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Geografia – Orientações de Estudos

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. Aula 1 – Globalização e Mundialização 5

3. Aula 2 – Elementos da Globalização 7

4. Aula 3 – Algumas questões populacionais no Mundo 10

5. Aula 4 – Algumas questões sociais no Mundo 13

5. Aula 5 – Algumas questões econômicas no Mundo 14

6. ATIVIDADES PROPOSTAS 17

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19

8. RESUMO 19

9. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 20

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DISCIPLINA: Geografia.

ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS PARA GEOGRAFIA


2º Bimestre de 2020 - 9ª Ano do Ensino Médio

META:
Entender a integração mundial através do papel da gobalização e
outros cenários
Analisar a importância das demandas socioeconômicas no mundo
atual.
Avaliar as características diversas de vários países no mundo

OBJETIVOS:

Ao final destas Orientações de Estudos, você irá conseguir:


• Identificar o cenário global e suas funções
• Compreender os aspectos sociais e sua divergência no mundo
• Entender as diferenças econômicas entre nações

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1. INTRODUÇÃO

O processo de globalização vem de um cenário próprio de evolução tecnológica, mas


será que realmente este processo tem origem muito próximo ao contexto atual, ou suas
demandas estão atreladas ao processo de formação das civilizações antigas e de suas
relações de conflitos ou prósperas de comércio.
Ainda é possível analisar as grandes navegações como um aspecto bem perculiar do
processo de globalização, pois novas culturas e grande expansão tem muito com o cenário
atual, mas mesmo assim esse fenômeno parece ter nascido após o fim da Guerra Fria, mesmo
sabendo que as Guerras na Europa levaram uma primeira integração.
Logo, após as Guerras a influência da Europa pelo mundo se mantinha, talvez não com
a força anterior, mas com sua imponência de uma região que venceu duas batalhas,
recuperando seu espaço e fazendo dos seus países um só membro, a União Europeia.
Com isso são tantas as trasnformações que é difícil defender o principal ponto de
acesso ou start do processo global, mesmo sabendo que estamos num cenário repetido, mas
atrelado à tecnologia.
Portanto, mundialização ou globalziação nenhum destes conceitos importa para
entendermos as transformações que o mundo vem mostrando com essa tecnologia super
sônica no contexto econômico, social e geopolítico..

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2. Aula 1

Globalização e Mundialização

Um breve conceito sobre globalização

Em um passado distante, o mundo parecia ser muito maior do que é hoje, não havia uma
conexão entre os diversos cantos do globo como há atualmente. Algumas viagens marítimas que
hoje levam poucos dias ou semanas, poderiam levar anos, até a invenção dos primeiros barcos a
vapor. Sobre a circulação das informações, só para se ter uma ideia, quando o então presidente
dos Estados Unidos Abraham Lincoln foi assassinado em 1865, a informação só chegou à
Europa 13 dias depois. Em comparação com tempos atuais, quando o segundo avião se chocou
contra o World Trade Center em 11 de setembro de 2001, o mundo viu ao vivo.
Devemos esse aumento da velocidade nos fluxos de informações, produtos e pessoas,
aos avanços dos meios de transportes e comunicação, que criaram uma rede articulada que
conecta regiões antes isoladas, isso diminui a sensação de espaço tempo, porque não há mais
cantos inacessíveis e os deslocamentos se dão em pouco tempo, dando uma impressão de que
o mundo diminuiu.

