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Farmacologia

Fármacos que atuam no sistema cardiovascular – Doenças cardiovasculares – Aula 7


 Hipertensã o arterial
o O diagnó stico da hipertensão arterial é baseado em medidas repetidas e consistentes de pressão sanguínea
elevada.
o A hipertensão arterial é um preditor extremamente preciso do risco para das consequê ncias para o doente.
o Uma pressão arterial aumentada, independentemente de ser sistó lica ou diastó lica, encontra-se associada a
danos em ó rgã os de elevado dé bito como os rins, coração e cérebro.
o O risco dos danos a ó rgã os é proporcional à magnitude da elevação da pressão arterial.
o A hipertensão arterial é na sua maioria das vezes assintomá tica, até que danos nos ó rgã os estejam iminentes
ou já tenham acontecido

Sistó lica/ Diastó lica (mm Hg) Categoria


 120/80 Normal
120-139/80-89 Pré-hipertensã o
 140/90 Hipertensã o
140-159/90-99 Hipertensã o grau 1
 160/100 Hipertensã o grau 2

o Fatores de risco:
 Raça negra
 Tabagismo
 Síndromes metabó licos:
 Obesidade
 Dislipidémias
 Diabetes.
 Manifestaçõ es de danos em ó rgã os
 Histó ria familiar de doenças cardiovasculares

o A pressã o arterial (BP) é diretamente proporcional ao produto fluxo sanguíneo (output cardíaco (CO)) e
a resistência à passagem do sangue pelas arteríolas precapilares (resistência vascular periférica (PVR)):

 BP = CO × PVR

o A pressã o arterial é mantida por regulaçã o constante do


output cardíaco e da resistência vascular periférica
exercida nas arteríolas, vénulas pó s-capilares e coraçã o.
o Os rins contribuem para manter a pressã o sanguínea ao
regular o volume de fluido intravascular.
o A libertaçã o de substâ ncias vasoativas pelo epitélio
vascular também pode estar envolvida na regulaçã o da
resistência vascular.

o O baroreflexo é responsá vel pelos ajustes rá pidos à


pressã o arterial, como quando há mudanças posturais.
o Ao controlar o volume sanguíneo, o rim é o principal responsá vel pelo controle da pressã o arterial a
longo prazo.
o A reduçã o da pressã o de perfusã o renal causa redistribuiçã o intra- renal do fluxo sanguíneo e aumento
da reabsorçã o de sal e á gua.
o A diminuiçã o da pressã o nas arteríolas renais, bem como a atividade neural simpá tica (via β
adrenocetores), estimula a produçã o de renina, que aumenta a produçã o de angiotensina II.
o A angiotensina II causa (1) constriçã o direta dos vasos de resistência e (2) estimulaçã o da síntese de
aldosterona no có rtex adrenal, o que aumenta a absorçã o renal de só dio e o volume de sangue
intravascular.
o A vasopressina liberada pela glâ ndula pituitá ria posterior
também desempenha um papel na manutençã o da pressã o
arterial por meio de sua capacidade de regular a reabsorçã o
de á gua pelo rim.

 Anti-hipertensores
o Todos os anti-hipertensores atuam num ou mais dos quatro
locais anató micos descritos na figura, e produzem os seus
efeitos ao intergerir com os mecanismos normais de regulação
da pressão sanguínea.

o Diuréticos
 Reduzem a pressão arterial ao esgotar o sódio do corpo e reduzir o volume do sangue e talvez por
outros mecanismos.

o Agentes simpaticoplégicos
 Reduzem a pressão sanguínea reduzindo a resistência vascular periférica, inibindo a função cardíaca e
aumentando acumulação venosa (os dois ú ltimos efeitos reduzem o dé bito cardíaco).
o Vasodilatadores diretos
 Reduzem a pressão ao relaxar o músculo liso vascular, dilatando assim os vasos de resistência e, em
vários graus, aumentando a capacitâ ncia também.

o Agentes que bloqueiam a produção ou ação da angiotensina


 Reduzem a resistência vascular periférica e (potencialmente) o volume sanguíneo.

 Angina pectoris
o A angina pectoris é caracterizada por dor no peito causada pela acumulaçã o de metabolitos resultantes
de isquemia miocá rdica.
o A causa mais comum de angina é a obstruçã o ateromatosa dos grandes vasos coroná rios (doença
arterial coronariana (DAC))
o O desequilíbrio entre a necessidade de oxigénio do coraçã o e o oxigénio fornecido pelos vasos
sanguíneos coroná rios.
o A isquemia resultante com acumulaçã o de metabolitos á cidos geralmente leva à dor.
o Na angina de esforço, o desequilíbrio ocorre quando a necessidade de oxigénio do miocá rdio aumenta,
principalmente durante o exercício, e o fluxo sanguíneo coronariano nã o aumenta proporcionalmente.

o Vasodilatadores diretos
 Reduzem a pressã o ao relaxar o mú sculo liso vascular, dilatando assim os vasos de resistência e,
em vá rios graus, aumentando a capacitâ ncia também.
o Bloqueadores β
 Diminuem o ritmo cardíaco e pressã o arterial, diminuindo o consumo de oxigénio pelo
miocá rdio

o Bloqueadores dos canais de cá lcio


 Reduzem a resistência vascular, ritmo cardíaco e força de contraçã o cardíaca, diminuindo o
consumo de oxigénio pelo miocá rdio

 Insuficiência cardíaca
o A insuficiência cardíaca é uma doença progressiva que se caracteriza por uma reduçã o gradual do
desempenho cardíaco, pontuada em muitos pacientes por episó dios de descompensaçã o aguda.
o Embora se acredite que a causa primá ria da Insuficiência cardíaca sistó lica inicial resida na maquinaria
de acoplamento excitaçã o-contraçã o do miocá rdio, sabe-se que esta condiçã o clínica também envolve
muitos outros processos e ó rgã os, incluindo o reflexo barorrecetor, o sistema nervoso simpá tico, os rins,
a angiotensina II e outros peptídeos, aldosterona e apoptose de células cardíacas.

o O tratamento é desta forma direcionada para dois objetivos:


 Reduzir os sintomas e desacelerar a progressã o tanto quanto possível durante períodos
relativamente está veis
 Gerenciar episó dios agudos de falha descompensada.

o Diuréticos
 Reduzem a pressã o arterial ao esgotar o só dio do corpo e reduzir o volume do sangue e talvez
por outros mecanismos.

o Vasodilatadores diretos
 Reduzem a pressã o ao relaxar o mú sculo liso vascular, dilatando assim os vasos de resistência e,
em vá rios graus, aumentando a capacitâ ncia também.

o Agentes que bloqueiam a produçã o ou açã o da angiotensina


 Reduzem a resistência vascular periférica e (potencialmente) o volume sanguíneo.

o Vasodilatadores diretos
 Reduzem a pressã o ao relaxar o mú sculo liso vascular, dilatando assim os vasos de resistência e,
em vá rios graus, aumentando a capacitâ ncia também.

o Bloqueadores β
 Diminuem o ritmo cardíaco e pressã o arterial, diminuindo o consumo de oxigénio pelo
miocá rdio
o Glicosídeos cardíacos
 Como a digoxina que aumenta a contractilidade cardíaca.

 Tratamento de doenças cardiovasculares


o Hipertensão arterial
 Fá rmacos inibidores da ação do sistema nervoso simpá tico
 β-bloqueadores
 Agonistas α2
 Bloqueadores α1
 Modificadores do eixo renina-angiotensina-aldosterona
 Vasodilatadores diretos
 Bloqueadores dos canais de cá lcio
 Diuréticos

o Angina pectoris
 β-bloqueadores
 Bloqueadores dos canais de cá lcio
 Vasodilatadores diretos

o Insuficiência Cardíaca
 Digitá licos
 Vasodilatadores diretos

o Arritmias
 Anti-arrítmicos

 Diuréticos

 Autacoides renais
o Adenosina
 A adenosina é libertada em resposta a hipóxia e consumo de ATP.
 No rim esta diminui o fluxo sanguíneo e a taxa de filtração glomerular (TFG), aumenta a reabsorção
de Na+ devido à redução do fluxo no córtex e consequentemente na medula
 Antagonistas da adenosina, apresentam efeito diurético, que não leva à deplecção de K+.
o Prostaglandinas
 A PGE2 ao actuar nos receptores EP1, EP3 e possivelmente EP2, diminui a reabsorção de Na+ na
porção ascendente da alça de Henle e o transporte de água mediado por ADH nos túbulos coletores,
que contribuem significativamente para a eficácia diurética dos diuréticos de ansa.
 O bloqueio da síntese de prostaglandinas com AINEs pode, portanto, interferir na atividade diurética
de ansa.

o Péptidos natriuréticos
 Os peptídeos natriuréticos cardíacos ANP e BNP aumentam a TFG por meio de efeitos no tónus
vasomotor arteriolar glomerular e também exibem atividade diurética.
 O péptido natriurético CNP tem muito pouca atividade diurética.
 Existem apenas três péptidos natriuréticos em uso clínico ou sob investigação: nesiritide (BNP),
carperitide (ANP) e ularitide (sob investigação).

 Inibidores da anidrase carbónica


o Diclorfenamida
o Matazolamida
 A anidrase carbónica está presente em muitos locais do nefrónio, mas a localização predominante
dessa enzima são as células epiteliais do TCP.
 Aqui, catalisa a desidratação de H2CO3 para CO2 na membrana luminal e a rehidratação de CO2 para
H2CO3 no citoplasma.
 Ao bloquear a anidrase carbónica, os inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO3 e causam diurese

o Indicações terapêuticas
 Glaucoma
 Alcalinização urinária
 Alcalose metabólica
 Sindrome de doença aguda da montanha
 Outras indicações:
 Epilepsia (co-adjuvantes)
 Vazamento do LCR
 Hiperfosfatémia
 Doença de Meniere
 Diabetes insipidus nefrogénico
 Hipertenção idiopática
intracraneana
 Sindroma de Kleine-Levin

o Farmacocinética
 Bem absorvidos no trato gastro-intestinal
 Pico plasmático: ~ 2 h
 Tempo de ação: ~ 12h
 Eliminação pelo tú bulo contornado
proximal

o Efeitos adversos
 Acidose metabólica hiperclorémica
 Pedras renais
 Deplecção renal de K+
 Outros efeitos adversos:
 Tonturas
 Parestesias
 Hipersensibilidade

 Inibidores do SGLT2
o Dapagliflozina
o Canagliflozina
o Empagliflozina
o Ipragliflozina
o Inibem o co transportador de só dio e glucose 2 e consequentemente dimuniem a reabsorçã o de glucose e Na+
no TCP, aumentando a diurese.

o Indicações terapêuticas
 Diabetes mellitus
 Não estão indicados como diuréticos

o Farmacocinética
 Absorvidos rapidamente no tracto gastro-intestinal
 T1/2: 10-12h (dapaglifozina)
 Metabolização hepática
 Eliminação renal

o Reações adversas
 Hipoglicémia
 Risco aumentado de infeções fú ngicas genitais
 Risco aumentado de infeções uriná rias

o Contra-indicações
 Insuficiência hepática ou renal

 Diuréticos da ansa
o Furosemida
o Torasemida
o Bumetanida
o Ácido etacrínico

o Inibem a reabsorção de Na+, K+, e 2CL- ao inibir a NKCC2


o Aumentam a síntese de prostaglandinas renais (induzem a expressã o de COX-2), que aumentam o fluxo
sanguíneo renal

o Indicações terapêuticas
 Hipertensão
 Edema pulmonar
 Edema periférico
 Insuficiência cardíaca
 Hipercalcémia aguda
 Overdose por aniões

o Farmacocinética
 Absorvidos rapidamente no trato gastro-intestinal
 Inicio de ação: 30 m (oral), 5 m (IV)
 Pico plasmático: 2 h
 Fraca metabolização hepática
 Eliminação renal por filtraçã o glomerular e secreção tubular ativa

o Reações adversas
 Fenómenos de deplecção
 Hipocaliémia e consequentemente perturbações cardíacas, e alcalose metabólica
 Hiponatrémia
 Hipomagnesémia
 Desidratação

 Ototoxicidade
 Dose dependente, reversivel, maior no caso de insuficiê ncia renal, ou no caso de ser
administrada conjuntamente com outros fármacos ototóxicos (ex.: aminoglicosídeos)

 Hiperuricémia (hipovolémia -> aumento da reabsorção de ácido úrico)


 Hiperglicémia (Furosemida)
 Alergia cruzada com sulfonamidas

 Diuréticos tiazídicos
o Clorotiazida
o Hidroclorotiazida
o Indapamida
o Clortalidona

o Inibem o co transporte de Na+/Cl-, e assim a sua reabsorção, sendo que o aumento da concentração de Na+ no
tú bulo distal aumenta a excreção de K+

o Indicações terapêuticas
 Hipertensão
 Insuficiência cardíaca moderada
 Nefrolitiases
 Diabetes insipidus nefrogénico

o Farmacocinética
 Absorvidos no tracto gastro-intestinal
 Duração de acção: 8 - 12h

o Efeitos adversos
 Alterações metabólicas:
 Hipocaliémia (frequente, mesmo em doses baixas)
 Hiponatrémia
 Hipomagnesémia (factor de risco para arritmias, cãibras, fadiga)
 Hipercalcémia (diminuição da excreção urinária de cálcio)

 Nervosismo, ansiedade, irritabilidade, agitação


 Fadiga, fraqueza, cãibras, letargia, parestesias
 Hiperglicémia (diminição da concentração de K+ e aumento da diurese -> aumento da glicémia)
 Hiperuricémia (competição com o ácido úrico na secreção activa no TCP)
 Dermatológicos (fotossensibilidade, rashes cutâneos)
 Impotência sexual (diminuição do volume plasmático)
 Alergias cruzadas com sulfonamidas

 Diuréticos poupadores de potássio


o Antagonistas da aldosterona:
 Espironolactona

o Nã o antagonistas da aldosterona:
 Triantereno
 Amilorida

o Atuam ao nível das células do túbulo colector, impedindo a interacção da aldosterona com o seu receptor
(antagonistas da aldosterona) ou ao nivel da ATPase de Na+ / K+, o que vai inibir a reabsorção de Na+.

o Indicações terapêuticas
 Aldosteronismo
 Hipocalémia induzida por outros diuréticos

o Farmacocinética
 Inicio de ação lento
 Duração da ação: 24-48h (Espironolactona), 24 h (Amilorida)

o Efeitos adversos
 Hipercaliémia (agravada no caso de administração simultâ nea com β-bloqueadores, iECA e ARA)
 Acidose metabólica hiperclorémica

 Espironolactona
 Ginecomastia, impotência sexual (esteróide sinté tico - antagonista competitivo de outros
esteróides (ex.: testosterona))

 Triantereno
 Cá lculos renais
 Diuréticos osmó ticos
o Manitol
 Os diuréticos osmóticos têm o seu principal efeito no túbulo proximal e no porção descendente da
ansa de Henle, onde a presença de um soluto não reabsorvível, como o manitol, impede a absorção
normal de água impondo uma força osmótica de compensação.

o Indicaçõ es terapêuticas
 Reduçã o da pressã o intracraneana
 Reduçã o da pressã o intraocular

o Farmacocinética
 Nã o absorvido por via oral (funciona como laxante)
 Eliminado pelo rim

o Efeitos adversos
 Expansã o do volume extracelular
 Desidrataçã o
 Hipercaliémia
 Hipernatrémia
 Hiponatremia (insuficiencia renal grave)
 Falência renal aguda

 Antagonistas da hormona antidiurética


o Conivaptan
o Tovaptan
 Inibem o efeito da hormona antidiurética (ADH) ao nivel dos receptores V2 existentes nas células do
tú bulo coletor, reduzindo assim a reabsorção de água, e aumentando a concentração plasmática de
Na+

o Indicações terapêuticas
 Elevação da hormona antidiurética (ADH)
 Hiponatrémia
 Insuficiência cardiaca congestiva (Conivaptan)
 Doença policística renal autossómica dominante (Tolvaptan)

o Efeitos adversos
 Diabetes insipidos nefrogénicos
 Hipernatrémia
 Poliúria
 Xerostomia
 Sede
 Falência renal

 Diuréticos
 Inibidores da açaõ do sistema nervoso simpá tico Inibidores da acção do sistema nervoso simpático
o Regulaçã o da pressã o arterial

 Bloqueadores - β
Com cardioseletividade (β1) Sem cardioseletividade (β1, β2)

COM atividade Acebutolol Pindolol


simpaticomimética intrínseca Alprenolol
(agonistas parciais)
SEM atividade Atenolol Propranolol
simpaticomimética intrínseca Bisoprolol Timolol
(antagonistas) Esmolol Nadolol
Metoprolol Labetalol

 Efeitos adversos
o Cardíacos:
 Bradicardia, bloqueios AV

o Gastro-intestinais:
 Náuseas, vómitos, alterações do trâ nsito intestinal,
dores abdominais

o Respirató rios:
 Broncospasmo (mesmo os cardiosseletivos),
especialmente em doentes com antecedentes de
asma brô nquica

o Sistema nervoso central:


 Depressão, insónia, alucinações

o Outros:
 Alterações metabólicas
 Impotência sexual

 Bloqueadores α1
o Doxazosina, Fenoxibenzamina, Fentolamina
 Efeitos:
 Vasodilatação
 Diminuição da resistência vascular periférica

 Barorreflexo
o Neurónios pré-ganglionares do sistema nervoso autónomo (controlo por barorrecetores arteriais e cardíacos
(feedback)):
 Permite manter estável pressão arterial
 Importante no controle a curto prazo da pressão sanguínea
 Alterações persistentes na pressão sanguínea (maiores do que alguns minutos → ↓ resposta reflexa)
 Adaptação do barorreflexo

Nota: A atividade do barorreflexo depende do tipo de vasculatura:


 Vasculatura rim: ↑↑↑ sensível ação barorreceptores (porque influenciam muito a pressão arterial)
 Vasculatura cutânea: ↓↓ dependente da ação barorreflexa (pq contribui pouco para resistência
vascular)

o Comprometimento do barorreflexo:
 Envelhecimento
 Insuficiência cardíaca
 Hipertensão arterial (explica pq é que alguns anti-hipertensores são mais eficazes em
doentes com HTA que em normotensos, uma vez que neste caso o barorreflexo iria
contrariar o efeito do fármaco, diminuindo a sua ação, o que não acontece)
 Sistema nervoso autónomo e sistema renina-angiotensina-aldosterona
o Resposta SARAA a uma ↓ PA

 Vasodilatadores diretos
o Produzem relaxamento direto do endotélio vascular
o ↓ resistência vascular periférica
o ↓ HTA de qualquer etiologia
o Efeito não dependente de recetores adrenérgicos, colinérgicos, de histamina, etc.
o Como não inibem atividade SNS → ↓ efeitos adversos

Ativação dos canais K+


↑ óxido nítrico (NO) : Ativação da guanilciclase
(efluxo)

↑GMPc intracelular
Ação vasodilatadora → hiperpolarização celular
relaxamento vascular

→ relaxamento músculo liso


vascular
o Prostaciclina (PGI2) ativa a adenilciclase, levando ao aumento da produção de AMP cíclico
(cAMP).
o Óxido nítrico (NO) - predomina nas largas artérias – ativa guanilciclase, produzindo níveis
aumentados de GMP cíclico (cGMP).
o Abertura dos canais de K + nas células musculares lisas vasculares leva à sua hiperpolarização.

o AA, arachidonic acid;


o NOS, NO synthase;
o L-Arg, L-arginine;
o R, membrane recetor;
o SR, sarcoplasmic reticulum;
o X, unknown precursor.
(efluxo)
 Desvantagens
o Reflexos SNV e Neuroendócrinos → ↓ ↓ eficácia vasodilatadores

o Os vasodilatadores sã o ineficazes em monoterapia

Respostas
compensatória: Opõem-se ao efeito
Vasodilatadores ↓ resistência arterial
Barorrecetores anti-hipertensivo dos
diretos e ↓ PA
SN simpático vasodilatadores
Eixo RAA

 Vasodilatadores
diretos
 Nitratos
o Relaxam músculo liso dos vasos sanguíneos:
 O recetor de nitrato possui grupos sulfidrilo,
que reduzem o nitrato a nitrito inorgânico e
óxido nítrico (NO).
 ↑ óxido nítrico (NO) :
 Ação vasodilatadora

o Ativação da guanilciclase:
 ↑GMPc intracelular: relaxamento vascular
o Sobredosagem:
 Metahemaglobinémia
 Nitratos – reduzidos → Nitritos
 Oxidação do Fe da Hg: Fe2+ (ferroso) → Fe3+ (férrico) da Hgb =
metaHgb
 ↓ O2 tecidos

 Farmacocinética
o Farmacocinética
 Absorção completa mucosa bucal (adm. sublingual)
 Elevada absorção GI, mas ↑↑ efeito 1a passagem (F=10-20%) • Absorção tópica (“sistemas
transdérmicos”)
 Rápido início de ação (sublingual =1-2 min)
 Metabolismo hepático

o Nota: Nitroprussiato de sódio (I.V.)


apenas para URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS

o Administração por perfusão contínua a nível hospitalar, metabolismo liberta cianeto e óxido nítrico. O cianeto
é metabolizado por uma enzima hepática (rodanase) a tiocianato, eliminado lentamente por via renal, 8h (a
adm. continuada pode conduzir a envenenamento) - Máx. adm = 72 horas

 Aplicações terapêuticas dos nitratos


o HTA
o Desordens vasculares periféricas (S. Raynaud - diminuição do fluxo sanguíneo para alguns tecidos ou órgãos:
mãos e pés, orelhas, língua e nariz)
o Doenças coronárias
o Angina pectoris (doença isquémica cardíaca)

 Hidralazina
Vasodilatação
Hidralazina  GMPc  NO
artérias

o Farmacociné tica
 Bem absorvida via oral (65–90%)
 Metabolização hepática: acetilação de 1a passagem hepática (F=25%), acetiladores rápidos /lentos
 t1/2=1-3h
 Duração de ação: 6h
 Eliminação maioritariamente renal
 Patologias renais (↑↑↑ efeito hidralazina)

o Efeitos adversos
 Taquicardia reflexa (resposta ao efeito hipotensor) • Tonturas
 Cefaleias
 Rubor facial
 Congestão nasal
 Fadiga

 Nitratos
o Ativação dos canais K+ (efluxo)
 Hiperpolarização celular
 Relaxamento músculo liso vascular

o Efeitos adversos
 Hipotensão 1a dose (vasodilatação
potente)
 Palpitações
 Cefaleias
 Tonturas
 Rubor facial
 Congestão nasal

Modificadores do Eixo RAA


 Eixo renina-angiotensina-aldosterona
o Inibição terapêutica do eixo renina-angiotensina-aldosterona

o Inibidores da enzima de conversã o da angiotensina (iECAs)


 Captopril, Lisinopril, Fosinopril, Cilazapril, Enalapril, Ramipril, Benazepril, Quinapril (pró-fármacos)
 Inibiçã o competitiva da enzima que converte AI em AII

Diminuição da pressão arterial


 Vasolidataçã o (bloqueio síntese Angiotensina II); ↑ libertaçã o substâ ncias
vasodilatadoras (bradicininas, PGs)
 < tó nus simpá tico
(feedback angiotensina II)
 Excreçã o renal de Na+ e H2O (bloqueio da Angiotensina II a nível renal e açã o da
aldosterona) → < volume vascular

 Efeitos adversos
 Tosse seca
o Devido ao aumento da bradicininas a nível pulmonar.
o Aparece nas primeiras semanas,
o Desaparece com 2 a 3 dias de suspensão da terapêutica
o E retorna com a reintrodução.

 Disgeusia ou sabor metálico (mais frequente c/


o captopril)

 Angioedema 1% (↑ bradicininas)
 (inchaço generalizado da pele devido
ao edema do tecido subcutâneo:
pálpebras, lábios, língua, genitais,
mãos, pés, vias resp sup... )

 Hipotensão (particularmente após 1a dose)


 Hipercaliémia (útil associação com diuréticos
NÃO poupadores de K+)
 Perturbações hematológicas: neutropenia,
anemia e trombocitopenia
 Manifestações cutâneas (rash cutâneo, urticária)

 Contra-indicaçõ es
 Hipersensibilidade (ex: antecedentes de angioedema a qualquer IECA)
 Gravidez
 Lactação
 Precaução na IH (especialmente os pró-farmacos) e IR
 Nitratos

IECAs interagem com: Mecanismo Resultado


AINEs (>5 dias) AINEs → < síntese de PG renais << efeito anti-hipertensivo dos IECA
Anti-ácidos < absorção do captopril até 45% << efeito dos iECAs
(a administração deve ser feita em
horários diferentes)
Lítio > níveis séricos de lítio Intoxicação por lítio
Digoxina Captopril diminui a clearance da Toxicidade digitálica
digoxina
Diuréticos da ansa iECA → < aldosterona → > diurese Hipotensão
Diuréticos poupadores de potássio iECA → > K+ Hipercaliémia

 Nitratos
o Losartan, Valsartan, Candesartan, Eprosartan, Telmisartan, ...
 Inibição dos recetores tipo I da Angiotensina II (Fixação prolongada aos recetores)
 Não interferem com metabolismo das bradicininas (Não produzem tosse)
 Excelente tolerabilidade

 Hipertensão na raça negra


o Estudos demonstram que indivíduos de raça negra apresentam hipertensão com:
 Maior prevalência
 Pior evolução
 Complicações mais graves e frequentes

o A função renal entra em declínio mais rapidamente neste grupo mesmo com controle eficaz da PA.
o Os indivíduos da raça negra respondem de forma modesta aos inibidores da enzima conversora e aos beta-
bloqueadores, pelo facto de serem hiporreninémicos.

o Respondem melhor à terapêutica com:


 Bloqueadores da entrada de cálcio
 Diuréticos
 Alfa-bloqueadores

 Bloqueadores dos canais de cálcio


o Inibição do influxo de cálcio na célula muscular lisa e miocárdio, por bloqueio competitivo com o Ca2+ que
entra pelos CANAIS LENTOS VOLTAGEM DEPENDENTES (L):
 Músculo liso vascular
 Vasodilatação (artérias>veias)
 Células cardíacas
 ↓ força, frequência e velocidade de condução cardíacas
 Efeitos inotrópico, cronotrópico e dromotrópico negativos
 O bloqueio é revertido por ↑ [Ca2+ ] extracelular

 O cálcio combina-se com calmodulina, para formar um complexo que converte a miosina-quinase de
cadeia leve na sua forma ativa (MLCK *)
 Fosforila as cadeias leves de miosina, iniciando-se assim a interação com actina de miosina
 BEC
o Os diferentes BEC nã o afetam todos de igual forma

Fenilalquil aminas Benzo Tiazepinas Dihidro Piridinas


Verapamil Diltiazem Nifedipina
Nimodipina
Felodipina
Amlodipina ...
 
