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Eng.

Cesário José Cassamo

Universidade do Zambeze

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Engenharia Civil 2°Ano


Materiais de Construção II
Cesário José Cassamo

cesariojose@live.com

Materiais de Construção II - Tintas, Vernizes, Lacas e Esmaltes


Eng. Cesário José Cassamo

Tema X. Tintas, Vernizes, Lacas e Esmaltes

10.1. Introdução ao estudo das tintas

A utilização de tintas remonta ao período rupestre: O homem para representar as figuras rupestres
encontradas em várias cavernas, serviu-se inicialmente do carvão e giz e posteriormente de misturas
da terra coloridas que iam do amarelo acre ao vermelho (acres naturais) amassada com água.

No entanto a camada sólida assim obtida desagregava-se facilmente pela acção da humidade, facto
que levou o homem a empregar outros produtos naturais como gorduras animais, gomas, resinas
vegetais, cera das abelhas, etc., na confecção dessas pastas, com o objectivo de melhorar a fixação
delas às superfícies de aplicação.

Através dos tempos, os produtos utilizados (ligantes e pigmentos) no fabrico de tintas e vernizes
foram evoluindo principalmente para satisfazer as exigências artísticas do ser humano.

As primeiras fábricas de tintas e vernizes embora equipadas muito rudimentarmente, surgem na


Europa, nos fins do século XVIII e princípios do século XIX. Mas é apenas no século XX ao sentir-
se a necessidade de utilizar não só tintas para fins artísticos, mais principalmente para proteger os
materiais, que se dá a grande revolução da indústria de tintas e vernizes.

Para a expansão desta indústria contribuiu bastante o desenvolvimento dos polímeros que bastante
permitiu a preparação de substância particularmente adequados para a formação de películas assim
como o desenvolvimento da química dos pigmentos.

Com efeito antes da 1ª Guerra Mundial predominava ainda o uso dos óleos fervidos ou
estandardizados como ligantes, por vezes com resinas naturais simples ou modificadas; estes tipos de
ligantes designavam-se por Tintas de óleo ou Tintas óleo resinosas.

O desenvolvimento de novas resinas sintéticas, como as vinílicas, as acrílicas, as poliamidas e outras,


permitiu grande diversificação dos tipos de tintas e vernizes produzidos industrialmente e,
consequentemente, considerável ampliação das aplicações desses produtos.

Na década de cinquenta apareceram as primeiras tintas cujas resinas sintéticas componentes (até aí
dissolvida em solventes orgânicas) se encontraram dispersos ou emulsionadas em água e são por isso
geralmente designados por “Tintas de dispersão” ou “Emulsão” ou ainda “Tintas plásticas”. Este
aparecimento teve grande interesse por questões económicas, de toxicidade, de segurança na
aplicação e de limpeza após aplicação do material.

Presentemente procura-se substituir o maior número possível de solventes orgânicos pela água,
mesmo em primários anticorrosivos, que se aplicam por electrodeposição.

Com o desenvolvimento do fabrico de tintas e vernizes observam-se grandes modificações nos


métodos de aplicação destes produtos que evoluem desde as aplicações a pincel, à trincha, à rolo, até
as aplicações por imersão, por electrodeposição, por centrifugação, ou por pistolas electrostáticas

10.2. Definição
A palavra “tinta” em sentido lato surge da abrangente gama de produtos utilizados para os mais
diversos fins, que vão desde a decoração e protecção de superfícies a impressão nas indústrias
gráficas e os simples actos de escrever.

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Neste Tema consideram-se apenas as tintas destinadas à protecção e decoração de superfícies.

As proporções dos constituintes dependem da respectiva natureza, das qualidades pretendidas na


película (protecção ou de decoração) de finalidades específicas (isolantes anti-derrapantes) a que se
destina a tinta e ainda de factores económicos relativos ao mercado dos constituintes.

Segundo a norma portuguesa (NP-41 TINTAS E VERNIZES) pode-se a partir das seguintes
definições compreender o seguinte:

TINTA - composição pigmentada liquida, pastosa ou sólida que, quando aplicada em camada fina
sobre uma superfície apropriada no estado em que é fornecida ou após fusão, diluição ou dispersão
em produtos voláteis, é conversível ao fim de certo tempo numa película sólida, corada e opaca.

