SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................3
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que
seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a
mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe
convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e
prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 EVOLUÇÃO CONCEITUAL DOS TERMOS ADOTADOS AO LONGO DA HISTÓRIA
NO BRASIL: DOTAÇÃO, SUPERNORMAIS, BEM-DOTADOS, TALENTOS, ALTAS
HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO.
Fonte: veja.abril.com.br
[...] uma criança como qualquer outra, mas há algo que a distingue: o talento. Todo
talento deve ser estimulado, regado como se fosse uma planta. Entretanto, existe
uma teoria antiquada, segundo a qual a criança superdotada encontra um caminho
para desenvolver seus potenciais sob quaisquer circunstâncias.(LANDAU, 2002, apud
BRANCO, 2017, p. 28).
Vale destacar que o termo superdotação não sofreu alterações por um período de
vinte anos. Embora ainda existam autores que utilizam em suas obras os termos “altas
habilidades”, “superdotação”, “talentos”, “bem-dotados”, dentre outros apresentados, ao
longo dos anos, ocorreram algumas controvérsias na área e, portanto, em decorrência
desses fatores, as terminologias ainda são adotadas de modos divergentes, inclusive por
documentos oficiais como o descrito a seguir. A Política Nacional de Educação Especial
apresentou, em 1994, por meio do MEC, uma primeira definição de aluno com AH/SD, cuja
caracterização voltou-se para um:
6
[...] notável desempenho e elevadas potencialidades em qualquer dos seguintes
aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica
específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento
especial para artes e capacidade psicomotora (BRASIL, 1994, apud BRANCO, 2017,
p. 29).
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3 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: O QUE VEM A SER, AFINAL?
Fonte: sympla.com.br
A autora ressalta que “basta buscar significado de tais palavras no dicionário” Oliveira
(2007, p. 44), segundo Aurélio (2001): “Superdotado – indivíduo dotado de inteligência
incomum. Talento – dom natural ou adquirido; Inteligência excepcional” (p.44) Ou seja, tais
termos, ao considerar o significado das palavras, leva ao entendimento da dotação como
algo inato, um dom dado por Deus a alguns indivíduos. Oliveira (2007) destaca que o
“significado do termo “Altas Habilidades” (p.44) no dicionário Aurélio é: “Altas Habilidades –
notável desempenho e elevada potencialidade de capacidade intelectual, aptidão específica,
capacidade de liderança, talento especial para artes, etc.” (p.44)”.
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O termo “Altas Habilidades” ou “potencial elevado”, considerando o significado das
palavras, é entendido como uma predisposição em habilidade ou potencial que o
sujeito apresenta para realização de determinadas atividades. Nessa perspectiva,
esse termo é o mais adequado, uma vez que não há consenso entre os estudiosos da
área ao definir altas habilidades (OLIVEIRA, 2007, apud SOUZA, 2017, p. 107).
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O entendimento de que AH/SD está relacionada ao destaque do indivíduo em alguma
área do conhecimento, o que possibilita a esse se sobressair sobre os demais da mesma
faixa etária. Outro aspecto relevante é referente à terminologia “talento” que é comumente
utilizada para definir a pessoa que se destaca. Guenther (2000) descreve que a palavra
talento é:
Já Guenther (2000) destaca que “talentosa é a pessoa que realiza com alto grau de
qualidade, alcançando reconhecido sucesso, algo que representa expressão de uma
característica que a sociedade reconhece e aprecia, ou desempenha em nível de qualidade
superior em alguma área que a sociedade valoriza” (p.27). Conforme essa a autora, “o
talento implica na capacidade de desempenho elevado com um alto grau de qualidade,
capacidade essa onde o indivíduo se destaca dos demais, comparando-o com o grupo maior
detentor de características semelhantes” (GUENTHER, 2000, p. 27).
Há divergências quanto à definição da pessoa com Altas Habilidades/Superdotação
ou talentosa. Essas definições variam conforme o momento histórico de cada cultura.
Ao analisar os conceitos de Altas Habilidades/Superdotação adotados por Winner
(1998), Renzulli (2004), Gardner (1999), Perez (2004, 2008), Vieira (2005) dentre outros,
percebe-se que várias são as terminologias e concepções para definir o sujeito com
potencial elevado. Ao refletir sobre as terminologias e concepções referentes às AH/SD, é
necessário pontuar algumas definições de autores que pesquisam sobre a temática, os
quais trazem grandes contribuições para a compreensão acerca das Altas
Habilidades/Superdotação, especialmente em crianças. Nesse sentido, Winner (1998)
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esclarece o uso da terminologia superdotado para se referir a crianças com três
características atípicas.
1) Precocidade. As crianças superdotadas são precoces. Começam a dar os
primeiros passos no domínio de alguma área em uma idade anterior à média. Também
progride mais rápido neste domínio do que as crianças comuns, porque a aprendizagem
nesta área ocorre com facilidade para elas. Por área a autora refere-se “a uma esfera
organizada de conhecimento como linguagem, matemática, música, artes, xadrez, bridge,
balé, ginástica ou patinação” (WINNER, 1998, p. 12).
2) Insistência em fazer as coisas a seu modo. As crianças superdotadas não apenas
aprendem mais rápido do que a média ou até mesmo do que crianças inteligentes, mas
também aprendem de uma forma qualitativamente. Essas crianças necessitam de um mínino
de auxílio de adultos para dominar sua área, e possuem a habilidade de ensinar a si
próprias. Outro aspecto importante a se destacar nessa característica é referente à
criatividade. “As crianças superdotadas tipicamente são criativas no primeiro sentido: elas
fazem descobertas por conta própria e resolvem problemas de formas novas” (WINNER,
1998, p. 12).
3) Fúria por dominar. As crianças superdotadas são intrinsecamente motivadas a
extrair sentido da área na qual demonstra precocidade. “Elas experimentam estado de
“fluxo”, quando estão engajadas em aprendizagem no seu domínio – estados ideais nos
quais elas focalizam concentradamente e perdem a noção do mundo externo” (WINNER,
1998, p. 13).
Gama (2006) descreve que Renzulli “chama a atenção para o fato de que nenhum
Fonte: educamaisbrasil.com.br
“[...] a avaliação não pode ser isolada, linear, não deve adotar uma visão reducionista
do desenvolvimento humano, nem desconsiderar a influência de aspectos sociais e
culturais no comportamento dos indivíduos” (GUIMARÃES, 2007, apud BRANCO,
2017, p. 29).
