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Gabarito, 243
Capítulo 1
1. Conceitos Iniciais
Conceito da Contabilidade:
Contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos
ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não.
Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação,
de controle e de registro relativas à Administração Econômica. (1º Congresso
Brasileiro de Contabilistas – 1924)
Campo de aplicação da Contabilidade:
O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades (pes-
soas) físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que possuam patrimônio
(objeto da Contabilidade). Tais entidades são unidades econômico-adminis-
trativas, cujos objetivos podem ser sociais e/ou econômicos.
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Uma entidade econômico-administrativa (patrimônio mais a pessoa que
detém poder sobre ele) também pode ser chamada de AZIENDA, palavra de
origem italiana que significa FAZENDA.
PESSOAS FÍSICAS: É qualquer ser humano considerado individual-
mente, sujeito a direitos e obrigações, cujo nascimento se dá por meio do
parto com vida.
PESSOAS JURÍDICAS: É aquela resultante de uma organização huma-
na, com vida e patrimônio próprios, igualmente sujeita a direitos e obrigações,
cujo nascimento se dá, no caso das sociedades empresariais, mediante o re-
gistro na Junta Comercial do Estado e, no caso de empresas prestadoras de
serviços, no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas.
Entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os se-
guintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, capital, ação administrativa e
fim determinado.
Finalidades da Contabilidade:
Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações
sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das
atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que
podem ser lucrativos ou meramente ideais (Resolução CFC nº 774/1994).
Funções básicas na contabilidade:
• Função administrativa: controlar o patrimônio.
• Função econômica: apurar o resultado.
Usuários da Contabilidade
• Sócios, acionistas, proprietários;
• Diretores, administradores, executivos;
• Instituições financeiras;
• Empregados;
• Sindicatos e associações;
• Institutos de pesquisas;
• Fornecedores;
• Clientes;
• Órgãos governamentais;
• Fisco.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
1. (BNDES/UFRJ) O principal objetivo da contabilidade é:
a) Controlar as operações que modificam a situação patrimonial;
b) Apresentar o resultado de determinado período através das de-
monstrações contábeis;
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c) Descrever e demonstrar a situação patrimonial de maneira siste-
mática;
d) Informar a seus usuários os fatos e seus reflexos na situação pa-
trimonial;
e) Registrar todas as transações expressas em termos monetários.
Exercício
2. Representa um direito a conta:
a) Provisão para férias;
b) Adiantamento de Clientes;
c) Fornecedores;
d) Adiantamento a Fornecedores;
Contabilidade Geral e Pública
e) Móveis e utensílios.
Exercício
3. Não é técnica contábil:
a) Escrituração;
b) Elaboração das demonstrações contábeis;
c) Auditoria;
d) Planejamento;
e) Análise das demonstrações contábeis.
Todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com terceiros.
É tudo aquilo que a empresa deve: são as dívidas (ou obrigações financeiramen-
te traduzíveis) que ela contraiu.
• Duplicatas a pagar.
• Empréstimos a pagar.
• Juros a pagar.
• Seguros a pagar.
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Situação Líquida (em certo contexto, se confunde com o Patrimônio
Líquido).
Positiva: Ativo Total > Passivo Exigível Total.
Negativa: Ativo Total < Passivo Exigível Total.
Terceiros: o conjunto de pessoas físicas e jurídicas com quem a empresa
tem dívidas:
• Fornecedores (de mercadorias);
• Funcionários (salários);
• Governo (impostos);
• Bancos (empréstimos bancários);
• Encargos sociais (FGTS, previdência social);
• Encargos financeiros (financiamentos), etc.
Contas
As contas contábeis representam os registros de débito e crédito da mesma
natureza ou espécie, identificadas por um título que qualifica os elementos
do patrimônio (bem, direito, obrigação ou situação líquida), ou uma variação
patrimonial (receitas e despesas).
Débito de uma conta – situação de dívida de responsabilidade da conta.
As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor.
Crédito de uma conta – situação de direito de haver da conta. As contas que
representam obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e receitas têm saldo
credor.
Saldo de uma conta – representa a diferença entre o valor do débito e do
crédito. Os saldos podem ser: devedor, credor ou nulo.
i) devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C);
ii) credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C);
iii) nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C).
Exercício
nial inconcebível:
a) Situação Líquida igual ao Ativo
b) Situação Líquida maior que o Ativo
c) Situação Líquida menor que o Ativo
d) Situação Líquida maior que o Passivo Exigível
e) Situação Líquida menor que o Passivo Exigível
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2. Princípios e Convenções de Contabilidade
2.1 Princípios – Princípio da Entidade e da
Continuidade
Princípios Fundamentais de Contabilidade
Representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Con-
tabilidade. Eles ditam normas e procedimentos que devem ser seguidos pelos
contabilistas e administradores, no momento de reconhecer os fatos contábeis.
O Conselho Federal de Contabilidade, pela Resolução Federal nº
750/1993, determinou os seguintes princípios fundamentais de contabilidade.
• Entidade;
• Continuidade;
• Oportunidade;
• Registro pelo Valor Original;
• Atualização Monetária;
• Prudência;
• Competência.
Posteriormente, a Resolução CFC nº 1.282/2010 passou a denominar tais
princípios simplesmente como “Princípios de Contabilidade”.
Princípio da Entidade
Reconhece o Patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autono-
mia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular
no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a
uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qual-
quer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência,
nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Princípio da Continuidade
A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos,
o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da
Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.
Este princípio afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição quali-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
5. (Dataprev/2009) O Princípio Fundamental da Contabilidade, cuja
observância é indispensável à correta aplicação do Princípio da
Competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantifica-
ção dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Exercício
7. Reconhecer os efeitos da variação do poder aquisitivo da moeda é o
objetivo do(a):
a) Registro pelo Valor Original.
b) Atualização Monetária.
c) Competência
Contabilidade Geral e Pública
d) Entidade
e) Oportunidade.
Exercício
8. (FCC-2008-TCE/SP) De acordo com os princípios contábeis ema-
nados pelo Conselho Federal de Contabilidade, o reconhecimento
como acréscimo de situação líquida decorrente da geração natural
de novos ativos independentemente de intervenção de terceiros está
contido no princípio contábil da:
a) Realização da Receita.
b) Prudência.
c) Oportunidade.
d) Competência.
e) Entidade.
3. Patrimônio
3.1 Componentes Patrimoniais Básicos: Ativo, Passivo
e Patrimônio Líquido
Composição Patrimonial Básica
O patrimônio é dividido em três partes.
• 1ª Parte: ATIVO (A) – parte positiva, composta de bens e direitos.
• 2ª Parte: PASSIVO EXIGÍVEL (PE) – parte negativa, composta das
obrigações com terceiros.
• 3ª Parte: PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) ou SITUAÇÃO LÍQUIDA
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
9. As “Aplicações” de uma Empresa fazem parte:
a) Do ativo.
b) Do passivo.
c) Do patrimônio líquido.
d) Das obrigações.
e) NDA.
Passivo Exigível.
Vamos ver agora com mais detalhe as situações possíveis:
a) ATIVO > PASSIVO: o Patrimônio Líquido é POSITIVO/SUPERAVI-
TÁRIO:
É uma situação Favorável com PL positivo.
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) excedem o valor das obrigações
com terceiros (Passivo Exigível).
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b) ATIVO < PASSIVO: o Patrimônio Líquido é NEGATIVO/DEFICI-
TÁRIO:
É uma Situação Desfavorável com PL Negativo ou Passivo a Descoberto.
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem menores que as obrigações
com terceiros (Passivo Exigível).
c) ATIVO = PASSIVO: o Patrimônio Líquido é NULO/EQUILIBRADO:
É uma situação NULA, com Equilíbrio Aparente, pois A = PE, logo PL = 0.
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais às obrigações com
terceiros (Passivo Exigível); nessa hipótese, o patrimônio líquido será nulo.
d) ATIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
É uma Situação Plena ou de Propriedade Total, com A = PL, logo PE = 0.
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao patrimônio líqui-
do; nessa hipótese, as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) serão nulas.
e) PASSIVO EXIGÍVEL = PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
É uma situação de Inexistência de Ativos, com PE de mesma grandeza que
o PL, logo A = 0.
Ocorre quando as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) forem iguais
ao patrimônio líquido negativo (também chamado de capital próprio); nessa
hipótese, o ativo será nulo.
Representação Gráfica dos Estados Patrimoniais
É feita de forma esquemática, seguindo o modelo geral da tabela:
PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO
(aplicação dos recursos) (fonte dos recursos)
Bens Exigível – Obrigações
Direitos PL/SL
• Capital
• Lucro e Reservas
TOTAL TOTAL
Ela tem correspondência direta com o Balanço Patrimonial que será co-
mentado em módulos mais adiante.
Ressalta-se que os totais da esquerda e da direita devem ser numericamente
iguais, em função do equilíbrio que deve existir entre a origem e a aplicação
dos recursos da organização.
A cada variação patrimonial, os valores desta representação gráfica são alte-
rados, mas o equilíbrio dos totais deve sempre permanecer.
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Exercício
10. (Fiscal de Tributos Estaduais/UFSC) Num dado momento, seja A
o valor do Ativo, P o valor do Passivo e PL o valor do Patrimônio
Líquido de uma entidade. Sejam as equações:
I. A – P = PL
II. P = A – PL
III. A = PL = P
IV. A – P – PL = 0
À luz da Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993, pode-
-se afirmar que:
a) Apenas as equações I e II são equivalentes.
b) Apenas as equações I e III são equivalentes.
c) Apenas as equações I e IV são equivalentes.
d) Apenas as equações I, II e IV são equivalentes.
e) A equação III é válida quando a entidade apresenta uma situa-
ção de “passivo a descoberto”.
Exercício
11. Sobre o Ativo se pode dizer:
a) O realizável a longo prazo é composto de direitos realizáveis até
o término do exercício social subsequente.
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b) O diferido compreende as aplicações de recursos em despesas
que contribuirão para a formação do resultado de um exercício
social específico.
c) O Imobilizado ou Fixo é constituído por bens e direitos necessá-
rios à atividade assessória da empresa.
d) O Realizável a Longo Prazo inclui os direitos adquiridos pelas
compras feitas e com programação de pagamento para além do
exercício fiscal subsequente.
e) O ciclo operacional, que lhe serve de base para classificação,
pode não coincidir com o exercício social.
Exercício
12. (TTN/91) O balanço patrimonial de uma empresa estava assim
constituído:
Ativo Circulante R$ 3.000
Ativo Realizável a Longo Prazo R$ 1.000
Ativo Permanente R$ 9.000
Passivo Circulante (impostos a recolher) R$ 2.000
Passivo Exigível a Longo Prazo (financiamentos) R$ 1.500
Patrimônio Líquido R$ 9.500
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
13. Assinale a alternativa correta:
a) A disposição dos lançamentos de débito e crédito, nas contas do
Ativo e do Passivo, se inverte.
b) Débito está sempre associado à redução do valor absoluto do
saldo de uma conta.
c) As convenções de débito e crédito se invertem, entre o Passivo e
o Patrimônio Líquido.
d) Os saldos das contas de bens e direitos são sempre credores em
empresas com situação financeira estável.
e) Os lançamentos à esquerda das contas do Ativo são de débito.
DESPESAS Dv D C
RECEITAS Cr C D
SITUAÇÃO Cr C D
LÍQUIDA
Exercício
14. Têm saldo de natureza credora:
a) Caixa, Fornecedores, Receitas Diversas.
b) Imobilizado, Vendas a Receber, Capital Social.
c) Bancos, Salários a Pagar, Lucros ou Prejuízos Acumulados.
d) Caixa, Bancos, Vendas a Receber.
e) Fornecedores, Capital Social, Receitas Diversas.
Teoria Materialística
Para a teoria Materialista, as contas representam relações materiais e se
classificam em dois grandes grupos:
• Contas Integrais que representam bens, direitos e obrigações exigíveis
(PE); e
• Contas Diferenciais, que representam as contas do Patrimônio Líquido
e suas variações, inclusive as receitas e despesas.
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Teoria Patrimonialista
A Teoria Patrimonialista entende que o patrimônio é o objeto a ser adminis-
trado e separa as contas em dois grupos:
• as contas que representam a situação estática (patrimônio);
• as contas que representam a dinâmica da situação (receitas e despesas).
O quadro a seguir sintetiza a visão das três teorias.
CONTAS DE
ATIVO PASSIVO
RESULTADO
PATRI-
Teoria das DIREI- OBRIGA- RECEITAS &
BENS MÔNIO
Contas TOS ÇÕES DESPESAS
LÍQUIDO
Contas dos
Teoria Per- Contas dos Agentes
Agentes Con- Contas dos Proprietários
sonalista Correspondentes
signatários
Teoria Ma-
Contas Integrais Contas Diferenciais
terialista
Teoria Patri- Contas de
Contas Patrimoniais
monialista Resultado
Exercício
5. Escrituração
5.1 Conceito e Métodos
Escrituração: é a técnica contábil utilizada para registro dos fatos adminis-
trativos (contábeis) ocorridos na Entidade. O registro de cada fato administrati-
vo chama-se lançamento, que é efetuado nos livros contábeis.
A contabilidade, para registrar as suas operações, adota o Método das Par-
tidas Dobradas.
Partidas Dobradas
A essência deste método é que o registro de qualquer operação implica que
um débito em uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalen-
te, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja
sempre igual à soma dos valores creditados, ou simplificando:
NÃO HÁ DÉBITO SEM CRÉDITO CORRESPONDENTE;
DÉBITO = CRÉDITO, OU ORIGENS = APLICAÇÕES
Lançamento Contábil
Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mu-
danças na composição do patrimônio da entidade), efetuados de acordo com o
método das partidas dobradas.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
17. (MS-Esaf-2001 – Agente Tributário Estadual) O fato contábil decor-
rente da quitação ou liquidação de um crédito de curto prazo causa
no patrimônio o seguinte efeito:
a) Diminuição do ativo disponível e do passivo circulante;
b) Aumento do ativo disponível e do passivo circulante;
c) Diminuição e aumento no passivo circulante, simultaneamente;
d) Diminuição e aumento no ativo circulante, simultaneamente;
e) Não haverá alterações, pois o fato é permutativo.
