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16/12/2021
Número: 1007362-26.2018.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 6ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 16/04/2018
Valor da causa: R$ 1.000,00
Processo referência: 595084220104013400
Assuntos: Enriquecimento sem Causa
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA
(AUTOR)
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
CIENTIFICO E TECNOLOGICO (AUTOR)
FIPECQ-FUNDACAO DE PREVIDENCIA COMPLEMENTAR JOAO VITOR LUKE REIS (ADVOGADO)
DOS EMPREGADOS OU SERVIDORES DA FINEP,DO CRISTIANE ROMANO FARHAT FERRAZ (ADVOGADO)
IPEA,DO CNPQ,DO INPE E DO INPA (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
23612 13/12/2021 21:53 Sentença Tipo A Sentença Tipo A
8365
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Distrito Federal
6ª Vara Federal Cível da SJDF
1. RELATÓRIO
Trata-se de ação de conhecimento, com pedido de tutela de urgência, ajuizada por INSTITUTO
DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA e CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO – CNPq contra a FUNDAÇÃO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DOS
EMPREGADOS OU SERVIDORES DA FINEP, DO IPEA, DO CNPQ, DO INPE E DO INPA – FIPECq,
objetivando, em síntese, a condenação da Ré à devolução dos valores das contribuições patronais vertidas
pelos Autores para custear a previdência complementar dos empregados destes, ressalvados o montante
destinado a custear os benefícios efetivamente concedidos.
Narram que a FIPECq, entidade fechada sem fins lucrativos de previdência complementar, foi
conveniada pelo IPEA e CNPq em 1978 para administrar a concessão de benefícios de previdência
complementar dos empregados dos Autores.
Informam que, com o advento da Constituição de 1988, houve a previsão de regime jurídico
único para a administração pública, o que foi efetivado pela Lei nº 8.112/1990, a qual transformou todos os
empregados públicos do IPEA e do CNPq em servidores públicos, submetendo-os desde então ao Regime
Próprio de Previdência Social. Em consequência, deixou de fazer sentido a existência de uma previdência
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complementar, razão pela qual eles deixaram de verter contribuições para esse fundo previdencial a partir de
janeiro de 1991.
Alegam que a Ré se nega a devolver esses valores, caracterizando enriquecimento sem causa.
O processo foi livremente distribuído à 2ª Vara desta Seção Judiciária, que declinou da
competência em favor da 6ª Vara, por dependência ao processo nº 59508-42.2010.4.01.3400.
Após determinação deste Juízo, os Autores emendaram a inicial quanto ao valor da causa.
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Na fase de especificação de provas, os Autores juntaram documento e pediram a produção de
prova pericial. A Ré dispensou a produção de novas provas.
A Associação dos Empregados da FINEP (AFIN) requereu o seu ingresso no feito na qualidade
de assistente simples, sob o fundamento central de que o acolhimento da pretensão autoral “atingirá
diretamente o equilíbrio econômico-financeiro e atuarial do PPC, afetando reflexamente a esfera jurídica dos
participantes e assistidos associados”, bem como a intimação do Ministério Público Federal para atuar na
qualidade de fiscal da ordem jurídica.
É o relatório.
Decido.
2. FUNDAMENTAÇÃO
Em primeiro lugar, indefiro o pedido de prova pericial, visto que as questões controvertidas
nesta demanda são essencialmente de direito. Os valores porventura devidos aos Autores serão apurados
oportunamente, em sede de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença.
O art. 119 do CPC dispõe que, pendendo causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para
assisti-la.
A expressão em destaque não deixa dúvidas: somente o interesse jurídico permite a intervenção
de terceiro na qualidade de assistente. Não é o caso em análise, em que a controvérsia a ser dirimida nos
autos, que se refere às contribuições vertidas pelos Autores (patrocinadores) antes da instituição do Regime
jurídico Único, não tem qualquer relação jurídica com os empregados da FINEP e o plano de previdência
complementar gerido pela FIPECq. O interesse pode ser econômico, mas não jurídico.
A questão foi bem detalhada pelos Autores na petição ID 189486860, a qual colaciono adiante
como razões para decidir:
[...]
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Para se permitir a intervenção de terceiros na modalidade assistência simples, torna-se
indispensável a demonstração de um interesse jurídico do terceiro na solução do processo,
não se admitindo que o pedido esteja embasado em um interesse econômico, moral ou de
qualquer outra natureza. É pressuposto para seu deferimento que o terceiro demonstre estar
sujeito a ser afetado juridicamente pela decisão a ser proferida em processo do qual não
participa, sendo irrelevante argumentar que sofrerá um prejuízo econômico.