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Nesse percurso, faz parte da avaliação realizada pelo psicólogo junto ao aluno com
AH/SD incluir sua família, a fim de ouvir as demandas dos pais ou responsáveis no que se
refere a compreender suas crenças, valores e sentimentos acerca do fenômeno das AH/ SD.
O psicólogo deve assumir uma postura de construir, orientar, informar e esclarecer junto da
família aspectos que valorizem as características que circundam as AH/SD, seu modo de
funcionamento, aspectos individuais, sociais e emocionais, com vistas a desmistificar ideias
distorcidas sobre o fenômeno.
Fonte: gazetadopovo.com.br
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natureza devem ser eliminados da educação. (BRASIL, 1990, apud MARTELLI, 2017,
p. 51).
Há, entretanto, que se fazer uma observação. Segundo Delou (2012), com o
surgimento do paradigma da inclusão, em 1990, os estudantes superdotados não foram
sequer mencionados. Na ocasião, só houve o reconhecimento da exclusão sofrida por
outros grupos, como: meninas e mulheres, pobres, povos indígenas, minorias étnicas, raciais
e linguísticas, dentre outros.
Lima (2011) relembra que a despeito das novas determinações acerca da educação
inclusiva das décadas de 80 e 90 ocorridas no Brasil, despontadas por influência de
documentos internacionais como a Declaração Mundial de Educação para Todos de 1990, a
Declaração de Salamanca de 1994 e a Nova Lei de Diretrizes e Bases para a Educação
Nacional de 1996 (só para citar algumas), a área da superdotação se mostrava frágil quando
comparada às discussões dos outros grupos abrangidos pela educação especial.
Fragilidade esta refletida na falta de oferta de programas de atendimento a esta
população pela rede pública de ensino e no despreparo de profissionais para a identificação
e atendimento destes alunos. O foco da modalidade de educação especial era voltado para
transtornos, deficiências e doenças que redundavam em dificuldades de aprendizagem.
(LIMA, 2011). Ainda hoje o foco de políticas públicas e da pesquisa parece concentrar-se na
área de deficiências.
Os brasileiros que compõem o público-alvo da educação especial foram
historicamente excluídos ou negligenciados em nossa sociedade. Mendes (2010) relata a
omissão do setor público para a educação deste alunado e a consequente mobilização
comunitária que dela adveio para tentar preencher este vazio no sistema escolar brasileiro.
Este movimento social resultou em uma intensificação da iniciativa privada, com instituições
filantrópicas sem fins lucrativos na década de 60. Concomitantemente, estas instituições
começaram a fazer parcerias com o governo, e desta forma, foram sendo financiadas com
recursos públicos advindos da área de assistência social, exonerando, por conseguinte, a
educação de sua responsabilidade.
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A educação inclusiva conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis e
constitui um avanço em relação à ideia de equidade formal. (BRASIL, 2008). A Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva visa à construção de
políticas públicas que buscam uma educação de qualidade para todos os alunos,
acompanhando desta forma os avanços do conhecimento e das lutas sociais. (BRASIL,
2008).
Do exposto, percebe-se ser cada vez mais importante que o direito à educação
garanta uma aprendizagem efetiva a todos os estudantes, independente das suas
dificuldades, uma vez que, lembrando Oliveira (2007), a educação passou a ser ao longo
dos últimos séculos, um dos requisitos para o acesso ao conjunto de bens e serviços
disponíveis na comunidade. O direito à educação, diz o autor, é reconhecido atualmente
como um dos direitos fundamentais do homem e, sem ele, não há como usufruir de outros
direitos constitutivos da cidadania.
Cabe a ressalva de que a universalização do acesso à educação por si só não
garante as condições necessárias para uma cidadania plena, já que além do acesso à
escola, é necessário que seja também garantido o direito à aprendizagem, que só se dá
mediante condições dignas de permanência.
Para abordar as condições necessárias à aprendizagem de todos os estudantes,
passa-se a uma análise introdutória acerca de políticas inclusivas. Neste sentido, Cury
(2005) afirma que estas são estratégias destinadas à focalização de direitos para grupos
socialmente vulneráveis marcados por uma diferença em específico. Focalizar grupos
específicos significa dar mais a quem precisa mais. Esta assertiva baseia-se no princípio da
equidade, segundo o qual:
[...] como já se afirmava na Antigüidade Clássica, uma das formas de fazerse justiça é
“tratar desigualmente os desiguais” [...] A eqüidade não é uma suavização da
igualdade. Trata-se de conceito distinto porque estabelece uma dialética com a
igualdade e a justiça, ou seja, entre o certo, o justo e o eqüitativo. Esse é o momento
do equilíbrio balanceado que considera tanto as diferenças individuais de mérito
quanto as diferenças sociais. Ela visa, sobretudo, à eliminação de discriminações.
(CURY, 2005, apud MARTELLI, 2017, p. 51).
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Neste diapasão, Gomes (2012) traz à tona a discussão do papel dos movimentos
sociais e da sociedade civil na luta por implementação de direitos e de políticas públicas
relacionadas à diversidade. A autora ressalta o papel dos movimentos sociais,
nomeadamente os de caráter indenitário (negros, quilombolas, feministas, pessoas com
deficiência, etc.), que contribuíram a partir dos anos 80 do século passado para iniciar um
olhar afirmativo da diversidade no palco social. Estes grupos, esclarece, reivindicam uma
educação que considere a relação entre desigualdades e diversidade, em todos os seus
níveis, etapas e modalidades.
Aduz também, que nos últimos anos, houve diversas mudanças no tratamento da
diversidade no contexto das políticas públicas, culminando com a implementação de
políticas de ações afirmativas devido à pressão histórica dos movimentos sociais aliado a um
perfil mais progressista de alguns setores do Estado brasileiro. (GOMES, 2012).
Os direitos sociais e sua positivação advêm de um jogo político. Porém, há outra luta:
a da materialização deste direito, para que ele não se torne inócuo. Oliveira (2007) escreve
que a despeito de a declaração de direitos poder tornar-se letra morta, ela cria a
possibilidade de luta política e jurídica pela sua efetivação. Desta feita, as sociedades
democráticas contemporâneas possuem uma contradição: declaram direitos a todos, mas
possuem resistência social quanto à sua efetivação.
A evolução legislativa se dá mediante o desenvolvimento contextualizado da
cidadania dos países. E neste sentido, a importância da lei decorre do seu caráter
contraditório, pois nela sempre existe uma dimensão de luta. (CURY, 2002). Exemplificando
este excerto, o autor analisa que “[...] Todo o avanço da educação escolar além do ensino
primário foi fruto de lutas [...].” (CURY, 2002, p. 247), por meio de uma concepção
democrática da sociedade em que se apregoa a igualdade de condições sociais ou a
igualdade de oportunidades. O auto ainda infere que a lei não é reconhecidamente um
instrumento mecânico de realização dos direitos sociais.
