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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO

EDITAL 18/2020 PDPG/CAPES/FAP E PESQUISA SOBRE


DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO MARANHÃO – INFORMAÇÕES
FUNDAMENTAIS

OBJETIVO DO EDITAL: apoio da CAPES a programas de pós-graduação


emergentes e em consolidação em áreas prioritárias nos estados, de modo que
os mesmos aumentem suas produções e conceitos junto no sistema de
avaliação.

ESTRATÉGIA: financiamento de programas de pós-graduação, por intermédio


de fundações de amparo às pesquisas e desenvolvimento tecnológico nos
estados.

PAPEL DAS FUNDAÇÕES, INCLUSIVE FAPEMA:


1 - Articular oficinas com representantes de programas de pós-graduação dos
estados, do governo do estado e convidados da sociedade civil, para definir
quais são os Programas mais estratégicos nos respectivos estados e em função
disso construir propostas a serem apresentadas para a CAPES;
2 – No caso de terem seus projetos aprovados, administrar os recursos e bolsas
de mestrado, doutorado e pós-doutorado a serem disponibilizados aos
programas
3 – Contrapartida financeira

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROJETOS SUBMETIDOS


1 – Justificativa de por que os Programas estão enquadrados no edital e são
estratégicos no estado do Maranhão;
2 - Definição das Áreas Prioritárias para a formação de recursos humanos e o
fomento da Ciência, Tecnologia e Inovação no estado, segundo documento
produzido em oficina de prioridades, contendo informações específicas que
justifiquem a necessidade e pertinência de cada uma das ações propostas;
3 – Indicações de estratégias específicas de cada um dos Programas no rumo
de aumentar suas produções e melhorar suas avaliações;
4 – Compromisso dos programas em contribuir para formação de recursos
humanos e apresentar propostas de interesse do poder público e setor
empresarial;
5 – Demonstração de relevância do projeto para o Sistema Nacional de Pós-
Graduação.
6 – Estabelecimento de parcerias acadêmicas entre programas de pós-
graduação nos estados.

PERÍODO DO PROJETO, DESDE A FORMULAÇÃO


Outubro de 2020 a setembro de 2024 (48 meses)

PROJETO ESPECÍFICO COM PARTICIPAÇÃO DO PPGDSE:


INTEGRAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO E DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO MARANHÃO PARA O DESENVOLVIMENTO,

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO

FORTALECIMENTO E FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS ÁREAS


ESTRATÉGICAS DE AGRÁRIAS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

OBJETIVOS:

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS NO PROJETO


1 –CAPES
2 – FAPEMA
3 – UFMA
4 – UEMA
5 –PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOLOGIA (PPGA/UEMA)
6 - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL (PPGCA/UEMA)
7 - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
(PPGCA/UFMA/CHAPADINHA)
8- PROGRAMA DE PÓS -GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
SOCIOESPACIAL E REGIONAL (PPDSR/UEMA)
9– PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
SOCIOECONÔMICO (PPGDSE/UFMA)

COMPROMISSOS NA DINÂMICA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


- Interação entre os programas de pós-graduação
► A integração entre os programas possibilitará o desenvolvimento de projetos
de pesquisa, orientações e coorientações, realização de cursos de curta
duração, oferecimento de disciplinas, estágios discentes e compartilhamento
de infraestrutura de pesquisa, inclusive em função de convênios entre
universidades e instituições de pesquisas nacionais e estrangeiras;
- Geração de produtos que representem subsídios para políticas territoriais,
rurais e urbanas do estado do Maranhão;

ÁREAS TEMÁTICAS:
Agrárias e desenvolvimento regional; agricultura familiar; gestão ambiental;
inclusão socioprodutiva e economia solidária.

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RESULTADOS ESPERADOS

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ESTRATÉGIAS

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PLANO DE TRABALHO

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- RECURSO PARA CUSTEIO: R$ 500.000,00

► R$ 100.000,00 a.a.
► PPGDSE: R$ 25.000,00 a.a.

O QUE PODE SER FINANCIADO:


BOLSAS:

►PPGDSE: mestrado = 3; Estágio pós-doutoral compartilhado com o


PPDSR/UEMA = 1

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POSSIBILIDADES ESPECÍFICAS RELACIONADAS AO PPGDSE/UFMA

1- ANTEPROJETOS DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO COM POTENCIAL


DE INSERÇÃO*

ORDEM NOME ANTEPROJETO


01 Dacélia Brito VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E
Barrada DESENVOLVIMENTO LOCAL: os efeitos
(bolsista sobre o emprego e economia no município de São
PDPG/CAPES) Luís de 2017 a 2019