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A palavra globalização começou a ser empregada nos anos 1980 por consultores de
empresas de escolas de administração de universidades norte ‑ americanas (deriva do inglês
globalization). Inicialmente servia para definir estratégias de expansão global para empresas
transnacionais. A partir dos anos 1990, o vocábulo se difundiu pela mídia e passou a fazer parte
do dia a dia de países, empresas, instituições multilaterais, trabalhadores e da população em
geral, embora fosse um conceito um tanto incompreendido. Apesar de ter suas origens mais
imediatas na expansão econômica ocorrida após a Segunda Guerra e na Revolução
Técnico‑ ‑ Cientifica iniciada nos anos 1970, a globalização e a continuidade do longo processo
histórico de mundialização capitalista, que vem ocorrendo desde o início da expansão marítima
europeia. Assim, a globalização e o nome que se dá a atual fase de mundialização do
capitalismo: ela está para seu atual período informacional como o colonialismo esteve para sua
etapa comercial e o imperialismo para a industrial e financeira.
Quando se iniciou o processo de mundialização capitalista, com as Grandes Navegações,
o planeta Terra era composto de vários “mundos” – europeu ocidental, russo, chines, árabe,
asteca, tupi, zulu, aborígine, etc. –, e, muitas vezes, os habitantes de um “mundo” não sabiam da
existência dos de outros. Nessa época começou o processo de integração e interdependência
planetária. Ao atingir o atual período informacional, o capitalismo integrou países e regiões do
planeta num único sistema, formando o chamado sistema ‑ mundo. Mundo e planeta tornaram
‑ se sinônimos, que por sua vez são sinônimos de globo, palavra da qual se originou o vocábulo
globalização (os franceses preferem mundialização; em português utilizamos as duas, com uma
predileção pela primeira).
A globalização e um fenômeno que tem várias dimensões: além da econômica, a mais
evidente e perceptível, também possui a social, a cultural e a política, entre outras de menor
impacto. Entretanto, todas essas dimensões se materializam no espaço geográfico em suas
diversas escalas: mundial, nacional, regional e local.
Os lugares estão conectados a uma rede de fluxos, controlada a partir de poucos centros
de poder econômico e político. Entretanto, não são todos os lugares que estão integrados ao
sistema ‑ mundo. Os fluxos da globalização se dão em rede, mas seus nos mais importantes são
os lugares que dispõem dos maiores mercados consumidores e das melhores infraestruturas –
hotéis, bancos, Bolsas de Valores, sistemas de telecomunicação, estacoes rodoferroviárias,
terminais portuários, aeroportos, etc. Estão, sobretudo, nas cidades globais e na rede urbana por
elas polarizada, localizadas predominantemente nos países desenvolvidos e em alguns países
emergentes:

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3. Aula 2

Elementos da Globalização

Protecionismo, o que é isso?

Imagine que em um mundo globalizado as mercadorias circulam com muita facilidade


pelo mundo todo, produtos industrializados, agrícolas... Na sua casa com certeza tem produtos
que não são brasileiros, natural. Só que muitas vezes isso gera um problema na economia de
alguns países, imagine que em alguns casos o produto importado custe mais barato que o
nacional, daí ninguém compra o que é produzido no país, já imaginou o problema, certo? Os
empresários do produto em questão procuram o governo pedindo providencia, uma proteção, daí
o termo protecionismo. Para atender os empresários, os governos costumam agir de duas
maneiras: concede subsídios, ou seja, ajuda financeira para os empresários baixarem os preços
e tornarem suas mercadorias mais atrativas, ou aplicam imposto sobre o produto importado,
elevando o preço e tornando-o pouco competitivo no mercado. Outra possibilidade de
protecionismo, sobre tudo agrícola, é impor barreiras sanitárias para omitir os reais interesses de
governos.

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Os países subdesenvolvidos são os que mais sofrem com o protecionismo agrícola, pois
eles não possuem uma economia diversificada, e sua balança comercial depende muito da
venda desses produtos.