3º passo – identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja,
se o saldo aumentará ou diminuirá; no caso:
• Caixa (A) o saldo diminuirá (-);
• Veículos (A) o saldo aumentará (+).
4º passo – efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas do-
bradas, com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e crédito,
da seguinte forma:
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DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO
CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO
Funções do Lançamento
• Função Histórica: consiste em narrar o fato contábil em ordem crono-
lógica.
• Função Monetária: compreende o registro da expressão monetária dos
fatos e seu agrupamento segundo a natureza de cada um.
Elementos do Lançamento
1) Local e data – local da empresa e dia, mês e ano da ocorrência do registro.
2) Conta devedora – é a conta debitada. Vem sempre em primeiro lugar.
3) Conta credora – é a conta creditada, que vem acompanhada da prepo-
sição acidental “a”.
4) Histórico – é a narração do fato ocorrido, a qual deve ser resumida,
mas exprimindo bem a operação. Não existe uniformidade de histórico,
todavia, a praxe contábil é de que se lhe inicie com uma das seguintes
expressões:
Pago – quando a conta credora for “Caixa”.
Recebido – quando a conta devedora for “Caixa”.
Valor ou Importe – quando o lançamento não envolver a conta Caixa. É o
denominado LANÇAMENTO EXTRA-CAIXA.
5) Importância ou quantia – é o valor das operações expresso em unidades
monetárias.
Exercício
18. Para diminuir o saldo de uma conta do ativo é feito um lançamento:
a) A crédito em contas do ativo.
b) A débito em contas do passivo.
c) A crédito na conta retificadora do ativo.
d) A débito na conta retificadora do ativo.
e) A crédito em conta corrente.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
19. (Cespe – 2009 – DPF – Agente da Polícia Federal) O fato contábil
registrado no lançamento de 4ª fórmula abaixo pode ser entendido
Contabilidade Geral e Pública
Exemplos de Lançamentos
1) Subscrição do capital social:
Diversas pessoas resolvem fundar uma sociedade anônima, denomina-
da Garrincha S.A., com o capital subscrito e integralizado em dinheiro de
$ 4.000,00 (fato modificativo):
BALANÇO PATRIMONIAL EM 20/01/X1
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contabilidade Geral e Pública
2) Aquisição de Edifício:
A empresa adquiriu em 05/02/X1, mediante pagamento à vista, um edifício
pela importância de $ 1.200,00 (fato permutativo):
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BALANÇO PATRIMONIAL EM 20/01/X1
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Caixa 2800 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4000
Capital
Edifícios 1200
TOTAL 4000 TOTAL 4000
3) Compra de Materiais:
Para iniciar suas atividades mercantis, a empresa comprou no dia 13/02
materiais eletrônicos no valor de $ 2.000,00 a prazo (fato modificativo):
BALANÇO PATRIMONIAL EM 20/01/X1
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Caixa 2800 Contas a pagar 2000
Materiais 2000
Edifícios 1200 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4000
Capital
TOTAL 6000 TOTAL 6000
4) Venda de Parte do Edifício:
Foi vendido em 28/02/X1 um pavimento do edifício por $ 600,00, repre-
sentados por uma nota promissória emitida pelo comprador (fato permutativo):
BALANÇO PATRIMONIAL EM 20/01/X1
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Caixa 2800 Contas a pagar 2000
Títulos a receber 600
Materiais 2000
Edifícios 600 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4000
Capital
TOTAL 6000 TOTAL 6000
5) Pagamento de uma Obrigação:
Em 05/03/X1 foi pago $ 1.300 correspondentes à parte da dívida da aquisi-
ção de materiais eletrônicos (fato modificativo):
BALANÇO PATRIMONIAL EM 20/01/X1
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
20. Um registro a maior no valor de retiradas de estoque deve provocar:
a) A superavaliação dos custos de mercadorias.
b) A superavaliação dos lucros.
c) A subavaliação da receita.
d) A superavaliação da receita.
e) A superavaliação do valor do estoque.
6. Variações Patrimoniais
6.1 Tipos de Variações Patrimoniais
Variações Patrimoniais: são todas as alterações sofridas pelo patrimônio
na sua composição qualitativa e/ou quantitativa, em virtude de atos praticados
pela administração, fatos vinculados às atividades da entidade ou, ainda, resul-
tantes de fatos totalmente imprevistos ou fortuitos.
Ato Administrativo: ação praticada pela administração que não provoca
(podendo vir a provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio
da entidade, portanto, não interessa à contabilidade.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Exercício
23. (FCC – 2009 – Sefaz-SP – Agente Fiscal de Rendas) A empresa
Girobaixo S.A. tinha um contas a receber de R$ 500.000,00 de seu
cliente Oportunia Ltda., que estava com dificuldades financeiras.
Sabendo das dificuldades de seu cliente e com receio de inadim-
plência, concedeu desconto de 5% para que o cliente liquidasse a
dívida no prazo. A Oportunia aceitou e quitou a dívida. O registro do
evento na empresa Girobaixo S.A. representa um fato:
a) Permutativo.
b) Compensativo diminutivo.
c) Modificativo aumentativo.
d) Quantitativo aumentativo.
e) Misto diminutivo.
Exercício
24. (AFTN-94)
Balanço em 01.06.X4
Mercadorias 10 Capital 20
Caixa 15 Contas a Pagar 5
25 25
Balanço em 30.06.X4
Mercadorias 10 Capital 10
Caixa 5 Contas a Pagar 5
15 15
Considerando que, no período, ocorreu um único fato contábil, a
alteração dos valores pode ser justificada por:
a) Alteração na composição do quadro social, pela transferência da
participação entre os sócios.
b) Venda de mercadorias com prejuízo.
c) Compra e venda de mercadorias com lucro.
Contabilidade Geral e Pública
Vale reforçar que os valores de débito são sempre lançados à esquerda, nas
contas de razonete (representação gráfica das contas), independentemente do
grupo a que pertençam (ativo, passivo ou patrimônio líquido).
Também se destaca que as contas dos grupos de RECEITAS e DESPESAS
não aparecem no Balanço Patrimonial. Mas seu saldo combinado é transferido
para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, quando do fechamento do
balanço.
Este processo será visto na apresentação da Demonstração do Resultado
do Exercício.
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
25. (FCC – 2010 – TRF – 4ª Região – Analista Judiciário) No Balan-
ço Patrimonial da Cia. Bem-Te-Vi, relativo ao exercício encerra-
do em 31/12/2009, o Ativo Não Circulante representava 70% do
total dos ativos da companhia. O Passivo Circulante no valor de R$
51
180.000,00 representava 60% do valor do Ativo Circulante e 50% do
Passivo Não Circulante. O Patrimônio Líquido da companhia, no
dia 31/12/2009, equivalia, em R$, a:
a) 700.000,00.
b) 360.000,00.
c) 460.000,00.
d) 180.000,00.
e) 300.000,00.
26. (FCC – 2009 – TJPI – Técnico Judiciário) No Balanço Patrimo-
nial relativo ao exercício findo em 2007, a Cia. Noroeste de Tecidos
apresentou um Patrimônio Líquido positivo de R$ 80.000,00. No
balanço patrimonial relativo a 2008, o total do Ativo da companhia
correspondeu a R$ 280.000,00. Sabendo que, em 2008, o Patrimô-
nio Líquido da sociedade aumentou 40%, é correto afirmar que o
valor do Passivo em 2008 foi equivalente, em R$, a:
a) 168.000,00.
b) 175.000,00.
c) 188.000,00.
d) 192.000,00.
e) 200.000,00.
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
28. (FCC – 2010) Devem ser classificados no Ativo Intangível, de acor-
do com a legislação vigente:
a) Máquinas e equipamentos.
b) Benfeitorias em imóvel de terceiros.
c) Despesas pré-operacionais.
d) Gastos com pesquisas de produtos.
e) Marcas e patentes.
29. (FCC – 2009) As contas do Passivo são apresentadas no Balanço
Patrimonial de acordo com a ordem:
a) Crescente de relevância.
b) Crescente de liquidez.
c) Decrescente de liquidez.
d) Crescente de exigibilidade.
e) Decrescente de exigibilidade.
Contabilidade Geral e Pública
8. Escrituração
8.1 A Escrituração e suas Vantagens Práticas
No Brasil, mas com as exceções, a escrituração mercantil e as atribuições do
contador sempre estiveram associadas ao pagamento de impostos, graças à re-
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gulamentação existente sobre as diversas práticas contábeis. Todavia, indepen-
dente da forma de tributação adotada pela pessoa jurídica, é a contabilidade,
por meio das demonstrações, que esclarece ao gestor como estão se portando
os negócios; qual a rentabilidade; o grau de endividamento; o comportamento
das contas a receber e a pagar; a capacidade de solvência, antecipando por
conta das informações, causas, consequências, alternativas que se dispõem para
a correção dos desvios em relação aos planos estabelecidos. Quando se presta
e contempla as atribuições, a Contabilidade cumpre a sua essência enquanto
ciência informativa.
Portanto, é correto afirmar que, quanto mais completos e transparentes forem
os registros da Contabilidade, mais eficientes serão os diagnósticos, as conclu-
sões, as causas. Também, se os relatórios forem analisados corretamente, muito
mais fáceis será prescreverem-se sintomas, avaliarem-se medidas, receitarem-se
medicamentos. Os contabilistas, empresários e usuários das informações devem
se posicionar em conjunto para o equacionamento das enfermidades, indepen-
dente do volume dos negócios.
Por sua vez, os pilares que constituem a essência da contabilidade podem
ser resumidos em: escrituração, princípios, transparência, submissão às nor-
mas, qualidade nos serviços e ética profissional.
A escrituração contábil é composta pelo registro de fatos administrativos
que alteram de forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio e estes registros
devem ser expostos mediante demonstrações contábeis.
Conforme já destacado, o contabilista deve executar a escrituração contábil e
elaborar as demonstrações contábeis da empresa contratante nos termos das dis-
posições vigentes, máxime em atendimento ao disposto no art. 1.179 do Código
Civil Brasileiro, Lei nº 10.406/2002 segundo o qual todo empresário ou socie-
dade empresária está obrigado a adotar e a seguir um sistema de contabilidade.
Contudo, a obrigatoriedade da escrituração não deve ofuscar suas vanta-
gens práticas.
Podemos destacar as seguintes vantagens de uma entidade manter escritu-
ração contábil:
a) oferece maior controle financeiro e econômico à entidade;
b) comprova em juízo fatos cujas provas dependam de perícia contábil;
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
31. (Cesgranrio – 2010 – Petrobras – Técnico de Contabilidade) Atente
para o lançamento a seguir (sem data e histórico).
D: Fornecedores a pagar
C: Abatimento sobre compras: R$ 12.500,00
59
Considerando-se exclusivamente a informação acima, o lançamento
representa:
a) Desconto condicional obtido sobre venda à vista.
b) Abatimento concedido sobre vendas realizadas à vista.
c) Abatimento recebido sobre compras realizadas a prazo.
d) Devolução de compras realizadas à vista.
e) Devolução de compras realizadas a prazo.
Exercício
32. (FCC – 2008 – METRÔ-SP – Analista Trainee) A Cia. GHI pagou
à Cia. JKL em 10.01.2008, com cheque de sua emissão, o valor de
R$ 10.000,00, relativo ao aluguel de dezembro de imóvel de pro-
priedade da locadora, utilizado pela locatária em suas atividades
comerciais. Ambas as companhias efetuam a escrituração contábil
com base no regime de competência. O registro desse fato contábil
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
33. (Cespe – 2009 – TCE-AC – Analista de Controle Externo) A respei-
to da escrituração contábil, o Conselho Federal de Contabilidade es-
tabelece normas acerca das formalidades a serem observadas. Nesse
sentido, assinale a opção correta.
a) À falta de documentação de origem externa, a empresa terá
de gerar documento de origem interna para fundamentar fato
contábil.
b) A escrituração pode ser confiada a profissional contábil com for-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
34. (FGV – 2010 – Badesc – Contador) Assinale a alternativa que apre-
sente contas de resultado:
a) Seguros a vencer – despesas de juros – depreciação acumulada.
b) Custo das mercadorias vendidas – despesas de salários – ICMS
a recolher.
c) Receitas de juros – depreciação acumulada – salários a pagar.
d) Despesas financeiras – custo das mercadorias vendidas – receita
de juros.
e) Salários a pagar – despesas de ICMS – juros a vencer.
Exercício
35. (FGV – 2010 – Badesc – Contador) Com base nos dados extraídos
da empresa comercial Belle Modas, responda:
Dados extraídos da Demonstração do Resultado do Exercício e res-
pectivos livros contábeis:
ICMS 16.000
Provisão para IR 51.950
Contabilidade Geral e Pública
custo de aquisição
– Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial
– Parcela não recebida dos Lucros de Contratos de Cons-
trução por Empreitadas ou Fornecimento, celebrados
com PJ de Direito Público
– Outras exclusões
69
(=) SUBTOTAL
(-) Base de Cálculo Negativa da Contribuição Social do
Período-base anterior, corrigida monetariamente até
31/12/1995 (Limite 30% do Subtotal)
(=) Base de Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL)
A partir de 01/09/2003, por força do art. 22 da Lei nº 10.684/2003, a base
de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presu-
mido, corresponde a:
• 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hos-
pitalares e de transporte;
• 32% para:
o prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e
transporte;
o intermediação de negócios;
o administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos
de qualquer natureza.
Sobre a base de cálculo, se aplica a alíquota pertinente à situação da empresa.