> Efeitos cardíacos > Efeitos hemodinâmicos

 Efeitos farmacoló gicos BEC


o Vasculares:
 Impedem despolarização músculo liso das artérias
 Vasodilatação
 ↓ resistência vascular periférica
 ↓ PA

o Cardá cos
 ↓ influxo Ca2+
 ↓ contração muscular
 Efeito iono, crono e dromotrópico negativo

 Aplicaçõ es terapê uticas


 Farmacociné tica
o ↑ absorção oral
o Efeito 1a passagem hepática → ↓ biodisponibilidade Verapamil e Diltiazem
o ↑ ligação proteínas
o ↑ metabolização hepática (80-90%)
o Curto t1/2 (3-4 id); formas libertação prolongada (1-2 id)

Absorçã o F % Lig. Albumina Atividade dos metabolitos T ½ (h)


Verapamil > 90% 10-35% 90% 20 – 30% 5
Nifedipina > 90% 60 – 95% 0 2
70%
Diltiazem > 90% 40% 75% 25 – 50 % 3.5

Nota:
 O verapamil e diltiazem sã o inibidoes da CYP3A4 (muitas interaçõ es)

o Os parâ metros farmacociné ticos variam muito entre as diferentes DHP.

Nifedipina Nimodipina Felodipina Amlodipina Fluradipina


F ~ 70% 3-28% 15% 60% (?)
T½ 2-5h 2-6h ~20-30h 35-45h 19 dias

 Verapamir e diltiazem
o Efeitos adversos
 Edema
 Náuseas, tonturas
 Ação cardiodepressora: bradicardia, BAV (Verapamil nunca deve ser usado associado a beta-
bloqueador)
 Obstipação (mais comum com verapamil)
 Cefaleias (mais frequente com diltiazem)

 Dihidropiridinas
o Hipotensão ortostática
o Taquicardia + cefaleia + rubor facial (10% dos doentes no início do tratamento)
o Edema periférico (dose-dependente)
o Náuseas, tonturas e palpitações
o Não causam depressão miocárdica

 Devido a excessiva vasodilataçã o

 Interaçõ es medicamentosas
BEC/Fá rmaco Efeitos
Verapamil/β1-bloqueadores Podem induzir bradicardia, assístole, bloqueio AV,
insuficiê ncia cardíaca
Verapamil /digoxina Inibição CYP3A4 → >> níveis de digoxina (risco
toxicidade)
Verapamil, diltiazem/ carbamazepina Inibição CYP3A4 → > níveis AE
DHP /bloqueadores α1-adrenérgicos Potenciam vasodilatação
BEC/ anti-H2 (cimetidina) Cimetidina Inibe CYP3A4 → > níveis BEC
BEC/ ciclosporina Inibição CYP3A4 → > níveis ciclosporina
BEC/ teofilina Inibição CYP3A4 → > níveis teofilina

Digitálicos
 Mecanismos de açã o
o Múltiplos efeitos cardíacos diretos e indiretos
 Inibição bomba Na+/K+ ATPase
 Alterações SNA
 ↑ atividade vagal (SNP)
 ↓ atividade simpática
 Aumentam sensibilidade dos barorrecetores

o Efeitos extra-cardíacos (SNC, TGI)

 Excitaçã o-contraçã o do mió cito cardíaco

 Mecanismo de açã o

o Os digitálicos tê m a particularidade de possuírem efeito INOTRÓPICO POSITIVO e CRONOTRÓPICO


NEGATIVO
Inibição da bomba Na+/K+ ATPase EF. INOTRÒ PICO +
Digitálicos → atravessam BHE EF. CRONOTRÓ PICO -
→ estimulação vagal (SNP) → ↑ Ach

 Farmacociné tica
o Distribuição por quase todos os tecidos, com maior afinidade pelo miocárdio (concentrações até 30x maiores
que na musculatura esquelética)

Fá rmaco Inicio da açã o EF. Má x Absorçã o T1/2 Via eliminaçã o


(oral)
Digoxina 1,5-6h 4-6h 55-75% 36h R (↓ met H)
Digitoxina 3-6h 6-12h 90-100% 7 dias H (excreção renal
metabolitos)

 Digoxina (Lanoxin®), Metildigoxina (Lanitop®)

Fá rmaco Inicio da açã o EF. Má x Absorçã o T1/2 Via eliminaçã o


(oral)
Digoxina 1,5-6h 4-6h 55-75% 36h R (↓ met H)

o Metabolizada p/flora bacteriana intestinal (!Antibió ticos ↑ conc digoxina : eritromicina, claritromicina,
tetraciclinas)
o Absorçã o ↓↓ 20-50% com ↑ motilidade GI (metoclopramida)
o !! Funçã o renal (filtraçã o e secreçã o tubular) - 2/3 excretada inalterada na urina

Insuficiê ncia renal: necessá rio ajustar doses

 Digitoxina

Fá rmaco Inicio da açã o (oral) EF. Má x Absorçã o T1/2 Via eliminaçã o


Digitoxina 3-6h 6-12h 90-100% 7 dias H (excreção renal metabolitos)

o Elevada absorçã o (↑ lipossolubilidade)


o Ciclo entero-hepá tico → ↑↑ t 1/2

o Metabolizaçã o hepá tica e excreçã o biliar


o !!! Indutores enzimá ticos aceleram metabolismo (barbitú ricos, fenitoína…)

Insuficiê ncia renal: necessá rio ajustar doses
o Inibiçã o MODERADA bomba Na+/K+/ATPase

Efeito inotró pico positivo TERAPÊ UTICO

o ↑↑↑ Inibiçã o bomba Na+/K+/ATPase



Toxicidade

 Efeitos tó xicos dos Digitá licos


o GI
 Anorexia
 Ná useas
 Vó mitos Estimulaçã o colinérgica
 Diarreia

o Visuais
 Discromatopsia (amarelo ou verde)
 Escotomas
 Diplopia
o Neuroló gicos
 Cefaleias
 Confusã o mental, desorientaçã o, tonturas
 Sonolência
 Astenia muscular
 Nevralgias

o Cardíacos

 Taquicardias supraventriculares
 Bloqueios AV (bradicardia)

 Fatores que aumentam a sensibilidade cardíaca aos digitá licos


o As concentraçõ es plasmá ticas de digoxina nem sempre sã o suficientes para o diagnó stico de toxicidade
digitá lica

o > Risco de toxicidade se:


 [digoxina plasmá tica]>3.8 nmol/l
 Hipocalié mia ([KHipocaliémia+]>> sensibilidade em 50% dos tecidos para a digoxina)
 Hipernatré mia
 Hipercalcémia
 Hipomagnesé mia
 Idade >60 anos
 Problemas renais (<excreçã o)
 Doença cardíaca grave
 Hipotiroidismo (> sensibilidade tecidos para a digoxina)

 Tratamento intoxicaçã o digitá lica


o Suspensã o do fá rmaco
o K+ (se hipocaliémia)
o Lidocaína, Fenitoína (antiarrítmicos)
o Atropina (reverte bloqueio SA ou AV)
o Colestiramina (diminui absorçã o)
o Anticorpos anti-digitá licos

 Interaçõ es

Fármaco Tipo de interação


Remoçã o da digoxina ligada à s proteínas ↑ Conc. digoxina
 Amiodarona (e ↓ secreçã o renal)
 Verapamil, Diltiazem
 BZD
↓ secreçã o renal
 AINEs
 Espironolactona
Destruiçã o da flora intestinal
 Macró lidos
 Tetraciclinas
Diuré ticos da ansa; Diuré ticos tiazídicos Hipocaliémia → > risco toxicidade digitá lica
Corticosteró ides sistémicos (> doses)
Agonistas beta ↑ Risco arritmias

Fármacos que atuam ao nível da coagulação – Aula 8


Anti-coagulante

Aumento da Tromboses, Anti-agregante


coagulação tromboembolias plaquetares

Trombbolíticos
Desordens na
coagulação

Reposição dos
factores de coagula
Vitamina k
Diminuição da
coagulação Hemorragias

Anti-fibrinolítico

o Previnem a formaçã o de coá gulos e a sua extensã o


o Interferem com a actividade das plaquetas
o Dissolvem trombos pré -formados

Anti-coagulantes

Fármacos anti- Anti-agregantes


trombóticos plaquetares

Trombolíticos

Heparinas
 Heparina nã o fraccionada (HNF)
o A heparina nã o fraccionada aumenta a velocidade da acçã o da antitrombina III ao inibir os fatores de
coagulaçã o IIa, IXa, Xa, XIa e XIIa com os quais forma complexos está veis, o que normalmente é uma reaçã o
lenta.

 Mecanismo de açã o

o Ligaçã o da heparina à ATIII: requer uma sequência pentassacarídea específica, a heparina tem ainda uma
sequê ncia de 18 monossacarídeos que permite a formaçã o de um complexo terná rio com a Trombina.
o A ligaçã o da Heparina à ATIII induz uma mudança conformacional na ATIII, o que aumenta a sua afinidade
para a trombina (IIa).
o De seguida, fica livre e apta para se ligar para a outra molé cula de ATIII.

o O complexo Heparina -ATIII também inibe o fator Xa. Para tal, basta a molécula de Heparina apresentar
a sequência pentassacarídea

 Heparinas de baixo peso molecular (HBPM)

o As heparinas de baixo peso molecular consistem em fragmentos de heparina obtidos por despolimerizaçã o
química ou enzimá tica da heparina de elevado peso molecular.

 Dalteparina (FRAGMIN,®)
 Enoxaparina (LOVENOX®)
 Nadroparina (FRAXIPARINA®)
 Reviparina
 Tinzaparina

 Mecanismo de açã o
o As HBPM sã o obtidas de heparina através de degradaçã o química ou
enzimá tica. Por vezes, as cadeias longas de heparina sã o clivadas no
local onde se liga a trombina (cadeia de 18 monossacarídeos).

o Assim, HBPM têm uma reduzida capacidade de inibir a trombina (IIa), mas a atividade Xa permanece intacta.
o HBPM: atividade anti-Xa >> atividade anti-IIa.

 Heparinas
o Utilizaçõ es terapêuticas
 Prevençã o do tromboembolismo
 Prevençã o e tratamento da trombose venosa profunda
 Na inibiçã o da coagulaçã o ao utilizar a circulaçã o extracorporal ou a hemodiá lise

Nota:
 Pouco eficaz na inibiçã o da trombina ligada aos coá gulos
 Reativaçã o da trombose quando se interrompe a terapê utica, se nã o houver substituiçã o por AC oral
(por libertar a trombina dos coá gulos)

o Farmacociné tica
 Absorçã o
 Nã o é absorvida no tracto gastro-intestinal
 Administraçã o IV (acçã o imediata) ou SC (acçã o retardada ~ 1h)
 Administraçã o IM contra-indicada devido à formaçã o de hematomas intramusculares
extensos e dolorosos)

 Distribuiçã o
 Elevada ligaçã o à s proteínas plasmá ticas
 Nã o atravessam a placenta
 Nã o sã o secretadas atravé s do leite

 Eliminaçã o
 T1/2 = 40 – 90 min (curta duraçã o de açã o)

Nota:
 Heparina tem uma elevada acidez (sal só dico ou de cá lcio)

o Vantagens farmacociné ticas das HBPM relativamente à HNF

Vantagem Mecanismo
Resposta anticoagulante mais previsível Menor ligaçã o à s proteínas plasmá ticas, plaquetas e
endoté lio
Maior biodisponibilidade Menor ligaçã o ao endoté lio
Clearance independente da dose Menor ligaçã o aos macró fagos
Maior t1/2 Menor ligaçã o aos macró fagos

o Efeitos adversos
 Hemorragias
 Reduçã o da dose
 Interrupçã o do tratamento
 Em casos graves, neutralizaçã o com sulfato de protamina (antagonista da HNF)
 Hematoma no local da injeçã o
 Irritaçã o local, dor e eritema (SC)
 Alopécia transitó ria reversível
 (Prurido, rash, febre) Reaçõ es alérgicas
 Osteoporose (terapêutica longa duraçã o)
 ↑ atividade osteoclá stica e subsequente ↑ reabsorçã o ó ssea
 Frequente com HNF
 Doses > 20.000 U/dia, > 5 meses

 Trombocitopenia (heparina nã o fracionada)


 apó s 2 ou 3 dias de tratamento (- grave) ou apó s 7-14 dias
 Reaçã o alérgica - presença de uma imunoglobulina que induz agregaçã o plaquetá ria
irreversível
 As hemorragias sã o raras, mas os doentes tipicamente desenvolvem tromboses arteriais que
resultam da ativaçã o das plaquetas
 Estas tromboses afetam, em geral, as extremidades inferiores e podem causar isquémias
graves, com formaçã o de gangrena, dos dedos, que podem requerer amputaçõ es

o Contra-indicaçõ es
 Hemofilia
 Hemorragias (lesã o ou ú lcera)
 AVC hemorrá gico
 Cirurgia recente
 Lesã o hepá tica
 HTA grave

o Interaçõ es medicamentosas (risco de hemorragia aumentado)


 ACO
 AINE
 Antiagregantes plaquetares
 Tetraciclinas (< flora intest, < vit K, < coagulaçã o)
 Cefalosporinas (tb risco hemorrá gico)
 Macró lidos (< metabolismo hepá tico da heparina)
 Etc…

 Anticoagulantes orais
o Ativaçã o dos fatores de coagulaçã o
 A vitamina K é um co-fator essencial para a ativação hepática dos fatores de coagulação II, VII, IX e
X, proteína C e S
 Semelhança estrutural com a vitamina K
 Antagonistas da Vitamina K

 Varfarina e acenocumarol
o Açã o indireta:
 Alteram a síntese hepá tica dos fatores de coagulaçã o II, VII, IX e X atravé s da inibiçã o da açã o da
vitamina K

o Farmacociné tica
 Absorção
 Início de acção: 12 - 16 h
 Distribuição
 Elevada ligação às proteínas plasmáticas (98%)
 Atravessa a placenta (efeitos teratogénicos)
 Metabolização
 Metabolização pelo CYP450
o R-Varfarina: CYP1A2, CYP3A4,
CYP2C19, CYP1A1, CYP2C8,
CYP2C9, CYP2C18
o S-Varfarina: CYP2C9, CYP2C8,
CYP2C19
 Eliminação
 t1/2 = 36 - 42 h Variabilidade genética nos genes CYP2C9 e
VKORC1 (gene que codifica a enzima vitamina K
 Eliminação biliar
epoxido- redutase):

Diferentes necessidades de doses


(metabolizadores lentos necessitam de menores doses)

Nota:
 Utilizada como mistura racémica (R+S), a forma S é mais potente que a R

o O efeito anti-trombótico dos derivados da cumarina só ocorre quando as concentrações dos factores II, VII IX
e X estão suficientemente diminuídas, o que só acontece cerca de 7 dias após o início da terapêutica oral

Fator IIa VIIa IXa Xa C


Vida Mé dia (horas) 60 8 24 40 14

Varfarina não afeta


a atividade dos Durante os primeiros dias Cerca de 1 semana para
fatores de , o prolongamento do se observar a resposta
coagulação tempo de coagulação clínica completa
previamente reflete principalmente
sintetizados depressão do fator VII

O efeito anticoagulante Por esta razão, o tratamento com


da varfarina é retardado Fator II =60h
heparina e varfarina devem
até que os fatores de Fator vii=5-7h sobrepor-se (bridging) por 4 a 5
coagulação sejam Fator ix=24h dias quando a varfarina é iniciada em
eliminados da circulação doentes com doença trombótica.
Fator x=48-72h

 Efeitos anticoagulantes
o Medido pelo INR (International normalized ratio=razã o) normalizada internacional; mede tempo de
protrombina
o ISI = índice de sensibilidade internacional) que caracteriza a tromboplastina utilizada relativamente a uma
tromboplastina internacional padrão
o INR indivíduos normais=1

 INR para pessoas a tomar anticoagulantes

 Efeitos adversos
o Hemorragia
o Epistaxis, hemoptises, petéquias
o Gengivorragias
o Hematúria, melena
o Hemorragias internas
o GI: anorexia, diarreia, náuseas e vómitos
o Alopécia
o Urticária
o Desmineralização óssea (vit K)
o Efeitos teratogénicos
o Necrose Dérmica 1:10.000
 (mulheres, extremidades e zonas com ↑ tecido adiposo subcutâneo, em especial nádegas e mama)
 Período transitório de hipercoagulabilidade, devido à curta semi-vida das proteínas anticoagulantes C
(8 horas) e S (30 horas)
o Síndrome púrpura do dedo do pé (3a a 8a sem)
 Libertação de fragmentos de colesterol de placas de aterosclerose com posterior oclusão das arteríolas
dérmicas

 Necrose dé rmica
o A necrose cutânea induzida por varfarina é uma complicação rara, porém grave, da terapia anticoagulante oral,
com prevalência que varia entre 0,01-0,1%.
o Ocorre tipicamente em mulheres com idade média de 50 anos, na perimenopausa e obesas, que estão sendo
tratadas com varfarina para doença tromboembólica.
o É habitualmente associada com a administração de altas doses do medicamento e se desenvolve entre 1 e 10
dias, após início da terapia, sendo que a maioria ocorre entre 3-6 dias
o A patogénese é explicada pelos efeitos pró-coagulantes que a varfarina pode apresentar nos primeiros dias de
uso. Este fenómeno ocorre porque a proteína C, anticoagulante natural dependente da vitamina K, tem meia-
vida mais curta (8h) do que a maior parte dos fatores pró- coagulantes (fatores II, IX e X) e tem uma
diminuição rápida, após início da varfarina.
o Este desequilíbrio transitório pró-coagulante/anticoagulante, levando ao estado de hipercoagulabilidade, com
oclusão trombótica da microvasculatura.

o Reversã o dos efeitos


 Parar a administraçã o de fá rmaco
 Restabelecimento da atividade dos fatores de coagulaçã o
 Administraçã o de altas doses de vitamina K
 Administraçã o de plasma fresco

 Contra indicaçõ es

Contraindicações Absolutas
 Gravidez  Hipertensã o grave
 Hemorragias graves recentes
Contraindicações Absolutas
Cardiovasculares Gastro-Intestinais
 Hipertensão arterial  Úlcera péptica
 Endocardite bacteriana  Varizes esofágicas
 Pericardite  Hepáticas
Neurológicas  Doença hepática
 Aneurisma cerebral  Cirrose descompensada
 Arteriosclerose avançada Renais
 Acidentes vasculares não embólicos recentes  Insuficiência renal
 Cirurgia recente ou trauma do sistema Gerais
nervoso central ou do olho  Tumores malignos
Hematológicas  Má adesão à terapêutica
 Alterações hemostáticas pré-existentes  Alcoolismo
 Hemofilia  Alterações mentais
 Leucemia  Hipertiroidismo (< FII)
 Trombocitopenia idiopática  Mal-absorção

 Interaçõ es

Exemplos de algumas interações que AUMENTAM o efeito da varfarina


Aumento da concentração AINEs Miconazol
livre da varfarina Sulfonamidas Estrogénio
(por deslocamento da albumina) Sulfonilureias Fenitoína
Clofibrato Furosemina
Heparina
Efeito anticoagulante aditivo AAS; clopidogrel; outros antiagregantes plaquetares
Corticosteróides
Tetraciclinas Cetoconazol
Penicilinas Clofibrato
Diminuição da vitamina K Cefalosporinas Cotrimoxazol
(por redução da flora intestinal) Macrólidos Isoniazida
Quinolonas Metronidazol
Sulfonamidas Neomicina
Diminuição do metabolismo da Colestiramina Sucralfato
varfarina Colestipol Hidróxido de alumínio
Laxantes Anti-ácidos
Suplementos com vitamina K
Alimentos ricos em vitamina K:
Brócolos Alface
Aumento da vitamina K Couve de bruxelas Espinafre
Grão de bico Chá verde/preto
Coentros Agrião
Salsa Fígado
(etc)

 Limitaçõ es dos antagonistas da vitamina K

Limitações Implicações Clinicas


Início de ação lento Necessidade de fazer a ponte com um anticoagulente de
ação rápida (sobrepor com AC parentérico)
Variabilidade interindividual no efeito Variabilidade de dosagens
anticoagulante
Índice terapêutico estreito Necessidade de monitorização frequente (INR)
Múltiplas interações com alimentos e Precauções na dieta; necessidade de monitorização
fármacos frequente (INR)
Reduz síntese de fatores e proteínas Risco de necrose dérmica em doentes com deficiência em
dependentes de vit K proteina C ou S; potential para osteoporose
Polimorfismos genéticos que afetam o Variabilidade de dosagens
metabolismo

 Resumo
o Heparinas
 Clássica e HBPM
 Adm parentérica
 Efeito rápido
 Catalizam ligação ATIII aos fatores IIa, IXa, Xa, XIa e XIIa
 HBPM (cadeia curta): > ação antiXa (cadeia curta implica < capacidade para inativação outros
fatores)
 HBPM: melhor biodisponibilidade (< ligação plaquetas, macrófagos, endotélio...)
 Risco hemorragias
 HNF: risco trombocitopénia

o Anticoagulantes orais
 Varfarina (R e S); acenocumarol
 Inibem enzimas necessárias para redução vit K (cofator indispensável à ativação de fatores de
coagulação)
 Início de ação lento (~ 1 semana) devido ao t1/2 dos fatores IIa, VIIa, IXa e Xa em circulação
 Sobreposição heparina/varfarina nos 1os dias de terapêutica
 Risco hemorragias
 Teratogénicos
 Muitas interações

 Limitaçõ es
o Heparinas
 Incapacidade para trombina (IIa) ligada à fibrina e fator Xa ligado a plaquetas dentro dos trombos
 O trombo pode continuar a crescer durante a terapia com heparina ou ser reativado quando a heparina
for descontinuada.

o Anticoagulantes orais
 Início ação retardada; muitas interações; elevada necessidade de monitorização

Nota:
 Estas limitaçõ es levaram ao desenvolvimento de novos anticoagulantes orais (NACOS)

 Novos anticoagulantes orais


o Vantagens NACO
 ápido início de ação
 Efeito anticoagulante mais previsível
 < interações com fármacos e com dieta
 < necessidade de monitorização

o Inibidores diretos da trombina (IIa)


 Formam um complexo não covalente com a trombina,
inibindo-a diretamente, independente da AT III.
 Dabigatrano

o Inibidores do fator Xa:


 Fondaparinux
 Rivaroxabano
 Apixabano

Pelo menos tã o eficazes quanto a varfarina e adicionalmente mais seguros que esta

o Características farmacocinéticas dos novos anticoagulantes orais

Dabigatrano Rivaroxabano Apixabano


Biodisponibilidade oral 3-7% 80-100% 50%
t
máx 2-3h 2-4h 3-4h
Relaçã o com os alimentos Atraso na absorçã o se Alimentos necessá rios Desconhecida
refeiçã o com gorduras Para a absorçã o de doses >
10 mg
Ligaçã o à s proteínas 35% 92-95% 87%
plasmá ticas
Semi-vida 12-17h 7-9h 9-14h
11-13h (> 75 anos)
Eliminaçã o renal 80% 35-37% 27%

Nota:
 Os 80 % da eliminaçã o
 Contra-indicado
em doentes com
compromisso
renal grave (ClCr
<30 mL/min)

 Anti-agregantes plaquetares
o Propriedades:
 Inibir função das plaquetas (adesividade, agregação etc);
 Inibir reação de libertação ou secreção (serotonina, TX A2,etc);
 Redução dos agregados plaquetários circulantes;
 Inibir formação de trombo induzido predominantemente pelas plaquetas.

 Agregaçã o plaquetar
o Fator de von Willebrand liga-se ao colagénio do subendotélio exposto e liga-se ao recetor GPIb das plaquetas,
ocorrendo depois a adesão das plaquetas ao local da lesão.

 Anti-agregantes
o Boqueador irreversível da COX-1 plaquetar:
 Impede formação do tromboxano A2 (indutor da desgranulação e agregação plaquetar, potente
vasoconstritor)
 O efeito de inibição das plaquetas mantém-se devido ao bloqueio irreversível da COX-1, apesar do
curto tempo de semi-vida do ácido acetilsalicílico.
 Inibição selectiva da COX-1 (75-325 mg/dia) → efeito anti-agregante plaquetar

o Efeitos adversos:
 Hemorragias
 GI

 Ticlopidina e Clopidogrel
 Bloqueio irreversível do recetor de ADP das plaquetas, sendo o Clopidogrel mais potente que
Ticlopidina

 Farmacocinética:
 Pro-fármacos (ativação cit P450)
 Administração oral
 Ação máxima: alguns dias após administração

 Efeitos adversos:
 Cefaleias (clopidogrel)
 Diarreia, erupção cutânea
(ticlopidina)

 Antagonistas do recetor de ADP das plaquetas


o Para alé m de impedir a agregação plaquetária
induzida pela ADP, o bloqueio deste recetor
também impede a agregação iniciada por outros
agonistas (colagénio, etc) que induzem a
libertação de ADP das plaquetas ativadas.

o Ticlopidina e clopidogrel são inibidores


irreversíveis do recetor de ADP, impedindo a
sua ligação ao recetor das plaquetas.

o 1 e 2-Ticlopidina e clopidogrel são inibidores


irreversíveis do recetor de ADP, impedindo a
sua ligação ao recetor das plaquetas.

o 3-Para além de impedir a agregação plaquetária


induzida pela ADP, o bloqueio deste recetor
também impede a agregação iniciada por outros
agonistas.