Define Verniz como uma composição não pigmentada, líquida, pastosa ou sólida que, quando
aplicada em camada fina sobre uma superfície apropriada no estado em que é fornecida ou após
diluição, é convertível ao fim de certo tempo, numa película sólida, contínua, transparente ou
translúcida e mais ou menos dura

A escolha criteriosa das matérias-primas e o balanço entre os vários componentes da fórmula


permitem obter tintas com as características desejadas:
1. Facilidade de aplicação;
2. Rapidez de secagem;
3. Boa aderência às superfícies;
4. Resistência e durabilidade da película depois de seca;

Passamos a caracterização destes aspectos:

1. Facilidade de Aplicação

- Qualquer que seja o método de aplicação a utilizar, a tinta deverá estar na consistência correcta
para facilitar a aplicação.
- Cada tinta deverá ser ajustada de acordo com o método e condições de aplicação.
- Assim a aplicação à trincha requer uma dada viscosidade, aplicação á pistola viscosidade
diferente (consideravelmente mais baixa) e por mergulho outra diferente.

2. Rapidez de Secagem

- Uma tinta brilhante para aplicação à trincha em madeira não deverá secar muito depressa.
- Grandes áreas constituem normalmente um problema se a secagem é muito rápida pois será
difícil não fazer “costuras” (sobreposição das vergadas).
- Por outro lado a pintura deverá estar pronta a ser repintada no dia seguinte, se necessário.

3. Boa aderência às superfícies

- Qualquer que seja o tipo de tinta e método de aplicação é sempre necessária boa aderência ao
substrato para o sucesso de uma pintura.
- A preparação das superfícies e a escolha adequada dos sistemas de pintura constituem os
factores determinantes para uma boa aderência.
- Em qualquer caso terá de haver sempre uma boa malhagem do substrato (aderência mecânica)
ou uma reacção química entre a tinta e a superfície a pintar (aderência molecular).

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4. Resistência e Durabilidade da Película


- A película deverá ser dura, mas ao mesmo tempo flexível para suportar expansões e
contracções do substrato. As películas muito duras são normalmente mais quebradiças.
- As mudanças de temperatura causam normalmente expansão, fissuração, levantamento e
finalmente descasque completo da tinta.
- Por outro lado é desejável que a tinta mantenha as boas características durante longos
períodos, isto é, que a durabilidade seja elevada.
- A falta de durabilidade das tintas manifesta-se normalmente por perda de brilho, giz amento
(esfarelamento dos pigmentos e cargas), alteração de cor.

Temos então que as TINTAS são misturas constituídas essencialmente por pigmentos, cargas,
veículos e aditivos e que quando são aplicadas em camada fina, formam películas sólidas quando
secas.

10.3. Composição das tintas e vernizes

A formulação de uma tinta no que diz respeito aos seus componentes principais (resinas e
pigmentos) é largamente ditada pela aplicação a que se destina, isto é, pelas necessidades conjuntas
do substrato e das condições ambientais.
A formulação de uma tinta terá de ser conduzida tendo em consideração uma série de factores de que
dependerá fundamentalmente o comportamento das tintas, como são:
 Suporte em que se aplica a tinta;
 Modo de aplicação;
 Condições de secagem;
 Condições de exposição da tinta;

As tintas compõem-se essencialmente de:


1. Constituintes formadores de película.
2. Constituintes pigmentarão.
3. Constituintes líquidos.
4. Adjuvantes diversos.
5. Cargas.
Os constituintes formadores de película e pigmentareis constituem a matéria fixa da tinta, a matéria
volátil é fundamentalmente formada pelos constituintes líquidos (solventes e diluentes).

Pode compreender-se o papel que desempenham os principais constituintes através das definições
que se dão seguidamente, correspondendo às definições da norma portuguesas “NP-41-Tintas e
Vernizes”.

PIGMENTO - substância sólida, em geral, finamente dividida e praticamente insolúvel no veículo,


usada na preparação de tintas com o fim de lhas conferir opacidade ou cor ou certas características
especiais. Exemplo: Dióxido de titânio, alumínio em pó, minou de chumbo, óxido de zinco e mais.

VEÍCULO - conjunto de veículo fixo e de veículo volátil ou apenas veículo fixo no caso de o
segundo não existir.

VEÍCULO FIXO (Ligante, aglutinante) - componente da tinta ou verniz responsável pela formação
da película sólida constituída por um ou vários dos seguintes produtos: óleo secativo, resinas
naturais, artificiais ou sintéticas, produtos betuminosos ou outros.
Exemplo: Resinas acrílicas, vinílicas, poliuretano, epoxídicas.

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Na literatura, as palavras ligante, aglutinante, formador de película e por vezes resina surgem como
termos equivalentes a veículo fixo, pelo que vamos utilizar indiferentemente o termo veículo fixo.

O veículo fixo para além de ser o responsável pela aderência á base, resistência química, mecânica e
às condições climáticas, assim como de outras características do revestimento por pintura.

VEÍCULO VOLÁTIL - componentes da tintas ou verniz que se evapora durante processo de


secagem constituído por um, ou mais solventes e/ou diluente
SOLVENTE (Dissolvente) – Líquido volátil nas condições normais de secagem da tinta aplicada
capaz de dissolver o veículo fixo.