02 Reginaldo Muniz OS PARQUES EMPRESARIAIS COMO


Soares (bolsista INSTRUMENTOS DE DESENVOLVIMENTO
PDPG/CAPES) SOCIOECONOMICO REGIONAL NO MARANHÃO:
BENEFÍCIOS GERADOS, ENTRAVES
ENFRENTADOS E PERSPECTIVAS
03 Marcelo Rocha A PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO
Ferreira REGIONAL PRESENTE NA FORMULAÇÃO E
(bolsista IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS IDH NO
PDPG/CAPES) MARANHÃO

04 Raimundo Borges ESPAÇO DE PRODUTO E COMPLEXIDADE


de Souza Júnior ECONÔMICA NO MARANHÃO
05 Jainne Soares CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS COMO
Coutinho INSTRUMENTO DE GESTÃO COMPARTILHADA:
o caso do Consórcio intermunicipal de
desenvolvimento dos Lagos Maranhenses
(CONLAGOS) - 2005 a 2018.
06 Gabriel Fernando A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES
Mateucci Cassia PORTO/CIDADE: O Caso Porto do Itaqui em São
Luís-MA
07 Juliana Arouche ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS
Costa DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA NO
MARANHÃO NO PERÍODO DE 2005 A 2016

08 Matheus Farias CAPITAL HUMANO, INSTITUIÇÕES E


CRESCIMENTO ECONÔMICO: Uma avaliação dos
determinantes do crescimento dos municípios
maranhenses de 2010 a 2018

09 Caio Guimarães de ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO


Freitas REGIONAL: Um estudo sobre a dinâmica
socioeconômica do município de Chapadinha-MA e
sua relação com políticas assistencialistas.

10 Fábio José Vieira da IMPACTOS SÓCIOS ECONÔMICOS CAUSADOS


Silva PELO AUXÍLIO EMERGENCIAL, EM SÃO LUÍS/MA
11 Vanessa Geórgia ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE
Gonçalves Bastos DESENVOLVIMENTO
Beckman LOCAL NO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS -
MA.
• Em alguns casos, títulos provisórios, sujeitos a ajustes.

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SUGESTÕES DE EIXOS DE PESQUISAS RELACIONADOS ÀS DISSERTAÇÕES


EM ANDAMENTO

1 – Experiências estaduais de políticas de desenvolvimento:

a) Programa Mais IDH (Marcelo Rocha);


b) Apoio à economia solidária: estudo de empreendimentos atendidos pelo CRESOL
(Vanessa)
c) Apoio a parques empresariais (Reginaldo)
2 – Desenvolvimento em Microrregiões:

a) Chapadinha (Caio)
b) CONLAGOS (Jainne)
c) Estímulos e barreiras relacionadas à estrutura portuária de São Luís (Gabriel)
3 – Mercado de trabalho para mulheres em São Luís:

a) Efeitos da violência contra a mulher (Dacélia)


b) Trabalhadoras beneficiadas pelo auxílio emergencial (Fábio)
4 – Crescimento e desenvolvimento do Maranhão

a) Possibilidades e limites de interpretação com base na metodologia da complexidade


(Raimundo Júnior);
b) Determinantes do crescimento econômico de municípios maranhenses (Matheus)
c) Impactos da agroindústria canavieira (Juliana)

POSSÍVEIS DISCIPLINAS DE APOIO - 2021.2 {abertas para pesquisadores


interessados dos 5 programas}

- Planejamento e desenvolvimento regional (Benjamin)

- Transformações capitalistas no Maranhão (Welbson)

- Economia do Trabalho (Valéria)

- Economia Brasileira (R. Zimbrão)

- Métodos Quantitativos Aplicados (Rodrigo)

- Estratégias de desenvolvimento (Luiz Eduardo)

- DISPONIBILIZAÇÃO DE INFRAESTRUTURA BÁSICA A PARTIR DE


SETEMBRO/2021: LABORATÓRIO DE MÉTODOS QUANTITATIVOS E
ESPACIAIS E SALA PARA REUNIÕES {MEDIANTE AGENDAMENTO E
SEGUINDO ORIENTAÇÕES SANITÁRIAS DA UFMA...}

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POSSIBILIDADES DE CONTRIBUIÇÕES EM MÉTODOS QUANTITATIVOS,


PARA OS ANTEPROJETOS DE DISSERTAÇÃO E PESQUISAS
ESPECÍFICAS PROPOSTAS POR DOCENTES

► Disciplina Optativa: Métodos Quantitativos Aplicados II


► Treinamento de docentes e discentes em Estatística dos 5 programas para
uso de softwares estatísticos