 Antagonistas das glicoproteínas IIb/IIIa


o Abciximab, eptifibatide,
tirofibam
 Ligam-se
seletivamente aos
recetores das
GPIIb/IIIa plaquetares
(responsáveis pela
ligação do
fibrinogénio,
fibronectina e fator von
Willebrand) e consequentemente inibem as vias de agregação das plaquetas.
 Administração parentérica
 Uso reservado hospitalar

 Dipiridamol
o Inibiçã o processos de ativaçã o plaquetar:
 AMPc → ↓ Ca2+ intracelular
DIPIRIDAMOL
Absorçã o (Administraçã o oral) Incompleta
Pico Plasmá tico 75 min
T½ 10-12h
Metabolismo/Eliminaçã o Hepá tico/Renal

 Principais Fá rmacos anti-agregantes plaquetares

Inibidores de síntese Inibidores do recetor Antagonistas do GP Inibidor da


de trombooxano A2. ADP IIb/IIIa fosfodiesterase
Fá rmaco Ácido acetilsalílico Ticlopidina Abciximab Eptifibatide Dipyridamole
Clopidogrel Tyrofiban
Mecanismo Inibição irreversível da Ligação do recetor Impede a ligação do Inibição da fosfodiesterase
de açã o enzima plaquetar ADP plaquetar fibrinogénio ao
ciclooxigenase I (metabolização GPIIb/IIIa
hepática do fármaco
com um metabolito
ativo)
Efeitos Náuseas, vómitos, Diarreia, náusea, Risco de hemorragia, Náuseas, vómitos, diarreia
colaterais diarreia, gastrite. comichão, dor em doentes submetidos e dor de cabeça
Risco de hemorragia gastrointestinal a intervenção arterial
em doentes que sofrem percutânea.
de gastrite ou
ulceração péptica.
Uso clínico Prevenção e Derrame. Prevenção PREVENÇÃO de IAM Prevençã o do
tratamento do IAM, da trombose arterial e eventos isquémicos tromboembolismo causado
doença após intervenções em doentes submetidos por vá lvulas cardíacas
cerebrovascular. coronárias a angioplastia coronária mecâ nicas
Prevenção da
trombose arterial após
intervenções
coronárias

 Fibrinolíticos ou Trombolíticos
o Os fibrinolíticos facilitam a dissolução dos coágulos existentes: Dissolvem a rede de fibrina, atuando como
catalizadores da reação de ativação do plasminogénio em plasmina (expõe local ativo de serina do
plasminogénio).
o Administração por via IV.
o Efeitos adversos:
 Hemorragia.

Nota:
o Uso hospitalar
o Elevado risco de hemorragia

 Anti-hemorrá gicos
o Fármacos para ajudar a suster a perda sanguínea:
 Anti-fibrinolíticos (inibem a ativação a plasmina)
 Ácido aminocapróico
 Ácido tranexâmico

 Vasoconstritores (adrenalina)
 Enzimas isoladas do veneno de serpentes, como a hemocoagulase, que promovem a formação de
fibrina a partir do fibrinogénio

Enfarte agu
miocárd

Fibrinolíticos
Embolia pu
(indicações)

Hemodiá
(obstrução s
 Adstringentes

o Celulose oxidada e o alginato de cálcio que se constituem em rede onde a coagulação pode ocorrer

o Esponjas hemostáticas (gelatina, colagénio)


 indicadas em procedimentos cirúrgicos, como auxiliar na obtenção de hemó stase
 Absorvem várias vezes o seu peso em sangue
 Absorvíveis pelo organismo

Terapêutica Farmacológica da Diabetes Mellitus– Aula 9


 Diabetes Mellitus
o Síndrome metabólico crónico caraterizado por hiperglicémia decorrente da deficiência relativa ou absoluta, na
ação e/ou na secreção de insulina, resultando num metabolismo anormal dos hidratos de carbono, lípidos e
proteínas.

o Na diabetes tipo 1, o pâ ncreas nã o produz insulina  Ausência da produçã o de insulina pelas células  dos
ilhéus de Langerhans do pâ ncreas (insulina)

Constrição de vasos de
Sais de alumínio Sais de ferro pequeno calibre, exsudação de
Levam à retração dos tecidos
Ácido tânico (0,5 a 1%) água tecidular e precipitação
de proteínas

o No diabtes tipo 2, o organismo nã o utiliza bem a insulina, aparece em pessoas com mais de 35 anos de idade.
Fatores risco: HTA, hipercolesterolémia, obesidade, sedentarismo... (ADO)

 O que acontece na ausê ncia de insulina?


o Diminuiçã o da Absorção glicose: hiperglicémia
o Eliminaçã o renal: Glicosú ria  Poliú ria  Polidipsia
o Falta de glicose músculo: fraqueza muscular
o Proteólise: perda massa muscular
o Lipólise: Aumento da lipidémia, perda de peso e cetoacidose

 Intervençã o Terapêutica na DM2

Diagnóstico DM2
 
Insulinoterapia Plena Dieta + Exercicio

ADO – Monoterapia

Combinaçõ es de ADO

Combinaçõ es de ADo

Insulinoterapia Plena

 Interaçõ es medicamentosas
Risco de Hipoglicémia
Risco de Hiperglicémia
Sulfonamidas
Hormonas da tiró idea Deslocação ADO da albumina plasmática
Diuréticos
perda K+à< secreção insulina Quinolonas
Simpatomiméticos bloqueiam canais K+ céls. Β dependentes ATP
(salbutamol, terbutalina, ...)  libertação insulina
Antipsicóticos (clozapina, olanzapina...) Deslocam ADO da albumina plasmática
Corticosteróides
> gliconeogéneseà> glicémia
IECAs
Inibidores da protease
Álcool (inibe gluconeogénese)
Bloqueadores beta-adrenérgicos
(inibem efeito catecolaminas na gluconeogénese e
glicogenólise)
EX: cotrimoxazol(Bactrim®)
AINEs
=trimetoprim+sulfametoxazol
Deslocação ADO da albumina plasmática

Ex: levofloxacina

( risco ciprofloxacina)

 Anti-Diabéticos orais
o Os ADO podem agrupar-se de acordo com o seu principal mecanismo de ação:
 Secretagogos ou Insulinotró ficos
 Sulfonilureias
 Meglitinidas
 Inibidores da absorçã o
 Inibidores da alfa-glucosidase
 Sensibilizadores (“Insulin-Sensitizer”)
 Biguanidas
 Tiazolinedionas (Glitazonas)
 Gliptinas

 Promovem a secreçã o de insulina


o Secretagos ou Insulinotró ficos
 Sulfonilureias
Longa duraçã o de açã o
 Clorpropamida  1º geraçã o
 Tolbutamida  1º geraçã o
Efeito hipoglicémico marcado
 Glibenclamida (“Daonil”;”Euglucon”)  2º geraçã o
 Gliclazida (“Diamicron”)  2º geraçã o
 Glipizida (“Minidiab”)  2º geraçã o (!!!  idosos)
 Glimepirida (“Amaryl”)  3º geraçã o
+potentes; + seguras; = eficá cia
 Meglitinidas
 Nateglinida (“Starlix”)
= Eficá cia que 2º geraçã o

 Risco Hipoglicémia
 Mecanismo de açã o das Sulfonilureias
o Efeito insulinotrófico:
 Ação hipoglicemiante
 Elevado risco de hipoglicémia

 Estimulação da secreção da insulina residual endógena


  Eficazes apenas em doentes com um mínimo de função pancreática
 Atuam sobre o pâncreas endócrino  células beta

 ↓ Hba1c~1%a2%

 Farmacociné tica
o Rá pida absorçã o intestinal
o Pico plasmá tico 2-4h Fá rmaco (Sulfonilureia) T1/2 (h) Duraçã o açã o (h)
o Elevada ligaçã o à albumina plasmá tica ( 90%) 1º geraçã o 24-48 6-12
o  Interaçõ es com outros fá rmacos Clorpropamida 3-28 60
Tolbutamida
o Metabolismo hepá tico; metabolitos ativos 2º geraçã o 2-4 16-24
Glibenclamida 1-5 12-24
o Excreçã o renal
Glipizida
o Idosos e IR  duraçã o de açã o e  risco
3º geraçã o 5-9  24
hipoglicémia Glimepirida
o Atravessam placenta e sã o excretadas no leito materno
o C.I. grá vidas
 Risco Hipoglicémia
 Risco Hipoglicémia

Libertaçã o de menores quantidades de insulina mas


existência de efeitos extrapancreá ticos (sensibilizaçã o
à insulina e mimetismo da insulina)
Interações Medicamentosas com as sulfonilureias
Potenciam efeito hipoglicemiante Antagonizam efeito hipoglicemiante
 Fá rmacos que desloquem as SUF das suas  Fá rmacos que aumentam o metabolismo das SUF
ligaçõ es à albumina (ex: AAS, fibratos e (ex: barbitú ricos,)
trimetoprim)  Fá rmacos que antagonizam o efeito
 Inibidores competitivos dos SUF (ex: á lcool, hipoglicemiantes (ex:  bloqueantes)
bloqueadores H2, anticoagulantes)  Inibidores da secreçã o ou açã o de insulina (ex:
 Inibidores da excreçã o uriná ria das SUF (ex: tiazidas, diuréticos de ansa, estrogénios e
Probenecid e alopurinol) fenilfenantoína)
 Potenciaçã o dos efeitos hipoglicé micos (ex: AAS
e á lcool)
 Antagonizam as hormonas de contra-regulaçã o (
bloqueantes, simpatolíticos)

 Efeitos adversos
o ↑ apetite  aumento peso (!!! Obesos)
o GI

Potenciada por:
 Idade ou IR
SU Hipoglicémia Esforço físico
Álcool
Alguns medicamentos

o Hipersensibilidade (urticária, eritema)


o Reações hematológicas: agranulocitose, anemia aplásica, anemia hemolítica
o Cardiovasculares
 ( terap. longa): bloqueio canais K
 + coração, endotélio vascular
 (glimepirida <<< efeitos)
o Sabor metálico

 Meglitinidas
o Nateglinida(Starlix®)
o Mecanismo similar SU (fecho dos canais K+ sensível ao ATP )
o Início de ação rápido  administrar imediatamente antes das refeições (15 a 30’)
o Duração de ação curta: regulador prandial da glicémia  3id

o Efeitos adversos
 Aumento de peso: ~ SU (2 kg)
 Menos episódios de hipoglicémia que SU
 = Eficácia e mais seguras que SU

 Farmacociné tica

Nateglinida
Inicio de açã o 15 min
Duraçã o de açã o 4h
Administraçã o 15-30 min antes refeiçõ es
T1/2 1-3 h
Lig. Albumina plasmática Elevada
Metabolismo Hepá tico (contra-ind na IH)
 Inibidores da absorçã o
o Diminuem a absorção intestinal dos HC
o Inibidores das Alfa-glucosidases
 Acarbose (“Glucobay”)
o O seu efeito resulta da ação local no intestino
o  acarbose só é ativa se administrada por via oral, antes das refeiçõ es
o Reduçã o de 0,6-0,8% da Hba1c

 Reaçõ es adversas
o GI (flatulê ncia, diarreia, distensã o abdominal)
o Os HC não absorvidos fermentam no intestino e produzem gás
o !! Pessoas com doenças inflamatórias intestinais - evitar estes fármacos
o Efeitos hepáticos (aumento das transaminases)
o Hipocaliémia quando associada às sulfonilureias

Acarbose
Absorçã o Baixa
Metabolismo e excreçã o Flora intestinal
Alguns metabolitos sã o absorvidos eliminados na urina

 Sensibilizadores
o Ação direta nos tecidos insulino-dependentes, como o fígado, tecido adiposo e músculo
o Biguanidas
 Metformina (“Risidon”, ”Stagid”;”Glucophage 500”)

o Tiazolidinedionas
 Rosiglitazona (“Avandia”)
 Pioglitazona (“Actos”)

↓ HIPERGLICÉMIA PÓS-
INIBEM A ENZIMA  - PRANDIAL
RETARDAM A ABSORÇÃO HC
GLICOSIDASE (hidroliza HC)
(Anti-hiperglicémicos)

 Biguanidas (metformina)
o Metformina ativa a enzima AMPK (adenosine monophosphate-activated protein kinase):
 Supressão mts processos altamente dependentes de ATP (gliconeogénese, biossíntese de proteínas,
ácidos gordos e colesterol)
 ↓ produção hepática de glicose (gliconeogénese) e ↓ glicogenólise  inibe enzimas chave da
síntese de TG e colestrol
 ↑utilização periférica da glicose (músculo esq e tecido adiposo)  aumentoda translocaçã o do
transportador GLUT 4 para a mb plasmá tica

o Reduz os níveis de glicémia e aumenta a sensibilidade à insulina


 NÃO modifica a secreção de insulina
 Não causa aumento de peso

 Previne a HIPERglicémia
 NÃO causa hipoglicémia

o Útil na falha terapêutica das sulfonilureias ou em complemento destas, por possuir um mecanismo de ação
diferente
o Metformina
 ↓ apetite  medicamento de escolha no diabético obeso

o Farmacociné tica
 1/2 (metformina) = 3h
 Excreção urinária (forma ativa)
 Baixa ligação prots plasmáticas

 Efeitos adversos
o GI
 Anorexia, náuseas, vómitos, diarreia, sabor metálico, cólicas
 ↓ absorçã o vit B12

o Acidose lá tica
 Inibiçã o da gliconeogénese
 ↑ alanima, glicerol e á cido lá tico
  CI absoluta em: IR, IH, IC
 (doentes com > risco acidose por < eliminação fármaco ou < perfusão tecidular)

 Derivados das tiazolidinedionas = glitazonas


o Rosiglitazona
o Pioglitazona
 Mimetizam os efeitos da insulina no metabolismo dos hc e dos lípidos
 Ação lenta (efeitos: 1-2 meses após início terapêutica)
 Facilitam a ação da insulina ao nível do fígado, músculos e tecido adiposo  diminuem a resistência
do organismo à sua ação
 Promovem diferenciação de adipócitos sensíveis à insulina
 Não estimulam a secreção de insulina

o Ligam-se a recetor nuclear (peroxisome proliferator-activated receptor-γ (pparγ)*)


 DNA
 Transcrição de diversos genes

 Farmacociné tica

ROSIGLITAZONA PIOGLITAZONA
F oral 99%  80%
T½ 3-4h 3-7h
Lig. Albumina plasmá tica 99% 99%
Metabolismo Hepático (CYP2C8) Hepático (CYP2C, CYP3A4)
Metabolitos pc ativos Metabolitos ativos
Eliminaçã o Renal (metabolitos) 30 % Renal (forma ativa)
Biliar (metabolitos)

 Reaçõ es adversas
o Aumento de peso
o Promovem reabsorçã o Na + renal  retençã o fluidos
o Em casos raros:
 Anemia moderada, aumento dos níveis sanguíneos de certas enzimas, que indicam lesões hepáticas.

 Gliptinas  Inibidores da DPP-4 (Dipeptidil peptidase-4)


o Sitagliptina (“Xelevia”,
“Januvia”)
o Vildagliptina (”Glavus”,
“Xiliarx “)

o Inibem a degradação das


incretinas
o Incretinas - hormonas intestinais com um papel importante na regulação dos níveis de glicose (secreção
insulina). Na dmt2 encontram-se diminuídas.
o In-cret-in = intestinal secretion insulin

 Efeitos adversos
o ↓ risco Hipoglicémia
o Perturbações GI
o Infeções das vias respiratórias superiores
o Menos frequentes: náuseas, tonturas, anorexia, osteoartrose e dor nas extremidades

Sita
F oral 87%
T½ 12h
Lig. Albumina plasmá tica 38%
Eliminaçã o Renal (80% forma ativa)

Insulina e análogos
 Farmacocinética
o Degradaçã o GI
o Adm. Parentérica
o O local de administraçã o condiciona a rapidez da absorçã o ( irrigaçã o)
o Abdomén  Braço  Ná dega, coxa
o Ligação a betaglobulinas plasmáticas • t1/2 (insulina fisiológica) = 5 min
o Metabolização:
 Fígado (60-80%),
 Rim (10-20%)
 Músculo e tecido adiposo (10-20%)

 Insulina: origem
o 1921 - Descoberta da insulina (Universidade de Toronto, Canadá)
o 1923- início da comercialização de insulina de origem animal

o Bovina
 Extraída do pâncreas de vacas, purificada por recristalização
 Semelhante à humana: diferindo em 3 aa

o Suína
 Extratos pancreáticos de porcos; •difere num único aa (Ala)

o Humana Semi-Sintética (1970s)


 Modificação enzimática da Insulina porcina para assemelhar a sua estrutura à insulina humana
(substituição Ala por Treonina)
 ↓ Risco alergias

o Humana Biossintética (1980s)


 Produzida biossinteticamente por tecnologia de ADN recombinante a partir da bactérias (E. Coli) e
leveduras (Saccharomyces cerevisae)
 Risco de hipoglicémia (açã o = 5-8h)
 Recomendar sua aplicaçã o entre 30 e 45 minutos
antes das refeiçõ es
 Desenvolver compostos aná logos da insulina com
início de açã o mais rá pido

 Aná logos da insulina


o Insulinas sintéticas, com estrutura modificada para terem o efeito
desejado:
 Efeito mais rá pido
 Ou mais lento que o habitual

 Insulina: efeitos adversos


o Hipoglicémia
o Hiperglicémia rebound (↑↑ hormonas contra-reguladoras)
o Alergia (+ comum insulina animal) – Ig E
o Lipodistrofias (hipo ou hiper)

o Insulinas animais
 Resposta imune
 Insulina à lipoatrofia

o Não rotação dos locais de injeção de insulina


 Lipogénese
 Aumento dos depósitos de tecido adiposo subcutâ neo
(lipohipertrofia) (pc irrigado  menor absorção da insulina)

 Insulina: tipos (duraçã o de açã o)


o Ação rápida (ou regular)
o Ação ultra-rápida
o Ação intermédia
o Ação lenta
o Ação ultra-lenta

 Insulina de açã o rá pida (regular)


o Insulina de açã o rá pida e duraçã o curta
o Controla a glicémia durante as refeições
o Pico de ação um pouco retardado (3h)
 Injetada, no mínimo, meia hora antes das refeições.

Insulin Pharmacodynamics
Insulin Onset (hr) Peak (hr) Duration (hr) Appearance
Regular 1/2-1 2-4 5-8 Clear
o ~ insulina natural
 Mas: quando injetada  forma hexâmeros
  tempo absorção
 ( dímerosà monómeros)
o Risco hipoglicémia entre refeições
o Indica da como complemento das insulinas de ação mais lenta

 Insulina de açã o ultra-rá pida (insulina Lispro/Aspart)


o Pico e concentração rápido - cerca de 1 h após a aplicação.
o Adm. imediatamente após as refeições
o Ação curta  menor risco de hipoglicémia entre as refeições
Insulin Pharmacodynamics
Insulin Onset (hr) Peak (hr) Duration (hr) Appearance
Insulin Lispro Within 15 min 1/2-1 1/2 3-5 Clear
As moléculas de Estas alterações nos aa:
Insulin Aspart Within 15 min 1-3 3-5 Clear
insulina humana tê m - ↓ Capacidade de
a tendê ncia de se associação de moléculas
auto-associarem, em dímeros
formando dímeros. àmonómeros de
insulina:
 Rápida absorção
 Duração de ação
mais curta

 Insulina de açã o intermédia (Insulina isofânica ou NPH - Neutral protamine


Hagedorm)
o Suspensã o de cristais de insulina-zinco com protamina que reterda sua
absorçã o
o  forma um precipitado (cristais) que se absorve lentamente

o Cristais  dã o aparê ncia turva ao líquido


o Os cristais de insulina devem ser homogeneizados antes de cada aplicação.
o NÃO PODE SER ADM.IV

o Duração de ação > regular


o 18-24 h

o Usada para controlar a glicémia nos períodos sem ingestão de alimentos (basal)
Insulin Preparation
Insulina Onset (hr) Peak (hr) Duration (hr) Appearance
Lente 1-2 4-10 14+ Cloudy
o Deve ser associada à insulina de ação rápida ou ultra-rápida.

 Insulina de açã o lenta


o Preparada a partir de insulina com Zn
o Cristais de > tamanho, de absorção lenta
Insulin Preparation
Insulina Onset (hr) Peak (hr) Duration (hr) Appearance
Lente 1-3 6-14 20+ Cloudy
o Indicada para uso noturno aliado a insulinas de ação rápida
durante o dia
o Aspeto turvo

 Insulina de açã o ultra-lenta


o Insulina Glargina
 Perfil sem picos  menor incidência de hipoglicémias
 Sem agregado de agentes químicos
 Aspeto translúcido
 NÃO possui Zn

Insulin Preparation Onset of Action (h) Peak action (h) Maximum duration (h)
Insulin glargine (Lantus) 3-4 8-16 20-24
Insulin detemir (Levemir) 3-4 6-8 ~20

 Insulina Glargina
o Estável e translúcida a pH 4
o Não pode ser misturada com outras insulinas (pH neutro)
o Quandoinjetada,apH7forma microprecipitados
o Dissolução lenta dos cristais  longa duração de ação

 Insulina Detemir
o Translúcida
o Possui elevada ligação à albumina plasmática
o Lenta libertação da albumina  longa ação

Farmacologia das hormonas sexuais – Aula 10


 Hormonas sexuais
o Hormonas sexuais masculinas
 Testosterona

o Hormonas sexuais femininas


 Estrogénios
 Progestagénios

Hormonas masculinas
 Androgénios-açã o
o Maturação órgãos reprodutores
o Espermatogénese, fertilidade, maturação
espermatozóides
o Desenvolvimento caraterísticas sexuais secundárias masculinas
o Efeitos anabólicos:
 Desenvolvimento muscular
 Crescimento ósseo

o Se adm antes puberdade  não atingem estatura total (fecho das placas epifisiárias dos ossos longos)

o Hipertrofia cordas vocais ( voz grave)


o ♀: masculinização (podem ser irreversíveis)
o Maior atividade gls sebáceas ( acne)
o Espessamento da pele, crescimento pelos
o Retenção hidrossalina
o Eritropoiese

 Androgénios
o Aplicaçã o Clínica
 Hipogonadismo masculino
 (Testogel ®, Testopatch® , Nebido®, Testoviron Depot ®, Sustanon ®)

 Androgénios – Efeitos adversos


o Tratamento prolongado: ↓ libertaçã o gonadotrofinas,  infertilidade, atrofia testicular
o Crianças: problemas de crescimento
o Mulheres: Acne, masculinizaçã o

Hormonas femininas
 Estrogénios
o Endó genos
 Estradiol
 Estrona
 Estriol

o Exó genos
 Etinilestradiol
 Mestranol

o Mecanismo de açã o
 Ligação a recetores (citoplasmaànúcleo)
 Transcrição de genes

o Tb efeitos não genómicos


 Interação estrogénios com recetores membranares
 Muito rápidos
 Ex:
 Vasodilatação coronária
 Efeito insulinotrófico do estradiol

o 2 subtipos de recetores de estrogénios:  e , com diferentes estruturas e diferente localizaçã o tecidular

ALFA BETA
 Endométrio  Rim
 Mama  Mucosa intestinal
 Parênquima pulmonar • Osso
 Cérebro
 Endotélio
 Próstata

o Os diferentes estrogénios possuem diferentes afinidades para


estes 2 subtipos de recetores

 Estrogénios – Efeitos fisioló gicos (centrais)


o Controlo do ciclo menstrual
 Hipotá lamo
 Hipó fise anterior

 Estrogénios – Efeitos fisioló gicos (perifé ricos)


o Mama
 Desenvolvimento mamá rio
 Desenvolvimento das caraterísticas sexuais secundarias
o Mucosa vaginal
 Desenvolvimento das caraterísticas sexuais secundarias
 Maturaçã o ó rgã os reprodutores
o Endomé trio
 (desenvolvimento trompas Falópio, útero, genitais externos)
 Efeitos na ovulação, conceção e eventual gravidez (proliferação endométrio)
o Colo cervical
 Efeitos na ovulação, conceção e eventual gravidez (proliferação endométrio)

 Efeitos metabó licos


o Osso
 Inibição osteoclastos
 ↓ reabsorção óssea  ↓ risco osteoporose
 Estimulam síntese do fator de crescimento semelhante a insulina tipo 1 (IGF- 1)
 Diferenciação dos osteoblastos em osteócitos
o Sistema cardiovascular
 ↑ síntese hepática de fatores de coagulação, plasminogénio
 Retenção H2O
o Lípidos
 ↑ tecido adiposo: mama, nádegas, coxas
 Regulação do colesterol: ↓ LDL; ↑ HDL

 Estrogénios
o Aplicaçã o clínica
 Contraceçã o
 Acne
 Dismenorreia
 Hemorragia disfuncional
 Inibição da lactação
 Terapia hormonal de substituiçã o

 Efeitos adversos
o Hipersensibilidade mamá ria
o Cefaleias
o Retençã o fluidos  edemas e ↑ risco HTA
o Ná useas, vó mitos
o Alteraçõ es do humor
o > síntese factores de coagulação  risco tromboembolismo
o ♂: feminização

 Farmacociné tica
o Naturais  Sintéticos
o Absorçã o
 GI, pele, mucosas
 Estrogénios naturais  inativação intestinal e hepática 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase
 Inativados se adm. Via oral
 Estrogénios sintéticos
 Bem absorbidos por qualquer via: oral, pele, mucosas, etc

o Distribuiçã o
 98% ligação proteínas plasmáticas (albumina e globulina de ligação de esteróides sexuais: shbg)
 Estrogénios naturais:
 ↑ ligação shbg
 Estrogénios sintéticos:
 ↑ ligação albumina, ↓ shbg
o Metabolizaçã o e excreçã o
 Metabolização hepática CYP3A4