Compreendendo as redes como agente direto da globalização

O fenômeno da globalização se inicia com as grandes navegações europeias em busca


de novas rotas comerciais, é quando começa o deslocamento de pessoas, mercadorias e
informações, territórios antes desconhecidos foram descobertos. Mas foi a partir do final do
século IX e início do Século XX que esse processo se intensificou, com surgimento de novas
tecnologias, evolução dos meios de transporte e sobre tudo a popularização dessas descobertas,
a velocidade de deslocamento aumentou consideravelmente, bem como as distâncias
percorridas e a capacidade de carga. Os novos meios de comunicação conectaram povos e
culturas.
Hoje, nesse mundo plenamente globalizado, onde bandas musicais fazem sucesso no
mundo todo, uma marca de alimentos, bebidas ou roupas é consumida em escala global, o que
acontece em um lugar do planeta em segundos ganha repercussão e todos ficam sabendo... Isso
só é possível graças às redes. As redes que conectam o mundo são de vital importância. Que
redes são essas? A internet, as estradas, as ferrovias, as vias marítimas e aéreas, os sinais de
rádio e TV, os satélites... Sem essa rede, os produtos, as pessoas e informações não circulam,
um apagão dessas redes nos colocaria de volta ao século VI, sem exagero.

Expansão das Trasnnacionais


Empresas que possuem matriz em seu país de origem e atuam em outros países através
da instalação de filiais, são classificadas como empresas transnacionais. O termo transnacional
substitui o termo multinacional, pois o último pode ser interpretado como se a empresa
pertencesse a várias nações, já o primeiro relaciona-se ao fato de a empresa ultrapassar os
limites territoriais de sua nação para atuar no mercado exterior.
As primeiras empresas transnacionais surgiram no final do século XIX, entretanto, só
atingiram o auge de atuação mundial após a Segunda Guerra Mundial. A maior parte das
empresas transnacionais é de origem de países industrializados, que após terem conquistado o
mercado interno montaram filiais em outros países, principalmente nos países em
desenvolvimento.

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Empresas Transnacionais
Para os países em desenvolvimento, a instalação dessas empresas em seu território é
um fator positivo, pois gera novos postos de trabalho, além de promover a industrialização na
região.
Por sua vez, as transnacionais utilizam como critérios para montar suas filiais, locais com
potencial de mercado consumidor, infraestrutura, matéria-prima, energia e mão de obra barata,
além de possíveis doações de terrenos e isenções de impostos.
Os investimentos realizados por essas empresas são elevados, e o retorno financeiro é
satisfatório em decorrência de uma série de motivos que foram citados anteriormente. O lucro é
destinado a investimentos para a instalação de novas filiais, e outra parte é direcionada à matriz.
A globalização é um processo de fundamental importância para a atuação das empresas
transnacionais, pois proporciona todo o aparato técnológico para os serviços de
telecomunicação, transporte, entre outros, fatores essenciais para a realização eficaz das
atividades econômicas em escala global.
Atualmente há registro de, aproximadamente, 40.000 empresas transnacionais em
atividade, sendo a maioria originária dos países industrializados, no entanto, existem empresas
de origem indiana, mexicana e brasileira.
Exemplos de empresas transnacionais com matriz no Brasil são: Vale do Rio Doce, Sadia,
Perdigão, Weg, Alpargatas e Gerdau.
Empresas transnacionais conhecidas mundialmente: Coca Cola, Pepsi, Unilever, Mc Donald’s,
Nestlé, Nike, Adidas, Puma, Volkswagen, General Motors, Toyota, Nokia, Sony, Siemens,
Peugeot, Vivo, entre outras.

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4 Aula 3

Algumas questões populacionais no mundo

As questões populacionais na Europa

A chegada maciça e continuada de migrantes por vários anos provocou uma grave crise
migratória e política na Europa, onde os governos endureceram suas condições de acolhida e,
em alguns casos, restabeleceram os controles fronteiriços.
Depois do recorde de mais de 1 milhão de migrantes em 2015, o número de chegadas
pelo mar Mediterrâneo (de origem síria, iraquiana, afegã e da África subsaariana) tende a cair.
Em 2016 foram mais de 362.000, e em 2017, 172.000. Desde o início de 2018, 132.500
migrantes chegaram à Europa, 108.400 deles pelo mar, segundo a Organização Internacional
para as Migrações (OIM). Cerca de 2.130 pessoas morreram nessa tentativa.