Ainda nesta seara, a ligação entre democracia e direito à educação escolar tem na
legislação um suporte e no Estado um provedor, de forma a garantir a igualdade de
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oportunidades e intervir no domínio das desigualdades. A ligação entre escolaridade e
educação como uma forma de garantia de direitos e de mobilidade social deve ser
considerada sob a história sociocultural de cada país. (CURY, 2002).
Corroborando esse caráter de disputas sociais em que são criados diplomas legais,
traz-se um excerto de Bobbio (2004), segundo o qual a análise da questão de direitos traz
consigo a necessidade de contextualização social quando se estuda a multiplicação dos
direitos do homem.
Muito embora o movimento pela escola inclusiva8 ser um tema discutido em todo o
mundo, no Brasil, o tema teve início a partir da sua participação na Conferência Mundial
sobre Educação para Todos, ocorrida em Jontiem, Tailândia 1990. Em 1994, com a
Declaração de Salamanca, o Brasil, dentre outros países, aderiu a esse movimento após a
clarificação dos princípios da educação inclusiva. A Declaração de Salamanca prescreve
que:
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As escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de
combater atitudes discriminatórias e que estudantes com deficiência e altas
habilidades/superdotação devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio
orientador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente
de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras”
(BRASIL, 2006, apud SANTOS, 2017, p. 53).
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atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e AH/SD. Esse
documento também prevê a implantação dos Núcleos de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação - NAAH/S em todos os estados e no Distrito Federal, com vistas a
formar centros de referência na área das AH/SD ao atendimento educacional especializado
dos superdotados da rede pública de ensino, orientação às famílias e formação continuada
dos professores.
Neste contexto de expansão do acesso de alunos com necessidades educacionais
especiais às classes comuns, constatável principalmente a partir da última década do século
XX, encontramos, a princípio, os educadores infantis que atuam na classe comum de ensino
público dos Centros Municipais de Educação Infantil, participantes desta pesquisa. Sob outro
ponto de vista, nos defrontamos com os depoimentos desses educadores sobre a falta de
formação acerca da inclusão e observações por nós realizadas durante o curso de formação
continuada, com vistas às AH/SD realizado no mês de agosto de 2016 e o suporte online,
ambiente de diálogo e debate oportunizado de agosto a dezembro do mesmo ano.
Com base na premissa de que a educação infantil é um espaço privilegiado de
interações e aprendizagem, são imprescindíveis ações voltadas para o desenvolvimento da
criança. Nesse sentido, Reis (2013) pontua o papel do professor nesse contexto:
As escolas que atendem a Educação Infantil precisam receber atenção especial dos
governantes, dos gestores, professores, pais, funcionários da escola, enfim de todos
aqueles que estão de alguma forma contribuindo para o processo educacional. Os
professores, sobretudo, devem colaborar no processo de ensino por meio da escuta
sensível, da organização do espaço escolar e, principalmente, é preciso que eles
tenham consciência da sua importância enquanto educador infantil (ZABALZA, 1995
apud MATOS, 2015, p. 2).
Assim, refletir acerca da formação dos profissionais que atuam na educação especial
e inclusiva no modelo vigente implica em pensar as tendências de formação nos diferentes
segmentos. Nesse interim, a questão do preparo do profissional para o exercício da
docência ocupa um lugar de destaque em debates acadêmicos, profissionais e políticos no
que concerne à inclusão escolar de educandos com necessidades especiais. A formação de
professores para atuar junto aos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE)
tem sido apontada pela literatura na área de Educação Especial e da Educação como uma
necessidade emergente para se efetivar a educação inclusiva.
A esse respeito, observa-se durante a realização do curso de formação continuada, a
preocupação notória de alguns educadores quanto à busca por mais conhecimento acerca
das Altas Habilidades/Superdotação no segmento da educação infantil.
Será privilegiada a formação que se faz no âmbito da própria escola, com pequenos
grupos de educadores ou com grupos ampliados, resultantes do agrupamento das
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escolas próximas. Este trabalho consiste no acompanhamento da ação‐reflexão‐ação
dos educadores que atuam nas escolas; envolve a explicação e análise da prática
pedagógica, levantamento de temas de análise da pratica pedagógica que requerem
considerando a reflexão sobre a prática e a reflexão teórica. (FREIRE, 2003, apud
MILITÃO, 2012, p. 11).
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especiais àqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram
incluídos os conteúdos ou disciplinas sobre educação especial e desenvolvidas
competências para:
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Ao se referir à formação continuada de professores, o Plano Nacional de Educação
ressalta a importância dessa modalidade de formação, em virtude das novas tecnologias e
avanços científicos vivenciados na atualidade, em que:
Diante desse contexto de políticas públicas, fica evidente a atenção à formação dos
profissionais da educação especial. Todavia, o tipo de formação oportunizada a esses
profissionais que atuam junto à educandos com deficiência, transtorno global do
desenvolvimento e/ou Altas Habilidades/Superdotação, prevista por lei, nem sempre está
condizente com a realidade das instituições escolares brasileiras.
Quando se refere à necessidade do educador infantil obter conhecimento sobre o que
vem a ser AH/SD.
25
Há, também, o reconhecimento de que o processo formativo não se esgota no
momento inicial, sendo a formação continuada percebida como um dos fatores
imprescindíveis para que os profissionais de educação possam atuar, efetivamente,
com todos os alunos sob sua responsabilidade em classe regular e no ambiente
escolar, de maneira mais ampla, por mais diversificado que esse grupo se apresente.
(JESUS, 2012, apud, SANTOS, 2017, p. 63).
Sendo assim, percebe-se que a formação não se esgota ao terminar uma graduação
ou pós-graduação e que a formação continuada se constitui num aspecto relevante para o
atendimento frente à diversidade. Segundo os educadores investigados na pesquisa, a
participação em cursos de formação continuada os possibilita rever suas práticas
pedagógicas.
Observando os relatos de concordância com os preceitos de Freire de que a
formação do professor não é um processo que se restringe à formação inicial, sendo mais
do que uma necessidade do professor, trata‐se de uma necessidade ética da qualidade de
ensino e crítica da própria atividade. A formação continuada oportunizada por esta pesquisa
denotou favorecer a reflexão dos participantes a buscarem mais conhecimento em prol da
educação inclusiva.
