Você está na página 1de 52

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL


FACULDADE DE PEDAGOGIA

ELIANE TEIXEIRA CUSTÓDIO BIZERRA

A LUDICIDADE NA RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM: O PAPEL


DO PROFESSOR DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE
CASTANHAL - PA

CASTANHAL - PA
2017
ELIANE TEIXEIRA CUSTÓDIO BIZERRA

A LUDICIDADE NA RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM: O PAPEL


DO PROFESSOR DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE
CASTANHAL - PA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de Pedagogia do
Campus de Castanhal da Universidade
Federal do Pará como requisito para
obtenção de título de Licenciado em
Pedagogia.

Orientador (a): Professora MsC. Elianne Sabino Barreto

CASTANHAL - PA
2017
ELIANE TEIXEIRA CUSTÓDIO BIZERRA

A LUDICIDADE NA RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM: O PAPEL


DO PROFESSOR DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE
CASTANHAL - PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Pedagogia do


Campus de Castanhal da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para
obtenção de título de Licenciado em Pedagogia, sob a orientação da professora
MsC.: Elianne Sabino Barreto.

Banca Examinadora:

_____________________________________________________________
Professora orientadora Elianne Sabino Barreto
Mestre em Educação

_____________________________________________________________
Professora Maria Lucirene Sousa Callou
Mestre em Educação

_____________________________________________________________
Professor Raimundo José de Sena Gonçalves
Especialista em Educação Física Escolar

CASTANHAL - PA
2017
Dedico este trabalho aos meus pais David Teixeira Barbosa e
Luzia Teixeira Custódio, meu marido Rafael Ferreira Bizerra, a
minha filha Sarah Teixeira Bizerra e a toda minha família que,
com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que
chegasse até esta etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pois foi através dele que alcancei todos os
meus objetivos até aqui, por ele ter me dado suporte para seguir sempre em frente e
jamais desistir. Várias dificuldades apareceram no caminho, porém com força e fé
chegamos ao final de mais esta conquista.
Agradeço também aos meus pais, David e Luzia, por sempre priorizar os
meus estudos e que mesmo de longe apoiaram e ajudaram sendo fonte inesgotável
de incentivo e apoio em toda minha trajetória de vida pessoal, acadêmico e
profissional.
Ao meu marido Rafael, pela companhia, compreensão, amor, dedicação e por
nunca deixar de me apoiar nesse percurso, e principalmente por ter, ao final do
curso, me presenteado com uma linda filha.
A minha filha Sarah, que chegou já no final dessa jornada acadêmica, me
concedendo mais força e vontade de concretizar este sonho.
A minha irmã Lucineia, que no início me deu moradia e todo apoio para que
tivesse a oportunidade de cursar o ensino Superior.
Aos meus padrinhos Rosalino e Glória por contribuírem significativamente
nessa caminhada e ao meu primo Eduardo, que desde o início ajudou com as fontes
de estudos.
Ao meu sogro Pedro, por me levar a Universidade quando foi necessário e
sempre se prontificar a me ajudar de diversas formas.
A minha amiga Ingrid, a qual foi a primeira a conhecer na faculdade e
continuarmos sendo amigas tanto em toda trajetória do curso quanto após o termino
do mesmo, por toda ajuda, orientação e dedicação nos trabalhos realizados.
Agradeço também a Laís, amiga do curso, por toda ajuda e orientação para
que este trabalho pudesse ser concluído com sucesso.
A todos os colegas de classe, pelos conhecimentos compartilhados.
A Universidade Federal do Pará, campus de Castanhal/PA, seu corpo
docente, direção e administração que oportunizaram que esta trajetória fosse
concluída.
A minha orientadora Profª. MsC. Elianne Sabino, por ter aceito fazer parte da
construção deste trabalho, pela atenção, dedicação e carinho.
Agradeço a professora Maria Lucirene e Raimundo José por aceitarem o
convite de participar de minha banca.
E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que pudesse
alcançar mais este objetivo e sonho, a trajetória foi longa, porém de muito
aprendizado.
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz
parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode
dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

(FREIRE, 1996)
RESUMO

O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego da ludicidade como


estratégias facilitadora do ensino – aprendizagem no trabalho pedagógico em uma
turma da Educação Infantil de uma escola pública municipal de Castanhal – PA.
Dessa forma, buscamos demostrar que a utilização da ludicidade no processo
ensino-aprendizado de alunos da Educação Infantil tende a facilitar a aprendizagem
além de promover a interação entre alunos e, para fundamentar essa proposta,
contamos com autores renomados que subsidiaram este construto, tais como: Alfaia
(2013), Kishimoto (1995, 1996, 1998, 2001, 2008), Almeida (2003), Vygotsky (1984),
Marcelino (1989, 1990, 1991, 1993), entre outros. A ludicidade é uma ferramenta
que pode ser utilizada como estratégia que possibilitará aos educandos construírem
ou ampliarem seus conhecimentos, minimizando suas dificuldades no processo
educacional. Os dados foram obtidos por meio de questionário com perguntas
semiabertas e analisadas em forma de diálogo. Os resultados indicaram que a
ludicidade permite que a criança experimente a realidade imaginária colocando-as
como transformador social no campo abstrato proporcionando se reconhecer como
sujeito produtor do conhecimento. Ressaltamos ainda, que ficou visível entender que
o jogo, o brinquedo e a brincadeira intervém no aprendizado da criança e por isso é
primordial inserir nos processos educacionais.

Palavras chave: Ludicidade; processo de ensino-aprendizagem; Educação Infantil.


ABSTRACT

The present study aims to analyze the use of playfulness as strategies to facilitate
teaching - learning in the pedagogical work in a class of Early Childhood Education of
a municipal public school in Castanhal – PA. Thus, we seek to demonstrate that the
use of playfulness in the teaching-learning process of children's education tends to
facilitate learning in addition to promoting interaction among students and to support
this proposal, we have renowned authors who have supported this construct, such
as: Alfaia (2013), Kishimoto (1995, 1996, 1998, 2001, 2008), Almeida (2003),
Vygotsky (1984), Marcelino (1990, 1991, 1993), among others. Lududicity is a tool
that can be used as a strategy that will enable learners to build or expand their
knowledge, minimizing their difficulties in the educational process. The data were
obtained through a questionnaire with semi-open questions and analyzed in the form
of a dialogue. The results indicated that playfulness allows the child to experience the
imaginary reality by placing them as a social transformer in the abstract field, allowing
them to recognize themselves as the producing subject of knowledge. We also
emphasize that it was visible to understand that play, play and play intervenes in the
child's learning and therefore it is essential to insert in the educational processes.

Key words: Ludicidade; teaching-learning process; Child education.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEE - Atendimento Educacional Especializado


CF - Constituição Federal
ECA - Estatuto da Crianças e Adolescentes
EJA - Educação de Jovens e Adultos
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
PPP - Projeto Político Pedagógico
RCN - Referenciais Curriculares Nacionais
UFPA - Universidade Federal do Pará
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1ª SEÇÃO – CONTEXTUALIZANDO O LÚDICO NO BRASIL: BREVES RELATOS


.................................................................................................................................. 19
1.1 CONTEXTUALIZANDO O LÚDICO .................................................................... 19
1.2 A INFÂNCIA E O BRINCAR ................................................................................ 21
1.3 O LÚDICO NO CONTEXTO EDUCACIONAL ..................................................... 25
1.4 EDUCAÇÃO INFANTIL E O BRINCAR ............................................................... 26
1.5 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A FORMAÇÃO DOCENTE.................................. 29

2ª SEÇÃO – PERCURSO METODOLÓGICO E ANÁLISE DOS DADOS................ 32


2.1 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................... 32
2.2 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 35
2.2.1 Ludicidade na Formação acadêmica ................................................................ 35
2.2.2 Estratégias para facilitar o ensino-aprendizagem dos alunos da Educação
Infantil ........................................................................................................................ 37
2.2.3 Dificuldades na Educação Infantil .................................................................... 37
2.2.4 Metodologias utilizadas para aplicar os conteúdos programáticos ................... 38
2.2.5 Métodos utilizados para despertar o interesse dos alunos ............................... 39
2.2.6 Recursos lúdicos .............................................................................................. 40
2.2.7 Reação dos alunos ao se trabalhar com o lúdico ............................................. 40
2.2.8 Dificuldades na sala de aula para trabalhar com o lúdico ................................ 41
2.2.9 Ações utilizadas em aula .................................................................................. 42
2.2.10 Importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem.............................. 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 47

APÊNDICE ................................................................................................................ 51
ANEXOS ................................................................................................................... 52
13

INTRODUÇÃO

A brincadeira acontece desde sempre na vida da criança. Ela brinca para ter
aprendizagem através da observação que ela faz em sua volta apropriando-se de
conhecimentos. O ambiente alfabetizador, favorece o processo de aquisição de
autonomia e de aprendizagem. A alfabetização deve ser um processo dinâmico e
criativo através de jogos, brinquedos e brincadeiras.
O lúdico faz parte do universo infantil e pode contribuir para o aprendizado e
desenvolvimento da criança. De acordo com Santos (2000), a palavra Lúdico
significa brincar. O brincar acontece desde o início da existência até o final da vida.
Através do lúdico, pode-se mostrar para a criança caminhos importantes na vida
dela sem imposições.
A brincadeira é uma atividade inata da criança, é através dela que a criança
se desenvolve, cria laços afetivos e começa a descobrir o mundo. A brincadeira
dentro de uma sala de aula, proporciona “[...] um ambiente de troca pela atitude
interdisciplinar, promove um ambiente agradável para a criança se sentir como
integrante do meio em que está inserida [...]”. (ALFAIA, 2013, p. 108).
O brincar é fundamental na construção de uma infância digna, promove o
desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, é um instrumento de expressão, também
é uma fonte de aprendizado e troca de saberes e ainda uma forma de expressão
cultural criando vínculos sociais e de comunicação entre as crianças. A ludicidade
como processo de ensino-aprendizagem é facilitadora na construção cognitiva, de
interação e desenvolvimento social do aluno.
Além disso, é muito provável pensar que crianças que brincam mais, são
investigadoras, pois aguça-se a curiosidade podendo serem mais estudiosas ao
longo da vida e, por meio do trabalho com atividades lúdicas, o seu aprender, será
capaz de processar a construção do conhecimento, superar obstáculos cognitivos e
emocionais, facilitando o aprender na perspectiva das relações sociais e culturais.
O brincar é importante para o desenvolvimento prazeroso do ser humano,
portanto os trabalhadores da educação devem priorizar o conhecimento sobre
atividades lúdicas para que assim, proporcionem aos educandos sua formação
integral.
Nessa perspectiva, a utilização de ferramentas lúdicas é de extrema
importância para o docente em relação a construção de conhecimento do alunado,
14