Xenofobia

Chamamos de xenofobia o sentimento de aversão, de hostilidade e ódio contra


pessoas estrangeiras. Trata-se de um problema social baseado na intolerância, de discriminação
social, diante de determinadas nacionalidades ou culturas. Esse ato de discriminação está
associado ao sentimento de superioridade, sendo assim, podemos dizer que a xenofobia possui
uma relação com o etnocentrismo, que possua vez está pautado no ato de hierarquizar cultura,

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seria a ação de um individuo colocando seus costumes e suas crenças acima de outras, em um
grau de importância. Como se te dissessem que a religião do outro o leva ao céu, mas a sua te
levará ao inferno.
A xenofobia pode se manifestar de diferentes maneiras, o imigrante pode ser
hostilizado com desrespeito ao seu sotaque, aparência, hábitos, condições econômicas... Em
geral, latinos, africano e asiáticos são os que mais sofrem com atos xenófobos. Europa e
Estados Unidos são os locais onde isso ocorre com mais frequência. Em diferentes partes do
mundo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, destaca-se a xenofobia contra pessoas
de origem árabe ou que praticam o islamismo. Esse preconceito está diretamente relacionado
com o estereótipo que existe a respeito de árabes e muçulmanos, vistos como terroristas, como
se todo mulçumano fosse terrorista.

Crise na Sìria e na Europa

Durante o primeiro semestre de 2015, houve uma grande leva de migrações de


povos muçulmanos para países europeus. Essa leva continuou no ano de 2016. Mais de
350.000 pessoas deslocaram-se de países islâmicos, sobretudo da Síria e da Líbia, em direção à
Europa. Os países que mais receberam esses imigrantes foram a Grécia (cerca de 235.000
indivíduos) e a Itália (cerca de 115.000 indivíduos). Mas o que tem provocado todo esse surto
migratório?
 Causas do surto migratório muçulmano para a Europa
Duas são as principais razões para esse fenômeno: 1) a instabilidade política
provocada pelo terrorismo e pelas guerras civis, sobretudo pela guerra civil na Síria e pela
atuação da facção terrorista Estado Islâmico em boa parte do território sírio; 2) a recusa de
outros países muçulmanos, sobretudo os países do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, em
receber os refugiados em seu território; bem como as dificuldades de instalação em países
vizinhos, como a Jordânia, que tem acomodado os refugiados em acampamentos com condições
precárias.
A guerra civil na Síria estende-se desde 2011, época em que ocorreu a
chamada Primavera Árabe. Desde essa época, muitas pessoas saíram da Síria em direção aos
países muçulmanos vizinhos, como a Turquia, que assimilou um enorme contingente de
refugiados. Há pouco tempo, entretanto, esses países vêm restringindo a entrada desses
refugiados, que agora partem em direção ao leste e ao sul da Europa. Famílias inteiras estão
deslocando-se à procura de abrigo.

