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Revista Latino-Americana de História

Vol. 2, nº. 6 – Agosto de 2013 – Edição Especial


© by PPGH-UNISINOS

Antiguidade grega como um instrumento de compreensão do presente:


análise de uma prática

Wellington Rafael Balem *

Resumo: No Brasil, a antiguidade é historicamente trabalhada em sala de aula de forma


superficial, exótica, generalista e sem uma análise mais aprofundada. Isso se deve à
costumeira falta de qualidade do material didático disponível e à dificuldade encontrada pelos
professores para entrar em contato com uma historiografia atualizada e crítica em português.
Assim, os alunos não chegam a compreender os significados e os usos que podem surgir do
estudo dessa antiguidade. Após uma prática docente sobre a Grécia Antiga, analisamos o uso
que os alunos fizeram do aparato conceitual da antiguidade grega para a compreensão da sua
própria realidade. Para isso, analisamos o conteúdo de avaliações escritas produzidas dentro
dessa proposta por estudantes de uma turma de Primeiro Ano do Ensino Médio de uma escola
pública estadual, em Caxias do Sul, RS. Isso é feito com apoio de concepções atualizadas de
pesquisa e de ensino de História Antiga produzidas por especialistas brasileiros.
Palavras-chave: Ensino de história. Grécia antiga. Compreensão do presente.

Abstract: In Brazil, antiquity is historically approached at school in a superficial, exotic and


generalized way and without a deeper analysis. This is due to the usual poor quality of the
educational material available and to the difficulty encountered by teachers to get in contact
with a critical and updated historiography in Portuguese. Thus, the students cannot understand
the meanings and the uses that may emerge from the studies of antiquity. After a teaching
practice about ancient Greece, we analyzed the uses that the students made of the conceptual
apparatus of Greek antiquity to understand their own reality. For this, we analyzed the content
of written evaluations produced according to this approach by a First Year class of a public
High School in Caxias do Sul, RS. This is done with the support of current conceptions of
Ancient History researching and teaching produced by Brazilian experts.
Keywords: History teaching. Ancient Greece. Comprehension of present time.
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Graduado em História pela Universidade de Caxias do Sul.
Revista Latino-Americana de História
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este artigo foi produzido a partir da prática docente desenvolvida na ocasião do
Estágio em História III1 com uma turma de Primeiro Ano do Ensino Médio regular diurno em
uma escola pública da rede estadual do RS, com alunos de idades entre 15 e 17 aos. A
instituição localiza-se em Caxias do Sul, em um bairro que se formou ao redor de duas
metalúrgicas. Com uma carga horária de 16 horas-aula, o tema trabalhado, a pedido do
professor titular, foi Grécia antiga. Diante disso, defrontamo-nos com o desafio de oferecer
uma resposta ao questionamento, sempre necessário, de como trabalhar com História no
Ensino Médio. Partindo do pressuposto de que a temática da antiguidade grega, para além do
conteúdo clássico ou exótico, pode oferecer algo a mais aos estudantes, surgiu o
questionamento: em que medida o estudo da Grécia Antiga na escola contribui para os
estudantes compreenderem sua realidade?
Para subsidiar uma resposta, começamos verificando na LDB e nos PCN a
possibilidade e a viabilidade de um trabalho nesse sentido. Depois, demonstramos que o
crescimento das pesquisas em História Antiga no Brasil e de publicações em português
permitem a atualização de temas e problemas a serem tratados na educação básica. Em
seguida apresentamos a análise de um instrumento de avaliação em que foi possível, através
da Análise de Conteúdo proposta por Moraes (MORAES, 1999), identificar elementos que
permitem responder nosso questionamento. A unidade de aprendizagem centrou-se em
proporcionar aos estudantes condições para analisar a História e a cultura Grécia antiga,
estabelecendo relações com a sociedade atual e com sua realidade, através dos temas
geradores: cultura, sexualidade, cidadania e guerra.