 Estrogénios naturais:
 Rápida metabolização, t1/2 = minutos
 Estradiol (fígado)  oxidação  estrona e estriol  conjugação com sulfato e ácido
glucurónico

 Estrogénios sintéticos:
 Metabolização mais lenta
 Etinilestradiol (t1/2 = 13-27h)  hidroxilação em estradiol

 Eliminação renal e biliar


 Ciclo entero-hepático (hidrólise pela flora intestinal dos metabolitos conjugadosa 
reabsorção)

 Progestagénios
o Endó genos
 Progesterona
 Hidroxiprogesterona
o Exó genos

o Mecanismo de açã o (~esteró ides)


 Presença de recetores depende da ação prévia de estrogénios

 Tipos de Progestagénios (exó genos)

1º geração (1960s) 2º geração (1970s) 3º geração (1980s) 4º geração (1990s-


2000)
 Noretindrona  Levonorgestrel Quase sem atividade com atividade anti-
 Noretisterona  Norgestrel androgénica androgénica
 Noretinodrel
 Etinodiol  Desogestrel  Ciproterona
 Linestrenol  Norgestimato  Drospirenona
  Gestodeno  Dienogest
Derivados da 19-  Nomegestrol
nortestosterona:  Cloromadinona
Atividade progestagénica
Podem possuir alguma
atividade androgénica, com
os efeitos adversos que lhe
estão associados

 Farmacocinética
o Progesterona
 Ligação à albumina e CBG, mas não SHBG
 Inativação hepática mt rápida se adm. via oral; t1/2=5 min
 Hidroxilação e sulfo/glucuronoconjugação
 Ésteres  menor metabolização
 Excreção renal

o Prosgetativos Sintéticos(exógenos)
 Metabolização mais lenta; t1/2 =12-24h
 Ligação albumina e SHBG

 Progestagénios – Efeitos fisioló gicos


o Regulaçã o da açã o dos estrogénios no ú tero
 Ação sinérgica com estrogénios no desenvolvimento das caraterísticas sexuais secundárias
 Aumento da espessura do endométrio
o ↑ temperatura basal na 2a metade ciclo menstrual
o Manutenção da gravidez
o Inibição das contrações uterinas

 Progestá genos
o Efeitos anabolizantes
o Ação sedativa
o Diminuição da líbido
o Deposição periférica de gordura
 ↑LDL, ↓HDL
o Favorecem diurese: ↑ eliminação H2O e Na+ (competição com aldosterona para recetores
mineralocorticóides)

o Aplicaçã o clínica
 Contraceção
 Terapia hormonal de substituição
 Disfunções hormonais

Ex: amenorreia, dismenorreia, síndrome pré-menstrual, endometriose, alterações menstruais, hemorragias funcionais

 Progestagénios (utilizaçã o nã o contracetiva)


o Algumas preparaçõ es comerciais

Nome comercial PG
Duphaston Didrogesterona
Provera; Depo Provera 150 Medroxiprogesterona
Lutenyl Nomegestrol
Primolut Nor Noretisterona
Utrogestan Progesterona
Surgestone Promegestona

 Progestagénios – Efeitos adversos


o ↑ doses / sem assoc. estrogénios

 Ciclo menstrual feminino e contracepçã o hormonal


o Fsh
 Ová rios  folículos  folículo de graaf  estrogénios
 Endomé trio:
 ↑ espessura e vascularização
secreção muco (proteínas, hc, fluido, ph=9)
 Baixas conc estrogénio: feedback (-) hipotálamo/hipófise:
 ↓ FSH
 Folículo continua a secretar estrogénio:
 (12o-14o dia) elevadas concestrogénio: feedback (+) hipófise:
o ↑ LH

 Rutura folículo e ovulação


 Corpo lúteo  progesterona,
estrog
 Muco (+ viscoso, + ácido, ↓
qt )
fase secretora de regeneração
do endométrio (p/

implantação ovo)
 Feedback (-) hipotálamo/hipófise:↓fsh e lh
 ↑ temp (+0,5oc)
 Se não houver nidação
 ↓↓ progesterona
 Menstruação
 Se houver implantação ovo
 Corpo amarelo continua a secretar progesterona (até formação placenta)

 Na ausê ncia de fecundaçã o


 Corpo lúteo desintegra-se
 Redução abrupta dos níveis de estrogénio e progesterona
 Desagregação do endométrio: fase menstrual

 Contraceçã o hormonal
o Tipos de Métodos:
 Métodos comportamentais
 Métodos barreira
 Métodos químicos
 Métodos definitivos
 Classificaçã o dos contracetivos hormonais
o Oral
 Pílula de progestagé nio
 CO combinados
 Monofá sica
 Bifá sica
 Trifá sica
o Nã o orais
 Anéis vaginais
 istemas transdérmicos
 Injetáveis IM
 SIU
 Implantes SC

 Vias de administraçã o de contraceçã o hormonal

o Preparaçõ es combinadas contendo estrogé nio e progestagé nio

 Via Oral (contracetivos orais)

 Via Vaginal (anel vaginal)

 Via Transcutânea (sistema transdérmico)


o Preparaçõ es contendo apenas progestagé nio
 Via Oral (contracetivos orais com progestagénio isolado)
 Injetável
 Implante subdérmico
 Sistema intra-uterino libertador de levonorgestrel

 Mecanismos de açã o dos contracetivos hormonais


o Inibição da ovulação por não permitirem que ocorra o pico de FSH e LH necessário para a ovulação;
o Alteração do muco (progestagénio): menos abundante, mais espesso e impenetrável aos espermatozóides;
o Alteração do endométrio (estrogénio e progestagénio) de modo que este não esteja recetivo à implantação;
o Interferência nas contrações coordenadas do útero e trompas de Falópio, dificultando a progressão do ovo
fecundado até à cavidade uterina

 Contraceçã o hormonal oral


o Evoluçã o
 150 μg mestranol + 9.35 mg noretinodrel
 100 μg mestranol + 2 mg noretisterona
 50 μg estrogénio + 2ª geração progestativos
 35 μg estrogénio + 3ª geração progestativos
 20 μg e 15 μg estrogénios + 3ª/4ª geração progestativos

 Pílula de Progestagé nio


o Progestagénio isolado
 Baixa dosagem de progestagénio
 Administração ininterrupta
 + utilizada na amamentaçã o

o Pílula de Progestagé nio (pílula de baixa dosagem)

Nome comercial PG
Cerazette DESOGESTREL (75 μg)

 Indicaçã o
 Método contracetivo alternativo para quando a administração de estrógenos for contra-
indicada.
 Açã o
 Altera o endométrio e dificulta a nidação
 Torna mais espesso o muco cervical (evitando a penetração dos espermatozóides)

 Co combinandos (estrogénio + progestagénio)


o Monofá sicas
 + utilizadas, + eficazes e melhor toleradas.
 21 comprimidos (mesma composição e dose), podem ser 28 comprimidos, com 7 de placebo

o Trifá sicas
 Contêm 3 tipos de comprimidos, de diferentes cores, com diferentes dosagens hormonais
 A dosagem de progestagénio aumenta ao longo do ciclo
 EE 0.03 mg + PG 0.05 mg
 EE 0.04 mg + PG 0.07 mg
 EE 0.03 mg + PG 0.10 mg

o Bifá sicas
 EE 0.04 mg + PG 0.025 mg
 EE 0.03 mg + PG 0.125 mg

Nome comercial EE PG
Miranova , Microginon, Trinordiol Etinilestradiol Levonorgestrel

Gynera, Tri-Gynera, Minigest, Minulet,


Tri-Minulet, Microgeste, Minesse, Etinilestradiol Gestodeno
Harmonet, Estinette, Effiplen
Gracial, Marvelon, Mercilon, Etinilestradiol Desogestrel
Novynette, ...
Valette, Sibilla, Denille Etinilestradiol Dienogest
Qlaira Estradiol (valerato) Dienogest
Diane 35 Etinilestradiol Ciproterona
Yasmin, Yasminelle, Yaz, Aranka, Etinilestradiol Drospirenona
Daylette, Arankelle, Dioz,
Drosianelle, ...
Libeli, Belara , Clarissa, Chariva, Etinilestradiol Cloromadinona
Jeniasta, ...
Zoely EStradiol Nomegestrol

 Como atuam os COC?


o Administraçã o continua de estrogé nios
 Feedback negativo na hipófise anterior
 Diminuição fsh
 Não ocorre o desenvolvimento folicular
 Não aumenta a produção de estrogénios endógenos
 Não se desencadeia o feedback positivo responsável pela subida da lh (Nã o há pico de LH)
 Não ocorre ovulação

o Progestagénio
 Dá informação à hipófise de que o organismo está permanentemente na fase pós-ovulatória, não
sendo, por conseguinte, necessária a produção da FSH nem LH para além de níveis basais
 ↑ viscosidade do muco cervical
 Mais impermeável aos espermatozóides
 Mecanismos de açã o dos contracetivos hormonais combinados
o Suprimem a ovulação
o Reduzem o transporte ovular nas trompas
o Alteram o endométrio e dificultam a nidação
o Tornam mais espesso o muco cervical (evitando a penetração dos espermatozóides)

 Porquê a associaçã o EE+PG?


o Administração isolada de estrogénios para inibição da ovulação
 Doses ↑ ↑
 ↑ efeitos adversos
o Associaçã o
 Reduçã o das dosagens de ambas as hormonas

 Benefícios nã o contracetivos
o Regularização do ciclo menstrual
o Tratamento da dismenorreia
o Tratamento da menorragia (hemorragia menstrual abundante e prolongada) e prevenção da anemia
ferropénica
o Diminuição dos quistos funcionais do ovário
o Diminuição do risco (40-80%) de cancro do ovário devido à supressão da ovulação
o Diminuição do risco (40-60%) do cancro do endométrio:
 obriga a uma descamação de todo o endométrio  impede a hiperplasia

o Diminuição do risco (20-40%) de cancro colorretal


o Prevenção da doença benigna da mama
o Prevenção da doença inflamatória pélvica
o Prevenção da endometriose (presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero (intestino, bexiga, etc)
)
o Prevenção da gravidez ectópica
o Prevenção dos fibromas uterinos
o Tratamento da acne e hirsutismo

 COC – Efeitos adversos


o Maior risco de:
 Cancro da mama (estrogénio dependente)
 Tumores hepá ticos benignos
 Litíase biliar (devida ao ↑ da extraçã o hepá tica do colesterol causada pelos estrogénios)

DOENÇAS CARDIOVASCULARES:
(risco > para ↑ dosagens (>50μg EE), fumadoras, adm. prolongada, > 35 anos)
 tromboembolismo venoso
o (↓ fluxo sanguíneo venoso, ↑ fatores coagulação e ↑ coagulabilidade sanguínea)
 enfarte agudo do miocárdio / angina de peito /AVCs
 hipertensão arterial
o (estimulação do SNS, estimulação do sistema RAA e retenção de sódio e água)

 Outros efeitos adversos


o Estrogénios
 Cefaleias
 Irritabilidade
 Fadiga
 Náuseas, vómitos, cólicas abdominais
 Retenção hídrica
 Tensão mamária
o Progestagénios
 Depressão
 Aumento peso
 Alterações ciclo menstrual
 Hemorragias irregulares (spotting)
 Hirsutismo e Acne
 > 1a e 2a geração, pela sua atividade androgénica

 Contra-indicaçõ es e advertências para o uso de CHC

Situação clínica Categoria 4 Categoria 3 Comentários


Pó s-parto Mulher que nã o O risco de tromboembolismo
amamenta está aumentado nas primeiras
 21 dias apó s o parto 3 semanas apó s o parto;
O uso de CHC nas primeiras
Mulher que amamenta 4 semanas apó s o parto reduz
 4 semanas apó s o o volume de leite.
parto
Hemorragia genital de Se existe suspeita de Depois de estudada a situaçã o
etiologia nã o esclarecida gravidez ou de reclassificar.
patologia orgâ nica
maligna.
Hipertensã o arterial (HTA) Sistó lica ≥ 160 ou Sistó lica >140-159 CHC aumenta o risco de
diastó lica ≥ 90 mmhg; mmhg ou diastó lica AVC, EM e doença arterial
Com doença vascular >90 a 94 mmhg; perifé rica nas mulheres com
associada. HTA controlada c/ HTA.
terapêutica

Tabagismo Idade > 35 anos e ≥ 15 Idade >35 anos e  15 O uso de CHC associado ao
cigarros por dia. cigarros por dia. tabaco aumenta o risco de
Idade >35 anos, DCV;
suspendeu tabaco há < O risco de EM aumenta
de 1 ano. significativamente em
mulheres com CHC e que
fumem >15 cigarros por dia.
Obesidade Índice de massa Índice de massa O risco de tromboembolismo
corporal (IMC) ≥ 40 corporal (IMC) ≥35 venoso (TV) aumenta de
Kg/m2 . Kg/m2 . forma muito significativa em
mulheres obesas com CHC.
Tromboembolismo venoso Episó dio agudo de TV; Histó ria de TV em A CHC deve ser suspensa
Histó ria pessoal de TV; familiar de 1.º grau pelo menos 4 semanas antes
Cirurgia major com com idade ≤45 anos; de uma cirurgia electiva, com
imobilizaçã o Imobilidade (cadeira de duraçã o superior a 30
prolongada; rodas, debilidade minutos.
Trombofilias (factor V física).
de Leiden, mutaçã o da
protrombina, dé fices de
proteína C, S e
antitrombina).
Doença cardiovascular Doença coroná ria; Associaçã o de Quando uma mulher
Histó ria de EM; mú ltiplos factores de apresenta mú ltiplos factores
Patologia valvular risco CV, em menor de risco que individualmente
cardíaca complicada; nú mero e de menor nã o aumentam o seu risco
Associaçã o de gravidade. CV, o uso de CHC pode
mú ltiplos factores de aumentar a probabilidade de
risco CV. eventos CV.
Doença cerebrovascular Histó ria pessoal de Risco muito elevado de novos
AVC ou AIT. episó dios com associada
morbilidade e mortalidade.
Diabetes Associada a nefropatia, Associada a nefropatia, O tipo de contra-indicaçã o
retinopatia ou retinopatia ou depende da gravidade da
neuropatia; neuropatia; doença.
Outras complicaçõ es Outras complicaçõ es
vasculares. vasculares.
Doenças hé pato-biliares Hepatite viral aguda; Doença hepato-biliar A CHC nã o deve ser usada
Cirrose hepá tica sintomá tica ou sob nos tumores hepá ticos mesmo
descompensada; tratamento médico; apó s a cirurgia.
Adenoma hepá tico; Histó ria pessoal de
Carcinoma hepá tico. colestase associada a
CHC.
Doenças neuroló gicas Enxaqueca com aura, Enxaqueca sem aura Mulheres com enxaqueca que
independentemente da independentemente da utilizem CHC tê m um
idade; idade; aumento de risco de AVC (2
Enxaqueca sem aura em Histó ria pessoal de a 4 vezes).
mulheres com mais de enxaqueca com aura há
35 anos (continuaçã o do ≥5 anos;
CHC). Epilepsia em
tratamento médico com
alguns
anticonvulsivantes (ver
interacçõ es
medicamentosas).
Patologia da mama Cancro da mama Histó ria pessoal de O cancro da mama é um
cancro de mama sem tumor hormono- -dependente
evidência de doença há e o prognó stico da doença
5 anos; recente pode ser agravado
Nó dulo mamá rio de pelo uso de CHC.
etiologia nã o
esclarecida;
Portadores de mutaçõ es
gené ticas associadas ao
cancro da mama
(BRCA 1).

o Diarreia / vómitos

o ↓↓ absorção GI

o ↓↓ efeito contracetivo

 Interaçõ es medicamentosas
o Fá rmacos que podem diminuir a eficá cia da CO

Indutores enzimaticos  Absorçã o


Griseofulvina Laxantes
Rifampicina Antibió ticos
CBZ
Fenobarbital
Fenitoína
Anti-retrovirais
etc
 Contraceçã o de Emergência (“pilula do dia seguinte”)
o A contraceção de emergência é, como o próprio nome indica, um “contracetivo” particular, destinado a evitar
uma gravidez indesejada, depois de uma relação sexual não protegida ou mal protegida, possivelmente fértil

o Impede ou atrasa a ovulação


o Impede a implantação do óvulo no endométrio (ineficaz após implantação ocorrida)
o Deve ser utilizado até
 72 h (LEVONORGESTREL)
 120h (acetato de ulipristal)
 Após a relação sexual.

o A contraceção de emergência tem sido utilizada off–label desde 1960, utilizando dosagens elevadas de
fármacos contracetivos para provocar o aborto
o Alta dose de progestagénio
 (1,5 mg de levonorgestrel = 10 a 30 vezes superior às dosagens de progestagénio encontradas nos
contracetivos orais combinados)
o Se a administração for efetuada na fase pré-ovulatória
 evita / atrasa a ovulação
o Se o fármaco for administrado após ovulação
 o progestagénio poderá impedir a nidação
Eficácia do Levonorgestrel em função do tempo de
administração após a relação sexual
Tempo da administração pós-coito Percentagem de eficácia
Nas primeiras 24 horas 95%
Entre as 24 e as 48 horas 85%
Entre as 48 e as 72 horas 58%
Após as 72 horas Nã o é conhecida
Deve ser tomado o mais cedo possível, de preferência nas 12 horas seguintes à relaçã o sexual, até um
má ximo de 72 horas (3 dias)

o Acetato de ulipristal = modulador seletivo dos recetores da progesterona


o Evita a ligação da progesterona com o seu receptor, bloqueando a transcrição génica que ocorreria com a
progesterona, e impede a síntese das proteínas necessárias para o início ou manutenção duma gravidez.
o Pode ser administrado até 120 horas (5 dias) após a relação sexual
o ... Mas a eficácia DIMINUI após as 72h

Nome comercial PG
NORLEVO, POSTINOR 1,5 mg levonorgestrel /1cp
ELLAONE 30 mg acetato de ulipristal /1cp
TETRAGYNON 0,25 mg levonorgestrel + 0,05 mg
etinilestradiol/*4 comprimidos

2cp (12h) +2cp

*Um estudo multicêntrico da Task Force on Postovulatory Methods of Fertility Regulation (1998) numa amostra de
1955 mulheres, revela que o regime terapêutico de levonorgestrel administrado isoladamente é mais eficaz e mais
bem tolerado que a associação deste fármaco com o etinilestradiol (85% de eficácia vs. 57%, respetivamente)

 Efeitos adversos
o Náuseas
o Vómitos
o Tromboembolismo
o Cefaleias
o Fadiga
o Dor no baixo-ventre
o Tensãomamária
o Hemorragia vaginal
o Alterações na menstruação (atraso por adiamento da ovulação ou surgir poucos dias depois por descontrolo
hormonal)
Contraceção Hormonal Não Oral
 Anel vaginal
o O anel vaginal é constituído por anel flexível impregnado de hormonas que são lentamente libertadas e
absorvidas para a corrente sanguínea, de forma contínua ao longo de 3 semanas

Nome comercial EE PG
NuvaRing, Circlet Etinilestradiol Etonogestrel

 Vantagens
o Evita problemas GI
o Evita 1º passagem hepá tica
o Permite obter níveis plasmáticos constantes ao longo do ciclo
o Doses EE mais baixas do que as utilizadas nos contracetivos orais
 0,015 mg de etinilestradiol + 0,120 mg de etonogestrel/24h, por
um período de 3 semanas
o Facilidade de inserção e remoção do anel
o Não exigência de uma manipulação diária
 (o anel é colocado por um período de 3 semanas, a que se segue um período de pausa de uma semana,
altura em que surge a hemorragia de privação)

 Efeitos adversos
o ~COCs
o Afeções locais, como leucorreia (corrimento) e vaginite

 Interaçã o com fá rmacos


o ~ Pílulas convencionais
o Indutores das enzimas microssomias hepáticas
 ↑ da metabolização das hormonas sexuais
 ↓ eficácia contracetiva
o Antibióticos (efs GI)  sem interferência

 Sistemas transdérmicos
o Aplicação semanal, durante 3 semanas, 1 de pausa
 20 μg/24 h + 150 μg/24 h

Nome comercial EE PG
Evra Etinilestradiol Norelgestromia

 Vantagens
o Ausência de interações GI
o Nãoocorrênciademetabolismode1apassagemhepática
o Níveis plasmáticos estáveis ao longo do ciclo (melhor do que CO, mas < via vaginal)
o Facilidadede colocação do adesivo
o Não exigência de uma toma diária (o adesivo é colocado por um período de 1 semana, i.e. 3
adesivos por ciclo)

 Efeitos adversos
o COCs
o Irritaçã o da pele no local de colocaçã o do adesivo

 Interaçõ es
o Anel vaginal
o Diminuiçã o da eficá cia em mulheres com peso > a 90 kg

 Contracepçã o hormonal injetá vel


o Longa duraçã o (12 em 12 semanas)
o Pode ser usada durante o aleitamento
o Não tem os efeitos adversos do estrogénio
o Provoca irregularidade menstrual (spotting, amenorreia)

Nome comercial PG
Depo-Provera medroxiprogesterona

 Sistema intra-uterino (SIU)


o DispositivosIntrauterinos(DIU)nãoHormonais:
o Dius inertes:
 Quando não possuem substâncias metálicas ou hormonais
o Dius ativos:
 DIU de cobre / prata (interferem no número e no transporte de espermatozóides)
o Sistemas Intra-Uterinos hormonais
 SIU contendo levonorgestrel
o 5 anos
o Requer intervenção médica para a sua aplicação e remoção
o Pode interferir na duração e na quantidade do fluxo menstrual
o Pode provocar cólicas
o > Risco de aparecimento de infeções intra-uterinas

Nome comercial PG
Mirena, Jaydess Levonorgestrel

 Mecanismo de açã o
o Apenas progestagé nio  nã o se consegue uma efetiva inibiçã o da ovulaçã o (dose dependente)
o Mé todo intercetivo
 Presença de um corpo estranho no interior do ú tero
 Desenvolvimento de uma reaçã o inflamató ria local

o Açã o do progestagé nio


 Espessamento do muco cervical
o Inibiçã o da migraçã o dos espermatozoides ao longo do trato reprodutor
feminino
o Alteraçã o do transporte do ovulo/embriã o ao longo das trompas
o Inviabilizaçã o do ó vulo antes de ter ocorrido a fecundaçã o
o Impedimento da nidaçã o, resultante da forte supressã o do endomé trio

 Efeitos adversos
o Risco de infeções
o Risco de expulsã o do dispositivo
o Risco de perturbação uterina
o Spotting inicial
o Irritabilidade, cefaleias e aumento de peso
o Complicações menstruais
o Doença inflamatória pélvica
o Maior risco de aborto, no caso de se desenvolver uma gravidez

 Implantes subcutâ neos com progestagénio


o Implante subcutâ neo em forma de bastã o flexível inserido na face interna
superior do braço nã o dominante
o 3 anos
o Requer intervençã o mé dica para a sua aplicaçã o e remoçã o

Nome comercial PG
Implanon Etonogestrel

 Mecanismo de açã o
o Pílula de progestagéneo
o Inibição da ovulação
o Aumento da viscosidade do muco cervical
o Impedimento da proliferação do endométrio
o Mulheres com maior peso corporal à ↓ eficácia no 3o ano de utilização, com necessidade de remoção precoce
do implante
o Efeitos adversos – pílula de progestagéneo

Terapêutica Hormonal de Substituição


 Terapêutica Hormonal na Menopausa
o Mulheres sem ú tero
 Apenas estrogé nios
o Mulheres com ú tero
 Estrogénios + progesterona
 Tem de se dar progestativo para evitar cancro do ú tero (os estrogénios causam hiperplasia do
endométrio; progestativo causa descamaçã o do endométrio = menstruaçã o e evita
carcinomas)

 Objetivos da reposiçã o estrogé nica na menopausa


o ↓ risco osteoporose
o Melhorias na pele (> colagénio)
o Bexiga:
 Estrogénios melhoram a incontinência urinária e outros problemas
 Urogenitais (infeções urinárias de repetição e secura vaginal)
o Tratamento da dispareunia (dor nas relações sexuais, por atrofia vaginal)

 Contra.indicaçõ es da THS
o Adenocarcinomas do útero e da mama
o Nódulos da mama de causa não esclarecida
o Hemorragias vaginais não esclarecidas
o Acidentes tromboembólicos agudos
o Doenças graves do fígado

Anti-hormonas e SERMs
 Moduladores seletivos do recetor de estrogé nio
o Moduladores seletivos do recetor de estrogénio (serms)
o Classe de moléculas não hormonais que se ligam a recetores de estrogénio
o Podem funcionar como agonista ou antagonista do estrogénio na dependência do tecido-alvo
 (ação depende da [proteínas] ativadoras/repressoras nos diferentes tecidos e da conformação do
recetor de estrogénio)

o Tamoxifeno
 Composto não-esteróide
 Alta afinidade pelo recetor estrogénico nuclear

 Ação anti-estrogénica: tecido mamário


 Ação anti-neoplásica: cancro da mama estrogénio-dependente ↑ citocina
 (cuja ↓↓ está associada a tumores malignos)

 Ação estrogénica: lípidos, endométrio, osso

o Doloxifeno
 Aplicação: Cancro da mama (AÇÃO ANTI-ESTROGÉNICA)

o Raloxifeno
 Aplicação: Osteoporose (AÇÃO ESTROGÉNICA)

o Clomifeno
 Tratamento da infertilidade (indutor da ovulação) INIBE ligação dos estrogénios à adenohipófise
 impede feed-back (-)
 ↑ GnRH, FSH, LH
 ↑↑ estrogénios (indução da ovulação)

 SERMs – Efeitos Adversos


o Afrontamentos
o Quistos ováricos
o Náuseas, vómitos
o Hemorragias uterinas
o Tensão mamária
o Cefaleias
o Poliúria

 Inibidores da Aromatase
o Letrozol
o Anastrozol
o Exemestano

o A aromatase metaboliza a passagem de androgénios a estrogénios


o IND: Cancro da mama em mulheres pós-menopáusicas

 Anti-progestagénios
o Mefipristona
 Impede a ação da progesterona
 Na presença de progesterona  antagonista competitivo
 Ausência de progesterona  agonista parcial
 Sensibiliza o útero para ações das pgs
 Em associação com análogos das pgs: Interrupção médica da gravidez

o Ciproterona
 Derivado progesterona, fraca ação progestativa
 Antagonista recetores androgénios  compete com dihidrotestosterona (<<)
 Hipotálamo: ↓ síntese gonadotrofinas

 Aplicação clínica:
 Cancro próstata
 Puberdade precoce masculina
 Acne feminino

o Finasteride, Dutasteride
 Inibem enzima 5-alfa-redutase:
 Testosterona àdihidrotestosterona
 A DHT é muito mais potente que a testosterona devido à sua afinidade aumentada pelo
recetor de andrógenos.

