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ALEPE Câmara

João Carlos/ Maria


Sandra

Ficha 03: História de PE

– Revolução de 1817

Introdução

O final do século XVIII foi marcado por grandes fatos que iriam abalar as monarquias
absolutas – Revolução Americana (1776), a queda da Bastilha (1789), levaram os monarcas
europeus a se organizar para se defenderem dos movimentos revolucionários, que se
espalhavam em todo continente americano. A fama de Napoleão Bonaparte passou a ter
grande repercussão, levando a maçonaria em Pernambuco, já em 1801, a conspirar para
proclamação da Independência.

A sociedade pernambucana era profundamente estruturada; os brancos europeus ou filhos


de europeus, que exploravam a terra, o comércio, e os pobres representados por negros,
mulatos, caboclos e cafuzos. Em Pernambuco havia uma grande difusão das ideias
revolucionárias, feita através da Academia do Paraíso, coordenada pelo padre João Ribeiro,
ou da Suassuna, chefiada pelo coronel Francisco de Paula Holanda Cavalcanti de
Albuquerque.

Recife na época da Revolução de 1817

Importante

Os plantadores de cana desejavam combater os comerciantes portugueses (seus credores e


inimigos). Eles temiam uma revolução liberal, pois identificavam a sua autoridade nas
propriedades com o absolutismo do rei. Achavam que por trás do liberalismo defendido

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Ficha 03: História de PE

pelos maçons, estava a abolição da escravatura; os escravos ainda eram essenciais à


prosperidade da agricultura que praticavam.

Fatos que causaram a Revolução

1- Os Gastos da Corte no RJ

Vieram juntamente com a Família Real cerca de 15000 pessoas que eram sustentadas pelo
governo. A maioria (nobres e funcionários do governo português) passou a ocupar os
principais postos na administração (tinham esses cargos somente para receber pagamentos).

Havia também os gastos com comidas, roupas, festas, etc.

O governador de Pernambuco era obrigado a enviar grandes somas de dinheiro para o Rio
de Janeiro e com isso, atrasava o salário dos soldados causando um descontentamento
geral no povo brasileiro.

2- Rivalidade entre Brasileiros e Portugueses

A mudança da Corte para o Rio de Janeiro deixou Portugal arruinado, pois o país perdeu o
monopólio sobre o comércio colonial e passou a ser dependente da Inglaterra. Por causa
disso, muitos portugueses vieram para o Brasil para tentar uma vida melhor.

Começaram a trabalhar em vários lugares (repartições públicas, casas comerciais, indústrias)


tirando o lugar de muitos brasileiros.

3- Influência da Independência dos EUA

Vários países da América queriam seguir o exemplo dos americanos.

4- Influência da Revolução Francesa

Os ideais da Revolução Francesa influenciaram muitas nações.

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5- Colônias Espanholas

Algumas Colônias Espanholas eram independentes.

Importante

Em 1810 através de um tratado, a Inglaterra fixava em 15% o imposto de importação sobre


mercadorias inglesas, enquanto os próprios portugueses eram taxados em 16% e os demais
paises em 24%, tornando o Brasil ainda mais dependente, importador de manufaturados e
essencialmente praticando uma agricultura de exportação, baseada na mão de obra
escrava. Esse quadro se agravou por volta de 1817, com uma crise econômica que teve a
sua origem na queda do preço internacional do açúcar e do algodão - principal produtos
de exportação do Nordeste.

A Insurreição de 1817

Ocorreu em 06 de março, no Recife, provocada por várias razões, como as grandes


contradições sociais e políticas existentes na colônia, pela infiltração maçônica na elite,
pelos interesses comerciais que ligavam comerciantes do Recife a grupos econômicos
estrangeiros e pela displicência e má administração do governador Caetano Pinto de
Miranda Montenegro. O governador mandou prender os suspeitos da conspiração.

Vitral representando a Revolução de 1817

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Causa Imediata

A revolta começou quando um soldado matou um português durante as festas


comemorativas da expulsão dos holandeses.

Os revoltosos tomaram Recife e libertaram os presos políticos. O governador Caetano Pinto


de Miranda Montenegro fugiu para o Rio de Janeiro.

Os líderes da rebelião chamavam-se: Domingos José Martins, José de Barros Martins (tinha o
apelido de “Leão Coroado”), João Ribeiro e Miguelinho (esses dois últimos eram padres).

Em Recife os revoltosos organizaram um governo provisório que tinha representantes do


clero, do comércio, do exército, da justiça e dos fazendeiros.

Medidas Tomadas

Abolição dos impostos

- Liberdade de imprensa

O novo governo seria republicano.

Ao tomar conhecimento da revolta, Dom João enviou a Pernambuco vários soldados para
retomar a cidade.

Enquanto o porto de Recife era bloqueado, tropas baianas atacavam por terra. Apesar de
lutarem, os rebeldes foram cercados e derrotados, mas muitos fugiram para o interior.