► PROPOSTA METODOLÓGICA: Prof. Dr. Henrique Dantas Neder

Pretende-se com esta proposta metodológica apontar para alguns


recursos estatísticos e econométricos que permitam contribuir para a
interpretação dos problemas do processo de desenvolvimento do Estado
Maranhão. A escolha destes métodos baseia-se no que é relevante para a
identificação de problemas estruturais que entravam e prejudicam a redução da
extrema desigualdade de rendimentos e da pobreza observados neste Estado.
A economia maranhense atualmente está caracterizada por
concentração em setores produtivos de alta relação capital-trabalho e produto-
emprego, e baixa articulação com demais atividades. Suas cadeias produtivas
formam, por assim dizer, elos independentes do conjunto de atividades mais
tradicionais, com reduzidos efeitos multiplicadores de emprego e renda locais.
A renda gerada por essas atividades em grande parte não se internaliza, não se
traduzindo em um processo de crescimento mais estendido e diversificado no
tecido econômico e social do Estado.
Pretende-se tratar empiricamente algumas proposições teóricas gerais
relativas ao desenvolvimento em geral e do desenvolvimento regional em
particular. Enumeramos a seguir as principais proposições:
O desenvolvimento de regiões periféricas ocorre através de aparente
círculo vicioso do subdesenvolvimento: regiões são subdesenvolvidas porque
partem historicamente de um contexto de subdesenvolvimento e se inserem em
um quadro estrutural que gera forças e entraves que prejudicam formas de
crescimento mais equânimes e inclusivas.
1. Esse desenvolvimento não deve ser trilhado pelos mesmos caminhos que
foram percorridos pelas regiões atualmente mais desenvolvidas;
2. Sua condição original histórica e a formação de suas estruturas
econômicas e sociais, assim como a sua inserção na dinâmica do
conjunto da economia acional e mundial, fazem com que se coloque a
necessidade de outras trajetórias específicas, mais condizentes com as
suas disponibilidades de fatores produtivos;
3. Essa inserção muitas vezes ocorre com a imposição de modelos de
desenvolvimento não apropriados ao seu contexto econômico e social,
seja através da ênfase na produção de matérias-primas, seja pela
aplicação de tecnologias intensivas em capital que não estão em
conformidade com a disponibilidade local de fatores produtivos, e também
sem boa conformidade com as suas estruturas econômicas mais
originárias;
4. O estado do Maranhão possui uma enorme reserva de força de trabalho
(superpopulação relativa {Marx}) que pressiona o seu custo (salários e
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demais rendimentos do trabalho) para baixo, resultando em uma


elevadíssima concentração dos rendimentos;
5. Mesmo quando apresenta taxas altas de crescimento da renda per capita,
isto não se traduz em uma boa repartição dos frutos do progresso técnico
em favor dos salários;
6. Uma primeira hipótese que se apresenta é a existência de uma reduzida
elasticidade emprego-produto, assim como valores também reduzidos de
razões emprego-valor adicionado, em termos de comparações destas
dimensões com outras regiões do país, sugerindo, portanto, a presença
de condições estruturais específicas que explicariam os valores relativos
reduzidos para estes indicadores;
7. Uma segunda hipótese é a de que na atualidade o Estado do Maranhão
adota (de forma implícita ou explícita) uma estratégia que estimula e
reforça um mix estrutural que concentra a maior parte das suas atividades
econômicas em setores com baixo potencial de inclusividade e de
geração de rendimentos do trabalho;
8. Acrescente-se a ocorrência de uma concentração econômica empresarial
que pode trazer consequências deletérias para o potencial de crescimento
e desenvolvimento do Estado;
9. Adicionam-se a estes elementos de caráter estritamente econômico,
fatores históricos e culturais que ainda impõem na atualidade pressões
baixistas sobre o custo da força de trabalho;
10. A produtividade do trabalho é baixa, mas isto é compensado por uma
elevada taxa de exploração fazendo com que os lucros (e a taxa de
remuneração do capital) fiquem condizentes com o contexto mais geral
da economia nacional;
11. O processo de crescimento do Estado tem um caráter de baixíssima
inclusividade, traduzindo-se em grandes contingentes de força de
trabalho desempregada e subempregada. Além disto são muito elevadas
as taxas de informalidade da economia maranhense, assim como a
presença de numerosa população completamente alijada dos circuitos
econômicos mais dinâmicos.
Com base nos objetivos do projeto e nas hipóteses apresentadas,
pretende-se recorrer aos seguintes recursos:
1. Estimativa de indicadores setoriais de relações produto (valor adicionado)
- ocupação, produto (valor adicionado) - rendimento do trabalho,
elasticidades da ocupação - produto e elasticidades do rendimento do
trabalho – produto;
2. Estimativa de indicadores de diversificação setorial produtiva e de
complexidade econômica;
3. Estimativa de indicadores de concentração econômica setorial;
4. Estimativa de indicadores de geração de emprego formal e de renda do
trabalho;
5. Estimação das elasticidades da renda em relação as exportações e
importações setoriais do Estado do Maranhão, assim como as
elasticidades emprego das exportações setoriais no sentido de uma
tentativa de identificação de setores econômicos que capacitem um
crescimento de longo prazo no sentido da lei de Thirwall;

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6. Decomposições de Shapley para o crescimento do produto per capita


setorial;

Trata-se a seguir com maiores detalhes de cada um destes itens a ser


aplicado no desenvolvimento metodológico da pesquisa.

