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Turma: ENEM 2019 Prof.º: FLÁVIA

Data: 20/02/2019 Matéria: PORTUGUÊS

LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


Partindo do conceito de texto como sendo um conjunto de palavras que formam um sentido
relacionado a um contexto, podemos dividir os textos em dois grandes grupos: os textos literários e os
textos não literários.
Por que fazemos essa distinção? Para estudar os tipos de textos existentes em nossa sociedade, é
importante compreender como podemos usá-los a fim de tornar nossa comunicação mais clara e
aproveitarmos melhor a variedade de textos que temos a nosso dispor.
Para isso, foi feita a distribuição dos textos por esses dois grupos. Isso equivale a dizer que a maioria dos
textos que existem podem ser colocados em um desses grupos.
Os textos literários são aqueles que possuem função estética, destinam-se ao entretenimento, ao
belo, à arte, à ficção. Já os não literários são os textos com função utilitária, pois servem para informar,
convencer, explicar, ordenar.
Observe os exemplos a seguir.
(Texto 1)
Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do
McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de
sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o
material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-29/12/92)
O primeiro texto – "Descuidar do lixo é sujeira" – se propõe a dar uma informação sobre o lixo despejado
nas calçadas, bem como o que acontece com ele antes de o caminhão do lixo passar para recolhê-lo. É um
texto informativo e, portanto, não literário.
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O texto não literário apresenta linguagem objetiva, clara, concisa, e pretende informar o leitor de
determinado assunto. Para isso, quanto mais simples for o vocabulário e mais objetiva for a informação,
mais fácil se dará a compreensão do conteúdo: foco do texto não literário.
São exemplos de textos não literários: as notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes
de dicionários e enciclopédias, as propagandas publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias, os
manuais, etc.
(Texto 2)
O bicho No texto literário, a expressividade é o mais
Vi ontem um bicho importante. O conteúdo, nesse caso, fica em
Na imundície do pátio segundo plano. O vocabulário bem selecionado
Catando comida entre os detritos. transmite sensibilidade ao leitor. O texto é rico de
Quando achava alguma coisa, simbologia e de beleza artística.
Não examinava nem cheirava: Podemos citar como exemplos de textos
Engolia com voracidade. literários o conto, o poema, o romance, peças de
O bicho não era um cão, teatro, novelas e crônicas.
Não era um gato, Interpretação de Texto – o primeiro objetivo de
Não era um rato. uma interpretação de um texto é a identificação
O bicho, meu Deus, era um homem. de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as
(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. ideias secundárias, ou fundamentações, as
Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.14 argumentações, ou explicações, que levem ao
esclarecimento das questões apresentadas na
O segundo texto – “O bicho” – é um poema. prova.
Sabemos disso principalmente por sua forma. O Normalmente, numa prova, o candidato é
poema é construído em versos e estrofes e convidado a:
apresenta uma linguagem carregada de 1. Identificar – é reconhecer os elementos
significados, ao que chamamos de fundamentais de uma argumentação, de um
plurissignificação. Cada palavra pode apresentar processo, de uma época (neste caso, procuram-se
um sentido diferente daquele que lhe é comum. os verbos e os advérbios, os quais definem o
tempo).
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2. Comparar – é descobrir as relações de


semelhança ou de diferenças entre as situações
do texto.
3. Comentar – é relacionar o conteúdo
apresentado com uma realidade, opinando
a respeito.
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou
secundárias em um só parágrafo.
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras
palavras.
Interpretar X Compreender
Muitos acreditam serem estes dois
conceitos um só, porém, existem diferenças e
você, candidato, deve percebê-las. Apesar do
edital vir falando somente em “Interpretação de
Textos”, faz-se mister a distinção entre eles para
que você consiga resolver as questões de forma
efetiva.
COMPREENDER um texto significa decodificá-lo
para entender o que foi dito. É a análise objetiva
e a assimilação das palavras e ideias presentes
no texto.
As expressões que geralmente se
relacionam com a compreensão são:
 Segundo o texto…;  O texto informa que...
 De acordo com o autor…;  O autor sugere…
 No texto…;
A INTERPRETAÇÃO do TEXTO é o que podemos concluir sobre ele, depois de
estabelecer conexões entre o que está escrito e a realidade. São as conclusões que
podemos tirar com base nas ideias do autor.
Essa análise ocorre de modo subjetivo, e são relacionadas com a dedução do leitor.
Existe uma ciência que estuda a teoria da interpretação, chamada de
hermenêutica. Ela é um ramo da filosofia, que estuda a interpretação de textos em
diversas áreas, como literatura, religião e direito.
Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são:
 Diante do que foi exposto, podemos concluir…
 Infere-se do texto que…
 O texto nos permite deduzir que…
 Conclui-se do texto que...
 O texto possibilita o entendimento de...
RESUMINDO:
Compreensão Interpretação

O que é É a análise do que está escrito no É o que podemos concluir sobre o que está
texto, a compreensão das frases e escrito no texto. É o modo como
ideias presentes. interpretamos o conteúdo.