Os principais líderes foram julgados e condenados à morte. O padre João Ribeiro suicidou-se.

A repressão só diminuiu em 1818, quando Dom João foi coroado rei.

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A violência contra os pernambucanos aumentou ainda mais a revolta dos brasileiros que
desejavam, mais do que tudo, ser independente de Portugal.

O Processo de Independência

A instalação da Corte no Rio de Janeiro, transformando essa cidade na capital português,


veio não só modificar a perspectiva do povo brasileiro como desestruturar o próprio sistema
colonial.

Entre as inúmeras inovações decorrentes da presença da Corte, interessam-nos, entre outras


a abertura dos portos, a implantação da imprensa, da Biblioteca Real, dos cursos de nível
superior, do Real Teatro de São João e da Academia de Belas-Artes, para que foram
contratados docentes estrangeiros, que se constituíam na Missão Artística Francesa.

Estas transformações, ao mesmo tempo em que abriam uma nova fase da cultura brasileira,
expunham também o grau de retardamento com relação à cultura européia.

Durante os 13 anos da permanência da Corte no Brasil, as regras do colonialismo foram


viradas de cabeça para baixo, o Rio de Janeiro, sede da nova Corte, assumiu o papel de
capital imperial. Em poucos meses. D. João criou diversas instituições, além das já citadas:
Tribunal Superior, Conselho Militar, Tribunal de Apelações, Comissão de Comércio, Indústria e
Navegação, a Gazeta do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico, o uso do chá inglês, noz-
moscada, cravo, canela. Foi como uma Renascença para o Rio de Janeiro, ainda que sob o
controle de uma Corte conservadora e provinciana.

A permanência da Corte foi uma das grandes anomalias da História colonial e conduziu o
Brasil a sua singular transição para a Independência.

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Embarque da Corte

Desembarque da Corte

D. João, sua família e comitiva (a Corte), distribuídos por diversos navios, chegaram ao Rio de
Janeiro em 7 de março de 1808. Foram acompanhados pela Brigada Real da Marinha,
criada em Portugal em 1797, que deu origem ao Corpo de Fuzileiros Navais brasileiros.
Instalaram-se no Paço da Cidade, construído em 1743 pelo Conde de Bobadela como
residência dos governadores. Além disso, a Coroa requisitou o Convento do Carmo e a
Cadeia Velha para alojar os serviçais e as melhores casas particulares. A expropriação era
feita pelo carimbo das iniciais PR, de Príncipe-Regente, nas portas das casas requisitadas, o
que fazia o povo, com ironia, interpretar a sigla como "Ponha-se na Rua!".

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A abertura foi acompanhada por uma série de melhoramentos introduzidos no Brasil. No dia
1 de abril do mesmo ano, D. João expediu um decreto que revogava o alvará de 5 de
janeiro de 1785 pelo qual se extinguiam no Brasil as fábricas e manufaturas de ouro, prata,
seda, algodão, linho e lã. Depois do comércio, chegava "a liberdade para a indústria". Em 13
de maio, novas cartas régias (decretos) determinaram a criação da Imprensa Nacional e de
uma Fábrica de Pólvora. Em 12 de outubro foi fundado o Banco do Brasil para financiar as
novas iniciativas e empreitadas. Tais medidas do Príncipe fariam com que se pudesse contar
nesta época os primórdios da independência do Brasil.

Em 1820, quando a população portuguesa exigiu o retorno de D. João VI à Lisboa, pois


Napoleão já havia sido deposto na França. A Revolução do Porto estourou em 24 de agosto
do mesmo ano, inicialmente na cidade de Porto e, em seguida, para o resto das metrópoles
portuguesas. Apesar de conseguir adiar por alguns meses a insatisfação dos portugueses, D.
João VI se viu obrigado a voltar à Lisboa no ano de 1822. Seu filho, Pedro de Bourbon e
Bragança, se negou a ir a Portugal, ficando no Brasil "Se é para o bem de todos e felicidade
geral da nação, está declarado: diga ao povo que eu fico". A D. João VI foi obrigada a
realização do juramento à Constituição e a reinstalação da situação de colônia para o Brasil.
A elite brasileira foi contra a perda da situação a que o Brasil ascendeu, e a 7 de setembro
de 1822 D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil.

Retrato de D. Pedro I

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O Primeiro Reinado

O Primeiro Reinado (1822 – 1831), caracterizou-se por ser um período de transição. Foi
marcado por uma grande crise econômica, financeira, social e política. A efetiva
consolidação da independência do Brasil só ocorreria a partir de 1831, com a abdicação de
D. Pedro I.

