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Brazilian Journal of Development

Capacitação docente para execução dos primeiros socorros em escolares

Teacher training for first aid meeting in schools

DOI:10.34117/bjdv6n6-497

Recebimento dos originais:08/05/2020


Aceitação para publicação:22/06/2020

Meyssa Quezado de Figueiredo Cavalcante Casadevall


Doutora em Ciências Médico-Cirúrgicas - Universidade Federal do Ceará
Instituição: Universidade Federal do Ceará
Endereço: Rua Prof. Costa Mendes, 1608 - Rodolfo Teófilo, Fortaleza – CE, Brasil.
E-mail: mequezado@gmail.com

Vanísia Rodrigues Araújo De Sousa


Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio do Ceará
Instituição: Centro Universitário Estácio do Ceará.
Endereço: Rua Eliseu Uchôa Beco, 600 - Patriolino Ribeiro, Fortaleza-CE, Brasil.
E-mail: vanisiaraujo@gmail.com

Ellen Dos Santos Miranda


Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio do Ceará
Instituição: Centro Universitário Estácio do Ceará.
Endereço: Rua Eliseu Uchôa Beco, 600 - Patriolino Ribeiro, Fortaleza-CE, Brasil.
E-mail: ellensmiranda@yahoo.com

Maycon Vitoriano De Paula


Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio do Ceará
Instituição: Centro Universitário Estácio do Ceará.
Endereço: Rua Eliseu Uchôa Beco, 600 - Patriolino Ribeiro, Fortaleza-CE, Brasil.
E-mail: mayconvitoriano14@hotmail.com

Maria Helane Rocha Batista Gonçalves


Doutora em Ciências Médico-Cirúrgicas - Universidade Federal do Ceará
Instituição: Universidade Estadual do Ceará
Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE, Brasil.
E-mail: helanerocha@hotmail.com

Eysler Gonçalves Maia Brasil


Doutora em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde - UECE
Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Brasileira (UNILAB)
Endereço: Rua José Franco de Oliveira, s/n, Redenção-CE, Brasil.
E-mail: eyslerbrasil@unilab.edu.br

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RESUMO
O presente estudo objetivou analisar o conhecimento dos professores do ensino infantil a
respeito dos primeiros socorros. Trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa, seguindo
os seis passos descritos por Mendes e Galvão. O levantamento dos dados se deu durante os
meses de setembro e outubro pela busca on-line nas bases de dados: BIREME, LILACS e
BDENF, totalizando 10 artigos que compuseram a pesquisa. Através da análise dos dados
coletados foram extraídas três categorias: A importância do treinamento e capacitação sobre
primeiros socorros para os professores; Grau de conhecimento dos professores sobre primeiros
socorros e Acidentes escolares mais frequentes relacionados a infraestrutura. É certo que há
um déficit no grau de conhecimento dos profissionais de ensino infantil em relação aos
primeiros socorros. Nota-se o despreparo deste profissional na ocorrência de acidentes, sua
prestação de socorro se dar de forma impulsiva e por muitas vezes irracional.

Palavras-chave: Primeiros socorros, Educação em enfermagem, Capacitação de professores.

ABSTRACT
This study aimed to analyze the knowledge of teachers in early childhood education about first
aid. This is an integrative review study, following the six steps described by Mendes and
Galvão. The survey of data took place during the months of September and October through
the online search in the databases: BIREME, LILACS and BEDENF, totaling 10 articles that
comprised the research. Through the analysis of the collected data, three categories were
extracted: The importance of training and capacity building on first aid for teachers; Degree
of knowledge of teachers about first aid and most frequent school accidents related to
infrastructure. It is true that there is a deficit in the level of knowledge of early childhood
education professionals in relation to first aid. It is possible to notice the unpreparedness of
this professional in the occurrence of accidents, his provision of assistance is given in an
impulsive and often irrational way.

Keywords: First aid, Nursing education, Teacher training.

1 INTRODUÇÃO
Em algum momento da vida, qualquer indivíduo pode ser acometido por situações de
urgência e emergência fora do ambiente hospitalar, necessitando de intervenções rápidas e
adequadas realizadas em um curto espaço de tempo. Estas itervenções permitem que a vítima
recupere suas funções vitais e reduza os possíveis agravos decorrentes do mesmo. Tais
cuidados são denominados de primeiros socorros e podem ser prestados pelas pessoas
presentes no local até que o atendimento especializado ofereça assistência a vítima(1).
É importante ressaltar que, embora qualquer pessoa possa realizar o atendimento, deve-
se conhecer as técnicas de quando e como agir. Quando o atendimento é realizado de forma
imediata, minimiza-se os riscos de sequelas e aumenta-se as chances de vida. São poucas as
pessoas que, dentro do ambiente de trabalho, possuem esse tipo de conhecimento sobre
primeiros socorros, algo negativo, já que situações de urgência podem surgir e pôr em risco a