 Aplicação clínica: hiperplasia benigna da próstata; alopécia


 Causa diminuição tamanho próstata – daí ser usada no tratamento hiperplasia próstata

Farmacologia dos antibacterianos– Aula 11


 Mecanismos gerais de açã o antibacteriana
o Interferência com enzimas envolvidas na
síntese da parede bacteriana o Fosfomicina
o Efeito apenas em bactérias em o Cicloserina
crescimento o Vancomicina
o Bactericidas o Bacitracina
o Beta-Lactâ micos
 Penicilinas,Cefalosporinas...

o 1º Fase: síntese do precursor glicopeptídico


 N-acetilglucosamina + ácido láctico (derivado do ác. fosfoenolpirúvico)
 UDP-N-acetilglucosamina-3-Ο-enolpiruvil transferase (MurA),

 Reaçã o bloqueada pela fosfomicina
 Á cido N-acetil murâ nico
 Bloqueia a enzima que catalisa a primeira etapa da biossíntese da parede celular bacteriana,
responsável pela transformação da N-acetilglucosamina em ácido N-acetilmurâmico, necessário para
a síntese do peptidioglicano da parede celular bacteriana.

 Cadeia pentapeptídica que se une ao ácido N-acetil murâmico:


 aa das ú ltimas 2 posiçõ es sã o sempre D-Ala

 a forma natural do aa deve ser recemizada

 A cicloserina inibe:
 A alanina racemase (que converte a L-Ala a D-Ala)
 E a D-Ala-sintetase (que une duas moléculas de D-Ala)

o 2º Fase:
 Complexo NAM-NAG-pentapéptido formado no citoplasma
 Transportado para o exterior

 Este transporte é inibido pela vancomicina e teicoplanina

 Une-se a molécula transportadora lipídica (bactoprenol) situada na mb celular

 A molé cula lipídica transportadora é fosforilada e necessita ser desfosforilada para recuperar a sua
funçã o de transporte

 Inibido pela bacitracina

o 3º Fase: Estabelecimento de ligaçõ es transpeptidá sicas


 Autolisinas (enzimas bacterianas) quebram ligações no peptidoglicano para permitir a inserção de
mais monómeros de nag-nam
 Estes monómeros são então ligados à parede bacteriana em crescimento através de enzimas
transglicosidases
 finalmente, as enzimas transpeptidases ligam o peptídeo de um monómero ao peptídeo do monómero
adjacente para conferir maior resistência à parede bacteriana.

 Antibió ticos Beta-Lactâ micos (e Vancomicina)


o Ligam-se à s enzimas transpeptidases (PBP) e bloqueiam a formaçã o das ligaçõ es peptídicas
o Enfraquecimento da parde celular e a lise osmó tica da bacté ria

 Modificaçã o da permeabilidade da membrana citoplasmá tica


o Bactericidas
o Atuam em bacté rias em multiplicaçã o ou o Gramicidina (Dropcina®)
em repouso o Ionóforo: abertura de poros na mb
o ↓↓ especificidade (tb afetam células  Difusão de iões monovalentes
eucariotas do hospedeiro) (K+) para o meio extracelular
o ↓↓ interesse clínico  ↓↓ síntese proteica, fosforilação
oxidativa mb
 ↓↓ crescimento bacteriano

 Alteraçã o da síntese proteica


o Ligaçã o subunidade 3OS dos ribossomas

o Aminoglicosídeos (ligação irreversível )


 Incorporação de aa incorretos na
cadeia polipeptídica
 Complexo não funcionante
(proteínas “non sense”)
 Integradas na mb citoplasmática  Impedem a ligação do RNAt ao
alteram a sua permeabilidade complexo RNAm+ribossoma
 Impede síntese proteica
o Tetraciclinas (ligação reversível )

 Alteraçã o da síntese proteica


o Ligaçã o subunidade 5OS dos ribossomas o Ligação reversível à subunidade 50S
 Macrólidos o Inibem a acoplação do RNAt ao
 Clindamicina ribossoma
 Cloranfenicol o Inibem ação da enzima peptidiltransferase
o Impedem a translocação
o Impedem a formação cadeia peptídica

 Alteraçã o da síntese dos á cidos nucleicos


o Quinolonas o Metronidazol
 Inibem enzimas bacterianas  Desintegra DNA
essenciais para a replicação e
transcrição do DNA bacteriano o Actinomicina D
(DNA girase; topoisomerase )  Liga-se ao DNA e impede a
continuação da sua síntese e de
RNA

Alteraçã o da síntese
dos á cidos nucleicos

Inibiçã o da síntese
da parede
bacteriana

Inibiçã o da síntese
Inibiçã o de proteica
enzimas do
metabolismo
citoplasmá tico

 Inibiçã o do metabolismo
o Sulfonamidas  Síntese citoplasmática
o Trimetoprim
 Folatos: síntese ács nucleicos
 Bactérias não conseguem utilizar
folatos pré-formados
Antibióticos que atuam na parede bacteriana
 Antibió ticos -lactâ micos
o Penicilinas
o Cefalosporinas
o Monobactamos
o Carbapenemos (tienamicinas)
 Inibidores das beta-lactamases
o Anel -lactâ micos
 ação antibacteriana depende da integridade do anel

o β -lactamases  abertura do ane l ineficácia terapêutica

 Penicilinas
o Penicilinas naturais
 Benzilpenicilina (penicilina G)
 Forma saia hidrossolú veis com Na+ e K+
 Nã o é resistente ao HCI
 T1/2 = 20 a 50 min

 Forma sais pouco solúveis com certas aminas


o Utilizado para retardar absorção: procaína, clemizol, benzatina (preparações
“depósito”)

 Penicilina procaínic: t ½ até 24h


o procaína=anestésico local  vasoconstrição retarda absorção IM)

 Clemizol-penicilina: t ½ 36h

 Penicilina benzatínica: t ½ até 15 dias


o Benzatina=sal pouco solú vel  lenta absorçã o

 IM, formas depósito. Infeções pouco graves, profilaxia

 Espetro
o Estreito
 (↑↑ resistência por produção de beta-lactamases)
o G+
 (Streptococcus, Treponema e Leptospira, anaeróbios da orofaringe e
Staphilococcus sp. )
o G-

 Farmacocinética
o Hidrolisada meio á cido (1/3 absorvida)
o Nã o pode ser adm via oral

o IV  rápida ↓ das conc (↑ excreção renal)


o IM
o Geral/ as penicilinas não sofrem grande metabolização hepática (excepção: isoxazol
e ureidopenicilinas) – ajuste de dose em insuf. hepáticos
o [urina]>>>[sangue]
o Eliminadas na urina por secreção tubular ativa
 Ajuste de dose em insuf. renal

 Fenoximetilpenicilina (penicilina V)
 Espetro
o ≈ benzilpenicilina, mas menos potente sobre G-
o Atividade bactericida bastante inferior à da penicilina G

 Farmacocinética
o + Resistente aos ácidos: ADM oral
o U comdosessimilares:conc.plasmáticas4-5x > à penicilina g.

 Penicilinas resistentes à s B-lactamases estafilocó cicas – (Meticilina*), dicloxacilina, flucloxacilina


o Resistentes à s lactamases dos estafilococos

o Espetro
 Estafilococos produtores de beta- lactamases

o Farmacocinética
 Resistentes ao HCl: ADM ORAL (Meticilina: adm parentérica)
 Ligação proteínas plasm = 95-99%
 t1⁄2=4h
 Metabolização hepática : ajuste de dose em insuf. hepáticos

o Indicaçõ es
 Otite externa, pneumonia, infeçõ es
da pele e tecidos moles, osteomielites, endocardite estafilocó cica

Nota:
 *Staphylococcus aureus resistente à meticilina, (SARM ou MRSA)

 Aminopenicilinas - Amoxicilina, Ampicilina ,Bacampicilina*, Pivampicilina*


o Espetro
 Em relação à penicilina G:
 < G+,
 > G- (Haemophilus influenzae e várias estirpes de E. coli, Proteus mirabillis, Salmonella e
Shigella)

o Indicaçõ es
 Infeções das vias urinárias por G-
 Infeções respiratórias , sinusite, bronquite crónica
 Otite média
 Infeções devidas a algumas estirpes de Salmonella
 Gonorreia
 Amoxicilina: Profilaxia endocardite bacteriana, ulcera péptica por Helicobacter pylori
 AmpicilinaI.V.: meningite bacteriana causada por H.influenzae (CRIANÇAS)

o Farmacocinética
 AMOXICILINA: resistente ao HCl - ADM ORAL (F=80%)
 Boa biodisponibilidade
 Alimentos não interferem com absorção

 AMPICILINA: ↓↓↓ absorção oral (30%) – adm parentérica


 Bacampicilina: adm oral (nunca parentérica: não é ativada)
 Alimentos: retardam absorção

 Dificuldade atravessar BHE


 Atravessam placenta
 Eliminação urinária (e bílis)

Nota:
 (pró-fármacos) - ésteres da ampicilina para ↑ biodisponibilidade

 Penicilinas anti-pseudomonas - (Carboxipenicilinas: ticarcilina); Ureidopenicilinas: piperacilina*


o Espetro
 Amplo (não produtores beta-lactamases)
 G+
 G-
 Ativa contra P. aeruginosa, Klebsiella e ainda de Streptococcus, Enterococcus e anaeróbios

o Indicaçõ es
 Infeções graves
 Sepsis, infeções abdominais e nos doentes neutropénicos

o Farmacocinética
 ↓ absorção oral
 Administração parentérica
 IM(t1⁄2=4h)
 IV(t1⁄2=75min)
 Piperacilina
 Metabolização hepática : ajuste de dose em insuf. hepáticos

Nota:
 Nã o há em H. Comunitá ria. Só hospitalar

 Penicilinas ativas apenas contra GRAM-negativos – Amidinopenicilinas: Pivmecilinam


o Adm. Oral
o Pro-fármaco ® mecilinam
o Absorção não é afetada pela ingestão de alimentos

o Espetro
 Apenas G-

o Indicações
 Infeções urinárias
 Gastroenterites bacterianas

 Efeitos adversos das penicilinas


o Reaçõ es de hipersensibilidade alérgica (1-10%)
o Formaçã o de anticorpos
o Rash (exantema), urticária, dermatite esfoliativa
o Febre
o Broncospasmo
o Vasculite
o Anemia hemolítica, neutropenia, pancitopenia
o Anafilaxia (0.05%)

o Efeitos por ação irritante direta


 Flebite (IV)
 Dor e inflamação (IM)

o Hematológico
 Pancitopenia, alteração na agregação plaquetária, hemorragias
o Efeitos devido a compostos associados
 Na+ / K+: desequilíbrios hidroeletrolíticos
 Clemizol: sedação (ação anti-H1)
 Procaína: vertigens, cefaleias
Á dividida
o Diarreia
 Flora intestinal  Antibió ticos Alteraçã o da flora intestinal  Colonizaçã o por bactérias
patogénicas  Diarreia

o Todas as penicilinas atravessam a placenta (cat B, FDA)

 Cefalosporinas
o A classe das Cefalosporinas está dividida em geraçõ es, de acordo com o seu espetro e estabilidade à s
beta-lactamases

o 4º geraçõ es
 Cefepima
 Cefadizima
 Cefpiroma

o + Resistente à hidrólise pelas beta-lactamases


o Maior penetração celular
o Espetro + alargado:
 Cocos G+
 Enterobactérias
o Mais ativa contra:
 Pseudomonas
 anaeróbios

o Farmacocinética
 Muitas cefalosporinas nã o sã o absorvidas por via oral
(* exceções slides anteriores)

 Ampla distribuição
...mas penetram mal no humor vítreo, próstata e sistema nervoso central não inflamados
 Atravessam placenta
 Cefuroxima (2º) e 3º geração: atravessam BHE

o Indicaçõ es
 1º e 2º geraçã o
 Infeções urinárias
 Faringites, sinusites, infeções respiratórias, amigdalites
 Infeções da pele e tecidos moles

 3º geraçã o
 Infeçõ es nosocomiais

 Efeitos adversos
o Reações alérgicas (2%) Urticária, eritema
o Febre, dores articulares
o Alergia cruzada com penicilinas: 10%

o Nã o se recomenda o uso de Cefalosporinas se existir antecedente de anafilaxia à penicilina

o Distúrbios GI (3%)
 Náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia
o Irritação local (IM)
o Tromboflebite (1%)

o Cefamandol (2º), Moxalactam (3º), Cefoperazona (3º) - Grupo metiltiotetrazol (MTT)

Outros -Lactâmicos
 Monobactamos - Aztreonam
o Monocíclico
o Mais resistente à s beta-lactamases

o Espetro
 G – aeróbias
 Não atua em G+ nem anaeróbios (fraca afinidade para as suas PBP)

o INDICAÇÕES
 Infeções do trato urinário
 Infeções vias respiratórias baixas
 Infeções de pele e fâneros

o Farmacocinética
 Pouco absorvido via oral (F=1%)
 IV, IM
 Penetra bem em todos os tecidos (BHE)

o Efeitos adversos
o Bem tolerado
o Raros
 Gosto desagradável durante injeção
 Reações locais (local da injeção)
 Erupções cutâneas
 Diarreia, náuseas, vómitos

 Carbapenemos - Imipenemo, Meropenemo, Ertapenemo


o Enzimas células tubulares renais
 Enzima desidropeptidase - hidrólise anel beta-lactâmico do imipenemo
 Associaçã o com cilastatina (inibe enzima)

o Espetro
 AMPLO (antibiótico de reserva)
 G+
 G-
 Anaeróbios

o Infeçõ es nosocomiais graves devidas a microrganismos multirresistentes

o Farmacocinética
 Nã o absorvidos via oral
 Adm IV, IM
 Atravessam placenta, leite materno
 70-80 % Eliminaçã o renal

o Efeitos adversos
 Erupçã o cutâ nea, urticá ria, prurido
 Raramente: tonturas, ná useas, vó mitos, cã ibras, diarreia
 Imipenemo: toxicidade SNC (> risco com doses elevadas, terapêuticas prolongadas ou IR)

 Inibidores das beta-lactases


o Estrutura ≈ antibióticos β-lactâmicos
o Ligam-se preferencialmente às beta- lactamases
 Inibem enzimas
 Evitam destruição do antibiótico

o Amoxicilina/ ácido clavulânico (augmentin, clavamox,betamox...)


o Piperacilina/ tazobactan (iv)
o Ticarciclina/ ácido clavulânico (iv)
o Ampicilina/ sulbactan (iv)

 Glicopeptídeos
o Vancomicina, teicoplanina § inibição da síntese da parede celular
o Estruturas cíclicas complexas (aa + açúcares)

o Espetro:
 G+ (não atravessam mb externa das bactérias g-)

o Indicações
 Pneumonia, abcessos pele e tecidos moles
 Osteomielite, sepsis, meningite, endocardite
 Profilaxia: cirurgia cardíaca, neurológica e ortopédica
 Enterocolite por c. Difficile
o Farmacociné tica
 Não são absorvidas via oral
 I.V. ou I.M.
 Pode ser administrado por via oral no tratamento de casos graves de infeção intestinal
 Vancomicina: t 1⁄2 =6h
 se IR  t 1⁄2 =7-9 dias  Ajuste em caso de IR
 Teicoplanina >>> t 1⁄2 (50h)

 Boa penetração tecidular


 Atinge níveis terapêuticos:
 Amígdalas, mucosa oral, líquido pleural, sinovial e peritoneal, fígado, pâncreas, vesícula
biliar, pulmões, ossos e articulações.
 Não atravessa a BHE (↓↓ conc se meninges inflamadas)

 Excreção renal (90%)


 Ajuste em caso de IR

o Efeitos adversos
 Ototoxicidade (vertigens, perda auditiva) (teico<vanco)
 (dose dependente: nível sérico > 80 μg/ml))
 Nefrotoxicidade (não associar a aminoglicosídeos)
 Febre
 Erupção maculopapular, exantema
 Flebite se adm. Bólus
 Necessário infusão contínua
 Leucopenia, trombocitopenia
 Broncoespasmo
 Síndrome do homem-vermelho:
 (libertação de histamina) – relacionado com infusão rápida
 Rash-eritematoso no dorso, pescoço e face, hipotensão

o Interaçõ es medicamentosas

 Risco Ototoxicidade:  Risco Nefrotoxicidade:


Aminoglicosídeos Aminoglicosídeos
Furosemida Furosemida
Anfotericina B

Antibióticos que interferem com os ribossomas bacterianos (subunidade 30s)


 Tetraciclinas; Tigeciclina
o Tetraciclinas
 Bloqueio da síntese proteica (ligação subunidade 30S)
 Bloqueiam a união de tRNA ao complexo ribossómico
 Bacteriostáticos

Doxiciclina Minocliclina Tetraciclina Oxitetraciclina

CIPANCIN®
MINOCICLINA
ACTIDOX®
GENERIS®
PERIOSTAT®
MINOCIN®
MINOTREX®

 Açã o mais seletiva para as bactérias


o Penetram na célula por difusão passiva pela membrana celular exterior através de poros hidrófilos
o Nas bactérias usam ainda um sistema dependente de energia (inexistente nos eucariotas) que transporta
ativamente todas as tetraciclinas através da membrana citoplasmática interna, acumulando-as no citoplasma
o < Afinidade para ribossomas das células eucariotas
 Tetraciclinas; Tigeciclina
o Espetro de açã o
 Amplo
 G+, g-
 Mycoplasma, rickettsia, chlamydia spp.
 Minociclina: n.meningitidis
 Doxiciclina: tetraciclina + ativa
 Resistências - menor utilização das tetraciclinas

o Indicaçõ es

M. O. Doença
Borrelia burgdorferi Doença de Lyme
Chlamydia trachomatis Infeçã o genital
Chlamydia psittaci Infeçã o pulmonar
Chlamydia pneumoniae Infeçã o pulmonar
Ricketsia Febre tifó ide
Exacerbaçõ es da bronquite cró nica
Acne vulgaris
Doenças periodontais

o Farmacocinética
 Absorçã o digestiva incompleta (estomago e TGI superior)
 Clortetraciclina (30 %)
 Tetraciclina, oxitetraciclina (60-80 %)
 Doxiciclina, minociclina (95 %)
 ↑ concs. intestino
 Alteração flora intestinal:
 > Pseudomonas spp., Proteus spp., Enterococos,e Staphilococcus aureus
 Diarreia

 Minociclina e doxiciclina:
 Tetraciclinas com > taxa de absorção per os alimentos não afetam absorção destas
tetraciclinas

 Ampla distribuição pela maioria dos líquidos do organismo


 Doxiciclina e minociclina:+ lipofílicas
 Tendem a localizar-se nos ossos, fígado, baço, tumores e dentes.

 Ciclo enterohepático
 Excreção renal
 (doxiciclina e minociclinaàfezes)
 Atravessam placenta (CI grávidas)

 Formação de complexos não absorvíveis com iões metálicos (Ca, Mg, Al, Fe)
 EVITAR administração simultânea com leite, antiácidos

o Efeitos adversos
 Ossos e dentes
 CI em grávidas, lactantes e crianças até final 2a dentição
o Esta reação adversa é mais comum com o uso dos fármacos a longo prazo, mas
também tem sido observada após repetidos tratamentos de curta duração
 Descoloração permanente dos dentes em crianças
 Deposição tetraciclinas:
 Na dentina - hipoplasia esmalte dentário; coloração acastanhada dos dentes; >
vulnerabilidade às cáries
 Zona de crescimento ósseo - afeta crescimento

 Tigeciclina
o Estruturalmente é similar às tetraciclinas
o É um derivado da minociclina
o Inibe a síntese proteica bacteriana por ligação à subunidade 30S dos ribossoma

o Administração I.V.

o t 1⁄2 = 42 h àadministração 12 –12 horas


o Tem eliminação biliar e fecal predominante (~60 %) e renal (~40%)
o Vd mt elevado – excelente distribuição pelos diversos compartimentos orgânicos

o Espetro de açã o
 Gram –
 Gram +
 Anaeróbios
 Incluindo Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA)
 Não tem atividade contra Pseudomonas spp. ou Proteus spp.

o Indicaçõ es terapêuticas
 Infeções de pele e tecidos moles
 Infeções intra-abdominais

o Efeitos adversos
 Diarreia
 2 primeiros dias: náuseas e vómitos
 Dor no local da injeção
 Fotossensibilidade

 ~Tetraciclinas: deve evitar-se durante


gravidez e infância (efeitos sobre ossos e
dentes)
 Aminoglicosídeos
o Estreptomicina
o Neomicina - ↑↑ toxicidade sistémica
o Gentamicina
o Canamicina
o Tobramicina
o Amicacina
o Netilmicina

o ↑↑ no radicais OH e NH
o ↑ interações com outros compostos

o Espetro
 Muito extenso
 G- (Proteus, Klebsiella, Pseudomonas, Enterobacter, Shigella...)
 G+
 Não afetam anaeróbios

o Nã o afetam bactérias anaeró bias:

o Farmacocinética
 ↓↓↓ absorção via oral (< 1%)- apenas efeito tópico tubo digestivo
 Administração parentérica

 ↑↑açãocom↑pH
 (ex: genta 100x > pH 8,5 que a pH 5,0)

 Atravessam placenta
 Fraca distribuição tecidular
 Eliminação da forma ativa na urina

o Efeitos adversos
 Nefrotoxicidade (8 – 25%)
 Insuficiência renal, proteinúria
 Reversível, se terapêutica suspensa precocemente

 Ototoxicidade (25%)
o Lesão 8º par
craneano
Muito polares
o A ação ototóxica ocorre tanto sobre as células vestibulares como cocleares
 Destruiçã ocílios
 Acumulação endolinfa e perilinfa, inibição transporte iónico - destruição células cocleares

o Zumbidos
o Surdez progressiva (irreversível) Atravessam membrana
o Alterações do equilíbrio interna bacteriana por
Transporte ativo, dependente de
o Naúseas, vómitos, cefaleias, vertigens, tonturas transporte ativo energia da cadeia respiratória
Inexistente nos anaeróbios e em
o Risco tratamentos > 4 semanas (vida media 5x maior no ouvido que nocondições
plasma) de anaerobiose
o Surgimento tardio ou ↑ após suspensão fármaco (dose total)
o Toxicidade auditiva:canamicina, amicacina, neomicina
o Toxicidade vestibular : estreptomicina, gentamicina

o Bloqueio neuromuscular
o Raro
o Inibição da libertação pré-sináptica de Ach (inibição influxo Ca2+)
o Neo e tobramicina

Antibióticos que interferem com os ribossomas bacterianos (subunidade 30s)


 Cloranfenicol
o Bacteriostá tico; bactericida em certas estrirpes
o ↑ espetro de ação

o Indicaçõ es
 Febre tifó ide
 Infeçã o pulmonar

o Farmacocinética
 Muito lipofílico
 Rápida absorção GI
 Metabolização hepática - ajuste de doses em IH
 Eliminação renal (3% fezes)
 Concentrações mais elevadas no fígado e no rim
 Atravessa a placenta (concentrações séricas fetais podem ser de 30 a 80% dos níveis séricos maternos)

o Efeitos adversos
 Toxicidade hematoló gica
 Aplasia medular (dependente da dose)
o Irreversível (fatal)
o Leucopenia, trombocitopenia, pancitopenia

 Alteraçõ es GI: diarreia, ná useas, vó mitos

 Hipersensibilidade (erupções cutâneas)

 Neurite óptica (dor ocular, visão turva, perda de visão)

 Neurite periférica (dor intensa e debilidade de mãos e pés, parestesias)

 Síndrome cinzento do recém-nascido


 Incapacidade de conjugação hepática do cloranfenicol (imaturidade enzimática)
+
 Inadequada excreçã o renal
 Colapso cardiovascular (prematuros)

 Os sintomas podem aparecer 3-4 dias após do início do tratamento e ocorrem nesta ordem:
o Distensão abdominal
o Emese ocasional
o Progressiva palidez cianótica
o Colapso vasomotor, frequentemente acompanhado de respiraçã o irregular
 O Cloranfenicol inibe a síntese de proteínas da membrana mitocondrial interna através da
inibição da peptidiltransferase ribossómica.
A maioria das reações de toxicidade pode ser decorrente destes efeitos.