Informação A informação está fora do texto, mas tem


A informação está presente no texto. conexão com ele.

Análise Trabalha com a objetividade, com as


frases e palavras que estão escritas no Trabalha com a subjetividade, com o que
texto. você entendeu sobre o texto.

“O sacrifício é o intervalo entre o seu objetivo e sua glória!”


ATENÇÃO!
Aos seguintes conceitos:
 INTERTEXTO: texto que faz referência a outro texto.
 DEDUZIR: Chegar a conclusão utilizando somente o raciocínio
 DEPREENDER: Compreender; perceber claramente alguma coisa
 INFERIR: Deduzir; tirar uma conclusão a partir da análise de alguma coisa, de
fatos

GÊNEROS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS


Temas exaustivamente cobrados em várias provas de concursos e vestibulares,
a “Tipologia textual” (Tipos textuais) e os “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos)
são facilmente confundidos. Mas, afinal, eles querem dizer a mesma coisa?
Não. Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos ao longo de
nossa vida, seja na forma oral ou seja na forma escrita.
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou
seja, seguem regras gramaticais, algo mais formal.
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em
consideração a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de
comunicação. São inúmeros os gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de
opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, palestras, etc. A seguir, serão
detalhadas as duas modalidades.
TIPOLOGIA X GÊNERO TEXTUAL
TIPOLOGIA GÊNERO
“A INTENÇÃO/OBJETIVO” “O ATO MATERIALIZADO”
NARRAR Romances, crônicas, fábulas, novelas,
TEXTO NARRATIVO/NARRAÇÃO reportagem...
DESCREVER Cardápios, diário, biografia,
TEXTO DESCRITIVO/DESCRIÇÃO autobiografia, anúncio publicitário,
currículos...

“O sacrifício é o intervalo entre o seu objetivo e sua glória!”


EXPOR Notícias, seminários, palestras, trabalhos
TEXTO EXPOSITIVO/DISSERTAÇÃO acadêmicos, enciclopédias...
EXPOSITIVA
ARGUMENTAR Monografias, cartas argumentativas,
TEXTO ARGUMENTATIVO/DISSERTAÇÃO carta de opinião, resenha, editoriais...
ARGUMENTATIVA
INFORMAR/EXPLICAR/INSTRUIR Bulas de remédio, manual de instrução,
TEXTO receitas médicas e culinárias,
INJUTIVO/PRESCRITIVO/INTRUCIONAL regulamentos...
PREVER Previsões meteorológicas, astrológicas e
TEXTO PREDITIVO/PREDIÇÃO apocalípticas.
APRESENTAR UM DIÁLOGO Histórias em Quadrinhos, roteiros de
TEXTO DIALOGAL/DIALOGAÇÃO novelas, filmes, etc.

 Tipologia Textual
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de
acordo com as regras gramaticais, dependendo de suas características. São as
classificações mais clássicas de um texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje
já se admite também a injunção, a predição e a dialogação. Ao todo são 6 (seis) tipos
textuais.
É importante ressaltar que dificilmente você irá encontrar um texto que se apresente
com apenas uma tipologia. Esses tipos podem se “misturar”, podem se entrelaçar,
embora haja este entrelaçamento de tipos textuais, um será predominante e o que
fará com que você consiga distingui-los são as especificidades de cada um, as quais
passaremos a aprender a partir de agora.
 DESCRIÇÃO (TEXTO DESCRITIVO)
 Configura um retrato verbal daquilo que se quer mostrar.
 Focaliza estados e não transformações
 Seu discurso é figurativo.
 Pode ser objetiva ou subjetiva.
 Tempos verbais privilegiados: presente e pretérito imperfeito.

“O sacrifício é o intervalo entre o seu objetivo e sua glória!”