O mero argumento de risco de prejuízo não supre o requisito essencial de interesse jurídico,
mormente quando o suposto prejuízo se fundamenta na impossibilidade de se beneficiar de
aporte de recursos que jamais foi destinado ao atendimento de suas pessoais pretensões.
Em outras palavras, o pedido delimitado na inicial não deve atingir os associados da
AFIN, vez que claramente limitado à situação específica dos empregados públicos
vinculados ao IPEA e ao CNPq, que migraram de regime com a adoção do Regime Jurídico
Único - RJU o direito brasileiro.
Tanto é assim que, desde o início do processo, os autores demonstraram que pretendem
reaver tão somente a cota parte a que tem direito na restituição, valores estes que serão
efetivamente apurados após a realização da perícia atuarial requerida ao Juízo, justamente
para que sejam verificados de forma precisa quais as quantias devem ser restituídas às
entidades públicas que não podem prosseguir no Plano de Previdência da ré por
impossibilidade legal (já que seus empregados se tornaram servidores públicos após a
adoção do RJU).
Não está em discussão nesta causa qualquer direito dos empregados da FINEP em relação
ao plano de previdência complementar gerido pela FIPECq, os quais estão ao largo de sofrer
qualquer lesão pela sentença a ser proferida nos autos. Vale dizer, a sentença deste
processo em nada influenciará na existência ou em prejuízo dos direitos pertencentes aos
empregados da FINEP em relação à FIPECq. Tratam-se de questões completamente
distintas. Os servidores do IPEA e CNPq, com a CF/88, passaram ao regime jurídico único e
não possuem mais qualquer relação jurídica com a FIPECq. A demanda fundamenta-se
nesta causa de pedir, não sendo objeto do processo as relações jurídicas dos empregados
da FINEP com PPC da FIPECq, muito menos estas relações jurídicas serão afetadas com a
sentença.
Está demonstrada a boa-fé dos autores desde a inicial, assim como nas tratativas
extraprocessuais junto à FIPECq, uma vez que em momento algum se indicou pretensão de
que fossem restituídos valores que não lhes pertençam. Muito pelo contrário, além do
hercúleo - e infelizmente infrutífero - esforço de se chegar a uma solução antes da
propositura de quaisquer demandas, de forma clara e expressa o CNPq e o IPEA indicaram
a necessidade de perícia atuarial, a fim de que fosse apurado quanto deve permanecer no
Fundo para custeio dos benefícios complementares existentes e do quanto deve ser
devolvido aos cofres públicos.
Solidariedade não se presume, sempre decorre de lei ou contrato, situação que não se
verifica no presente caso. Afinal, se tal solidariedade existisse, os aportes efetuados
pelos empregados (dos autores) que migraram para o RJU não poderia ter sido a eles
devolvidos, e quanto a esse ponto não se tem notícia de qualquer resistência e nem
irresignação dos ora peticionantes.
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Essa, inclusive, foi a resposta dada pela FIPECq ao IPEA, em 20.11.2013, quando se negou
a devolver os valores àquele patrocinador. Transcreve-se do CTA 055/13 PRE (anexo à
inicial desta demanda), que respondeu aos Ofícios n. 175 e 190/13/DIDES/IPEA:
[...]
A ausência de tal solidariedade, no caso concreto, já foi indicada também pela PREVIC,
conforme pode se extrair do item 5 da Nota n. 50023/2016/PREVIC (anexo à inicial), da qual
se transcreve:
[...]
[...]
Por fim, a AFIN não trouxe qualquer prova, seja estudo técnico ou parecer contábil atuarial,
para demonstrar que a decisão judicial proferida neste processo acarretaria a ruína
financeira da FIPECq. Ainda assim, essa relação jurídica havida entre os empregados
da FINEP e a FIPECq seria (apenas hipoteticamente) atingida economicamente. Sendo
assim, forçoso concluir que nem mesmo o interesse econômico no processo está
demonstrado pela AFIN em seu pedido de ingresso como assistente simples da FIPECq.
[...]
[grifos no original]
Rejeito a preliminar de impugnação ao valor da causa, pois este foi atribuído em conformidade
com a pretensão econômica buscada nesta demanda.