 Macró lidos
o Eritromicina (ERITROCINA ®)
o Espiramicina (ROVAMYCINE ®)

o Claritromicina (KLACID ®)
o Azitromicina (ZITHROMAX ®)
o Roxitromicina (ODONTICINA ®)
o Telitromicina (KETEC ®)

o  Mesmo local de ação do cloranfenicol (competição)


o Bacteriostáticos ou bactericidas

o Espetro
o G+ (concentrações 100x >> nos G+)
 Claritro > Eritro > Azitro
o § G-
 Azitro > Claritro > Eritro

o Indicações
o Infeçõ es respirató rias por Haemophilus Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila (primeira
escolha)

o Alternativa às penicilinas

 Eritromicina
o Farmacocinética
 Inativação pelo HCI
 (- revestimento entérico ou sais/ésteres de eritromicina para adm oral) ETILSUCCINATO

 Absorçã o intestinal
 Alimentos interferem com absorçã o (adm. 30 min antes refeiçã o)

 Nunca IM – dores intensas, abcessos (pode ser adm IV)

 Metabolizada via hepática CYP3A4


 Eliminação nas fezes
 t 1⁄2 =1,5-2,5h (níveis séricos =6h) - 4 id

 Claritomicina
o Derivado metilado da eritromicina
o + Ativa contra H. influenzae (ação sinérgica com metabolito hidroxilado)

o Estável meio ácido


o Alimentos não afetam absorção

o > t 1⁄2 (8,5h)

 Azitromicina
o > estabilidade meio ácido
o Alimentos não interferem com absorção
o >t1⁄2(40h)
o >> acumulação intracelular (ex: leucócitos)

o Cefaleias, tonturas
o Não interfere com metabolismo de outros fármacos
 Interaçõ es (Eritro e Claritromicina)
o Complexos com Fe do CIT P450 - inativação enz. CYP3A4 - inibição metabolismo outros fármacos e aumenta
as suas conc

o ↓ Metabolismo - ↑ EFEITO de:


 Varfarina
 Antidepressivos tricíclicos
 Carbamazepina
 Ciclosporina
 Teofilina
 Digoxina

o Efeitos adversos
 Bem tolerados

 GI
 (33%: náuseas, vómitos, diarreia)
 Doses elevadas (eritro)

 Eritromicina:
 nunca I.M. - dores intensas,
abcessos (pode ser adm IV)

 Hepatite colestática
 (estolato de eritromicina)

 Raro: Hipersensibilidade

 Lincosamidas – Lincomicina e Clindamicina


o Inibem síntese proteica (unem-se à
subunidade 50 s)
o Ligação próxima do local dos macrólidos:
competição
o A lincomicina é menos ativa do que a
clindamicina

o Espetro de açã o
 G+
 Eficazes contra anaeróbios: Actinomices, Bacteroides fragilis, Clostridium perfringens,
 Fusobacterium, Propionibacterium, Peptococos y Peptoestreptococos.
 Cocos G+ aeróbicos: estafilococos, S. pneumoniae
 Clindamicina-algumasestirpesdeHaemophilusinfluenzae,Neisseriagonorrhoeae, Gardnerella
vaginalis

o Indicaçõ es
 Clindamicina: infeções ginecológicas e da pele
 Infeções abdominais (anaeróbios)
 Acne
 Infeções ósseas e articulares

o Farmacocinética
 Adm oral (~50% absorção) ou parentérica (I.V., I.M.)

 Não atravessam BHE


 Atravessam placenta
 Acumulação: bílis, osso, líquido sinovial, saliva, próstata e pleura
 Eliminação biliar (70%) e urinária (30%)
 Ciclo entero-hepático à alteração flora intestinal (2 semanas)
 Diarreia (ligeira a grave)

o Efeitos adversos
 GI
 Náuseas, vómitos, diarreia(20%)
 Colite pseudo membranosa (3-5%) por C.difficile – diarreia, dores abdominais, febre
 Alterações hepáticas, icterícia (raro)
 IR
 Erupções cutâneas
 Síndrome de Stevens-Johnson

 Alterações hematológicas (leucopenia, neutropenia, agranulocitose, eosinofilia e trombocitopenia)


 Bloqueio neuromuscular

 Estreptograminas
o 1999
o Quinupristina + dalfopristina
o G+
o 50S

o Adm via IV na proporção 30:70, de


quinupristina e dalfopristina,
respetivamente
o São inibidores síntese proteica com
ação sinérgica: isoladamente são bacteriostáticos, se combinados são bactericidas
o t1⁄2=3h

o Efeitos adversos
 Irritação venosa
 GI: náuseas, vómitos, diarreia
 Mialgias, artralgias (2%)
 Rashes
 Aumento da bilirrubina

Outros antibióticos que interferem com a síntese proteica


 Oxazolidinonas
o 2000
o Linezolide (ZYVOXID *)
o G+
o Gram- anaeróbias e micobactérias

o 50 S, próximo do local de ligação à subunidade 30S – impedem formação de 70 S

o GI: náuseas, vómitos, diarreia


o Cefaleias, alterações da visão
o Hipertensão
o Trombocitopenia (> 2 semanas)

o Uso hospitala
o Tratamento da pneumonia e infeçõ es na pele

Antibióticos que interferem com o metabolismo bacteriano


 Antimetabolitos: Sulfonamidas e Cotrimoxazol
o Necessá rio para a síntese dos precursores do DNA e RNA (bacté rias e mamíferos)
o Mamíferos – Captam folatos da dieta
o Bacté rias – Necessitam de sintetizar á cido fó lico

 Sulfonamidas (sulfametoxazol,sulfatiazol,sulfadiazina...)
o As sulfonamidas foram os primeiros antimicrobianos a serem utilizados na prática clínica.
o O desenvolvimento de resistências e a sua toxicidade têm limitado a sua aplicação terapêutica.

o Competem com PABA


o Inibem enzima (dihidropteroato sintetase)
o Impedem da síntese de folatos
o Efeito bacteriostático
o A ação das sufonamidas pode ser DIMINUÍDA na presença de:
 >> PABA ® << ação Sulfonamidas
 Anestésicos locais tipo éster (ex: procaína)
 Pús - libertação de purinas e pirimidinas - utilizadas pelas bactérias para síntese do DNA e RNA (já
não necessitam de sintetizar ácido fólico)

o Farmacocinética
 Administração oral (70-95% absorção)
 Administração tópica (® reações alérgicas)

 Distribuem-se por todos os líquidos corporais


 Atravessam BHE e placenta

 Sulfonamidas:
 Acetilação hepática e glicuronoconjugação
 Metabolito inativo mas tóxico

 Eliminação renal(↑%)

o Efeitos adversos
 Reações Cutâneas
 Erupções cutâneas, Síndrome de Stevens-Johnson

 Alterações sanguíneas
 Anemia hemolítica, agranulocitose, trombocitopenia

 Rim
 Cristalúria (sulfadiazina)
 Obstrução túbulos renais  necrose e anúria

Para ↓ risco:
-Ingestão 1,5L líquido
-Alcalinizar urina

 Trimetoprim
o Inibição da síntese de folatos
o Não é análogo estrutural do PABA
o Inibe enzima (dihidrofolato redutase)

o Atravessa BHE
o > concs. Pulmão e rim
o Base fraca  urina ph mais ácido  > eliminação

o Efeitos adversos

 Náuseas, vómitos
 Alterações sanguíneas
 Alterações cutâneas
 Pode ↓ folato do doente (suplemento dieta)

 Cotrimoxazol
o Coassociaçã o de Trimetoprim + sulfametoxazol

o Atuam em passos sequenciais da síntese de folatos


o Efeito sinérgico

o Bactrim
o Septrin
o Cotrimoxazol ratiopharm

o Espetro
 G+
 G-
 Streptococcuspyogenes,S.pneumoniae,Haemophilusinfluenzae,H.ducreyi,Nocardia, Actinomyces,
Calymmatobacterium granulomatis e Chlamydia trachomatis.

o Indicaçõ es
 Infeções urinárias
 Prostatites
 Infeções devidas a pneumocystis carinii

o Precauçõ es
 Sulfametoxazol
 Compete com a bilirrubina / albumina plasmática
 Hiperbilirrubinemia neonatal
 Kernicterus

 IR
 IH
 Doenças hematoló gicas
 Porfiria

o Interaçõ es
 O cotrimoxazol pode potenciar o efeito de:
 Anticoagulantes orais
 Fenitoína
 Sulfonilureias
 Metotrexato

Antibióticos que interferem com os ácidos nucleicos


 Quinolonas
o Melhorou o espetro de atividade, o perfil farmacociné tico, diminuíram os efeitos adversos e as resistê ncias
bacterianas

o Mecanismo de açã o
 Inibem topoisomerases bacterianas necessárias para a síntese de DNA
 DNA girase – Gram-negativos
 Topoisomerase IV – Gram-positivos
 Ação bactericida dose-dependente

 Espetro
 Muito vasto
 G+ (> com novas quinolonas)
 G-

 Indicaçõ es
 Infeçõ es urinarias
 Infeçõ es respirató rias por pseudomonas aeruginosa em doentes com fibrose cística
 Gonorreia
 Prostatite
 Otite externa por P. aeruginosa

 Farmacociné tica
 Bem absorvidas via oral
 Alimentos ↓ 20% absorção
 Al, Mg, Ca, Fe, Zn: ↓ absorção
o !! Interação com ANTI-ÁCIDOS

 Fraca penetração na BHE

 Excreção renal (filtração e secreção)


o !! Insuf. Renais
 Acumulação em vários tecidos RIM, PRÓSTATA E PULMÕES
 Ciprofloxacina e norfloxacina:metabolização hepática cit p450 inibição enzimática - causam
interação com diversos fármacos

 Interaçõ es medicamentosas
 Diminuem a absorção das quinolonas:
 Anti-ácidos e sucralfato (AI)
o Administrar quinolona 2h antes do anti-ácido

 (inibição citp450) aumentam o tempo de semi-vida de:


 Varfarina (> risco de hemorragias)
 Teofilina (> risco toxicidade; taquicardia, náuseas, tonturas)
o As que têm < risco interação: nor, oflo e lomefloxacina
 Ciclosporina (> risco de nefrotoxicidade)

 Efeitos adeversos
 Efeitos de GI
o SNC
 Insónias, cefaleias
  Convulsões (doentes risco, teofilina)

o Efeitos dermatoló gicos


 Fotossensibilidade, prurido, eritema
 Rashes cutâneos

o Cardíacos
 Prolongamento do intervalo QT (arritmias)

o Leõ es articulares
 Erosã o cartilagens (!! Jovens )

 Evitar administrar
o < 18 anos
o Grávidas
o Amamentação

 Metronidazol
o Exclusivamente: anaeróbios

o Bactericida
o Difusão passiva  ativado no interior da bactéria  metabolitos: ligam-se ao dna
 Impedem replicação celular
o Adm oral
o Metabolização hepática
o Eliminação renal/fezes

o Metronidazol é uma alternativa adequada em doentes alérgicos à penicilina (ex: tratamento de abcessos
dentários)

o Efeitos adversos
 Náuseas, cefaleias, anorexia, vómitos
 Sabor metálico desagradável
 Epigastralgias
 Coloração escura da urina; disúria

 Reação tipo dissulfiram se adm com álcool

 Snc: convulsões, sonolência/insónia, parestesias

o Interaçõ es
 Metronidazola  > efeitos anticoagulantes (varfarina)
 >> risco hemorragias
 >> níveis lítio e ciclosporina
 Risco toxicidade

Fármacos que atuam no sistema nervoso central– Aula 12


Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos
 Ansiolíticos
o Fármacos que diminuem a sensação de ansiedade podendo, ou não, diminuir as outras manifestações
objectivas. Sendo que a sensação de ansiedade representa a vertente subjectiva da ansiedade, que é relativa ao
indivíduo, e as manifestações objectivas objectiva (ex: roer as unhas, transpirar, etc.), representam a vertente
objectiva da ansiedade, vertente que pode ser observada.

 Sedativos
o Fármacos que diminuem a agitação psico-motora (ex: irritabilidade, hiperactividade), actuando nas
manifestações objectivas. No entanto podem não diminuir a sensação subjectiva de ansiedade.

Nota:
 A sedação é um efeito secundário de muitos fármacos (ex: anti- histamínicos, neurolépticos)

 Hipnó ticos
o Fármacos que induzem sono no indivíduo, mesmo que este não tenha sono ou insónias. Destinam-se a facilitar
o início e manutenção do sono natural e do qual o indivíduo pode ser acordado de forma mais ou menos
imediata (dependendo do tipo de hipnótico).

 Tranquilizantes
o Definição que já não se usa (mas que ainda pode surgir em alguns manuais)
o Tranquilizantes major - fármacos que reduzem a agressividade mesmo em situações de grande agitação (anti-
psicóticos).
o Tranquilizantes minor - fármacos ansiolíticos e/ou sedativos (benzodiazepinas (bzd))

 Benzodiazepinas
o Alprozolam (Ex. Xanax ®; Unilan ®; Prazam ®; Pazolam ®)
 Via de administração: oral
 Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade, agorafobia (ataques de pânico).

o Clonazepam (Ex. Rivotril ®)


 Via de administração: oral
 Usos terapêuticos: distúrbios convulsivos, maníaco-depressivos, adjuvante na mania aguda e em
determinados distúrbios do movimento.

o Bromazepam (Ex. Lexotan ®; Bromalex ®)


 Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade

o Diazepam (Ex. Metamidol ®; Bialzepam ®; Valium ®)


 Via de administração: oral, IM, IV, rectal.
 Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade, distúrbios convulsivos, relaxamento da musculatura
esquelética, pré-medicação anestésica.

o Estazolam (Ex. Kainever ®)


 Via de administração: oral
 Usos terapêuticos: Tratamento da insónia

o Flunitrazepam (Ex. Rohypnol ®)


 Usos terapêuticos: insónia e/ou pré-anestésico

o Lorazepam (Ex. Ansilor ®; Lorenin ®; Lorsedal ®)


 Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade, medicação pré-anestésica.
 Via de administração: oral, IM, IV

o Midazolam (Ex. Dormicum ®)


 Via de administração: IV, IM
 Usos terapêuticos: medicação pré-anestésica e intra-operatória
o Oxazepam (Ex. Serenal ®)
 Via de administração: oral
 Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade.

o Triazolam (Ex. Halcion ®)


 Via de administração: oral
 Usos terapêuticos: Tratamento da insónia.

o Zolpidem (Ex. Cymerion ®; Stilnox ®) (Apesar de não ser uma BZD actua no mesmo receptor que as
benzodiazepinas).
 Não é uma benzodiazepina mas actua no mesmo receptor.
 Usos terapêuticos: Tratamento da insónia, com curta duração de acção (sem propriedades relaxantes
muscular ou anticonvulsivantes, induz um síndrome de abstinência ligeiro e provoca baixa
dependência ou tolerância)

o As benzodiazepines ligam-se à sub-unidade α do receptor do GABA, aumentando a sua afinidade para o


GABA e assim que haja uma maior influxo de Cl- para o neurónio, levando à hiperpolarização da membrana e
consequentemente a uma inibição da geração de novos potenciais de acção.

o Efeitos terapêuticos
 Ansiolítico
 Sedativo
 Hipnoindutor (alguns)
 Relaxante muscular - aumenta o efeito inibitório do GABA no arco reflexo a nível medular (alguns)
 Anticonvulsivante - apresentam efeito anti-epilépticos (alguns)

Nota:
 Também são úteis como medicação adjuvante de muitos tratamentos do foro psiquiátrico e como
medicação pré-anestésica

o Duraçã o de açã o
 Curta duração de acção (3-8 horas):
 Oxazepam
 Triazolam
 Média duração de acção (10-20 horas):
 Alprazolam
 Estazolam
 Lorazepam
 Temazepam
 Longa duração de acção (24-72 horas):
 Clorazepato
 Clordiazepóxido
 Diazepam
 Flurazepam
 Quazepam

o Efeitos secundários:
 Amnésia anterógrada (doses elevadas), mas não afecta a retrógrada.
 Diminuição da coordenação motora
 Aumento do tempo de reacção
 Apatia, sonolência
 Disartria, fadiga
 Desorganização do pensamento, alterações visuais
 Cefaleias, náuseas, obstipação, vómitos, tonturas
 Astenia
 Xerostomia e sabor amargo na boca (especialmente ao acordar)
 Incontinência

Nota:
 As benzodiazepínas afectam mais as funções motoras que o conheciment0.

o Precauções:
 Idosos, insuficiência hepática, renal, cardíaca (ajuste nas doses)
 “Miastenia gravis”, DPOC grave e apneia do sono.
 O álcool e os fármacos depressores do sistema nervoso central podem potenciar os efeitos sedativos
das benzodiazepinas.

Nota:

 Na presença de álcool e/ou com interacções medicamentosas e principalmente, se a um destes factores


se adicionar a sobredosagem muito elevada de bzd, pode existir depressão respiratória e/ou
cardiovascular !

o A utilização crónica e abusiva de benzodiazepinas está associado a risco de dependência e tolerância à


benzodiazepina em questão.
o Os sintomas de abstinência surgem quando se interrompe a administração de benzodiazepinas, pelo que não se
deve interromper abruptamente a administração de benzodiazepinas em indivíduos a fazer terapia com
benzodiazepinas por períodos superiores a 30 dias, devendo-se optar por uma descontinuação gradual.

o Síndrome de abstinência das benzodiazepinas:


 A ansiedade é o principal síndrome de privação da privação
das benzodiazepinas a um indivíduo submetido a tratamento
prolongado.
 Este síndrome é menos intenso com as benzodiazepinas de
acção longa e com o Zolpidem.

 Intoxicaçã o por benzodiazepinas


o Flumazenil: antagonista dos receptores das benzodiazepinas, que se liga com elevada afinidade ao receptor
das benzodiazepinas, onde antagoniza competitivamente a ligação das benzodiazepinas e consequentemente o
seu efeito.

o Nota:
o A dose de ataque é feita por via I.V. em 0,2 mg/30 segundos, podendo existir administrações subsequentes até
resposta positiva ao antídoto.

 Consideraçõ es em fisioterapia
o A maioria dos utentes em programas de fisioterapia consome benzodiazepinas.
o Geralmente, apenas o diazepam é utilizado com o propósito de tratar perturbações musculoesqueléticas.
o Deve-se alertar os mais idosos que as benzodiazepinas podem induzir sonolência diurna, o que agrava o risco
de queda e fractura.
o Sobredosagem de bzd induzem um estado semelhante a intoxicação alcóolica. alertar os idosos, insuf.
hepáticos e insuf. renais e insuf cardíacos para tais efeitos.
o Benzodiazepinas podem agravar apneia do sono e a dificuldade respiratória no dpoc.
o Muitos dos utentes podem sofrer de ansiedade durante os processos de fisioterapia, pelo que nestes casos o uso
de benzodiazepinas pode ser benéfico, contudo, poderá afectar a compreensão e a mobilidade durante o treino.

o Os principais efeitos secundários que afectam as acções de fisioterapia são:


 Diminuição do estado de vigília.
 Perturbações no controlo motor (aumento do tempo de resposta, fraqueza muscular, fadiga).

 Soluçõ es fisioterapêuticas
o Programar as sessões terapêuticas para o momento do dia em que os efeitos das benzodiazepinas são menos
sentidos. Geralmente o pico de absorção e efeitos das benzodiazepinas ocorre 2h-4h após a administração, mas
os efeitos secundários podem-se manter várias horas (variação individual).
o Adaptar o programa de treino aos efeitos das benzodiazepinas.

 Barbitú ricos
o Os barbitúricos formavam no passado a base do tratamento usado para sedação ou indução do sono, no entanto
devido ao seu potencial para abuso e toxicidade, têm sido substituídos por benzodiazepinas.

o Características gerais dos barbitúricos:


 Podem provocar todos os graus de depressão do sistema nervoso central, desde a leve sedação (baixas
doses) até à anestesia geral, coma e morte (doses elevadas);
 Em casos de intoxicação, especialmente se associados ao álcool e a outros depressores do sistema
nervoso central (ex. benzodiazepinas) pode ocorrer grave inibição da função respiratória e
cardiovascular.
 Reduzida margem de segurança
 Os barbitúricos são indutores hepáticos, ou seja, aumentam a metabolização dos fármacos que são
metabolizados pelo CYP-450.

o Mecanismo de açã o
 Aumentam a actividade do GABA;
 Diminuem a dissociação GABA/receptor;
 Fixam-se aos receptores GABA α num local em que permitem a passagem do Cl- sem necessitarem
que o receptor GABA seja estimulado pela ligação do GABA.

o Utilizaçõ es terapêuticas:
 Alguns barbitúricos são utilizados para indução da sedação e anestesia, outros para tratamento de
crises convulsivas de grande mal (Epilepsia Grave), mas têm vindo a ser substituídos pelos nos Anti-
Epilépticos que têm muito menos efeitos secundários.

 Fenobarbital (ex. Luminaletas ®): tratamento da epilepsia e manifestações de ausência. Indução de


sedução diurna.
 Tiopental: indução de anestesia.
 Hidrato De Cloral: essencialmente utilizado para induzir sedação em pediatria para, procedimentos
de diagnóstico, dentários, etc.

o Efeitos secundá rios


 Depressão e perturbação residual do sistema nervoso central
 Sonolência
 Náuseas, vómitos, vertigens
 Por vezes pode ocorrer uma excitação paradoxal no início da administração
 Reacções alérgicas (devido à libertação possível histamina).
 Provocam dependência e tolerância.

o Precauçõ es
 Idoso (as doses devem ser ajustadas);
 Insuficiência hepática, renal, cardíaca, “miastenia gravis”, Insuficiência respiratória grave e apneia do
sono.

 Interaçõ es farmacoló gicas


 Álcool e outros depressores do snc podem potenciar os efeitos das dos barbitúricos.
 Aumentam a velocidade de biodegradação da maioria dos fármacos (atenção aos fármacos com
reduzida margem terapêutica, ex. aco, anticonvulsivantes, digitálicos, contraceptivos orais).

Antipsocóticos
 Sistema dopaminérgico
o A dopamina é sintetizada a partir da tirosina (como a noradrenalina ou a epinefrina).
o O neurónio dopaminérgico apenas possui as enzimas necessárias para a conversão da tirosina a dopamina, não
possuindo as restantes enzimas que convertem a dopamina em noradrenalina ou epinefrina.

 Antipsicó ticos
o Indicações terapêuticas
 Efeito depressor global sobre a maior parte das funções cerebrais.
 Redução da agitação e a hiperactividade neuromuscular, proporcionando um estado de tranquilidade e
descontracção.
 Tratamento da Esquizofrenia, Mania, Agressividade súbita e ocasionalmente na Depressão.

o Nota:
 Possuem ainda efeitos anti-eméticos que serão estudados noutro capítulo.

o Mecanismo de acção
 Bloqueiam os receptores dopaminérgicos centrais e periféricos.
 Consoante o fármaco, também bloqueiam outros receptores (α; H1; M; 5- HT, etc).
 Efeitos
o Efeitos dos anti-psicóticos
 Efeitos anti-psicóticos (o indivíduo “fica mais lento” nos seus reflexos, mas o seu pensamento torna-
se claro).
 Redução das alucinações, agressividade;
 Estabilidade emocional
 Redução da actividade espontânea, lentidão na resposta aos estímulos (atenção ao manuseamento de
máquinas);
 Respostas precisa às questões que lhe são colocadas; → “normalização do sono” e “despertar rápido”;

Nota:
 Diminui o limiar de convulsão (pode ser perigoso para o epiléptico...).

o Efeitos anti-eméticos

o Efeitos anti-muscarínicos
 Resultante da inibição dos receptores colinérgicos.

o Efeitos extra-piramidais
 Parkinsonismo, acatisia (agitação motora), discinésia tardia (posturas inapropriadas do pescoço,
membros e tronco)

o Efeitos anti-adrenérgicos
 Resultantes da inibição dos receptores α-adrenérgicos).

o Efeitos endócrinos
 A maioria dos anti- psicóticos aumenta a secreção de prolactina (prl), devido ao bloqueio dos
receptores d2 da hipófise (que impedem a “regulação negativa” do hipotálamo). A libertação da prl
pode induzir galactorreia e ginecomastia...

 Antipsicó ticos clá ssicos


o Os antipsicóticos clássicos foram os primeiros a ser comercializados. São o grupo mais antigo, sendo menos
selectivos, logo possuem mais efeitos secundários (inclusive extra-piramidais).
o São o grupo mais recente, possuindo menos efeitos 2os e menores efeitos extra-piramidais, em comparação
com os clássicos, e maior eficácia na regulação dos sintomas negativos das psicoses.
o São muito mais selectivos para o antagonismo dos receptores da Dopamina e da Serotonina.

 Indicaçõ es terapêuticas
o Tratamento de distúrbios psicóticos agudos e crónicos. Embora não sendo específicos para a psicose a ser
tratada, são claramente eficazes nas psicoses como:
 Esquizofrenia;
 Mania (e fase maníaca da doença bipolar);
 Psicoses agudas ideopáticas:
 Síndrome de “Gilles de la tourette”, autismo infantil; → Transtorno
 delirante persistente;
 Alívio da psicopatologia da demência senil;
 Dor neurológica crónica;
 Tratamento coadjuvante do tétano (Cloropromazina)

o Tratamento do síndrome de abstinência associado a alcoolismo (especialmente nas psicoses associadas ao


alcoolismo crónico);

o Tratamento de náuseas e vómitos (alguns anti-psicóticos têm efeitos anti- eméticos podendo ser úteis, em
casos de, por ex:
 Vertigens;
 Cinetose;
 Vómitos induzidos por Radioterapia e Quimioterapia.

o Apesar do sucesso dos anti-psicóticos, o uso isolado não constitui o melhor acompanhamento para os doentes
psicóticos.
o Geralmente são necessárias 2 a 3 semanas para se comprovarem os efeitos positivos no paciente
esquizofrénico. Sendo, geralmente, associados ansiolíticos e sedativos (ex. Benzodiazepinas) durante o início
do tratamento anti-psicótico, diminuindo as doses quando se verificar a melhoria dos sintomas.
o Por vezes associam-se anti-psicóticos e anti-depressivos, em especial nos pacientes psicóticos deprimidos ou
nos casos de depressão com agitação e manifestações psicóticas.

o Os antipsicóticos podem comprometer a atenção ou as respostas motoras... Atenção ao manuseamento de


máquinas!
o Geralmente, como os anti-psicóticos são utilizados de forma crónica e devido à hiperprolactinémia que
produzem, existe a preocupação clínica sobre as suas possíveis contribuições para o cancro da mama.
o Embora não exista a confirmação de tal risco, os neurolépticos e outros agentes que estimulem a secreção de
PRL devem ser evitados em pacientes com carcinoma da mama, particularmente em caso de metástases.

o A maioria dos anti-psicóticos (especialmente os Atípicos) possui efeito terapêutico por 24h, o que leva à
prática comum de se administrar a dose diária 1x/dia (o que aumenta a “adesão” do doente ao tratamento).
Contudo, a dose deve ser individualizada para cada paciente.
o No tratamento das crises psicóticas agudas, a dose de fármaco anti-psicótico é aumentada durante os 1os dias,
até se obter o controlo dos sintomas. Posteriormente a dose é ajustada durante as semanas seguintes, assim que
as condições do paciente o permitam.
o A suspensão súbita de um tratamento anti-psicótico pode levar a mal-estar e / ou dificuldade em conciliar o
sono por vários dias e recidiva ou exacerbação da Psicose.

o Para o tratamento da mania podem ainda ser administrados fármacos estabilizadores do humor e o lítio.
Contudo, no tratamento inicial da mania aguda torna-se mesmo obrigatório o uso de anti-psicóticos, uma vez
que nas primeiras semanas o Lítio não tem efeito terapêutico.

o Anti-psicótico de urgência: haloperidol i.v. (ou equivalente);

o A agitação grave e não controlada pode ser tratada com uma benzodiazepina sedativa (ex. Lorazepam);

o Efeitos secundários, mais frequentes, dos anti-psicóticos


 Retenção urinária
 Confusão mental
 Disfunção sexual
 Tremores
 Hipotensão postural
 Obstipação
 Dependentes do antagonismo da dopamina:
 Galactorreia e ginecomastia;
 Indução do apetite → provável aumento de peso!!
 Disfunção sexual

 Reaçõ es extra-piramidais
o Uma das acções da dopamina no sistema nervoso central é regular (inibir) as acções excitadoras (em excesso)
da acetilcolina. O bloqueio dos receptores dopaminérgicos altera este balanço, passando a acetilcolina a “estar
em excesso” no sistema nervoso central, o que resulta em efeitos motores involuntários (extra-piramidais).
 Parkinsonismo (tremor, rigidez, hipocinésia), dose dependente, desenvolve- se rapidamente e é
reversível.
 Discinésia tardia (movimentos involuntários nos membros, boca, língua). surge anos após o início do
tratamento (em cerca de 50% dos indivíduos). Mais frequente após 50 anos. Pode não ser reversível.