2 UM RESPALDO PEDAGÓGICO DA PROPOSTA DE TRABALHO


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB, Lei nº 9.394/1996), em seu
artigo 35, aponta as finalidades do Ensino Médio. Entre elas, destacamos a consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos adquiridos anteriormente, o desenvolvimento do
humanismo, da ética, da intelectualidade, da crítica e a preparação básica para o trabalho e a
cidadania. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio, avançam na
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questão normativa da LDB ao trazerem questionamentos sobre os motivos de se ensinar e


aprender História. Assim, ambos reforçam a necessidade de uma educação humanista.
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Com a orientação do professor Dr. Roberto Radünz.
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Epistemologicamente atualizados, os PCN entendem a História na sua pluralidade de


abordagens, de bases teóricas e metodológicas, apontando as vantagens e desvantagens de
cada uma. As propostas teóricas, mais voltadas para a História Social, visam superar o foco
exclusivo nas conjunturas econômicas propostas pelas abordagens marxistas, incluir as
questões culturais e situar o sujeito em seu contexto histórico. Já as metodologias destacam o
desenvolvimento de habilidades e competências da área, como leitura, análise,
contextualização, crítica, percepção de identidades e de diferenças, de cidadania, da memória,
entre outras. Nesse sentido, torna-se crucial para o professor ter clareza de seus objetivos e de
suas concepções teóricas e metodológicas (SEFFNER, 2000), levando em consideração que
as mesmas vão sendo aprimoradas com o tempo, com o estudo e com as reflexões sobre o
próprio trabalho.
Para que isso seja alcançado é preciso que os alunos construam uma sensibilidade e
um intelecto mais sólidos, sobre os quais uma crítica fundamentada possa ser produzida. Para
isso, torna-se necessário mostrar ao estudante a atualidade e o potencial transformador do
ensino e da aprendizagem da História. Mostrar aos educandos, enquanto indivíduos e
sociedades, seus papeis como pessoas de seu tempo, como agentes históricos (PINSKY, J.;
PINSKY, C., 2003, p.24-30). O estudo da antiguidade pode contribuir para isso de maneira
ímpar.

3 HISTÓRIA ANTIGA NO BRASIL


Na Europa, a Antiguidade Clássica faz parte dos passados nacionais. Ao longo da
História a referências a gregos e romanos foi feita na medida em que se tornava necessária a
legitimação de “legados” ou da busca das origens das instituições, como o direito, a república,
a democracia, a tirania, entre outros. No século XX, o fascismo e o nazismo fizeram um largo
uso da antiguidade clássica para legitimar suas ações (SILVA, G. J., 2007). No Brasil, o
estudo da Antiguidade Clássica não esteve diretamente ligado à busca pela identidade ou
valores nacionais. A primeira cátedra de História Antiga veio com a fundação da USP em
1934, e posicionou-se em torno da busca pela herança ocidental, influenciando outras grades
curriculares pelo Brasil onde surgiam cursos de História ou afins (SILVA, G. J., 2011, p. 6-7).
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Durante a Ditadura Militar, a História Antiga foi vista como parte do controle
ideológico. A abordagem nas universidades era positivista, factual e acrítica (CARVALHO;
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FUNARI, 2007). Paralelamente à elite que podia se dedicar aos Estudos Clássicos com mais
facilidade, estudantes oriundos de outras classes sociais, cuja erudição não veio de berço,
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passaram a integrar o grupo de estudiosos propondo novas abordagens (SILVA; MARTINS,