DILUENTE – Líquido volátil, parcial ou totalmente mis cível com o veículo, que se adiciona á tinta
ou ao verniz durante o processo de fabricação ou no momento de aplicação para obtenção das
características de aplicação requeridas.

ADITIVO - substância normalmente adicionada em pequena percentagem à tinta ou ao verniz com o


fim de melhorar determinadas características. Exemplos: Secantes, plastificantes, ante espumas, etc.

Em geral, os aditivos são produtos líquidos, viscosos ou sólidos pulverulentos, solúveis nos veículos
destinados a melhorar e desenvolver as condições de aplicação de tintas e as propriedades de película
seca.

CARGA - substância inorgânica sob forma de película mais ou menos fina, de fraco poder de
cobertura, insolúvel no veículo, empregada como constituinte das tintas, com o fim de lhes conferir
determinadas propriedades. Exemplos: Carbonato de cálcio, amianto, sílica, barita.

As cargas praticamente não conferem opacidade às tintas e o seu poder corante é em geral muito
fraco. No entanto, utilizam-se na sua composição para dar “corpo” a tinta, por razões de ordem
económica (baixo custo em relação ao do pigmento) e também de ordem técnica.

Classificação das cargas


Existem no mercado para cima de 200 tipos de cargas. Consoante a sua origem as cargas classificam-
se em:
 Cargas naturais – barita, (sulfato de bário natural) calcita (carbonato de cálcio),
dolomite (carbonato duplo de cálcio e magnésio), caulino, limonite, talco, mica
(ortosilicato de alumínio e potássio), amianto, talco, diatomite, sílica.
 Cargas artificiais – sulfato de bário precipitado, sílicas artificiais, diversas variedades
de alumina expandida, etc.

TINTAS OLEOSAS
Nas tintas oleosas o aglutinante é constituído essencialmente por óleos orgânicos, geralmente
vegetais, com capacidade de secar ao ar. São os óleos secativo, entre os quais se contam os óleos
de linhaça, de soja, de cártamo, de madeira da China e o “ Tall-Oil” (subproduto da indústria da
celulose).
Hoje em dia, já não se usam praticamente os óleos vegetais sem um tratamento químico ou físico e,
de um modo geral, sem modificação com resinas naturais ou sintéticas.
As características a consideram num óleo é:
- Cor;
- Aspecto: (fluidez, odor, massa específica, índice de refracção, etc).

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Na protecção e decoração de superfícies também se empregam os vernizes. O Verniz distinguem-se


de uma tinta geralmente apenas pelo facto de não ser pigmentado e ao ser aplicado em camada fina
se converter numa película seca transparente e não opaca.

Um verniz pode ser corado, mas a cor, neste caso, é comunicada por corantes, que são solúveis no
verniz e não por pigmentos que são insolúveis, logo definir-se-á Verniz como:

Composição não pigmentada, liquida, pastosa ou sólida que, quando aplicada em camada fina sobre
uma superfície apropriada no estado em que se encontra após diluição converte-se numa película
sólida, continua, transparente ou translúcida e dura.

10.4. Classificação das tintas e vernizes

Estabelecer uma classificação verdadeiramente objectiva para as tintas e vernizes é praticamente


impossível.
Por mais completa e clara que se procure fazer, não deixará de ser mais ou menos discutível, nunca
se eliminará a possibilidade de uma determinada tinta se poder classificar em mais de um grupo e até
surgirão casos em que nos parecerão difícil poder inclui-la em qualquer dos grupos.

Existem vários critérios para classificar as tintas baseados na:


- Natureza do veículo volátil;
- Natureza do veículo fixo;
- Fim a que se destina;
- Fórmula global de constituição.

Baseando-se em natureza do veículo volátil, natureza do veículo fixo, fins a que se destinam as tintas
caracterizam-se em vários critérios.

a) Classificação das tintas quanto a natureza do veículo volátil:


Segundo este critério as tintas agrupam-se em dois grupos:
• Tinta que o veículo volátil é a água, inclui entre outras, todas as tintas líquidas aquosas com
resinas sintéticas.
• Tintas em que o veículo volátil não é a água, pertencem a estes grupos todas as tintas
líquidas não aquosas, as massas e as tintas sem solventes (a pós).

b) Classificação quanto a natureza do veículo fixo:


Neste caso designa-se a tinta pelo termo “tinta” seguido de nome do veículo fixo utilizado na sua
fabricação, exemplo:
• Tintas alquídicas, oleosa, e oleoresinosas de secagens ao ar.
• Tintas apoxidicas
• Tintas betuminosas
• Tintas de silicatos
• Tintas vinílicas
• E outras.

c) Classificação quanto ao fim a que de destinam.


