionamento;
4. Desaguamento;
5. Higienização; e
6. Disposição final.
Revisão de literatura
• Disposição final de lodo de ETE
– Disposição em aterros sanitários;
– Incineração;
– Landfarming;
– Utilização na recuperação de áreas degradadas; e
– Reciclagem agrícola.
Revisão de literatura
• Utilização da Crotalaria juncea
– A crotalária é uma leguminosa de condições tropicais, possui crescimento ereto,
desenvolvimento inicial rápido e pode atingir até 3,5 m de altura;
– É empregada como adubo verde na agricultura para rotação de culturas com
graníferas e controle de nematóides e dos cistos em áreas infestadas;
Metodologia
• Definição da área e coleta de lodo e solo
– ETA Santa Maria: tem tratamento do tipo ciclo completo com flotação e utiliza os
coagulantes cloreto de polialumínio (PAC) e o sulfato de alumínio (Al₂(SO₄)₃).
– O lodo foi coletado após 15 dias de permanência no leito de secagem, contados a
partir do descarte da flotação.
Metodologia
• Definição da área e coleta de lodo e solo
– O lodo de ETE foi fornecido pela ETE Ulisses Guimarães, operada pela Cesan,
e cujo tratamento é feito por um Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente
(UASB);
– O lodo da estação passa pelos processos
de adensamento, desaguamento,
estabilização e higienização.
– O solo foi coletado no sítio Caimirim,
uma propriedade rural de seringueiras
localizada na Serra, ES.
Metodologia
• Preparação do lodo de ETA
– Após a coleta, foi feita uma análise de umidade gravimétrica das amostras
de lodo no Ifes – Campus Vitória;
– O lodo foi espalhado sobre uma lona plástica em ambiente coberto e
ventilado para que chegasse a 10% de umidade. Esse desaguamento durou
25 dias, sendo que a cada 3 dias o lodo era remexido para evitar a
formação de pedaços grosseiros.
– O lodo seco utilizado na montagem do experimento não passou por
peneiramento.
Metodologia
• Preparação do lodo de ETA
Metodologia
• Caracterização química do solo e misturas
– Caracterização por análises químicas de macronutrientes feitas no laboratório
“Agrolab – Análises e Controle de Qualidade LTDA”.
1. Acidez Potencial (H + Al) 6. Magnésio
2. Alumínio total 7. Matéria Orgânica
3. Cálcio 8. pH 10% em água
4. Capacidade de Troca de Cátions (CTC) 9. Potássio
5. Fósforo total 10. Saturação em bases (V)
11. Soma de Bases (SB)
Metodologia
• Montagem do experimento
– A concentração de lodo de ETE foi mantida fixa em 30% (base seca) para
comparação com o trabalho de Melo, 2017;

– As concentrações de lodo de ETA foram de 10%, 30% e 50% (base seca)


para comparação com o trabalho de Santos, 2018;

– Para ter conhecimento da eficácia de cada amostra, foi necessário


preparar uma amostra de controle, a qual continha somente solo e a
semente; e

– Foram feitas 6 replicatas de cada amostra.


Metodologia
• Montagem do experimento
– Para calcular a massa de solo e de lodo em cada saco, foi calculado o
volume do saco de muda (2,92 L), a densidade aparente e a umidade final
de cada matriz;
– A densidade aparente das
matrizes foi calculada pelo
método da proveta.
Metodologia
Metodologia
• Montagem do experimento
– Para cada tratamento, foram feitas 6 replicatas em virtude de riscos
como pragas, ventos e chuvas fortes, além da impossibilidade de
predizer um crescimento igual em todas as sementes.
TRATAMENTOS
REPLICATA 10% ETA + 30% ETA + 50% ETA +
10% ETA 30% ETA 50% ETA SOLO
30% ETE 30% ETE 30% ETE
A A0010 A0030 A0050 A3010 A3030 A3050 A0000
B B0010 B0030 B0050 B3010 B3030 B3050 B0000
C C0010 C0030 C0050 C3010 C3030 C3050 C0000
D D0010 D0030 D0050 D3010 D3030 D3050 D0000
E E0010 E0030 E0050 E3010 E3030 E3050 E0000
F F0010 F0030 F0050 F3010 F3030 F3050 F0000
Metodologia
• Montagem do experimento
– Após a montagem de todos os 42 sacos, o plantio foi feito com 3 sementes
de Crotalaria juncea em cada saco, e estes foram deixados em ambiente
coberto até que as sementes germinassem;
– Os sacos foram irrigados diariamente com um borrifador e a germinação
aconteceu 4 dias após a semeadura;
– Após a germinação, os sacos foram transferidos para um local com
incidência de sol de 12:00 às 17:00.
Metodologia
• Montagem do experimento
– Passados 7 dias da germinação, apenas o broto com o melhor crescimento em
cada saco foi mantido. A partir desse dia, as plantas foram individualmente
irrigadas uma vez por dia, a exceção dos domingos e dias chuvosos.
Metodologia
• Monitoramento do crescimento das plantas e caracterização das misturas
– 4 medições mensais de crescimento:
• Altura da parte aérea (cm)
• Diâmetro do colo (mm)
Metodologia
• Monitoramento do crescimento das plantas e caracterização das misturas
– Após o final do período de crescimento, as plantas foram retiradas dos
sacos de muda e encaminhadas para uma estufa de secagem na qual
foram desidratadas a 75 °C, por 72 h;
– Medição final de:
• altura da parte aérea;
• diâmetro do colo;
• massa seca da parte aérea; e
• massa seca do sistema radicular.
Metodologia
• Monitoramento do crescimento das plantas e caracterização das misturas
Metodologia
• Análise dos resultados
– Os dados foram analisados utilizando o teste gráfico de probabilidade normal,
associado ao teste Shapiro-Wilk para um nível de significância de 5%;
– Foi escolhido o Índice de Qualidade de Dickson (IQD) para determinar qual
tratamento apresentou o melhor crescimento vegetacional.
– Esse índice relaciona a altura da parte aérea (H), o diâmetro do colo (DC), a
massa seca da parte aérea (PMSPA), a massa da matéria seca do sistema
radicular (PMSR) e a massa seca total (PMST).

