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Nome: Maria Paula Mello da Silva.

Cultura é um fator diferenciador importante na prática da psicologia que em alguns ramos,


ou mesmo para quem vê de fora, não parece ser levado em conta com tanta frequência. A
Psicologia Social é uma das vertentes mais preocupadas com as variantes culturais e as
consequências destas, mas podemos observá-las também na área da testagem psicológica,
através da disparidade entre testes de diferentes locais.

O artigo designado demonstra que os profissionais brasileiros tendem a preferir testes de


personalidade, ainda que o primeiro lugar da lista seja ocupado por um teste voltado à
inteligência (WISC). Poderia esta ser uma característica determinante do país devido sua
realidade? Ou seria apenas uma coincidência? Diversos fatores podem ser levados em
conta para responder o questionamento: disponibilidade de materiais, pois sabemos que em
um país desigual como o nosso é difícil adquirir os testes com metodologias mais caras;
dificuldade de acesso, apesar do esforço demonstrado pelo CFP em disponibilizar
traduções e material qualificado num geral; e até mesmo disseminação errônea, o que pode
argumentar como causa do uso indevido de diversos testes desatualizados ou fora da lista
autorizada da SATEPSI, pois sabemos o poder que uma mera postagem de Facebook
possui atualmente.

Torna-se preocupante observar, porém, que embora a educação sobre testagem psicológica
tenha melhorado em muitos níveis ao longo dos anos, continua precária em diversos
sentidos. Afinal, muitos profissionais demonstram receio em utilizar testes por não
possuírem credenciais acadêmicas adequadas, enquanto outros podem apenas ter sido
acometidos por pura ignorância, no sentido de não conhecerem as qualidades que a
testagem pode adicionar ao seu trabalho e diagnóstico.

Novamente vem à mesa o bom senso de tais profissionais, cuja obrigação de atualizar seus
conhecimentos não foi devidamente atendida. Ademais, pode-se lançar um olhar sobre a
responsabilidade do CFP e do governo em impedir o uso de materiais desatualizados, algo
que, como citado no artigo, não é totalmente proibido, ainda que seja obviamente
censurado pelo senso comum.

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