2008 in SILVA, G. J., 2011). Na década de 1980, a História Antiga ainda era vista como
inseparável da arqueologia. Devido à dificuldade do contato com a cultura material, os
estudiosos brasileiros dedicaram-se ao estudo dos textos clássicos, produzindo outro tipo de
olhares (GARRAFFONI; FUNARI, 2010, p.2). Com a abertura política, as leituras marxistas
passaram a ocupar um lugar importante na historiografia brasileira e não foi diferente com os
Estudos Clássicos.
Atualmente, são buscadas novas formas de diálogo entre arqueologia e história. A
Nova História trouxe novos temas e novas perspectivas à História Antiga e uma intensa
relação com outras áreas do conhecimento, como as Ciências Sociais, as Letras Clássicas, o
Teatro, a Filologia e a Arqueologia. Foi nos últimos 25 anos que os Estudos Clássicos
vivenciaram seu maior crescimento no Brasil, acompanhando a renovação historiográfica
(CARVALHO; FUNARI, 2007). Os obstáculos que dificultavam a pesquisa nessa área, como
o acesso ao estudo de línguas antigas e à historiografia internacional, embora ainda presentes,
têm sido superados com o auxílio das tecnologias como a internet.
Os especialistas brasileiros não estão compromissados com os passados nacionais
europeus, possuem outra formação acadêmica, outras leituras, outra realidade social e estão
distantes dos grandes centros de pesquisa. Isso, quando unido ao rigor acadêmico, credita
especificidade e originalidade ao trabalho acadêmico produzido no país. Os temas que surgem
aos pesquisadores daqui partem da nossa realidade, pois a História é uma leitura do passado
feita pelo presente. Assim, Funari (FUNARI, 2010) indica que temas comuns do Brasil são
utilizados para compreender o mundo antigo, como desigualdade, exclusão, patrimonialismo,
patriarcalismo, clientelismo, situação periférica, religiosidade e outros que nossa experiência
social demandar.
Nesse sentido, a História Antiga pode e deve ser utilizada para entender também o
presente. A origem de várias das instituições atuais e da maneira de vermos o mundo são
creditadas ao mundo antigo, mas é preciso cuidado ao pensar nisso como herança de um
mundo clássico no sentido de permanência histórica. Para Guarinello, o historiador da
antiguidade contribui com a sociedade atual na medida em que aproxima “dois mundos
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diferentes, mantendo sempre a consciência dessa distinção” (GUARINELLO, 2003, p.29).


Assim, a História Antiga possui os atributos de um instrumento de reflexão histórica e crítica,
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do qual professores podem fazer uso (FUNARI; GARRAFFONI, 2010).


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4 ENSINO DE HISTÓRIA ANTIGA


Os jovens adquirem muitos conhecimentos sobre a Antiguidade em seu cotidiano. O
mundo antigo está na literatura, no cinema, em revistas, na religiosidade, nas artes, na
toponímia. Como o uso desse passado no cotidiano implica em dar-lhe novos significados,
pode ser difícil problematizar isso com os estudantes (FUNARI, R. S., 2009). Muitas das
ideias sobre ensino de História Antiga no Brasil estão em estudos sobre o uso do passado e
em análises de materiais didáticos, mas são escassas as publicações que analisem uma prática
pedagógica. Para Funari (FUNARI, 2004), se, por um lado a História Antiga pôde ser usada
para legitimar o patriarcalismo, as tiranias, as diferenciações sociais, a escravidão, o
imperialismo, a apropriação do aparato público, a exclusão dos direitos de cidadania, as elites
do poder, ou discurso da superioridade cultural, também pode ser usada para questionar e
desconstruir tudo isso. Mesmo não fazendo parte diretamente da “História Nacional”, muito
da nossa cultura possui origens ideológicas na Antiguidade. Ignorar isso nos levará somente a
uma compreensão parcial da realidade.
A História Antiga, por muito tempo, teve como objetivo buscar a história do Homem
civilizado moderno, em uma clara ideia evolucionista. Essa finalidade, além de
preconceituosa, diz pouco aos estudantes do ensino médio. Para que a antiguidade tenha
significado, é necessário que os educandos entendam os motivos desse estudo, para além da
ideia de herança cultural (SILVA, G. V., 2000). É preciso superar o foco na beleza das
Maravilhas da Antiguidade e observar as condições sociais nas quais elas foram produzidas.
Os materiais didáticos disponíveis, salvo raras exceções, demonstram problemas como o
excesso de simplificações e de generalizações, a falta de domínio conceitual, ou o uso de
conceitos ultrapassados, o que evidencia o desconhecimento da atualização historiográfica por
parte dos autores. Além disso, a falta de especialistas e formadores nas universidades
contribui para isso. Não é proporcionado o contato com pesquisa documental ou
historiográfica crítica, nem é incentivado que se aprenda outras línguas (menos ainda as
antigas) para o contato caracteristicamente internacional dessa área.
Com material didático defasado e professores que não alcançam uma visão crítica do
tema, fica evidente que a pesquisa atualizada em História Antiga não chega aos estudantes,
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permanecendo a visão tópica, cronológica e exótica do mundo antigo. É preciso ter mente
que, mesmo já contanto com um bom material em português, a área encontra algumas
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dificuldades editoriais que, todavia, vem sendo supridas com publicações online. Langer e
Campos (LANGER; CAMPOS, 2007) destacam ainda que, diante disso, trona-se difícil lidar
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com a alteridade, com a desconstrução de estereótipos (como bárbaro violento, romanos