Conforme ao fim a que de destinam o tipo de utilização apresentam-se as designações mais
correntes como por exemplo:
• Tintas plásticas para a construção civil
• Tintas para a marcação de estradas

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• Tintas para estruturas metálicas


• Tintas para automóveis
• Tintas anti-ácidas
• Tintas marítimas
• Tintos antiderrapantes
• Tintas de acabamento (esmalte)
• Tintas decorativas
• Tintas de elevada resistência química
• E outras.
Dentro destas classificações é muito melhor classificar as tintas consoante a natureza do veículo
fixo (ligante) porque é que dá-nos melhor informação sobre o possível comportamento da tinta na
sua utilização.

Outras designações
Existem certos termos mais generalizados na indústria de construção civil, relacionados como o
aspecto de acabamento obtido e outros que surgem relacionados a finalidade com que são
utilizados as tintas, que convém referir, exemplos:
• Tinta de esmalte - acabamento que origina uma película de aspecto mais ou menos brilhante
e liso.
• Tintas plásticas - termo incorrecto para designar tintas de água com ligantes sintéticos que
dão normalmente um acabamento liso.
• Tintas texturadas - tinta em cuja formulação inclui produtos que permitem obter por
aplicação adequada uma película com superfície rugosa.
• Tintas em pó - tinta em solventes sob forma pulverulenta.
• Acabamento – tintas, verniz ou produtos similar apropriada para ser aplicado como camada
fina de um esquema de pintura.
• Acabamento do tipo ‘Karapas‟ - normalmente constituído por aplicação de uma massa
aquosa obtida com cargas minerais, ligantes sintéticos e aditivos.
• Pré-primário - tinta para ser aplicada directamente sobre um suporte metálico, assegura a
aderência das tintas subsequentes.
• Primário - igual a pré-primário protege e dá aderência das camadas subsequentes.
• Primário de espera - conforme o nome, é aplicado no local da manufactura da peca,
assegura a protecção temporária esperando da subsequente.
• Subcapa - tinta destinada a ser aplicada sobre um primário e apta a receber quer uma camada
intermédia, quer um acabamento.
• Selante - tinta verniz ou produto similar destinado a ser aplicada sobre uma base de aplicação
absorvente com a finalidade de diminuir a absorção em relação as subsequentes aplicações.

Destas tintas as estabelecidas pela norma portuguesa NP-41 são:


 Acabamento,
 Tinta texturada,
 Acabamento do tipo “Karapas”,
 Pré-primário,
 Primário,
 Primário de espera,
 Subcapa e
 Selante.

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10.5. Pintura

Designa-se por “pintura” a aplicação de uma tinta, verniz ou produto similar sobre determinada base
de aplicação com o fim de a proteger, decorar ou de lhe conferir propriedades especiais.

A pintura na construção civil, consiste no revestimento das superfícies de algumas partes de um


edifício, por meio de substâncias mais ou menos fluidas e que sempre de variada coloração. A
pintura constitui o principal acabamento das construções correndo para o seu bom aspecto e higiene.

A pintura tem como finalidade, proteger as superfícies das paredes, portas, tectos, pecas, etc.,
decorando-as, tornando o seu aspecto mais agradável. A pintura presta-se ainda a ornamentação das

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superfícies das edificações alegrando a vista pela combinação das cores, pelas suas harmonias e
contrastes.
Tem ainda a pintura importância considerável sob ponto de vista de salubridade das habitações, visto
que torna as superfícies mais ou menos impermeáveis, permitem a limpeza, lavagem e desinfecção
nalguns casos.

Aspectos importantes para a definição dos custos:


• Rendimento (m2 por galão)
• Poder de cobertura
• Pintabilidade em função da ferramenta
• Estabilidade
• Tempo de secagem coerente
O depósito resultante de aplicação de uma camada contínua de uma tinta sobre um suporte efectuada
numa só operação é designada por “demão”, constitui a “película húmida” que após secagem dará
origem à já referida “película seca”.

A designação do sistema de pintura está estritamente relacionada com a natureza química das
várias tintas que o constituem e é independente do número de demãos das mesmas.

Critérios a ter em conta na selecção de um sistema de pintura:


 Natureza do suporte a proteger;
 Tipo de preparação da superfície possível;
 Tipo de exposição;
 Tipo de equipamentos de aplicação disponíveis;
 Aspectos económicos;
Quando consideramos um determinado conjunto de tintas e lhe fixamos as espessuras ou números de
demãos sucessivas, estamos a restringir a noção de sistema de pintura ficando em presença de um
esquema de pintura.

Torna-se muitas vezes necessário o ensaio prévio de um ou mais esquemas de pintura para decidir
sobre o mais aconselhável.
Os esquemas incluem vários produtos e podem ser mais ou menos complicados consoante o estado
da superfície a pintar.

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10.5.5 Esquema de pintura

Define o conjunto de tintas ou produtos similares a aplicar sobre o suporte segundo determinada
ordem, fixando a espessura ou o número de demãos sucessivas.

