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Jorge Bezerra
DIREITO TRIBUTÁRIO
Processos
Administrativos e Judiciais
setembro, 2017
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A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça
qualificada e manifesta.
Rui Barbosa
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ÍNDICE
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TEORIA GERAL DO PROCESSO
O ESTADO
Para satisfação completa de suas necessidades, ainda que num plano ideal, o
homem (indivíduo) reclama a existência de um ente coletivo (político) e impessoal, nascido,
por assim dizer, como imperativo do viver em sociedade. Este ente político – representação
política da coletividade – a que designamos por Estado, adquire personalidade e representa o
poder superior a quem incumbe estipular as regras de convívio social e o cumprimento de
diversas atividades de interesse coletivo. Em razão da sua natureza, o Estado passa a ser
dotado de soberania em relação aos indivíduos, impondo-se a regra de que “o interesse
coletivo deve prevalecer sobre o interesse individual”.
A JURISDIÇÃO
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Assim, concluímos que a jurisdição tem por objetivo imediato a aplicação
da Lei ao caso concreto e por o objetivo mediato restabelecer a paz entre os particulares e,
com isso, garantiu a pacificação social.
Logo, é proibido ao órgão julgador deixar de resolver a causa que lhe foi
apresentada. O pronunciamento judicial, no entanto, pode ser favorável ou não à pretensão do
autor.
A AÇÃO
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Para Dejalma de Campos, “Ação é o direito público subjetivo que qualquer
pessoa tem de pedir ao Estado a prestação de sua atividade jurisdicional em um caso
concreto”.
b) nasce para o Estado o dever de apresentar uma solução à lide que lhe foi
submetida;
O PROCESSO
Esta acepção usual pode ser identificada em expressões comuns tais como:
“processo respiratório”, “processo industrial”, “processo seletivo”, “processo de ensino”, etc.
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litígio (A. A. Contreiras de Carvalho, in Processo Administrativo
Tributário, p. 16)
A AUTOTUTELA E A JURISDIÇÃO
ADMINISTRATIVA
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que se refiram à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. (Curso de Direito
Tributário da APET. MP editora, 2005, p 350.)
Art. 5º
(...)
(...)
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O Processo Administrativo Tributário é dirigido por diversos princípios,
alguns decorrentes das normas de direito administrativo e outras das regras constitucional.
Dentre eles, merecem destaque os seguintes: Princípio da Legalidade Objetiva, Princípio da
Oficialidade, Princípio do Informalismo, Princípio da Verdade Material, Princípio da
Motivação, Princípio do Devido Processo Legal e Princípio da Publicidade.
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Dessa forma o julgador deve sempre buscar a verdade, ainda que para isso
tenha que se valer de outros elementos além daqueles trazidos aos autos pelas partes, podendo
determinar diligências e perícias ou solicitar outras providências, se assim entender
conveniente. Na esfera tributária, as autoridades administrativas possuem a responsabilidade
de colher as provas que se fizerem indispensáveis para verificar a ocorrência ou não do fato
jurídico tributário.
Nesse sentido, a Lei n. 9.784/99, em seu art. 50, dispõe que os atos
administrativos devem ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos
que lhe servem de base, devendo a motivação ser explícita, clara e congruente.
Na lição de Vicente Greco Filho, são inerentes à ampla defesa (a) ter
conhecimento claro da imputação; (b) poder apresentar alegações contra a acusação; (c) poder
acompanhar a prova produzida e fazer contraprova, e (d) poder recorrer da decisão
desfavorável (Direito Processual Civil Brasileiro, 1993. p. 47).
Estudaremos:
- o lançamento de ofício
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- o auto de infração e notificaçao de lançamento
- o sistema de provas
O LANÇAMENTO DE OFÍCIO
Pode também ser formalizada por meio de Auto de Infração, lavrado pelo
auditor fiscal, cientificando o sujeito passivo ou o seu preposto da exigência do tributo e da
multa. A finalidade do Auto de Infração é servir de instrumento de prova da apuração de
infração às disposições da legislação tributária.
• obedecer a forma exigida pela lei, como é exigido de todo ato jurídico;
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• apresentar um objeto lícito que tenha por fim a criação, modificação ou
comprovação de situações jurídicas que estejam relacionadas com o
procedimento de lançamento.