A transição de Reino Unido para uma nação independente foi relativamente tranqüila,
apesar de conflitos na Bahia, no Piauí, no Maranhão, no Pará e na Província da Cisplatina. D.
Pedro teve que enfrentar problemas políticos. O maior deles iria eclodir no conflito entre
deputados conservadores radicais na Assembléia Constituinte, eleitos para elaborar a
primeira Constituição.

Seu primeiro ato político importante é a convocação da Assembléia Constituinte, eleita no


início de 1823. É também seu primeiro fracasso: devido a uma forte divergência entre os
deputados brasileiros e o soberano, que exigia um poder pessoal superior ao do Legislativo e
do Judiciário, a Assembléia é dissolvida em novembro. A Constituição é outorgada pelo
imperador em 1824. Contra essa decisão rebelam-se algumas províncias do Nordeste,
lideradas por Pernambuco. A revolta, conhecida pelo nome de Confederação do Equador,
é severamente reprimida pelas tropas imperiais.

A Constituição de 1824

A marca mais característica desta Constituição foi à instituição de um quarto poder, o


Moderador, ao lado do Executivo, Legislativo e Judiciário. Este quarto poder era exclusivo do
monarca e, por ele, o imperador controlava a organização política do Império do Brasil.

Por meio do Poder Moderador o imperador nomeava os membros vitalícios do Conselho de


Estado os presidentes de província, as autoridades eclesiásticas da Igreja oficial católica
apostólica romana, o Senado vitalício. Também nomeava e suspendia os magistrados do
Poder Judiciário, assim como nomeava e destituía os ministros do Poder Executivo.

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Utilizando-se deste quarto poder, Dom Pedro I aprovava ou não as decisões da Assembléia
Geral, além de convocar ou dissolver a Câmara dos Deputados.

Dessa forma, o imperador concentrava um poder sem paralelo, o que demonstrava o


caráter centralizador e autoritário da organização política do Império do Brasil. Tal situação
não foi aceita por toda a sociedade imperial. Havia quem aprovasse, quem calasse por
temor e quem contestasse. O protesto mais violento partiu da província de Pernambuco e se
transformou no episódio conhecido como Confederação do Equador.

A Confederação do Equador

No dia 2 de julho de 1834, explodia em Pernambuco uma revolução separatista, a chamada


Confederação do Equador. Movimento republicano, abolicionista, urbano e popular, que
eclodiu numa reação ao fechamento da Assembléia Legislativa Constituinte no Rio de
Janeiro, e em protesto contra a pequena autonomia das províncias e a enorme quantidade
de poder concentrada nas mãos do imperador D. Pedro I.

Frei Caneca, mártir pernambucano

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Importante

Pernambuco já havia liderado, em 1817, uma revolta separatista e republicana. Contando


com o apoio da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Pará, seus lideres anunciaram
a formação de um estado federativo independente do Brasil.

Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata e o “Tífis


Pernambuco” de Frei Caneca (ambos liberais) ajudaram ainda mais a preparar o espírito das
pessoas para a revolução.

Cipriano Barata era natural da Bahia e tornou-se notável pela sua atividade jornalística
defendendo os valores liberais da época. Dedicou a sua vida à luta revolucionária e esteve
ligado às camadas mais populares e por essa razão, foi preso várias vezes.

Frei Caneca era um dos discípulos de Cipriano e principal líder da Confederação do Equador
contra D. Pedro.

Os pernambucanos sentiram o peso do autoritarismo real quando D. Pedro I depôs o então


governador, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, e indicou um substituto para o cargo. A
troca do governo seria o último episódio que antecedeu a formação do movimento.

A Confederação, que se iniciou com a ação de lideranças e populares pernambucanos,


logo tomou corpo e conseguiu a adesão de outros estados do nordeste. Rio Grande do
Norte, Ceará e Paraíba também se juntaram ao movimento. Impassíveis às tentativas de
negociação do Império, os revoltosos buscaram criar uma constituição de caráter
republicano e liberal. Além disso, o novo governo resolveu abolir a escravidão e organizou
forças contra as tropas imperiais.

Depois de estabelecidas as primeiras ações da Confederação, alguns de seus líderes


decidiram abandoná-la. Tudo isso porque alguns integrantes da revolta defendiam a

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radicalização de algumas ações do novo governo. Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano
Munducuru acreditavam que a ampliação de direitos políticos e reformas no campo social
eram medidas urgentes no novo poder estabelecido. Com isso, os integrantes da elite que
apoiaram a Confederação se retiraram do levante.

De outro lado, o governo imperial tomou medidas severas contra o movimento separatista.
Dom Pedro I pediu empréstimos à Inglaterra e contratou mercenários ingleses para que
lutasse contra os revoltosos. Não resistindo ao enfraquecimento interno do movimento e a
dura reação imperial, a Confederação do Equador teve seu fim. Dezesseis envolvidos foram
acusados e executados pelas instituições judiciárias do Império. Entre eles, Frei Caneca teve
como pena a morte por fuzilamento.

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