 Antagonismo
o Antagonismo muscarínico:
 Cicloplegia
 Aumento da pressão intra-ocular
 Secura das mucosas
 Obstipação e redução da motilidade gástrica e retenção urinária
 Disrritmias
o Antagonismo α-adrenérgico
 Hipotensão ortostática
 Disfunção sexual
o Antagonismo histamínico H1
 Sedação
 Anti-emético (pode ser benéfico)

 Precauçõ es
o Os anti-psicóticos podem potenciar a acção de fármacos sedativos e ansiolíticos, analgésicos e anti-
histamínicos
o Interferem com as acções dos agonistas dopaminérgicos e da L-DOPA (possível exacerbação dos sintomas
psicóticos)
o Fármacos com efeitos cardiovasculares (mesmo que secundários) podem potenciar disrritmias quando
associados a antipsicóticos.

 Consideraçõ es em fisioterapia
o Monitorizar o utente relativamente a efeitos extrapiramidais e informar o médico quando se verificarem.
o Alertar para a redução do estado de alerta e resposta a estímulos, o que pode reduzir a capacidade de condução
de máquinas e mobilidade.
o Alertar o utente para os efeitos secundários e incentivar a toma da medicação uma vez que é muito frequente o
abandono da terapêutica.
o Os antipsicóticos podem aumentar e potenciar a adesão às sessões de fisioterapia no doente estabilizado.

o Estar atento para os efeitos secundários que podem interferir com as sessões terapêuticas:
 Sedação
 Possível hipotensão ortostática
 Efeitos extra-piramidais (bradicinésia, tremor, rigidez).
 Discinésia tardia

 Soluçõ es fisioterapêuticas
o Hipotensão ortostática - Para evitar quedas, auxiliar o indivíduo nas mudanças de posição e em ambientes
quentes .
o Sedação acentuada - programar as sessões terapêuticas para o momento do dia em que o efeito é menos
sentido (variação individual).

 Analgésicos opió ides


o Estimulam os receptores opióides, simulam a acção de substâncias naturais do organismo conhecidas como
endorfinas, os quais estão localizados em certas células do sistema nervoso central, do sistema nervoso
periférico e do tracto gastro-intestinal.

o Sistema opióide endógeno apresenta uma elevada complexidade e diversidade de efeitos:


 Inibição das respostas aos estímulos dolorosos;
 Modulação / regulação da função gastro-intestinal, endócrina e autónoma;
 Estímulo das propriedades gratificação e dependência;
 Modulação / regulação da função cognitiva, da aprendizagem e da memó ria

o Apesar de existirem algumas diferenças entre os diferentes analgésicos opió ides mais potentes, há um
padrã o mais ou menos comum nos seus efeitos.

o Mecanismo de acçã o:
 Os opió ides atravessam muito rapidamente a BHE.
 No SNC actuam nos receptores opió ides, simulando a acçã o das ENDORFINAS

o Existem diversos tipos de receptores opió ides:


 μ1 e μ2 – Cérebro
 δ - Cérebro, Espinal Medula e
 Tecidos Periféricos
 k - Cérebro e Espinal Medula

o Analgésicos opió ides que estimulam os receptores μ


 Morfina
 Heroína
 Codeína
 Fentanil e derivados
 Metadona e congéneres

o Analgésicos opió ides que inibem os receptores μ


 Naloxona
 Naltrexona
 Pentazocina (antagonista parcial)
o
 Receptores opióides (de maior interesse)
o Receptores μ - SNC, fármacos semelhantes à morfina (efeito analgésico)
 Receptores μ1- ligados à analgesia
 Receptores μ2- ligados à função respiratória

o Opióides não selectivos que estimulam o μ1 vão exercer efeitos sobre a função respiratória (depressão
respiratória).

 Morfina (ex. MST ®; Sevredol ®; Skenan ®)


o A morfina é o fármaco tipo dos analgésicos opióides, é um forte agonista dos receptores μ .
o É também o que possui maiores acções farmacológicas (úteis e indesejáveis), sendo as acções dos restantes
analgésicos opióides normalmente comparadas à acção da morfina.
 Açõ es farmacoló gicas da morfina
o Analgesia, a morfina e fármacos relacionados induzem analgesia sem perda de consciência.
 Em pacientes com dor aliviam a dor.
 Em pessoas sem dor, ou em sobredosagem, ocorrem principal/, efeitos 2os.

o Alterações de humor e “efeitos recompensadores”:


 Euforia, tranquilidade e alteração de humor

o Miose: constrição da pupila.


 Convulsões: especialmente, em sobredosagem, podem provocar convulsões (provavelmente pela
inibição libertação do gaba).

o Depressão respiratória:
 Quanto maior a dose administrada maior será a
depressão respiratória.
 Mecanismo principal da depressão respiratória:
diminuição da resposta dos centros respiratórios do
tronco cerebral ao CO2.
o Supressão da tosse:
 Inibe o reflexo da tosse, por efeito directo no
centro da tosse presente no bulbo cerebral.

o Naúseas e vómitos:
 Efeitos eméticos e náuseas.

o Pele
 Libertação de histamina → urticária e prurido.

o Sistema cardiovascular:
 Dilatação arterial: (+) face, cabeça e pescoço; possível hipotensão ortostática ;

o Tracto gastro-intestinal:
 Reduz a motilidade gástrica, prolongam o tempo de esvaziamento gástrico e diminuem as contracções
peristálticas do cólon → obstipação;
 Diminui todas as secreções do tracto GI (HCl, bílis, pancreática e intestinal).

o Tracto biliar:
 Contracção do esfíncter de oddi, → > pressão intra-vesical → cólica biliar. sistema urinário:

o Inibição o reflexo urinário, e aumento da libertação da hormona adh, de modo que é provável a algaliação após
doses mais elevadas de opióides.

o Tolerâ ncia e dependência:


 A morfina e os seus análogos podem induzir síndrome de abstinência e adição compulsiva.

o Sistema endócrino:
 Principalmente a morfina pode induzir maior libertação de LH, FSH e ADH.

o Outras considerações:
 A morfina e derivados opióides são facilmente absorvidos por via transdérmica, subcutânea,
intramuscular, intratecal e epidural; • A biodisponibilidade da morfina por via oral é de apenas 25%;

o Sintomas de abstinência:
 Ansiedade, tremores Insónia,
 Hiperalgesia,
 Dores musculares /cãibras, Irritabilidade,
 Tonturas, náuseas,
 Humor disfórico e desejo de usar a droga.

o Sinais de abstinência:
 Dilatação da pupila (midriase);
 Sudorese,
 Piloerecção,
 Taquicárdia,
 Vómitos, Diarreia, HTA,
 Febre.

 Principais indicaçõ es terapêuticas


o Tratamento dor grave e tumoral e induçã o da analgesia; → Sedaçã o pré-operató ria;
o Alívio da tosse (de origem tumoral);

 Efeitos secundá rios


o Naúseas; Vómitos; Obstipação;
o Hipotensão ortostática;
o Cólica biliar;
o Retenção urinária;
o Urticária e prurido;
o Alterações no ciclo menstrual e no desejo sexual (devido às interferências nos eixos hipotálamo-
hipófise-gónadas / supra-renal);
o Sobredosagem → convulsões e depressão respiratória.

 Efeitos adversos comuns


o Retenção urinária
o Dependência
o Depressão respiratória
o Sedação
o Obstipação
o Náusea e vómitos

 Fentanilo e derivados
o Fentanilo e derivados: alfentanilo (ex. rapifen ®); fentanilo (ex. durogesic ®) e sulfentanilo, também são
fármacos agonistas dos receptores opióides μ, mas com potência analgésica cerca de 100x superior à morfina.

o Uteis no controlo da dor no pré, durante e pós-operatório:


 Rápido início de acção analgésica (analgesia máxima em 5 min.)
 Estabilidade C.V.;
 Rápida reversão após administração de pequenas doses.

o Indicações terapêuticas:
 Adjuvante anestésico via i.v., intratecal ou epidural;
 Controlo da dor no pré, durante e pós-operatório;

o Possíveis efeitos secundários iguais à morfina, mas menos intensos.

 Outros fá rmacos com potência semelhante à morfina para tratamento da:


o Dor crónica grave
o Dor tumoral
o Dor pós-operatória
o Nevralgia do trigémio
o Cólica renal

o Fármaco útil quando há contra-indicação para a estimulação dos receptores μ, especialmente quando a morfina
está contra-indicada:
 Administração simultânea de agonistas fortes com
 Agonistas/antagonistas - receptores μ
 Aumento pressão intracraniana
 Diminuição da função respiratória
 Hipovolémia
 Cólica renal
 Diminuição da função hepática e/ou função renal

 Outros fá rmacos
o Tramadol (ex. tramal ®)
 Fraco agonista dos receptores opióides μ.
 Tratamento do dor moderada, apresentando menos efeitos secundários que a morfina e eficácia
semelhante.

o Clonixina (ex. clonix ®; algimate ®)


 Analgésico (mas não tanto como o tramadol), sendo eficaz na dor moderada.
 Apresenta menos efeitos secundários que o tramadol

o Codeína (ex. Codipront ®)


 Anti-tússico de acção central, pois tem boa actividade antitússica em doses que não promovem
analgesia. Indicado no tratamento da tosse seca e irritativa (via oral -> 10% da codeína é metabolizada
a morfina, daí as suas propriedades antitússicas).
 Encontra-se em desuso devido aos seus efeitos secundários, que dependendo da dose, podem ser
semelhantes aos da Morfina.

Nota:
 Por vezes é combinado com Paracetamol e/ou AAS.

 Toxicidade opió ide


o Coma, depressão respiratória, depressão sistema nervoso central
o O tratamento da intoxicação por opióides assenta em: → estabelecer a via respiratória e ventilar o indivíduo;
→ administrar um antagonista opióide (ex. naloxona; naltrexona)

 Precauçõ es dos analgésicos opió ide


o Asmático
o DPOC ou função respiratória diminuída,
o Insuficiência renal ou hepática grave
o Perturbações no SNC;
o Álcool, BZD, anti-psicóticos e outros fármacos depressores do SNC
o Potenciam os efeitos analgésicos sedativos, inclusive a depressão C.V.; ADT, Anticolinérgicos, potenciam a
obstipação e retenção urinária.

 Consideraçõ es em fisioterapia
o O uso de opióides representa um dos métodos mais eficazes para tratar a dor crónica grave ou dor aguda pós-
cirúrgica.
o Apesar dos efeitos secundários (alguns podem ser controlados com outros fármacos) o alívio da dor potê ncia
os exercícios terapêuticos.
o Atenção possível depressão respiratória que poderá resultar em hipóxia e hipercápnia aquando de exercício
aeróbicos mais intensos.
o Atenção à possível obstipação, principalmente nas condições que diminuem a motibilidade gastro-intestina
(ex, Paraplegia/Tetraplegia, cirurgia abdominal) o que pode levar à prescrição de laxantes.
o O uso crónico de opióides pode levar à dependência física e psíquica. Nestes casos a redução de doses pode
induzir síndrome de abstinência (entre os quais cãibras e dores musculares)

 Principais efeitos secundá rios que podem interferir com terapia física:
o Sedação / letargia
 A sonolência inicial diminui com a continuação do tratamento;
o Náuseas e vómitos
o Obstipação
 O uso de laxantes pode levar à interrupção frequente das sessões de fisioterapia. Educar utente para
toma racional desses fármacos.
o Depressão respiratória
o Hipotensão ortostática
 Para evitar quedas, auxiliar o indivíduo nas mudanças de posição, principalmente nas 1aas tomas do
fármaco.
o Tolerância e dependência psíquica e física
o Síndrome de abstinência (entre os quais cãibras e dores musculares)
 Utilizar técnicas físicas (ex. electroterapia, calor) ou técnicas manuais (ex. massagem), para aliviar
sintomas.
o Controlo da dor - As sessões de terapia física devem ocorrer durante o período em que a analgesia é máxima.
o Redução do estado de vigília e às náuseas / tonturas, alertar o utente a evitar a condução de máquinas ou outra
actividade que exija concentração;
o A interrupção do fármaco, aquando do seu uso prolongado, deve ser gradual, de forma a evitar o síndrome de
privação;

Doenças neurodegenerativas– Aula 13


 Medicamentos utilizados nas doenças neurodegenerativas
o Doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento;
o Doença de Alzheimer;
o Esclerose Múltipla.

 Doença de Parkinson
o É uma doença degenerativa do SNC, lentamente progressiva, idiopática, rara antes dos 50 anos,
comprometendo ambos os sexos de igual modo.
o A etiologia base é a destruição dos neurónios dopaminérgicos do núcleo do SNC denominado por “Substantia
nigra”. A libertação da DOPAMINA é reduzida até à inibição completa (que acontece aquando da destruição
completa dos neurónios dopaminérgicos). Numa fase posterior da D.P. ocorre, inclusivé, a destruição dos
receptores dopaminérgicos.
o As causas ainda são desconhecidas, mas as hipóteses passam pelos factores genéticos (hereditariedade) ou por
factores tóxicos (toxinas industriais, pesticidas, metais pesados e outros tóxicos ambientais).
o A doença de Parkinson é caracterizada pelo distúrbio neurológico progressivo do movimento muscular que
origina a instabilidade postural (postura muito característica com a cabeça em ligeira flexão, tronco
ligeiramente inclinado para a frente, flexão moderada da perna sobre a coxa e do antebraço sobre o braço e
mãos flectidos ventralmente).

o As acções gerais no tratamento da D.P. passam também por acções NÃO FARMACOLÓGICAS,
nomeadamente encorajar o doente a efectuar acções comuns do dia a dia, fazer fisioterapia, terapia da fala,
etc...
o Os medicamentos disponíveis alíviam temporariamente os sintomas da doença, mas não interrompem nem
revertem a degeneração neuronal.

 Sintomatologia da doença de Parkinson


o Tremor “de repouso”;
o Rigidez muscular;
o Bradicinésia / Hipocinésia;
o Dificuldade de execução de movimentos finos (ex. abotoar botões, cortar alimentos no prato, etc)
o Instabilidade postural e da marcha (“bloqueio da marcha”);
o Outros distúrbios mais ligeiros:
 Sialorreia, retenção urinária, obstipação, depressão
 Alteração do sono, micrografia, alterações cognitivas
 Slteração da líbido, discurso monocórdico, etc.

o Doentes mais novos têm formas mais agressivas de doença.


o Inicio tardio normalmente está associado a um melhor prognóstico, mas com mais efeitos secundários
resultantes da medicação.
o Existem outras formas de Parkinsonismo (ditas secundárias) que podem ser transitórias e que podem surgir
devido a doenças virais (ex. encefalite viral), lesões vasculares (ex. AVC), medicamentos (ex. Antipsicóticos
em doses elevadas), etc...

o Os sintomas da D.P. somente surgem quando cerca de 80% dos neurónios dopaminérgicos estão destruídos.
o A Dopamina possui efeitos inibitórios sobre o sistema gabaérgico, ou seja, quando é necessário, a Dopamina
inibe a libertação de GABA.
o Como no Parkinson existe a degeneração dos neurónios dopaminérgicos (e em fase posterior ocorre mesmo a
destruição dos receptores dopaminérgicos), não há inibição do GABA.
o Por outro lado, o sistema colinérgico mantém-se activo, ou seja, há uma estimulação mais ou menos constante
do neurónio gabaérgico por parte da Ach... (daí o tremor, rigidez muscular, etc)
 Fá rmacos uteis no tratamento da doença de Parkinson
o Antagonistas dos receptores colinérgicos muscarínicos: Benzotropina (Ex. Cogentin ®); Biperideno (Ex.
Akineton ®); Tri-Hexifenidilo (Ex. Artane ®)
o Restaurar a actividade neuronal dopaminérgica: Levodopa (Ex.Madopar ®; Sinemet ®)
o Libertar a dopamina e inibir a sua recaptação: Amantadina (Ex. Parkadina ®)
o Inibir o metabolismo da dopamina: Selegilina (Ex. Contan ®) ; Entacapona (Ex. Jumex ®)
o Agonistas Dopaminérgicos: Bromocriptina (Ex.Pardolel®) ; Pergolida (Ex. Permax®); Ropinirole (Ex.
Requip ®); Piribedilo (Ex. Trivastal®)

o As estratégias de “ combate” à D.P. estão muito relacionadas com a fase de doença em que o indivíduo se
encontra:
o Numa FASE INICIAL da D.P. é habitual o uso de ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES COLINÉRGICOS
MUSCARÍNICOS (para diminuir o excesso de acção da Ach, ex. tremores, sialorreia, etc);
o Em FASES MAIS ADIANTADAS da D.P. é habitual o uso de fármacos que “POTENCIAM” o SISTEMA
DOPAMINÉRGICO.
o Como na D.P. existe um Desiquilíbrio Dopaminérgico / Colinérgico, a “estratégia” farmacológica é
RESTABELECER O EQUILÍBRIO DOPAMINÉRGICO / COLINÉRGICO;

 Tratamento da doença de Parkinson


o Primeiro - Reduzir a actividade colinérgica:
 Antagonistas dos receptores colinérgicos muscarínicos. por ex.: Benzotropina (ex. cogentin ®);
biperideno (ex. akineton ®); tri-hexifenidilo (ex. artane ®)

o Segundo - Aumentar a actividade dopaminérgica


 A. Restaurar a actividade neuronal:
 Levodopa - (ex. Madopar ®; Sinemet ®)
 B. Libertar a dopamina e inibir a sua recaptação:
 Amantadina (ex. Parkadina ®)
 C. Inibir o metabolismo da dopamina:
 Selegilina;
 Entacapona (ex. Comtan ®); Selegelina (ex. Jumex ®)
 D. Agonistas dos receptores da dopamina:
 Bromocriptina (Ex.Pardolel®); Pergolide (Ex. Permax®); Ropinirole (Ex. Requip ®);
Piribedilo (Ex. Trivastal®)

 A. restaurar a atividade neuronal - Levodopa (ex. Madopar ®; Sinemet ®)


o Também denominado por L-DOPA, é o fármaco precursor de DOPAMINA, ou seja, necessita de neurónios
dopaminérgicos funcionais para ser convertida a Dopamina.
o É adequado em indivíduos no início da doença, onde os cerca de 20% de neurónios dopaminérgicos funcionais
são suficientes para a conversão da L- DOPA a DOPAMINA.
o A L-DOPA diminui a rigidez muscular, os tremores , mas é ineficaz na hipocinésia...

 B. Libertar a dopamina e inibir a sua recaptação - Amantadina (ex. Parkadina ®)


o Este fármaco é um anti-viral útil na profilaxia e tratamento do vírus Influenza A, que curiosamente estimula a
libertação de Dopamina e inibe a sua recaptação. Mas necessita de “alguns” neurónios dopaminérgicos
funcionais para que a Dopamina seja produzida...

 C. inibir o metabolismo da dopamina - Entacapona (ex. Comtan ®); Selegelina (ex. Jumex ®)
o São fármacos que inibem a conversão periférica da L-DOPA inibindo as enzimas que fazem essa degradação,
aumentando assim o período de tempo que a Dopamina pode actuar nos seus receptores.
o ENTACAPONE → Inibidor da enz COM-T; SELEGELINA → IMAO.

 D. Agonistas dos receptores da dopamina - Bromocriptina (Ex.Pardolel®); Pergolide (Ex. Permax®); Ropinirole (Ex.
Requip ®); Piribedilo (Ex. Trivastal®
o Com o decorrer da D.P., o no de neurónios dopaminérgicos diminui e passa a haver menos células capazes de
captar a L-DOPA e converter em DOPAMINA...
o Nessas situações dão-se fármacos pertencentes ao grupo dos AGONISTAS dos RECEPTORES
DOPAMINÉRGICOS (D2).
o Neste caso, não é essencial que os neurónios dopaminérgicos estejam funcionais, podendo ser administrados
em situações + avançadas de D. P.
 Efeitos secundá rios dos anti-parkinsó nicos
o Náuseas e vómitos (+ freq com ag. dopaminérgicos e LDOPA);
o A saliva e a urina adquirem cor escura (devido à melanina produzida a partir da oxidação da dopamina);
o Perturbações no SNC (ansiedade, discinésia, alucinações visuais/auditivas, confusão, alteração humor,
depressão);
o Hipotensão ortostática - Variações de T.A. com o levante, + freq no verão, com agonistas dopaminérgicos e
LDOPA);
o Hipertensão (“sobredosagem” de SELEGELINA (IMAO));

o Edemas periféricos – tratamento difícil (suspensão da terapêutica se necessário).


o Perturbações do sono – Insónia vespertina / sonolência diurna
o Distonia matinal - cãibras, + freq membros inferiores.
o On-Off (perda súbita em minutos ou seg do efeito da LDOPA. O doente fica
 Off quando perde o efeito. Ocorre nas fases + avançadas da doença)).

 Precauçõ es dos anti-parkinsó nicos


o A METOCLOPRAMIDA (anti-emético) inibe as acções dos Agonistas Dopaminérgicos;
o Fármacos ANTIPSICÓTICOS podem aumentar os sintomas de Parkinson e inibir a acção dos Anti-
parkinsónicos, pois bloqueiam os receptores dopaminérgicos;

 Doença de Huntington
o A doença de Huntington é uma doença hereditária, autossómica dominante, causada por uma mutação no
cromossoma 4, o que induz a destruição dos neurónios gabaérgicos.

 Sintomas da doença de Huntington


o Coreia (movimentos involuntários, rápidos, irregulares dos membros, da face e/ou do tronco, geralmente
associados à hipotonia e à diminuição da força muscular)
o Perda progressiva de memória
o Depressão
o Disartria (perda gradativa dos músculos da fala, com voz pastosa)
o Fala incompreensível, hesitante, “explosiva” e desorganizada
o Mastigação e deglutição difíceis
o Perda da visão periférica
o Dificuldade em deglutir

 Fá rmacos uteis no tratamento da doença de Huntington


o Antagonistas receptores dopaminérgicos antipsicóticos (ex. haloperidol)
o Inibidores produção dopamina reserpina

o Nota:
 Os efeitos secundários são semelhantes entre si e já descritos na secção dos antipsicóticos.

 Síndrome Gilles de la Tourette


o Distúrbio neurológico caracterizada por tiques, movimentos bruscos, espasmos musculares ou vocalizações
que ocorre repetidamente, da mesma maneira, com considerável frequência. De causa desconhecida.
o Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade e não existem duas pessoas que
apresentem os mesmos sintomas.
o A maioria das pessoas afectadas é do sexo masculino.

 Fármacos úteis no tratamento do síndrome Gilles de la Tourette


o Antagonistas receptores dopaminérgicos antipsicóticos (ex. haloperidol)
o Se estes não forem eficazes pode-se tentar Carbamazepina (anti-convusivante) ou Clonazepam
(benzodiazepina)

o Nota:
 Os efeitos secundários encontram-se descritos na secção das benzodiazepínas e anti-convulsivantes.
 Doença de Wilson
o A doença de Wilson, ou degeneração hepatolenticular, é uma doença hereditária autossómica recessiva. A
principal característica é a acumulação tóxica de cobre nos tecidos, principalmente cérebro e fígado, o que leva
o portador a manifestar sintomas neuropsiquiátricos e de doença hepática.

o Os principais sintomas são:


 Tremor
 Coreia Ataxia

o É tratada com medicamentos que reduzem a absorção de cobre ou removem o seu excesso do corpo, mas
poderá ser também necessário o transplante hepático.