Os constituintes de um sistema de pintura podem ser:


• Pré-primários - São tintas que se destinam a aumentarem a aderência de substratos das películas
de tintas seguintes;
• Primário de espera - São tintas que se destinam a proteger superfícies metálicas que tenham de
aguardar por um tempo a aplicação da subsequente;
• Vernizes isoladores de nós - São vernizes destinados a impedir o aparecimento de manchas nas
zonas de nós das madeiras resinosas por migração de resinas através da tinta;
• Primários: São tintas com as seguintes características e funções:
- Criar boa base de aderência para películas de tintas seguintes.
- Impedir o desenvolvimento de corrosão a partir de descontinuidade da película.
- Dar suficiente resistência química a intempérie enquanto não se aplicam as
restantes demãos.
• Subcapas: São tintas incorporadas no sistema de modo a proporcionarem:
- Espessura total adequada.
- Boa ligação entre o primário e a tinta de acabamento.
- Protecção contra a acção de produtos químicos.
• Tintas de acabamento: São tintas que conferem ao revestimento a cor final, o brilho e outras
características especiais, devem apresentar características como propriedade de antivegetativas,
ignifugas, reflectoras, de resistência, de abrasão e mais.
• Betumes: composições pastosas, contendo teores elevados de pigmento e cargas com a
finalidade de regularizar a base de aplicação.

Selecção do esquema de pintura


A selecção do esquema de pintura tem como afluentes os seguintes factores.
 Finalidade do uso do revestimento - fins decorativo, de protecção de higiene, etc.
 Tipo de base de aplicação.
 Tipo de ambiente: Interior ou exterior, rural, marítimo, industrial, etc.
 Restrições especiais de selecção: Toxicológicas, no caso de estar em contacto com produtos
alimentares.
 Aspectos económicos: Que inclui além do custo de tinta, custo de aplicação e preparação de
superfícies.
 Exigências de durabilidade.

Propriedade da película seca


O sistema de pintura que consiste o revestimento ou película seca deve possuir determinadas
propriedade consoante o fim a que destinam-se as tintas para a construção civil (interior, ou exterior,)
tintas para a marcação de estradas, tintas para a protecção de metais.

Exemplificando teremos para tintas de construção civil os seguintes requisitos:

• Protecção duradoura do substrato


• Fácil aplicação
• Fraca toxidade
• Secagem rápida
• Boa aderência de base

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• Aspecto decorativo
• Boa resistência ao choque
• Boa resistência a intempéries (exterior).

Para o comportamento futuro de um revestimento por pintura, além da selecção do esquema de


pintura que é de primordial importância, a escolha do processo de aplicação é também
fundamental. Por exemplo para uma boa aderência entre o primário e a superfície metálica a
proteger, aconselha-se a aplicação do primário sempre que possível por uma trincha.

Aplicação.
Entre os diversos processos de aplicação a que salientar os seguintes:
 Aplicação manual (Trincha, rolo, espátula, talocha e pincel);
 Aplicação por pulverização (Pistolas: pneumáticas ou convencionais, sem ar e electrostático);
 Aplicação por máquinas de rolos;
 Aplicação por banho fluidificado (tintas em pó);
 Aplicação por cortinas.

Condições de aplicação
Ao aplicar um esquema da pintura deve-se ter sempre as condições que o fabricante indica na ficha
técnica do produto. (A norma portuguesa 32 84 indica os dados técnicos).
Por exemplo, se se trata de uma tinta de dois componentes a que respeitar:
1. As proporções da mistura dos dois componentes;
2. O tempo de vida útil indicado para a mistura que nunca deve ser ultrapassado.

No caso de uma aplicação a pistola a viscosidade é uma das características que se deve controlar.
Para alem das condições de aplicação a que ver as seguintes condições ambientais.

No ambiente:
 Temperatura compreendida entre 5°C e 35°C (nem frio e nem sol forte).
 A humidade relativa não deve exceder 85%.
 Não haver correntes de ar nem poeiras no ar.
No Laboratório:
 A temperatura do ar deve ser 23+ / - 2°C,
 A humidade relativa de ar 50+ /- 5% e
 Isento de correntes de ar e poeiras.

Aconselha-se:
 Deve-se evitar pintar sobre superfícies húmidas
 Para superfícies estucadas, rebocadas ou de betão, teores de humidade inferiores a 5%.
 Para superfícies de madeira teores a volta de 15% no caso de peça exposta a intempérie e 10 a
12% para peças mantidas ao abrigo da intempérie.
 As superfícies metálicas devem estar secas, limpas e a sua temperatura deve ser superior no
mínimo de 2% a temperatura do ponto de orvalho medido no local do trabalho.