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 A questão dos imigrantes que saem do Norte da África
Grande parte dos imigrantes que saem da Síria com destino à Europa optam pelo
caminho da travessia do Mar Mediterrâneo. Para tanto, esses imigrantes precisam ir para o norte
africano e de lá seguir para o Sul da Europa. O problema é que essa via, que também é seguida
por milhares de africanos, é extremamente perigosa e vem resultando, desde 2014, em milhares
de mortes.
A rota de saída do Norte africano em direção ao Sul europeu é controlada por
traficantes e contrabandistas de pessoas. Esses contrabandistas assemelham-se
aos coiotes que atravessam imigrantes ilegais do México para os Estados Unidos. O destino de
quem segue essa rota geralmente são as ilhas italianas de Lampedusa e Sicília.
Os imigrantes são colocados pelos contrabandistas em embarcações pequenas e
desprotegidas, sempre guiadas por um imigrante voluntário que nem sempre sabe pilotar um
barco. Os imigrantes ficam expostos ao sol, à chuva e à violência do mar. Após dois dias de
navegação, se tiverem sorte, podem ser encontrados por pescadores ou pela guarda costeira
italiana. Caso contrário, ficam perdidos no Mediterrâneo e acabam mortos.
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Só no ano de 2014, 3.600 pessoas morreram tentando fazer essa travessia. Os mortos
provêm, em sua maior parte, do Oriente Médio, mas há muitos também
do Chifre africano (costa leste da África Subsaariana), principalmente da Eritreia (governada
pelo ditador Isaias Afwerki), um dos piores países do mundo para se viver.
 As indagações sobre as consequências da crise dos refugiados
Assimilação da massa de imigrantes pelo Estado
O fato é que as decisões de cada país europeu em aceitar ou não os refugiados geram
uma crise de teor ético e político ao mesmo tempo. Muitas são as indagações levantadas por
especialistas que acompanham esse fluxo migratório. Uma delas diz respeito à capacidade de
países em plena crise econômica, como a Grécia, de acomodar, dar emprego e assistência
social a milhares de refugiados.
Outra diz respeito à divergência cultural entre muçulmanos e europeus, como o uso de
regras de conduta específicas para mulheres, o uso da língua árabe como língua sagrada, o
estudo do alcorão e a prática das orações públicas diárias etc.
Há ainda problemas como a deportação de muçulmanos já fixos na Europa desde
antes do fluxo migratório iniciado em 2014. A Noruega, por exemplo, vem deportando milhares
de imigrantes para os seus países de origem.

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Ameaça de terrorismo e reação extremista
Há ainda a preocupação com as ligações possíveis que grupos terroristas, como a Al-
Qaeda e o Estado Islâmico, podem estabelecer com indivíduos infiltrados entre os imigrantes.
Essas ligações podem resultar em ações terroristas como as que ocorreram em Paris, em 2015,
e em Bruxelas, em 2016.
Outro problema são as reações extremistas de alguns setores da sociedade europeia,
como é o caso do grupo “Soldiers Of Odin” (Soldados de Odin), atuante na Finlândia. Os
Soldados de Odin atuam como milícia urbana anti-imigrantista e patrulham as cidades
finlandesas sob o argumento de “proteger a população”. A organização foi criada em 19 de
setembro de 2015, na cidade de Kemi. Esse tipo de patrulha pode tornar-se uma forma
recorrente de reação ao fluxo migratório muçulmano para a Europa.
De toda forma, a crise dos refugiados muçulmanos está apenas no começo e, como
dito, gera uma situação política e ética muito complexa, que permanecerá sendo discutida pelos
próximos anos.

5 Aula 4

Algumas questões sociais no Mundo

Compreendendo a questão da fome no mundo

Antes de tudo precisamos entender do conceito de fome no mundo, nesse caso, não se
trata daquele desejo natural de comer que toda pessoa sente pouco antes das refeições ao longo
do dia. Estamos falando da indisponibilidade de alimentos para as pessoas, da incapacidade de
acesso ou da falta de recursos para comprar. A ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMS
(Organização Mundial da Saúde) definem que, por dia, cada pessoa precisa consumir no mínimo
2500 calorias.
Entre leigos talvez exista um mito de que seja necessário aumentar a produção de
alimentos para acabar com a fome no mundo, realmente isso tem um fator positivo, quando a
produção aumenta, a maior disponibilidade do produto no mercado faz o seu preço cair, mas a
quantidade de alimentos nunca foi o motivador da fome no mundo, sempre se produziu uma
quantidade de alimentos superior a sua necessidade de consumo, mais que o necessário para
que todos pudessem se alimentar. Mas então, por que ainda existem pessoas que passam fome?