pois ao mesmo tempo que ensina “[...] possibilita ao educador reconhecer-se como
pessoa, conhecer suas possibilidades e ter uma visão mais clara e objetiva sobre a
importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança”. (ALFAIA, 2013, p. 108).
Nesse sentido, é necessário que o professor ao inserir a ludicidade em suas
aulas saiba conciliar as brincadeiras aos conhecimentos pedagógicos, não deixando
de promover os objetivos educacionais. Uma vez sabendo que a ludicidade promove
aos alunos um gosto pela aprendizagem, logo se compreenderá o quão necessário
o mesmo se faz para aprendizagem das crianças.
A ludicidade muitas vezes pode ser sugerida como proposta pedagógica para
o ensino de conteúdo e, sendo utilizada como ferramenta no processo da educação,
possibilita para o aluno uma aprendizagem que contribui para o seu
desenvolvimento integral, sendo utilizado com a finalidade de atingir objetivos
escolares.
Para que a criança obtenha todo este conhecimento adquirido de forma
lúdica, percebe-se aqui a necessidade das funções a qual o pedagogo da Educação
Infantil precisa ter para o jogo, a brincadeira seja realizada conduzindo para o
conhecimento que a criança irá obter. Almeida (2013, p. 60) afirma: “Conduzir a
criança à busca, ao domínio de um conhecimento mais abstrato misturando
habilmente uma parcela de trabalho (esforço) com uma boa dose de brincadeira
transformaria o trabalho, o aprendizado, num jogo bem-sucedido [...]”.
A autora ainda destaca que para essa forma de ensino é preciso não
esquecer o objetivo da escola: transmitir o conhecimento. É necessário manter um
equilíbrio na relação trabalho escolar e jogo, ambos devem ser trabalhados de forma
clara, onde “[...] o trabalho escolar deve ser mais que um jogo e menos que um
trabalho”. (ALMEIDA, 2003, p. 61).
Em relação ao pedagogo nesta proposta de se ensinar de forma lúdica, é de
suma importância que o mesmo esteja preparado para então realiza-lo. É preciso ter
conhecimento sobre os fundamentos os quais se precisa e ter predisposição para
que a educação lúdica proporcione a aprendizagem.
Kishimoto (2008) enfatiza a imagem da criança nos dias de hoje, segundo ela
é enriquecida, pelo fato das mesmas terem “[...] auxílio de concepções psicológicas
e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no
desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil”. (KISHIMOTO, 2008, p.
21).
15

O educador da Educação Infantil precisa, de modo geral, adquirir


competência, se interessar, ir em busca de conhecimentos e ter condições
suficientes de se educar de forma lúdica.
O jogo e o brinquedo têm papel fundamental na formação da criança. No
brincar as crianças estabelecem diálogos, constroem regras de convivência social e
de participação de jogos e brincadeiras e estabelecem diálogos. Vygotsky (1989, p.
109) assegura que “[...] é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de
uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao
invés de numa esfera visual externa [...]”.
A respeito do planejamento das atividades lúdicas, é fundamental analisar os
interesses das crianças e as necessidades dos conhecimentos que elas devem
adquirir. Almeida (2003) informa que “[...] jogos de expressão, interpretação [...]
enriquecem a linguagem oral, a escrita e a interiorização de conhecimentos,
libertando o aluno do imobilismo para uma participação ativa, criativa e crítica no
processo de aprendizagem”. (ALMEIDA, 2003, p. 119).
A autora, ainda destaca que os jogos podem ser aplicados em todos os níveis
de ensino, desde que o professor saiba adaptar ao conteúdo da turma a qual irá
aplicar. É importante que o educador se organize antes da elaboração dos jogos,
para que assim não venha ocorrer erros ou dúvidas no decorrer da brincadeira ou
jogo.
Segundo Oliveira (1985) a ludicidade consiste em “[...] um recurso
metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. Estimula
a crítica, a criatividade, a sociabilização [...] reconhecido como uma das atividades
mais significativas”. (OLIVEIRA, 1985, p. 74). Desse modo, acredita-se no
pressuposto de que a ludicidade promove grande contribuição para a relação social
entre as crianças e os adultos, por meio da experiência em grupo e da coletividade.
Diante do exposto, o desejo inicial pelo tema da pesquisa emergiu nas
disciplinas curriculares da graduação, nomeada como Motricidade e Educação,
realizada no ano de 2014 e, ministrada pela professora Debora Alfaia, na Faculdade
de Pedagogia, vinculada à Universidade Federal do Pará (UFPA) no Campus
Castanhal, a qual objetivou trazer ferramentas lúdicas para se trabalhar com alunos.
A partir de então o interesse pela Ludicidade cresceu cada vez mais a partir de outra
disciplina intitulada: Estágio em Educação Infantil, que ocorreu no Centro de
Educação Infantil Alegria do ABC, na cidade de Castanhal – PA no ano de 2015.
16

Através das observações e acompanhamento durante o estágio, foi possível


perceber e analisar um grande número de alunos que tinham dificuldades e
desinteresse no aprendizado quando as aulas eram baseadas somente em atividade
e, assuntos copiados do quadro ou simplesmente reproduzidos em folha sulfite.
Porém quando se utilizava de qualquer recurso lúdico, percebia-se a motivação, o
interesse e o despertar dos alunos, fazendo surgir o entusiasmo pelo lúdico, levando
a entender que o mesmo somente tem a contribuir para a educação da criança.
Desta forma, foi possível perceber que um dos fatores que levavam a
dificuldade e desinteresse nas aulas, era a forma com que era ministrada. Assim,
faz-se necessário adentrar esta problemática com foco nos professores de
Educação Infantil em uma escola Municipal de Castanhal - Pa.
De acordo com as Diretrizes curriculares Nacionais para Educação Infantil o
objetivo das Proposta Pedagógica das Instituições é “[...] garantir à criança acesso a
processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e
aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à
liberdade [...]”. (BRASIL, 2010 p. 18).
Foi perceptível compreender que o brincar é direito fundamental da criança,
fazendo-se necessário promover nas aulas momentos de brincadeiras, as quais
acarreta diretamente também para a convivência e interação com os demais alunos.
As diretrizes ainda vêm dizer que as Propostas Pedagógicas das Instituições de
Educação infantil devem garantir a construção de “[...] novas formas de sociabilidade
e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a
sustentabilidade do planeta [...]”. (BRASIL, 2010 p. 17).
Percebe-se a partir das diretrizes a importância desta temática, além de ser
de extrema relevância para o aprendizado dos alunos, haja vista que promove a
interação e o despertar do interesse pelas atividades propostas, além de integrar as
várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva.
A relevância acadêmica desta investigação prima pela análise da ludicidade
no processo de ensino aprendizagem na Educação Infantil, considerando a relação
professor-aluno, a aprendizagem significativa e a organização do trabalho
pedagógico do professor no cotidiano escolar em sala de aula. Busca também uma
melhor compreensão das ações mediadoras do professor através de jogos e
brincadeiras como meio facilitador da aprendizagem dos alunos, investindo, assim,
numa aprendizagem lúdica.
17

A protuberância social deste estudo, visa contribuir com os futuros


pesquisadores, acreditando que as informações que irão conter nesta pesquisa
possam oferecer subsídios necessários para a discussão referente à importância de
se usar a ludicidade para o processo Ensino-Aprendizagem na Educação Infantil do
município de Castanhal - PA.
Nessa perspectiva, a ludicidade no processo de ensino-aprendizagem
possibilita a criança ser capaz de desenvolver sua capacidade de abstração e
começar a agir independentemente daquilo que vê, operando com os significados
diferentes da simples percepção dos objetos. Sendo assim este trabalho busca
apresentar a relevância da ludicidade sendo trabalhada em turmas de Educação
Infantil e, diante disto, surge o seguinte problema: Como os professores lidam com a
ludicidade no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil?
Esta pesquisa tem como objetivo central, analisar o emprego da ludicidade
como estratégias facilitadora do ensino - aprendizagem no trabalho pedagógico em
uma turma da Educação Infantil de uma escola pública municipal de Castanhal. Para
tanto traçamos os seguintes objetivos específicos;
√ Identificar as estratégias pedagógicas propostas no planejamento da
Instituição para facilitar o ensino-aprendizado dos alunos da Educação Infantil;
√ Discutir a metodologia utilizada em sala de aula pelos educadores;
√ Verificar qual a visão dos docentes sobre ludicidade.
Pretende-se, através deste estudo, confirmar que a utilização da ludicidade no
processo ensino-aprendizado de alunos da Educação Infantil tende a facilitar a
aprendizagem além de promover a interação entre alunos. A ludicidade é uma
ferramenta que pode ser utilizada como estratégia que possibilitará aos educandos
construírem ou ampliarem seus conhecimentos, minimizando suas dificuldades no
processo educacional.
Para fins de organização, esta pesquisa está estruturada em duas seções. Na
primeira seção, intitulada “Contextualizando o lúdico no Brasil: breves relatos”,
discorre do percurso histórico lúdico, momentos relevantes e de crescimento desse
campo de atuação, bem como a importância do brincar na infância, legislação
acerca dos direitos da criança, brincar cultural, entre outros. Aborda também,
questões sobre o lúdico no contexto educacional e a formação docente, enfatizando
a dissociação que existe acerca da teoria concebida nos cursos de graduação com a
prática pedagógica, fundamentados nos pensamentos de Kishimoto (1995, 1996,
18

1998, 2001, 2008), Dallabona & Mendes (2004), Almeida (2003), Huizinga (2000),
Vygotsky (1984, 1991), Ahmad (2009), Kohan (2003), Platão (2010), Kramer (2007),
Brougére (2001), Marcelino (1989, 1990, 1991, 1993), Piaget (1975), Parâmetros
Curriculares Nacionais (1998), Referencial Curricular para Educação Infantil (1998),
Kami (1991) e Severino (1991).
Na segunda seção, discorremos sobre os procedimentos metodológicos e os
caminhos que foram utilizados na construção deste estudo, assim como o lócus de
realização da pesquisa, além das informações dos participantes, bem como análise
e resultados do conteúdo coletado.
19

1ª SEÇÃO – CONTEXTUALIZANDO O LÚDICO NO BRASIL: BREVES RELATOS

1.1 – CONTEXTUALIZANDO O LÚDICO


O lúdico, para Almeida (2003) já era questão discutida desde Platão, o autor
ressalta que o filosofo em meados de 367 A. C., apontou a importância da utilização
dos jogos para que a aprendizagem das crianças pudesse ser desenvolvida.
Afirmava que em seus primeiros anos de vida, meninos e meninas deveriam praticar
juntos de atividades educativas através dos jogos (ALMEIDA, 2003). Platão foi o
primeiro a apresentar estudos sobre o lúdico e suas influências na educação. E a
importância dos jogos no desenvolvimento das crianças como facilitador no seu
processo de aprendizagem.
Hoje, os jogos e brincadeiras que temos são descendentes deste drama
história que se compôs em volta da ludicidade, haja vista que é desconhecido sua
exata origem, e que é de fundamental importância ser preservado e valorizado para
que então sua utilidade seja cada vez mais indispensável para a educação dos
alunos.
Cada sociedade, cada época assume o jogo com significados diferentes.
Kishimoto (2008) afirma que em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como
coisa não-seria. Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece como algo sério e
destinado a educar a criança. (KISHIMOTO, 2008, p. 17). Para Huizinga (2000),

O jogo é mais antigo que a cultura, pois esta, mesmo em suas


definições menos rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana;
mas, os animais não esperaram que os homens os iniciassem na
atividade lúdica. É possível afirmar com segurança que a civilização
humana não acrescentou características essenciais alguma à ideia
geral do jogo. (HUIZINGA, 2000, p. 01).