10.5.1 Tintas para a construção civil

A função da pintura na construção civil pode ser:


1. Protecção duradoura do substrato
2. Decorativa ou estética

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1. Protecção do substrato: A pintura aplicada assume a função de uma camada de sacrifício, que
evita a degrada precoce do substrato sobre a qual é aplicada. Assim temos que em:
• Revestimentos de argamassa, protege contra esfarelamento e acção da humidade, reduz
absorção de água e inibe o desenvolvimento de fungos e bolores;
• Madeira, reduz absorção de água e protege contra acção das intempéries, da água e do fogo;
• Metais ferrosos; inibe a corrosão;
• Alvenaria aparente, reduz absorção de água

2. Decorativa ou estética: Da aparência final da superfície aonde for aplicada através de cores,
brilho, matizes e texturas. Altera significativamente o aspecto final da edificação

Os requisitos principais de um revestimento por pintura para construção civil são:


 Protecção duradoura do substrato;
- Fácil aplicação;
- Fraca toxicidade;
- Secagem rápida;
- Boa resistência a lavagem;
- Aspecto decorativo agradável a vista.
 Pintura de paredes exteriores:
- Boa resistência a intempérie;
- Boa aderência a base;
- Estabilidade da cor;
- Neutralidade química em relação a base e vice-versa;
- Aspecto decorativo pretendido;
 Pintura de paredes interiores:
- Boa aderência ao suporte;
- Estabilidade de cor;
- Neutralidade química em relação ao suporte;
- Aspecto decorativo pretendido;
- Boa resistência aos agentes agressivos consoante os locais de aplicação
(cozinhas, casa de banho, salas se hospitais, etc.);
- Boa resistência ao choque (corredores).
 Tintas para marcação de estradas:
- Facilidade de aplicação;
- Secagem rapidíssima;
- Boa aderência;
- Durabilidade;
- Boa resistência a abrasão;
- Não ser afectada pelas variações das condições climáticas;
- Facilidade de reflectorização.
 Tintas para protecção de estruturas metálicas:
O comportamento do sistema de pintura anti-corrosiva exigido, depende do meio que circundará
a estrutura metálica a proteger. No entanto, em geral, solicita-se:
- Boa aderência;
- Boa protecção anti-corrosiva;
- Durabilidade elevada;
- Outras funções como decorativas, resistentes a ácidos, ao calor, etc.

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As superfícies metálicas devem sofrer várias operações de tratamento consoante os seguintes


factores:
• Natureza do metal
• Espessura da superfície
• Esquema da pintura

 Superfícies rebocadas e betonadas


Para a preparação da superfície rebocada e betonada para a pintura, devem ser limpas, secas e
isentas de substâncias que possuam, a curto e a longo prazo. Para tal aplica-se os seguintes
tratamentos:
• Selador - composição química que reduz e uniformiza a absorção inútil e excessiva da
superfície.
• Emaçado - material que fecha as rochas e buracos menores que ficaram e apareceram depois na
superfície depois da primeira demão.
• Aparelhamento - consiste em aparelhar a base mudando as condições da superfície, alisando-a
ou dando-a uma textura especial.

 Superfícies de madeira
Para as superfícies de madeira consta a preparação da superfície por lixamento para combater as
nervuras, seguem-se geralmente o selamento, emassamento ou aparelhamento devendo sempre
ter em conta que a madeira contem um grande número de substâncias que alguns dos quais pode
interferir na secagem da tinta.
O lixamento faz-se manualmente ou de máquina de lixar eléctrica.

Em conclusão, o comportamento de uma pintura, as suas propriedades e a caracterização das tintas


utilizadas devem ser testadas no laboratório por meio de ensaios adequados ou submetendo a ensaios
de exposição, por exemplo, em condições artificialmente aceleradas ou nas condições reais de
serviços. Para este último caso os Laboratórios de Engenharia possuem várias estações experimentais
localizadas em vários ambientes: urbano, marítimo e industrial.

5.5.1. Preparação das Superfícies.

Um revestimento pode desempenhar um papel, importante na protecção do substrato a que se


encontra aplicado. A eficácia depende não só da qualidade de tinta, do modo da aplicação, mas
também do estado da superfície que deve ser convenientemente preparado antes da pintura.

A preparação da superfície compreende um conjunto de operações que têm por objectivo obter uma
superfície homogénea, de rugosidade apta para receber a pintura. Um dos aspectos importantes
da preparação da superfície é o seu estado de limpeza.
Deve-se ao todo o caso procurar-se que a superfície esteja isenta de óleos, gorduras, pó ou outros
contaminantes, de modo a estabelecer um contacto directo do substrato com a tinta.

Os trabalhos preparatórios são bastantes controversos, pois existem diversos métodos de execução e
os produtos utilizados têm por vezes composições diferentes e dependem fundamentalmente do tipo
e condições da superfície a ser pintada, do tipo de tinta seleccionado sem esquecer os métodos e
condições de aplicação.