cruéis, atenienses corruptos, egípcios crédulos ou medievos ignorantes e pestilentos), e
superar a visão moralizante dos antigos como algozes de hebreus, judeus e cristãos.
Nesse sentido, um trabalho inadequado com Antiguidade na escola pode produzir uma
deformação na educação dos alunos (SILVA; GONÇALVES, 2001, p.124). Não se pode
medir isso a médio ou a longo prazo, mas a incerteza do alcance dos objetivos imediatamente
também não pode ser tomada necessariamente como fracasso. Pensamos que não existe uma
metodologia certa, mas, sim, uma adequada. De forma geral, podemos dizer que isso significa
métodos que possam instrumentalizar o estudante a compreender melhor sua realidade através
da análise da relação entre presente e passado; expandir a intelectualidade; ser capaz de olhar
criticamente e tomar posição diante das temáticas históricas estudadas (SILVA, G. V., 2000).
Do mesmo modo que generalizações excessivas e buscas de origem no mundo clássico
são desaconselháveis para uma educação crítica, o uso da comparação também o é se for
trabalhado inadequadamente. Os PCN trazem a possibilidade do uso da comparação,
flexibilizando-a, mas nunca como um fim em si mesmo, mas como forma de compreensão
crítica de ambas as partes comparadas. Essa abordagem, que busca além identificação de
diferenças e semelhanças entre duas realidades ou contextos, permite que entendamos as
peculiaridades de cada uma.
Mesmo que traços do passado possam ser identificados no cotidiano e comparados
com sua presença ou ausência em outras épocas, para a antiguidade, esses mesmos traços
devem ser compreendidos como resultado de transformações (SILVA, S. C., 2010, p.149). O
uso da comparação com o presente no estudo da Grécia Antiga é adequado quando ela
permite que o estudante possa compreender sua realidade, tanto através da alteridade, do
diferente, quanto da identidade. Não pode levar o aluno à conclusões sobre continuidades que
não existam (SILVA, G. V., 2000), ou que não passaram por processos de mudança, nem
sobre moralismos que reforcem preconceitos.