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É o que vamos debater.
Existem muitas possibilidades que não devem ser desprezadas, como: pragas que
afetam as plantações e impedem o fornecimento de alimentos, zonas de conflitos, que geram
muitas mortes e misérias entre as pessoas de regiões atingidas. Mas o principal motivador da
fome no mundo é a escolha do que se planta e, sobretudo, o destino da produção. Para
entender essa situação, compreenda que boa parte dos países subdesenvolvidos, como o Brasil,
são campeões em produção agrícola. Nós, por exemplo, produzimos muita soja, milho, cana-de-
açúcar, café... A Nigéria, país africano, é um grande produtor de mandioca, sorgo e arroz. Mas o
problema está no que chamamos de destino da produção, ou seja, para onde vão esses
alimentos e para qual finalidade.
Boa parte da produção agrícola desses países tem como destino o mercado externo,
não ficam no próprio país, provocando escassez no mercado interno e elevando os preços. Ao
chegar aos países desenvolvidos, uma parte considerável desses alimentos são utilizados como
matéria prima pra produzir ração animal, combustível ou produtos cosméticos. Nesse caso, o
produtor agrícola, que geralmente é um grande proprietário de terras, não se atém às
necessidades do próprio país, esse procura atender as demandas do mercado externo, atento ao
que pode dar mais lucro. Uma maneira de combater esse efeito seria uma política de segurança
alimentar, através de leis que garantam o mercado interno como prioridade em momentos de
crise. Algo muito importante também é proteger e incentivar a agricultura familiar, pois ela tem
uma produção mais diversificada, é voltada para o mercado interno e como não possui recursos
para a aplicação de tecnologia, gera mais empregos.

6 Aula 5

Algumas questões econômicas no Mundo

China como potência


Desde a época do surgimento da civilização chinesa, há 4 mil anos, até o ano de 1978,
muitas coisas aconteceram. A China tornou-se um grande império no século II a.C., quando iniciou
a construção da Grande Muralha para se defender dos mongóis. No século XIII, o país começou a
ter contato com o mundo ocidental. Na Guerra do Ópio, os chineses lutaram contra o imperialismo
inglês, contudo, acabaram perdendo o território de Hong Kong. Para os franceses, perderam o
Vietnã; os russos conquistaram áreas do norte de seu território; e o Japão tomou Coreia e Taiwan.
Os chineses também viram os japoneses ocuparem a Manchúria; tal situação só se findou com a

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derrota do Japão na 2ª Guerra Mundial.
Em 1949, os comunistas, sob a liderança de Mão Tsé-Tung, tomaram o poder e
realizaram inúmeras mudanças, estatizando as empresas e as propriedades fundiárias e
promovendo a ditadura. Em 1950, a China aproximou-se da União Soviética, entrando também na
Guerra da Coreia. Após a morte de Tsé-Tung, em 1976, Deng Xiaoping e seus aliados assumiram
o poder e colocaram o país em outros trilhos.
A partir de 1978, a China iniciou uma série de reformas econômicas, as quais tiveram
como base os fartos subsídios estatais, visando tornar o país um grande exportador de produtos
de baixo custo e procurando atrair pesados investimentos estrangeiros. Com tais medidas, o país
se deparou com um crescimento econômico bastante significativo. Em virtude da mão de obra
barata, centenas de empresas estrangeiras foram atraídas para a país, tornando-o uma
verdadeira potência exportadora.
Em 1989, mesmo com o fim da URSS, a China permaneceu com seu regime fechado.
Basicamente, a política econômica adotada pelos chineses nesse período baseava-se no apoio às
multinacionais, que mudavam gradativamente o perfil da economia chinesa. O Estado se
esforçava para garantir uma ampla infraestrutura, energia, matérias-primas e mão de obra barata,
tudo que as multinacionais desejavam. O que essas empresas estrangeiras levaram à China foi a
tecnologia, o que foi essencial para a modernização do país.
Com a produção em massa, os preços dos produtos chineses ficaram baratíssimos em
relação a outros mercados, dando para o país uma fantástica competitividade no mercado
internacional. Quem nunca encontrou a famosa frase “Made in China” em algum produto? O
Estado procurou acelerar ainda mais o crescimento econômico por meio de fortes investimentos
na construção de portos, aeroportos, pontes, ferrovias, etc.
Atualmente, com um nível de crescimento econômico assustador, a China encontra
novos desafios. O principal deles talvez seja, justamente, o de diminuir a dependência em relação
ao comércio exterior, das multinacionais, e tentar elaborar uma economia semelhante à ocidental,
baseada no consumo interno, na tecnologia de ponta e nos serviços. Mesmo assim, essa
"revolução econômica" serviu para tirar 400 milhões de pessoas da pobreza. A verdade é
que ninguém sabe, ao certo, até onde os chineses podem chegar.
https://brasilescola.uol.com.br/china/made-in-china-como-china-virou-potencia.htm

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Economia e população na Europa relação das taxas de envelhecimento.