 Tempo estático.
 NARRAÇÃO (TEXTO NARRATIVO)
 Configura a apresentação de fatos ocorridos.
 Focaliza transformações.
 Seu discurso é figurativo.
 Tempos verbais privilegiados: pretéritos perfeitos.
 Tempo dinâmico (passagem de tempo).
 Sequência temporal.
FOCO NARRATIVO: é o enfoque que o autor escolheu para narrar uma história.
Apresenta-se como:
 Foco narrativo em 1ª pessoa: quando o autor participa da história (narrador-
personagem).
 Foco narrativo em 3º pessoa: o autor não participa da história. (narrador-
observador).
Exemplos:
 “Olhei para ele, estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria
pedir-me alguma coisa...”
 Depois do almoço, Leôncio montou a cavalo, percorreu as roças e os cafezais ,
coisa que bem raras vezes fazia...”

 INJUNÇÃO (TEXTO INJUNTIVO)


 Configura uma orientação
 Expressam normas, ordens, instrução
 Modo verbal privilegiado: imperativo
 Dividido em: INSTRUCIONAL – apresenta apenas um conselho, uma indicação e
não uma ordem. PRESCRIÇÃO – apresenta uma ordem, uma orientação
impositiva.
 O discurso pode ser figurativo.
 DISSERTAÇÃO (TEXTO DISSERTATIVO)
 Apresenta um ponto de vista e/ou um fato
 Focaliza uma opinião e/ou a apresentação de dados

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 Seu discurso é objetivo
 Tempo verbal privilegiado: presente do indicativo
 Objetivo: convencer o leitor/informar sobre um assunto
 Sequência argumentativa
 Uso dos pronomes em 3ª pessoa ou 1ª do plural.
Estrutura da dissertação
EXPOSITIVA ARGUMENTATIVA
Predomínio do uso de
Predomínio da exposição, argumentos, visando o
explicação convencimento, à adesão do
leitor.

Introdução Apresentação do assunto Apresentação do assunto sobre o


sobre o qual se escreve qual se escreve (apresentação da
(Apresentação da tese). tese) e do ponto de vista
assumido em relação a ele.
Desenvolvimento Exposição das informações e A fundamentação do ponto de
conhecimentos a respeito vista e sua defesa com
do assunto (é o momento argumentos. (Defende-se a tese
da discussão da tese) proposta)
Conclusão Finalização do texto, com o Retomada do ponto de vista para
encerramento do que foi fechar o texto de modo mais
dito persuasivo

 PREDIÇÃO (TEXTO PREDITIVO)


 Focaliza uma informação sobre o futuro. Antecipa ou prevê algo que possa ou
irá acontecer.
 Presença de verbos de ação
 Tempo verbal privilegiado: futuro do indicativo e imperativo
 Expressões com valor temporal de futuro
 DIALOGAÇÃO (TEXTO DIALOGAL OU CONVERSACIONAL)
 Focaliza o diálogo, a conversa entre os interlocutores.
 aspetos prosódicos (entoação, regulação da velocidade da fala, pausas);
- elementos não verbais (movimento, olhar, distância);

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- contextos (relevam no que diz respeito à intencionalidade comunicativa, à relação
entre s participantes, lugar e tempo de que se dispõe para falar, convenções, etc.);
 marcas linguísticas:
. características do discurso oral (repetições, quebras sintáticas, etc.);
. segmentos de reformulação;
. marcadores conversacionais (“olha”, “ouve”, etc.);
. formas de tratamento;
. formas verbais do modo indicativo e do imperativo;
. uso da primeira e da segunda pessoa de verbos, pronomes e determinantes;
. modos/modalidades de localização espacial que indicam proximidade ou
afastamento relativamente aos interlocutores (pronomes e determinantes
demonstrativos);
- modos de relacionamento (possessivos de primeira e segunda pessoa);
- modalidades de enunciação: manifestação de atitudes e afetos que relevam da
relação entre os interlocutores (tipos de frases) – “Não me chateies.”; “Que linda
estás!”, etc.;
- modalidades lógicas: relacionam-se com a verdade, probabilidade, certeza,
verossimilhança da conversação.

 Gênero Textual
Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que
os textos apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo.
Tipos de Gêneros Textuais
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros
textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros
textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo,
descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.
Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:
 Romance

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 Novela
 Crônica
 Contos de Fada
 Fábula
 Lendas
São exemplos de gêneros textuais descritivos:
 Diário
 Relatos (viagens, históricos, etc.)
 Biografia e autobiografia
 Notícia
 Currículo
 Lista de compras
 Cardápio
 Anúncios de classificados
Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
 Editorial Jornalístico
 artigo de opinião
 carta argumentativa
 Resenha
 Artigo
 Ensaio
 Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:
 Seminários
 Palestras
 Conferências
 Entrevistas
 Trabalhos acadêmicos
 Enciclopédia
 Verbetes de dicionários
Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:

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 Propaganda
 Receita culinária
 Bula de remédio
 Manual de instruções
 Regulamento
 Textos prescritivos

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