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MANUAL DE FORMAÇÃO

UFCD 6665
Mundo
Atual – O
Homem e o Ambiente
25 horas
Formador - Tiago Manuel Morgado Soares

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MANUAL DE FORMAÇÃO

Índice

Introdução……………………………………………………………..............................…………...…..3

1 - Desenvolvimento sustentável, tipos de Poluição...............................................4

2 - Principais problemas ambientais.....................................................................11

3 – Florestas e desflorestação..............................................................................14

4 – Aquecimento Global, poluição e a saúde pública............................................16

5 - Política dos 5 R's - Comportamentos favoráveis à preservação do ambiente....18

6 - Fontes de energia renováveis e não renováveis................................................19

7 – Sociedade de Consumo e Sociedade Sustentável - A Educação Ambiental........24

8 - Protocolos e Convenções internacionais no domínio do ambiente e do


desenvolvimento sustentável – o Protocolo de Quioto...........................................25

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Introdução

Objetivo da unidade curricular:

Transmitir uma visão crítica da atualidade, tendo em conta a escala local e a escala
global. Pois, hoje vivemos em sociedades globalizadas, em que um acontecimento num
local rapidamente passa a ser um acontecimento a nível global.

“ Não acuse a natureza, ela faz a parte que lhe cabia. Agora, faça a sua.”

John Milton

“Há poucos aspectos do mundo natural que não foram afectados pelas actividades
humanas. Todas as sociedades enfrentam preocupações relacionadas com a ecologia
ambiental – como lidar com o ambiente e conter a sua destruição face ao impacto da
indústria moderna e da tecnologia. A ideia dos “limites ao crescimento”, popularizada
nos anos 70, postula que o crescimento industrial e o desenvolvimento não são
compatíveis com a natureza finita dos recursos da Terra. A ideia de desenvolvimento
sustentável , pelo contrário defende que deveria haver crescimento, mas de forma a
que os recursos sejam recicláveis e não esgotados”.

Fonte: Giddens, Sociologia, pg 635)

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1 - Desenvolvimento sustentável, tipos de Poluição

Desenvolvimento Sustentável:

Desenvolvimento sustentável refere-se a um modo de desenvolvimento capaz de


responder às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de
crescimento das gerações futuras. Visa melhorar as condições de vida dos indivíduos,
preservando simultaneamente o meio envolvente a curto, médio e, sobretudo, longo
prazo. O desenvolvimento sustentável comporta um triplo objectivo: um
desenvolvimento economicamente eficaz, socialmente equitativo e ecologicamente
sustentável. (Europa.eu)

Devemos refletir sobre o nosso comportamento diário e prestar atenção ao


comportamento de quem nos rodeia, seja indivíduo ou entidade coletiva.

Tipos de Poluição:

Quanto ao que é poluído

Poluição do Ar;

Poluição da Água;

Poluição dos Solos.

Quanto ao modo como é poluído (tipos principais de poluição)

Poluição Sonora;

Poluição Visual;

Poluição Luminosa;

Poluição Térmica;

Poluição Radioativa.

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POLUIÇÃO DO AR

O ar é um recurso natural que, ao contrário de outros recursos, não é um bem escasso,


mas necessita de ser gerido a nível de qualidade.

A poluição do ar está relacionada com a emissão de gases nocivos para a atmosfera que
conduz a um agravamento do efeito de estufa.

Efeito de estufa:

Processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha enviada pelo sol e
refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na
atmosfera, retornando à superfície terrestre.

Como consequência, o calor fica retido, não sendo libertado para o espaço.

Dentro de valores considerados normais, é da maior importância pois, sem ele, a vida
não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido, e assim, garantir a
manutenção dos ecossistemas.

O que se pode tornar num problema fatal é o agravamento do efeito estufa que
prejudique o equilíbrio térmico do planeta e origine o fenómeno conhecido como
aquecimento global.

Fonte: http://www.explicatorium.com

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POLUIÇÃO DA ÁGUA

O mais precioso líquido do planeta, responsável pela vida na terra. A sua proximidade e
acesso, foi e sempre será uma condição essencial à fixação de população e ao
desenvolvimento das actividades humanas.

A água doce disponível do planeta constitui apenas 0,01% de toda a água existente.