A contabilização final da CSLL é feita da seguinte forma:
CSLL (despesa)
a CSLL a Recolher (Passivo)
Provisão para o Imposto de Renda
A provisão para o pagamento do Imposto de Renda é obrigatória tanto pela
Lei nº 6.404/1976, como pela Legislação do Imposto de Renda.
Constitui-se no valor que deve ser deduzido do período-base e registrado
no Passivo Circulante como obrigação na conta de Provisão para o Imposto
de Renda.
A base de cálculo do Imposto de Renda é o Lucro Real. Lucro Real é o resul-
tado do Lucro Líquido do Exercício (resultado contábil apurado) ajustado pelas
Adições, Exclusões e Compensações disciplinadas na legislação pertinente.
Dentre as Exclusões, constam somente as participações estatutárias para
Participação de Empregados e Participação de Debêntures. Estas são estimadas
Contabilidade Geral e Pública
nesta ordem, com base nos lucros que remanescerem, depois de deduzida
a participação calculada anteriormente:
• participações estatutárias de debêntures;
• participações de empregados;
• participações dos administradores;
• partes beneficiárias;
• contribuições para fundos de assistência ou previdência de empregados.
71
Quanto ao percentual de participação, é definido de acordo com o previsto
no estatuto social.
A contabilização final das PEL é feita da seguinte forma:
Apuração do Resultado do Exercício (ARE)
a Participações a Pagar (Passivo)
Distribuição de Lucros ou Dividendos
Os dividendos são a parcela do lucro que é distribuída aos acionistas da
empresa.
A distribuição dos dividendos é disciplinada pelo art. 202 da Lei nº
6.404/1976. Diz o dispositivo que o dividendo mínimo obrigatório a ser distri-
buído aos sócios será o previsto no estatuto.
Em caso de omissão do estatuto, entretanto, a própria Lei já traz a regra
para suprir a omissão. Diz o art. 202 que, neste caso, o dividendo mínimo cor-
responderá 50% do lucro líquido ajustado.
Segundo o dispositivo, temos que o Lucro Líquido Ajustado será calculado
assim:
Lucro Líquido do Exercício
() Reserva Legal
() Reserva de Contingências
(+) Reversão de Reserva de Contingências
(=) Lucro Líquido Ajustado
Embora a Lei não cite, outros ajustes devem ser feitos ao lucro líquido do
exercício, para o cálculo do dividendo. Um raciocínio mais completo seria o
seguinte:
Lucro Líquido do Exercício
() Prejuízos Acumulados
() Reserva Legal
() Reserva de Contingências
(+) Reversão de Reserva de Contingências
(+/) Ajustes de exercícios anteriores
(+) Realização da Reserva de Reavaliação
(=) Lucro Líquido Ajustado
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
37. (FCC – 2007 – MPU – Analista Pericial) As informações a seguir
são relativas à Cia. Araçatuba, cujo estatuto é omisso no tocante à
distribuição de dividendos:
Lucro líquido do exercício R$ 725.000,00
Valor destinado à constituição da reserva legal R$ 36.250,00
Reversão de reserva de contingências constituída
em exercício anterior R$ 61.750,00
O valor do dividendo obrigatório a ser pago pela companhia, obede-
cidos os preceitos estabelecidos na Lei nº 6.404/1976 (Lei das Socie-
dades por Ações), será, em R$:
a) 375.250,00
b) 313.500,00
c) 187.625,00
d) 172.250,00
e) 156.750,00
CL =
– Compras Anuladas (CA)
– Abatimentos sobre Compras (ASC)
– Descontos Incondicionais sobre Compras (DISC)
3. Compras Brutas: O elemento compras brutas já deverá estar sem os
impostos recuperáveis, isto é, aqueles que podem ser compensados em
operações comerciais.
CB = Valor da Compra + IPI – ICMS (caso geral)
73
4. Resultado com Mercadorias (RCM)
RCM = Vendas Líquidas (VL) – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
5. Vendas Líquidas (VL)
Vendas Brutas (VB)
– Vendas Anuladas (VA)
– Abatimentos sobre Vendas (ASV)
VL = – Descontos Incondicionais sobre Vendas (DISV)
– Impostos Incidentes sobre Vendas (IISV: ICMS, ISS e IE)
– Contribuições Sociais sobre Vendas (CSSV: PIS e Cofins)
– Despesa com Ajuste a Valor Presente (DCAVL)
A despesa com ajuste a valor presente é deduzida com base na Lei nº
6.4004/1976 que determina a exclusão dos encargos cobrados por vendas a
prazo. Este valor corresponderia a uma receita com juros e não a uma receita
de vendas.
Inventários
Periódico
• Ocorre quando os estoques existentes são avaliados na data de encerra-
mento do balanço, mediante contagem física.
• Optando pelo inventário periódico, a contabilização das operações que
envolvem mercadorias pode ser efetuada utilizando a Conta Mercado-
rias Mista ou a Conta Mercadoria Desdobrada.
Permanente
• É aquele em que há um controle de forma contínua do estoque, pois se
dá a baixa do custo das mercadorias vendidas a cada operação de venda.
A conta Mercadorias, a qualquer momento, reflete o valor das merca-
dorias que se encontram em estoque.
• No Inventário Permanente, é indispensável a utilização de um instru-
mento extracontábil, a Ficha de Controle e Avaliação de Estoque, tam-
bém chamada de Ficha de Estoque. Por meio da Ficha de Estoque,
acompanha-se a movimentação física e contábil das mercadorias.
Registro de Operações no Inventário Periódico
• Uso da conta Mercadorias Mista: existe apenas uma única conta, a de
Mercadorias Mista, que registra todos os fatos pertinentes ao resultado
Contabilidade Geral e Pública
Margem de Contribuição
Destaca-se aqui o conceito de margem de contribuição. Embora ligado à
área de Contabilidade de Custos, muitas questões de concurso fazem referên-
cia a este termo como sendo de uso comum na Contabilidade.
É o valor, ou percentual, que sobra das vendas, menos o custo direto variá-
vel e as despesas variáveis. A margem de contribuição representa o quanto a
empresa tem para pagar as despesas fixas e gerar o lucro líquido.
A margem de contribuição é calculada da seguinte forma:
MC = Preço de Venda – Custo da Mercadoria Vendida – Despesas Variáveis.
Exemplo:
Preço de Venda = R$ 20,00 (100%)
Contabilidade Geral e Pública
Conceito
São operações realizadas pelas empresas com o objetivo de gerar recursos
financeiros (dinheiro).
Modalidades
• Aplicações Financeiras
• Empréstimos Bancários
• Operações com Duplicatas
Contabilidade Geral e Pública
• Factoring
Aplicações Financeiras
• Aplicações de Liquidez Imediata
o Essas aplicações correspondem, geralmente, a compras de títulos
do governo, como, por exemplo, letras e bônus.
o Tais títulos têm liquidez imediata porque a empresa pode resgatar o
valor aplicado mais os rendimentos no dia em que desejar.
76
o Os rendimentos correspondem à inflação ocorrida no período em
que o dinheiro permaneceu aplicado, sendo geralmente baseada na
variação dos títulos do governo.
• Aplicações com Rendimentos Prefixados
o Neste tipo de aplicação, a empresa fica sabendo, no dia da aplica-
ção, o valor dos seus rendimentos, que correspondem à correção
monetária prefixada mais juros.
o O rendimento é registrado em “Receitas Financeiras a Vencer” e
posteriormente transferido para “Receitas Financeiras”.
• Aplicações com Rendimentos Pós-Fixados
o Neste tipo de aplicação, a empresa somente fica sabendo quanto ga-
nhou com a operação no dia de seu resgate. Até lá, é registrada uma
movimentação de uma conta do ativo para “Aplicações Financeiras”.
o O rendimento total é desdobrado em duas contas: “Variações Mo-
netárias Ativas”, correspondentes à taxa de inflação do período de
aplicação; e “Juros Ativos”, referente ao restante do rendimento total.
Empréstimos Bancários
• Empréstimos com Correção Monetária Prefixada
o Neste tipo de empréstimo, a empresa sabe, no dia da transação, qual
o montante dos encargos referentes à correção monetária incidente
sobre a operação.
o Os encargos são registrados em “Despesas Financeiras a Vencer” e
posteriormente transferido para “Despesas Financeiras”.
• Empréstimos com Correção Monetária Pós-Fixada
o Neste tipo de empréstimo, a empresa somente sabe qual o montan-
te dos encargos referentes à correção monetária incidente sobre a
operação no dia do vencimento.
o Os encargos totais são desdobrados em duas contas: “Variações Mo-
netárias Passivas”, correspondentes à taxa de inflação do período de
aplicação; e “Juros Passivos”, referente ao restante dos encargos to-
tais.
Operações com Duplicatas
• Cobrança Simples de Duplicatas
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
39. No dia 2 de maio do ano 3, a Empresa Morena Minha Amada &
Cia. Ltda. aplicou a importância de $ 10.000, a curto prazo, no Ban-
co da Saudade S.A., onde mantém conta bancária. No dia seguinte,
resgatou a importância de $ 10.200, correspondendo $ 10.000 ao
valor aplicado e $ 200 aos rendimentos. O banco descontou a im-
portância de $ 40 referente ao imposto de renda retido na fonte e
recuperáveis posteriormente.
Como fica a contabilização destes fatos contábeis? Considere a exis-
tência das contas: Aplicações de Liquidez Imediata (ativo), Bancos
Conta Movimento, Receitas Financeiras e IRRF a Recuperar (ativo).
Exercício
40. (Funiversa – 2010 – CEB – Contador) Assinale a alternativa que
apresenta o lançamento correspondente à contabilização da folha de
pagamento de salários, quando o desembolso ocorre no mês seguinte
ao de competência.
a) Crédito de despesa de salário e despesas com encargos sociais e
débito de salários a pagar e encargos sociais a recolher.
b) Débito de despesa de salário e de encargos sociais a recolher e
crédito de salários a pagar e despesa com encargos sociais.
c) Crédito de salários a pagar e débito de encargos sociais a recolher.
d) Débito de despesa de salário e despesas com encargos sociais e
crédito de salários a pagar e encargos sociais a recolher.
e) Crédito de salários a pagar e débito de encargos sociais a recolher.
Exercício
41. (Cespe – 2010 – TRE-MT – Analista Judiciário) A Cia. DF (capital
aberto) participa em 100% do capital da Cia. MG. A situação do
patrimônio líquido de ambas no encerramento do exercício social
de 19X4 está demonstrada na tabela abaixo (valores em R$).
Patrimônio Líquido Cia. DF Cia. MG
Capital Social 10.000 7.000
Reservas de capital 8.000 -
Total 18.000 7.000
Considerando que ambas estão sujeitas ao processo de consolidação
das demonstrações financeiras previsto na Lei nº 6.404/1976, é cor-
reto afirmar que o valor do patrimônio líquido consolidado será de:
a) R$ 7.000,00.
b) R$ 10.000,00.
c) R$ 17.000,00.
d) R$ 18.000,00.
e) R$ 25.000,00.
11.1 Provisões
Provisões representam estimativas de perda de ativos ou de obrigações para
com terceiros.
Esses eventos, embora já tenham seu fato gerador contábil ocorrido, não
podem ser medidos com exatidão e têm, portanto, caráter estimativo.
84
Classificação Geral
As provisões podem ser classificadas em dois grupos, a saber:
1) Provisões Retificadoras do Ativo:
Aparecem no ativo de forma subtrativa, reduzindo o valor contábil do bem
ou direito sob o qual se provisionaram custos ou despesas.
2) Provisões Passivas:
São classificadas no passivo exigível indicando obrigações. Não são contas
retificadoras, mas sim contas representativas de obrigações, as quais só serão
perfeitamente quantificadas em função de fatos supervenientes.
Classificação quanto ao Aspecto Fiscal
1) Dedutíveis:
São aquelas que a legislação do Imposto de Renda permite a sua dedutibi-
lidade quando da determinação do lucro real.
2) Indedutíveis:
São aquelas que a legislação do Imposto de Renda não permite a sua dedu-
tibilidade quando da determinação do lucro real.
Provisões Retificadoras do Ativo
1) Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa:
A Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa ou, também denomina-
da de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), é de constituição facultativa
para empresas que realizam vendas a prazo e que assumem o risco de eventuais
perdas no recebimento de seus créditos, constantes no balanço de encerramen-
to e que não possuam reserva de domínio, alienação fiduciária em garantia, ou
garantia real (hipoteca, penhor ou anticrese).
Ela é importante para fins gerenciais, pois demonstra o impacto negativo
que o lucro sofre, em virtude dos maus pagadores.
2) Provisão para Ajuste de Bens e Direitos ao Valor de Mercado:
Segundo a Lei nº 6.404/1976, as mercadorias e produtos de comércio da
companhia, bem como as matérias-primas, produtos em fabricação e bens
em almoxarifado, para fins de levantamento do balanço patrimonial, deverão
ser avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para
ajustá-los ao valor de mercado, quando este for inferior. A constituição dessa
provisão é de caráter obrigatório perante a legislação comercial.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
42. (Cespe – 2008 – STF – Analista Judiciário) A respeito da constitui-
ção das provisões e dos seus reflexos na estrutura patrimonial, julgue
o(s) item(s) a seguir.
O registro da provisão para desvalorização de estoques reduz tanto o
capital circulante líquido como o resultado do exercício.
Como regra geral, a contabilização das provisões tem como débitos ele-
mentos de despesas e, como contrapartida, créditos em contas patrimoniais
(provisões) que, como vimos podem ser:
• contas redutoras de ativo (crédito de devedores duvidosos e perdas pro-
váveis na realização de investimentos); ou
• contas de passivo exigível (contingências, férias ou 13º salário).
Exemplo: Despesas Provisionadas a Provisões (ativas/passivas).
86
Trata-se de valores não monetários.
Exemplo:
• Despesas Provisionadas;
• a Provisões (ativas/passivas).
Em ocorrendo o fato provisionado, se faz o débito da conta de provisão
pertinente contra o crédito do ativo associado.
