Direitos Reais de Garantia: Hipoteca penhor e anticrese
Hipoteca
Sobre o conceito de hipoteca, este é um direito real de garantia pelo
qual o determinado bem fica gravado, ou seja, hipotecado como garantia do devedor.
A hipoteca é um negocio jurídico, que apresenta como sujeitos o
credor hipotecário, que é aquele que disponibiliza o credito, e o outro é o devedor hipotecário, que é aquele que garante o pagamento da divida. Dessa forma, ela possui também um caráter de acessoriedade, uma vez que foi criada apara assegurar um direito pessoal.
Segundo o artigo 1.473 do CC, são objetos da hipoteca, os imóveis
e os acessórios dos imóveis, o domínio direto e o domínio único, as estradas de ferro, os navios, as aeronaves, o direito para uso especial para fins de moradia, o direito real de uso, a propriedade superficiaria.
Existem distintas espécies de hipoteca, há a hipoteca convencional,
aquela estabelecida através de um acordo entre as partes; hipoteca legal, aquela estabelecida pela lei; hipoteca judicial, onde sentencia o réu ao pagamento de uma prestação em dinheiro ou em coisa; hipoteca cédular, que é constituída por cédula hipotecaria.
A hipoteca pode ser constituída para garantia de divida futura ou
condicionada, desde que determinado o valor máximo do credito a ser garantido. De acordo com o artigo 1.499 do CC, a hipoteca se extingue, pela extinção da obrigação principal, pelo perecimento da coisa, pela resolução da propriedade, pela renuncia do credor, pela remição e pela arrematação ou adjudicação.
Penhor
É o Direito Real de garantia segundo ao qual o devedor, ou alguém
por ele, transfere ao credor a posse de uma coisa móvel para garantir o pagamento da obrigação, ou seja, a transferência da posse da coisa tem por finalidade de assegurar o pagamento da prestação.
O penhor, diferente da hipoteca e anticrese, que são direitos reais de
garantia, é um direito real que recai sobre coisas moveis, e esses bens moveis são gravados com clausula penal de inalienabilidade.
Esse também é indivisível e acessório, em razão da subordinação
da relação real à pessoal. A indivisibilidade se da diante da sua função, uma vez que se constitui para garantir o pagamento de dívida e a acessoriedade tem como significado a dependência absoluta da relação real à relação pessoal.
Os objetos de penhor são as coisas móveis, os imóveis por acessão,
os direitos e os títulos de crédito. Na sua feição tradicional, o penhor recai em objetos móveis.
O penhor é classificado em penhor comum ou tradicional, penhor
especial e penhor legal. O penhor tradicional é aquele que decorre da vontade das partes, o penhor especial é todo aquele que apresenta regramento especial, como o rural, industrial e etc; por ultimo, o penhor legal, que é aquele que emana da lei.
O penhor rural é todo aquele que tem por objeto produtos e
instrumentos agrícola, assim como animais utilizados na indústria pastoral, agrícola e de laticínios. Ele é classificado em penhor agrícola e penhor pecuário. No penhor pecuário, pode ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. Há também, o penhor industrial, que podem ser maquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento.
O penhor de Direitos e Títulos de Credito pode ser objeto de penhor
direitos, suscetíveis de cessão, sobre coisas moveis. Esses bens móveis podem ser classificados em três espécies, os bens móveis pela própria natureza, bens moveis por determinação legal e os bens móveis por antecipação.
Segundo o artigo 1.436, extingue-se o penhor se, extinguindo-se a
obrigação, perecendo a coisa, renunciando o credor, confundirem-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa e dando-se a adjudicação judicial, a remição ou a venda da coisa empenhada.
Anticrese
A anticrese se define por um contrato pelo qual o devedor entrega ao
credor um imóvel, dando-lhe o direito de receber os frutos e os rendimentos como compensação da divida, consignação de rendimento. Na anticrese, a garantia do credor é representada pelos frutos e pelos rendimentos produzida pela coisa dada a garantia.
É efetivamente um direito real, eis que além de oponível a terceiros,
os frutos da coisa não podem ser objeto de penhora por outros credores. Este também é um direito acessório, provido do direito de sequela, oponível a terceiros.
O objeto da anticrese é necessariamente um bem imóvel dessa
forma, somente os bens imóveis podem ser objeto de garantia anticrética. Com base nisso, são necessários que sejam frutíferos, visto como o credor deve perceber os frutos naturais ou civis da coisa.
Sobre as espécies da anticrese, está pode ser comum, que é
quando o credor entra desde logo na posse do imóvel, passando a auferir-lhe os frutos; e a termo, é aquela em que o vínculo anticrético só terá lugar se vencida a dívida e não paga. Vale dizer, a posse e a percepção dos frutos só ocorrerão caso a dívida não seja solvida no dia do vencimento. Daí, alguns a verem como anticrese condicional.
Extingue-se a anticrese pelo pagamento da determinada dívida
contraída. Resolve-se ainda a anticrese pelo perecimento do imóvel, pela desapropriação, pela caducidade ou decadência e pela excussão por outro credor.
Referência
MELLO, Cleyson de Morais. Direito Civil: Direito das Coisas. 3.ed. São Paulo. 2021
Aula 012 - Do Uso Da Habitação Do Direito Real de Aquisição - Do Direito Do Promitente Comprador Direitos Reais de Garantia (Penhor, Hipoteca e Anticrese)