A Europa, chamada de velho continente, parece que transferiu esse nome para sua
população, tendo em vista que a população europeia está envelhecendo. Resultado da elevação da
expectativa de vida, que hoje é de 77 anos, aliado ao baixo índice de natalidade.
As taxas de crescimento natural ou vegetativo se encontram em um estágio de queda.
Esse fato não havia ocorrido na história, exceto por catástrofes como a peste negra e as guerras. O
que se percebe nos países europeus são países que apresentam taxas de crescimento vegetativo
praticamente inexistentes ou até mesmo negativas. O número de nascimentos dos países europeus
não tem superado o número de mortes.
A Itália é um exemplo claro de envelhecimento da população, no país a população com
mais de 60 anos supera o número de pessoas com idade inferior a 20 anos. Isso é decorrente,
dentre outros fatores, do elevado poder aquisitivo, da urbanização e da nova postura da mulher na
sociedade, que se inseriu efetivamente no mercado de trabalho. A mulher moderna busca a
qualificação profissional, por isso permanece mais tempo estudando, colocando o casamento e a
formação de uma família em segundo plano.
Atualmente, os casais demoram a ter filhos e quase sempre acontece depois dos trinta
anos, em alguns casos muitos decidem não ter. Até pouco tempo os países do mundo almejavam
uma queda na natalidade em nível global, mas com a queda nas taxas de natalidade e o
envelhecimento da população os países têm se preocupado, isso em virtude da superação do
número de idosos em relação ao de jovens. Desse modo, a minoria deverá sustentar a maioria, isso
produzirá um grande desequilíbrio nas nações, por causa da sobrecarga dos sistemas
previdenciários. Outro fator preocupante são as mudanças estruturais nos serviços, como o de
saúde, que também fica sobrecarregado, além dos custos elevados no tratamento de doenças
crônicas.

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Atividades Propostas

1) No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a algum tipo
de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade produtiva
e de renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma mudança do
processo de acumulação para um nível novo e superior.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).
A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo produtivo descrito no texto é a
a) associação sindical.
b) participação eleitoral.
c) migração internacional.
d) qualificação profissional.

2) Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do Conselho de Segurança


Os representantes do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) reiteraram, em setembro de 2018, a
defesa pela ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU)
durante reunião em Nova York (Estados Unidos). Em declaração conjunta, de dez itens, os
chanceleres destacaram que o órgão, no formato em que está, com apenas cinco membros
permanentes e dez rotativos, não reflete o século 21. “A reforma do Conselho de Segurança é
essencial para enfrentar os desafios complexos de hoje. Como aspirantes a novos membros
permanentes de um conselho reformado, os ministros reiteraram seu compromisso de trabalhar para
fortalecer o funcionamento da ONU e da ordem multilateral global, bem como seu apoio às
respectivas candidaturas”, afirma a declaração conjunta.
Os países mencionados no texto justificam sua pretensão com base na seguinte característica
comum:
a) Extensividade de área territorial.
b) Protagonismo em escala regional.
c) Investimento em tecnologia militar.
d) Desenvolvimento de energia nuclear.

3) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral de


desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o comando
da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais apoiada
na clara segmentação setorial das atividades econômicas.
RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.: GOMES. P. C. C.; CORRÊA, R. L.
Olhares geográficos: modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012
Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a
a) saturação do setor secundário.
b) ampliação dos direitos laborais.
c) bipolarização do poder geopolítico.
d) consolidação do domínio tecnológico.

4) Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem dos recursos
enviados pelos imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte dos países da América
Latina, por exemplo, depende hoje das remessas de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais
concreta, recentes dados divulgados pela ONU revelaram que somente os indianos recebem 10
bilhões de dólares de seus compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas,

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esse valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões.
HAESBAERT. R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial.
Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito, na transição do
século XX para o século XXI, foi o(a)
a) integração de culturas distintas.
b) avanço técnico das comunicações.
c) quebra de barreiras alfandegárias.
d) flexibilização de regras trabalhistas.

5) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de capital,


justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a permanência da
má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às portas
dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos fabricantes e
distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do trabalho dos
vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro uso da
força de trabalho.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003.
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo
possível explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.

6) A Europa possui o maior e mais dinâmico bloco econômico regional do planeta. Ele é considerado uma
União Econômica e Monetária, onde além da eliminação das tarifas alfandegárias, é permitida a livre
circulação de capitais, serviços e pessoas no interior do bloco. Outra característica importante desse bloco
econômico é a adoção da moeda única entre os países integrantes. Marque a alternativa que corresponde a
esse bloco econômico.
a) Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
b) Euro
c) APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.
d) União Europeia

7) Até o fim de 2007, quase 2 milhões de pessoas perderam suas casas e outros 4 milhões corriam o
risco de ser despejadas. Os valores das casas despencaram em quase todos os EUA e muitas
famílias acabaram devendo mais por suas casas do que o próprio valor do imóvel. Isso desencadeou
uma espiral de execuções hipotecárias que diminuiu ainda mais os valores das casas. Em Cleveland,
foi como se um “Katrina financeiro” atingisse a cidade. Casas abandonadas, com tábuas em janelas
e portas, dominaram a paisagem nos bairros pobres, principalmente negros. Na Califórnia, também
se enfileiraram casas abandonadas.
HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.
Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu proporções globais, devido ao(à)
a) superprodução de bens de consumo.
b) colapso industrial de países asiáticos.
c) interdependência do sistema econômico.
d) isolamento político dos países desenvolvidos.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste contexto a Europa se mostra um grande continente e detentor de


importantes feitos estruturais para a civilização, são muitos séculos de história contada
dentro do próprio continente e levada para inúmeras regiões do mundo, deixando hábitos
e retirando riquezas.
A globalização ganhou espaço com a evolução dos meios de comunicação e
transporte, tendo a internet como ferramenta quase global, pois nem todos tem acesso,
por isso, muitos questionam essa tendência global, por excluir mais que incluir.
Logo, o mundo contemporâneo é muito mais dinâmico, mostrando que a
sociedade precisa de adaptar cada vez mais ao cenário digital, tentando não perder sua
estrutura principal que é ser uma sociedade de sentimentos, a cada passo que a
tecnologia completa, algo de positivo e negativo atinge o mundo, por isso, cada vez fica
mais difícil ser humano no mundo artificial.
Portanto, entender todo o processo sem discriminar a história de cada continente
pode favorecer o entendimento de toda a relação no mundo, desenvolvidos e em
desenvolvimento, assim como uma união ainda não alcançada por muitos.

8 RESUMO

Nestas Orientações de Estudos do Segundo Bimestre de 2021, Geografia, para o 9°


Ano do Ensino Fundamental, foi importante para entender as questões da Globalização e da
mundialização do capital.
São elementos que estão inseridos no contexto histórico do mundo, sem considerar
toda a influência econômica e política do mundo como um todo , mas nem todos os países
passaram por esse processo ou mesmo fazem parte de uma globalização inclusiva.
Logo, na Geografia analisar os espaço geográfico e cultural faz parte de um grande
exercício que nos leva a entender o que podemos viver mais a frente, ou como melhorar as
relações econômicas e sociais.

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9 INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

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ARRUDA, J. J. Nova história moderna e contemporânea. Bauru: Edusc, 2004.
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