Exemplo: durante o exercício social subsequente, os títulos incobráveis são
baixados do patrimônio da empresa mediante seguinte lançamento:
D – Provisão p/Devedores Duvidosos;
C – Clientes/Duplicatas a Receber.
O saldo não utilizado na provisão tem tratamento usual mais recomendável
seguindo o Método da Reversão.
O saldo, porventura remanescente na conta de provisão, deverá ser rever-
tido a crédito do resultado do exercício, efetuando-se a seguir a nova provisão
para o período seguinte.
Exemplo: para a provisão para devedores duvidosos:
D – Provisão p/Devedores Duvidosos;
C – Reversão de PDD (conta de receita).
Por outro lado, se há o recebimento de um título considerado anteriormen-
te como incobrável, teríamos um lançamento do tipo:
D – Caixa;
C – Provisão p/Devedores Duvidosos (redução da despesa associada à
provisão).
O tratamento de outras provisões, embora envolvendo contas com denomi-
nações específicas, é análogo aos exemplos dados aqui.
No entanto, cabe a apresentação de um exemplo para o caso de compra de
títulos e valores mobiliários.
Exemplo: compra de títulos por $ 10.000 (custo de aquisição), em julho
de 201X, juros auferidos $ 1.000, correção monetária do período $ 2.000. Na
época do balanço, a cotação desses Títulos e Valores Mobiliários era avaliada
Contabilidade Geral e Pública
em $ 11.000.
Custo de Aquisição 10.000
Juros Auferidos 1.000
Correção Monetária do Período 2.000
(=) Valor total na época do Balanço 13.000
(-) Valor de Mercado (10.000,00 x 1,10) 11.000
(=) Valor a Provisionar 2.000
87
Exercício
43. (FCC – 2009) A contrapartida do registro de uma provisão tem
como consequência:
a) um aumento de Despesa.
b) um aumento no resultado final.
c) uma diminuição de Passivo.
d) um aumento de Ativo.
e) uma diminuição da Receita.
• Incentivos Fiscais:
São os incentivos não incluídos nas subvenções para investimentos, tais
como os relativos aos fundos setoriais de desenvolvimento Finor, Finan e
Funres, que correspondem à redução do valor devido como Imposto de Ren-
da pela pessoa jurídica para a aplicação nesses fundos.
IMPORTANTE – Pela Lei nº 11.638/2007, no entanto, NÃO SÃO MAIS
CLASSIFICADOS COMO RESERVAS DE CAPITAL O PRÊMIO NA
89
EMISSÃO DE DEBÊNTURES E AS DOAÇÕES E AS SUBVENÇÕES
PARA INVESTIMENTO, inclusos aqui como destaque para questões mais
minuciosas e que podem confundir o candidato.
Utilização das Reservas de Capital
As Reservas de Capital somente poderão ser utilizadas para:
a) absorção dos prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as
reservas de lucros;
b) resgate, reembolso ou compra de ações;
c) resgate de partes beneficiárias;
d) incorporação ao capital social;
e) pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando esta vantagem
lhe for assegurada.
Exercício
44. (FGV – 2010 – Badesc – Contador) Segundo a Lei nº 6.404/1976, as
reservas de capital somente poderão ser utilizadas para as situações
relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e
as reservas de lucros.
b) resgate, reembolso ou compra de ações.
c) resgate de partes societárias.
d) incorporação ao capital social.
e) pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa van-
tagem for assegurada.
• Reserva Legal.
• Reservas Estatutárias.
• Reservas para Contingências.
• Reservas de Retenção de Lucros.
• Reserva de Lucros a Realizar.
• Reserva Especial de Lucros para Dividendos Obrigatórios não Distri-
buídos.
90
Reserva Legal
• Finalidade – assegurar a integridade do capital social, aumentando o
capital social ou absorvendo prejuízos;
• De natureza obrigatória;
• Limite – 20% do capital social realizado;
• Base de cálculo – o Lucro Líquido do Exercício;
• Percentual aplicado – 5%.
Reservas Estatutárias
• Finalidade, base de cálculo, valor e limite – de acordo com o estatuto;
• De constituição facultativa;
• Tipos de Reservas Estatutárias (devem ser previstos no estatuto empresa):
o Reserva para Aumento do Capital;
o Reserva para Resgate de Debêntures;
o Reserva para Resgate de Partes Beneficiárias;
o Reserva para a Amortização de Ações.
Reservas para Contingências
• Finalidade – compensar prejuízos futuros, cujo valor possa ser estimado;
• De constituição facultativa;
• Valor – de acordo com a assembleia, que deverá indicar a causa da per-
da prevista e justificar, quais as razões de prudência que recomendem a
sua constituição.
Reservas de Retenção de Lucros
• Finalidade – separar parte do lucro apurado, visando manter tais recur-
sos na companhia para aplicação em projetos de expansão;
• De constituição facultativa;
• Base de cálculo – de acordo com orçamento aprovado na assembleia.
Reserva de Lucros a Realizar
Tendo em vista que a contabilidade adota o regime de competência, para
registrar suas operações, pode ocorrer que a empresa venha a apurar um lucro
líquido sem o correspondente acréscimo em disponibilidades (transformação
em valor monetário). Tais lucros apesar de econômica e contabilmente realiza-
dos, estão financeiramente por realizar (Lucros a Realizar).
Exemplos de Lucros a Realizar:
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
45. (FCC – 2010 – Sergipe Gás S.A. – Contador) O aumento do Capital
Social com saldos de Reservas de Lucros é um fato:
a) permutativo.
b) modificativo aumentativo.
c) modificativo diminutivo.
d) misto aumentativo.
e) misto diminutivo.
Exercício
46. (FCC – 2010 – TRF – 4ª Região – Analista Judiciário) Dados extraí-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Exercício
48. (Cesgranrio – 2009 – BNDES – Profissional Básico – Ciências Con-
tábeis) Pode-se afirmar que valor adicionado é a(o):
101
a) diferença entre o valor dos bens, serviços e utilidades vendidos
por uma entidade e o respectivo valor dos insumos adquiridos
de terceiros.
b) diferença entre a receita gerada pela empresa e o resultado ob-
tido antes de encargos financeiros, depreciação, amortização,
exaustão, imposto de renda e resultados não operacionais.
c) riqueza gerada pela empresa, representada pelo custo de opor-
tunidade multiplicado pelo patrimônio líquido deduzido dos
valores que transitam em resultado e não representam entrada
de caixa.
d) soma de todos os valores recebidos pela empresa, deduzidos dos
impostos incidentes e dos encargos de depreciação, amortização
e exaustão.
e) conjunto de valores obtidos pela empresa, seja através de venda
de produtos, seja através de ingressos de fontes diversas, deduzi-
dos de impostos e encargos financeiros.
Exercício
49. (FCC – 2009 – MPE-SE – Analista do Ministério Público) As Notas
Explicativas devem indicar:
a) as espécies e classes das ações, quando correspondentes ao ca-
pital ordinário, e as garantias prestadas a terceiros sempre que
estas representarem 50% do passivo total.
b) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas
avaliações e todos os investimentos em outras sociedades inde-
pendentemente da relevância dos mesmos.
c) o número, as espécies e as classes das ações do capital social e
o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas
avaliações.
d) as garantias prestadas a terceiros sempre que estas representa-
rem 50% do passivo total e o aumento de valor de elementos do
ativo resultante de novas avaliações.
e) todos os investimentos em outras sociedades, independente-
mente da relevância dos mesmos, o número, as espécies e clas-
ses das ações correspondentes ao capital ordinário.
Contabilidade de Custos
13.1 Inventário e Métodos de Avaliação de Estoques
Inventário é uma lista de bens disponível em estoque para venda no proces-
so normal de um negócio, ou para serem utilizados na fabricação de produtos
comercializados pela empresa. A definição de inventário dentro das empresas,
104
normalmente segue as definições do Conselho Federal de Contabilidade por
meio das Normas Brasileiras de Contabilidade.
No Brasil, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deverão es-
criturar o livro Registro de Inventário ao final de cada período: trimestralmente
ou anualmente quando houver opção pelos recolhimentos mensais durante o
curso do ano-calendário, com base na estimativa.
Para a determinação do inventário, é preciso que se defina a sistemática de
cálculo de quatro valores principais:
• Custo das Mercadorias Vendidas (CMV);
• Compras Líquidas (CL);
• Resultado com Mercadorias (RCM);
• Vendas Líquidas (VL).
Os conceitos e as fórmulas referentes a cada um destes valores já foram
apresentados quando comentamos sobre as operações sobre mercadorias e
como elas eram escrituradas.
Tipos de Inventários
a) Periódico:
Ocorre quando os estoques existentes são avaliados na data de encerramen-
to do balanço, pela contagem física.
Optando pelo inventário periódico, a contabilização das operações que en-
volvem mercadorias pode ser efetuada utilizando a Conta Mercadorias Mista
ou a Conta Mercadoria Desdobrada.
Nesta sistemática, o Custo das Mercadorias Vendidas só é conhecido no
final do período, quando é feito o encontro de contas entre compras e vendas
de mercadorias.
b) Permanente:
É aquele em que há um controle de forma contínua do estoque, pois se dá
a baixa do custo das mercadorias vendidas a cada operação de venda. A conta
Mercadorias, a qualquer momento, reflete o valor das mercadorias que se en-
contram em estoque.
No Inventário Permanente, é indispensável a utilização de um instrumento
extracontábil, a Ficha de Controle e Avaliação de Estoque, também chamada
de Ficha de Estoque. Por meio da Ficha de Estoque, acompanha-se a movi-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
50. (FCC – 2008 – TRT – 18ª Região (GO) – Analista Judiciário) A Cia.
Comercial Madureira iniciou o exercício com um estoque de R$
800.000,00. Adquiriu R$ 1.300.000,00 de mercadorias, já deduzidos
desse valor os impostos recuperáveis. As vendas líquidas da empre-
sa no exercício totalizaram R$ 1.800.000,00. A companhia adota o
sistema do inventário periódico e a contagem do estoque final de
mercadorias indicou que ele equivalia a 120% do estoque inicial. O
lucro bruto da companhia nesse exercício equivaleu, em R$, a:
a) 1.140.000,00.
b) 980.000,00.
c) 960.000,00.
d) 840.000,00.
e) 660.000,00.
Exercício
51. (FCC – 2010 – TRE-AM – Analista Judiciário) A empresa Y incor-
reu nos seguintes gastos durante o mês de novembro de X9:
Mão de obra direta 10.000
Energia elétrica (fábrica) 3.000
Aluguel (setor administrativo) 2.000
Salário da supervisão da fábrica 5.000
Compra de matéria-prima 5.000
Comissões de vendedores 3.000
Depreciação das máquinas da fábrica 4.000
Sabendo que a empresa produz um único produto, que o estoque
inicial de produtos em processo era R$ 15.000,00, que o estoque final
de produtos em processo era R$ 4.000,00, que o estoque inicial de
matéria-prima era R$7.000 e que o estoque final de matéria-prima
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
52. (Cespe – 2010 – Abin – Agente técnico de inteligência – Área de
contabilidade) Cada um dos itens abaixo apresenta um fato contá-
bil, seguido de uma proposta de lançamento contábil desse fato, de-
vendo ser julgado certo se o lançamento proposto estiver adequado
ao respectivo fato, ou errado, em caso contrário.
Compra a prazo de matérias-primas por empresa industrial
Débito em: estoque de matérias-primas ICMS a recuperar IPI a
recuperar
Crédito em: fornecedores
53. (Cespe – 2010 – Abin – Agente técnico de inteligência – Área de
Contabilidade Geral e Pública
Campo Macroeconômico:
1) Mercados setoriais, com levantamento de demonstrações de empre-
sas que exercem a mesma atividade para análise regional de tais ati-
vidades, de suas correlações com outros mercados setoriais, das ten-
dências de comportamento e expansão desses setores e verificação/
acompanhamento das tendências de comportamento e expansão de
outros setores.
115
2) Contabilidade Nacional, quando os Balanços consolidados de merca-
dos setoriais e das grandes empresas fornecem dados para a apuração
das contas nacionais e de seus parâmetros, tais como o Produto Interno
Bruto, a renda nacional, a renda per capita.
Afora os aspectos já citados, a estrutura conceitual para a elaboração e apre-
sentação das demonstrações contábeis da CVM recomenda que as incertezas
que envolvem certos eventos e circunstâncias sejam tratadas segundo o Princí-
pio da Prudência, não se superestimando ativos e receitas, e não se subestiman-
do passivos e despesas.
O limite da prudência deve ter em conta a neutralidade, a imparcialidade,
de modo a evitar, por exemplo:
• a formação de reservas ocultas; ou
• as provisões excessivas.
Exercício
55. (FCC – 2010 – AL) Dentre os aspectos microeconômicos a serem
atendidos pela análise das demonstrações financeiras, todas as alter-
nativas abaixo podem ser mencionadas, EXCETO:
a) Dar provimento às exigências da Comissão de Valores Mobiliá-
rios e das Bolsas de Valores nos pedidos de inscrições de empre-
sas, para se constituírem sociedades abertas.
b) Fornecer dados para a apuração das contas nacionais e de seus
parâmetros, tais como o Produto Interno Bruto.
c) Facilitar processos de obtenção de financiamento e concessões
de créditos.
d) Dar base ao estudo da viabilidade econômico-financeira tanto
dos projetos como das empresas que irão executá-los.
e) Verificar periodicamente se a estrutura econômico-financeira da
empresa é adequada ou não às suas operações.
Exercício
56. (Cespe – 2009 – Antaq – Técnico Administrativo) No que se refere à
administração financeira, julgue os itens seguintes.
A análise vertical tem a finalidade de evidenciar, por meio dos perío-
dos, a evolução dos itens das demonstrações contábeis.
Exercícios
57. (UFPR – 2010 – UFPR – Contador) Uma empresa apresentou os
seguintes índices: Liquidez Corrente = 1,80; Liquidez Seca = 0,70;
Liquidez Geral = 0,70. Com base nesses dados, assinale a alternativa
correta.