Com efeito, os valores solicitados pelo IPEA e pelo CNPq foram, respectivamente, de R$
99.401.240,76 (noventa e nove mil, quatrocentos e um reais, duzentos e quarenta reais e setenta e seis
centavos) e de R$ R$ 209.218.954,25 (duzentos e nove milhões, duzentos e dezoito mil, novecentos e
cinquenta e quatro reais e vinte e cinco centavos) – ID 5300180 e 5300195.
Ainda que, ao cabo do processo, se chegue à conclusão de que outro é o valor devido aos
Autores, não se pode negar que o montante indicado no parágrafo antecedente é o proveito econômico
pretendido nesta ação.
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2.1.4. Do litisconsórcio passivo e da denunciação da lide
Novamente, não lhe assiste razão. É que “o encerramento da relação contratual existente entre
o Patrocinador e a entidade fechada atinge a relação direta entre eles e não aos demais patrocinadores que
eventualmente optarem por continuar no plano, uma vez que suas contribuições deverão ser vertidas ao seu
grupo de beneficiados específico”, como bem resumiu os Autores em sede de réplica (ID 12034479).
2.2. Da prescrição
Também não procede a alegação de prescrição quinquenal. Isso porque o caso em análise
envolve omissão da Ré em devolver os valores vertidos pelos Autores ao fundo previdencial. Cuidando-se de
ato omissivo, a pretensão renova-se periodicamente. Logo, não se pode falar em prescrição.
Ainda que se entenda que o prazo prescricional teve início com o ato de indeferimento do
pedido na esfera administrativa (o que, de acordo com os documentos dos autos, ocorreu apenas em relação
ao IPEA), a pretensão autoral não foi atingida pela prescrição quinquenal, na medida em que a negativa do
requerimento foi levada ao conhecimento do IPEA em novembro de 2013 (ID 5300185), enquanto esta
demanda foi ajuizada em abril de 2018, ou seja, antes do decurso do prazo de cinco anos.
2.3. Da decadência
A alegação de decadência é impertinente, dado que a Lei nº 8.213/1991 aplica-se tão somente
ao RGPS, que não tem pertinência com as questões controvertidas na presente demanda.
2.4. Do mérito
Em suma, a controvérsia a ser dirimida nos autos se refere à destinação das contribuições
aportadas pelas patrocinadoras (Autores desta demanda) ao fundo previdencial administrado pela Ré no
período anterior à Lei nº 8.112/1990.
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Trata-se de ação de rito ordinário proposta pela Fundação de Previdência Complementar
dos Empregados ou Servidores da FINEP, do IPEA, do CNPq, do INPE e do INPA - FIPECQ
em face do CNPq, do IPEA e da União Federal (representando o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais — INPE e o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia — INPA), com
o objetivo de ver declarada a titularidade do Fundo Previdencial formado pelas contribuições
vertidas pelas Requeridas ao plano de benefícios de caráter previdenciário, administrado
pela Autora, no período anterior a 1º de janeiro de 1991, com o intuito de que os aludidos
valores possam ser utilizados em favor dos participantes que foram submetidos ao Regime
Jurídico Único.
Diante destes fatos, a parte autora propôs a presente demanda com a finalidade de que o
“Fundo Previdência formado pelas contribuições vertidas pelas Requeridas, no período
anterior a 1º de janeiro de 1991, ao plano de benefícios de caráter previdenciário
administrado pela Autora, deve ser utilizado no pagamento de benefícios previdenciários em
favor daqueles participantes que foram submetidos ao Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90)
e, por consequência, tiveram a relação de patrocínio com as Requeridas interrompida em
razão da extinção de seus contratos de trabalho, mantendo-se desta forma a finalidade
previdenciária de tais recursos, em respeito ao ato jurídico perfeito, preservando o direito
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acumulado pelos referidos participantes até aquele momento.”
A União apresentou sua contestação às fls. 175-208 do mesmo ID, em que reproduziu os
mesmos argumentos das entidades autárquicas litisconsortes.
A PREVIC foi autorizada pela decisão de fls. 62-5 do ID 137234359 a atuar como terceira
interessada, na condição de assistente simples da parte Ré. Às fls. 72-8 do mesmo ID, a
Autora interpôs agravo de instrumento (nº 11362- 43.2014.4.01.0000), convertido em agravo
retido. A PREVIC manifestou-se às fls. 93-106, requerendo a improcedência do pedido.