𝑷𝑴𝑺𝑻 𝒈
𝑰𝑸𝑫 =
𝑯 𝒄𝒎 𝑷𝑴𝑺𝑷𝑨 𝒈
+
𝑫𝑪 𝒎𝒎 𝑷𝑴𝑺𝑹 𝒈
Resultados e discussão
• Preparação do lodo
– Análise de umidade do lodo de ETA
NÚMERO DA SOMENTE CÁPSULA + CÁPSULA + UMIDADE UMIDADE
AMOSTRA CÁPSULA (g) LODO ÚMIDO (g) LODO SECO (g) (%) MÉDIA (%)
1 16,29 58,66 25,45 78,4
2 14,35 54,72 20,46 84,9 82,6
3 16,42 54,94 22,36 84,6

– Segunda análise de umidade do lodo de ETA (após 25 dias de desaguamento)


MATRIZ UMIDADE MÉDIA (%) TEOR DE SÓLIDOS (%)
Solo argiloso 10 90
Lodo de ETA 30 70
Lodo de ETE 10 90
Resultados e discussão
• Preparação do lodo
– Densidade aparente média de cada matriz
Nº DA PROVETA MATRIZ VOLUME DENSIDADE MÉDIA
MATRIZ
AMOSTRA (kg) (kg) LIDO (mL) APARENTE (kg/L) (kg/L)
1 0,773 880 0,878
Lodo de 2 0,653 750 0,871
0,576 0,862
ETA 3 0,541 620 0,873
4 0,561 680 0,825
1 0,575 630 0,913
2 0,636 710 0,896
Solo 0,576 0,889
3 0,696 800 0,870
4 0,867 990 0,876
1 0,743 960 0,774
Lodo de 2 0,613 770 0,796
0,576 0,772
ETE 3 0,479 640 0,748
4 0,446 580 0,769
Resultados e discussão
• Preparação do lodo
– A densidade de 0,862 g/cm³ encontrada para o lodo de ETA ficou próxima
do valor de 0,94 g/cm³ encontrado por Amâncio et al. (2017);
– A densidade de 0,772 g/cm³ (com teor de sólidos de 90%) encontrada
para o lodo de ETE ficou distante do valor de 0,850 g/cm³ (com teor de
sólidos de 38%) encontrado por Moretto et al. (2011);
– A densidade de 0,889 g/cm³ encontrada para o solo ficou próxima da faixa
comum para solos argilosos (de 0,9 a 1,7 g/cm³, segundo Reinert, 2006).
Resultados e discussão
• Montagem do experimento
– A massa de cada matriz (kg) necessária para compor a mistura de cada
tratamento foi calculada em função da densidade aparente, da umidade
final e das dosagens de lodo.
TRATAMENTOS