Contabilidade Geral e Pública
Estoque médio
IME = x período
Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
Exemplo:
Estoque Final ou Estoque Médio $ 20.000,00 e Custo dos Produtos Vendi-
dos $ 100.000,00
100.000 12 meses
RE = = 5 vezes = = 2,4 meses = 72 dias
20.000 5
20.000
Contabilidade Geral e Pública
PMR
PR =
PMP
Exemplo:
Com base nos exemplos anteriores:
58
PR = = 1,29
45
123
Retorno dos Investimentos (RI)
O retorno sobre o investimento mostra quanto a empresa ganhou de lu-
cro líquido em determinado período. É importante detalhar o retorno sobre
o investimento em dois componentes para se analisar as causas que podem
ter levado a um melhor ou pior desempenho em relação ao desejado. Os dois
componentes são: o Giro do Ativo (GA) e a Margem Líquida (ML).
Se o problema estiver na MARGEM deve-se promover um eficiente con-
trole de despesas e política de vendas.
Se o problema estiver no GIRO, devemos concentrar atenção na admi-
nistração dos ativos, evitando ociosidade de recursos e criando agilidade na
política de vendas.
Lucro líquido
RI =
Ativo total
RPL =
Patrimônio líquido
Exemplo:
Para o mesmo lucro líquido anterior ($ 368.000) e para um patrimônio
líquido de $ 2.465.130:
368.000
RPL = = 0,1493
2.465.130
124
Exercício
59. (FCC-2006-Sefaz/SP) A Cia. Vila Isabel possui os seguintes saldos
contábeis ao final de um exercício com valores em reais:
Contas a receber 24.000
Vendas do período 360.000
Estoques 17.500
CPV 252.000
Fornecedores 24.000
Compras do período 288.000
O prazo para recebimento das vendas é:
a) 28 dias.
b) 26 dias.
c) 24 dias.
d) 22 dias.
e) 19 dias.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 2
Contabilidade Pública
Essencial
1. Conceitos Iniciais
1.1 Conceitos, Objeto e Campo de Aplicação
Conceito
A Contabilidade Aplicada à Administração Pública, seja na área Federal,
Estadual, Municipal ou no Distrito Federal, tem, como fio condutor, a Lei nº
4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro
para a elaboração e o controle dos orçamentos e balanços da União, dos Esta-
dos, dos Municípios e do Distrito Federal.
Costuma-se dizer que a Lei nº 4.320/1964 está para a Contabilidade Aplica-
da à Administração Pública assim como a Lei das Sociedades por Ações, Lei nº
6.404/1976, está para a Contabilidade aplicada à atividade empresarial.
A Contabilidade Aplicada à Administração Pública:
• registra a previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecida no
Orçamento Público aprovado para o exercício;
• escritura a execução orçamentária da receita e da despesa;
126
• faz a comparação entre a previsão e a realização das receitas e despesas;
• controla as operações de créditos, a dívida ativa, os valores, os créditos e
obrigações;
• revela as variações patrimoniais; e
• mostra o valor do patrimônio.
Seguindo os dispositivos da Lei nº 4.320/1964 e as afirmações anteriores,
podemos definir a Contabilidade Pública como sendo o ramo da contabilida-
de que coleta, registra e controla os atos e fatos da Fazenda Pública, mostra o
Patrimônio Público e suas variações, bem como acompanha e demonstra a
execução do orçamento.
Deduz-se que a Contabilidade Pública está interessada, também, em todos
os atos praticados pelo administrador, sejam de natureza orçamentária (Previ-
são da Receita, Fixação da Despesa, Empenho, Descentralização de Créditos,
etc.), sejam meramente administrativos (Contratos, Convênios, Acordos, Ajus-
tes, Avais, Fianças, Valores sob Responsabilidade, Comodatos de Bens, etc.),
representativos de valores potenciais que poderão afetar o Patrimônio (A – P =
PL), no futuro.
Objeto e Objetivo
O objeto de qualquer contabilidade é o Patrimônio. O da Contabilidade
Pública é o Patrimônio Público, exceto os bens de domínio público, como:
lagos, lagoas, rios, praças, estradas, logradores, ruas, etc.
A Contabilidade Pública não está interessada, somente, no Patrimônio e
suas variações, mas também, no Orçamento e sua execução (Previsão e Arreca-
dação da Receita e a Fixação e Execução da Despesa).
A Contabilidade Púbica, além de registrar todos os fatos contábeis (modifica-
tivos, permutativos e mistos), registra, também, os atos potenciais praticados pelo
administrador, que poderão alterar qualitativa ou quantitativamente o patrimônio.
A Contabilidade Pública está interessada nos atos e fatos de natureza orça-
mentária, visto que o orçamento, sendo um dos primeiros atos praticados pelo
administrador, tem um papel importantíssimo na Contabilidade Pública, pois,
praticamente, quase tudo se origina no orçamento.
O objetivo da Contabilidade Aplicada à Administração Pública é o de for-
necer informações atualizadas e exatas:
Contabilidade Geral e Pública
Municípios).
• Siafi (Sistema de Administração Financeira do Governo Federal).
Exercício
60. (FCC – 2010 – TCM-CE – Analista de Controle Externo) O ramo
da ciência contábil que aplica as teorias e técnicas de registro dos atos
128
e fatos administrativos com a apuração de resultados e a demonstra-
ção de estados patrimoniais de entidades da administração direta e
indireta, sob os princípios e normas do direito financeiro e princípios
fundamentais a que pertence, é denominado de contabilidade:
a) bancária.
b) comercial.
c) gerencial.
d) governamental.
e) industrial.
7º NÍVEL Subitem
CONTA CORRENTE Código Variável (CNPJ, CPF, IG, UG)
Exercício
presas.
São corretas APENAS as afirmativas
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
133
1.3 Contas
As contas estão estruturadas por níveis de desdobramento, classificadas e
codificadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação orçamen-
tária, financeira e patrimonial, compreendendo sete níveis de desdobramento.
As contas estão, ainda, separadas em:
• escrituradas (admitem registros); e
• não escrituradas (não admitem registros).
As escrituradas recebem registro em qualquer dos seus níveis (à exceção dos
três primeiros níveis) e subdividem-se em sintéticas (não exigem detalhamento
específico denominado conta-corrente) e analíticas (exigem a conta-corrente).
Contas de Compensação
Merecem destaque as chamadas contas de compensação, cujo conceito é
frequentemente cobrado em questões de concurso.
Os atos da administração com “potencial” de modificar o patrimônio da
entidade devem estar evidenciados nas contas de compensação do Balanço
Patrimonial, em cumprimento ao § 5º do art. 105 da Lei nº 4.320/1964:
“Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações
e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, mediata ou
indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.”
Correspondem às variações patrimoniais, isto é, são transações que promo-
vem alterações nos elementos patrimoniais da entidade do setor público, mes-
mo em caráter compensatório, afetando, ou não, o seu resultado.
Classificação das Contas dentro de suas Classes (1º Nível)
1. Contas do Ativo
1.1. Ativo Circulante
Compreende os ativos que atendam a qualquer um dos seguintes critérios:
sejam caixa ou equivalente de caixa; sejam realizáveis ou mantidos para venda
ou consumo dentro do ciclo operacional da entidade; sejam mantidos para fins
comerciais; sejam realizáveis dentro dos doze meses seguintes à data da publi-
cação das demonstrações contábeis.
1.2. Ativo Não Circulante
Compreende os bens e direitos realizáveis após o término do exercício se-
Contabilidade Geral e Pública
3.4. Financeiras
Compreende as variações patrimoniais diminutivas com operações finan-
ceiras, tais como: juros incorridos, descontos concedidos, comissões, despesas
bancárias e correções monetárias.
3.5. Transferências
Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com
transferências intergovernamentais, transferências intragovernamentais, trans-
135
ferências a instituições multigovernamentais, transferências a instituições pri-
vadas com ou sem fins lucrativos, transferências a convênios e transferências
ao exterior.
3.6. Tributos e Contribuições
Compreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas aos impos-
tos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais, contribuições eco-
nômicas e contribuições especiais.
3.7. Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo
Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com ma-
nutenção e operação da máquina pública, exceto despesas com pessoal e encar-
gos que serão registradas em grupo específico (Despesas de Pessoal e Encargos).
Compreende: diárias, material de consumo, material de distribuição gratuita,
passagens e despesas com locomoção, serviços de terceiros, arrendamento mer-
cantil operacional, aluguel, depreciação, amortização, exaustão, entre outras.
3.8. Desvalorização e Perda de Ativos
Compreende a variação patrimonial diminutiva com desvalorização e per-
das de ativos, com redução a valor recuperável, perdas com alienação e perdas
involuntárias.
3.9. Outras Variações Patrimoniais Diminutivas
Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas não in-
cluídas nos grupos anteriores. Compreende: premiações, incentivos, equaliza-
ções de preços e taxas, participações e contribuições, resultado negativo com
participações, dentre outros.
4. Variação Patrimonial Aumentativa
4.1. Tributos e Contribuições
Compreendem toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
4.2 Venda de Mercadorias, Produtos e Serviços
Compreende as receitas auferidas, com a venda de mercadorias, produtos
ou serviços, que resultem em aumento do patrimônio líquido, independente-
mente de ingresso, segregando-se a venda bruta das deduções como devolu-
ções, abatimentos e descontos comerciais concedidos.
Contabilidade Geral e Pública
4.3 Financeiras
Compreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com
operações financeiras. Compreende: descontos obtidos, juros auferidos, prê-
mio de resgate de títulos e debêntures, entre outros.
4.4 Transferências
Compreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com
transferências intergovernamentais, transferências intragovernamentais, trans-
136
ferências a instituições multigovernamentais, transferências a instituições pri-
vadas com ou sem fins lucrativos, transferências a convênios e transferências
ao exterior.
4.7 Exploração de Bens e Serviços
Compreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com-
postas de: receita de produção vegetal, animal e derivados, decorrentes das
atividades ou explorações agropecuárias; receita da indústria de extração mi-
neral, de transformação, de construção e outros; receita originária da pres-
tação de serviços, tais como atividades comerciais, de transporte, de comu-
nicação, de saúde, de armazenagem, serviços científicos e tecnológicos, de
metrologia, agropecuários, etc., e de remuneração pela exploração de bens
como alugueis, royalties, entre outras.
4.8 Valorização e Ganhos com Ativos
Compreende a variação patrimonial diminutiva com reavaliação e ganhos
de ativos.
4.9 Outras Variações Patrimoniais Aumentativas
Compreende o somatório das demais variações patrimoniais aumentativas
não incluídas nos grupos anteriores, tais como: resultado positivo da equivalên-
cia patrimonial, dividendos, etc.
5. Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento
5.1. Planejamento Aprovado
Compreende o somatório dos valores monetários previstos para execução
dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos
no Plano Plurianual e Projeto de Lei Orçamentária Anual.
5.2. Orçamento Aprovado
Compreende o somatório dos valores relativos à previsão da receita, fixação
da despesa e suas alterações no Orçamento Geral da União durante o exercício
financeiro.
5.3. Inscrição de Restos a Pagar
Compreende o somatório relativo ao valor da inscrição das despesas empe-
nhadas e não pagas.
6. Controles da Execução do Planejamento e Orçamento
6.1. Execução do Planejamento
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
62. (Cespe – 2010 – ABIN – Agente Técnico de Inteligência) Com base
no agrupamento de contas do plano de contas da administração
pública federal vigente até 2011 julgue o item subsequente.
O ativo compensado compreende as contas com função precípua
de controle que possam afetar o patrimônio, com exceção das con-
tas correspondentes a atos e fatos ligados à execução orçamentária e
financeira.
INSCRIÇÃO BAIXA
Compensação Ativa Compensação Passiva
a Compensação Passiva a Compensação Ativa
Sistemas de Contas
Na Contabilidade Pública as contas do Plano de Contas são separadas em
sistemas de contas independentes, para facilitar a elaboração dos balanços e
demonstrativos. Esses sistemas são classificados em:
140
1. Sistema Financeiro
O Sistema Financeiro está relacionado com os ingressos e os dispêndios de
recursos, ou seja, com o registro dos recebimentos e pagamentos de natureza
orçamentária e extraorçamentária.
É importante esclarecer que os lançamentos contábeis são feitos fechados
em cada sistema; quando se debita uma conta de um determinado sistema a
conta creditada também tem de pertencer ao mesmo sistema.
As principais contas do sistema financeiro estão relacionadas com as con-
trapartidas do grupo “Disponível”, visto que este grupo representa dentro de
qualquer órgão ou entidade as entradas e saídas de recursos.
Podemos concluir que todas as contas do grupo “Disponível” pertencem
ao Sistema Financeiro, ou seja, Caixa, Bancos Conta Movimento, Aplicações
Financeiras e todas as outras contas que se relacionam com o “Disponível”
também pertencem ao Sistema Financeiro, tais como: Receita, Despesa, For-
necedores, Restos a Pagar, Pessoal a Pagar, Encargos Sociais a Recolher, Con-
signações, Depósito de Terceiros, etc.
2. Sistema Patrimonial
Sistema Patrimonial registra os bens móveis, imóveis, estoques, créditos,
obrigações, valores, inscrição e baixa da dívida ativa, operações de créditos, etc.
No Sistema Patrimonial, os lançamentos de incorporação ou desincorpora-
ção de ativos e passivos, são feitos fechados dentro desse sistema, mesmo que o
fato venha a acarretar uma entrada ou saída de recurso (Sistema Financeiro).
3. Sistema Orçamentário
O Sistema Orçamentário é representado pelos atos de natureza orçamen-
tária, tais como: previsão da receita, fixação da despesa, descentralização de
créditos, empenho da despesa.
No Sistema Orçamentário, é feita a comparação da receita prevista com a
sua realização e da despesa fixada com a sua realização; para isso, é necessário
que os fatos de arrecadação da receita e liquidação da despesa passem por este
sistema.