Às fls. 104-8 do ID 137234362, a Autora requereu autorização para utilizar uma pequena
parte dos recursos oriundos dos rendimentos decorrentes da aplicação do Fundo
Previdenciário objeto da presente demanda para equacionamento de parte do déficit
apurado pelo Plano de Benefícios, tendo em vista que “tal autorização não causa prejuízo
aos participantes e assistidos, nem às patrocinadoras, bem como que se estará observado a
finalidade previdenciária para a qual tais valores foram vertidos”.
Por meio da decisão de fls. 127-30 desse mesmo ID, foi esclarecido não ser possível a
análise do pedido de desistência formulado pela Autora, tendo em vista a impossibilidade de
aditamento do pedido após o saneamento do feito. Na mesma decisão, foi admitida a
intervenção da FINEP na condição de assistente litisconsorcial dos Réus, nos termos do art.
124 do CPC.
As partes apresentaram alegações finais, tendo o MPF aduzido não haver interesse público
primário que exija sua intervenção no feito, conforme se vê no decorrer do ID 137234363.
É o relatório.
Decido.
[...]
2.2 Mérito
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IPEA, o reconhecimento do direito de utilizar as contribuições vertidas pelos Requeridos, no
período anterior a janeiro de 1991, no pagamento de benefícios previdenciários em favor
daqueles participantes que foram submetidos ao RJU.
Isso porque, até dezembro de 1990, os funcionários daqueles órgãos eram regidos pela
CLT, e, por isso, contribuíam para o respectivo fundo de previdência complementar.
Com a entrada em vigor da Lei 8.112/1990, foram transpostos para o regime estatutário,
deixando de contribuir para o respectivo fundo.
Entende a Autora que, diante do surgimento do Regime Jurídico Único (Lei n.º 8.112/1990),
as reservas previdenciárias (“Fundo Previdencial”) formadas até a vigência da norma legal,
constituídas a partir das contribuições pagas pelos patrocinadores, ora Réus, mantém sua
finalidade previdencial e devem ser utilizadas em prol dos participantes que, aquela época
vinculados aos Réus (por liame empregatício), eram destinatários do plano de benefícios
administrado pela Autora.
Não é o caso.
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específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
- sociedades de economia mista., 5. Mandado de Segurança indeferido. Votação
unânime. (MS 22160, STF — Tribunal Pleno, - Relator Min. SYDNEY SANCHES, DJ
13-12-1996)
À exceção dos benefícios já concedidos antes da mudança de regime, o fato é que para os
servidores que passaram a integrar o regime jurídico único cabem apenas as vantagens e
benefícios da Lei nº 8.112/1990, dado que não aperfeiçoado o ato previdenciário em
momento anterior à mudança.
O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, pontua que o antigo sistema apenas é garantido
aos aposentados e pensionistas que obtiveram os benefícios sob à égide da CLT, antes da
Lei nº 8.112/1990:
3. DISPOSITIVO
[...]
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indisponível, que deve ser revertido ao erário mediante acerto de contas com a entidade privada de previdência
complementar, já que não poderá mais atender aos agentes estatais submetidos ao RJU.”
Por fim, vale anotar que o Tribunal de Contas da União, ao analisar representação da PREVIC
sobre o caso, chegou à conclusão de que é obrigatória "a devolução das contribuições aportadas pelas
entidades patrocinadores à FIPECq, no período anterior ao advento da lei n. 8.112/1990, referentes aos
empregados abrangidos pelo RJU" (ID 12034479).
3. DISPOSITIVO
Sobre esses valores deverão incidir correção monetária, desde quando devidos, e juros de
mora, a partir da citação, conforme o Manual de Cálculos da Justiça Federal.
Indefiro o pedido de intervenção formulado pela Associação dos Empregados da FINEP (ID
105463869).
Indefiro o pedido de intimação do Ministério Público Federal, por não estarem presentes as
hipóteses do art. 178 do CPC.
Nada obstante o acolhimento da pretensão autoral, mantenho a decisão que indeferiu o pedido
de tutela de urgência (ID 5485371), por ausência de perigo de dano, um dos requisitos exigidos pelo art. 300,
“caput”, do CPC para a concessão de tal medida.
Sem condenação em custas, não recolhidas em face da isenção prevista no art. 4º, inciso I, da
Lei nº 9.289/1996.
Sentença sujeita à remessa necessária, por força do art. 496, inciso I, do CPC.
Intimem-se.
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