5 PENSANDO O PRESENTE COM A GRÉCIA ANTIGA


As fontes principais para a elaboração deste trabalho foram as avaliações individuais
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realizadas perto do final do período de estágio docente. As aulas que deram subsídios para
isso foram elaboradas através de temas centrais, que permitiram o estudo da História da
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Grécia antiga partindo de uma mobilização do tempo presente ou do cotidiano dos estudantes.
Nessas aulas, as manifestações de opinião, crítica e debate foram incentivados, com o objetivo
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de avaliar essa habilidade de modo contínuo e processual, critério do qual fez parte a escolha
do grau de dificuldade da avaliação. Assim, acreditamos que os estudantes estavam em
condições de realizar algumas operações mentais propostas por Theodoro (THEODORO,
2003, p.53-55), como o identificar e o relacionar. Esse relacionar abrange outras operações,
sendo que a mais presente nas avaliações foi a comparação. No nosso caso, por causa do
número de aulas pequeno e da abordagem pela qual o titular solicitou a temática, foi inviável
historicizar as temáticas desde a antiguidade até a atualidade, então optamos por uma
abordagem diacrônica, estabelecendo relações entre duas realidades, a atual e a antiga,
distantes no tempo e no espaço, mas mantendo essa distância em evidência.
O instrumento avaliativo formal, por motivos institucionais, foi uma prova escrita,
individual e sem consulta que, devido ao apelo ao tradicional, nos despertou especial interesse
de reflexão. A avaliação contou com duas partes. A primeira teve o objetivo de proporcionar a
evocação de conhecimentos dos estudantes, envolvendo as características e especificidades da
cultura grega. Isso foi feito através de questões objetivas. A segunda parte, e a mais
importante, foi dividida em quatro categorias de análise, as mesmas trabalhadas em sala de
aula: sexualidade, cultura, sociedade e guerra. Estas categorias foram escolhidas por
permitirem facilmente o uso de recursos da antiguidade como analogia. Criamos quatro
questões discursivas, uma para cada categoria, permitido que os alunos estabelecessem essas
relações com o passado de forma a analisar o presente. Cada uma delas é analisada em
detalhes mais adiante.
Os critérios de avaliação das quatro questões foram descritos na avaliação e
envolveram: 1- demonstrar conhecimentos sobre a Grécia antiga e, 2- manifestar opinião ou
visão de mundo de forma crítica. Havia também um terceiro critério, particular de cada
questão, cujo objetivo era observar se o aluno atendeu satisfatoriamente o que a questão
solicitava. A palavra comparação não foi utilizada propositalmente, oportunizando aos
estudantes mais liberdade para aproximar ou afastar os conteúdos e a sua realidade. Dos 22
estudantes frequentes, 18 estiveram presentes na realização dessa avaliação. No quesito
aproveitamento, o menor foi de 63%, de uma aluna com muitas faltas; neste caso ela teve
maior dificuldades na primeira parte, que envolvia um maior domínio do conteúdo, do que na
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segunda, que demandava operações mais complexas. O maior aproveitamento, com 91%, de
um aluno sem faltas no período do estágio, expressou equilíbrio entre as partes da avaliação.
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O gráfico a seguir, elaborado a partir da análise das avaliações escritas, mostra a


relação entre número de estudantes e operações realizadas. Ao atender ao critério 1 da
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avaliação, o estudante deveria olhar para o conjunto do que foi estudado e para a delimitação
proposta pela questão e identificá-lo, no sentido de ser capaz de descrever e compreender os
significados daquilo que é capaz de evocar à memória. O critério 2 e a especificidade de cada
questão conduziam ao estabelecimento de relações entre o passado e o presente. Esse
relacionar implica em abstrair o conteúdo e aplicá-lo como suporte de análise da temática
solicitada. A comparação foi a relação mais evidente e mais significativa identificada nas
respostas dos alunos e isso implicou no uso de elementos mais pontuais do conteúdo para
responder as questões, facilitando a inserção do olhar crítico e opinativo sobre a situação
social levantada pelo tema da questão.
Percebemos que a identificação de elementos do conteúdo para servir de contraponto
analítico à atualidade não foi largamente utilizada, exceto na questão sobre cultura. A
operação de comparação atingiu um maior número de casos, mas também voltados ao aspecto
cultural, o qual engloba a sexualidade. Já a habilidade de crítica social foi mais presente,
principalmente na questão que envolvia a temática da guerra. A presença de informações do
conteúdo nas questões da avaliação pode ter inibido o acréscimo de outras por parte dos
estudantes, remetendo-os, assim, direto para as operações de relação e de crítica social. No
entanto, em cada um dos temas geradores e das suas respectivas questões, há algumas
especificidades.

Relação entre número de estudantes e operações realizadas

18
16
14
12 Sexualidade
Estudantes

10 Cultura
8 Sociedade
6 Guerra
4
2
0
Identificação Comparação Crítica social
Operações ou habilidades
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Gráfico 1: Elaboração de Wellington Rafael Balem, 2012.

5.1 Sexualidade
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Esse tema, que desperta especial interesse nos adolescentes, está muito envolto de
senso comum e generalizações inadequadas no que diz respeito à Grécia antiga, revelando-se
como um tema gerador muito fértil para debates. O foco aqui foi mais centrado nas práticas
sexuais representadas na cerâmica ática clássica, em contextos de comensalidades, jogos,
casamento, prostituição, sexualidade feminina, de não cidadãos, amizade viril, entre outros.
Nesse sentido, buscamos a diferenciação entre a sexualidade nos dias hoje e a grega antiga, do
lado de fora da noção de pecado e de culpa judaico-cristã. Algo que chamou muito a atenção
dos alunos foi a questão do homoerotismo e a relação pedagógico-sexual entre o erastes
(amante) e o erômenos (amado), que foram problematizados a partir dos casos de Aquiles e
Pátroclo e Alexandre e Heféstion. Outras questões também foram pensadas a partir dos
banquetes, do casamento, do Exército Sagrado de Tebas e da poetisa Safo da ilha de Lesbos.
Assim, a questão foi elaborada dentro de uma demanda social de forma a não induzir
conclusões preconceituosas sobre o assunto e valorizando a diversidade, como segue:

No mundo grego havia mais do que uma regra sobre a sexualidade. Isso
permitia a manifestação dos diferentes comportamentos sexuais naturais da
espécie humana, entre eles a hétero, a bi, e a homossexualidade. Para você, é
possível a convivência respeitosa entre as pessoas com diferentes orientações
sexuais na sociedade atual? Explique.

Doze estudantes responderam que a convivência é perfeitamente possível, mesmo que


ainda haja muito preconceito, o qual deve ser dissolvido. Quatro responderam que o
preconceito e o desrespeito impedem qualquer convivência pacífica. Para três, isso ainda não
pode ser respondido. Respeitando o critério 1, cinco estudantes identificaram elementos do
conteúdo na elaboração de suas respostas, evocando o papel social reduzido da mulher grega,
o culto ao corpo atlético masculino, o sentido atual da pederastia, e levantando o
questionamento cuja resposta também rende uma ótima aula sobre o medievo: se já existiam
vários comportamentos sexuais desde a antiguidade, por que existe preconceito hoje? Já no
segundo critério, 14 utilizaram o recurso de comparação de forma adequada, ressaltando, ora
diferenças, ora semelhanças entre os comportamentos sexuais do passado e do presente. Dois
estudantes identificaram a convivência respeitosa como um problema a ser resolvido, mas não
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expressaram crítica pessoal sobre o assunto. Dezesseis manifestaram-se de forma crítica,


levantando problemáticas como a necessidade de mais respeito à diversidade sexual e de
opinião, e outros fizeram uma séria crítica à ignorância, apontando-a como a causa dos
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preconceitos.
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5.2 Cultura
É claro que, tanto a sexualidade, quanto qualquer outro dos temas geradores
selecionados podem ser encaixados dentro de “cultura”. Optamos por separar essas categorias
para permitir que outras manifestações pudessem entrar em pauta. Nas aulas, baseado nas 7
Maravilhas do Mundo Antigo, propusemos um trabalho de pesquisa sobre oito “Maravilhas
do mundo Grego Antigo”: o Palácio de Cnossos, a Estátua de Zeus em Olímpia, o Partenon de
Atenas, o Oráculo de Delfos, Templo de Ártemis em Éfeso, o Colosso de Rodes, o Farol de
Alexandria e o Mausoléu de Halicarnasso. O objetivo principal dessa atividade foi identificar
o significado, a mão de obra utilizada e a o tempo em que estiveram em pé. A partir disso
problematizamos a própria ideia de “maravilha” e a inserimos em um contexto histórico e
social, aproveitando o momento para abordar outras características da cultura clássica, bem
como o uso que se faz hoje dessa cultura. A questão elaborada foi:

A cultura da Grécia Antiga é frequentemente representada na literatura, no


cinema, nas artes, etc. Descreva um aspecto dessa cultura que permanece nos
dias de hoje e aponte os possíveis motivos para essa permanência.