Se a poluição de um rio ou ribeira podem ser combatidos eficazmente em alguns anos,


as águas subterrâneas, que se renovam muito lentamente, podem manter-se
contaminadas durante dezenas ou mesmo centenas de anos.

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As mudanças no clima causadas pelo aquecimento global, poderão afetar os padrões


de chuva existentes, alterando o acesso às reservas de água de modos pouco
previsíveis.

POLUIÇÃO DOS SOLOS

A degradação dos solos é um processo no qual a qualidade da terra piora e os seus


elementos naturais, essenciais ao Homem, são utilizados de forma excessiva ou
contaminados de diversas formas.

A produtividade agrícola diminui e existe menos terra arável disponível.

Poluição por contaminação ou por processo de desertificação do solo (estéril).

A contaminação dos solos, conduz a uma grande poluição das águas.

POLUIÇÃO SONORA - RUÍDO

Som= perceção sensorial, tudo aquilo que ouvimos.

Ruído= som indesejado, desagradável, incomodativo.

O ruído é cada vez mais um problema das grandes cidades.

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A exposição frequente a sons de elevada intensidade pode provocar lesões auditivas


graves, podendo mesmo levar à surdez.

Na maior parte das pessoas, o ruído em excesso é responsável pela degradação da


qualidade de vida.

POLUIÇÃO VISUAL

Excesso de elementos visuais (como cartazes, anúncios, etc) dispostos em ambientes


urbanos, especialmente em centros comerciais e de serviços. Além de promover o
desconforto espacial, este excesso torna as cidades modernas desagradáveis e
desconfortáveis.

Atividades que direta e indiretamente afetem as condições estéticas do meio ambiente


urbano ou rural. exº.: Depósito de lixo fora do locais adequados.

Em suma: qualquer interferência artificial que provoque desequilíbrio estético à


paisagem, natural ou humanizada, causando desconforto à visão.

POLUIÇÃO LUMINOSA

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Poluição provocada por luz excessiva, com origem humana.

Interfere nos ecossistemas, é causa de problemas de saúde, ilumina a atmosfera das


cidades, reduzindo a visibilidade das estrelas e prejudicando a observação astronómica.

Considerado um efeito colateral da industrialização. A fonte de poluição neste caso


consiste da iluminação, interna e externa, doméstica e outros estabelecimentos,
anúncios publicitários, iluminação rodoviária, sinalização aérea e marítima, assim como
outras fonte artificiais de luz. A poluição luminosa é mais intensa em áreas densamente
povoadas e fortemente industrializadas na América do Norte, Europa Ocidental e
Japão.

POLUIÇÃO TÉRMICA

Poluição térmica consiste no aquecimento das águas naturais pela introdução da água
quente utilizada na refrigeração de centrais elétricas, usinas nucleares, refinarias,
siderúrgicas e indústrias diversas.

A elevação da temperatura faz com que o oxigénio da água se perca mais facilmente
para a atmosfera, provocando a sua diminuição na água, o que prejudica diversas
formas de vidas aquáticas.

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A poluição térmica é causada também pelo aquecimento global (e também pelo efeito
estufa), e pode acarretar a perda de grande parte da fauna e flora.

POLUIÇÃO POR RADIOATIVIDADE

A poluição radioativa é considerada a forma mais perigosa de poluição.

Radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas que contêm energia variável e que
se propagam a uma determinada velocidade.

O contato contínuo à radiação radiotiva « causa danos aos tecidos vivos, tendo como
principais efeitos a leucemia, tumores, queda de cabelo, diminuição da expectativa de
vida, mutações genéticas, lesões nos órgãos, etc.

Assim, poluição radioativa é o aumento dos níveis naturais de radiação por meio da
utilização de substâncias radioativas naturais ou artificiais.

Alguns átomos radioativos têm duração extremamente longa, sendo que seus efeitos
persistem até que eles se desintegrem totalmente – muitos milhares de anos.

Finalmente, devemos lembrar que a poluição radioativa provém principalmente de:


indústrias, medicina, testes nucleares, minerações (urânio), energia nuclear e acidentes
nucleares.