Estimativa de indicadores setoriais


A partir da base de dados SIDRA e planilhas do Sistema de Contas
Regionais do IBGE serão construídos, para o estado do Maranhão, indicadores
econômicos tais como valor adicionado a preços constantes, pessoal ocupado e
rendimento do trabalho por setor de atividade. Essas bases de dados estão
disponíveis para o período 2002 a 2018. Uma das bases de dados será o
Cadastro Central de empresas que é um sistema de divulgação dos dados
agregados da RAIS (Ministério do Trabalho). Esta fonte dispõe de informações
de número de empresas, pessoal ocupado e salários pagos por setor de
atividade (CNAE 2.0) e por faixa de pessoal ocupado das empresas.
Por outro lado, o Sistema de Contas Regionais do IBGE disponibiliza o
Valor Bruto da Produção, o Consumo Intermediário e o Valor adicionado com os
valores correntes, o índice de volume e o índice de preços para cada um destes
agregados em nível de Unidade da Federação e setores de atividade econômica.
Através do índice de volume serão obtidas séries para evolução do valor
adicionado a preços constantes para cada setor de atividade econômica do
Estado do Maranhão.
Com as séries do valor adicionado a preços constantes, do pessoal
ocupado e dos salários serão calculadas taxas de crescimento médias
empregando-se o seguinte modelo econométrico:

ln(𝑦𝑡 ) = 𝛽0 +𝛽1 𝑡 + 𝜀
onde y é o valor do indicador e t é o tempo. A taxa de crescimento será igual a
100(e𝛽1 -1) .

Com isto teremos um quadro da dinâmica do crescimento destes


indicadores para cada setor de atividade no período considerado.
Outros indicadores que também poderão ser utilizados são:
1. salário médio por ocupado.
2. valor adicionado a preços constantes por ocupado.
3. salários reais (deflacionados pelo INPC) em relação ao valor
adicionado a preços constantes
Nota-se que esses dois últimos indicadores envolvem a evolução do valor
adicionado a preços constantes. Como esse se refere a riqueza gerada nos
setores de atividade considerando-se tanto o trabalho formal como o informal
utilizaremos também para o seu cálculo os valores totais de ocupados e dos
rendimentos do trabalho obtidos através da PNAD.
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Um último indicador a ser construído é a elasticidade pessoal ocupado -


valor adicionado a preços constantes, obtido para cada setor de atividade
econômica, através da seguinte equação econométrica:

ln(𝑦𝑡 ) = 𝛽0 + 𝛽1 × ln(𝑥𝑡 ) + 𝜖𝑡
onde:
ln(𝑦𝑡 ) é o valor do log’aritmo na base natural do total de ocupados no ano t.
ln(𝑥𝑡 ) é o valor do logaritmo na base natural dovalor adiconado a preços
constantes no ano t.
O valor da elasticidade será dado pela estimativa do parâmetro 𝛽1 da
equação.
Quanto a relevância destes indicadores para a análise do
desenvolvimento podemos considerar que:
1. As taxas de crescimento, quando comparadas, permitirão
identificar em um primeiro momento quais são os setores que têm
um comportamento mais dinâmico em termos de crescimento do
produto, do emprego e do agregado de salários, assim como do
salário médio por ocupado;
2. Os valores das razões de emprego e salários frente ao montante
de valor adicionado a preços constantes irão indicar quais são os
setores que tem maior capacidade de geração de emprego e renda
frente ao seu crescimento;
3. Os valores das elasticidades emprego-valor adicionado permitirão
identificar quais são os setores que respondem mais efetivamente
em termos de ocupação frente as variações do produto no período.
4. Os valores de elasticidades e razões serão comparados com as
taxas de crescimento para verificar se o padrão de crescimento
setorial do Estado está mais ou menos voltado para uma maior
geração de renda e de emprego.

