Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação
Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica
Assistentes
Cátia Batista Raimundo
Carla Lopes
Roberto Farias
Texto e conteúdo
Prof. Anderson Luís Pinheiro de A. Filgueiras
C.E. Professora Maria Nazareth Cavalcanti Silva
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Capa
Luciano Cunha
Revisão de texto
Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à experiência
autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma orientação de
estudos.
Meta: Apresentar tópicos da Geografia alinhados com o currículo básico, importantes para a
compreensão de fenômenos naturais e sociais, seus processos históricos e o desenvolvimento do senso
crítico.
Objetivos da Aula: Ao fim dessa aula você deverá ser capaz de:
SUMÁRIO
1. Introdução 6
revisão.
7. Resumo 18
8. Considerações finais 19
9. Referências bibliográficas 20
1. Introdução
A geografia é uma ciência que busca compreender o mundo em função dos seus fenômenos naturais e
sociais. Escrevemos essa obra buscando ajudá-lo a se apropriar dos movimentos desse mundo dinâmico.
Assim, muito mais do que se preparar para as provas, entender os fenômenos sociais que envolvem o
nosso país e o mundo acaba sendo primordial para compreendê-lo melhor, e desta forma buscar
alternativas que solucionem problemas, por vezes históricos, e por fim, aperfeiçoar as relações,
promovendo a justiça e o bem-estar social.
Nos textos abaixo, dentre outros assuntos, vamos buscar compreender a importância das bacias
hidrográficas para as atividades econômicas e para a própria existência humana. É indispensável
entender a dependência humana dos recursos naturais presentes no meio ambiente e identificar maneiras
inteligentes de explorar a natureza, garantindo a sua manutenção para as próximas gerações.
Vamos também explorar as consequências da ação humana sobre práticas que influenciam o clima,
ficará claro que o homem não tem feito isso da maneira mais correta e por isso já sofremos as
consequências. Mas existem outras possibilidades, e ainda há tempo de reverter a previsão de um futuro
pouco promissor.
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2. Aula 1 - Bacias hidrográficas
Bacia hidrográfica é constituída de um sistema complexo, composto pelo espaço de captação das águas
das chuvas, que escoam para um conjunto de rios, sendo eles os afluentes e o rio principal. Esse rio
principal é sempre o que possui maior volume de água e o nome do rio principal costuma ser o da bacia
também. Assim temos, por exemplo, a bacia do São Francisco, a bacia do Paraná, a bacia do Amazonas,
dentre outros.
Normalmente as bacias possuem uma fonte de abastecimento, as chuvas. Sendo assim, um rio ou bacia
hidrográfica que se forma a partir delas, dizemos que o seu regime é pluvial. Outras bacias pelo mundo
se formam a partir do derretimento na neve, esses possuem um regime nival. Algumas bacias
hidrográficas possuem mais de um regime que os origina, é o caso do Rio Amazonas, que nasce na
cordilheira dos Andes, no Peru. Em um primeiro momento ele surge com o derretimento da neve, mas na
sequência sofre grande influência das fortes e constantes chuvas da região amazônica. Nesse caso,
podemos dizer que esse rio possui um regime misto.
Os pontos mais elevados do relevo delimitam a bacia hidrográfica, chamados de divisores de águas. Nos
próximos textos vamos compreender as importâncias sociais e econômicas que essas bacias possuem, e
a necessidade de preservá-las.
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1.2 – O consumo da água por diferentes setores
Podemos destacar os três setores referidos como industrial, agropecuário e doméstico, todos consomem
água em grande quantidade, mas não na mesma proporção. Também são poluidores das bacias
hidrográficas. Outra divisão que devemos levar em consideração sobre essa relação de consumo, é a dos
países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
De acordo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é a atividade
agropecuária a principal responsável pelo uso da água. De acordo com a entidade, 70% de toda a água
consumida no mundo é utilizada na irrigação das lavouras, número que se eleva para 72% no caso do
Brasil, que é um país com forte produção nesse setor da economia.