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vida da vítima pela falta de um atendimento imediato (2). Quando se trata de crianças, estes
cuidados devem ser realizados de uma maneira ainda mais rápida.
As crianças possuem características que as colocam em risco e as predispõe ao
acontecimento de acidentes que envolvem traumas e lesões. Estas são: os variados níveis de
desenvolvimento cognitivo e motor, a curiosidade de explorar situações desconhecidas para
as quais não possui preparo físico, a agressividade e intensidade das atividades recreativas, a
exposição a comportamentos de risco e as atitudes de desafios às regras institucionais(1).
O atendimento precoce e de boa qualidade a vítima é fundamental, principalmente
quando é realizado por ações padronizadas onde observa-se uma maior probabilidade de
eficácia da intervenção, diminuindo ou até mesmo evitando o óbito, as lesões cerebrais e outras
sequelas que podem surgir em decorrência do acidente(3).
Os estabelecimentos de ensino são espaços onde se localizam um grande quantitativo
de crianças em constante interação, desenvolvendo atividades variadas que estimulam sua
capacidade motora e práticas esportivas(4). Desta forma, compreende-se que a escola é um
ambiente destinado a formação de cidadãos, onde há a troca constante de experiências e por
isso torna-se um local que favorece a aplicação de ações que aumentam o aprendizado e a
prevenção dos agravos de acidentes (5).
Afim de encurtar a distância entre escola e os serviços de atenção à saúde, foi elaborado
em 2007 o Programa Saúde na Escola (PSE) visando a integração e articulação contínua da
educação e da saúde, conferindo à população uma significativa melhoria na qualidade de vida.
A principal finalidade desse programa é cooperar para a formação dos estudantes da rede
pública de educação básica por meio de ações de prevenção de acidentes, promoção e atenção
à saúde(6,7).
Dentro deste universo a educação em primeiros socorros para docentes devem ter sua
parcela reservada, devido a elevada incidência de acidentes entre escolares. Segundo a Rede
Nacional Primeira Infância (2014), o trauma é a principal causa de morte em crianças e adultos
jovens, sendo considerado um dos problemas de saúde pública mundial(8).
De acordo com pesquisa realizada nas cinco maiores escolas da cidade de Umuarama
– Paraná, sobre os acidentes mais comuns que ocorrem na escola, os 05 mais citados em
porcentagem foram: quedas 37%; fraturas 30%; escoriações 15%; cortes com vidros 10%;
choque elétrico 5%; outras respostas 3%(9).
A enfermagem tem um papel importante e estratégica na educação em saúde e,
portanto, na educação em primeiros socorros na escola, pois está totalmente inserida nos
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serviços de urgência e emergência. Apesar de não ter sua atuação voltada diretamente a este
tipo de ambiente, o desenvolvimento de tecnologias educativas sobre primeiros socorros é
relevante para a enfermagem pois contribuem para uma maior atuação desta categoria no
ambiente escolar por meio de intervenções educativas(10).
Com essas informações sobre o conhecimento dos educadores infantis, percebe-se a
importância de um estudo a respeito da capacitação e orientação destes professores com o
objetivo de prestar o atendimento inicial, afim de diminuir os efeitos do incidente até que a
vítima seja levada a uma Unidade de Pronto Atendimento, caso seja necessário.
O presente estudo justifica-se pelo fato de que a curiosidade natural das crianças e o
ambiente escolar a qual estão inseridas, as expõe tanto a situações de risco quanto a ocorrência
de acidentes e que os profissionais inseridos nesse contexto, no caso os professores, na maioria
das vezes não possuem um conhecimento acerca da temática de primeiros socorros ou não
foram orientados e treinados para agir em situações de emergência com os seus alunos.
Diante desta justificativa surge o seguinte questionamento: Os professores do ensino
infantil estão capacitados a prestarem atendimento em primeiros socorros aos escolares?
O presente estudo objetivou analisar a capacidade dos professores do ensino infantil a
respeito dos primeiros socorros.