Tanto nas comunidades ancestrais ou na sociedade atual, o brincar propicia


ao sujeito uma construção simbólica do mundo, porém, mesmo o jogo sendo tão
antigo, como afirma Huizinga (2000), ainda não é visto com tanta importância como
deveria ser para a educação.
Faz-se necessário olhar o brincar através do tempo, pois a presença de
atividades lúdicas desde os tempos primitivos tem se evidenciado através de
registros de brinquedos infantis em várias culturas, desde a pré-história,
caracterizando-se como atividade fundamental, o que deixa claro que brincar é
20

inerente à natureza de qualquer indivíduo, seja qual for a sua origem, sua época e
faz parte de todo seu percurso através dos séculos.
Percebe-se que o lúdico como ferramenta de ensino tem um contexto
histórico amplamente discutido, veio desde os tempos da idade Média até os dias
atuais. Estudioso como Vygotsky (1984) e Kishimoto (1998) defendem que o uso do
lúdico é essencial para a prática educacional, no sentido da busca do
desenvolvimento das crianças.
A ludicidade é uma forma de desenvolver a criatividade e o conhecimento,
através de jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e
interagindo com os outros. O lúdico não é só divertimento, é também um aspecto
que influência a viver em meio à sociedade, a interagir com a realidade social e, é
utilizado como instrumento de caráter educativo para o desenvolvimento da criança.
Froebel citado por Kishimoto (2001) diz que:

O brincar é a fase mais importante do desenvolvimento humano, por


ser a auto-ativa representação do interno. A brincadeira é a atividade
espiritual mais pura do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria,
contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo. A
pessoa que brinca sempre, com determinação auto-ativa,
perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-
se um homem determinado, capaz de sacrifícios para a promoção de
seu bem e de outros. (p. 68).

Assim ao brincar a criança aprimora a socialização, promove a interação,


ajuda no desenvolvimento da identidade, revela a visão de mundo que possui e
ajuda na superação dos medos, vergonha, timidez e inibição. A brincadeira consiste
ainda “[...] em uma atividade de simulação que reforça o significado da vida
cotidiana, enquanto processo assimilativo participa do conteúdo da inteligência, à
semelhança da aprendizagem”. (KISHIMOTO, 1996, p. 32).
A ludicidade possibilita a quem vivencia momentos de fantasia e de realidade,
de autoconhecimento e conhecimento do outro, estende-se, não apenas ao produto
da atividade, ou o que dela resulta, mas a própria ação.

O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo


mais real. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode
se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade. Se bem
aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a
melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do
educando, quer para redefinir valores e para melhorar o
21

relacionamento das pessoas na sociedade. (DALLABONA;


MENDES, 2004, p. 107).

Desse modo acredita-se no pressuposto de que a ludicidade tem a promover


grande contribuição para a relação social entre as crianças e os adultos, por meio da
experiência em grupo e da coletividade.

1.2 – A INFÂNCIA E O BRINCAR


O termo infância vem do latim infantia1 e denota daquele que ainda não pode
falar. Na idade média a palavra infância passou a ser aplicada para as crianças até
07 (sete) anos de idade quando se considerava que elas começavam a entender o
que os adultos diziam. Ainda hoje, é nessa idade que elas são apresentadas ao
alfabeto e, os primeiros anos de vida continuam sendo entendidos como a fase da
inocência.
A infância é uma fase da criança a qual compreende ser desde o nascimento
até aproximadamente quando a mesma tiver doze anos de idade. Esse período é
marcado tanto pelo desenvolvimento físico, quanto psicológico. É nesta fase também
que elas conhecem o brincar, ato o qual contribuirá para sua formação, pois é
quando o indivíduo se depara com o ser social, com a imaginação e a criatividade.
A concepção de infância vem se reestruturando e (re)inventando ao longo dos
séculos. Em suma e já descritas acima, na Idade Média a criança teve sua infância
negada, impunha-se uma maturidade para pouca idade e, na medida que os anos
foram avançando, a sua identidade também cresceu gradativamente. Podemos dizer
que até o século XVII o conceito de infância, que hoje conhecemos e defendemos
não existia, pois, as crianças eram vistas como adultos em miniaturas. De acordo
com Ahmad (2009) no Brasil:

[...] a infância começa a ganhar importância em 1875, quando


surgem no Rio de Janeiro e São Paulo os primeiros jardins de
infância inspirados na proposta de Froebel, os quais foram
introduzidos no sistema educacional de caráter privado visando
atender às crianças filhas da emergente classe média industrial. Já
em 1930, o atendimento pré-escolar passa a contar com a
participação direta do setor público, fruto de reformas jurídico
educacionais. Seu conteúdo visava tanto atender à crescente
pressão por direitos trabalhistas em decorrência das lutas sindicais
da então nova classe trabalhista brasileira, quanto atender à nova

1
Para mais informações, acesse: https://www.significados.com.br/infancia/
22

ordem legal da educação: pública, gratuita, e para todos. (AHMAD,


2009, p. 01).

A infância não era vista como nos tempos atuais, onde as crianças brincam,
se divertem, vão à escola tem seus direitos garantidos por lei. Elas eram vistas com
algo não sério, sem importância.
Na antiguidade clássica segundo Kohan (2003), a infância não tinha
particularidades próprias, direcionava-se para uma visão, contudo futurista, onde no
presente a criança era considerada como nada, e sua educação era vista como
projeção política. Para este mesmo autor a infância, na antiguidade, simplesmente
era como algo inferior a vida adulta. Exemplifica dizendo que a criança era a mais
intratável, pelo fato de ser indisciplinada, e ainda utiliza das palavras, selvagem,
traiçoeiras, astuciosa e insolente, ao se tratar da mesma. Segundo Kohan (2003):

As crianças são a figura do não desejado, de quem não aceita a


própria verdade, da desqualificação do rival, de quem não
compartilha uma forma de entender a filosofia, a política, a educação
e, por isso, dever-se-á vencê-la. As crianças são [...] para Platão,
uma figura do desprezo, do excluído [...]. (p. 24).

É perceptível aqui, que a criança era desprezada. A partir do século XVII em


diante, a criança deixa de ser um mini adulto para ser criança, as relações afetivas
com o meio tornam-se maior, assim como, passam ser disciplinadas no âmbito
educacional.
Já no século XIX até os dias atuais, a infância passa ser concebida de outra
forma, com a identidade fortalecida. A partir de 1980 dá-se um avanço em relação á
Educação Infantil. Em 1988 há reconhecimento da importância e do direito da
educação infantil em creches e pré – escolas. No final do século XX, com a
aprovação do ECA, a criança passa a ser um sujeito de direitos. Em 1996 com a
aprovação da LDB, o estado começa a assumir a responsabilidade de fornecer a
Educação Infantil em creches e pré – escolas. Em 1998, temos a criação dos
Referências Curriculares da Educação Infatil que direciona a prática educativa e
concepções de criança, de educação, de escola e do profissional que atuará nessa
etapa de ensino e em 2013 há uma alteração na LDB que torna obrigatória a
matrícula de crianças com idade de 4 e 5 anos na pré – escola.
23

Nessa fase, a criança passa a ser o sujeito de direitos, garantindo o


desenvolvimento integral. Com isso, o Estado começa a assumir a responsabilidade
de fornecer a educação obrigatória na Educação Infantil a partir dos 5 (cinco) anos
de idade.
Existem leis que respaldam essa garantia como a do Estatuto da Crianças e
Adolescentes (ECA) por exemplo, que fala da proteção integral, primazia, princípios
da prevalência dos direitos do menor e de prevenção e, tanto na Constituição
Federal de 1988 (CF), como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
garantem à criança o direito de lazer, esporte, cultura, escola, Referenciais
Curriculares Nacionais (RCN), Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e etc.
Nos anos atuais, existe regulamentação e a criança é compreendida com um
cidadão em formação. O professor deixa de ser o disciplinador rígido de séculos
anteriores para ser o sujeito provocador das potencialidades da criança e com isso,
a Educação Infantil passa ter mais reconhecimento e atenção na formação do
alunado. Kramer (2007) enfatiza:

Reconhecemos o que é específico da infância: seu poder de


imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como
experiência de cultura. Crianças são cidadãs, pessoas detentoras de
direitos, que produzem cultura e são nela produzidas. Esse modo de
ver as crianças favorece entendê-las e também ver o mundo a partir
do seu ponto de vista. A infância, mais que estágio, é categoria da
história: existe uma história humana porque o homem tem infância.
(KRAMER, 2007, p. 15).

Brincar significa divertir-se, é um ato cultural onde a criança pode se


expressar de diversas formas. A brincadeira está presente nos jogos, nos
brinquedos, na confecção de brinquedos entre outros. Ao brincar a criança aprende
a cultura em que está inserida. Imitar algumas ações do adulto por exemplo. É uma
cultura adquirida pela criança através do convívio e da observação. É nesse faz de
conta, de simular o adulto, que a criança começa a desenvolver a linguagem para
assumir um personagem que ela gostaria de ser “[...] o brinquedo pode ser
considerado uma mídia, que transmite à criança certos conteúdos simbólicos,
imagens e representações reproduzidas pela sociedade que a cerca”. (BROUGÈRE,
2001, p. 63).
O brincar na infância tem uma significância fundamental para o
desenvolvimento da criança, pois é nele que a mesma vivência importante
24

momentos os quais irá adquirir experiência que a constituirá como sujeito. Kishimoto
(1998) diz que a infância é a idade do possível, e que nesta fase “[...] pode-se
projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e renovação
moral”. (p. 109). A autora diz ainda que:

A imagem de infância é reconstituída pelo adulto, por meio de um


duplo processo: de um lado, ela está associada a todo um contexto
de valores e aspirações da sociedade e, de outro, dependente de
percepção próprias dos adultos que incorporam memórias de seu
tempo de criança. Assim, se a imagem de infância reflete o contexto
atual, ela é carregada, também, de uma visão idealizada do passado
do adulto, que contempla sua própria infância. Reconstituir a infância
expressa no brinquedo é reconstituir o mundo real com seus valores,
modos de pensar e agir e o imaginário presente no criador do objeto.
(KISHIMOTO, 1998, p. 110).

De acordo com a autora é possível compreender que alguns momentos


vivenciados na infância ficam na memória do adulto, e que é a partir daí que se
formam, percebendo a importância de uma infância onde vivencie experiências as
quais irá contribuir para sua formação como sujeito. O ato de brincar na infância
desenvolve a imaginação e a criatividade, porém muitos não reconhecem que essa
simples ação tem tantos benefícios, o tornando assim aos olhos de muitos apenas
um momento de diversão e distração.
A realização das brincadeiras contribui para que as crianças possam
desenvolver suas habilidades psicomotoras, afetivas, cognitivas e sociais. Uma vez
que o brincar é considerado uma importante fonte de desenvolvimento e
aprendizagem. Como afirma Kishimoto (1995):

A concepção de brincar como forma de desenvolver a autonomia das


crianças requer um uso livre de brinquedos e materiais, que permita
a expressão dos projetos criados pelas crianças. Só assim, o brincar
estará contribuindo para a construção da autonomia. (KISHIMOTO,
1995 p. 05).