A preparação das superfícies a pintar (substratos) é fundamental para garantir a respectiva boa
aderência.
Esta preparação inclui um ou mais dos seguintes passos:

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1- Remoção manual de resíduos soltos, produtos de corrosão ou de tinta velha.


2- Remoção de resíduos aderentes que podem mais tarde soltar-se e destruir a aderência ou induzir
a corrosão. Remoção mecânica ou tratamento químico são aconselhados neste caso.
3- Criar aderência com um mordente.
4- Modificação da superfície por tratamento químico para a tornar mais compatível com o
revestimento a aplicar.

Quando se trata de repinturas de superfícies pintadas que não oferecem garantias, é necessário
proceder à remoção da tinta antiga que pode ser feita por raspagem, lixagem, queima ou com
utilização de decapantes.

As superfícies metálicas devem sofrer várias operações de tratamento consoante os seguintes


factores:
• Natureza do metal
• Espessura da superfície
• Esquema da pintura
• Condições de serviço.
Os métodos de preparação de superfícies metálicas podem ser divididos em duas categorias:

a) Método físico
Limpeza:
 Com ferramentas manuais (lixas, escovas, esmeril, raspadeiras e facas);
 Com ferramentas mecânicas (escovas rotativas ou discos abrasivos rotativos, martelos
vibratórios e de aguilhas múltiplas para a remoção da ferrugem);
 Por chama (consiste na passagem de urna chama oxiacetilénica sobre a superfície a ser
limpa, a diferença do coeficiente de dilatação entre o aço provoca a queda da camada de
cala mina);
 Com jacto de água (consiste na utilização de um jacto de água de alta pressão para
remover contaminantes que não estejam muito aderentes. Permite a remoção de tintas
velhas não aderentes e gorduras);
 Com jacto abrasivo ou por decapagem (baseia-se na projecção a alta velocidade de um
abrasivo contra a superfície, que remove os contaminantes e torna rugosa. Antes da
projecção de abrasivo, todas as camadas espessas de ferrugem deverão se removidas por
martelarem do mesmo modo, óleos, gorduras e sujidade visíveis deverão ser retiradas).

b) Método químico
Limpeza:
 Com solventes
 Com detergentes
 Com produtos alcalinos
 Com soluções ácidas.
Em superfície metálica após a utilização do decapante pode ser necessário utilizar produtos
químicos para a eliminação de ferrugem.

10.5.2 Tipos de tintas mais utilizados na construção civil

As tintas mais empregadas na construção civil, podemos dizer que são constituídas essencialmente
por tintas baseadas em resinas alquidicas, designadas geralmente por esmaltes sintéticos e pelas
tintas plásticas baseadas em emulsões vinílicas, acrílicas ou de estire no - butadieno.

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Estas tintas plásticas generalizaram-se de tal modo que a pintura de paredes, tanto interiores como
exteriores, se realiza hoje quase só pelo uso destas tintas, pois apresentam inúmeras vantagens como:

 Facilidade de aplicação,
 Leve cheiro,
 Grande aderência ao cimento e dum modo geral aos rebocos habituais,
 Secagem rápida (3 a 4 horas),
 Resistência a lavagem com água e detergente, etc.

As tintas e vernizes sintéticos baseados em resinas alquidicas utilizam-se na protecção e


embelezamento de ferros e madeiras, ou seja normalmente em portas, janelas e persianas.

Pintura de madeiras

A madeira é um dos substratos bastantes usados na indústria de Construção Civil. As madeiras


macias são geralmente mais vulgares na indústria de construção enquanto as madeiras “duras” se
utilizam mais no fabrico de móveis.
A humidade das madeiras pode variar largamente e é um dos problemas que surgem na pintura deste
substrato.

Tipos de pinturas em função do substrato

1. Pinturas para alvenaria, concreto, morteiros e gesso


 Pinturas permeáveis ao vapor de água
• Emulsões à base de resinas PVA (acetato de polivinilo), copolímeros acrílicos ou estireno
- acrílicos
• Tintas à base de cimento ou de cal (caiação)
 Pinturas impermeáveis ao vapor de água
• Alquídicas (esmalte sintéticos)
• Epóxi, borracha clorada, …
• Vernizes alquídicos, acrílicos ou poliuretânicos
 Pinturas hidrofugantes (não há formação da película)
• Emulsões e soluções de silicones
• Soluções de silano -siloxano
2. Pinturas para madeira
• Tintas alquídicas
- Esmalte ao óleo, esmalte sintético
• Esmaltes acrílicos (base água)
• Vernizes
- Alquídicos, poliuretânicos
3. Pinturas para metais
• Alquídicas (esmalte sintéticos)
• Epoxidas, de borracha clorada, de poliéster

Requisitos básicos para que uma pintura tenha o desempenham esperados
 Adequação do sistema de pinturas às características da base
 Correcta preparação da base
 Compatibilidade de qualidade das tintas, fundos e massas
 Adequação dos procedimentos de aplicação

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10.6 Avaliação da Qualidade

Para caracterização de qualquer revestimento não se realizam todos os ensaios existentes, há uma
selecção tendo em vista os campos de aplicação e o objectivo pretendido para os produtos em estudo.