2 METODOLOGIA OU DESCRIÇÃO DA EXPERINÊNCIA


Trata-se de uma revisão integrativa que abrange a análise de estudos ou pesquisas com
mais relevância que atuam como base nas decisões cruciais na prática clínica, proporcionando
um elevado grau de conhecimento de um determinado assunto, além de apontar dados do
conhecimento que precisam ser melhorados ou modificados com a ajuda de novas realizações
de pesquisas (11).
Este método permitiu que a pesquisa tivesse uma alta relevância para as profissões que
envolvem a saúde, especificamente a enfermagem pois é arduamente incentivada e desafiada
a buscar novos conhecimentos científicos com o objetivo de ofertar cuidados eficazes em todas
as áreas da saúde. Além de gerar resultados de pesquisas mais fáceis de compreender, uma vez
que com um único estudo o leitor adquire vários acessos a diversas pesquisas realizadas, o que
torna rápida a divulgação do conhecimento adquirido (11).
Para realização desse tipo de estudo foi necessário o uso rigorosamente metodológico,
visão clara e ampla na explanação dos resultados, de forma que o leitor apontasse as
características fundamentais dos estudos incluídos na revisão.
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Contudo, para a formação desse trabalho foi sugerida a utilização do modelo de
Revisão Integrativa dirigida por Mendes e Galvão, que abrangesse as seguintes etapas no
processo de construção metodológico: A elaboração da questão norteadora é a primeira etapa
da construção do estudo, mostrando a investigação de um problema relevante. O assunto foi
mínimo facilitando a compreensão da construção da questão norteadora, da escolha dos
descritores e da busca dos estudos. O êxito da elaboração da pesquisa, para alguns estudiosos,
está na primeira etapa bem executada (11).
O guia do planejamento e a execução da pesquisa é a questão norteadora. Atingir o
problema desse estudo exigiu, portanto, a busca da seguinte questão norteadora: Os
professores do ensino infantil estão capacitados a prestarem atendimento em primeiros
socorros aos escolares?
Tal problemática foi respondida por meio da construção de categorias, facilitando a
compreensão da temática primeiros socorros na escola.
Já a segunda etapa está diretamente interligada com a fase anterior, pois o assunto
abordado no estudo demonstrou a amostragem ou busca de literatura utilizados. Compreende-
se que, quanto mais extenso for o objetivo mais calculista e detalhista terá que ser o
pesquisador ao selecionar tais literaturas para serem incluídas na pesquisa. Nesta etapa o
pesquisador abordou de forma bem clara e objetiva quais foram os critérios identificados para
o processo de inclusão e exclusão das literaturas (11).
Os critérios de inclusão foram: textos completos e publicados entre 2014 e 2018,
disponíveis nos idiomas português, inglês e aqueles que contribuíram para a discussão da
temática. Os critérios de exclusão foram: artigos cujo tema não responderam à questão
norteadora.
Diante disso, para o levantamento dos dados, foram utilizadas as bases de dados
seguintes: LILACS (Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da
Saúde), BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da
Saúde), BDENF (Base de Dados de Enfermagem). Os Descritores em Ciência da Saúde
(DeCS) utilizados foram compostos das seguintes palavras no idioma português: Primeiros
socorros; Saúde escolar; Emergência, Educação em saúde e Docentes.
Realizou-se o cruzamento dos descritores “saúde escolar” e “emergência”; seguindo
com os descritores “primeiros socorros” e “educação em saúde”; logo depois os descritores
“primeiros socorros” e “docentes”. Em seguida foram selecionados os artigos que
respondessem à questão norteadora. Através dos cruzamentos destes descritores selecionados
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para ampliar o problema foram pré-selecionados 10.419 artigos da base de dados BIREME.
Dentre estes, 1.696 estudos tinham ano de publicação anterior a 2014, 1.492 apresentavam-se
como resumo, 7.221 não respondiam à pergunta norteadora, restando 10 artigos para o estudo.
Na terceira etapa que consiste na leitura dos artigos a fim de extrair dos estudos as
(11)
principais informações a serem analisadas . Para coletar e sintetizar os dados obtidos dos
estudos selecionados foi utilizado um quadro sinóptico como instrumento de coleta de dados,
com base nos seguintes critérios: Título, autores, objetivo, ano de publicação, qualis e
periódico.
A quarta etapa corresponde à análise detalhada dos dados em uma pesquisa
convencional. Tal análise é realizada de forma crítica afim de encontrar explicações e
mudanças nas recomendações para a prática. Pode ser usada como forma de estratégia, a
seleção e divisão dos estudos de acordo com os objetivos da pesquisa e do pesquisador tendo
como alvo desvendar as vantagens e desvantagens de cada estudo. De tal forma obteremos
uma listagem de artigos correspondentes à pesquisa evidenciando e relacionando os resultados
encontrados com diferentes autores (11). A partir da análise dos dados obtidos, estes analisados
pelos três pesquisadores, pode-se extrair as seguintes categorias: A importância do
treinamento e capacitação sobre primeiros socorros para os professores, Grau de conhecimento
dos professores sobre primeiros socorros e Acidentes escolares mais frequentes relacionado a
infraestrutura.
A quinta etapa equivale a fase de discussão dos principais resultados da pesquisa que
diz respeito à análise dos dados de uma pesquisa inicial. Torna-se importante nesta fase a
comparação dos estudos inclusos de acordo com o conhecimento teórico para identificar os
resultados de conclusões e implicações da revisão integrativa. Para melhoria de estudos
futuros, tendo em vista a relevância da temática abordada nesta pesquisa, pode-se apontar
lacunas como forma de direcionamento à estudos futuros que tenham como objetivo realizar
(11)
pesquisas aprofundadas a respeito deste assunto . Os estudos foram analisados
criteriosamente dentro das questões norteadores, em seguida interpretados e divididos de
acordo com as categorias estabelecidas.
A sexta e última etapa consiste na elaboração da evidência que deve considerar a
relação das etapas percorridas e os principais resultados explicitados da pesquisa dos artigos
abrangidos. Esta fase produz impacto devido a carga do conhecimento presente de acordo com
(11)
o conteúdo desenvolvido . Após análise e detalhamento dos principais resultados