A educação inclusiva coloca à formação de professores o desafio de conjugar quatro
tipos de necessidades, quais sejam:
a) Oferecer formação como docente do ensino fundamental, quer seja no que tange a
uma formação teórica sólida ou a uma formação adequada no que se refere aos
diferentes processos e procedimentos pedagógicos que envolvam tanto o "saber"
como o "saber fazer".
b) Oferecer formação que possibilite analisar, acompanhar e contribuir para o
aprimoramento dos processos regulares de escolarização, no sentido de que possam
dar conta das mais diversas diferenças, entre elas a das crianças com necessidades
educativas especiais.
c) Oferecer formação específica sobre características comuns das crianças com
necessidades educativas especiais; como expressões localizadas das relações
contraditórias entre a sociedade em geral e as minorias e
d) oferecer formação sobre as características, necessidades e procedimentos
pedagógicos específicos a cada uma das necessidades educativas especiais, para
que estas possam também ser levadas em consideração pelos sistemas regulares de
ensino e possibilitar o entendimento direto à parcela dessa população que, por razões
pessoais, educacionais ou sociais, não possam ser absorvidas pelo ensino regular.
(BUENO, 2001, apud, SANTOS, 2017, p. 65).
Esses parecem ser os grandes desafios colocados para aqueles que, preocupados
com a formação de professores na perspectiva inclusiva, tem refletido sobre a efetivação
desde a Educação infantil, o que é nosso caso. Do exposto, pode-se inferir que uma
educação para todos precisa valorizar a heterogeneidade, que dinamiza os grupos, que lhes
oferece funcionalidade e propicia resultados bem sucedidos e de qualidade. Assim, a escola
26
e o Centro de Educação Infantil passam a serem lugares privilegiados de encontro com o
outro, onde há respeito por pessoas diferentes.
Fonte: pixabay.com
27
Quando se fala na educação da criança com AH/SD nessa importante etapa da
educação, faz-se necessário considerar que as crianças fazem parte de um grupo
heterogêneo, o que implica, assim, uma educação baseada em condições de aprendizagem
que as respeite como pessoas singulares. No que se refere à etapa da educação infantil,
Os jogos de exercício podem ser tanto jogos de exercício de pensamento quanto aos
jogos sensório-motores, sendo que ambos estão relacionados ao prazer funcional ou à
tomada de consciência. Nos jogos de exercício não há necessidade de pensamento nem
estrutura representativa especialmente lúdica, diferentemente do jogo simbólico que requer
a representação simbólica de um objeto ausente (NEGRINE, 1994).
Por fim, os jogos de regra, de acordo com Piaget (1975), podem ser observados a
partir dos quatro ou cinco anos de idade, quando a criança larga o jogo egocêntrico. No
entanto, é somente próximo dos sete anos que a criança consegue verdadeiramente se
submeter a regras. É neste tipo de jogo que a criança começa a se adaptar com a vida em
sociedade, sendo que as leis (regras do jogo) fazem com que o grupo se torne coeso e
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busque um objetivo em comum: jogar. Vale lembrar que as crianças, neste momento, não
questionam as regras, apenas as cumprem.
Quanto aos jogos simbólicos, segundo Barbosa e Botelho (2008), são mais
observados no final dos dois anos de idade, com o aparecimento da função simbólica
(representação de um objeto ausente) quando a criança entra no estágio pré-operatório do
desenvolvimento cognitivo. Desta forma, no jogo simbólico, a criança finge ser outrem,
atribui novas funções a objetos ou se imagina em alguma situação. Para que aconteça essa
forma de jogo é necessário que a criança tenha desenvolvido a representação simbólica,
uma vez que ela reproduzirá a realidade, será uma cópia da mesma e em seu imaginário
pretende viver e simular a realidade a modifica-la de acordo com seus interesses. “O jogo
simbólico é a atualização do fantasma. Satisfação do desejo, o jogo, como o fantasma que
ele expressa, tem por motivo um desejo insatisfeito buscando sua realização parcial” (LE
BOULCH, 1982, p.97). No entanto, o jogo não é ilusão, pois ele faz parte do meio e do
tempo em que a criança brinca.
Quando a realidade não permite às crianças experimentarem seus diferentes
personagens, ela se refugia em seu imaginário ao criar um mundo mágico que não é
completamente dissociado do mundo real, mas que mantém um lado fascinante. O jogo
simbólico é uma atividade própria para a criança criar esse mundo imaginário no qual o real
e a fantasia se misturam. Os estudos de Piaget sobre as manifestações da função simbólica
tiveram ampla repercussão, visto que vários estudiosos se inspiraram em suas observações
para reforçar as próprias concepções. Dessa forma, assim como Piaget, Rivière (1995),
Huizinga (1980), Chateau (1987), Monteiro (1979), Oaklander (1980) e Pain (1992)
ressaltam a importância do jogo simbólico como uma atividade lúdica que pode beneficiar a
criança.
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7 CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DA INTELIGÊNCIA DA CRIANÇA.
Fonte: neurosaber.com.br
31
7.1 Dos primórdios das Inteligências e as Altas Habilidades à expansão na década de
1980.
Tal conceituação deu origem ao uso de testes psicométricos. Nesse sentido, Gama
(2006) destaca que:
O instrumento criado por Binet e Simon no ano de 1904 testava a habilidade das
crianças, sobretudo nas áreas verbal e lógica, já que os currículos acadêmicos dos
liceus enfatizavam o desenvolvimento da linguagem e da matemática. Este
instrumento deu origem ao primeiro teste de coeficiente intelectual (QI). (GAMA,
2006, apud, SANTOS, 2017, p. 88).
33
e de seu uso (GARDNER, 2001). O referido autor define inteligência como “[...] um potencial
biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para
solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura” (GARDNER,
2001, p. 47). Esta visão diferenciada de inteligência possibilita um reconhecimento das
diferentes formas e estilos contrastantes que as pessoas têm/usam para conhecer as coisas
ao seu redor e a si mesmas. Nesta concepção, as inteligências acontecem
simultaneamente, pois uma ação exige vários tipos de inteligências. Portanto, elas se inter-
relacionam e complementam-se.
Até o momento, são oito as inteligências caracterizadas pelo autor e assim
nomeadas: linguística, lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, naturalista,
musical, intrapessoal e interpessoal. Estas oito inteligências são consideradas, por Gardner
(2001), como aquelas que melhor atendem aos oito critérios estabelecidos como básicos
para que uma faculdade fosse denominada "inteligência”. Oliveira (2007), em paráfrase de
Gadner, considera que “a identificação das habilidades deve ser realizada no período da
infância, possibilitando um atendimento adequado o mais cedo possível” (p.24). Insatisfeito
com a ideia de QI e com visões unitárias de inteligência, Gadner focaliza, sobretudo, as
habilidades importantes para o sucesso escolar e propôs redefinir a inteligência à luz das
origens biológicas de habilidades dos seres humanos na busca de soluções para seus
problemas (GAMA, 2011).
