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A DIDÁTICA SUPERIOR NO EAD

HIGHER EDUCATION IN DISTANCE TEACHING

Jubert Lahmon de Oliveira Portes1

RESUMO

A didática na educação a distância é assunto de muitas reflexões e discussões


de pesquisadores e estudiosos, muitos dizem que a didática nesta modalidade
de ensino deve ser diferenciada, principalmente por se tratar de aulas onde a
proximidade física é inexistente e outra parte afirma que a didática é igual, pois
é um método de ensino aprendizagem e sendo assim não tem distinção. A
história da didática e da educação a distância tem particularidades em
especiais. A educação à distância, pode-se dizer, nasce junto com a didática e
ambas têm seus avanços no decorrer da história.

Palavras-chave: Ensino superior. Educação a distância. Didática.

ABSTRACT

Didactics in distance education is the subject of many reflections and


discussions by researchers and scholars, many say that didactics in this type of
teaching must be differentiated, mainly because they are classes where
physical proximity is non-existent and another part states that didactics it is the
same, as it is a teaching-learning method and therefore has no distinction. The
history of didactics and distance education has particularities. Distance
education, it can be said, is born together with didactics and both have made
progress in the course of history.

Keywords: Higher education. Distance education. Didactics

INTRODUÇÃO

1
Docente no Curso de Pós Graduação da FG em Cardiologia – 2020.
Por muitas décadas, ensinar, educar e aprender eram processos que
aconteciam de maneira muito próxima, diferentemente da Educação a
Distância, onde esses fatores não ocorrem, com interação virtual por meio de
telas e microfones.
A didática é a ferramenta que transforma a teoria em prática e alunos do
Ensino a Distância constroem uma rotina de aprendizagem no contato indireto
ou distanciado com seus professores, aos quais cabe formalizar uma gestão da
didática neste tipo de ensino.
Reflete-se muito sobre essas questões no mundo contemporâneo,
sobretudo durante a pandemia do Covid-19, que obrigou as instituições e seus
alunos a se adequarem a este novo tipo de ensino-aprendizagem. Há vários
registros históricos sobre a didática, afirma-se que desde o século XII, podendo
fazer analogias e comparações entre o ensino do passado com o do futuro.

Breve histórico do Ensino a Distância


Não há muitos elementos bibliográficos específicos sobre a Didática na
Educação Superior na modalidade EaD, mas há obras importantes que falam
da história da Educação a Distância pelo mundo, desfilando sua evolução,
desde Platão, passando pelas cartas aos Coríntios e Efésios, aportando no
século XV, na Alemanha com a invenção da imprensa e fazendo uma especial
referência no ano de 1880, onde estudiosos começaram a pensar em EaD em
moldes muito próximos com o que temos na atualidade.
A Europa foi assim o berço deste modelo de ensino com sua proposta
de educação. Já no Brasil, a história da EaD é contada pelos autores
Cavalcante e Abranches (2016) fazem um apanhado quanto as tecnologias da
informação e comunicação, distribuída em três fases que se relacionam e
complementam-se. Já Keegan (1980) fala de uma educação a distância onde
não se pode perceber evidentemente a ausência.
Trata-se de uma educação a distância mais interativa, definindo
aspectos dialógicos e bidirecionais, onde se percebe a mediação pedagógica,
bem como se define como uma modalidade de ensino que possibilita
mediações entre aprendizagem e redes de conhecimento.
Figura 1 – Histórico do EAD
Fonte: (MORIN, 2010).

A legislação que regulamenta a Educação a Distância no Brasil a


LDBEN nº 9.394/96 em seu artigo 80, traz a regulamentação desta modalidade
de ensino, que pode também ser apreciada neste trabalho.
O primeiro período da didática á distância na educação brasileira estão
divididos em períodos e o primeiro se encontra entre os anos de 1549 até
1930, denominado “Os primórdios da didática”. O segundo momento
compreende a didática de 1930 até os tempos atuais, dividido em cinco
períodos:

 1º período - Didática tradicional


Correspondendo os anos de 1930 a1945.

 2º período - Novas Ideias da Didática


Transcorrem entre os anos de 1945 a 1960.