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encontrados nos estudos incluídos por meio do processo de revisão, destacou-se as principais
temáticas sendo discutidas de acordo com as categorias definidas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao final, foram incluídos no estudo 10 artigos, seus resultados foram devidamente
analisados e discutidos na íntegra. Os mesmos foram publicados em 10 periódicos, em diversas
bases nacionais e internacionais, além de estarem classificados no Qualis Capes B2 (Revista
de Enfermagem Foco) 01 artigo, A2 (Acta Paulista de Enfermagem) 01 artigo, B2 (Revista de
Enfermagem UFPE on line) 02 artigos, B3 (Revista de Enfermagem do Centro-oeste Mineiro)
01, B2 (Enfermería Universitaria) 01 artigo, B4 (Revista Enfermagem UFPI) 01 artigo, B1
(BMJ Pediatrics) 01 artigo, B1 (BMJ Open) 01 artigo, B4 (Revista da Rede de Enfermagem
do Nordeste) 01 artigo.
A seguir, apresenta-se o quadro 1 com os seguintes artigos selecionados conforme o
título, autores, objetivo, ano de publicação e periódico. Em seguida, seus conteúdos serão
discutidos em categorias temáticas.

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Quadro 1 – Descrição dos artigos selecionados
TÍTULO DO
AUTORES OBJETIVO ANO/QUALIS PERIÓDICO
ARTIGO
Descrever uma ação
Primeiros socorros
Silva LGS, educativa com
e prevenção de
Costa JB, professores do
acidentes no Rev. Enferm.
E01(13) Furtado LGS, ensino primário e 2017/B2
ambiente escolar: Foco.
Tavares JB, identificar possíveis
intervenção em
Costa JLD. situações de risco
unidade de ensino
para acidentes.

Construir e validar
Primeiros socorros Neto NMG, uma cartilha
na escola: Caetano JA, educativa para
construção e Barros LM, professores da Acta paul.
E02(21) 2017/A2
validação de Silva TM, educação infantil e enferm.
cartilha educativa Vasconcelos ensino fundamental I
para professores. EMR. sobre primeiros
socorros na escola.

Descrever a
Atividades de experiência de
Silva CB,
educação em planejamento e
Kantorski
saúde junto ao desenvolvimento de Rev enferm
E03(17) KJC, Motta 2017/B2
ensino infantil: atividades de UFPE on line.
MGC, Pedro
relato de educação em saúde
ENR.
experiência. junto ao ensino
infantil.
Atitudes dos Investigar as atitudes
Carmo HO, Revista de
docentes de dos docentes de uma
Souza RCA, Enfermagem do
E04(15) educação infantil escola de educação 2017/B3
Araújo CLO, Centro-Oeste
em situação de infantil perante um
Francisco AG. Mineiro.
acidente escolar. acidente escolar.
Calandrim LF,
Primeiros socorros Avaliar o
Santos AB,
na escola: conhecimento de
Oliveira LR,
professores e
E05(18) treinamento de Massaro LG, 2017/B4 Rev Rene.
professores e funcionários após
Vedovato CA,
funcionários. um treinamento de
Boaventura
primeiros socorros.
AP.
Promover atividades
educativas para a
Prevenção de Araújo AR, prevenção de
acidentes em uma Gubert FA, acidentes com pré-
creche: Tomé MABG, escolares; verificar Rev enferm
E06(16) 2017/B2
experiência com Martins MC, com os pais e UFPE on line.
pais, professores e Fontenele NL, professores o
pré-escolares. Barros ÊC. conhecimento acerca
da prevenção de
acidentes.

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Avaliar o aumento
Educación para la do nível de
salud en primeros conhecimento sobre
auxilios dirigida al Enfermería
E07(20) Martín RA. primeiros socorros 2015/B2
personal docente Universitaria
dos professores, após
del ámbito escolar uma intervenção
educativa.

Descrever a
experiência de
A experiência de discentes do Curso
discentes de de Enfermagem
enfermagem na Vieira AK, durante a
(14) capacitação de Torres SL, capacitação sobre Rev Enferm
E08 2014/B4
educadores Franca AFO, primeiros socorros UFPI
infantis em Silva RMM. com educadores dos
primeiros Centros Municipais
socorros. de Educação Infantil
em Santa Terezinha
de Itaipu.