Segundo Sabatella (2005), “Gardner para pluralizar a noção de inteligência demonstra
que a inteligência humana não pode ser adequadamente medida apenas por respostas
curtas contidas em testes convencionais” (p.27). Desse modo, Gadner expande suas ideias:
A concepção de inteligência exposta por Renzulli (1984; 1986; 2001) e Renzulli, Reis
e Smith (1981) compreende a superdotação como resultado da interação de três
componentes: habilidade superior à média, compromisso com a tarefa e criatividade:
1) Habilidade Superior à Média (geral) - consiste em elevados níveis de abstração,
adaptações para novas situações e rápida recuperação da informação e Habilidade Superior
à Média (específica) se refere à aplicação de habilidades gerais em específicas áreas do
conhecimento, capacidade de trabalhar a partir de informações irrelevantes e capacidade de
adquirir e usar conhecimento avançado enquanto se resolve um problema;
2) Compromisso na Tarefa - envolve a capacidade para elevados níveis de interesse
e entusiasmo, trabalho persistente e determinação em uma área em particular, confiança e
direção para obter resultados, habilidade para identificar significativos problemas sem estudo
da área e padrão para o trabalho e,
3) Criatividade - consiste na fluência, flexibilidade, originalidade de pensamento,
abertura para novas experiências e ideias, curiosidade, disposição para correr riscos e
sensibilidade para características estéticas.
No que tange as habilidades que podem ser gerais ou mais específicas, por si só,
nenhum dos componentes dispostos nas habilidades será suficiente para a expressão da
superdotação, de acordo com Pocinho (2009). A esse respeito, esse autor explica que:
A concepção desenvolvida por Renzulli (1984) descreve inclusive a ideia de que deve
haver uma mudança de ênfase na concepção atual de “ser superdotado” ou “não ser
superdotado” para um interesse em desenvolver comportamentos superdotados naqueles
indivíduos que têm um potencial maior para se beneficiar de programas educacionais
especiais. Segundo Alencar (1986), há autores que propõem, inclusive, que superdotação
não é algo que o indivíduo tem ou não, considerando antes este conceito como relativo ou
situacional. Desse modo, um determinado indivíduo poderia ser considerado superdotado
numa determinada situação e não em numa outra.
A esse respeito, Vieira (2010) expõe o resultado da pesquisa de Renzulli (1986),
realizado a partir da Concepção dos Três Anéis, em que “[...] os comportamentos de
superdotação são manifestações do desempenho humano que podem ser desenvolvidos em
certas pessoas, em determinados momentos e sob determinadas circunstâncias” (p.10).
Para Vieira (2010), com este pensamento, Renzulli faz uma declaração formal de que não
há garantias de que uma concepção ou definição de AH/SD seja uma rotulação definitiva
deste sujeito, pois são muitos os fatores que intervêm na sua manifestação.
Na busca de integrar o modelo dos três anéis de Renzulli, Mönks (1988, 1992) infere
que as diferentes dimensões são influenciadas pelos fatores das “educação” e “vida”. Por
isso, quando não adequadas às necessidades dos educandos, podem ser desestimuladores.
Tal concepção de desenvolvimento se baseia nos aspectos socioculturais e psicossociais
pertinentes à sobredotação.
Mönks dá ênfase às inter-relações que a criança estabelece com o meio ao longo do
seu desenvolvimento e a sobredotação. Nesta trajetória, destacam-se as características da
personalidade (a habilidade superior, criatividade e motivação) e o contexto social, pois é na
interação com o meio que a criança encontra oportunidades para aprender e desenvolver as
suas habilidades. Neste contexto, o papel das instituições de educação e socialização é
primordial para o desenvolvimento da criança, mais especificamente a família, a escola e os
pares (colegas do grupo).
36
Para o Modelo Multi-factorial da Sobredotação, o comportamento sobredotado é
exposto quando os seis fatores se inter-relacionam de forma adequada, o que
ocasiona um desenvolvimento equilibrado, tendo como base as competências de
relacionamento interpessoal do indivíduo. Assim, é acrescido o ambiente social às
variáveis cognitivas e de personalidade. Tal afluência parece ser, sobretudo,
importante quando se espera, ou se anseia, que a altas habilidades se tornem
visíveis em alto rendimento (PARKE, 1989; WHITMORE, 1980, apud SANTOS, 2017,
p. 92).
Sabatella (2005) ainda enfatiza que, de acordo com os estudos de Sternberg (Figura
1), “a inteligência pode ser aumentada e, assim como outros autores, está convicto de que
ainda não estamos próximos de alcançar nosso verdadeiro potencial”
37
Fonte: Adaptado de Sterbeng (1988) por Woolfolk (2010) (apud, SANTOS, 2017, p. 93).
38
O desenvolvimento do talento exposto por Gagné (2000) é facilitado por dois tipos de
catalizadores: intrapessoais (fatores físicos e psicológicos) e ambientais (desde influências a
um nível macroscópico, como fatores demográficos e sociológicos, até contextos mais
microscópicos, como o agregado familiar e os estilos parentais, passando pelas pessoas
que exercem influência sobre o indivíduo e que com ele interagem, como os professores e
os pares). O fator “sorte” é introduzido neste modelo, não apenas como influência ambiental,
mas também como um aspecto que pode exercer impacto ao nível do património genético
herdado pelo sujeito (GAGNÉ, 2000).
Em súmula, Gagné (1999, 2000) propõe, neste modelo, um processo de
desenvolvimento de talentos que assenta na transformação de habilidades inatas
excepcionais em competências sistematicamente treinadas e desenvolvidas, as quais
determinam a excelência ou talento numa determinada área de realização. Ao longo deste
processo de desenvolvimento, intervêm três tipos de catalizadores: intrapessoais,
ambientais e sorte. Ao propor uma categorização subjacente em níveis diferenciados dentro
da própria sobredotação, desde a mais ligeira a mais profunda, sugere-se que as respostas
educativas se ajustem ao subgrupo específico em que se enquadrarem os alunos.
Fonte: pdhpsicologia.com.br
39
Um aspecto fundamental a se considerar, ao se falar em inteligência e altas
habilidades/superdotação, é a relação entre inteligência e criatividade.