Resguardando as devidas ressalvas, utilizamos a noção de “permanência” com o


objetivo de identificar no cotidiano aquilo que existe da cultura grega. Assim, reduzimos o
prejuízo dessa ideia ao propor a busca explicação para esse fenômeno, mostrando que isso
não é algo natural, mas possui uma razão de ser. Exceto uma estudante que optou por não
responder essa questão, e outro que não a explicou claramente, os outros 16 puderam
identificar muitos elementos, inclusive além do que foi trabalhado em sala de aula. Das
“permanências” citadas, o teatro figurou como algo que pode nos dizer muito sobre os gregos,
que gera empregos e renda, que é belo e que foi muito importante na antiguidade. A presença
da arte e dos mitos gregos na literatura, no cinema e em outras releituras artísticas também
apareceu, seja porque influenciam as pessoas, seja apenas pela estética. Além desses, outros
temas e outras abordagens significativas surgiram, como a nova divinização do corpo e a
necessidade de que todos sejam cidadãos efetivamente.
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5.3 Sociedade
Esse tema foi muito favorecido por ter sido trabalhado, propositalmente, uma semana
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antes das eleições municipais de 2012, quando questões como da democracia, do voto e do
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social estavam em pauta. Nas aulas foi abordado a complexidade das sociedades das Cidades-
Estado, principalmente em Atenas, Esparta e Corinto, ressaltando que outras cidades tinham
organização e características próprias. Chegamos também no conceito de escravidão grega e a
diferença desta e aquela praticada no Brasil. O foco foi sobre a cidadania, a formação do
cidadão e a exclusão dos direitos públicos da grande parte da sociedade não cidadã, mas nem
sempre menos poderosa. Assim, a questão elaborada buscou essa relação:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,


garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade (...)”. Art. 5º - Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. Para você, esses direitos invioláveis, tais como a educação, saúde,
moradia e lazer, chegam a todas as pessoas atualmente? Explique apontando
o seu papel social como cidadão diante dessa situação.

Somente dois estudantes identificaram elementos culturais gregos nas respostas desta
questão, tocando no assunto da cidadania e do acesso aos direitos na antiguidade. Foram os
mesmos que utilizaram o recurso da comparação, mas em um dos casos faltou o domínio
conceitual sobre a isonomia excludente da democracia ateniense. Uma estudante optou por
não responder essa questão, e outro achou que a resposta era sim, mas os 16 restantes
perceberam que os direitos não chegam a todas as pessoas. Além disso, procuraram identificar
os motivos para esse problema social, como o racismo, a má distribuição de renda, as relações
de poder opressivas entre civis e entre Estado e sociedade. Quanto ao papel social como
cidadão, as respostas foram mais variadas. Alguns optaram por não fazer nada, outros por
votar e esperar que o governo resolva, enquanto que um terço escolheu a crítica ao discurso da
igualdade e a exigência do respeito aos direitos. Não houve respostas que versassem sobre o
papel das mulheres, que, em aula foi abordado no momento de análise da sexualidade e das
cidadanias. Essa questão sinaliza mais explicitamente outras temáticas que ainda precisam ser
desenvolvidas com a turma.

5.4 Guerra
A temática da guerra foi abordada por ser um dos temas que mais surge na indústria
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cultural sobre a antiguidade clássica. É o caso de produções como os filmes Percy Jackson,
Tróia, Alexandre, 300, etc. Em sala de aula focamos as especificidades das Guerras Médicas,
do Peloponeso e das incursões e domínio macedônicos. Trabalhamos esses três conflitos
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evidenciando-os como processo histórico. A Atenas que derrotou os persas nas Guerras
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Médicas, enriquecida pelo tesouro da Liga de Delos e exercendo seu poder sobre a Hélade,
como fator importante no conflito posterior; a Guerra do Peloponeso, como uma resposta de
Esparta às práticas imperialistas de Atenas. Assim, as cidades gregas devastadas e incapazes
de oferecer resistência eficiente à invasão caem sob domínio macedônico. A questão deixou
em segundo plano a economia por ter sido pouco trabalhada em sala de aula, mas levou em
consideração o caráter social das consequências das guerras e foi delimitada assim:

A guerra fazia parte do cotidiano na Grécia Antiga. Algumas delas deram


origem a batalhas famosas, como Maratona, Plateia, Termópilas ou
Gaugamela. Mas os bastidores das guerras nada têm de glamoroso: morte,
violência, saques, doenças, fome... Para você, no mundo atual, é possível
resolver os conflitos sociais e políticos sem a interferência militar e suas
consequências? Explique.