As contas pertencentes ao Sistema Orçamentário estão alocadas dentro do
ativo e passivo compensados e são representadas pelos grupos:
• 1.9.1./2.9.1. – Execução Orçamentária da Receita; e
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
63. (Cesgranrio – 2010 – Bacen – Analista do Banco Central) Segundo
o Conselho Federal de Contabilidade, “a contabilidade pública é
organizada na forma de sistema de informações, cujas partes ou sub-
sistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em razão
da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que
é a informação geral sobre o Patrimônio Público”. Nesse contexto,
o registro, a avaliação e a evidenciação da situação estática dos ele-
mentos patrimoniais e a apuração do resultado do exercício caracte-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
64. São fases do orçamento:
a) Planejamento, execução, controle e correção.
b) Planejamento, programação, projeto e orçamentação.
c) Programação, projeto e execução.
d) Orçamentação, execução e auditoria.
e) Proposta, análise e implementação.
Exercício
65. (FCC – 2005 – TRE-RN – Técnico Judiciário – Área Administrativa)
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
67. (Cespe – 2010 – Abin – Agente Técnico de Inteligência) Em relação
aos conceitos básicos de orçamento, julgue o próximo item.
O orçamento-programa discrimina as despesas segundo sua nature-
za, dando ênfase aos fins, de modo a demonstrar em que e para que
o governo gastará e quem será responsável pela execução de seus
Contabilidade Geral e Pública
programas.
3. Receita Pública
3.1 Conceitos Iniciais
Receita pública é todo recurso obtido pelo Estado para atender às despesas
públicas.
153
É tudo que entra nos cofres públicos para fazer face ao dispêndio.
Uma definição mais formal seria o “conjunto de ingressos financeiros com
fontes e fatos geradores próprios e permanentes, oriundos da ação e de atri-
butos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio na qualidade de
elemento novo, produz-lhe acréscimos, sem, contudo, gerar obrigações ou rei-
vindicações de terceiros”.
É representada pelos ingressos ou embolsos (fontes/origens) de recursos
financeiros que serão aplicados na aquisição de bens e serviços, visando a pres-
tação de serviços públicos à coletividade.
O REGULAMENTO DE CONTABILIDADE PÚBLICA diz que:
“Todos os créditos de qualquer natureza que o governo tem direito de arre-
cadar em virtude de leis gerais e especiais, de contratos e quaisquer títulos de
que derivem direitos a favor do Estado são receitas da União.”
É bom esclarecer que só as unidades orçamentárias da administração indi-
reta é que fazem os lançamentos de previsão de receita e somente das fontes
diretamente arrecadadas. Na administração direta, os lançamentos de previsão
da receita são efetuados pelo Ministério da Fazenda tendo em vista que as re-
ceitas das fontes do Tesouro são centralizadas naquele Ministério.
Todos os eventos de previsão de receita atualizam as mesmas contas do sis-
tema orçamentário, diferenciando apenas se a previsão é um crédito inicial (Lei
Orçamentária) ou se é um crédito adicional (créditos suplementares, especiais
ou extraordinários).
Logo após a aprovação do Orçamento ou de Créditos Adicionais, a Unida-
de Gestora (UG) deve emitir Nota de Lançamento (NL) para registrar a previ-
são da receita referente às fontes de recursos diretamente arrecadadas.
A Receita Pública efetiva provém dos serviços gerais prestados pelo Estado
à sociedade, em troca da cobrança de impostos, taxas e contribuições.
A classificação da receita pública pode se dar segundo diferentes critérios,
que veremos em seguida.
Quanto à afetação do Orçamento Público
a) Extraorçamentária:
É a que não integra o orçamento público. Sua realização não se vincula à
execução do Orçamento, nem constitui renda do Estado, que é apenas depo-
Contabilidade Geral e Pública
Diversas.
b) Receitas de Capital:
São as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de cons-
tituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender
despesas classificáveis em Despesas de Capital.
• Operações de Crédito: recursos decorrentes da colocação de títulos pú-
blicos ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particu-
157
lares internos ou externos. No orçamento, este título representa, como
regra, o déficit orçamentário e no Balanço, os ingressos efetivos.
• Alienação de Bens: proveniente da alienação de bens imóveis e móveis.
• Amortização de empréstimos: provenientes da amortização de emprés-
timos concedidos, ou seja, a receita obtida com o retorno de recursos
que haviam sido emprestados.
• Transferências de Capital: por identidade, as descrições das transferên-
cias de capital correspondem àquelas apresentadas em transferências
correntes, salvo no que se refere à sua destinação, pois as receitas de
capital, em sua aplicação, devem ser destinadas obrigatoriamente em
gastos de capital: investimentos ou inversões financeiras.
• Outras Receitas de Capital: neste título, serão classificadas as receitas de
capital que não atendem às especificações anteriores. Deve ser emprega-
do apenas no caso de impossibilidade de utilização dos demais títulos.
A classificação por categoria econômica é importante para o conhecimento
do impacto das ações de governo na conjuntura econômica do país. Ela possibi-
lita que o orçamento constitua um instrumento de importância para a análise e
ação de política econômica, de maneira a ser utilizado no fomento ao desenvolvi-
mento nacional, no controle do déficit público, etc. Por esse critério, o orçamen-
to se divide em dois grandes grupos: as Contas Correntes e Contas de Capital:
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
1. Receita Tributária 1. Operações de Crédito
2. Receita de Contribuições 2. Alienação de Bens
3. Receita Patrimonial 3. Amortização de Empréstimos
4. Receita Agropecuária 4. Transferências de Capital
5. Receita Industrial 5. Outras Receitas de Capital
6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
8. Outras Receitas Correntes
Exercício
69. (FCC – 2010 – TCM-CE – Analista de Controle Externo – Inspeção
Contabilidade Geral e Pública
RECEITA ORÇAMENTÁRIA
RECEITA EFETIVA RECEITA NÃO EFETIVA
· Altera o patrimônio líquido · Não altera o patrimônio líquido
· Fatos modificativos aumentativos · Oriunda de fatos permutativos
· É receita no conceito contábil · Não é receita no conceito contábil
· Não produz mutação patrimonial · Produz uma mutação patrimonial
161
Exercício
70. (TCE – 2007 – Auditor) Quanto à origem, as receitas públicas pode-
rão ser classificadas como
a) ordinárias e extraordinárias.
b) originárias e derivadas.
c) correntes e de capital.
d) tributárias e patrimoniais.
e) patrimoniais e de resultado.
Exercício
Exercício
72. (FCC – 2009 – MRE – Oficial de Chancelaria) São classificadas
como despesas correntes:
a) as aquisições de materiais permanentes.
b) as concessões de empréstimos.
c) as subvenções econômicas para obras públicas.
d) as participações em constituição de aumento de capital de em-
presas industriais ou agrícolas.
e) os juros da dívida pública.
Exercício
73. (FCC – 2009 – MPE-SE – Analista do Ministério Público) De acor-
do com a doutrina majoritária, são estágios da despesa orçamentária:
a) previsão, lançamento, empenho e pagamento.
b) fixação, reserva, empenho e liquidação.
c) previsão, empenho, fixação e pagamento.
d) fixação, liquidação, pagamento e cancelamento.
e) fixação, empenho, liquidação e pagamento.
Exercício
74. (Cespe – 2009 – TCE-AC – Analista de Controle Externo) A ope-
ração descentralizadora de crédito orçamentário na qual um minis-
Contabilidade Geral e Pública
c) Anulação;
d) Cancelamento de Resto a Pagar.
e) Estorno de Cancelamento de Resto a Pagar;
f) Empenho de Despesa Pré-Empenhada;
g) Reforço de Despesa Pré-Empenhada;
h) Anulação de Despesa Pré-Empenhada;
i) Empenho com Garantia de Pagamento contra Entrega.
173
O empenho da despesa será formalizado mediante a emissão de documen-
to denominado “NOTA DE EMPENHO”, do qual constarão: o nome do cre-
dor, a especificação e a importância da despesa, bem como os demais dados
necessários ao controle da execução orçamentária e o acompanhamento da
programação financeira.
O cronograma de desembolso previsto, que deverá ser informado na nota
de empenho, não poderá exceder o limite de saque fixado para a unidade.
Esse cronograma consiste em informar no documento o mês (ou me-
ses, no caso de pagamento parcelado) previsto pela unidade para efetuar o
pagamento.
O valor do empenho não poderá exceder o saldo da dotação, precedendo
sempre à realização da despesa, admitindo-se, excepcionalmente, que a emis-
são da respectiva nota de empenho seja concomitante com o ato que autoriza o
pagamento da despesa, desde que não seja decorrente de contrato.
As despesas relativas a contratos, convênios, acordos e outros ajustes de vi-
gência plurianual serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte
nele a ser executada.
A despesa deverá ser classificada na categoria, grupo, modalidade de aplica-
ção e no elemento próprio, de acordo com sua natureza. Deverão ser observa-
dos rigorosamente, inclusive, os objetivos do programa de trabalho.
O empenho deverá ser reforçado quando seu valor se revelar insuficiente
para atender à despesa a ser realizada.
Pré-Empenho
Destina-se à reserva antecipada da parcela do orçamento para posterior re-
gistro do empenho de despesa pela transação “PE”.
Anulação de Empenho
A anulação de um empenho implica que a importância anulada será rever-
tida à dotação, tornando-se novamente disponível para empenho no exercício
corrente.
O empenho deverá ser anulado no decorrer do exercício:
a) parcialmente – quando seu valor exceder o montante da despesa reali-
zada:
Contabilidade Geral e Pública
b) totalmente, quando:
• o serviço contratado não tiver sido prestado;
• o material encomendado não tiver sido entregue;
• o empenho tiver sido emitido incorretamente.
O empenho deverá, ainda, ser anulado no encerramento do exercício
quando a despesa não tiver sido liquidada, salvo aquelas que se enquadrem nas
condições previstas para inscrição em restos a pagar.
174
Exercício
75. (FCC – 2009 – MPE-SE – Analista do Ministério Público) Quando
ocorrer a anulação de um empenho, no exercício da sua emissão, a
importância anulada será:
a) registrada como uma receita extraorçamentária.
b) considerada receita orçamentária.
c) revertida à dotação.
d) contabilizada como uma variação ativa resultante da execução
orçamentária.
e) classificada como uma insubsistência passiva.
Exercício
76. (FCC – 2009 – PGE-RJ – Técnico Superior de Análise Contábil)
De acordo com a Lei nº 287/1979, os comprovantes da entrega de
material, da execução efetiva do serviço ou da execução da obra são
elementos integrantes:
a) da inscrição na dívida ativa.
b) da fixação da despesa.
c) do processo de licitação.
d) do pagamento da despesa.
e) da liquidação da despesa.
de Gestora;
c) Ordem Bancária para Banco (OBB), destinada a pagamento a banco,
inclusive ao agente financeiro, caso seja este o beneficiário ou deva
realizar pagamento à vista de documentação específica emitida pela
Unidade Gestora;
d) Ordem Bancária de Câmbio (OB), destinada à aquisição de moeda es-
trangeira (Ex: Pagamento de Diárias, Dívida Externa, etc.).
177
As liberações para pagamento de pessoal civil dos órgãos da administra-
ção pública federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo e de-
mais entidades que recebam a esse título transferências do Tesouro Nacional,
somente serão realizadas após prévia contabilização da folha de pagamento,
mediante utilização conjunta do Sistema Integrado de Administração de Re-
cursos Humanos (Siape) e do Sistema Integrado de Administração Financeira
do Governo Federal (Siafi).
Os órgãos setoriais do Sistema de Programação Financeira deverão solicitar
à STN os recursos de pessoal mediante registro da Proposta de Programação
Financeira e, quando for o caso, mediante mensagem comunicada no Siafi, na
qual deverão ser discriminados:
I. os montantes incluídos no Siape; e
II. os valores não incluídos no Siape, relativos a:
§ pessoal não regido pela Lei nº 8.112/1990;
§ pessoal contratado temporariamente;
§ transferências ao Governo do Distrito Federal;
§ pessoal no exterior.
As liberações de recursos, da STN para os Órgãos Setoriais do Sistema de
Programação Financeira, serão efetuadas por Fontes de Recursos e por Catego-
ria de Gastos, nas datas a seguir discriminadas:
a) Categoria “A”: os limites de saque relativos a esta categoria de gastos
serão concedidos até o dia 20 de cada mês para os órgãos do Poder Le-
gislativo e o Poder Judiciário e do Ministério Público, e no último dia
útil de cada mês para os órgãos do Poder Executivo;
b) demais Categorias de Gastos, inclusive os recursos da seguridade social:
dia 10, 20 e 30 de cada mês.
Os recursos destinados ao pagamento da gratificação natalina serão libe-
rados em duas parcelas, nos meses de junho e novembro, juntamente com a
liberação dos recursos do pagamento de pessoal daqueles meses.
Exercício
77. (Cesgranrio – 2010 – IBGE – Analista de Planejamento) Considere
as afirmações a seguir acerca da execução da receita e da despesa
Contabilidade Geral e Pública
orçamentária.
I – Por pagamento da despesa entende-se o ato emanado de autori-
dade competente que criou para o Estado obrigação de pagamento
pendente de implemento de condição.
II – O empenho da despesa consiste no ato pelo qual os agentes
arrecadadores entregam diariamente ao Tesouro Público o produto
da arrecadação.
178
III – A liquidação da despesa consiste na verificação do direito do
credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios
do respectivo crédito, em que se apura a origem e o objeto do que
se deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar
para extinguir a obrigação.
IV – O ato praticado pela Fazenda Pública que identifica o contri-
buinte, o valor devido e efetua a inscrição fiscal do devedor, deno-
mina-se lançamento.
São corretas APENAS as afirmações
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
Nacional.
Os órgãos setoriais de programação financeira são as Secretarias Executivas
dos Ministérios e órgãos equivalentes da Presidência da República e do Minis-
tério da Defesa, por meio de seu setor específico.