Estes ensaios podem ser realizados com diferentes propósitos como se mostra a seguir.
• Realização de ensaios de recepção de materiais
• Realização de ensaios de controlo de produção
• Verificação de qualidade da tinta (caracterização química e física)
• Caracterização do desempenho de durabilidade do revestimento por pintura
• Selecção entre vários revestimentos para dada utilização
• Ensaios de inspecção na obra
• Estudos de investigação.

Ensaios laboratoriais. Existem essencialmente ensaios em três tipos:


- Ensaios de tinta líquida
- Ensaio na película húmida e de aplicação
- Ensaio na película seca.

Estes ensaios podem ser feitos de características físicas e químicas ou de comportamento.

Qualidade de uma tinta

Das qualidades das tintas segundo os ensaios realizados, qualquer tinta tem de possuir 10 qualidades
essenciais a citar:
1. Facilidade de aplicação
2. Constância: manter as suas características ao longo do tempo
3. Tolerância: capacidade de tolerar certas insuficiências
4. Compatibilidade: capacidade de repintura
5. Aspecto final
6. Características específicas
7. Facilidade de repintura
8. Economia
9. Capacidade de armazenagem
10. Experiência „in situ”.

Defeitos da Pintura (Patologias)

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Há várias causas que podem afectar a qualidade de um revestimento por pintura, como causas
possíveis de anomalias nos revestimentos por pintura pode mencionar as seguintes:
• Aplicação em substratos húmidos
• Inadequada e incorrecta preparação das superfícies
• Espessura seca inferior a recomendada
• Aplicação inadequada
• Uso de produto de má qualidade
• Incompatibilidade de produto
• Utilização de tinta inadequada.

Como tipo de defeitos mais frequentes e suas causas podem citar-se os seguintes:
DEFEITO CAUSAS
Fissura Produto mal formulado, revestimento duro e quebradiço
Empolamento Deficientes prepararão da base, insuficiente espessura, bases húmidas e
revestimentos impermeáveis.
Destacamento Falta de aderência, humidade, fluorescência, má preparação da base.
Pulverulência Acção da intempérie
Saponificação Dissolução do ligante

No caso duma superfície pintada degradada a sua preparação vai depender do tipo de defeito que
apresenta e da sua intensidade.
Assim antes de aplicar um novo esquema de pintura a sua preparação deverá ser feita de seguintes
modos:
1. Remoção total da tinta aplicada, por decapagem, raspagem ou por chama,
2. Escovagem da tinta,
3. Remoção parcial, apenas nas zonas com tinta degradada,
4. Lavagem com água fria ou quente, com ou sem detergentes (revestimentos pulverulentos, com
sujidade),
5. Raspagem (corrosão localizada).

10.7 Fabricação
Para se fabricar uma tinta é necessário trilhar pelas seguintes operações:

Pré-mistura – consiste essencialmente numa pré-dispersão dos pigmentos, isto é, num primeiro
envolvimento das partículas dos pigmentos pelo veículo da tinta.

Dispersão (moagem) – é a dispersão propriamente dita onde são aplicados diferentes tipos de
moinhos para homogeneizar a tinta.

Acabamento – consiste em adicionar alguns produtos componentes da tinta que não fazem parte da
dispersão tais como algumas resinas e óleos ou aditivos, homogeneizados em tanques de maior ou
menor capacidade que os da operação anterior.

Afinação – é a operação que garante a cor da tinta, ajustada de acordo com o respectivo cataloga ou
a um padrão requerido.

Quando a cor é obtida pela combinação de várias cores produz-se o defeito denominado
metamerismo – em que de diferentes ângulos de vista ou de luz se nota divergência de cores.

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Filtração – procura-se separar partículas estranhas com que a tinta por ventura tivesse sido
contaminada durante as várias fases de fabrico, nomeadamente poeiras ou partículas de pele que se
tenham formado por indevida oxidação.

Controlo Laboratorial – consiste numa série de determinações, em que se procura verificar que não
há qualquer anomalia relativamente aos valores fixados na especificação do produto em causa (por
ex: massa volúmica, viscosidade, tempo de secagem, cor, opacidade, brilho, etc.).
No início da produção determina-se o grau de dispersão da tinta (graus Hegman) e a qualidade é
vista depois da filtração.

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