MATRIZ Solo + ETA Solo + ETE (30%) + ETA


Solo
10% ETA 30% ETA 50% ETA 10% ETA 30% ETA 50% ETA
Solo argiloso 2,59 2,02 1,44 1,73 1,15 0,58 2,88
Lodo de ETA 0,36 1,08 1,80 0,36 1,08 1,80 0
Lodo de ETE 0 0 0 0,75 0,75 0,75 0
Massa total (kg) 2,95 3,10 3,24 2,84 2,98 3,12 2,88
Resultados e discussão
• Montagem do experimento
– Após a semeação de todos os sacos, foi iniciado o teste de germinação
com 3 sementes em cada saco de muda.
Resultados e discussão
• Montagem do experimento
– Resultado do teste de germinação.
10% ETA + 30% ETA + 50% ETA +
AMOSTRA Solo 10% ETA 30% ETA 50% ETA
30% ETE 30% ETE 30% ETE
A 1 2 3 2 2 2 1
B 1 3 3 2 2 2 1
C 2 2 3 2 2 1 1
D 2 3 3 0 1 0 1
E 1 2 3 2 1 1 1
F 1 1 3 2 2 1 1
Percentual de
44% 72% 100% 56% 56% 39% 33%
germinação
Resultados e discussão
• Montagem do experimento
– Percentual de germinação médio: 57%. Um resultado abaixo do esperado se
comparado percentuais de 87% (NUNES et al., 2009) e de 90% (ROCHA et al,
2013).
– Analisando isoladamente cada tratamento, observa-se que os tratamentos
somente com solo e lodo de ETA apresentaram os melhores percentuais de
germinação.
– Causas para as diferenças: maior porosidade das misturas dos tratamentos
com lodo de ETE, a possibilidade da utilização de um lote de sementes de
qualidade mediana e um controle pouco rigoroso sobre as condições do
ambiente do experimento.
Resultados e discussão
• Caracterização isolada dos lodos
Parâmetro Lodo de ETA Lodo de ETE Unidade
Nitrogênio Total Kjeldahl 1988,90 14.146,50 mg/kg
Nitrogênio amoniacal 45,30 2.821,70 mg/kg
Fósforo 564,20 4.656,40 mg/kg
Potássio 613,90 1.580,00 mg/kg
Cobre 19,40 134,9 mg/kg
Cromo 52,00 35,1 mg/kg
Zinco 2,00 664,9 mg/kg
Alumínio 92.976,0 11.409,4 mg/kg
E. Coli <1 <1 NMP/ g de ST
Coliformes Termotolerantes NA Não detectado NMP/ g de ST
Sólidos Totais 90,20 92,00 %
Sólidos Fixos 67,98 51,77 %
Sólidos Voláteis 20,47 39,17 %
SV/ST 0,23 0,43 -
Resultados e discussão
• Caracterização do solo e das misturas
ACIDEZ POTENCIAL ALUMÍNIO CAPACIDADE DE TROCA FÓSFORO
CÁLCIO MAGNÉSIO
(H + Al) TOTAL DE CÁTIONS (CTC) TOTAL

TRATAMENTOS cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ mg/dm³ cmolc/dm³

antes depois antes depois antes depois antes depois antes depois antes depois

10% ETA 1,08 0,95 0 0,052 5,35 7,39 8,28 9,78 64,9 40,5 1,49 1,35

30% ETA 1,19 1,04 0 0,052 5,5 8,07 8,82 10,85 21,6 20,6 1,83 1,74

50% ETA 1,37 1,19 0 0,052 4,8 6,55 9,22 10,48 40,3 21,3 2,82 2,67

30% ETE + 10% ETA 2,4 3,4 0 0,052 13,4 16,7 16,94 21,66 76,8 93,4 0,743 1,43

30% ETE + 30% ETA 1,69 2,57 0 0,052 6,98 12,3 11,91 17,00 15,9 70,6 2,97 2,02

30% ETE + 50% ETA 1,86 2,41 0 0,052 7,03 10,8 13,34 16,08 18,6 6,77 4,26 2,78

Solo 0,982 0,80 0 0,052 5,2 7,37 7,78 9,33 83,1 37,0 1,29 0,98
Resultados e discussão
• Caracterização do solo e das misturas
SATURAÇÃO EM SOMA DE BASES
MATÉRIA ORGÂNICA pH 10% EM ÁGUA POTÁSSIO
BASES (V) (SB)
TRATAMENTOS dag/dm³ - mg/dm³ % cmolc/dm³

antes depois antes depois antes depois antes depois antes depois

10% ETA 5,68 3,47 7,23 7,60 140 37,0 86,96 90,29 7,2 8,83

30% ETA 6,42 4,06 7,22 7,46 116 36,5 86,51 90,41 7,63 9,90

50% ETA 7,99 3,79 7,11 7,42 91,5 26,5 85,14 88,65 7,85 9,28

30% ETE + 10% ETA 16,7 5,45 6,31 5,61 157 49,5 85,83 84,3 14,54 18,26

30% ETE + 30% ETA 11,6 5,76 6,73 5,93 106 44,0 85,81 84,88 10,22 14,43

30% ETE + 50% ETA 14 6,78 6,71 6,09 76 37,0 86,06 85,01 11,48 13,67

Solo 5,8 3,07 7,28 7,77 122 70,0 87,4 91,43 6,8 8,53
Resultados e discussão
• Caracterização do solo e das misturas
– Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo (INCAPER, 2007)
ACIDEZ POTENCIAL CAPACIDADE DE TROCA
ALUMÍNIO TOTAL CÁLCIO FÓSFORO TOTAL MAGNÉSIO
(H + Al) DE CÁTIONS (CTC)
TRATAMENTOS cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ mg/dm³ cmolc/dm³