 3º período - Descaminhos da Didática


Decorrem nos anos de chumbo, desde o golpe militar de 1964
até a abertura política;

 4º e último período - a Didática Atual


Responsável pelo renascimento de uma didática que se
preocupa com o aluno como sujeito autônomo, crítico e
cidadão do mundo.
Mesmo sendo os Estados Unidos o pioneiro nesta modalidade de
ensino, alguns países da Europa como Inglaterra, Espanha e França são os
responsáveis pela difusão do ensino a distância pelo mundo, já que os centros
de educação destes países serviram de modelo para outros. Litto (2002)
salienta que, no Brasil o governo controla de maneira centralizada a educação
superior, enquanto que em outros países o desenvolvimento de inovação é
uma necessidade, o que fez com que as estratégias de propagação do ensino
avance a passos longos.
Em meados de1970, na Inglaterra a OU – Open University inicia seus
cursos, totalmente à distância. A trajetória da OU é um sucesso indiscutível: em
1980 já tinha cerca de 70.000 alunos, formando em média 6.000 pessoas por
ano. Esta Universidade serve como referência a muitas outras Universidades
abertas no mundo, como a Open Polytechnic na Nova Zelândia, a Indira
Ghandi National Open Univerity na Índia e mais recentemente a Universidade
Aberta do Brasil, entre outras.
No Brasil a história da educação a distância traz suas primeiras
conquistas em 1904, pois na cidade do Rio de Janeiro, atendendo a uma
demanda mundial, são oferecidos cursos técnicos, sem exigência de
escolarização anterior, com material impresso. Para atender as necessidades
de um mercado que começa a se industrializar (operar através de máquinas),
foi necessária a ampliação desta modalidade de ensino. Além das
correspondências, surge em 1923, também no Rio de Janeiro, a Rádio
Sociedade, idealizada por Henrique Morize e Roquete Pinto. Em 1939 nasce o
Instituo Universal Brasileiro e nas décadas de 70 e 80, organizações não
governamentais começam a oferecer cursos supletivos de 1º e 2º graus. Nesta
época as aulas já eram via satélite e complementadas com material impresso.
Considerações finais

A globalização trouxe mudanças para o mundo e com a evolução das


comunicações e o desenvolvimento tecnológico, o tempo tem sido cada vez
mais escasso e a educação na modalidade EaD veio preencher essa lacuna,
como uma alternativa.
Toda inovação e com a didática na educação a distância não seria
diferente, traz debates entre estudiosos e usuários do sistema mas, de uma
maneira geral, não há muita discrepância em encarar esse método como algo
positivo, tanto para docentes quanto para discentes.
A educação a distância e seus recursos como teleconferências,
terminais de computadores disponíveis, ambientes virtuais de aprendizagem,
tutoria presencial, entre outros, deixa evidente a distância física mas não a
ausência do professor.
O processo de aprendizagem á distância é um tema muito relevante,
devendo serem levados em conta os detalhes que surgem nos debates, como
a diferenciação entre este e a autoaprendizagem estruturada.

Referências

ALVES, Lynn: NOVOA, Cristiane (Org.) Educação a distância: uma nova


concepção de aprendizagem e interatividade. São Paulo: Futura, 2013.

ALVES, João Roberto Moreira. A educação a distância no Brasil: síntese


histórica e perspectivas.  Rio de Janeiro: IPAE, 2008.

BERNARDES, Silvia et al. Teclando Desejos: a construção do letramento


de adultos através da informática. VIII Seminário Internacional de Educação.
A Prática Pedagógica em Foco. Cachoeira do Sul, Rs, 2013.

BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.

BRASIL. Decreto nº5.622/2005. Regulamenta o artigo 80 da Lei 9.394/96,


2005.

CAVALCANTE, Patrícia Smith, ABRANCHES, Sérgio. Impactos do uso das


TICs na formação dos educadores. Disponível em: . Acesso em 26. Out;
2013.

GARCIA Aretio, L. La educación a distancia: de la teoria a la práctica.


Barcelona: Ariel, 2001.
MATURANA, H. Cognição, ciência e vida cotidiana. Belo Horizonte: UFMG,
2011.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São


Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2010.

NUNES, Ivônio B., Noções de educação a distância. 1992. Disponível em: .


Acessado em 25 out. 2013.

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