Estimativa de indicadores de diversificação setorial produtiva e de


complexidade econômica
Fochezatto(2010) apresenta algumas sugestões de indicadores a partir de sua
discussão sobre as mais recentes teorias de desenvolvimento regional. O
primeiro indicador é o índice de especialização do setor produtivo s na região z:
{𝑒𝑚𝑝{𝑧𝑠} }/{𝑒𝑚𝑝𝑧 }
𝑒𝑠𝑝𝑠 =
{𝑒𝑚𝑝𝑠 }/{𝑒𝑚𝑝}
onde:
𝑒𝑚{𝑧𝑠} é o emprego da região z no setor s; 𝑒𝑚𝑝𝑧 é o total de emprego na refião
\ z; 𝑒𝑚𝑝𝑠 é o total do emprego no setor s na região de referência e 𝑒𝑚𝑝 é o total
de emprego na região de referência.
Como região de referência, pode ser adotado o Brasil. Se este indicador
possui um valor maior do que 1 significa que a razão do emprego na indústria na
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região textbf {z} é maior do que a razão entre o emprego no setor s na região de
referência. Então teríamos uma concentração relativa de importância do setor s
o que indicaria sua especialização produtiva na região z.

Outro indicador proposto é o de diversidade:

1 1
𝑑𝑖𝑣 = 2
/ 2
𝑒𝑚𝑝{𝑧𝑠′ } 𝑒𝑚𝑝{𝑠}
∑ {(𝑒𝑚𝑝 − 𝑒𝑚𝑝 ′ ) } ∑ {(𝑒𝑚𝑝 − 𝑒𝑚𝑝 ′ ) }
{ 𝑧 {𝑧𝑠 } } { {𝑠 } }

Esse é o indicador que busca medir a concentração relativa dos setores


produtivos entre a região estudada e a região de referência. Mas como se calcula
um indicador para cada exclusão de setor a interpretação é que seu valor
representa a concentração relativa a partir da exclusão de cada setor produtivo
do cálculo.
Henderson(1995) apud Fochezatto(2010) propõem o seguinte modelo
econométrico:
𝑦𝑧,𝑡+1 = 𝛼𝑧 + 𝛽1 log (𝑒𝑠𝑝𝑧,𝑡 ) + 𝛽2 log (𝑑𝑖𝑣{𝑧,𝑡 } + 𝛽3 log (𝑐𝑐𝑜𝑚𝑝𝑧,𝑡 )
+ 𝛽4 log ( inf 𝑛𝑧,𝑡 ) + 𝛽5 log(𝑑𝑒𝑛𝑧,𝑡 ) + 𝑢𝑧,𝑡

onde:
𝑦𝑧,𝑡+1 é crescimento do emprego na região z em relação à média da economia
de referência (estado ou país) entre o período base t e operíodo subsequente,
𝑒𝑠𝑝𝑧,𝑡 é a especialização da região z no período t; 𝑑𝑖𝑣{𝑧,𝑡 é a diversificação da
região z no período t;𝑐𝑜𝑚𝑝𝑧,𝑡 é a competição existente na região z no período t;
inf 𝑛𝑧,𝑡 é o tamanho médio das firmas da região \textbf{z} no período t; 𝑑𝑒𝑛𝑧,𝑡 é
a densidade de emprego na região z no período t; $𝑢𝑧,𝑡 é o termo de erro;
𝛽1 , … , 𝛽5 são parâmetros a a serem estimados. Como todas as variáveis são
expressas na forma logarítmica, os parâmetros estimados são as elasticidades
referentes a cada uma das variáveis. [FOCHEZATTO,2010, p.179].

Proposta para estimação de multiplicadores locais de emprego


Nesta seção da metodologia iremos apresentar uma proposta para a estimação
de multiplicadores locais de emprego com o objetivo de mensurar o impacto de
diversos setores e subsetores de atividade da economia maranhense sobre o
conjunto de sua economia.

Modelos dinâmicos de dados em painel


  De acordo com Moretti (2010), “toda vez que uma economia real gera
um novo emprego através da atração de uma nova atividade, empregos
adicionais podem também ser criados, principalmente através do acréscimo de
demanda para produtos e serviços locais”. E este efeito positivo no emprego
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pode ser parcialmente contrabalançado por efeitos de equilíbrio geral induzidos


pelo aumento de salários e preços de produtos locais. Considerando este
enfoque podemos tratar um multiplicador de longo prazo estimado em nível local.
Através desta ideia aplica-se o método econométrico de estimação por
mínimos quadrados em dois estágios para obter o valor do multiplicador local:

𝛥𝑁𝑇𝑐𝑁𝑇 = 𝛼 + 𝛽𝛥𝑁𝑇𝑐𝑇 + 𝛾𝑑𝑡 + 𝜖𝑐𝑡 (1)

onde 𝑁𝑇𝑐𝑁𝑇 e 𝑁𝑇𝑐𝑇 são a mudança ao longo do tempo do logaritmo do


número de empregos do município c e nos setores de produtos exportadores e
locais (“tradables” e “non tradables”). Esta classificação é feita na prática pelo
autor como o setor industrial manufatureiro como sendo “tradable” e o setor “non
tradable” inclui as outras indústrias exceto agricultura, mineração, governo e
militares. Para isolar os choques exógenos no emprego do setor manufatureiro,
o que em outras palavras significa "corrigir a inconsistência na estimativa do
parâmetro beta devido a endogeneidade da variável 𝛥𝑁𝑇𝑐𝑇 , 0 autor utiliza um
instrumento construido como uma média ponderada do crescimento nacional de
77 indústrias (subsetores da economia norte-americana) bem definidas dentro
do setor manufatureiro com pesos sendo as participações relativas em cada
cidade do emprego de cada indústria no total do emprego das manufaturas nas
cidades.
Com esta metodologia o autor estima um valor para o coeficiente 𝛽 com
este estimador de varia ’el instrumental igual a 0,335, significando que para um
aumento de 10% no setor 𝑛 tradable" causa um aumento de 3,35% no emprego
do setor “nontradable” (supostamente em média para todo o território nacional).
Considerando-se que existe originalmente uma proporção de 5 empregos
“nontradable” para eada emprego “tradable”, o aumento de um trabalhador "
tradable" (aumento de 100% ) ocasiona a geraçano de 5 × 0,335 = 1,675 novos
empregos no setor “nontradable”. Este seria o multiplicador local.
Pretende-se aplicar esta ideia no sentido de se estimar parâmetros
correspondentes aos multiplicadores de renda e emprego relativos a espaços
correspondentes seja ao conjunto do estado do Maranhão ou a mico e
macrorregiões homogêneas desta unidade da federação. Outros indicadores de
resposta tais como índices compostos de desenvolvimento municipal, índices de
concentração e de diversificação econômica, como são também apresentados
nesta proposta metodológica, também serão utilizados. A ideia é tanto aplicar
este método de obtenção de multiplicadores onde as variáveis causais são o
emprego e rendimentos do trabalho municipais de um determinado setor ou
subsetor econômico e a variável de resposta é o montante total do emprego e
rendimento do trabalho dos municípios como também utilizar como variável de
resposta outros indicadores, tais como o indicador de desenvolvimento municipal
e os demais indicadores tratados na seção 2.1.

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Estimação GMM-System e multiplicadores locais de emprego


A distinção do método aplicado por Moretti (2010), para a determinação
dos Impactos dos recursos do FNE será a utilização de modelos de dados em
painel dinâmicos particularmente com utilizando o estimador GMM (Métodos dos
Momentos Generalizados), em particular os métodos de estimação
GMM_Difference e GMM-System). Detalhes referentes a estes métodos de
estimação podem ser encontrados em Arellano e Bond (1991) (1991), Arellano
e Bover (1995) e Roodman (2006).
Este método econométrico foi proposto por Arellano e Bond baseia-se em
estimações em dois estágios utilizando também o estimador GMM. Este último
permite uma maior eficiência da estimação (com o mesmo tamanho de amostra
alcança menores valores de erros-padrões) e redução dos efeitos de
heterocedasticidade. Outra virtude do método é a obtenção de instrumentos a
partir das próprias defasagens (diferenciadas ou em nível) das variáveis
endógenas. Isto evita o trabalho de baseado de instrumentos válidos e fortes
externos ao conjunto de dados utilizados para a estimação do modelo. 0 conjunto
de instrumentos utilizados no método visa reduzir a inconsistência da estimação
na presença de repressores endógenos (repressores que têm potencial
correlação com o termo de erro da equação principal - equação de primeiro
estágio).
As equações utilizadas nesta proposta baseiam-se em hipóteses de
efeitos de causalidade entre uma variável de resultado de impacto e uma variável
referente ao emprego ou rendimentos do trabalho gerados em cada município e
setor de atividade econômica. Pode-se objetar que em cada uma destas
equações considera-se apenas uma das variáveis intervenientes como variável
causal, desprezando as demais covariáveis que também certamente impactam
os valores das variáveis de resposta, o que poderia conduzir a um viés por
variáveis omitidas, que cria uma situação especifica de endogeneidade do único
repressor causal especificado na equação de primeiro estágio.
No entanto, com a obtenção de estimativas consistentes através do
método estamos “controlando” o efeito destas outras atividades na medida em
que estamos corrigindo as inconsistências provenientes destes fatores
endógenos que implicam na ocorrência de correlação entre a variável causal e
o termo de erro. As condições necessárias para que as estimações sejam
consistentes san. que 1) o conjunto de instrumentos sejam válidos (p-values para
os testes Sargan maiores do que 0,10 ); o teste de autocorrelação serial de
primeira ordem para os erros do modelo tenham p-values menores do que 0,05
e 3 ) o teste de autocorrelação serial de segunda ordem para os erros do modelo
resultem em p-values maiores do que 0,05. Portanto atraves deste modelo
dinfimico de dados em painel consideramos nao somente a possibilidade de
inconsistências de estimação provenientes dos efeitos de variáveis não
observadas (com valores fixos no tempo e variáveis entre as observações) pois
o modelo considera um termo de efeito fixo como também adota-se uma
abordagem de parcimônia da especificação dos modelos e com recursos
econométricos bastante rigorosos para a identificação dos mesmos.