antes depois antes depois antes depois antes depois antes depois antes depois

10% ETA baixa baixa baixo baixo alto alto média média alto alto alto alto

30% ETA baixa baixa baixo baixo alto alto média alta alto alto alto alto

50% ETA baixa baixa baixo baixo alto alto média alta alto alto alto alto

30% ETE + 10% ETA baixa média baixo baixo alto alto alta alta alto alto médio alto

30% ETE + 30% ETA baixa média baixo baixo alto alto alta alta médio alto alto alto

30% ETE + 50% ETA baixa baixa baixo baixo alto alto alta alta médio alto alto alto

Solo baixa baixa baixo baixo alto alto média média alto alto alto médio
Resultados e discussão
• Caracterização do solo e das misturas
– Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo (INCAPER, 2007)
MATÉRIA ORGÂNICA pH 10% EM ÁGUA POTÁSSIO SATURAÇÃO EM BASES (V) SOMA DE BASES (SB)

TRATAMENTOS dag/dm³ - mg/dm³ % cmolc/dm³

antes depois antes depois antes depois antes depois antes depois

10% ETA alta alta alc. fraca alc. fraca alto médio alta muito alta alta alta

30% ETA alta alta alc. fraca alc. fraca alto médio alta muito alta alta alta

50% ETA alta alta alc. fraca alc. fraca alto baixo alta alta alta alta

30% ETE + 10% ETA alta alta ac. fraca ac. média alto médio alta alta alta alta

30% ETE + 30% ETA alta alta ac. fraca ac. média alto médio alta alta alta alta

30% ETE + 50% ETA alta alta ac. fraca ac. fraca alto médio alta alta alta alta

Solo alta alta alc. fraca alc. fraca alto alto alta muito alta alta alta
Resultados e discussão
• Macronutrientes que tiveram sua concentração diminuída:
– Fósforo (exceto nos tratamentos com lodo de ETE);
– Magnésio (exceto no tratamento “30% ETE + 10% ETA”);
– Matéria Orgânica; e
– Potássio.
Resultados e discussão
• O aumento da Capacidade de Troca de Cátions em todos os tratamentos
(principalmente nos tratamentos com lodo de ETE) é um ponto positivo,
porque esses cátions estarão mais disponíveis para absorção pelas
plantas (SOUZA, LIMA E TEIXEIRA, 2009).

• Observando os altos valores de Saturação em Bases, todas as misturas


podem ser classificadas como um solo eutrófico (fértil), já que
apresentam V(%) ≥ 50% (EMBRAPA, 2010).
Resultados e discussão
• Monitoramento após 1 mês
Solo
Resultados e discussão
• Monitoramento após 1 mês
10% ETA 30% ETA 50% ETA
Resultados e discussão 30% ETE + 30% ETA

