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Até meados dos anos 2000, antes da utilização massiva de redes sociais no
Brasil, apenas um determinado grupo de supercelebridades, jornalistas e críticos era
formador de opinião e tinha a competência de ditar tendências de moda, comportamento
e estilo, hoje, no entanto, qualquer um com um celular na mão e conexão à rede mundial
de computadores é um potencial produtor de informação e gerador de opinião
(CAMARGO, ESTEVANIM, SILVEIRA, 2017, p. 104)
A necessidade de ter voz, de ter espaço para exprimir de forma autêntica as suas
opiniões e sentimentos diante dos fatos da vida é comum ao ser humano, como
preconiza Abraham Maslow (1962), mas mostra-se cada vez mais forte principalmente
no meio digital. Por certo, assistimos ao desenvolvimento de uma sociedade
empoderada para o ato de falar e de se manifestar. Diante da complexidade da pós-
modernidade precisamos de cada vez mais seres únicos e específicos em si, falando e
deixando claro nossa multiplicidade apesar da unicidade, adicionando experiências e
circunstâncias existenciais personalíssimas para a construção dessa inteligência coletiva
para além das redes e permitindo a conexão com o outro através de variados pontos de
intersecção.
Referências Bibliográficas
EISLER, Riane. O cálice e a espada: nosso passado, nosso futuro. Tradução de:
Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2007.
Autores como Jenkins (2009) sinalizam que vivemos a cultura da convergência. Para o
autor, convergência não é somente um processo tecnológico que une múltiplas funções
dentro de um mesmo aparelho. Representa uma transformação cultural, à medida que
consumidores são incentivados a procurar informações e fazer conexões em meio a
conteúdos de mídia dispersos. Convergência implica, portanto, transformações
tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais.
Observamos, portanto, que existe uma profunda mudança na forma de construção,
difusão e armazenamento de informações, o que corresponderia, nas palavras de Di Felice
(2008, p.18), a uma “passagem de uma lógica e uma prática de participação de massa
receptiva para uma lógica e uma prática de participação individual e ativa”.
guiar os leitores.)
fazer conexões
A convergência não ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que
nossas habilidades.
usando esse poder coletivo principalmente para fins recreativos, mas em breve
Neste conceito apoia-se em Pierre Lévy (Inteligência Coletiva - IC) para discorrer que
o consumo se tornou um processo coletivo, isto é, como indivíduo pouco sabe, porém,
o trabalho coletivo, tende à soma das contribuições dos conhecimentos e habilidades
individuais podem trazer resultados à cultura da convergência. Neste aspecto,
descreve Pierre Lévy (1998) que a IC é, basicamente, a partilha de funções cognitivas,
como a memória, a percepção e o aprendizado, que podem ser mais bem
compartilhadas, quando aumentadas e transformadas por sistemas técnicos e
externos ao organismo humano.