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Construção de indicadores municipais de desenvolvimento

Um indicador de desenvolvimento rural foi inicialmente proposto por


Kageyama (2004), mas outros autores estão aperfeiçoando metodologias para
o seu cálculo como pode ser encontrado em Cheng et al. (2013). Serão
inicialmente selecionados um conjunto de indicadores básicos, com a obtenção
dos componentes e seus respectivos escores municipais e a ponderação destes
escores utilizando e como pesos os autovalores (“eigenvalues”) das
componentes principais. Uma importante dimensão que será introduzida nesta
etapa da análise é a ambiental e para isto serão gerados um conjunto de
indicadores que poderão ser obtidos a partir das bases de dados do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais. Este órgão disponibiliza diversos arquivos no
formato shapefile com indicações de cobertura vegetal e outras variáveis
ambientais.1 Uma outra proposta que poderá ser utilizada para a construção da
dimensão ambiental do índice de desenvolvimento municipal é aquela
apresentada e implementada por Cunha et al. (2008) utilizando dados dos
Censos Agropecuários. Através do uso da grande potencialidade do software
estatístico R (ver, por exemplo, (Team and others (2013)) e (Landeiro (2011))
para a preparação e tratamento de dados espaciais, será possivel construir um
conjunto de indicadores que também serão utilizados no cálculo do Indice de
Desenvolvimento Rural (IDR) para os municípios da região do Matopiba.2
Ainda, o presente trabalho tem como objetivo elaborar uma análise
espacial da pobreza nos municípios da região, entre os anos de 2000 e 2010 (e
porventura em 2020, casos novos dados censitários já se encontrem
disponíveis), utilizando como base o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM)
assim como as suas dimensões IDHM Renda, IDHM Educação, etc. Tal
metodologia também permite identificar clusters espaciais de pobreza. No
trabalho serão utilizados métodos descritivos referentes aos microdados dos
Censos Demográficos, assim como também as informações referentes aos
bancos de dados municipais relativos aos indicadores sociais do IBGE e ao Atlas
de Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD, as informações referentes
aos Censos escolares (INEP) e indicadores referentes à saúde (DATASUS),
utilizando diversas libraries do R para este fim3
Uma possível dimensão que poderá ser incorporada aos índices de
desenvolvimento municipais será a concentração / diversificação produtiva. Para
isto será calculado um indicador de diversificação produtiva (índice de Simpson)
(KEYLOCK,2005) e (MAGURRAN ,1988) e sua análise será relacionada
espacialmente em conjunto com os demais indicadores de desenvolvimento tais
como pobreza por insuficiência de renda, pobreza multidimensional, distribuição
de renda, IDH e outros.

1
Klink e Machado (2005) mostram que de um total de 158 milhões de hectares do Cerrado, restavam em
2004, apenas 44,53 % de áreas nativas, sendo o restante ocupado por pastagens plantadas (41,56%),
agricultura (11,35%) e florestas plantadas (0,07%).
2
Uma boa referência sobre o uso de mapas no software R pode ser encontrada em Tennekes (2018).
3
As libraries do R que permitem acesso direto a grandes bases de dados que podem cautribuir parn a
construgio destes indicudares sian sidrar (acesso a base de dados Sidra do IBGE, microdatasus e datasus
(acesso aos dados do DATASUS) e outras.
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Decomposições de Shapley
O objetivo da presente seção é o de prover elementos para uma estratégia
de investimentos do FNE que possibilitem um maior dinamismo econômico com
a geração maior de emprego e renda entre os diversos setores econômicos. Com
esta decomposição do produto de variação per capita será possível distinguir
quais as regiões (aglomerados de municípios) que mais crescem devido ao
aumento da produtividade do trabalho, quais são as que crescem devido ao
aumento da taxa de emprego e as que crescem em que parte considerável dessa
variação pode ser atribuída a fatores demográficos. A produção por trabalhador
(produtividade do trabalho) pode ser dividida em dois componentes:

𝑠𝑖,𝑡−0 +𝑠𝑖,𝑡−1 𝑤𝑖,𝑡−0 +𝑤𝑖,𝑡−1


𝛥𝑤 = ∑𝑛𝑖1 𝛥 𝑤𝑖 ( ) + ∑𝑛𝑖1 𝛥 𝑠𝑖 ( ) (5)
2 2

𝑌
onde 𝑤1 é o produto por trabalhador no setor 𝑖 ( 1 ) , 𝑠𝑖 é a participaçao do
𝐸1
𝐸
setor no emprego ( 𝐸1 ) e 𝑛 é o número total de setores econômicos. Por meio
das expressōes (3) e (4) será possível discernir para cada município ou
agrupamento espacial de municípios quais os fatores que estão contribuindo
para o aumento global da produtividade: (i) mudanças dentro dos setores
(aumento da produtividade do trabalho nos setores); ii) mudanças intersetoriais;
iii) mudanças no emprego; iv) mudanças nos fatores demográficos. Se
determinarmos, por exemplo, que para muitos clusters, as mudanças
intersetoriais não são relevantes, isso significará que o processo de crescimento
pode não ser sustentado no longo prazo.
Um último indicador a ser construído é a elasticidade pessoal ocupado-
valor adicionado a preços constantes, obtido para cada setor de atividade
econômica, através da seguinte equação econométrica:

ln(𝑦𝑡 ) = 𝛽0 + 𝛽1 × ln(𝑥𝑡 ) + 𝜖𝑡 (6)

onde:
ln(yt ) é o valor do logaritmo na base natural do total de ocupados ano 4 𝐭
ln(xt ) é o valor do logaritmo na base natural dowalor adiconado 5 a preços
constantes no ano t.
0 valor da elasticidade será dado pela estimativa do parâmetro 𝛽1 da
equação.

4
Os valores do número de ocupados por setores de atividade serão obtidos através dos microdados da
PNAD Contínua – IBGE.
5
Os valores adicionados a preços constantes serão obtidos a partir do Sistema de Contas Regionais para os
Estados do Nordeste.
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Principais bases de dados a serem utilizadas


Serão utilizadas para a construção das variáveis de resposta as utilizadas
tanto nos modelos econométricos como na obtenção dos indicadores propostos
as seguintes bases de dados:
a) Microdados do Sistema RAIS do Ministério do Trabalho disponíveis
em:(ftps//ftp.mtps.gov.br/pdet/microdados/RAIS/);
b) Produto Interno Bruto Municipal estimado pelo IBGE e disponível em
sua plataforma SIDRA e através da library sidrar do software R;
c) Cadastro Geral de Empresas (com tabelas contendo informações das
empresas por município de 2006 a 2019). Estass tabelas contém
variáveis tais como número de empresas, número de empregados,
montante dos salários pagos, indicadores de concentração econômica
em relação a variável pessoal ocupado total das maiores empresas.
Todas estas informações são discriminadas por setor de atividade
econômico de acordo com o sistema classificação CNAE 2.0. Basta
base de dados também pode ser acessada automaticamente através
da library sidrar do software R.
d) Diversos indicadores de saúde, tais como índices de mortalidade e
outros a serem utilizados na construção do índice de desenvolvimento
municipal. Estas bases de dados serão acessadas utilizando a library
datasus do software 𝐑;
e) Diversos indicadores de educação disponibilizados na plataforma do
INEP, tais como o IDEB (Índice de desenvolvimento da Educação
básica), indicadores de adequação da formação docente, média de
alunos por turma, média de horas-aula diárias e indicadores
financeiros educacionais. Todos estes indicadores serão utilizados na
composição de cálculo do índice de desenvolvimento municipal;
f) Censos agropecuários do IBGE (2006 E 2017);

Para a construção dos indicadores de desenvolvimento serão utilizados


microdados do Censo Demográfico do IBGE para os anos de 2000, 2010 e
2021/22, bem como dados da Produção Agrícola +Municipal, Produção Pecuária
Municipal e Silvicultura e Extração Vegetal (disponíveis na base de dados Sidra
do IBGE), o Microdados RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego e dados
municipais do Censo Agropecuário disponíveis na base de dados Sidra do IBGE.
Também serão utilizados os dados do INPE já mencionados.
Para os indicadores de desenvolvimento regional será utilizada a base de
dados do SIDRA denominada Cadastro Central de Empresas, com dados
sistematizados da RAIS e divulgados o número de empregados, agregado de
salários pagos, por faixa de número de empregados e por setor de classificação
CNAE 2.0. Pretende-se também utilizar os dados de exportações e importações
(Ministério da Indústria e Comércio).

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