• Monitoramento após 1 mês

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 50% ETA


Resultados e discussão
• Monitoramento após 2 meses
Solo
Resultados e discussão
• Monitoramento após 2 meses
10% ETA 30% ETA 50% ETA
Resultados e discussão
• Monitoramento após 2 meses
30% ETE + 10% ETA 30% ETE + 30% ETA 30% ETE + 50% ETA
Resultados e discussão
• Monitoramento após 3 meses
Solo
Resultados e discussão
• Monitoramento após 3 meses
10% ETA 30% ETA 50% ETA
Resultados e discussão
• Monitoramento após 3 meses
30% ETE + 10% ETA 30% ETE + 30% ETA 30% ETE + 50% ETA
Resultados e discussão
• Monitoramento após 4 meses
Solo
Resultados e discussão
• Monitoramento após 4 meses
10% ETA 30% ETA 50% ETA
Resultados e discussão
• Monitoramento após 4 meses
30% ETE + 10% ETA 30% ETE + 30% ETA 30% ETE + 50% ETA
Altura da parte aérea (cm) Diâmetro do colo (mm) Altura da parte aérea (cm) Diâmetro do colo (mm)
Amostras Amostras
1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês
A 33,3 79,0 113,0 123,5 2,89 5,81 7,11 7,11 A 14,3 61,4 115,3 140,5 2,14 4,13 5,43 6,07
B 21,7 49,5 78,6 79,5 2,16 3,15 4,41 4,89 B 7,1 44,6 93,2 108,5 1,92 3,52 5,88 7,43
10% C 23,5 62,5 103,8 127,5 1,91 3,77 5,31 8,10 10% ETA + C 9,7 50,8 105,4 132,5 1,72 3,54 5,52 6,77
ETA D 29,5 87,0 127,0 132,5 2,61 5,42 6,32 6,88 30% ETE D 5,9 37,5 91,2 124,5 1,99 2,79 4,20 5,75
E 34,3 91,8 139,0 152,5 2,65 5,25 6,33 7,44 E
F 17,3 49,0 88,6 113,0 142,5 2,94 4,88 6,07 F 16,0 59,3 77,5 112,5 2,19 3,32 4,14 5,31
Média 26,6 69,8 108,3 121,4 2,35 4,39 5,73 6,75 Média 10,6 50,7 96,5 123,7 1,99 3,46 5,03 6,27
A 35,3 96,0 142,5 151,0 2,75 2,89 7,22 7,44 A 4,7 26,6 89,7 141,5 1,57 2,29 4,21 5,31
B 25,8 58,5 103,8 129,0 2,14 2,24 5,43 7,04 B 4,3 37,0 92,5 120,0 1,53 2,63 5,08 7,21
30% C 29,7 97,7 149,2 181,5 2,20 2,30 6,50 6,89 30% ETA + C 14,6 54,5 98,5 116,0 1,94 2,93 4,22 5,52
ETA D 28,0 95,2 144,0 182,0 2,14 2,28 6,20 7,43 30% ETE D
E 31,1 87,0 138,0 165,0 2,43 2,45 7,05 8,15 E 15,0 69,0 112,0 123,0 1,88 3,73 4,99 6,01
F F 14,8 62,4 89,3 113,0 1,95 3,36 4,27 4,95
Média 30,0 86,9 135,5 161,7 2,33 2,4 6,5 7,4 Média 10,7 49,9 96,4 122,7 1,77 2,99 4,55 5,80
A 36,2 97,0 120,0 146,5 2,45 6,12 6,79 7,46 A
B 31,5 89,1 128,5 163,5 2,35 4,35 5,75 7,48 B 5,7 10,5 37,5 100,5 1,73 1,76 2,91 5,65
50% C 30,0 82,5 133,2 172,0 2,29 4,50 5,70 7,28 50% ETA + C 10,0 33,8 72,5 110,0 2,00 2,53 4,25 6,49
ETA D 30% ETE D 12,7 41,5 76,5 128,5 2,08 2,86 4,96 5,88
E 25,7 88,7 143,0 177,0 1,99 4,98 6,27 6,49 E 11,3 41,3 61,3 103,5 2,30 3,31 4,27 5,94
F 41,5 111,5 155,5 167,5 3,36 6,05 7,32 8,19 F 9,5 35,8 71,5 115,5 1,90 2,29 3,39 5,20
Média 33,0 93,8 136,0 165,3 2,49 5,20 6,37 7,38 Média 9,8 32,6 63,9 111,6 2,00 2,55 3,96 5,83
A 13,3 51,2 94,4 112,0 1,88 3,67 5,48 6,63
B 18,2 63,8 105,0 126,5 2,20 4,97 6,78 8,61
C 16,5 70,8 118,5 136,0 1,97 4,53 5,79 6,91
Solo
D 15,3 52,0 87,0 110,0 2,08 3,29 4,32 5,97
E 21,2 55,7 101,3 158,0 1,92 4,12 6,18 8,83
F 26,0 62,0 111,0 132,5 1,93 4,10 5,93 7,28
Média 18,4 59,3 102,9 129,2 2,00 4,11 5,75 7,37
Resultados e discussão
• Padrão de crescimento das mudas (em relação à altura)
180
• Crescimento menor no 1º mês,
160
depois aumentou de forma quase
linear e em maior ritmo. 140

• “30% ETA” e “50% ETA” com 120


crescimento semelhante; Solo
100
10% ETA
• “10% ETA + 30% ETE” e “30% ETA +
80 30% ETA
30% ETE” se equipararam entre si.
50% ETA
60
10% ETA + 30% ETE
40 30% ETA + 30% ETE

50% ETA + 30% ETE


20

0
Semeadura 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês
Resultados e discussão
• Variações de altura entre as amostras no 1º mês
45

40 • Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA”


foram estatisticamente diferentes de
Altura da parte aérea (cm)

35

30 todos os tratamentos com lodo de ETE;


25

20

15

10

0
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de altura entre as amostras no 2º mês
120

• Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA”


100
foram estatisticamente diferentes do
Altura da parte aérea (cm)