Quando uma criança brinca, seja com um brinquedo, ou com um jogo, ela
está exercitando sua imaginação, neste momento a criatividade surge, a criança
descobre a si mesmo, tornando-se apto a aprimorar suas potencialidades. A
ludicidade, o jogo ou a brincadeira, fazem parte do lazer vivido pela criança. E lazer
com relação á infância é,
25

[...] como a cultura – compreendida no seu sentido mais amplo –


vivenciada (praticada ou fruída) no “tempo disponível”. O importante,
como traço definidor, é o caráter “desinteressado” desta vivência.
Não se busca, pelo menos fundamentalmente, outra recompensa
além da satisfação provocada pela situação. (MARCELINO, 1990, p.
31).

Porém, a criança está cada vez mais perdendo sua infância para se
ocuparem em algo que a família almeja para seu futuro, o que Marcelino (1991, p.
54) chama de “[...] dominação exercida sobre a cultura da criança, com o ‘furto’ do
seu componente lúdico. Há um descompasso entre o discurso oficial, que reconhece
a sua importância, e a social que se desenvolve nesse sentido”.
O autor diz que a criança está sendo dominada, muitas vezes para praticar
diversos deveres, restringindo assim o tempo em que estaria vivenciando sua
infância e complementa dizendo que “[...] a restrição de tempo e espaço para a
criança, acaba reduzindo a cultura infantil, praticamente, ao consumo de bens
culturais, produzidos não por ela, mas para ela, segundo critérios adultos [...]”.
(MARCELINO, 1991, p. 54).
Determinar as obrigações às quais a criança deverá cumprir no decorrer do
dia, é muito comum na sociedade atual, às mesmas são inseridas em aulas de
diversas línguas, balé, futebol, entre outros. O tempo que resta para essas crianças
brincarem e se divertirem é mínimo ou até mesmo inexistente. Marcelino (1993, p.
54) acrescenta que “[...] o que se vem verificando, de modo crescente, é o furto da
possibilidade da vivência do lúdico na infância ou pela negação temporal e espacial
de jogo, do brinquedo [...]”.
O que gira em torno da infância está sendo precocemente negado para a
criança, onde as próprias famílias, as quais são que mais exigem das mesmas,
muitas vezes as causadoras deste problema que é o “furto” do lúdico. O direito da
cultura da infância que engloba o brincar, se divertir, ao lúdico, deveria ser
respeitado tanto pela sociedade quanto pelas famílias.
Por outro lado, é preciso adentrar na realidade brasileira, a qual muitas
crianças perdem sua infância para exercer o trabalho, ato este que não é difícil de
ver, pois faz parte da necessidade de muitas famílias. Marcelino (1989), explica que
a preparação para um futuro de ‘vencedor’, ou a exploração como mão de obra
barata, não apenas furtam o lúdico da vida das crianças, como exigem uma nova
26

postura quanto à aplicabilidade do termo lazer a infância, uma vez que o brinquedo,
o jogo, o divertimento, passam a ser vivenciados, desde muito cedo, quase que
somente por oposição a essas ‘obrigações’. Talvez em outros países a infância
possa ser, realmente o reino da ‘não-obrigação’. Mas no nosso país, até mesmo o
compromisso com a batalha pela sobrevivência, torna impossível a vivência
descompromissada da faixa etária infantil.

1.3 – O LÚDICO NO CONTEXTO EDUCACIONAL


A ludicidade é uma temática que costuma atrair bastante os professores
alfabetizadores, mas que nem sempre é trabalhada com o devido cuidado. Enseja-
se que as atividades lúdicas contribuem em vários aspectos como autonomia,
comunicação, adaptações sociais no processo de aprendizagem e escolarização.
Negrine (1994, p. 41) menciona que “as atividades lúdicas possibilitam o
desenvolvimento integral da criança já que através destas atividades a criança se
desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente”.
No entanto, principalmente no ambiente escolar, persiste a ideia de que a
brincadeira está associada somente à recreação, ou seja, prevalece a concepção
que a brincadeira serve única e exclusivamente para divertir e recrear. Em
consequência disso, muitas escolas continuam resistentes ao uso de brincadeiras
em sala de aula. É comum ouvir de professores e gestores alegando que as
atividades lúdicas geram barulhos e desorganização, por isso devem ser evitadas.
Mas essa é uma ideia equivocada, ensejar que para aprender os alunos precisam
estar em silêncio absoluto.
O Lúdico é importante não apenas para a criança, mas para o ser humano de
modo geral, enquanto ser em desenvolvimento. Para Winnicott (1982, p. 163) “[...] a
criança adquire experiência brincando. As experiências tanto externas como internas
podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa riqueza encontra-se
principalmente na brincadeira e na fantasia [...]”. O brincar precisa ser algo
resgatado tanto na família como na escola, como complementa o autor Marcelino
(2002):

Recuperar o lúdico na perspectiva que proponho, significa, entre


outros procedimentos, uma prática pedagógica que relacione a
necessidade de trabalhar para a mudança do futuro, através da ação
27

do presente, e a necessidade de vivenciar todo o processo de


mudança, sem abrir mão do prazer. (p. 108).

O aprender em sí é lúdico, pois ele é um processo prazeroso de descobertas


e de curiosidades. Nessa perspectiva, é preciso resgatar a brincadeira. Esse brincar
surte como forma de conhecer o mundo, de ampliar os horizontes. O brincar precisa
assumir essa dimensão de vida e a “[...] criança é a prova evidente e constante da
capacidade criadora, que quer dizer vivência”. (WINNICOTT, 1982, p. 163).

1.4 – EDUCAÇÃO INFANTIL E O BRINCAR


Quando a criança brinca, ela desenvolve algumas áreas, que são elas:
afetivas, sociais, cognitivas e motoras. O brincar, seja dentro da escola ou em casa,
precisa ter um sentido e finalidade, pois a criança irá desenvolver algumas áreas e
se os professores ou pais não limitarem ou fazerem orientação disso, poderá ser um
tempo perdido. É muito importante se atentar as quatro áreas de desenvolvimento
das crianças, uma vez que se desenvolvem ao mesmo tempo.
Nesse sentido, a educação contribuirá no “[...] desenvolvimento das
capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais,
emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de
crianças felizes e saudáveis”. (BRASIL, 1998, p. 23).
Alguns autores falam que na educação, as crianças têm usado a brincadeira
como um artifício didático e que muitas vezes no período de recreação, elas brincam
apenas como um passa tempo sem direção ou objetivo. Para se trabalhar com a
ludicidade é preciso estar intencionada e implícita na brincadeira para haver
desenvolvimento. Então, cabe aos responsáveis direcionar a brincadeira e o lúdico
para a criança.
Sem se apoiar em teorias, poderíamos mencionar que o principal fator que
poderia estar embasando a presença do lúdico dentro do processo educativo, é o
fato de lidar diretamente com pessoas, mas se tratando dos teóricos nesse processo
educacional que já forma pontes para nortear os resultados de pesquisas cientificas,
reforçando a ideia de que onde há a presença do lúdico, o processo educacional se
torna mais efetivo, destacamos:
Jean Piaget (1896-1980), que entre os inúmeros conceitos, desenvolveu uma
pesquisa voltada à gênese do jogo infantil, que o teórico fez com os próprios filhos
28

desde recém-nascidos até os 02 anos de idade, verificando como o jogo surgia na


criança. Segundo Piaget (1975), a gênese do jogo infantil, se dar do 0 aos 02 anos
de idade e, daí por diante, qualquer criança que esteja inserida dentro do seu
arsenal de processos interativos com o mundo, o desejo natural para o jogo – a
partir desse período – é onde a criança vai se encontrar com a maior facilidade de
aprender e apreender o mundo, portanto, o lúdico para Piaget serve nesse momento
como o grande salto para todas as aprendizagens, inclusive as escolares.
Wallon (1879-1962) pesquisador francês se preocupou em pesquisar as
relações entre o ser brincante com o lúdico e, as origens do pensamento da criança
através dos seus primeiros momentos de vida e das experiências interativas com o
mundo. Percebeu que a medição da aprendizagem passa pelo processo do
pensamento, isso significa que, quanto mais a criança tiver o pensamento
solidificado, o processo de construção do pensamento elaborado irá favorecer não
só a interação com o mundo, mas a apreensão dos conteúdos escolares e sociais.
Fazendo relação à discussão teórica acima, o autor Lev Vygotsky (1896-
1934) foi fundador da Filosofia sócio - histórica de que os seres humanos são aquilo
que constroem durante as interações sociais e história de vida, e com isso,
preocupou-se em relacionar a criança com os jogos infantis e a carga de experiência
sociais-histórica que ela vai herdando gradativamente.
A criança é um ser social que reconstrói, amplia e modifica esse mundo em
que ela vive ou imagina estar. O brincar da criança é imaginação em ação “[...] outra
característica é a natureza das regras da brincadeira: não existe atividade lúdica
sem regras [...]”. (VYGOTSKY, 1991, p. 35).
No ato de brincar, a criança também desenvolve algumas habilidades que
serão percursoras para o resto de suas vidas, são elas: Imaginação, memorização,
criatividade e imitação. É um dos momentos mais importantes, onde é possível
colher as mais variadas informações emocionais. É válido reforçar, que quanto mais
jogos for trabalhado com a criança até os 7 (sete) anos de idade, mais ela terá
subsídios para dar continuidade na aprendizagem.
Contudo, a sociedade de maneira geral, está modelando a criança para se
tornarem alunos “sem ânimo”, são adultos que não se permitem brincar e isso é
reforçado na frase: Você já é grandinho demais para brincar – É bastante comum
nos discursos com as crianças em transição de idade. Sobre o brincar, Winnicott
(1982) enfatiza:
29

Brincar facilita o crescimento e, em consequência, promove a saúde.


O não-brincar em uma criança pode significar que ela esteja com
algum problema, o que pode prejudicar seu desenvolvimento. O
mesmo pode-se dizer de adultos quando não brincam ou quando
proíbem ou inibem a brincadeira nas crianças, privando-as de
momentos que são importantes em suas vidas, e nas dos adultos
também. (p. 176).

Vale destacar que muitas crianças hoje, estão brincando sozinhas na frente
de um computador, então sobre a questão da socialização, esse processo fica
inibido precisando ser resgatado. A criança que se acostuma brincar sozinha com
um aparelho, deixa de interagir com o ser humano e nessa visão, fica um convite
para reflexão: Até que ponto a escola e a família tem que flexibilizar esse ambiente
de brincadeira?
Ainda sob essa ótica, as tecnologias e os eletrônicos estão tomando um
controle parcial da sociedade e, contrapondo esse pensamento, a ludicidade para a
criança tem que ser apresentada como algo que possa balancear tanto quanto um
jogo digital e, conseguintemente, acrescentar de maneira positiva no seu
crescimento. No processo de leitura e escrita, trabalhar com jogos poderá estimular
o desejo do aprender.