Depois do setor agrícola, vem a atividade industrial, que é responsável por 22% do consumo de água no
mundo. Somente depois vem o uso doméstico, que é responsável por cerca de 8% de todo consumo.
O mundo também é desigual no consumo e acesso à água, por motivos socioeconômicos, países
desenvolvidos consomem mais água que países subdesenvolvidos, isso ocorre no consumo individual e
também nos processos produtivos (indústria e agricultura). Para se ter uma ideia, em alguns países
desenvolvidos, como nos Estados Unidos, uma pessoa consome em média 575 litros de água, enquanto
em países subdesenvolvidos a maior parte dos habitantes convive com apenas 15 litros por dia, o que
revela as grandes desigualdades econômicas e sociais existentes ao redor do globo.
Índice comparativo entre alguns países do consumo diário per capita de água
Fontes: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/consumo-agua-no-mundo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/atividades-que-mais-consomem-agua.htm
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3. Aula 2 – As bacias brasileiras
Quando o assunto é bacia hidrográfica, o Brasil é um país privilegiado. Com um total de 12 bacias,
algumas 100% dentro do território nacional, elas abastecem não apenas as residências, mas também são
importantes para as atividades econômicas do país, gerando energia, servindo de via para transporte de
cargas, irrigando plantações, dentre outros. Devemos destacar também a relevância socioeconômica que
essas bacias possuem para populações ribeirinhas de algumas regiões, na agricultura familiar, no turismo
e para a pesca.
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2.2 – Identificando o uso das principais bacias brasileiras
Bacia Hidrográfica Amazônica
A Bacia Amazônica possui inúmeras utilidades, como o abastecimento de cidades e populações
ribeirinhas, com uso da água para atividades domésticas e também o desenvolvimento da agricultura e da
pecuária local, com produção de insumos para consumo imediato nas cidades e criação de rebanhos.
Também se destaca na região a navegação. São mais de 20 mil quilômetros navegáveis, com uso de
embarcações de pequeno, médio e grande porte, transportando tanto pessoas quanto mercadorias.
Além dos serviços desenvolvidos nos rios pelas populações ribeirinhas, elas também desenvolvem
a pesca, tanto para consumo e sustento de diversas famílias quanto para o comércio local e de outras
regiões.
Outra atividade de destaque na bacia fica por conta do turismo nas áreas de praias de água doce.
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2.3 – A importância de algumas bacias do mundo.
Primeiro devemos destacar que toda bacia hidrográfica é importante, do ponto de vista ambiental, social
e econômico. Mas para inicio de uma compreensão mais ampla, podemos dar destaque para algumas:
Imagem:
https://aviagemdosargonautas.net/2013/11/17/mississippi-o-maior-rio-da-america-do-norte-por-joao-machado/
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4. Aula 3 – Os rios e as cidades
Além da necessidade da água para consumo, higiene e desenvolvimento das atividades econômicas, a
presença dos rios junto às aglomerações urbanas favorecia as comunicações e o comércio. Atualmente,
ainda importantes, sobretudo para abastecimento, os rios das cidades não recebem o tratamento devido,
e já sentimos os efeitos. A água é um recurso renovável, ou seja, inesgotável. Mas o consumo elevado
associado à poluição dos rios das bacias hidrográficas, vêm causando preocupação. A população no
mundo inteiro aumentou muito e boa parte das pessoas possuem hábitos de consumo que devem ser
repensados.
Em primeiro lugar, considere que a água é retirada dos rios e tratada em estações de tratamento antes
de ser enviada para as residências, mas como os cursos d’água estão cada vez mais poluídos, essa
tarefa não tem sido fácil. Principalmente os rios que cortam grandes cidades, recebem diariamente
elevadas cargas de esgoto domiciliar, industrial, e todo tipo de lixo em função de descartes irregulares.