80 tratamento “50% ETA + 30% ETE”;

60

40

20

0
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de altura entre as amostras no 3º mês
180

160
• Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA”
foram estatisticamente diferentes do
Altura da parte aérea (cm)

140
tratamento “50% ETA + 30% ETE”;
120

100

80

60

40

20
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de altura entre as amostras no 4º mês
200

180
• Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA”
foram estatisticamente diferentes de
Altura da parte aérea (cm)

160
“50% ETA + 30% ETE”;
140

120

100

80

60
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• O tratamento “50% ETA” apresentou o melhor crescimento em
termos de altura, seguido do tratamento “30% ETA”;
• Os tratamentos que tiveram maior crescimento foram os que
possuíam apenas solo e lodo de ETA (maiores valores de “R”),
superando o Solo;
• Todos os tratamentos com lodo de ETA + ETE tiveram um
crescimento inferior ao observado no Solo em todos os meses.
Resultados e discussão
• Padrão de crescimento das mudas (em relação ao diâmetro do colo)
8
• Aumento aproximadamente linear;
7
• No tratamento “30% ETA” a média
6
do diâmetro do colo diminuiu Solo
porque houve a morte da muda 5 10% ETA

F0030. 30% ETA


4
50% ETA
• O maior aumento do diâmetro foi 3 10% ETA + 30% ETE
verificado no tratamento “50% 30% ETA + 30% ETE
ETA”. 2 50% ETA + 30% ETE

0
Semeadura 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês
Resultados e discussão
• Variações de diâmetro do colo entre as amostras no 1º mês
3,6
3,4
• O tratamento “30% ETA” foi estatisticamente
3,2
diferente de “30% ETA + 30% ETE”;
Diâmetro do colo (mm)

3,0
2,8
• Os tratamentos com lodo de ETE também
2,6
2,4
ficaram com crescimento acima do Solo, à
2,2 exceção de “30% ETE + 30% ETA”.
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de diâmetro do colo entre as amostras no 2º mês
6,5

6,0
• Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA +
5,5
30% ETE” foram estatisticamente
Diâmetro do colo (mm)

5,0
diferentes de “50% ETA”;
4,5

4,0 • Os tratamentos com lodo de ETE ficaram


3,5 com crescimento abaixo do Solo.
3,0

2,5

2,0

1,5
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de diâmetro do colo entre as amostras no 3º mês
7,5

7,0 • Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA”


6,5 foram estatisticamente diferentes de
Diâmetro do colo (mm)

6,0
“50% ETA + 30% ETE”;
5,5

5,0 • Os tratamentos com lodo de ETE ficaram


4,5 com crescimento abaixo do Solo.
4,0

3,5

3,0

2,5
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de diâmetro do colo entre as amostras no 4º mês
9,0

8,5 • Não houve nenhum tratamento


8,0 estatisticamente diferente de qualquer
Diâmetro do colo (mm)

7,5 um (p > 0,05);


7,0
• Os tratamentos com lodo de ETE ficaram
6,5 com crescimento abaixo do crescimento
6,0 do Solo.
5,5