Desejo, alegria e paixão são palavras que estão intimamente associadas com
criatividade. Estes devem também caracterizar contextos educacionais, em que
reuniões produzidas lá e conhecimentos são construídos e reconstruídos
(CSIKSENTMIHALYI, 1996 apud ALENCAR e FLEITH 2003).
42
A respeito da primeira tese, Piaget (1936) faz referência ao estágio sensório-motor
compreendido entre o nascimento da criança até os dois anos de vida e a elaboração das
funções e estruturas preliminares para o desenvolvimento da inteligência da criança, a nível
prático.
Em revisita a Piaget, Vestena, Dias e Colombo (2012) apontam as implicações das
funções e estruturas preliminares para a educação com ênfase ao hábito e como esse
constituirá em inteligência quando se coordena em meios e fins, a exemplo da ação que a
criança faz ao tentar apanhar um objeto numa nova situação. Assim, por meio das
investigações de Piaget, as autoras mostram que as operações intelectuais são preparadas
pela ação sensório-motora até mesmo antes do aparecimento da linguagem.
A relação fundamental que envolve o desenvolvimento e a aprendizagem não é a
relação de associação, e sim é assimilação. Isto requer três aspectos a serem conhecidos
pelo educador infantil: “o conhecimento do sujeito epistemológico, as matérias a serem
ensinadas e o processo de interação entre as crianças e as educadoras” (VESTENA, DIAS e
COLOMBO, 2012, p. 215).
De acordo com a perspectiva construtivista, o “estímulo” proveniente do meio exterior
só sensibiliza o sujeito e desencadeia uma resposta quando seus esquemas de ação podem
interpretá-lo ou assimilá-lo. A resposta dada pelo sujeito é, pois, manifestação da ocorrência
da assimilação. Em outras palavras, os estímulos somente são significativos quando o
sujeito dispõe de “conceitos práticos” (esquemas de ação) ou estruturas mentais capazes de
conferir-lhes significação (VESTENA, DIAS e COLOMBO, 2012, p. 217).
Portanto, a gênese constitutiva de todo conhecimento não é uma simples associação
entre os objetos, mas sim a assimilação dos objetos aos esquemas deste sujeito. A
assimilação “é ao mesmo tempo, construção de estruturas e incorporação das coisas a
essas estruturas, [...] a experiência jamais é recepção passiva: é acomodação ativa,
correlativa à assimilação” (BECKER, 1997, p. 21). O sujeito em geral e, por consequência, o
sujeito epistêmico, é sujeito na medida em que ele se faz, na medida em que ele se constitui
como um conjunto de relações e não na medida em que é dado: “a inteligência é construção
de relações e não apenas identificação” (BECKER, 1997, p. 23). Logo, a gênese constitutiva
de todo conhecimento não é uma simples associação entre os objetos, mas a assimilação
dos objetos aos esquemas deste sujeito.
44
conhecimento sem conceitos. Isso significa que o conhecimento parte da ação de uma
pessoa sobre o meio em que vive, mas não adquire significação para o ser humano quando
inserido em uma estrutura – isso é assimilação.
A respeito da segunda tese de Piaget, o período sensório-motor é marcado pelo
desenvolvimento do conhecimento prático que constitui a subestrutura do conhecimento
representacional posterior. Um exemplo é a construção do esquema de um objeto
permanente. Para um bebê, durante os primeiros meses de vida, um objeto não possui
permanência. Quando ele desaparece do campo perceptual, o mesmo não mais existe.
Nenhuma tentativa é feita para encontrá-lo novamente. Mais tarde, o bebê tentará encontrá-
lo e ele irá encontrá-lo quando localizá-lo espacialmente. Consequentemente, “juntamente
com a construção do objeto permanente, também surge a construção do espaço prático ou
sensório-motor. Há similarmente a causalidade sensório-motora elementar” (PIAGET e
DUCKWORTH, 1973, p. 27).
Por isso, Vestena, Dias e Colombo (2012) ressaltam sobre a necessidade de expor o
bebê, no período sensório-motor, a um meio rico de objetos de diferentes formas, tamanhos,
espessuras, cores, com emissão de sons e luzes. O educador necessita entender a
construção cognitiva do bebê para realizar intervenções significativas.
Em síntese, a inteligência institui formas de organização e de adaptação que têm um
núcleo funcional dado a priori, mas que, do ponto de vista estrutural, são formadas ao longo
do desenvolvimento do indivíduo conforme ocorrem as solicitações do meio. Inicialmente,
temos a inteligência sensório-motora, que é a inteligência prática, que coordena
movimentos, percepções e ações e se desenvolve antes da linguagem, que tem um papel
fundamental durante todo o desenvolvimento mental porque temos toda uma lógica da ação
organizada neste período. Por isto, a inteligência sensório-motora é primordial para a
passagem à fase subsequente, o pré-operatório (marcada pela construção de certas
estruturas que permitem a relação do sujeito com os objetos através de representações
intuitivas, por exemplo, imagem, simbolismo da imaginação, desenho, etc.). Neste período, o
sujeito tem que reconstruir em nível da representação (intuitiva ou simbólica) aquilo que fora
conquistado em nível prático (sensório-motor) (PIAGET, 1975).
Piaget (2002) aponta que, ao longo do estágio pré-operatório, a criança transita entre
duas formas extremas de pensamento: uma pertencente ao início desse estágio, a do
pensamento por pura assimilação, cujo egocentrismo exclui toda objetividade; outra que é a
do final do estágio, a do pensamento adaptado aos outros e ao real, que prepara o
45
pensamento lógico. Piaget (2002) explica que, entre essas duas formas de pensamento,
encontra-se a grande maioria dos atos da criança, a qual oscila entre estas duas direções
opostas.
Na primeira forma de pensamento, pura assimilação - ao invés de se adaptar logo à
realidade nova que descobre e que constrói pouco a pouco, a criança começa, por meio de
uma assimilação egocêntrica, a incorporar todos os dados dessa realidade ao seu eu e à
sua atividade. Quando a criança transforma a realidade em função de seu eu, ou seja, de
acordo com suas próprias necessidades, Piaget (1937) explica que ocorre uma assimilação
deformante. Neste viés social, a assimilação deformante consiste em: “[...] uma espécie de
egocentrismo do pensamento tal que este, ainda insubmisso às normas da reciprocidade
intelectual e da lógica, busca mais a satisfação do que a verdade e transforma o real em
função da afetividade própria” (PIAGET, 1937, p.289).