Com isso, deixar a água em condições de consumo leva tempo e se torna mais caro, juntando esse
aspecto com o fato de que o consumo segue um ritmo intenso, ou seja, acelerado, passamos a
compreender os motivos do fornecimento precário em algumas cidades, pois a velocidade de consumo
supera o de tratamento e envio da água.
É preciso preservar a qualidade das águas dos rios, para que o tratamento seja mais rápido e barato, e
ao mesmo tempo estabelecer um uso inteligente e consciente, utilizando somente o necessário e sempre
reutilizando. Assim, garantiremos que não falte e que a água esteja sempre acessível.
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5. Aula 4 – O clima e as ações humanas
A forma como o homem escolheu para interagir com a natureza, sem planejamento e sem cuidado com o
meio ambiente, explorando recursos sem se preocupar com as gerações futuras, removendo cobertura
vegetal, poluindo rios, emitindo gases poluentes na atmosfera, produzindo em larga escala lixo que pode
levar centenas de anos para se decompor, influencia negativamente o clima, elevando as temperaturas
médias, alterando o regime de chuvas no mundo todo etc.
É preciso ter em mente que transformar os espaços naturais e consumir os recursos do meio ambiente
não são necessariamente os problemas, mas a forma como isso é feito, sim. É possível explorar os
recursos e habitar os mais diversos espaços em perfeita harmonia com a natureza. Nos próximos textos,
vamos compreender melhor alguns desses problemas e encontrar soluções possíveis de serem adotadas.
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4.2 – Ilhas de calor
Este é um fenômeno ligado às cidades que registram temperaturas médias mais elevadas que regiões ao
seu redor. Isso ocorre por conta da remoção da cobertura vegetal e impermeabilização do solo, o material
utilizado nas construções absorvem e acumulam calor por conta da dificuldade de dissipar. As próprias
construções, cada vez mais elevadas, dificultam a circulação do ar intensificando esse fenômeno.
A diferença de temperatura entre os centros urbanos e rurais, quando ocorre a Ilha de Calor, pode variar
de 5° até 10° aproximadamente. Essa elevação é perceptível durante o dia e a noite, porém, à noite, as
pessoas costumam notar mais, já que os prédios e a pavimentação de ruas e estradas receberam o calor
do sol durante o dia todo.
Como consequência, podemos citar a elevação do consumo de energia elétrica por causa do excessivo
uso da refrigeração, surgimento de problemas com a saúde relacionados com a umidade relativa do ar
muito baixa, aumento da temperatura da água nessas regiões, o que afeta diretamente o habitat aquático,
dentre outros.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/ilha-de-calor/
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4.3 – Inversão térmica
A ação dos ventos nos grandes centros urbanos ajuda dissipar os poluentes emitidos por veículos e
atividade industrial. Os ventos, por sua vez, necessitam da variação de pressão que ocorre por conta das
mudanças de temperaturas. O ar quente, mais leve, sobe, ao atingir altitudes elevadas e frias, ele se
resfria, fica mais denso e desce, assim temos a movimentação do ar. Acontece que em dias mais frios,
sempre pela manhã e principalmente na estação mais fria do ano, a superfície terrestre não está
suficientemente aquecida para que esse fenômeno ocorra, sem os ventos para “espalhar” os gases
poluentes, eles se acumulam nas camadas mais baixas da atmosfera, deixando o horizonte mais
amarelado e aumentando a carga toxica do ar que respiramos.
A inversão térmica não é um problema, trata-se de um fenômeno natural, mas que intensifica um mal
provocado pela atividade humana, a emissão de gases poluentes. Se não sobrecarregássemos a
atmosfera de tantos poluentes, talvez nem sentíssemos a inversão térmica. A maior consequência desse
acumulo de poluentes nas manhãs mais frias, talvez sejam as doenças respiratórias que afeta muitas
pessoas. Como solução, não há outro caminho se não o de diminuir as queimadas, fiscalizar indústrias e
conscientização da população, que poderia utilizar menos os automóveis e preferir veículos não poluentes
ou o transporte coletivo.