Effects of
pediatric first aid Avaliar os efeitos do
training on treinamento
Li F, Sheng X,
preschool pediátrico de
Zhang J, Jiang 2014/B1 BMC Pediatrics
teachers: a primeiros socorros
E09(22) F, Shen X.
longitudinal entre os professores.
cohort study in
China.
Avaliar o
Are
conhecimento
schoolteachers Ammirati C,
adquirido por
able to teach first Gagnayre R,
crianças muito
E10(19) aid to children Amsallem C, 2014/B1 BMJ Open
jovens (<6 anos)
younger than 6 Némitz B,
treinadas por seus
years? A Gignon M.
próprios professores
comparative study
na creche.
Fonte: Elaborado pelos autores.

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3.1 ACIDENTES ESCOLARES MAIS FREQUENTES RELACIONADO A
INFRAESTRUTURA
Esta categoria refere-se aos dados encontrados nos artigos que tratam dos acidentes
escolares mais frequentes relacionados à infraestrutura.
Os acidentes escolares são cada vez mais frequentes. Além dos envolvidos
encontrarem-se na fase de descobertas e de desenvolvimento locomotor, existem as condições
da infraestrutura do ambiente que pode favorecer as situações de risco.
Os acidentes na infância, sejam no ambiente escolar ou não, apresentam crescente
número de mortalidade e invalidez chegando a 70% dos casos entre crianças desde seu
primeiro ano de vida até os 14 anos. Essas ocorrências se dão através de motivos como
(12)
acidentes e violência, por exemplo .
Surge, então, a discussão desses riscos já que no ambiente escolar estão presentes
crianças de diferentes idades. É neste ambiente que muitas vezes passam a maior parte do dia,
desenvolvendo diversas atividades em constante contato com outras crianças e tendo que lidar
com os desafios do ambiente. Por se tratar de crianças, a escola torna mais propícia a
ocorrência de acidentes, ocasionados pelas diversas atividades realizadas e também pela
curiosidade própria da sua faixa etária para explorar novos lugares da escola e realizar
atividades por conta própria. Além dos possíveis acidentes relacionados às atividades, existem
as ocorrências de acidentes que envolvem a estrutura da escola. Embora seja um espaço
privilegiado e potencializador do desenvolvimento infantil, pode-se também se tornar um
ambiente propício à ocorrência de acidentes (13).
Neste ambiente, as crianças estão mais suscetíveis aos acidentes, pois a mudança de
ambiente pode lhes induzir um elevado nível de tensão e de liberdade de locomoção. Estes
fatores associados à desatenção ou ausência da capacidade de identificação dos perigos que o
ambiente representa e à vulnerabilidade ocasionada pela própria idade é o que faz do ambiente
escolar mais propenso à ocorrência de acidentes (14).
Logo, os acidentes dentro do ambiente escolar, podem acontecer a qualquer momento,
principalmente quando se trata de crianças. Muitos acidentes ocorrem com maior frequência
nas atividades esportivas e recreativas e nos intervalos do lanche em que as crianças realizam
brincadeiras próprias de sua faixa etária (15).
Mediante o estudo das pesquisas relacionadas ao assunto, pode-se listar as principais
ocorrências notadas no ambiente escolar. Dentre as mais frequentes estão o sangramento nasal,