5,0

4,5
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• O maior aumento do diâmetro foi verificado no tratamento “50% ETA;
• Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA” possuem valor final do
diâmetro do colo estatisticamente igual ao do tratamento “Solo”,
porém apresentaram comportamentos de crescimento diferentes;
• Os tratamentos que tiveram maior crescimento do diâmetro foram os
que possuíam apenas solo e lodo de ETA, superando o Solo (à exceção
de “10% ETA”);
• O diâmetro do colo nos tratamentos com lodo de ETE ficou abaixo do
que o observado no Solo.
Massa seca da Massa seca Altura da parte Diâmetro do Massa seca da Massa seca Altura da parte Diâmetro do
IQD IQD
parte aérea (g) radicular (g) aérea (cm) colo (mm) parte aérea (g) radicular (g) aérea (cm) colo (mm)
A 7,64 3,12 112,0 6,63 0,556 A 11,49 1,82 140,5 6,07 0,452
B 9,16 2,58 126,5 8,61 0,644 B 8,73 1,75 108,5 7,43 0,535
C 10,63 3,22 136,0 6,91 0,603 C 10,59 2,80 132,5 6,77 0,573
10% ETA +
Solo D 8,71 3,44 110,0 5,97 0,580 D 9,31 1,73 124,5 5,75 0,408
30% ETE
E 13,13 3,02 158,0 8,83 0,726 E
F 7,98 1,79 132,5 7,28 0,431 F 5,90 1,38 112,5 5,31 0,286
Média 9,54 2,86 129,17 7,37 0,59 Média 9,20 1,90 123,70 6,27 0,45
A 8,66 3,39 123,5 7,11 0,605 A 9,29 1,78 141,5 5,31 0,347
B 2,63 1,05 79,5 4,89 0,196 B 12,53 2,12 120,0 7,21 0,650
C 13,67 4,17 127,5 8,10 0,938 C 8,98 1,89 116,0 5,52 0,422
30% ETA +
10% ETA D 10,05 2,13 132,5 6,88 0,508 D
30% ETE
E 13,06 3,45 152,5 7,44 0,680 E 9,89 1,56 123,0 6,01 0,427
F 10,29 3,39 113,0 6,07 0,632 F 7,29 1,66 113,0 4,95 0,329
Média 9,73 2,93 121,42 6,75 0,59 Média 9,60 1,80 122,70 5,80 0,43
A 14,62 4,25 151,0 7,44 0,795 A
B 12,40 3,01 129,0 7,04 0,687 B 5,80 1,96 100,5 5,65 0,374
C 15,05 6,31 181,5 6,89 0,744 C 10,71 2,25 110,0 6,49 0,597
50% ETA +
30% ETA D 17,35 5,41 182,0 7,43 0,822 D 7,75 2,17 128,5 5,88 0,390
30% ETE
E 15,54 5,07 165,0 8,15 0,884 E 7,94 4,39 103,5 5,94 0,641
F F 7,41 2,07 115,5 5,20 0,368
Média 14,99 4,81 161,70 7,39 0,79 Média 7,92 2,57 111,60 5,83 0,47
A 11,74 8,40 146,5 7,46 0,957
B 16,55 7,08 163,5 7,48 0,977
C 17,15 4,11 172,0 7,28 0,765
50% ETA D
E 12,69 7,14 177,0 6,49 0,683
F 19,33 5,58 167,5 8,19 1,042
Média 15,49 6,46 165,30 7,38 0,88
Resultados e discussão
• Variações de massa seca da parte aérea entre as amostras no 4º mês
20

18 • Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA” foram


Massa seca da parte aérea (g)

16 estatisticamente diferentes de “50% ETA +


14
30% ETE”;
12

10 • Os tratamentos que tiveram maior massa seca


8 da parte aérea foram os que possuíam apenas
6 solo e lodo de ETA, superando o Solo.
4
• A massa seca da parte aérea dos tratamentos
2
com lodo de ETE ficou abaixo da massa do
0
Solo.
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de massa seca radicular entre as amostras no 4º mês
9

8 • Os tratamentos “10% ETA + 30% ETE” e “30%


ETA + 30% ETE” foram estatisticamente
Massa seca radicular (g)

6 diferentes dos tratamentos “30% ETA” e


5 “50% ETA”;
4
• Os tratamentos que tiveram maior massa
3 seca radicular foram os que possuíam apenas
2 solo e lodo de ETA, superando o Solo;
1
• A massa seca radicular dos tratamentos com
0
lodo de ETE ficou abaixo da massa do Solo.
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Variações de IQD entre as amostras
1,1

1,0 • Todos os tratamentos com lodo de ETE foram


0,9 estatisticamente diferentes de “50% ETA”;
IQD (valor absoluto)

0,8
• Os tratamentos que tiveram maior IQD foram
0,7

0,6
os que possuíam apenas solo e lodo de ETA,
0,5
superando o Solo.
0,4 • O IQD dos tratamentos com lodo de ETE ficou
0,3 abaixo do IQD do Solo.
0,2

0,1
10% ETA

30% ETA

50% ETA

30% ETE + 10% ETA

30% ETE + 30% ETA

30% ETE + 50% ETA


Solo

Tratamentos
Resultados e discussão
• Os tratamentos “30% ETA” e “50% ETA” apresentaram os maiores
valores de massa seca da parte aérea e de massa seca radicular,
sendo que o último apresentou os maiores valores, o que foi
refletido no melhor IQD entre os tratamentos.
Resultados e discussão
• Para determinar qual parâmetro teve mais peso na determinação do IQD, foi feita a
correlação de Spearman entre o IQD e todos os seus parâmetros.

MASSA SECA DA MASSA SECA ALTURA DA DIÂMETRO


VARIÁVEIS IQD
PARTE AÉREA RADICULAR PARTE AÉREA DO COLO
Massa seca
1,000 0,687 0,816 0,723 0,862
da parte aérea
Massa seca
0,687 1,000 0,597 0,609 0,884
radicular
Altura da
0,816 0,597 1,000 0,584 0,642
parte aérea
Diâmetro
0,723 0,609 0,584 1,000 0,847
do colo