Já na segunda forma de pensamento, adaptado ao real, a criança conhece o
pensamento, que pode ser chamado de pensamento intuitivo. Esse “é a experiência e a
coordenação senso motora, mas reconstituída e antecipada à representação” (PIAGET,
2002, p.29). Neste processo, a inteligência prática desempenha importante papel entre dois
e sete anos, pois prolonga a inteligência sensório-motora do período pré-verbal e prepara as
noções técnicas que se desenvolverão até a idade adulta. Ora, no início todo hábito é
irreversível e a esse respeito, Piaget (2002) cita um exemplo, o da escrita: “escreve-se da
esquerda para a direita e seria preciso toda uma nova aprendizagem para conseguir bons
resultados da direita para a esquerda.” (p. 35) Para isso se concretizar, é necessário que as
ações interiorizadas se prolonguem, no sentido de mobilidade reversível, para transformá-las
em operação. Portanto, para se tornarem operatórias as intuições precisam prolongar a ação
já conhecida do sujeito no sentido de torná-las intuições móveis e reversíveis.
A forma predominante de pensamento no estágio pré-operatório é o egocêntrico, que
é representado sob uma forma mais pura por meio do jogo, a que Piaget (2002) chamou de
jogo simbólico ou jogo de imaginação e imitação, que se manifesta através de um
pensamento individual quase puro, com o mínimo de elementos coletivos, ou seja, o
pensamento egocêntrico. Segundo Freitas (2010), é por meio do jogo simbólico ou
brinquedo de faz-de-conta que o aspecto afetivo, ganha uma dimensão ainda maior:
[...] quando a criança consegue utilizar, com liberdade, os seus poderes individuais
para reproduzir as suas ações pelo prazer de oferecê-las em espetáculo, a si própria
e aos outros, ou para, diante de situações penosas ou desagradáveis, conseguir
46
compensá-las ou aceitá-las após revivê-las mediante uma transposição simbólica
(FREITAS, 2010, SANTOS, 2017, p. 104).
47
Os estágios significam, ainda, que existe uma determinada sequência no
desenvolvimento cognitivo e que esse desenvolvimento, segundo Piaget (1975), passa
inevitavelmente, por cada um desses estágios.
“Assim sendo, podem variar de um sujeito para outro, de acordo com seu meio social
e o grau de inteligência, mas a ordem dos estádios é a mesma para todos os
indivíduos” (SOUZA, apud FERRACIOLLI, 1999, p 37.).
48
A Epistemologia Genética proposta por Piaget é notoriamente baseada no
desenvolvimento da inteligência e na construção do conhecimento do ser humano e tem
como finalidade descrever como esse processo acontece de forma isolada ou em grupo.
Também visa responder à influência do meio no desenvolvimento da inteligência e no
processo de construção do conhecimento. Dessa forma, é necessário destacar a relevância
dos estudos de Piaget para a educação.
49
9 CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS PELAS CRIANÇAS COM ALTAS
HABILIDADES SUPERDOTAÇÃO.
Fonte: vix.com
50
Características de aprendizagem: Podem apresentar poder de observação, exibir uma
percepção clara do que é significativo e ser especialmente atencioso; podem ler bastante
independência, mostrando preferencia por livros e revistas escritos para crianças mais
velhas; frequentemente demonstram grande prazer na atividade intelectual; apresentam
capacidades bem desenvolvidas de abstração, de conceituação e de síntese; podem
rapidamente perceber semelhanças, diferenças e anomalias; frequentemente abordam um
material complexo, dividindo-o em seus componentes e analisando-os sistematicamente.
Características de pensamento criativo: Segundo Vidal apud Stein (1975) os indivíduos
criativos têm uma percepção intuitiva aberta e não julgadora; formação acidental de
conceitos; curiosidade aliada a um alto nível de inteligência; senso de humor; grande
sensibilidade estética; gosto pelo risco; fortes interesses simbólicos. De acordo com Kneller
(1976 apud Novaes, 1979) o indivíduo criativo pode ser inconformista; humorista;
originalidade; capacidade de elaboração; persistência e dedicação; malabarismo intelectual;
flexível.
Segundo Stein (1975), um dos componentes fundamentais do ato criativo é a
independência e, por este motivo, o indivíduo excepcionalmente criativo apresenta forte
senso de liberdade para com os seus atos; ele não admite relações de dependência para
com os outros.
Segundo Stein (1975), um dos componentes fundamentais do ato criativo é a
independência e, por este motivo, o indivíduo excepcionalmente criativo apresenta forte
senso de liberdade para com os seus atos; ele não admite relações de dependência para
com os outros.
As características descritas anteriormente podem se manifestar de forma construtiva,
favorecendo a aprendizagem e boas socializações interpessoais, como podem se manifestar
de forma dificultadora, delimitando as relações interpessoais e sendo, difíceis e dolorosas.
Ocorrendo intolerância, e falta de compreensão por parte dos colegas bem como o aluno ser
considerado “diferente” pelos professores. Essas situações pode levar o aluno para o
isolamento e posteriormente exclusão do grupo social.
Para Gama (2006), a superdotação em crianças e adolescentes, é composta por três
fatores: precocidade ou talento; pensamento divergente (criativo e/ou crítico) e dedicação
obstinada a determinadas tarefas.
51
“A precocidade está sempre relacionada não ao comportamento ou forma de
pensamento propriamente dito, mas, à idade em que estes são exibidos [...]” (GAMA,
2006, apud SOUZA, 2013, p. 20).
52
problemas abertos” enquanto que o pensamento convergente almeja encontrar “a resposta
certa, aquela que foi definida a priori”.
Para Renzulli (1978, p. 182), as características para identificar uma superdotação são:
habilidade acima da média; comprometimento com a tarefa; e criatividade. Para ele, o
conjunto dessas três características define um superdotado, e a presença isolada de
qualquer um destes traços não seria suficiente para definir a superdotação, pois é na
interligação entre os três que se encontra a produção ou criação superior.
Assim a primeira é fundamental que manifesta a potencialidade superior em todo e
qualquer campo do desempenho humano e envolve duas dimensões: habilidades gerais:
incide na aptidão de processar e apreender informações, agregar experiências que resultem
em respostas apropriadas e adequadas a novas situações e na capacidade de se engajar às
experiências abstratas e, habilidades específicas: constituem-se na habilidade de adquirir
conhecimento, prática e agilidade para atuar em uma ou mais atividades de determinadas
áreas do saber e fazer.
A segunda característica descrita pelo autor relaciona-se ao direcionamento
especifico de atuação na realização de tarefas o aluno apresenta algumas características no
envolvimento com a tarefa: perseverança, persistência, dedicação e autoconfiança.