1.5 – A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A FORMAÇÃO DOCENTE


No bojo da discussão sobre, o jogo e a brincadeira, existem outros
fenômenos que surgem quando a criança brinca, nessa perspectiva a afetividade
seria uma delas, vejamos: Ao propor um jogo competitivo, a presença da desafeição
fará parte da competitividade que o jogo conduz, mas há a necessidade do preparo
do professor, da consciência que ele terá que exacerbar sobre a importância da
ferramenta lúdica nesse processo educativo, que inicialmente, vai desde a seleção
da atividade visando objetivos a serem almejados tais como: a cognição, a
socialização e a afetividade. E quando esses aspectos estiverem visíveis,
provavelmente foram desenvolvidos de maneira correta e logo irão surgir no alunado
os princípios da autoestima e do autoconceito.
O autoconceito irá nascer a partir da relação que a criança irá ter com o outro
e, essa é uma relação social, histórica e cultural, é quando ela vai valorar o que o
outro diz dela dentro da atividade lúdica. Concorrendo com esses aspectos, aparece
30

a criatividade na medida em que cada desafio de jogo for vencido e com isso, a
criança irá perceber que ela precisou engendrar e inventar outras soluções
motivando-os a superação. A motivação ocorre na medida em que ela atinge a meta
final do jogo proposto, podendo continuar ou despertar o interesse por outros jogos.
Perpassando todos esses aspectos propiciará o ensino e aprendizagem mais lúdico,
alegre e prazeroso.
A brincadeira é algo construído, podendo surgir a partir de qualquer estímulo.
Nesse sentido o professor precisa olhar em volta do contexto e criar possibilidades
de aprendizagem lúdica. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
(1998):

A formação de professores se coloca, portanto, como necessária


para que a efetiva transformação do ensino se realize. Isso implica
revisão e atualização dos currículos oferecidos na formação inicial do
professor e a implementação de programas de formação continuada
que cumpram não apenas a função de suprir as deficiências da
formação inicial, mas que se constituam em espaços privilegiados de
investigação didática, orientada para a produção de novos materiais,
para a análise e reflexão sobre a prática docente, para a
transposição didática dos resultados de pesquisas realizadas na
linguística e na educação em geral. (p. 38).

É necessário que o professor sistematize aquilo que ele pretende aplicar ou


desenvolver, com objetivos claros e a finalidade do que se está desenvolvendo.
Além disso, o docente precisa ter atividades obviamente planejadas, mas em uma
situação de dificuldade observada em sala ou de uma colocação de um aluno, o
professor pode transformar isso em um momento lúdico e educativo. De acordo com
o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, educar é:

[...] propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens


orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal,
de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação,
respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos
mais amplos da realidade social e cultural [...]. (BRASIL, 1998, p. 23).

Ainda nessa perspectiva, é da natureza da criança o brincar, então se são


criadas possibilidades de espaços para brincadeira e não apenas com horários
impostos (como o intervalo/recreio por exemplo), poderá transformar um problema
de aprendizagem do aluno em algo que o instiga com o brincar, contribuindo na
socialização e possivelmente ajudará no entendimento, como afirma Kami (1991):
31

Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um


caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto,
mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros
e da sociedade. É aceitasse como pessoa e saber aceitar os outros.
É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher
entre muitos caminhos, aquele que for o mais compatível com seus
valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que
cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida. (p. 125).

O jogo traz consigo essa questão de resolução de problemas que permitem


uma série de respostas diferentes, conduzindo para um momento mais espontâneo
de aprendizagem. Nessa concepção, Severino (1991) informa que:

[...] ao entender a educação como um processo historicamente


produzido e o papel do educador como agente desse processo, que
não se limita a informar, mas ajudar as pessoas a encontrarem sua
própria identidade de forma a contribuir positivamente na sociedade
e que a ludicidade tem sido enfocada como uma alternativa para a
formação do ser humano, pensamos que os cursos de formação
deverão se adaptar a esta nova realidade. (SEVERINO,1991, p. 29-
40).

Contudo, é valido mencionar que na prática pedagógica existe uma


desvinculação do que se aprende na formação do Ensino Superior e na prática das
escolas. O que muito ouviu-se nos discursos de alguns colegas da graduação que
lecionam, é que quando eles chegam na sala de aula, apresentam-lhes um currículo
enxado priorizando as disciplinas de conteúdo e, o espaço que se julga brincar é tido
como secundário, ou seja, a ênfase é dada ao que o sistema impõe tirando essa
autonomia de se trabalhar as disciplinas com o lúdico.
Alguns gestores escolares reforçam que as disciplinas de conteúdos são a
“diferença na hora da estatística”. O lúdico enquanto ferramenta adjuvante ao
processo educativo nas séries inicias, possui essa dicotomia, infelizmente em sua
prática é visto dessa forma. Na verdade, existe um vácuo com o que o currículo
preconiza e aquilo que acontece na escola, não de maneira generalizada, mas em
termos gerais.
Sob o olhar pedagógico, é indispensável conhecer e observar, a presença da
ludicidade e o papel do professor nesse processo. O que nos leva a refletir sobre o
(re) significar dos cursos de formação, sobretudo a pedagogia, tendo a ludicidade
como um dos seus pilares. Como bem coloca SEVERINO (1991, p. 26-40) “[...] uma
32

das formas de repensar os cursos de formação é introduzir na base de sua estrutura


curricular um novo pilar: a formação lúdica”.

2ª SEÇÃO – PERCURSO METODOLÓGICO E ANÁLISE DOS DADOS

2.1 – PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS


Neste trabalho, realizamos um estudo de abordagem qualitativa, uma vez que
a mesma é uma forma de pesquisa adequada para entender a natureza de um
fenômeno social, de modo geral ela tem como objetivo situações complexas ou
estritamente particulares. (RICHARDSON, PERES,1985). “A pesquisa qualitativa
não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc”.
(GOLDENBERG, 1997, p. 34).
A vantagem de se utilizar a abordagem qualitativa é permitir a interação e
considerar a subjetividade dos sujeitos. Como desvantagem, pode-se apontar que
ela conduz uma excessiva coleta de dados e demanda de uma capacidade maior de
análise por parte do avaliador. A escolha da abordagem qualitativa veio em
proporcionar uma contribuição no processo de mudança de um determinado grupo
social, podendo assim relacionar o indivíduo com a sociedade. (RICHARDSON,
PERES, 1985).
O tipo de pesquisa aplicado é o de campo, pois versa estudar um problema
real a partir das experimentações e vivências, contudo, a pesquisa de campo não
isenta o pesquisador da teoria e prática, ou seja, mesmo se tratando de uma
experiência é preciso que se tenha a devido fundamentação literária. A pesquisa de
campo “é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, [...]
ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. (LAKATOS;
MARCONI 2003, p. 186).
A pesquisa de campo tem como vantagem o acesso a vários conhecimentos
ao que se é pesquisado, porém, esse acúmulo de amostras pode ocasionar um
33

descontrole de informações em função da limitada relação de confiança entre o


pesquisado e o pesquisador, podendo gerar dados falsos ou até mesmo a própria
resistência por parte dos pesquisados. (LAKATOS e MARCONI, 2003).
Para a realização do estudo em questão, inicialmente foi realizado um contato
pessoal de apresentação no ambiente, em seguida, entregue um documento para a
direção escolar concedido pela Faculdade de Pedagogia (UFPA/Castanhal)
solicitando permissão de participação na pesquisa (ver anexo). Após autorizada, fui
encaminhada para os prováveis sujeitos que participariam deste construto. Os
sujeitos desta pesquisa são duas professoras da Educação Infantil e, como forma de
preservar a identidade, as nomearemos com nomes fictícios: Ana e Clara. Ana tem
28 anos, formada em Pedagogia e atua como professora da Educação Infantil há 04
(quatro) anos e, Clara, 48 anos, também formada em Pedagogia, trabalha há 06
(seis) anos como docente.
É válido mencionar algumas ressalvas encontradas no caminho percorrido na
construção desta investigação, que se deram, sobretudo, na coleta de dados, fator
que em certos momentos fizeram pensar em desistir da pesquisa de campo, e optar
por uma revisão da literatura, pelo fato das escolas apresentarem certa resistência à
realização da pesquisa bem como os pesquisados. Informo que por várias vezes
tentei coletar os dados, e não tive êxito. Esta realidade acaba contribuindo para que
muitos acadêmicos tenham receio de ir a campo.
O lócus deste estudo, é uma escola da rede Municipal de ensino da cidade de
Castanhal2 localizado no Estado do Pará. A dimensão física da instituição, possui:
12 (onze) Salas de aula, uma área de serviços, 01 (um) bicicletário, uma diretoria, 01
(um) Ginásio de esportes, 01 (um) refeitório, uma Sala de informática, uma Sala de
música, uma Sala para os professores, uma Sala para reforço escolar, uma sala de
leitura, 03 (três) Salas de Recursos Multifuncionais, 01 (um) Laboratório de Ciências,
01 (um) banheiro adaptado unissex, 05 (cinco) banheiros masculinos e 05 (cinco)
femininos, uma Sala de reforço, uma Sala de Coordenação Pedagógica, uma Sala
da banda, 01 (um) Almoxarifado, uma Sala de arquivo, uma secretaria e 04 (quatro)
banheiros para os funcionários. Tem ainda uma copa que foi reestruturada com
depósito para merenda e 01 (um) depósito para material de limpeza. O quadro de
funcionários é composto por: 01 (um) Diretor, 02 (dois) Vice-diretores, 04 (quatro)