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o desmaio, as contusões, as distensões, as entorses, as luxações, as fraturas, os cortes e as
escoriações (12,13).
O tipo de acidente com mais frequente é a queda que, dependendo do grau do
acometimento, pode levar a criança à óbito. Os escolares, por gostarem de correr e subir em
lugares elevados, se expondo a esses riscos (16).
Associada aos acidentes, a sala de aula, por não possuir uma estrutura desejável para
crianças, pode ser propícia a condições acidentais. Por isso, é importante a existência de uma
estrutura física adequada para que se evite acidentes e se previna a ocorrência de sequelas
irreversíveis (15). Dentre as principais estruturas e fatores que podem ocasionar eventualidades,
podemos citar os móveis pontiagudos como, carteira e cadeira, os materiais próprios dos
alunos e a proximidade das cadeiras às janelas (12).
Quando se trata de estrutura escolar, deve-se observar os diferentes aspectos das
condições de funcionamento, analisando os pontos que são mais suscetíveis a acidentes entre
os escolares. Um dos pontos que podemos observar nas escolas é o risco de quedas, pois os
traumas podem se apresentar como situação de elevado índice de morbimortalidade infantil
na fase pré-escolar. Uma forma de prevenção adequada é a utilização de grades em portas e
janelas, a utilização de telas de proteção e corrimão nas escadas e rampas (13).
Além da infraestrutura, que pode ser uma das grandes responsáveis pela incidência de
acidentes na infância, os momentos de recreação também são mais propensos à ocorrência de
acidentes com danos à saúde da criança. O espaço escolar possui parquinho, palco e quadra.
Estes lugares chamam a atenção das crianças, que são ávidas em explorar o ambiente. Portanto,
devem estar sempre acompanhadas de um responsável para que se evite quedas e demais
ocorrências (15).
As escolas precisam ser vistoriadas pelo órgão responsável de fiscalização de escolas
e prédios a respeito da infraestrutura e, quando necessário, realizadas manutenções e
adequações com o intuito de prevenir acidentes escolares. A escola, mesmo sendo considerada
um local seguro, ainda assim possui ambientes e instalações a serem readequadas (13).
Cabe ressaltar que os docentes são peças importantes para o cuidado das crianças. Eles
conhecem cada espaço do ambiente e sabem quais os locais mais propícios às situações de
acidentes. Por isso é importante identificar os pontos críticos da infraestrutura escolar,
corrigindo-os e contribuindo para redução dos acidentes em escolares (15).
Acerca do assunto, a segurança do ambiente escolar envolve a estrutura física adequada
e a capacitação dos profissionais que atuam naquele local. É necessário o conhecimento sobre
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primeiros socorros em diferentes faixas etárias e a habilitação dos profissionais com a
(13)
finalidade de promover o cuidado e reduzir agravos relacionados aos acidentes na escola .
Percebe-se que a assistência de enfermagem é de suma importância na promoção de
saúde através da capacitação teórico-prática em primeiros socorros dos docentes, afim de
minimizar os índices de acidentes entre escolares. Apesar das falhas na infraestrutura, um
corpo docente preparado e conhecedor das principais ações de primeiros socorros, reduzirá a
incidência de agravos e complicações que coloquem em risco a saúde da criança (17).

3.2 GRAU DE CONHECIMENTO DOS PROFESSORES SOBRE PRIMEIROS


SOCORROS.
Nesta categoria tratou-se dos dados encontrados nos artigos a respeito do grau de
conhecimento dos professores sobre primeiros socorros.
De acordo com a pesquisa realizada através da leitura dos artigos, percebe-se que há
uma grande necessidade em nosso país em abordar os cuidados de saúde na formação
acadêmica dos professores e em sua vivência profissional.
A amplitude desse conteúdo de primeiros socorros deve ser disponibilizada a qualquer
pessoa que deseje ter acesso ao conhecimento, para que aprenda de forma correta, com
qualidade e eficácia. É de extrema importância a capacitação dos educadores de ensino infantil
para que, em momentos de urgência, possam salvar vidas dos seus alunos e até mesmo prevenir
ou reduzir sequelas.
Sabe-se que a capacitação dos professores em primeiros socorros é fundamental na
vida profissional desses educadores, pois proporciona medidas de segurança minimizando até
mesmo complicações e possíveis sequelas nas vítimas (18).
Pesquisas demonstram que os profissionais de ensino infantil não possuem
conhecimento adequado sobre primeiros socorros durante a formação acadêmica ou em seu
ambiente de trabalho. Sabendo que, no seu cotidiano, muitas das vezes surgirão situações que
necessitarão de agilidade no atendimento com o propósito de salvar a vida de uma criança. A
capacitação deve-se ser ofertada para qualquer pessoa com o intuito de prestar socorro