 Fármacos úteis no tratamento da doença de Wilson


o Agentes quelantes:
 Penicilamina (remove o excesso de cobre)

o Para o tratamento da sintomatologia neuropsiquiátrica é frequente o uso:


 Carbamazepina (anticonvulsivante)
 Clonazepam (bzd)

 Doença de Alzheimer
o A D.A. também é conhecida como Demência Senil tipo Alzheimer e é caracterizada por uma perda neuronal
excessiva, sem retorno, como consequência do défice de neurónios ocorre atrofia cerebral generalizada;
o Esta demência determina um comprometimento da capacidade cognitiva, de início gradual, mas de progressão
inevitável, que abrange a totalidade das funções neuronais;
o Inicio da sintomatologia pelos 60 anos de idade.

o Geralmente, a 1a manifestação clínica consiste no comprometimento da memória recente, enquanto que a


memória retrógrada se mantém preservada;
o À medida que o distúrbio progride, outras capacidades são afectadas, como a capacidade de fazer cálculos
matemáticos, ou o uso de objectos comuns (apraxia ideomotora), distúrbios comportamentais e confusão
mental, entre outras capacidades cognitivas / funcionais;
o A morte do indivíduo é habitual entre 6 a 12 anos após o início das manifestações da doença, sendo
frequentemente provocada por complicações da imobilidade (ex. embolia pulmonar, AVC, pneumonia, etc.).

o Uma vez que a DA afecta a memória e a capacidade neurológica, é possível que haja uma modificação das
emoções e comportamentos do doente, nomeadamente:
 Sonolência Agressividade Alucinações Psicose “Desnorte”
 Muitas vezes estes sintomas agravam-se ao final do dia ou durante actividades de rotina (ex. banho,
alimentação)
 Podem ser utilizados vários fármacos para controlar estes sintomas, mas que não regridem a D.A. (ex,
antipsicóticos, antidepressivos, anticonvulsivantes).

 Causas da doença de Alzheimer


o Histó ria familiar de demê ncia ou D.A.
o Idade avançada
o História familiar de síndrome de Down
o Depressão
o Traumatismo cranioencefálico
o Uso de solventes
o Intoxicação por alumínio
o Nível escolaridade baixo
o Campo electromagnético
o Sexo feminino
o Fractura de quadril
o Histerectomia
o Hipertensão arterial
o Diabetes mellitus
o Enfarte do miocárdio
o Anestesia geral
o Fibrilhação atrial
o Hipotiroidismo
o Etc.

 Histologia da doença de Alzheimer


o Placas senis ou neuríticas, constituídas por depósitos de células nervosas degeneradas com núcleo central de
proteína β - amilóide ; Nota: Na D.Parkinson ocorre uma degeneração dos neurónios dopaminérgicos,
ocorrendo défice de Dopamina.
o Na D.Alzheimer ocorre degeneração dos neurónios colinérgicos subcorticais (que proporcionam inervação
colinérgica a todo o córtex cerebral), ocorrendo défice de Ach...

 Fá rmacos uteis no tratamento da doença de Alzheimer


o Na DA. existe um défice de Ach, pelo que uma das “estratégias” farmacológicas é restabelecer os níveis
colinérgicos:
 Com inibidores das acetilcolinesterases (Ache):
 Donepezil (ex. aricept ®); rivastigmina (ex. exelon ®);
 Galantamina (ex. reminyl ®)
 Estes fármacos inibem selectivamente a Ache do SNC, mas possuem pouco efeito sobre as
ache dos tecidos periféricos, produzindo melhoria “modesta” nos meios cognitivos nos D.A.

o Inibidor dos receptores NMDA (para o glutamato):


 Memantina (ex. ebixa ®, axura ®)
 A memantina é um antagonista não competitivo de receptores NMDA, sendo dos fármacos mais
recentes para o combate à D.A, que diminui a progressão da doença quer do ponto de vista psíquico
quer físico. Pode ser prescrito simultaneamente com os anticolinesterásicos.

Nota:
 Existem cada vez mais evidências da que as perturbações na neurotransmissão glutâmica,
especialmente nos receptores NMDA, contribuem para o agravamento dos sintomas e para a evolução
da doença na demência neurodegenerativa.

 Esclerose mú ltipla
o Doença inflamatória degenerativa do SNC (doença desmielinizante) que evolui habitualmente por surtos de
agravamento/exacerbação na fase inicial, e que induz lesões neurológicas permanentes e invalidez. Início
gradual e com a variedade de sintomas, que dificulta o diagnóstico. Comparativamente a outras doenças
neurodegenerativas, o início dos sintomas é precoce (entre os 20 e os 40 anos), predominando na mulher (2:1).
o A sintomatologia da EM é caracterizada por períodos de disfunção neurológica interrompidos por períodos de
recuperação parcial ou completa. Na maioria dos doentes existe um período de remissão dos sintomas após o
diagnóstico inicial, voltando a sintomatologia 10 a 15 anos após o diagnóstico. Contudo, cerca de 15% dos
doentes possui um agravamento do seu estado neurológico desde o início dos sintomas.
 Sintomas na esclerose mú ltipla
o Apresenta uma enorme variedade de sintomas, podendo ser qualquer sinal ou sintoma neurológico. Contudo os
sintomas mais frequentes são:
 Parestesias e perda de sensibilidade táctil
 Fadiga muscular
 Espasmos musculares
 Ataxia
 Disartria
 Disfagia
 Nistagmo
 Obstipação
 Retenção /incontinência urinária
 Períodos de depressão e de ansiedade
 Fenómeno de Uhthoff (agravamento dos sintomas em exposição a temperaturas elevadas)
 Sinal de Lhermitte (sensação de corrente eléctrica que irradia pela coluna vertebral)

 Evoluçã o
o Primeira fase (inflamatória):
 Agressão imunológica maioritariamente
celular (linfócitos T) aos oligodendrócitos –
mielina - formação de placas na mielina.
o Segunda fase (degenerativa):
 Gliose (processo cicatricial irreversível,
comparável à cirrose no fígado)

 Abordagem terapêutica
o Fármacos úteis nos surtos de agravamento da E.M.:
o Corticosteróides (ex. metilprednisolona)

Nota:
 Quando a clínica é incomodativa, a
corticoterapia é administrada para acelerar o
restabelecimento da barreira
hematoencefálica. A longo prazo evita o
agravamento da espasticidade.

o Fármacos úteis para profilaxia dos surtos da E.M.:


 Fármacos imunossupressores (metotrexato,
mitoxantrona)
 Fármacos imunomodeladores (interferão β,
glatirâmero)

o Profilaxia do surto:
 Redução do número de surtos por ano
 Redução da necessidade de internamento por surto
 Redução de uso de corticoterapia

o Interferão β: betaferon (1b), avonex (1a) e rebif (1a)


o Glatirâmero: copaxone® (estimula a produção de mielina e diminui a agressão imunitária dos linf. T à
mielina)
o Imunossupressores: metotrexato, ciclofosfamida, azatioprina, mitox

o Tratamento das complicações


 Espasticidade
 Antiespásticos: Baclofeno, Diazepam e Tizanidina
 Fadiga
 Fluoxetina, Amantadina
 Disestesias (enfraquecimento ou alteração na sensibilidade dos sentidos, sobretudo do tacto)
 Carbamazepina, Gabapentina

Sistema colinérgico – Fármacos que afetam o sistema nervoso parassimpático– Aula 14


 Recetores colinérgicos
o Receptores coliné rgicos muscarínicos - designam-se muscarínicos porque existe um alcaló ide da planta
amanita muscaria, a muscarina, que estimula a acçã o deste receptor.
o Receptores coliné rgicos nicotínicos - designam-se nicotínicos porque existe um alcaló ide da planta nicotiana
tabacum, a nicotina, que estimula a acçã o deste receptor.

Nota:
 Existem fá rmacos que estimulam ou inibem um ou ambos os tipos de receptores.

 Sinapses colinérgicos
o A Ach é sintetizada pela junçã o da colina com AcetilCoA, por acçã o da enzima AchTransferase no neuró nio
pré -ganglionar.
o Posteriormente, é transportada ao longo do axó nio e armazenada em vesículas na terminaçã o siná ptica, onde
irá estimular o receptor coliné rgico do neuró nio pó sganglionar.
o Apó s alguns milisegundos a Ach é degradada pela AchEsterase (AchE), a enzima responsá vel pela destruiçã o
da Ach em colina, que pode ser reabsorvida pelo neuró nio pré -siná ptico.

 Agonistas colinérgicos
o Acçã o directa (agonistas muscarínicos):
 Betanecol
 Aceclidina (ex: glaucostat ®)
 Pilocarpina (ex. pilocarcil ®)

o Acçã o indirecta reversível (inibidores da AchE):


 Fisostigmina (ex. anticholium ®; eserina®)
 Neostigmina (ex. prostigmine ®)
 Piridostigmina (ex. mestinon ®)
 Rivastigmina (ex. prometax ®);
 Donepezil (ex. aricept ®) Utilizados no tratamento da doença de Alzheimer
 Tacrina (cognex®)
 Galantamina (ex. reminyl ®)

o Acçã o indirecta ireversível (inibidores da AchE):


 Organofosfatos (ligaçã o ao centro esteá rico da enzima: formam complexo muito está vel e
praticamente irreversível):
 Gases dos nervos (Sarin, Tabun)
 Inseticidas (Malatiã o, Paratiã o)

o Antídotos:
 Atropina (bloqueia os recetores M)
 Oximas - Pralidoxima (reativa a AchE se administrada em 24h )

 Agonistas colinérgicos de açã o direta


o Betanecol
 Estimulante do tó nus e da motilidade intestinal (tratar a distensã o pó s- operató ria, atonia ou parésia
gá strica)
 Estimulante do mú sculo detrusor da bexiga (tratar a retençã o uriná ria e o esvaziamento incompleto da
bexiga quando nã o existe obstruçã o orgâ nica; evita algaliaçã o – Funçã o vesical hipotó nica (pó s
cirú rgica ou pó s lesã o neuroló gica).

o Pilocarpina (ex. Pilocarcil ®); Aceclidina (ex: Glaucostat ®)


 Muito utilizados sob a forma de colírios.
 Sã o agentes mió ticos (provocam a contracçã o do esfíncter da pupila, facilitando escoamento do
humor aquoso da câ mara posterior do olho, reduzindo a pressã o intraocular em poucos min. e com
duraçã o de acçã o entre as 4h-8h.)
 Eficazes no tratamento do Glaucoma de â ngulo aberto.

o Efeitos secundá rios


o Via sistémica (estimulação colinérgica generalizada):
 Miose
 Sudorese
 Rubor cutâneo
 Bradicárdia → hipotensão → taquicárdia reflexa
 Broncoespasmo
 Salivação excessiva; náuseas; diarreia; dor abdominal
 Incontinência urinária.

o Via tópica ocular:


 Miose
 Precaução na asma e bradicárdia

o Inibem a acção das enzimas Acetilcolinesterases (AchE) e assim aumentam a concentração da Ach na fenda
sináptica.

o Piridostigmina (Mestinon ®)
 Tratamento da miastenia gravis (1a linha)
 Antagonista dos fármacos bloqueadores neuromusculares competitivos

o Neostigmina (Prostigmine ®)
 Indicações terapêuticas semehantes ao Betanecol e tratamento da miastenia gravis
 Antagonista dos fármacos bloqueadores neuromusculares competitivos

o Fisostigmina (Anticholium ®; Eserina ®)


 Tratamento do glaucoma de ângulo aberto (colírio)
 Tratamento das intoxicações por parassimpaticolíticos (im, iv);

o Rivastigmina (Prometax ®); Donepezil (Aricept ®); Tacrina (Cognex®); Galantamina (Reminyl ®)
 Tratamento da doença de Alzheimer

 Miastenia Gravis
o Doença autoimune.
o Formação de auto-anticorpos contra o receptor colinérgico nicotínico, da junção neuromuscular, levando à
degradação desses receptores.
o Reduz o número de receptores disponíveis para a ligação da Ach.
o A sintomatologia base é a fraqueza muscular generalizada.

o Sintomatologia
 “Cansaço” muscular flutuante e mais acentuado no final do dia.
 Ptose palpebral
 Parésia dos movimentos oculares.

o Tratamento
 1a linha - Piridostigmina (Mestinon ®); Corticóides
 2a linha - Azatioprina (ex.: imuran® - imunomudelador); Ciclofosfamida (ex.: endoxan® –
citotóxico)
 Agonistas colinérgicos
o Efeitos secundários:
 Estimulação colinérgica generalizada:
 Sudorese;
 Rubor cutâneo;
 Hipotensão;
 Salivação excessiva; Náuseas; Diarreia; Dor abdominal
 Broncoespasmo;

o São fá rmacos que impedem o efeito da Ach, uma vez que bloqueiam a ligação da Ach ao recetor colinérgicos.
Os fá rmacos pertencentes a este grupo acabam por ter efeito “adjuvante” do Sistema Nervoso Simpá tico,
porque impedem o Sistema Nervoso Parassimpá tico de atuar.

 Atropina (ex. Atropocil ®)


o Anti-espasmódico do músculo liso intestinal, vesical e biliar;
o Midríático (dilatação da pupila), inibição na acomodação à luz e indução da cicloplegia (incapacidade de focar
a visão próxima), muito útil em oftalmologia como colírio ou pomada oftálmica;
o Antídoto na intoxicação de Organofosforados ou Anticolinesterásicos;
o Tratamento inicial do enfarte agudo do miocárdio
o Por vezes também é utilizada como agente inibidor das secreções do tracto respiratório superior e inferior,
antes de intervenção cirúrgica
 Ipatrópio (Atrovent ®) ; Tiotrópio (Spiriva ®)
o Aplicados por inalação, reduzem as secreções e promovem a broncodilatação (inibem o tónus vagal);
o Duração de acção de 4h a 6h têm a vantagem de não desidratar as secreções brônquicas.
o Início de acção é lento (não indicados nas crises agudas de asma);
o São adequados para o tratamento das DPOC e no tratamento da asma, sem ser em casos de urgência.

 Escapolamina (Buscopan ®)
o Anti-espasmódico do músculo liso do TGI e TGU;
o Anti-emético (anti-cinetósico) e sedativo (tratamento do enjoo do movimento);
o Medicação pré-anestésica, para evitar os reflexos parassimpáticos induzidos aquando de uma manipulação
cirúrgica dos órgãos viscerais.

 Oxibutinina (Ditropan ®)
o Anti-espasmódico do músculo liso vesical
o Tratamento da incontinência urinária

o Causas da Incontinência Urinária:


 Distúrbio psíquico
 Infecção Urinária
 Perturbações das vias do SNC (lesões corticais)
 Enfraquecimento dos músculos pélvicos
 Situações pós-parto
 Menopausa
 Cirurgia da próstata ou aumento do volume da próstata

o Benzotropina; Tri-Hexafenidilo; Biperideno → Ver tratamento doença de Par

 Efeitos secundá rios (semelhantes à ativaçã o do sistema nervoso simpá tico e dose-dependente):
o Xerostomia;
o Visão turva;
o Taquicárdia;
o Obstipação;
o Retenção urinária;
o Distúrbios do SNC (confusão, inquitação, alucinações e delírio).

 Precauçõ es
o Glaucoma;
o Hipertrofia prostática;
o Obstrução do colo da bexiga;
o Miastenia gravis;

 Bloqueadores Neuromusculares
o Atracúrio
o Pancurónio
o Vecurónio
o Suxametónio

o O primeiro fármaco descoberto capaz de bloquear a junção neuromuscular do músculo esquelético foi o
curare, que os nativos do Amazonas usavam para paralisar a caça.
o A tubocurarina purificada foi introduzida na prática clínica no início da década de 40, levando a um aumento
significativo da segurança da anestesia, uma vez que diminuir a quantidade de anestésico necessário para
relaxamento muscular.

o Os bloqueadores neuromusculares podem actuar como:


 Antagonistas competitivos (não despolarizantes), da placa motora da junção neuromuscular.
 Agonistas (despolarizantes) da placa motora da junção neuromuscular.

o Antagonistas competitivos (não despolarizantes):


 Pancurónio; Atracúrio; Vecurónio (todos são i.v. de uso
exclusivo hospitalar)

o Competem com a Ach pela ligação ao receptor nicotínico da junção


neuromuscular.
o Impedem a despolarização da membrana celular muscular e inibem a
contracção do músculo;
o Efeito dependente da dose, assim como a reversão desse mesmo efeito (a
acção pode ser inibida ao se aumentar a [Ach] na fenda sináptica com,
por ex, Anticolinesterásicos)

o Principal uso terapêutico: Adjuvantes anestésicos para produzir


relaxamento muscular e assim diminuir a dose de anestésico necessária
para produzir esse mesmo efe

Fármacos que atuam no sistema nervoso simpático


 Agonistas adrenérgicos
o Agonistas adrenérgicos:
 Dopamina, epinefrina (ex. epipen ®), norepinefrina

o Agonistas β-2 adrenérgicos (selectivos):


 Ritodrina (restantes fármacos β-2 estudados no capítulo sobre
tratamento da asma)

o Agonistas α-1 adrenérgicos (selectivos)(efeito vasopressor):


 Fenilefrina (ex. visadron ®; neo-sinefrina ®), Oximetazolina (ex. nasex ®) Xilometazolina (ex.
otrovina ®), Etilefrina (ex. effortil ®), Midodrina

Nota:
 Os agonistas β-1 e α-2 selectivos foram estudados nos capítulos sobre fármacos com acção
cardiovascular

 Sinapses adrenérgicas
o Fibras pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, utilizam a NorEpinefrina (NE) (NorAdrenalina como
neurotransmissor.
o Outro tecido, que não sendo um neurónio, também liberta uma catecolamina é a medula da supra-renal.
o Medula supra-renal difere dos neurónios do sistema nervoso simpático pelo facto do principal
neurotransmissor libertado ser a epinefrina (E), (adrenalina).

o O precursor das Catecolaminas é o amino ácido tirosina.


o Os neurónios adrenérgicos do simpático sintetizam NorEpinefrina (NE);
o Na Medula Supra-Renal, a NE é ainda metabolizada a Epinefrina (E). (No adulto, a E representa cerca de 80%
das catecolaminas libertadas pela medula supra-renal).
o Tal como acontece com a Ach, a NE e a E também têm que ser degradadas após serem libertadas nas vesículas
sinápticas (ou mesmo na circulação sistémica).
o Existem 2 enzimas para a degradação das Catecolaminas: a Catecol-O-Metiltransferase (COM-T) e a
MonoaminoOxidase (MAO), (a principal).
 Recetores adrenérgicos
o Existem vários tipos de receptores adrenérgicos, sendo os seus efeitos também diferentes.

 Agonistas adrenérgicos
o Epinefrina (ex. Epipen ®) (fármaco “tipo” do grupo terapêutico)
 Actua em todos os receptores adrenérgicos.
 Em doses baixas predominam os efeitos β no sistema vascular (vasodilatação).
 Em doses elevadas predominam os efeitos α (vasoconstrição), mais potentes.

o Fármaco de urgência com vários usos terapêuticos, por ex:


 Broncoespasmo da asma aguda e do choque anafilático;
 Restaurador do ritmo cardíaco em indivíduos com paragem cardíaca de múltiplas origem;
 Associado a anestésicos locais (induz vasoconstrição local)

o Usos terapêuticos
 Norepinefrina
 As acções cardiovasculares da NE são o principal interesse terapêutico deste fármaco, sendo
usada i.v. em:
o Tratamento do choque hipovolémico (pois aumenta a RVP, e produz vasoconstrição
renal).

o Dopamina
 Efeito ionotrópico e cronotrópico positivo, e vasodilatação renal.
 Tratamento do choque sem comprometer a função renal (i.v.)

o Efeitos secundários
 Os efeitos secundários são “semelhantes” à activação do SN Simpático e dose- dependentes:
 Distúrbios do SNC (ansiedade, pânico, tremores, tensão e cefaleias)
 Hemorragias (devido a uma possível elevação muito acentuada da pressão arterial)
 Disrritmias cardíacas (especial/ se o doente está sob o efeito de digitálicos).

 Agonistas adrenérgicos β2
o Salbutamol; Salmeterol; Terbutalina
 Úteis no tratamento da ASMA e em alguns estadios de DPOC pois o estímulo β-2 produz
Broncodilatação, não exercendo efeitos cardíacos (não actua em receptores β-1 existentes no
coração).
 Os principais efeitos adversos dos Agonistas β – adrenérgicos que se revelam no tratamento da asma
(induzidos pela estimulação dos receptores β1) deixam de existir se aplicarmos fármacos β-2
selectivos.
 No tratamento da asma, devem preferir-se os agonistas β-2 selectivos, os quais vão relaxar o músculo
liso brônquico, diminuindo a resistência das vias respiratórias sem afectar o músculo cardíaco.

 Agonistas adrenérgicos α1
o Principais usos clínicos destes fá rmacos derivam da açã o constritora do musculo liso vascular aquando
do estímulo dos receptores α-1.

o Fenilefrina (ex. Visadron ®; Neo-Sinefrina ®) Vasoconstritores úteis como descongestionante nasal


o Oximetazolina (Nasex ®) e como midriáticos / descongestionantes
oculares,
o Xilometazolina (Otrovina ®) geralmente o efeito é rápido mas de curta
duração.

o Efeitos secundá rios:


 Irritação local
 A utilização abusiva pode conduzir a uma absorção sistémica significativa que pode induzir efeitos
simpaticomiméticos dependentes da dose (taquicárdia, inquetação e insónias)
 Efeito rebound

o Etilefrina (Effortil®); Midodrina


 São fármacos estruturalmente relacionados com a Adrenalina, estimulam os receptores adrenérgicos, e
induzem o aumento da T.A. (efeito vasoconstritor) e o aumento da actividade do miocárdio (efeito
cronotrópico + e ionotrópico +).

o Usos terapêuticos:
 Tratamento do choque e da Hipotensão arterial,
 Quadros hipovolémicos (ex. hemorragia);
 Hiponatrémia;
 Insuficiência suprarenal;

o Efeitos secundários:
 H.T.A. (com bradicárdia compensatória);
 Tremores, precordialgia, ansiedade, dores de cabeça (ou seja, algumas reacções semelhantes à
activação do SN Simpático).

o Precauções:
 Hipertiroidismo, glaucoma, HBP
o Contra-indicações:
 Doença Coronária, Cardiomiopatias, HTA, Estenose Aórtica.

o Curiosidades:
 Os vasoconstritores são substâncias proibidas em atletas de alta competição, pois podem induzir
resultados positivos no controlo anti-doping.

 Antagonistas adrenérgicos
o Antagonistas α-1 Adrenérgicos (Selectivos)
 Alfuzosina (Ex. Benastan ®);
 Tamsulosina (Ex. Pradif ®; Omnic ®);
 Terazosina (Ex. Hytrin ®);
 Doxazosina

o Antagonistas β - Adrenérgicos
 Timolol (Ex. Timoptol ®)

 Antagonistas adrenérgicos α1
o Terazosina (Ex. Hytrin ®) ; Doxazosina (Ex. Benastan ®); Alfuzosina (Ex. Benastan ®); Tamsulosina (Ex.
Pradif ®; Omnic ®);
 O principal uso terapêutico destes fármacos é o tratamento da hipertrofia benigna da próstata (HBP),
uma vez que o tecido prostático possui grande quantidade de receptores α-1 adrenérgicos.
 O bloqueio dos receptores α-1 adrenérgicos reduz o tónus da musculatura lisa da próstata e da uretra
 Diminui a retenção urinária e aumentando o fluxo urinário, sem comprometer a contractilidade da
bexiga
o Efeitos secundá rios
 Hipotensão ortostática;
 Taquicárdia (reflexa à hipotensão);
 Astenia;
 Disfunção sexual (devido ao bloqueio α-1);
 Tonturas, náuseas e vómitos;

o Precauções
 Taquicárdia (reflexo baroreceptor);
 Angina pectoris
 Pode existir potenciação de efeitos com fármacos anti-hipertenso

 Antagonistas adrenérgicos β
o Todos os fármacos β – bloqueantes são antagonistas competitivos, sendo que a grande maioria destes fármacos
actua ao nível cardiovascular ou broncorespiratório, daí serem estudados noutros capítulos.
o Um dos principais efeitos farmacológicos resultante do bloqueio dos receptores β-1 é o efeito Ionotrópico e
Cronotrópico negativo. Contudo, não acontece a hipotensão postural, pois os receptores α- adrenérgicos
mantém-se activos.
o A inibição dos receptores β-1 diminui igualmente a libertação de Renina.
o A inibição dos receptores β-2 não possui efeitos significativos nos indivíduos saudáveis. Contudo, no asmático
ou no DPOC a inibição do receptor β-2 pode induzir broncoconstrição grave

o O bloqueio dos receptores β-2 pode ainda induzir alterações no metabolismo dos lípidos e dos hidratos de
carbono.
o Bloqueadores β adrenérgicos NÃO selectivos podem afectar gravemente a recuperação da hipoglicémia em
diabéticos. Daí que não devam ser administrado a diabéticos...
o Todos os β Bloqueantes mascaram a taquicárdia observada na hipoglicémia, pelo que impedem a manifestação
de um importante sinal de alerta.
o Os β Bloqueantes impedem o tremor induzido pelas Catecolaminas

o O único fármaco em estudo, neste capítulo, será o Timolol (ex. Timoptol ®)


o Colírio, β Bloqueante não selectivo, reduz a secreção de humor aquoso, Colírio útil no tratamento do
Glaucoma. Contudo, mesmo sob a forma de colírio, é passível de extensa absorção sistémica.

o Efeitos secundários:
 Bradicárdia;
 Crises asmáticas em indivíduos predispostos;

o Precauções
 Indivíduos com bradicárdia, insuficiência cardíaca ou asma.

o Antagonistas β–adrenérgicos
 Avaliar os sintomas broncoconstrição → Pode diminuir a capacidade aeróbica do indivíduo.
 Não é correcto utilizar o batimento cardíaco como indicador da taxa de esforço do indivíduo.

o Soluções fisioterapêuticas
 Hipotensão ortostática - Para evitar quedas auxiliar o indivíduo nasmudanças de posição e em
ambientes quentes (ex. piscinas de água aquecida).
 Em caso de exercício aeróbico terminar o exercício com um período de recuperação mais alargado.
 Dispneia – Para prevenir dispneia aumentar o tempo para executar exercícios aeróbicos (estar atento à
inibição da frequência cardíaca).
 Verificar a T.A e a F. C. antes, durante e após actividades aeróbicas.
 De modo geral, a maioria dos antagonistas adrenérgicos permitem ao indivíduo executar exercícios
aeróbicos minimizando o efeito de H.T.A., disrritmias ou de angor pectoris.

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