2
Para mais informações, acesse: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/castanhal/panorama
34

especialistas em Educação, 01 (um) Secretário, 02 (duas) Professoras da Educação


Infantil, 62 (sessenta e dois) Professores do Ensino Fundamental, 19 (dezenove)
Professores da EJA, 02 (dois) Professores SRM/AEE, 01 (um) Professor de Música,
19 (dezenove) Professores auxiliares, 01 (um) Professor de recreação e jogos, 01
(um) Coordenador do Programa Mais Educação, 11 (onze) Serventes, 05 (cinco)
Merendeiras, 05 (cinco) Agentes Administrativos, 05 (cinco) Auxiliares
Administrativos e 01 (um) zelador.
Inicialmente, este estudo tinha como técnica de coleta a entrevista com os
sujeitos, em uma determinada escola, mas não conseguimos retorno após meses de
espera, ainda permanecendo com a mesma técnica supracitada, trocamos o local da
pesquisa e a obstinação dos entrevistados persistiu. A partir dos insucessos pela
falta de disponibilidade dos professores, optamos por mudar a técnica para um
questionário – tendo em vista que seria mais acessível – estendemos um prazo
maior. Ainda assim, os empecilhos continuaram e após 02 (dois) meses,
conseguimos ter acesso às informações questionadas à esta pesquisa. Após o
questionário respondido, percebemos que as respostas estavam escassas e
evasivas e, não tinha muito o que explorar e com isso, foi necessário novamente
recorrer a uma terceira instituição escolar.
Nessa perspectiva, este estudo tem como técnica a coleta de dados por meio
de questionário com perguntas semiabertas. Direcionamos 10 (dez) questões à duas
professoras das turmas de Educação Infantil. Segundo Gil (1999, p.128) o
questionário pode ser definido como técnica de “investigação composta por um
número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas,
tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas etc”.
A vantagem do uso do questionário é a economia de tempo e pessoal – que
varia tanto em adestramento quanto em trabalho de campo. Há maior liberdade nas
respostas, haja vista que além do anonimato, o pesquisado não terá que lidar
diretamente com o pesquisador no momento das respostas. Como desvantagem,
algumas questões poderão ficar sem respostas, quando respondidas em sua maioria
são sucintas e, sem muitas informações.
Também contemplaremos o Projeto Político Pedagógico (PPP) da referida
escola, a pesar de não ser o documento principal da pesquisa. Mas é relevante, visto
que o mesmo é entendido como “o plano global da Instituição”. Nesse aspecto,
35

comunga-se a visão de Celso Vasconcellos (2002) a respeito do Projeto Político-


Pedagógico: “É um instrumento teórico-metodológico para a transformação da
realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da
instituição nesse processo de transformação”. (VASCONCELLOS, 2002, p. 143).
Diante disto, o PPP é uma tomada de posição diante da realidade, buscando
resultados frente aos objetivos traçados os quais os integrantes da organização
assumem o compromisso de alcançar. Exige-se, assim, além do envolvimento de
todos os setores, o comprometimento pessoal de cada um na busca desse futuro
novo e promissor.

2.2 – ANÁLISE DOS DADOS


Os dados apresentados abaixo, foram analisados a partir das falas dos
participantes tendo em vista os objetivos deste estudo. Quanto as categorias,
definimos: Ser Professor da Educação Infantil; Professor(a) recém-formada e
Professor(a) experiente. A escolha, se justifica no comparativo a fim de compreender
a perspectiva de cada uma sobre a discussão.
Com a definição elencada, verificamos o material colhido e seguimos a
sequência dos dados, conforme os campos foram emergindo, inferimos no
desenvolvimento a partir dos indícios apontados e, com isso, surgiram as
subcategorias: 1) Ludicidade na formação acadêmica; 2) Estratégias para facilitar o
ensino-aprendizagem dos alunos da Educação Infantil; 3) Dificuldades na Educação
Infantil; 4) Metodologias utilizadas para aplicar os conteúdos programáticos; 5)
Métodos utilizados para despertar o interesse dos alunos; 6) Recursos lúdicos; 7)
Reação dos alunos ao se trabalhar com o lúdico; 8) Dificuldades na sala de aula
para trabalhar com o lúdico; 9) Ações utilizadas em aula e a 10) Importância do
lúdico no processo ensino-aprendizagem.
Para Fiorin (2008, p. 01) “O gênero estabelece uma interlocução da
linguagem com a vida social. A linguagem penetra na vida por meios de enunciados
concretos, ao mesmo tempo, pelos enunciados a vida se introduz na linguagem”.
Nesse sentido, vale frisar que os sujeitos entrevistados se utilizaram das
experiências da docência para responderem aos questionamentos.

2.2.1 Ludicidade na formação acadêmica


36

A ludicidade proporciona um novo olhar sobre os processos de ensino e


aprendizagem a partir das experiências dessa abordagem e, como essa visão faz
uma diferença na formação dos educandos nos diferentes ciclos de escolarização e
no desenvolvimento de equipes. É um novo olhar e um ótimo recurso de mediação
para quem ensina e, uma ampliação da consciência de sí e do outro.
A ludicidade é uma proposta que permite que tanto o educador quanto o
educando, caminhem pelo sensível de cada um, pelo perceptível, sentimentos e
sensações, mostrando uma forma mais autêntica de ensinar e de interagir com o
mundo e com o outro, com o artístico e suas expressões, o corpo e suas diferentes
linguagens, é um formato de aprendizagem que inclui todas as formas de
comunicação e ao mesmo tempo, é um convite para apreciar o belo, sentir e a criar,
com liberdade e criatividade, construindo práticas mais integrativas e significativas.
Nessa perspectiva, entendemos de maneira valorativa a importância da Ludicidade
nos cursos de formação superior, conforme afirma Maria:

Com certeza! Eu acho que se não houver, a parte da ludicidade, não


tem como, por que, eu acho que é a base de tudo. Quando se
trabalha com crianças e até com os mais velhos, desperta o
interesse deles. Na faculdade, fazíamos circuitos. Todo assunto que
o professor passava para a gente, buscávamos apresentar na
ludicidade. Fazíamos peças teatrais. Os professores, passavam
questões sobre a psicomotricidade. Nesse sentido, é importante
trabalhar através do lúdico, com jogos, com fantoches, brinquedos
cantados e etc. (MARIA, 2017).

O lúdico tem se mostrado como forte aliado no processo educacional, pois


permite ao professor ensinar de forma mais dinâmica e ajuda as crianças a estimular
a criatividade, a imaginação e colabora para aumentar o desejo de querer aprender,
quando este vem associado a um determinado conteúdo a ser ensinado. O
professor que utiliza, jogos, brincadeiras, brinquedos, ajuda os alunos a aprender de
forma espontânea, alegre e satisfatória os conteúdos de ensino.
Porém, ressaltamos a necessidade de se explanar mais a Ludicidade nas
disciplinas curriculares da graduação, principalmente aos relacionados as
licenciaturas, haja vista que os discentes em construção ao adentrarem o caminho
da docência, em especial da educação infantil, se sentirão fragilizados por terem tido
pouca fundamentação ou prática que os proporcionassem experienciar o universo
lúdico. Segundo Lavoratti (2008, p. 76), "mesmo quando o ensino dos saberes
pedagógicos aparece na grade curricular, raramente ele está articulado com os
37

conteúdos: os futuros professores aprendem sobre o que ensinar, não como fazer
isso. Ana destaca:

Foi pouco! Na realidade, vimos pouquíssimo na faculdade, mas


quando formei e fui para sala de aula, aprendi muita coisa junto com
as crianças. Na faculdade aprendemos mesmo só básico. Aprendi a
lidar com a ludicidade na prática. (ANA, 2017).

2.2.2 Estratégias para facilitar o ensino-aprendizagem dos alunos da Educação


Infantil
Podemos observar no lócus desta pesquisa, que o lúdico se faz bastante
presente de maneira efetiva na instituição, haja vista que a gestão escolar almeja
uma aprendizagem significativa conforme a proposta pedagógica do biênio
2017/2018, buscando consolidar o desenvolvimento autônomo dos educandos.
Mencionamos também, que toda a comunidade escolar é tida no espaço como
corresponsável pelo processo de aprendizagem, trabalhando conjuntamente nas
estratégias para facilitar o ensino-aprendizagem.

Com certeza! É todo voltado para isso, não só da Educação infantil,


mas das outras turmas também. Aqui na escola trabalhamos em
conjunto, geralmente fazemos sequências didáticas. Toda escola se
envolve, a criança aprende mais, por que nós falamos a mesma
língua. (MARIA, 2017).

Ainda sobre o planejamento pedagógico, ele é construído com a participação


de fato dos professores. Nessa relação participativa, o professor deixa de ser o
sujeito passivo e passa a ser crítico-reflexivo ativo, intervindo na construção. A
escola adota o modelo de gestão democrática propondo transparência das ações e
participando ativamente da aplicabilidade dela no que tange aos processos de
aprendizagem com ferramentas lúdicas. O resultado de todo engajamento da
comunidade escolar é espelhado no contato com os funcionários de modo geral,
alunos e rendimento educacional. De acordo com Veiga (1998, p. 124) “é preciso
desencadear um movimento no sentido de organizar o trabalho pedagógico com
base na concepção de planejamento participativo e emancipador”.

Sim, há estratégias. Nossa coordenadora geralmente faz cursos,


aperfeiçoamentos conosco. Tem o momento de montar jogos, porque
para a professora em sala de aula não dá tempo de produzir muita
coisa. (ANA, 2017).
38

2.2.3 Dificuldades na Educação Infantil


Quanto as dificuldades de aprendizagem dos alunos da educação infantil, a
autora Fernández (2001) nos propõem pensar nas modalidades de aprendizagem,
pois cada criança aprende de uma forma. Umas com mais dificuldades, outras não,
umas mais rápidas e outras mais lentas, cada sujeito é diferente. Portanto, as
causas que levam ao não aprender diferem, sendo assim, a solução para a
problemática de cada um é diferente.
Ainda sob essa ótica, algumas a instituições escolares acabam utilizando com
diferentes alunos a mesma metodologia por apresentarem a mesma problemática da
dificuldade escolar, sem levar em consideração os fatores e as causas que estão por
traz da dificuldade de cada aluno. A organização dos conteúdos a serem ensinados
e, como estão sendo ensinados podem contribuir para o não aprender dos alunos.
Porém, não é somente a organização da escola e do ensino que podem influenciar o
aprendizado dos alunos, mas também a autoestima, a afetividade, o lúdico e as
questões sociais. Vejamos nas discussões das duas falas:

Geralmente tem, mas buscamos sempre envolver aquela criança que


não aprendeu. O que trabalhamos hoje, no outro dia fazemos a
nossa avaliação. Com isso, caso percebamos que eles não
conseguiram reter o assunto, voltamos novamente trabalhando a
sequência didática ou outro método. Nós não temos uma turma
homogenia, onde todos aprendem de primeira, geralmente tem um,
que é aquele que é mais caladinho, aquele que não gosta de brincar,
que quer ficar só sentado – a faixa de idade é de uma clientela bem
carente. Muitas vezes têm crianças que não comeu, não almoçou e
que só lancha o que é dado no recreio escolar. Após se alimentar, já
parece outra criança, então temos que entender e perceber os
nossos alunos para poder aplicar o nosso trabalho com eles.
(MARIA, 2017).

Não, nenhuma dificuldade. Geralmente temos que ter estratégias


para determinados assuntos. Quando têm alunos que não
desenvolveu bem, buscamos outras estratégias para poder aplicar
aquele mesmo assunto, sempre buscando caminhos para serem
mais fáceis. (ANA, 2017).

2.2.4 Metodologias utilizadas para aplicar os conteúdos programáticos


Prioritariamente os professores da Educação Infantil que tem a prática da
inserção do lúdico dentro do processo educativo, o fazem pela preocupação do
desenvolvimento cognitivo que é um excelente adjuvante e uma forma de apressar
os processos de socialização. Essa reflexão se faz presente subjetivamente quando
39

observamos nos discursos das professoras entrevistadas no que se refere as


metodologias utilizadas para aplicar os conteúdos programáticos.