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SISTEMA DE PROVAS
(...) é hoje concepção dominante que não pode falar-se num ônus da prova
do Fisco, nem em sentido material, nem em sentido formal. Com efeito, se é
certo que este se sujeita às conseqüências desfavoráveis resultantes da falta
de prova, não o é menos que a averiguação da verdade material não é
objeto de um simples ônus, mas é um dever jurídico. Trata-se, portanto, de
um verdadeiro encargo da prova ou dever de investigação. (XAVIER,
Alberto. Do Lançamento no Direito do Tributário Brasileiro. 3. ed.
Forense, 2005, pp156-157).
• Documental
• Diligencial
• Confessional
• Testemunhal
A PRESUNÇÃO
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Para ter validade é necessário que a presunção esteja expressamente prevista
na lei tributária com indicação precisa da hipótese a qual se aplica. Além disso, a presunção
em Direito Tributário é sempre relativa (juris tantum).
FASES PROCESSUAIS
INSTAURAÇÃO
DEFESA
IMPUGNAÇÃO
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Toda e qualquer prova documental deve ser apresentada com a impugnação,
precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual.
Esgotado o prazo sem que o crédito tributário tenha sido pago, o órgão
preparador declarará o sujeito passivo devedor remisso e o processo será encaminhado à
autoridade competente para inscrição do valor em dívida ativa e, em seguida, para a
proposição da ação de execução fiscal..
RECURSO
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Contra as decisões proferidas pelos colegiados do CARF são cabíveis os
recursos de Embargos de Declaração e Recurso Especial.
JULGAMENTO
Nos termos dos artigos 165 e 458 do CPC, a sentença (e, por extensão, o
acórdão) deve apresentar os seguintes elementos essenciais:
Segundo CALAMANDREI:
PRAZOS PROCESSUAIS
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PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
INTRODUÇÃO
• ação declaratória;
• habeas data.
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AÇÕES DA FAZENDA PÚBLICA
Nos termos do art. 585, VI, CPC a certidão de dívida ativa da Fazenda
Pública, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei cumpre constitui título
executivo extrajudicial.
O executado será citado para, no prazo de cinco dias, pagar a dívida com
juros, multa de mora e demais encargos ou garantir a execução.
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AÇÕES DO SUJEITO PASSIVO
AÇÃO DECLARATÓRIA
A ação deve ser intentada quando o tributo não tenha ainda sido pago, com a
finalidade de declarar a inexistência de obrigação tributária ou para fixar a obrigação tributária
em quantia menor ou ainda para se obter o reconhecimento de declaração de não-incidência
tributária, imunidade ou isenção fiscal.
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PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. SUSPENSÃO. FALTA DE
GARANTIA DO JUÍZO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Ainda que haja conexão entre ação ordinária em que se discute débito
fiscal e eventual execução fiscal, a suspensão desta só é permitida mediante
o oferecimento de garantia do juízo o que, conforme consignado pela Corte
de origem, não ocorreu.
• erro:
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No caso de pedido administrativo denegado (indeferido), o sujeito passivo
tem dois anos para a propositura da ação anulatória da decisão administrativa denegatória.
• subordinação do recebimento
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Uma vez garantida a execução, o executado tem o prazo de 30 (trinta) dias
para oferecer embargos, contados:
• do depósito;
• da intimação da penhora.
Na execução não se discute o mérito da dívida que está sendo cobrado, visto
que em relação a ela milita a presunção de certeza, liquidez e exigibilidade. Por força disto a
oposição via embargos deve se limitar às matérias relacionadas no art. 741 do CPC, quais
sejam:
• inexigibilidade do título;
• excesso de execução;
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
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A execução fiscal, como toda e qualquer execução, só pode ser promovida
pelo “credor a quem a lei confere título executivo” (CPC, art. 566, I).
Nos termos do art. 585, VII do CPC, a certidão de dívida ativa da Fazenda
Pública da União, Estado, Distrito Federal, Território e Município, correspondente aos
créditos inscritos na forma da lei, constitui título executivo extrajudicial.
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