IQD 0,862 0,884 0,642 0,847 1,000


Resultados e discussão
• O resultado demonstra que as correlações são significativas e positivas
sendo que as variáveis “massa seca da parte aérea”, “massa seca radicular”
e “diâmetro do colo” apresentam as maiores correlações com o IQD;
• Pelos resultados do IQD, o tratamento que apresentou o melhor
desenvolvimento foi o “50% ETA” (IQD = 0,88);
• O pior desenvolvimento foi o “30% ETA + 30% ETE” (IQD = 0,43), sendo
inferior ao resultado do IQD do Solo (IQD = 0,59);
• O IQD médio dos tratamentos “Solo” e “10% ETA” foi o mesmo, o que leva a
crer que a dosagem de 10% de lodo de ETA não altera significativamente o
desenvolvimento das mudas.
Resultados e discussão
• Todos os tratamentos com lodo de ETA + ETE apresentaram resultados
inferiores ao do solo, contrariando os resultados de Abreu et al. (2017).
• Ao regar as mudas, a água permanecia muito pouco tempo retida nos
poros da mistura quando comparada aos outros tratamentos, o que pode
ser justificado pela menor densidade aparente do lodo de ETE (0,772 kg/L)
se comparada ao solo e ao lodo de ETA (0,889 e 0,862 kg/L).
• Uma das possibilidades para esse ocorrido foi a menor quantidade de solo
nesses tratamentos, aumentando a porosidade total da mistura, já que o
solo estava com granulometria menor que os lodos de ETA e ETE.
Conclusões e recomendações
• Na preparação do experimento, o solo e os dois lodos apresentaram boa
trabalhabilidade, já que se encontravam com baixa umidade e
granulometria pequena. Também foi observado que as partículas mais finas
de solo e lodo de ETE ficaram aderidas às partículas maiores de lodo de ETA
por essa matriz estar com a umidade ligeiramente maior.
• Ao final do experimento, chegou-se à conclusão de que o solo utilizado foi
apropriado para o crescimento das plantas, porém percebeu-se que o lodo
de ETE e ETA utilizados estavam com granulometria grande demais, fazendo
com que a mistura ficasse com uma porosidade muito alta e perdesse a
umidade rapidamente após a irrigação.
Conclusões e recomendações
• Considerando as análises de macronutrientes das misturas, pode-se dizer
que a maioria apresentou bom resultado, já que apresentaram baixa acidez
potencial, baixo Alumínio e também altas concentrações de Matéria
Orgânica, Cálcio, Potássio, Magnésio e Fósforo, podendo ser um bom
substituto para a adubação mineral.
• Quanto ao crescimento das espécies vegetais, dentro do período avaliado
de 4 meses, pode-se dizer que as espécies dos tratamentos com solo e lodo
de ETA tiveram um crescimento vertical muito bom, sendo que as médias
de altura dos tratamentos com lodo de ETA superaram as médias dos
tratamentos com lodo de ETA + ETE e a média de altura do tratamento
controle com apenas solo.
Conclusões e recomendações
• O teste de Kruskal-Wallis (comparações múltiplas) mostrou que os valores
finais do diâmetro do colo são estatisticamente iguais entre todos os
tratamentos, porém os tratamentos apresentaram curvas de crescimento
diferentes.
• Os tratamentos que tiveram maior massa seca da parte aérea foram os que
possuíam apenas solo e lodo de ETA, superando o tratamento “Solo”. A
massa seca da parte aérea dos tratamentos com lodo de ETE ficou abaixo
da massa do tratamento “Solo”.
Conclusões e recomendações
• Pode-se dizer que a dosagem ótima de lodo desse experimento foi a do
tratamento “50% ETA”, por apresentar o maior IQD (0,88), indicando que as
plantas desse tratamento tiveram o melhor desenvolvimento no geral.
• O tratamento que apresentou o pior desenvolvimento foi o “30% ETA +
30% ETE” com IQD de 0,43 (inferior ao IQD do Solo, de 0,59).
• Também se observa que o IQD médio dos tratamentos “Solo” e “10% ETA”
foi o mesmo, o que leva a crer que a dosagem de 10% de lodo de ETA não
altera significativamente o desenvolvimento das mudas.
Conclusões e recomendações
• Pode-se afirmar que os lodos de ETA e ETE podem ser dispostos de forma
segura na etapa da adubação verde com Crotalaria juncea durante um
processo de recuperação de solo degradado em projeto de reflorestamento,
ou durante um processo de reciclagem de nutrientes da preparação do solo
para a agricultura, desde que seja feito um acompanhamento dos
macronutrientes e parâmetros físicos do solo em laboratório.

• Em trabalhos futuros recomenda-se:


1. Trituração dos lodos a uma granulometria de 2 mm;
2. Caracterização física das matrizes;
3. Análise de Nitrogênio nas misturas de lodo e solo;
4. Utilização de maior quantidade de mudas; e
5. Maior controle sobre as amostras.

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