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6. Aula 5 – Questões de geografia
“É preciso ter em mente que transformar os espaços naturais e consumir os recursos do meio
ambiente não são necessariamente os problemas, mas a forma como isso é feito, sim. É
possível explorar os recursos e habitar os mais diversos espaços em perfeita harmonia com a
natureza”.
Todos nós podemos fazer algo pelo meio ambiente, sozinhos não mudamos o mundo, mas podemos
fazer a nossa parte. Converse com a sua família, tente identificar se todos se preocupam em economizar
água e energia, produzir menos lixo reutilizando objetos ou preferindo produtos de embalagens
reutilizáveis, por exemplo. Debata com eles de que forma a família poderia contribuir para o meio
ambiente, por meio de mudanças de hábitos, depois descreva abaixo como foi essa experiência, o que
vocês identificaram na rotina da casa que pode ser mudado.
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3- (ENEM 2011)
O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das condições iniciais do clima
pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual
inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.
O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros urbanos. A
maximização desse fenômeno ocorre
a) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.
b) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.
c) pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios.
d) pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades.
e) pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.
5- O mapa abaixo está destacando uma das principais bacias hidrográficas do Brasil. Marque a
alternativa que corresponde a essa bacia de drenagem.
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7. Resumo
Nessa obra vimos um pouco do conceito de bacias hidrográficas, a importância que elas possuem
para a existência humana e também para diversas atividades econômicas e sociais. Identificamos
que apesar do grau de relevância que elas possuem para as mais diversas sociedades, não estão
sendo bem cuidadas, estamos diante de uma incoerência.
Ainda há tempo de revermos essa relação humana não só com as bacias hidrográficas mas com
todo o meio ambiente, explorar a natureza de forma sustentável, ou seja, modificar os ambientes e
retirar dela tudo o que precisamos, mas de forma inteligente.
Precisamos cobrar dos governos políticas públicas que protejam o meio ambiente e que recupere
áreas já degradadas, as empresas podem fazer a sua parte consumindo menos recursos, emitindo
menos poluentes na atmosfera e dando o destino correto aos seus resíduos. E nós também temos
papel fundamental nesse processo, em nossas casas, na escola, na igreja, no trabalho etc. Em
qualquer lugar.
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8. Considerações finais:
Para entender os fenômenos sociais, as lutas e até mesmo buscar soluções para dilemas, é importante
compreender os processos, a origem dos acontecimentos, os personagens etc. Com muita pesquisa e
observação se atinge esse objetivo. A geografia é uma ciência que tem por essência geral compreender e
pensar as relações, não apenas entre pessoas, mas também das relações que se dão com o meio e as
influências multilaterais.
Depois de tudo o que estudamos nessa apostila, temos certeza que você já compreendeu que não dá
mais para tratarmos o meio ambiente como se houvesse outro planeta ou alternativa de vida. Esse é o
nosso mundo, e precisamos cuidar dele tendo em mente que as gerações futuras terão as mesmas
necessidades que nós. É possível extrair recursos, transformar os espaços naturais sem prejuízos para o
meio ambiente, basta planejar e agir de forma racional.
Vá além, aprofunde-se nas pesquisas, prepare-se para as provas e promova as mudanças que o mundo
necessita.
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9. Referências bibliográficas:
FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. "Bacias hidrográficas do Brasil"; Mundo educação. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bacias-hidrograficas-brasil.htm. Acesso em 23 de fevereiro
de 2021.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Atividades que mais consomem água"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/atividades-que-mais-consomem-agua.htm. Acesso em 23 de
fevereiro de 2021.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Atividades que mais consomem água"; Mundo educação. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/consumo-agua-no-mundo.htm. Acesso em 23 de fevereiro
de 2021.
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