Usamos vários. Trabalhamos muito com contação de história, como


agora, estamos no meio da Consciência Negra, no mês de
novembro, estamos trabalhando o livro: Menina bonita do laço de fita.
Trouxe o livro para sala de aula e fui mostrar para os alunos a figura,
faremos recortes de tinta guache, para envolve-los na igualdade a
partir da leitura do livro, e para que eles compreendam que ninguém
é diferente do outro. Trabalhamos metodologias diversas de acordo
com o que vou trabalhar. (MARIA, 2017).

De acordo com Rubem Alves (1999) há quem conte histórias para enfatizar
mensagens e transmitir conhecimentos, na educação, essas professoras utilizam
como forma de enriquecer, diversificar, despertar e estimular a aprendizagem dos
alunos. Kishimoto (1994) ainda complementa dizendo que se almejamos formar
seres críticos-reflexivos, um dos requisitos é o enriquecimento do cotidiano infantil
com a inserção de contos, lendas, brinquedos e brincadeiras.

Nossa metodologia na Educação Infantil, geralmente usamos o


lúdico, as brincadeiras, as músicas, contações de histórias.... Fica
mais divertido, fica mais atrativo. Na educação Infantil tem que ser
assim, um dia de surpresa, nada tem que ser a mesmice, sempre
coisas novas. (ANA, 2017).

2.2.5 Métodos utilizados para despertar o interesse dos alunos


Durante todo o construto desta pesquisa, verificamos diversos autores que
defendem o lúdico como importante para o desenvolvimento da criança. Por que o
brincar, jogo e brincadeira estão presentes no contexto da criança. Isso faz com que
ela aprenda com mais facilidade e consiga entender com prazer. Almeida (1995, p.
41) ressalta que “A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se
ao mais alto espírito democrático [...]”.
Nessa concepção, sugerimos pensar na inserção do lúdico não como algo
maçante, mas como uma obrigação. Pois, ele permite que a criança consiga
entender os conteúdos propostos pelo professor, de forma que ela tem interesse em
aprender e curiosidade de conhecer mais. A professora Ana (2017) enfatiza “se não
trazer coisas novas, não tem como atrair a atenção deles”.
Reforçando essa ideia, a professora Maria destaca:
40

Com certeza, quando trabalhamos brincando, com jogos, com


fantoches, brinquedo cantado, eles gostam muito. Por que, educação
infantil, se a gente aparecer só com o quadro e mostrar no quadro,
não desperta. A nossa turma é uma turma muito ativa, muito
agitados, então temos que trazer eles para a gente por que se não
vira uma baderna na sala de aula. (MARIA, 2017).

2.2.6 Recursos Lúdicos


A Educação Infantil é uma área da educação privilegiada pela ludicidade, um
dos poucos lugares onde ela ainda é existente, pois no decorrer da vida escolar das
crianças o lúdico tão essencial para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor,
quanto para interações sociais, vai sendo esquecido pelos educadores. O lúdico faz
parte do desenvolvimento infantil, e ocupa um lugar extremamente importante no ato
de aprender. “A escola, sendo um lugar onde alunas e alunos encontram-se com
adultos investidos do poder de ensinar, pode possibilitar a potência criativa do
brincar e do aprender da criança”. (FERNANDEZ, 2001, p. 36).

Tudo fazemos com recursos lúdicos, trabalhamos as caixas mágicas


para contação de história para que eles cantem as músicas, tire um
brinquedinho e vai continuando a história. Eu fiz uma pirâmide
alimentícia, para trabalhar a alimentação saudável, sempre tem que
ter o lúdico. (MARIA, 2017).

Para inserir a ludicidade como um recurso pedagógico o professor precisa


estar disposto a ensinar e aprender brincando. Deixar que as crianças construam
suas próprias hipóteses diante de um determinado jogo, que elas estabeleçam
trocas de saberes, seja com um parceiro de brincadeira, um amigo invisível ou com
um brinquedo, pois o lúdico estimula o imaginário, a fim de dar prazer, alegria e
satisfação à criança, ela interage de forma divertida, com objetos e pessoas que
estão no meio à qual está inserida.

Com certeza! Podemos trabalhar o lúdico em sala de aula, e não


precisa ser muito caro, trabalhamos muito na educação infantil com
reciclagem, jogos numerais, jogos com alfabeto. Brinquedos, temos
na sala porque tem o momento de brincar, o momento de jogar, tem
o momento de pular, de gritar, das cantigas de roda, tem os
momentos da brincadeira, tem momento para tudo. (ANA, 2017).

Ressaltamos que a cultura da criança em meio a ludicidade é preciso ser


vivenciada, faz parte do seu desenvolvimento, de sua história, se essa cultura não
41

for ressabida, poderemos não saber que adulto a mesma será. Viver a infância, faz
parte de um dos momentos mais importantes para a formação cognitiva.

2.2.7 Reação dos alunos ao se trabalhar com o lúdico


Os jogos, brinquedos e brincadeiras contribuem de forma prazerosa para o
desenvolvimento global das crianças: inteligência, afetividade, ajuda na motricidade
e na sociabilidade “[...] além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu
contexto histórico, social, cultural e psicológico, enfatizam a libertação das relações
pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas [...]”. (ALMEIDA, 2003, p.
31).
Através da ludicidade a criança vai estruturando seu mundo interior e
exterior. As atividades lúdicas podem ser consideradas como meio pelo qual a
criança efetua suas primeiras grandes realizações. Através do prazer, ela expressa
a si e as suas emoções e fantasias.

Eles amam! É muito diferente do que você só falar. (MARIA, 2017).


É divertido, é atrativo, aprendizado com qualidade. Brincando,
conseguimos muito mais deles. (ANA, 2017).

Nesse sentido, é cabível dizer que lúdico e o aprender deveriam caminhar


juntos, pois o brincar é tão importante e fundamental para as crianças quanto o
aprender. O ensino torna-se mais prazeroso de acordo com as professoras. Nessa
perspectiva, o lúdico se mostra essencial tanto para o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e motor, quanto para interações sociais, já que o ser humano é um ser social
e precisa estar em contato com outras pessoas, e esse contato também se faz na
educação, mais precisamente com a ludicidade, por meio dos jogos e das
brincadeiras.

2.2.8 Dificuldades na sala de aula para trabalhar com o lúdico


O lúdico voltado para a criança, promove aprendizagem e o desenvolvimento
integral dos aspectos sociais, físicos, afetivos, culturais e cognitivos, desenvolvendo
o indivíduo como o todo. Sendo possível entender que o brincar auxilia a criança no
processo de aprendizagem proporcionando situações fantasiosas em que estará
contribuindo no desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas, as
42

quais colaborarão para ampliação do conhecimento por ser crucial para o ser
humano independente da sua idade e sobretudo na infância.

Nenhuma, a minha turma gosta de brincar, de participar e fazer


dramatizações. (MARIA, 2017).
Não, nenhuma. Porque são crianças e crianças gostam de se divertir,
de brincar. (ANA, 2017).

Segundo Campos (1986, p. 78) "[...] a ludicidade poderia ser a ponte


facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre a
sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de
qualquer tipo de aula". A ludicidade proporciona prazer em executá-la. Ela ajuda a
criança a desenvolver a coordenação motora, a ganhar, perder, a superar
frustrações e explorar o mundo sem perder sua identidade.

2.2.9 Ações utilizadas em aula


Quando perguntamos para as professoras sobre quais das ações
abaixo elas utilizavam com frequência nas aulas, ambas assinalam as
mesmas questões. São elas:
(x ) Jogos
( x) Brinquedos
( x) Brincadeiras
( x) Atividades externas
( ) Nenhum dos citados acima
Nesse sentindo, entendemos que é importante menciona-se a dissociação
existente sobre os conceitos de jogo, brinquedo e brincadeira a fim de deixar
explícitos para o leitor. Segundo a autora Kishimoto (1994) o brinquedo é
representado como objeto que dá suporte à brincadeira, como por exemplo: bolas,
boneca, carrinho, entre outros. Podendo ser divididos em duas categorias, que são
elas: brinquedos estruturados e os não-estruturados.
Os brinquedos estruturados são brinquedos prontos sem possibilidade de
intervenção – geralmente comprados. Porém os brinquedos não-estruturados são
aqueles não provenientes de fábricas, como as garrafas pet, papelão, palitos e etc.
Que acabam se transformando em um brinquedo a partir da imaginação ou intenção
de quem o manipula “[...] pode ser desmanchado e reconstituído, levando a criança
43

a compreender que o mais importante não é uma bonita produção artística e, sim, o
envolvimento durante o trabalho, porque o conhecimento está na ação e não nos
objetos”. (p. 34).
Já a brincadeira se distingue porque possui alguma estruturação pré-
estabelecida podendo sofrer alterações de acordo com aquele que aplica ou pela
própria criança conforme ela desejar, porém as regras não limitam a ação ou função
do lúdico. Assim como o brinquedo, a brincadeira possui três categorias definidas
por Kishimoto (1994) que são elas: tradicional, faz de conta e a brincadeira de
construção. A brincadeira pode ser coletiva como individual, variar de faixas-etárias
com consenso ou conflitos. A brincadeira é uma linguagem que a criança utiliza para
aprender a lidar com o mundo.
Contudo, o jogo é uma forma de apropriação da cultura e de incentivo para a
manifestação do pensamento. Segundo Bueno (2010) o jogo “[...] é uma atividade
que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na criação
como também na execução”. (p. 25). O jogo está integrado ao objeto do brinquedo e
a brincadeira. Porém é uma atividade já estruturada com o princípio de regras
existentes, como por exemplo: dominó, tabuleiro, quebra-cabeça e etc.

2.2.10 Importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem


O lúdico é quase um princípio que propõem diversas maneiras de explorar a
performance dos alunos a partir de estratégias, ele gera interesse nas crianças
subsidiando a construção do percurso de pensamento. Propõe oportunidades para o
professor oferecer atividades interessantes, significativas que desafiam ao aluno a
participar e raciocinar de maneira construtiva para resolver problemas. A ideia do
lúdico, poderá marcar a prática pedagógica do professor. “Os professores, aos
poucos, estão buscando informações e enriquecendo suas experiências para
entender o brincar e como utilizá-lo para auxiliar na construção do aprendizado da
criança”. (MALUF, 2003, p. 29).

Eu acho que é o mais importante. No brincar, a criança desenvolve


muito a questão da psicomotricidade, a questão da coordenação
motora e conseguem fazer a assimilação. Eles conseguem
desenvolver a oralidade, relacionamentos.... A ludicidade é o mais
importante, eu acho que todo professor deveria trabalhar isso na sala
de aula, ter o momento para trabalhar o lúdico, por quê para você
ficar dentro de uma sala de aula quatro horas sentado numa cadeira,
44

é cansativo demais, e quando trazemos a ludicidade para eles, fica


mais fácil. (MARIA, 2017)

Maluf (2003, p. 29) menciona que “Quem trabalha na educação de crianças


deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção e a
imaginação de uma criança brincando com ela. O lúdico é parceiro do professor”. A
cada etapa do desenvolvimento infantil, os mecanismos de interação com o meio em
que a criança vive, vão se modificando na medida em que se aprimora a capacidade
de atribuir significados aquilo que ela ouve, ver e experimenta. Nessa relação, a
professora Ana frisa chama a atenção dos professores para fazerem a inserção do
lúdico nas suas práticas e aproveita o ensejo para ressaltar sobre investimentos no
corpo docente:

Se todos os professores se adaptassem ao lúdico, os alunos


desenvolveriam muito mais. O lúdico é mais interessante, é muito
melhor para trabalhar com a criança. Eu gosto muito de trabalhar
com lúdico, porque é onde me identifico. Não sou muito boa de
produzir, mas só a importância de estar fazendo e de levar para eles
coisas novas, já é o melhor que posso fazer. Eu sempre trabalhei
assim desde meu estagio, muitos dizem que dá muito trabalho, mas
nós fazemos. Temos que dar para nossos alunos o melhor, porquê é
na educação infantil que conseguimos tirar, formar, moldar a criança.
Se essa base não for bem-feita, o aluno vai passar a vida inteira
tendo tropeços. Se tivesse como investir mais, produzir mais, ter
momento de tirar o professor de sala de aula – porque não tem
tempo para produzir. Falar é muito fácil, mas produzimos mesmo
(ANA, 2017).