Elaboração e Aprovação da Programação Financeira
Os Órgãos Setoriais do Sistema de Programação Financeira (OSPF) regis-
trarão as Propostas de Programação Financeira (PPF) para o mês seguinte até
o dia 28 de cada mês.
179
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN), considerando as disponibilidades
de caixa da União, as despesas efetivamente realizadas, a estimativa de ingres-
sos de recursos e os limites orçamentários vigentes, ajustará os valores propostos,
registrando a Programação Financeira Aprovada, até o 3º dia útil de cada mês.
Os Órgãos Setoriais, em função do teto fixado na Programação Financeira
Aprovada (PFA), estabelecerão limites para suas unidades gestoras (UG) até o
5º dia útil de cada mês.
As Propostas de Programação Financeira (PPF) e as Programações Finan-
ceiras Aprovadas (PFA), para fins de registro, deverão observar o seguinte:
a) serão processadas no Sistema Integrado de Administração Financeira
do Governo Federal (Siafi); e
b) poderão ser ajustadas dentro do mês de referência.
Os totais dos valores apresentados na Proposta de Programação Financeira
poderão exceder as dotações aprovadas no Orçamento Geral da União, sendo o
excesso considerado apenas como simples estimativa, não representando qual-
quer garantia de concessão de créditos adicionais.
Os compromissos em moeda estrangeira deverão ser programados em reais,
fazendo-se o ajuste dos valores segundo a variação cambial.
Apresentação das Propostas de Programação Financeira
As Propostas de Programação Financeira serão apresentadas nas seguintes
categorias de gastos:
• A – Pessoal e Encargos Sociais;
• B – Serviço da Dívida Externa;
• C – Outras Despesas;
• D – Serviço da Dívida Interna;
• E – Restos a Pagar.
As propostas de Programação Financeira referentes a esta categoria não
poderão exceder os limites estabelecidos pela STN.
Serão incluídas no Siafi, pela própria STN, as Propostas de Programação
Financeira referentes aos pagamentos da Dívida Externa, uma vez que a libe-
ração desses recursos será efetuada com base nos dados registrados pelos órgãos
no Cadastro de Obrigações.
Despesas de Exercícios Anteriores
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
78. (FCC – 2010 – DPE-SP – Agente de Defensoria) É característica das
Despesas de Exercícios Anteriores:
a) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício
corrente.
b) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-
-las no exercício em que forem geradas.
c) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabele-
cido quando do empenho da despesa.
d) serem despesas orçamentárias.
e) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido can-
celada, por não mais viger o direito do credor.
Cronograma de Desembolso
O cronograma de desembolso é parte da programação financeira de desem-
bolso, pois ele representa somente as despesas decorrentes da execução física
dos projetos e atividades a cargo dos Ministérios ou órgãos, ou seja, espelha a
necessidade de recursos financeiros para pagamento destas despesas. A progra-
mação financeira é mais abrangente do que aquele, pois ela engloba não só as
despesas, mas também os ingressos de receitas no caixa do Tesouro Nacional.
181
A programação financeira ajusta o ritmo de execução do orçamento ao
fluxo provável de recursos.
Cada Ministério ou Órgão terá prazo determinado pelo Decreto de progra-
mação financeira ou suas instruções complementares, para elaboração de seu
cronograma de desembolso.
As unidades orçamentárias encaminharão ao respectivo órgão setorial de
programação financeira, na forma e no prazo por este estabelecido, a proposta
de cronograma de desembolso para os projetos e atividades a seu cargo, com
base no cronograma de execução física.
Os cronogramas de desembolso dos Ministérios, ou Órgãos, serão consoli-
dados pelos Órgãos Setoriais do Sistema de Programação Financeira, de acor-
do com as necessidades da execução dos programas de trabalho de suas uni-
dades orçamentárias e administrativas, discriminados por fontes de recursos e
categorias de gasto, contendo as previsões de liberação mês a mês, subdivididas
“no País” e “no Exterior”, e encaminhado à Secretaria do Tesouro Nacional, na
forma de proposta de programação financeira.
Os recursos financeiros para atender despesas à conta de crédito descen-
tralizado por meio de destaque, integrarão o cronograma de desembolso do
Ministério ou Órgão contemplado com o destaque.
O cronograma de desembolso poderá ser reformulado em decorrência da
abertura de créditos adicionais, devendo ser submetido à aprovação dos setores
competentes.
Limites de Saque
A Secretaria do Tesouro Nacional aprovará o limite global de saque de cada
Ministério ou Órgão, com base na proposta apresentada, ajustada ao fluxo de
caixa do Tesouro Nacional.
Dentro das disponibilidades previstas, na conformidade do item anterior, os
Ministérios ou órgãos da Presidência da República e dos Poderes Legislativo e
Judiciário aprovarão o limite de saque de cada unidade orçamentária.
Os limites globais de saque poderão ser alterados, de acordo com as dispo-
nibilidades de caixa do Tesouro Nacional e as reais necessidades das unidades
orçamentárias, segundo o cronograma de pagamento resultante dos compro-
missos assumidos.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
79. (FCC – Fundação Carlos Chagas) A Secretaria do Tesouro Nacio-
nal fará a liberação de cotas aos Órgãos Setoriais de Programação
Financeira, levando em consideração:
a) exclusivamente o cronograma de desembolso aprovado, fixando
Contabilidade Geral e Pública
o limite de saque;
b) somente o ingresso efetivo de recursos no caixa do Tesouro Na-
cional;
c) Tanto o cronograma de desembolso aprovado, quanto o efetivo
ingresso de recursos no caixa do Tesouro Nacional;
d) O empenho associado às referidas cotas;
e) A prioridade dos programas de Governo.
183
5. Tópicos Complementares sobre Despesas
Públicas
5.1 Restos a Pagar
Consideram-se restos a pagar, ou resíduos passivos, de acordo com o art.
36 da Lei nº 4.320/1964, as despesas legalmente empenhadas, mas não pagas
dentro do exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro (arts. 35 e 67 do
Decreto nº 93.872/1986).
Os restos a pagar acabam por afetar os balanços financeiro e patrimonial
do ente público.
O regime de competência – adotado na administração pública apenas para
as despesas – exige que os atos e fatos contábeis sejam considerados conforme
o exercício a que pertençam, ou seja, em que foram gerados. Neste caso, se
uma despesa foi empenhada em um exercício financeiro e somente foi paga
no seguinte, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício em que
ocorreu o empenho.
Classificação
Conforme a sua natureza, as despesas inscritas em “restos a pagar” devem
ser classificadas por exercício e por credor. Devem ser classificadas, ainda,
como:
a) processadas: liquidadas, ou seja, as despesas em que o credor já cum-
priu as suas obrigações, isto é, entregou o material, prestou os serviços
ou executou a etapa da obra, dentro do exercício, tendo, portanto, direi-
to líquido e certo, faltando apenas o pagamento;
b) não processadas: não liquidadas, ou seja, são aquelas que dependem da
prestação do serviço ou fornecimento do material, isto é, cujo direito do
credor não foi apurado.
Inscrição
O Decreto nº 93.872/1986, em seu art. 35, determina que o empenho da
despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para to-
dos os fins, salvo os casos previstos em normas legais.
É vedada a inscrição em restos a pagar do saldo de empenhos para paga-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
80. (FGV – 2008 – TCM-RJ – Auditor) Observe as informações a seguir
referentes ao primeiro ano de mandato de um governo municipal
que apresenta superávit financeiro e responda:
Rubrica Fixação Empenho Liquidação Pagamento
Aquisição de ma- 2.000 1.500 1.000 1.000
terial de escritó-
rio para estoque
Pessoal ativo e 4.000 3.500 3.500 3.500
encargos
Aquisição de 6.000 4.500 3.500 3.000
frota de veículos
Construção de 9.000 9.000 7.000 6.500
Contabilidade Geral e Pública
hospital
Serviços de 5.000 4.500 4.000 4.000
manutenção
preventiva
Total 26.000 23.000 19.000 18.000
exercícios anteriores.
Formalização
O reconhecimento da dívida a ser paga à conta de despesas de exercícios
anteriores cabe à autoridade competente para empenhá-la, devendo o processo
conter, no mínimo, os seguintes elementos:
• importância a pagar;
• nome, CPF ou CGC e endereço do credor;
186
• data do vencimento do compromisso;
• causa da não emissão do empenho, se for o caso; e
• comprovação de que havia saldo de crédito suficiente para atender à
despesa, em dotação adequada, no exercício em que a mesma tenha
acontecido.
Definidos estes elementos, as despesas de exercícios anteriores são classifi-
cadas como ORÇAMENTÁRIAS.
Prescrição
As dívidas de exercícios anteriores, que dependam de requerimento do fa-
vorecido, prescrevem em 5 (cinco) anos (Decreto-lei nº 20.910, de 1932), con-
tados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo direito.
O início do período da dívida corresponde à data constante do fato gerador
do direito, não devendo ser considerado, para fins de prescrição quinquenal,
o tempo de tramitação burocrática e o de providências administrativas a que
estiver sujeito o processo.
Transferências Orçamentárias
Conforme determina o art. 10 do Decreto-lei nº 200/1967, a execução das
atividades da Administração Pública Federal deverá ser amplamente descentra-
lizada objetivando liberar a administração central das tarefas de execução e de
mera formalização de atos administrativos, para que a mesma possa concentrar-
-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle.
A descentralização das tarefas de execução são operacionalizadas, via de re-
gra, com transferências orçamentárias, por meio das quais, cada Ministério ou
Órgão delega, a outrem, poderes para executar atividades de sua competência,
nos seguintes planos:
a) da Administração Federal para unidades federadas, quando estejam de-
vidamente aparelhadas e mediante convênios; e
b) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou
concessões.
Nos termos da Lei nº 4.320/1964, as transferências classificam-se em duas
categorias econômicas: correntes e capital.
As transferências correntes constituem dotações para despesas para as quais
não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
81. (FCC – 2009 – MRE – Oficial de Chancelaria) Despesas de exercícios
anteriores são despesas:
188
a) contabilizadas pelo regime de caixa, mas pagas pelo regime de
competência.
b) orçamentárias.
c) extraorçamentárias.
d) inscritas em restos a pagar no exercício anterior e não canceladas.
e) para as quais ainda não subsiste o direito do credor do ente
público.
Exercício
82. (Cespe – 2010 – ABIN – Agente Técnico de Inteligência) Julgue o
item a seguir, relativo aos conceitos, à função e ao funcionamento
das contas do plano de contas único do setor público federal.
190
O agrupamento das contas de acordo com as suas funções possibilita
o controle contábil dos direitos e das obrigações oriundos de ajustes,
ou dos contratos de interesse da gestão.
empenho.
E, no registro contábil da concessão de suprimento de fundos, deve haver
lançamento contábil no sistema de compensação, para registro da responsabili-
dade do agente suprido em prestar contas do valor aplicado.
Não se concederá suprimento destinado a cobrir despesas de locomoção
de servidor em viagem quando este houver recebido diárias, posto que estas se
destinam a suprir as despesas de alimentação, pousada e locomoção urbana.
191
Os valores-limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o
limite máximo para despesas de pequeno vulto, serão fixados em portaria e
disponibilizados no Siafi para consulta.
A concessão e aplicação de suprimento de fundos, para atender peculia-
ridades da Presidência e da Vice-Presidência da República, do Ministério da
Fazenda, do Departamento de Polícia Federal, das repartições do Ministério
das Relações no exterior, bem assim militares e de inteligência, obedecerão a
regime especial de execução estabelecido em instruções aprovadas pelos res-
pectivos Ministros de Estado, pelo Chefe da Casa Militar e pelo Secretário-
-Geral da Presidência da República, sendo vedada a delegação de competência
(Decreto nº 2.497, de 12 de fevereiro de 1998).
A entrega do numerário, sempre precedido do empenho ordinário na dota-
ção própria das despesas a realizar, será feita mediante:
• crédito em conta bancária, em nome do suprido, aberta, com autoriza-
ção do ordenador de despesa, para esse fim; ou
• entrega do numerário ao suprido por meio de OPB.
Restrições à Concessão
Não poderá ser concedido suprimento de fundos:
a) a responsável por 2 (dois) suprimentos;
b) a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a
adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;
c) a responsável por suprimento de fundos que não tenha prestado contas
de sua aplicação no prazo previsto; e
d) a servidor declarado em alcance ou que esteja respondendo a inquérito
administrativo.
Entende-se por servidor em alcance aquele que não tenha prestado contas
de suprimento, no prazo regulamentar, ou cujas contas não tenham sido apro-
vadas em virtude de desvio, desfalque, falta ou má aplicação de dinheiro, bens
ou valores confiados à sua guarda, verificados na prestação de contas.
Na aplicação do suprimento de fundos, observar-se-ão as condições e fina-
lidades previstas no seu ato de concessão.
A autorização do suprimento de fundos será formalizada no documento de
concessão, do qual constarão o valor do suprimento, sua destinação, o nome do
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
83. (Cesgranrio – 2009 – Bacen – Analista do Banco Central) A despesa
realizada por meio de adiantamento de numerário concedido a servi-
dor, com posterior prestação de contas, permitida somente nos casos
e nas condições expressamente previstas na legislação e quando não
Contabilidade Geral e Pública
PL = 50 - 40 = 10
195
Suponha que tenham ocorrido os seguintes fatos:
• Hipótese 1: inscrição da dívida ativa no montante de 30;
• Hipótese 2: cancelamento da dívida ativa no valor de 15; e
• Hipótese 3: recebimento da dívida ativa no valor de 5.
Hipótese 1
A inscrição da dívida ativa em 2001, no valor de 30, implica o registro de
um direito no ativo que tem como consequência o seguinte:
PL = 80 - 40 = 40. O patrimônio líquido aumenta de 30, porque o ativo
aumenta de 30 em razão do registro de direitos a receber, representados pela
dívida ativa.