adequado à vítima até ela receber atendimento especializado. O Ministério da Saúde
juntamente com o Ministério da Educação elaborou o Programa Saúde na Escola que tem
como objetivo capacitar os profissionais de educação para atuar como socorristas, quando
necessário na escola, com ações preventivas que são de responsabilidade da Estratégia Saúde
da Família na área da localização da escola (15).
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Muitos educadores relatam nunca ter passado por qualquer tipo de capacitação ou
treinamento sobre primeiros socorros, mas que já vivenciaram grandes momentos de tensão
em acidentes escolares e que não souberam intervir de forma correta (14).
Segundo o Ministério da Saúde, uma das grandes abordagens a ser usada como
programas educacionais para os professores são as atividades e ações preventivas de acidentes
no ambiente escolar. Porém, quando a prevenção falhar será necessário a atuação dos
(15)
professores em prestar os primeiros atendimentos ao acidentado .
Sabe-se que a prevenção é o caminho mais eficaz para a redução de acidentes na
infância ou no ambiente escolar. Portanto, é necessário e fundamental para os educadores a
implantação de programas educativos que proporcionem conhecimentos sobre tal assunto,
dando-lhes a autonomia de agirem em momentos de emergência oferecendo atendimento
prévio enquanto aguardam o serviço de atendimento pré-hospitalar especializado, como o
SAMU, por exemplo (14).
Com o despreparo dos docentes em relação aos acidentes na infância, observa-se que,
de acordo com os estudos, o ambiente escolar é o local aonde ocorre grande parte das situações
que colocam em risco a saúde da criança. Por tal motivo, é fundamental que os professores
sanem as suas dúvidas sobre como atuar em casos de urgência e emergência com seus alunos.
Conforme pesquisas, são muitos os relatos dos educadores que não sabem agir de forma
correta e que se sentem inseguros em prestar atendimento imediato, pois temem causar
sequelas nas crianças por não saber agir em determinada situação e que sempre prestaram
atendimento aos alunos por impulso, pela experiência vivenciada no trabalho ou pelos
conselhos dados por amigos e parentes (15,19).
Portanto, percebe-se que os educadores não se sentem capacitados para agir em
situações de emergência e urgência na escola porque não receberam treinamento neste
determinado assunto. É observado que o despreparo e a insegurança são sentimentos comuns
entre os docentes, tornando-os assim incapazes de atender uma vítima de acidentes escolares
(15,20)
.
Tal despreparo é evidenciando quando questionado aos profissionais sobre como agir
em situações de urgência e emergência, pois afirmam nunca terem recebido algum tipo de
instrução na época da formação acadêmica, que somente receberam instruções de como educar
a criança para a vida adulta (21).
Os docentes relatam que existem acidentes leves e graves na escola, sendo que o
atendimento sempre é prestado por eles mesmos sem saber ao certo o que estão fazendo e se
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estão fazendo de forma correta. Percebe-se o despreparo dos profissionais e a insegurança
quando surge o atendimento de urgência no ambiente escolar, pois realizam o socorro de forma
errônea. Muitas são as dúvidas e incertezas que rodeiam esses profissionais, que de acordo
com eles seriam sanadas se tivessem o treinamento adequado para prestarem (14).
É certo que, ainda falta preparo na atuação dos docentes em relação aos primeiros
socorros na escola, mas se houvesse capacitação e informações para esses educadores seriam
menores os índices de acidentes no ambiente escolar. Além disso, o quantitativo de sequelas
seria reduzido, pois o atendimento imediato prestado pelo professor reduziria os agravos no
estado clínico da criança, sendo possível transmitir esses conhecimentos aos seus alunos,
tornando-os capazes de prestarem atendimento adequado em situações de emergência (19).
Pelo despreparo dos professores é que se dá a importância das inserções de ações de
cuidados e prevenção de acidentes na escola, favorecendo um espaço adequado para segurança
e o desenvolvimento da criança e contribuindo assim para o melhor funcionamento da
instituição (17).
A maioria dos professores relata que nunca entraram em contato com este tipo de
capacitação e informação, embora já tenham passado por situações de acidentes no qual não
(14).
souberam como agir A desinformação gera sentimentos de angústia e sensação de
incapacidade. Com a participação dos educadores em estratégias e programas desenvolvidos
para treiná-los em primeiros socorros, se tornarão mais aptos a lidar em situações de
emergência (19). Contudo, percebe-se a ausência de diretrizes na educação brasileira e no PSE,
pois focam a capacitação ou treinamentos para esses professores sobre este determinado
assunto de grande importância.