Nesta questão, a relação entre passado e presente é menos explícita no enunciado da


questão. Quatro estudantes conseguiram identificar elementos gregos para enriquecer suas
análises, expressando a guerra como parte do cotidiano antigo. Destes, três usaram o recurso
da comparação com sucesso, destacando algumas diferenças entre a guerra na Antiguidade e
hoje, no fato de que atualmente a guerra também é cotidiana, se pensarmos em termos de
globalização. Nessa questão, um quarto deles considerou que é impossível evitar as
intervenções militares, seja porque responder pelo mundo todo pareceu demais, seja pelo
individualismo excessivo das pessoas, seja pelas relações de poder entre governos. Os outros
concluíram que é difícil, mas perfeitamente possível, evitar o conflito armado se o diálogo
entre as partes for colocado em primeiro plano. No entanto, percebemos que a questão
econômica, importante para a análise das guerras, uma vez que não foi extensamente
trabalhada em aula, não foi incorporada às respostas dos estudantes, prejudicando análises
mais consistentes. O preço humano da violência da guerra, um dos focos da questão, não foi
abordado pelos alunos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo sendo uma avaliação escrita, individual, exigência da referida instituição,
buscamos uma maneira de superar o tradicionalismo de simplesmente repetir conteúdos e
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abrir espaço para o exercício do intelecto e de habilidades. A primeira parte da avaliação foi
conteudista e contou com um aproveitamento amplo e, no entanto, as respostas dos alunos na
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segunda parte contaram com um baixo uso de elementos desse conteúdo. A existência destes
no enunciado das questões e a pergunta final se remeter ao presente pode explicar isso no
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sentido de um engessamento das possibilidades de resposta, o que pode ser um erro, já que
tende a reduzir as possibilidades de reflexões autônomas dos alunos. Mesmo assim, o uso de
expressões como “atualmente” ou “hoje em dia”, “naquela época” apontam para o
estabelecimento de relações entre o presente e o passado, sendo que o primeiro predominou
na resposta e o segundo na pergunta. Nos casos em que houve uso da história grega nas
análises dos educandos, isso foi feito com significativo sucesso, mesmo sinalizando que
algumas das omissões possam ser decorrentes de falta de domínio conceitual ou da habilidade
(comparar, identificar, relacionar, etc). A manifestação da compreensão do presente e do
exercício da cidadania pode e deve ser expressada através de outros suportes para ser melhor
materializada, levando em conta as condições de trabalho do professor e dos alunos.
A legislação, as políticas educacionais e a situação de pesquisas e de recursos para a
História Antiga permitem que essa temática seja trabalhada de forma muito proveitosa em
sala de aula. Então, uma resposta ao nosso questionamento inicial, em que medida o estudo da
Grécia Antiga na escola contribui para os estudantes compreenderem sua realidade? sugere
a mensuração de quantidade e de qualidade. Dar uma resposta definitiva a essa pergunta não é
o mais importante e, nem é possível somente com um estudo de caso. Apesar disso, foi
possível verificar, com um instrumento de avaliação muito limitado (prova individual, escrita,
sem consulta), um bom aproveitamento da antiguidade como contraponto analítico da
realidade atual. Quanto mais os instrumentos de avaliação em sua diversidade possam dar
conta do processo de construção intelectual e de habilidades e competências, mais poderá se
verificar a abrangência das relações feitas pelos alunos entre o antigo e o atual.
A história da Grécia antiga, ou qualquer outro conteúdo, como Revolução Francesa ou
escravidão no Brasil, não tem em si mesmo um potencial quantificável maior ou menor como
instrumento de compreensão do presente. Para que esse aspecto emerja é necessário mudar o
uso que fazemos da antiguidade em sala de aula, tornando-a uma ferramenta de leitura de
mundo para os educandos. Ter a sensibilidade e a objetividade de identificar um problema do
cotidiano que atue como mobilização para o conhecimento e articular relações possíveis entre
passado e presente, evitando anacronismos e juízos de valor. A antiguidade torna-se, assim,
significativa e passível de uso consciente para os estudantes ao possibilitar novos e
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diferenciados olhares sobre a realidade em que estão inseridos e contribuindo para o exercício
da cidadania. Embora para alguns possa ser prazeroso o contato com a antiguidade, na sala de
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aula esse conhecimento histórico ganha mais sentido quando é usado conceitual e
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atitudinalmente como matéria-prima do entendimento de si no mundo, sem reduzir a


importância da História.

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Recebido em Julho de 2013


Aprovado em Agosto de 2013

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