A terceira envolve aspectos de: fluência, flexibilidade, originalidade de pensamento,
abertura a novas experiências, curiosidade, sensibilidade e coragem para correr riscos. No
entanto, essa característica, deve-se ressaltar que, a criatividade não está somente
relacionada à área artística, mas também a qualquer área que o aluno se interesse,
acreditando-se que o seu desenvolvimento e a motivação dentro no estudo de seu interesse
ampliem as possibilidades deste ter sucesso, alto nível de desenvolvimento. Ele acredita
também que a superdotação possa ser uma transição.
Segundo Renzulli e Reis, 1997: “A superdotação emerge ou” “se esvai” em diferentes
épocas e sob diferentes circunstâncias da vida de uma pessoa; assim, os comportamentos
de superdotação podem ser exibidos em certas crianças (mas não em todas elas) em alguns
53
momentos (não em todos os momentos) e sob certas circunstâncias (e não em todas as
circunstâncias de sua vida).
De acordo com Freitas e Pérez (2010) a habilidade acima da média, um dos
componentes da superdotação, só pode ser identificada investigando o contexto no qual a
criança esta inserida com as demais crianças da mesma realidade.
A habilidade acima da média pode ser detectada tendo como referência um grupo
homogêneo de pessoas (por exemplo, os alunos de uma mesma turma escolar), da
mesma faixa etária e aproximadamente da mesma origem socioeconômica (já que as
oportunidades de expressão das AH/SD estão estreitamente vinculadas ao contexto)
(FREITAS, 2010, apud SOUZA, 2013, p. 23).
Com base em diversos autores, Freitas e Pérez (2010, p.17) destacam boa parte das
características mencionadas quando se trata de pessoas com AH/SD: precocidade, gosto e
nível elevado de leitura; interesses variados e diferenciados; tendência a se associar com
pessoas mais velhas; assincronismo; preferência por trabalhar ou estudar sozinhos;
independência; autonomia; senso de humor refinado; sensibilidade estética muito
desenvolvida; elevada capacidade de observação; liderança; gosto e preferência por jogos
que exijam estratégia.
Gardner (1991) propôs uma nova forma de considerar a inteligência, ou dotação,
através de uma teoria que tem sido mencionada como a teoria da inteligência múltipla.
Como se pode perceber, a concepção de inteligência foi se ampliando no decorrer do tempo,
com implicações importantes para a prática educacional, e mais especificamente, para a
prática pedagógica do professor, em sala de aula, especialmente no que se refere à
identificação das necessidades educacionais especiais do aluno e ao seu ensino.
Para Gardner (1991) crianças superdotadas dispõem de um alto nível de inteligência
de padrão cru, ou seja, possui potencialidades, mas necessitam ser trabalhadas,
desenvolvidas e aperfeiçoadas.
Gardner acredita que estas crianças, quando expostas a conteúdos específicos das
inteligências nas quais tem potencial, bem como têm oportunidades para explorar tais
conteúdos, possuem verdadeiras chances de se tornarem excepcionais em campos
de atividade que dependem das inteligências em questão. (GAMA, 2006, apud
SOUZA, 2013, p. 23).
54
talentosa não deixa de ser uma criança e por isso, pode apresentar condutas típicas de sua
faixa etária mesmo que contrastantes com suas habilidades. Landau (2002) acredita que a
única característica que distingue a criança com altas habilidades e superdotação das
demais, é o talento. Segundo ela, este talento surge “da capacidade de adquirir
conhecimento, desenvolver habilidades e compreender a experiência” (GAMA, 2006, p.41).
Mas ressalta que esta criança necessita de incentivo, pois caso contrário, pode desistir ou
voltar seu talento para fins destrutivos e antissociais.
O que poucas pessoas sabem é que as crianças superdotadas nem sempre são bem
sucedidas. Se a inteligência privilegiada as ajuda a compreender mais facilmente problemas
e situações, a falta de orientação pode atrapalhar o desenvolvimento psicológico e criar uma
barreira para a inserção social, pois, apesar da mente rápida, para o bom desenvolvimento
emocional, essas crianças precisam das mesmas coisas que as outras às vezes em maior
quantidade como compreensão, sentimento de pertencer ao grupo e nem sempre isso
ocorre, pois, primeiro lugar, elas são diferentes do grupo e percebem isso rapidamente;
depois, a superdotação pode provocar desconforto nas pessoas que se relacionam com a
criança, até mesmo sentimento de inferioridade, e isso pode prejudicar o relacionamento.
Segundo Lázaro (1981), tanto a negação da superdotação por parte dos adultos
quanto à exibição das suas habilidades são prejudiciais e tenderão a criar problemas na
55
área emocional e social. É tão perigoso exigir desempenho excessivo de um superdotado
quanto subestimar sua capacidade. O filho superdotado poderá ser um obstáculo à
autoimagem dos seus pais, podendo acarretar comportamentos inadequados de ambas as
partes.
Alguns superdotados passam por dificuldades na interação social. Muitas vezes
procuram a companhia de pessoas mais maduras, na tentativa de encontrar parceiros com o
mesmo nível intelectual ou o mesmo tipo de interesses. O medo de não ser aceito,
especialmente na adolescência, pode levá-lo à ansiedade e a um maior envolvimento com
atividades individuais. Por outro lado, algumas crianças superdotadas precisam de um
ambiente solitário, talvez mais do que as outras crianças, para satisfazer seus interesses
pessoais. Os pais precisam compreender e aceitar essa necessidade, desde que não
prejudique o desenvolvimento da criança.
[...] uma criança superdotada é frequentemente encarada como uma ameaça pelos
companheiros, pois, ela pode fazer com que padrões de trabalho de classe passem a
ser mais rigorosos e o professor passe a esperar mais dos alunos. Alguns até
chegam a negar seu potencial com medo de serem discriminados. (HURLOCK, 1964
apud NOVAES, 1979).
Quando o superdotado traz a sala de aula suas experiências, passa a ser percebido
como o diferente, o que atrapalha a aula e não deixa o professor ensinar o conteúdo. Pouco
a pouco, em vez de serem estimulados, este potencial, esta curiosidade, sua expressão,
seus pensamentos e sentimentos são inibidos. A consequência pode ser o fechamento,
negação de si ou a agitação (PRISTA, 1992).
Na Escola, se o ensino fosse voltado às reais necessidades do grupo, à criatividade, a
situação do superdotado seria menos preocupante. Ele estaria produzindo, não apenas
reproduzindo e se entediando em sala de aula. Estariam entre seus colegas, superdotados
ou não, sendo respeitado em seu estilo de pensar e aprender, recebendo atendimento de
enriquecimento nas áreas que desejasse (PRISTA, 1992).
56
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