3.3 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO SOBRE PRIMEIROS


SOCORROS PARA OS PROFESSORES
Durante a formação acadêmica, os professores não recebem informações a respeito dos
primeiros socorros, mostrando-se leigos em relação ao atendimento inicial dos acidentes
escolares. Apesar de não vivenciarem essa experiência, a maioria deles sabe a definição de
(15,20)
primeiros socorros e carregam em si a vontade de aprender a respeito da temática .
Os principais acidentes vivenciados pelos professores dentro do ambiente escolar são:
convulsões, cortes profundos, fraturas de membros superiores e inferiores expostas ou não,
(15)
entorses, cortes extensos com muito sangramento, quedas e engasgamentos . Muitos se
sentem inseguros em prestar socorro, o que gera o sentimento de insegurança e medo em
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intervirem de maneira ineficaz, sob o risco de aumentarem a gravidade do quadro e de expor
de forma desnecessária a criança (13).
O treinamento realizado junto aos professores envolve questões relacionadas às
situações de emergência mais comuns que ocorrem nas escolas e os capacita a agir de maneira
eficiente diante das diversas possibilidades de acidentes escolares (15,19).
No programa de treinamento realizado em um estudo, foram abordados os seguintes
conteúdos: Dificuldade em Respirar; Controle da Infecção, Sangramento e Edema; Lesões
Ósseas, Articulares e Musculares; Perda de capacidade de resposta e desmaio; Convulsões e
traumatismos cranianos; Reações alérgicas, mordidas e picadas; Envenenamento,
Queimaduras, Lesões Oculares e Bucais. Os resultados demonstram que há uma boa retenção
do conhecimento por parte dos professores a respeito dos temas ministrados (22).
Apesar de alguns educadores já apresentarem um conhecimento prévio a respeito dos
primeiros socorros, algumas destas noções são errôneas e incompletas, como, por exemplo, a
utilização de álcool para tratar feridas e o desconhecimento por parte deles da utilização do
desfibrilador externo (20).
As atividades de capacitação docente sobre primeiros socorros podem ser realizadas
pelo Enfermeiro da Atenção Primária em Saúde junto a sua equipe que devem estar aptos ao
primeiro atendimento à vítima, sabendo, pois, que a correta resolução do protocolo pode salvar
a vida da vítima caso a unidade disponha do material necessário (23).
Antes de iniciar as atividades de capacitação dos professores, faz-se necessária a
aplicação de pré-teste como instrumento de coleta de dados, composto por questões subjetivas
e objetivas, com a finalidade de identificar os principais déficits no conhecimento de primeiros
socorros e as características demográficas do grupo que demonstra interesse em capacitar-se
(22)
.
As atividades educativas de capacitação costumam ser teórico-práticas divididas em
alguns momentos e vivências. Na primeira etapa, utiliza-se meios didáticos, como tecnologias
e materiais de multimídia, para a explanação do conteúdo teórico elaborado segundo dados
(14)
obtidos no pré-teste, seguido de atividades práticas relacionadas à temática . Estes
treinamentos devem permanecer por longos períodos, conciliando aulas visuais, treinamentos
práticos e aplicação de casos com situações reais, permitindo a aquisição de habilidades por
parte desse profissional (18).
A capacitação se mostrou uma estratégia com resultados positivos para qualificação
docente. Antes de serem submetidos ao treinamento, os professores apresentavam um baixo
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(14,20,22)
nível e déficits de conhecimento sobre os primeiros socorros , evidenciado em um
estudo que demonstrou que no pré-teste 3,7% alcançaram a nota de aprovação de 80%. Na
segunda etapa, quando o treinamento foi realizado, 82,8% dos participantes atingiram uma
nota de 80% ou mais (22).
As estratégias de capacitação e orientação ao público de educadores do ensino infantil,
fazem parte da metodologia para diminuir os níveis de acidentes na infância, mais
(15)
precisamente na escola . O professor é o profissional que dedica e passa a maior parte do
seu tempo com as crianças e vivencia as mais diversas situações de acidentes entre os escolares
(13)
. Quando adequadamente treinados e orientados, são capazes de agir perante estas situações,
minimizando os riscos e a morbimortalidade por acidentes entre escolares.
O conhecimento a respeito dos primeiros socorros não se limita apenas ao professor.
Com uma formação voltada para a disseminação do conhecimento, o educador pode, através
das informações adquiridas, ser a conexão entre os profissionais da saúde responsáveis pela
elaboração das aulas teóricas e atividades práticas, seus alunos e demais profissionais que
compõe o quadro de funcionários da escola. A escola não se trata apenas de um espaço de
educação social, envolve também a busca pela promoção da saúde visto que os acidentes na
infância resultam em impacto social e na saúde pública, sendo necessárias ações de prevenção
e atuação nas situações de emergência (15,19).

4 CONCLUSÃO
O estudo nos possibilitou o aprofundamento de conhecimentos sobre a temática da
capacitação docente em primeiros socorros afim de que possam agir adequadamente em
situações de emergência no ambiente escolar, além de se identificar os principais tipos de
acidentes que acontecem com os escolares.
Em concordância com os dados obtidos nos resultados e discursões, percebe-se que os
docentes não possuem um conhecimento adequado para se prestar atendimento aos seus
alunos, pois referem que nunca tiveram nenhum tipo de treinamento ou capacitação para
ensinar de forma correta o atendimento imediato à criança acidentada.
É percebível o despreparo dos profissionais de ensino infantil quando se refere ao
atendimento de primeiros socorros, pois suas prestações de socorros se dão de forma impulsiva
e por muitas vezes irracional, pois é relatado pelos mesmos que não sabem ao certo o que estão
fazendo.

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Evidencia-se que no nosso país ainda não há uma capacitação adequada sobre
primeiros socorros para estes profissionais, pois este assunto é deixado de lado ou até mesmo
esquecido por ser considerado irrelevante na grade curricular docente.
Cabe à gestão da escola buscar meios de capacitar seus funcionários juntamente com
os serviços de saúde e com os profissionais especializados no atendimento de urgência e
emergência. Contudo, mais pesquisas sobre essa temática seriam relevantes, visto que se nota
uma grande carência de estudos e pesquisas que tratem desse assunto, pois encontrou-se
grandes dificuldades durante a coleta de dados, visto que a quantidade de artigos a este respeito
é escassa.
Todavia, esta pesquisa tem grandes contribuições para os estudos acadêmicos, pois traz
consigo a importância da capacitação do professores como algo essencial na vida profissional,
demonstrando para os novos pesquisadores que ainda requer mais aprofundamento sobre este
assunto que é tão amplo para fim de mais dados e informações como forma de contribuir
positivamente para o enriquecimento desta temática.

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