ATIVO PASSIVO
BENS 30 OBRIGAÇÕES 40
DIREITOS (20 + 30) 50 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 40
TOTAL 80 TOTAL 80
ATIVO PASSIVO
BENS 30 OBRIGAÇÕES 40
DIREITOS (20 + 30 - 15) 35 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 25
TOTAL 65 TOTAL 65
Exercício
84. (ACE-2006 – FCC) Caracterizam a dívida flutuante:
a) Débitos e créditos de tesouraria.
b) Débitos de tesouraria e depósitos.
c) Serviços da dívida a pagar e créditos de tesouraria.
d) Restos a pagar e serviços da dívida.
e) Créditos de tesouraria e restos a pagar.
Exercício
Exercício
86. (Cespe-2004 – TCU – Analista) Com base no que dispõe a Lei nº
4.320/1964, julgue os itens que se seguem, relativos às demonstra-
ções contábeis.
Na demonstração das variações patrimoniais, a aquisição de material
permanente é classificada como uma mutação patrimonial da despe-
sa, constituindo, assim, uma variação ativa.
6.4 Precatórios
O crédito público é um conjunto de mecanismos pelos quais o Estado
obtém dinheiro condicionado à obrigação jurídica de pagar juros por todo o
período pelo qual retenha consigo o capital obtido.
A essência de seu entendimento está no fato de que os empréstimos repre-
sentados pelos créditos públicos seriam meras entradas de caixa, uma vez que
a cada soma representativa pelo ingresso, no ativo, deve corresponder outro
lançamento, no passivo, para contrabalancear a operação.
Teórica, contábil e tecnicamente é absolutamente procedente esse enten-
dimento; mas, no campo prático, o crédito público já integra cultural, política
e organicamente o orçamento público brasileiro, tendo em vista que nos tem-
pos contemporâneos, o crédito público é também conhecido mais comumente
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
87. (FCC – 2010 – Sefaz-SP – Analista em Planejamento, Orçamento e
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
88. (Esaf-1999 – TCU – AFCE) As contas anuais da gestão financei-
ra, orçamentária e patrimonial do Tribunal de Contas da União são
apreciadas e julgadas, quanto à sua regularidade,
a) pela Câmara dos Deputados;
b) pelo Senado Federal;
c) pelo Congresso Nacional;
d) por Comissão Mista Parlamentar;
e) pelo próprio TCU.
Exercício
89. (UFF – 2009 – UFF – Técnico de Contabilidade) A prestação de
contas do Presidente da República, visando a demonstrar os resul-
210
tados dos programas de governo, acrescidos dos balanços exigidos
pela Lei nº 4.320/1964, e que deve ser apresentada ao Congresso
Nacional após analisada pelo TCU, é realizada por meio de um ins-
trumento denominado:
a) Demonstrativo de Resultado da União;
b) Resultados Financeiros;
c) Resultado Geral da União;
d) Resultados Orçamentários;
e) Balanço Geral da União.
ditoria (Cosad/SFC);
• Secretaria de Controle Interno (Ciset), ou órgãos com atribuições equi-
valentes, por meio de suas Coordenações de Auditoria (Coaud), que
executa a Auditoria Governamental de forma centralizada, descentrali-
zada ou integrada;
• Delegacias Federais de Controle nos Estados, por meio de suas Divisões
de Auditoria (Diaud).
211
Competências
Compete ao órgão central de auditoria da Secretaria Federal de Controle:
I. supervisionar a realização de auditorias nos sistemas contábil, finan-
ceiro, de execução orçamentária, de pessoal e demais sistemas admi-
nistrativos;
II. promover a normalização, o acompanhamento, a sistematização e a
padronização dos procedimentos de auditoria;
III. supervisionar a realização de auditoria e fiscalização da gestão dos
administradores públicos;
IV. disciplinar e manter registrados sobre a contratação de consultorias
e auditorias independentes, no âmbito da Administração Pública
Federal;
V. avaliar o desempenho operacional e o resultado dos trabalhos rea-
lizados pelas unidades de auditoria das entidades da Administração
Indireta;
VI. promover a apuração dos fatos ou fatos inquinados de ilegais ou irre-
gularidades, formalmente apontados, práticos por agentes públicos,
propondo às autoridades competentes as providências cabíveis;
VII. promover a realização de auditorias especiais e integradas nos órgãos
e entidades jurisdicionadas aos órgãos seccionais do Sistema de Con-
trole Interno;
VIII. apoiar, por intermédio de suas unidades seccionais, a supervisão mi-
nisterial nas suas áreas de competência.
Compete às Coordenadorias de Auditoria dos Órgãos Seccionais do Sistema:
I. avaliar a execução orçamentária, financeira e patrimonial, objetivando
verificar:
a) a legalidade dos atos;
b) a fidelidade dos agentes;
c) o cumprimento dos programas do Governo;
II. executar as atividades de auditoria nas unidades da Administração dire-
ta, entidades supervisionadas e em outras entidades e beneficiários de
transferências orçamentárias;
III. verificar e opinar sobre as contas dos responsáveis pela aplicação, uti-
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
90. (Esaf – 2006 – CGU – Analista de Finanças e Controle) Nos termos
da Instrução Normativa nº 1/2001, da Secretaria Federal de Con-
trole, a Auditoria Governamental direta pode assumir as seguintes
formas:
a) centralizada, descentralizada e integrada.
b) simplificada, compartilhada e terceirizada.
c) concentrada, simplificada e difusa.
d) concentrada, desconcentrada e delegada.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
91. (Esaf – 2009 – ANA – Analista Administrativo) Dado o seu caráter
regulador, é correto afirmar que os seguintes aspectos inerentes à
atividade da Agência Nacional de Águas estarão sujeitos à atuação
do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, exceto:
a) o conteúdo das decisões regulatórias emitidas.
b) os atos referentes a pessoal e sua remuneração.
c) os dispêndios, licitações e contratações produzidos.
d) os processos em que houver dispensa ou inexigibilidade de lici-
tação.
e) os sistemas administrativos e operacionais de controle interno
administrativo utilizados na gestão orçamentária, financeira, pa-
trimonial, operacional e de pessoal.
8. Demonstrações Contábeis
8.1 Balanço Orçamentário
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
92. (FCC – 2010 – TCE-RO – Auditor) Os dados a seguir foram extraí-
dos do Balanço Orçamentário de uma prefeitura municipal elabora-
do conforme a Portaria STN nº 749/2009:
219
Em R$ (mil)
Previsão Inicial 10.000,00
Previsão Atualizada 11.000,00
Receitas Realizadas 11.100,00
Dotação Inicial 10.000,00
Dotação Atualizada 11.000,00
Despesas Empenhadas 10.500,00
Despesas Liquidadas 10.300,00
Despesas Pagas 9.800,00
do grupo disponível atual (SDAt), ou seja, o saldo que passa para o exercício
seguinte, menos o saldo do grupo disponível anterior (SDAn), ou seja:
RFE = Saldo que passa para o exercício seguinte (lado das despesas) (–)
Saldo do exercício anterior.
Nem todas as contas referentes às receitas representam entrada de recursos;
a exemplo dos restos a pagar e serviço da dívida a pagar, esses valores são apenas
uma contrapartida da despesa que ainda não foi paga.
221
Exemplo:
RECEITAS DESPESAS
Orçamentárias Orçamentárias
Receitas arrecadadas 800 Despesas empenhadas 800
Extraorçamentárias Extraorçamentárias
Restos a pagar 150 Saldo que passa para o 150
exercício seguinte
Total 950 Total 950
Pode-se observar que existe um saldo de $ 150. Este valor irá passar para o
exercício de 2007, ou seja, em 01/01/2007, a Fundação “abre” suas contas com
esse saldo em caixa.
Analisando o balanço financeiro acima podemos verificar que do lado das
despesas consta todo o valor de $ 800. Então, os $ 150 que não foram desem-
bolsados estão computados no total da despesa.
Assim sendo, para compensar, os $ 150 são incluídos no lado da receita
(receita extraorçamentária).
Exercícios
93. (AFC – STN – 2005 – Analista de Finanças e Controle) Segundo
disposição do art. 101 da Lei nº 4.320/1964, os resultados gerais do
exercício serão demonstrados nos Balanços Orçamentário, Financei-
ro e Patrimonial, bem como na Demonstração das Variações Patri-
moniais. Assinale a opção falsa em relação a essas demonstrações.
a) No Balanço Patrimonial, o ativo é composto pelas rubricas Ativo
Financeiro, Ativo Permanente e Ativo Compensado.
b) O resultado patrimonial do exercício, apurado na Demonstra-
ção das Variações Patrimoniais, leva em conta as alterações re-
sultantes da execução orçamentária, bem como as independen-
tes dessa.
c) O confronto entre a previsão e a realização, tanto da receita
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Exercício
95. (CESPE – 2010 – Abin – Agente Técnico de Inteligência) Julgue o
item seguinte, a respeito das práticas contábeis brasileiras e do balan-
ço patrimonial.
Toda entidade é obrigada a apresentar ativos circulantes e não circu-
lantes e passivos circulantes e não circulantes como grupos de contas
separados no balanço patrimonial.
Resumindo:
As interferências ativas e passivas orçamentárias são referentes às transfe-
rências de recursos orçamentários para pagamento de despesas do exercício
financeiro corrente.
As interferências ativas e passivas extraorçamentárias são referentes às trans-
ferências de bens e recursos extraorçamentários. Quando houver transferência
de recursos, geralmente será para pagamento de restos a pagar.
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Quem transfere recurso classifica na DVP do lado negativo variações passi-
vas; e quem recebe evidencia no lado positivo variações ativas.
Vamos apresentar os grupos e principais contas da DVP, a partir de sua
estrutura.
A estrutura da demonstração das variações patrimoniais está conforme o
Plano de Contas da Administração Pública federal:
Variações ativas Variações passivas
Orçamentárias Orçamentárias
Receitas correntes Despesas correntes
Tributária Despesas de custeio
Patrimonial Outras despesas correntes
De contribuições Juros e encargos da dívida externa
Agropecuária Juros e encargos da dívida interna
Industrial
De serviços
Transferências correntes
Outras receitas correntes
Receitas de capital Despesas de capital
Operações de crédito Amortização da dívida interna e
externa
Alienação de bens Investimentos
Amortização de empréstimos Inversões financeiras
Transferências de capital Transferências de capital
Interferências ativas Interferências passivas
Quota recebida Quota concedida
Repasse recebido Repasse concedido
Sub-repasse recebido Sub-repasse concedido
Mutações ativas Mutações passivas
Construção de bens móveis e Cobrança da dívida ativa
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imóveis
Aquisição de títulos e valores Alienação de bens móveis e imóveis
Empréstimos concedidos Empréstimos tomados
Aquisição de material de consumo Recebimento de créditos diversos
para transferência de bens e valores
estoque em almoxarifado
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Amortização da dívida interna e
externa (recebimento)
Extraorçamentária Extraorçamentária
Interferências ativas Interferências passivas
Transferência financiamentos p/ Transferência financiamentos p/
restos a pagar restos a pagar
Transferência de bens e valores Transferência de bens e valores
Acréscimos patrimoniais Decréscimos patrimoniais
Inscrição da dívida ativa Cancelamento da dívida ativa
Incorporação de bens por doação Encampação de dívidas
Cancelamento de dívidas passivas Consumo de bens
Perda de bens
Resultado patrimonial Resultado patrimonial
Déficit Superávit
Total das variações ativas Total das variações passivas
As variações ativas e passivas são representadas pelos somatórios abaixo de-
monstrados:
Total das variações ativas = Total das variações passivas =
Orçamentárias Orçamentárias
(+) Receitas correntes (-) Despesas correntes
(+) Receitas de capital (-) Despesas de capital
(+) Interferências ativas (-) Interferências passivas
(+) Mutações ativas (-) Mutações passivas
Extraorçamentária Extraorçamentária
(+) Interferências ativas (-) Interferências passivas
(+) Acréscimos patrimoniais (-) Decréscimos patrimoniais
(+) Déficit patrimonial (-) Superávit patrimonial
O total das variações ativas subtraído do total das variações passivas fornece
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Exercício
96. (ESAF/ACE – TCU/2002) – Segundo prevê o art. 104 da Lei nº
4.320/1964, a Demonstração das Variações Patrimoniais – DVP –
evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou
não da execução orçamentária, e indica o resultado do exercício.
Considere uma unidade gestora qualquer que apresente, ao final do
exercício, os dados abaixo, e assinale, a seguir, a opção que indica os
valores possíveis das mutações ativas e passivas orçamentárias (nesta
ordem) que confirmam o resultado obtido:
– receita orçamentária de $ 200;
– despesa orçamentária de $ 200;
– não recebeu nem concedeu transferências orçamentárias;
– resultado positivo da execução orçamentária no valor de $ 30.
a) $ 30 e $ 30
b) $ 30 e $ 0
c) $ 10 e $ 40
d) $ 30 e $ 60
e) $ 50 e $ 10
Exercícios
Exercício
100. (FCC – 2010 – TCM-CE – Analista de Controle Externo) De acor-
do com a legislação atualizada, a publicação das Demonstrações
Contábeis é obrigatória para as sociedades de capital aberto, bem
como entidades da Administração Pública, dentre as seguintes: Ba-
lanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado do Exercício
(DRE), Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA),
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), De-
monstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), Demons-
tração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração do Fluxo de Caixa
Livre (DFCL), Demonstração do Valor Adicionado (DVA), Balanço
Social (BS), Notas Explicativas (NE), Relatório da Administração
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Exercício
101. (FCC – 2010 – TCE-RO – Auditor) Conforme a NBCT 16.10 –
Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidade do Setor
Público, é correto afirmar que na avaliação dos estoques:
a) a média ponderada móvel ou o PEPS (Primeiro que Entra, Pri-
meiro que Sai) são os critérios de controle de estoques permitidos.
b) os gastos de administração geral e financeiros referentes a mate-
rial de distribuição gratuita devem acrescer o valor dos estoques.
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