A escola deve ser um espaço que motive o aprendizado e não somente


transmita o conhecimento, tendo em vista que o lúdico é um instrumento pedagógico
essencial na alfabetização, pois, a criança ao desenvolver atividades lúdicas,
apresentará um resultado significativo devido fazer parte do contexto dela e, quando
o lúdico é aplicado com intencionalidade faz com que o professor tenha melhores
resultados em sala de aula.
45

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa compreende a importância da ludicidade nos espaços


educativos, em especial na educação infantil, dando ênfase no processo de
formação do educador para superar as dificuldades encontradas no processo de
ensino e aprendizagem conforme as perspectivas das professoras. Porém, não
poderíamos deixar de mencionar outro fator relevante e observado nesta pesquisa
que é relacionado ao investimento à categoria docente, haja vista que os
professores da educação infantil precisam de hora pedagógica livre para poderem
produzir e construir possibilidades motivacionais de aprendizagem com as
ferramentas lúdicas.
Nesse sentido, enfatizamos que se faz necessário aprofundar os
conhecimentos incentivando a reformulação de práticas e atitudes para desmitificar
ações do cotidiano escolar. Portanto, com esta pesquisa queremos reafirmar aos
educadores a respeito da importância da ludicidade no processo de ensino,
mostrando que por meio dessa ferramenta a criança aprende de uma forma menos
rígida, mais tranquila e prazerosa sem perder sua identidade.
Constatamos, que estudar e investigar sobre esta temática, é importante para
mostrar que as atividades lúdicas são alternativas metodológicas que contribuem na
aprendizagem dos educandos, pois conforme frisado na discussão teórica e nos
resultados, através do lúdico as crianças inventam, aprendem e descobrem com
facilidade sem perder sua cultura. Ainda sobre os resultados, ressaltamos que
embora haja um comparativo no que se refere ao tempo de serviço das professoras,
isso não influenciou, pois o que ficou evidenciado é que ambas trabalham com a
mesma finalidade: Motivar os processos de aprendizagem dos alunos, através das
ferramentas lúdicas.
46

Acreditamos que este estudo se faz relevante e por meio das realizações
deste trabalho, ao lermos as falas dos sujeitos, outros campos podem emergir,
assim como sugestões para a problemática pode ser pensada pelos leitores,
esperamos provocar inquietações para novas possíveis pesquisas acerca da
temática, visto que se trata de um assunto abrangente, mas que ainda requer
propostas efetivas para concretizar ações na prática educativa.
Contudo, concluímos que a ludicidade permite que a criança experimente a
realidade imaginária colocando-as como transformador social no campo abstrato
proporcionando se reconhecer como sujeito produtor do conhecimento. Ressaltamos
ainda, que ficou visível entender que o jogo, o brinquedo e a brincadeira intervém no
aprendizado da criança e por isso é primordial inserir nos processos educacionais.
47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AHMAD. Laila Azize Souto. Um breve Histórico da Infância e da Instituição de


Educação Infantil P@rtes (São Paulo). V.00 p. eletrônica. Junho de 2009.
Disponível em <www.partes.com.br/educacao/historicoinfancia.asp>. Acesso em
20/02/2017.

ALFAIA, da Cunha Debora; RIBEIRO, Maria Edilene, PEREIRA, Elisa de Nazaré


Gomes. Formação continuada de Professores: entrelaçando Saberes e Práticas
Inovadoras. Castanhal PA: GEPPE,2013.

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. São
Paulo: Loyola, 1995.

__________. Educação Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. 11 ed. São


Paulo: Loyola, 2003.

Alves, Rubem Azevedo, 1993 – Estórias de quem gosta de ensinar / Rubem


Alves. 6ª ed. – São Paulo: Cortez: Autores Associados, (Coleção Polêmicas do
Nosso Tempo).

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2>.
Acesso em: 17 ago. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação Infantil / Secretaria de Educação Básica.
– Brasília: MEC, SEB, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária da Educação


Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília:
MEC/SEF, 1998. v.1 - 3.

BRASIL. Tribunal de Justiça do Trabalho. Decreto n.º 3.597, de 12 de setembro de


2000. Promulga Convenção 182 e a Recomendação 190 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho
Infantil e a Ação Imediata para sua Eliminação, concluídas em Genebra, em 17 de
junho de 1999. Disponível em: < http://www.tst.jus.br>. Acesso em: 17 de ago. 2017.

BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares


nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos
parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BROUGÉRE, Gilles. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995.

__________. Brinquedo e Cultura. Trad. Gisela Wajskop. 4 ed. São Paulo, Cortez,
2001.
48

BUENO, Elizangela. Jogos e Brincadeiras na educação infantil: ensinando de


forma lúdica. Londrina – PR, 2010.

CAMPOS, D. M. S. Psicologia da Aprendizagem. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 1986.

DALLABONA, S.R,. MENDES, S.M.S. O Lúdico na Educação Infantil: Jogar,


Brincar, uma forma de Educar. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG,
v.1, n. 4, p.107-112, mar./2004.

FERNÁNDEZ, Alicia. Os idiomas do Aprendente: análise de modalidades


ensinantes em famílias, escolas e meios de comunicação. Trad. Neusa Hickel e
Regina Orgeler Sordi. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

FRIEDMANN, Adriana et al. O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo:


Scritta, 1992.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,
1999.

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.

HUIZINGA, J. Homo ludens. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

KAMII, Constance. Jogo em grupos na educação infantil. São Paulo: Trajetória


Cultural, 1991.

KISHIMOTO, Tisuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São


Paulo: Cortês, 1994

__________. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Rio de janeiro:


Editora Vozes. 1996.

__________. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.

__________. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1998.

__________. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5. ed. São Paulo:


Cortez, 2001.

__________. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez,


2008.

KOHAN, Walter Omar. Infância. Entre a Educação e a Filosofia. Belo Horizonte:


Autêntica, 2003.

KRAMER, Sônia. A infância e sua singularidade. In: BRASIL. Ensino fundamental


de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
49

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia científica. 5ª ed.


São Paulo: Atlas, 2009.

__________. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 5ª ed. São Paulo: Atlas,


2003.

LAVORATTI, Liliana. Descompasso de Objetivos. Nova Escola. São Paulo. Ano


XXIII, N. 217, p. 76 - 79, nov. 2008.

MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ:


Vozes, 2003.

MARCELINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da animação. Campinas, SP: Papirus,


1989.
__________. Lazer e Educação. 2ª edição – Campinas/SP: Papirus, 1990.

__________. Pedagogia da Animação. São Paulo: Papirus, 1993.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem & Desenvolvimento Infantil, Simbolismo e


Jogos. Porto Alegre: Prodil, 1994.

OLIVEIRA, V.M. O que é educação física. São Paulo: Brasiliense, 1985.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho,


imagem e representação. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

PLATÃO. As leis, ou da legislação e epinomis. Tradução: Edson Bini. 2. ed.


Bauru-SP: Edipro, 2010.

PLANALTO. Trabalho infantil no Brasil: questões e políticas. Brasília, 1998.


Disponível em: https://www.planalto.gov.br. Acesso em: 17 ago. 2017.

RICHARDSON, Roberto Jarry; PERES, José Augusto. Pesquisa social: métodos e


técnicas. Atlas, 1985.

SANTOS, Santa Marli Pires (Org). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico.


Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

SEVERINO, A. J. A formação profissional do educador: pressupostos filosóficos e


implicações curriculares. ANDE, Ano 10, n° 17, 1991.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino-


aprendizagem e projeto político-pedagógico. 10. ed. São Paulo: Libertad, 2002.

VEIGA, Ilma Passos A. RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves (Orgs.). Escola: espaço
do projeto político-pedagógico. Campinas: Papirus, 1998.

VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. São Paulo: Companhia das Letras, 1984.
50

__________. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

__________. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995.

WINNICOTT D. O. A criança e o seu mundo. 6ª edição, editora JC, Rio de Janeiro


1982.
51

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

PESQUISA DE CAMPO

APÊNDICE – QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

DADOS PESSOAIS
Nome:
Formação:
Tempo em que trabalha com educação infantil:
Instituição de Ensino que trabalha:

1) Na sua formação acadêmica, foi trabalhado assuntos acerca da ludicidade na


educação?
2) No planejamento pedagógico da Instituição em que trabalha, há estratégias
para facilitar o ensino-aprendizagem dos alunos da Educação Infantil?
3) Sua turma de Educação Infantil tem dificuldades para aprender os assuntos
trabalhados?
4) Quais as metodologias utilizadas para aplicar os conteúdos programáticos?
5) Há métodos os quais você utiliza para despertar o interesse dos alunos nas
aulas? Se sim, quais?
6) Em suas aulas é utilizado recursos lúdicos? Se sim, quais?
7) Como se dá a reação dos alunos quando trabalhado com recursos lúdicos?
8) Você encontra dificuldades em sua turma para se trabalhar com o lúdico? Se
sim, quais?
9) Quais destas ações você utiliza com frequência em suas aulas?
( ) Jogos
( ) Brinquedos
( ) Brincadeiras
( ) Atividades externas
( ) Nenhum dos citados acima
52

10) Como você define a importância do lúdico no processo ensino-


aprendizagem?

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

ANEXO – ENCAMINHAMENTO PARA A PESQUISA DE CAMPO

Memo. Nº 0104/2017 – FAPED

Castanhal (PA), 14 de Junho de 2017.

Da: Diretora da Faculdade de Pedagogia/UFPA/Castanhal.


Profª. Drª. Eula Regina Lima Nascimento
Para: ____________________________________________________.
Assunto: Encaminhamento para a pesquisa de Campo.
Pelo presente estamos encaminhando o(a)s aluno(a)s: ELIANE TEIXEIRA
CUSTÓDIO BIZERRA, matricula 201218540016, da turma de Pedagogia 2012, turno
noturno, para que possa realizar pesquisa de campo com o objetivo de coleta de
dados para realização do trabalho de conclusão de curso.

Certo de podermos contar com a sua compreensão, subscrevemo-nos.

Atenciosamente,

Você também pode gostar