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2 - Principais problemas ambientais

(Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas


(ONU))

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

OS PROBLEMAS DE POLUIÇÃO E SEU IMPACTO NA SAÚDE

A PROTEÇÃO DOS OCEANOS

ENERGIAS NÃO RENOVÁVEIS

MODELOS ALIMENTARES POUCO SAUDÁVEIS

BIODIVERSIDADE

O DESENVOLVIMENTO URBANO E A MOBILIDADE (IN)SUSTENTÁVEL

ESCASSEZ DE ÁGUA

OS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS EXTREMOS

O EXCESSO DE POPULAÇÃO E A GESTÃO DOS RESÍDUOS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O aquecimento global provocado, em grande parte, pelas emissões de CO2, que,
segundo a ONU têm aumentado de forma intensa nas últimas décadas, está a provocar
mudanças climáticas que são uma ameaça para a sobrevivência das pessoas, da flora e
da fauna, através de episódios metereológicos tais como secas e inundações, sendo
estes episódios cada vez mais extremos e mais frequentes. Apenas com uma
consciencialização coletiva e mudança nos hábitos das sociedades e dos indivíduos
pode reverter esse processo.

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OS PROBLEMAS DE POLUIÇÃO E SEU IMPACTO NA SAÚDE


A Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que cerca de 90% da Humanidade
respira ar poluído, aumentando o número de pessoas com problemas respiratórios,
entre outras. Também a água poluída é um problema no entender desta organização,
num número estimado de 5 Milhões de mortes por ano, com causas referentes a águas
poluídas.
A ONU propõe que se eliminem as descargas de resíduos, que se minimizem o máximo
possível o uso de produtos químicos, e que se operem eficazes estações de águas
resíduais (ETAR's), entre outras sugestões.

A PROTEÇÃO DOS OCEANOS


Hoje em dia os mares são o grande depósito de plástico do Planeta, dando origem, por
exemplo, a autênticas ilhas flutuantes de plástico, à deriva pelo mar. Além disto, o
aquecimento global, os efluentes contaminantes, águas resíduais não tratadas,
ameaçam os ecossistemas.
A ONU pretende que uma mais eficiente gestão dos espaços protegidos, protegendo as
espécies e combatendo a sobrepesca, diminuindo a poluição, pode e deve ser o
caminho a seguir para lidar com esta questão.

ENERGIAS NÃO RENOVÁVEIS


De acordo com a ONU, enquanto a energia 60% das emissões mundiais dos gases com
efeito estufa, 13% da Humanidade não tem sequer eletricidade, e existem 3 mil
Milhões de pessoas que dependem de combustíveis fósseis para cozinhar. Isto exige
que se adoptem modelos de consumo de energia mais limpos, mais acessíveis a todos,
mais sustentáveis, promovendo o uso de combustíveis renováveis de forma gradual e
crescente.

MODELOS ALIMENTARES POUCO SAUDÁVEIS


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A produção intensiva de alimentos e a sobre-exploração de recursos naturais,


empobrecendo solos e ecossistemas marinhos, colocando em perigo o abastecimento
de água potável e a segurança alimentar, mostra, segundo a ONU, que é imperativo
que se adoptem hábitos alimentares mais equilibrados, para além dos modelos
produtivos, dando prevalencia em dietas vegetarianas, e com recurso aos produtos
produzidos localmente.

BIODIVERSIDADE
Das espécies identificadas, já se extinguiram 8% e existem mais 22% em perigo,
principalmente por causa da destruição dos seus habitats naturais, cáça ilegal e
excessiva, e introdução de plantas invasoras, tudo por “mão humana”. A proteção
florestal assume aqui um papel preponderante.

O DESENVOLVIMENTO URBANO E A MOBILIDADE (IN)SUSTENTÁVEL


AS cidades, aumentando para ter de acolher mais de 5 mil Milhões de pessoas até
2030, terão dos transportes um dos seus maiores desafios, pelos problemas de espaço
e de poluição. Assim, deve-se apostar em cidades mais compactas, eficientes em
termos de energia, com mais áreas verdes e, principalmente, com meios de transporte
mais sustentáveis, dando prioridade aos peões (transportes públicos eficientes) sobre o
trânsito automóvel.

ESCASSEZ DE ÁGUA
Mais de 40% das pessoas sofrem com a escassez de água. Sobre-utilização industrial e
urbana, agricultura mais gerida e demasiado intensiva estão ao fazer aumentar as áreas
áridas no planeta. O uso responsável e equilibrado da água, além de combater os
aspetos anteriores, também ajuda a proteger a biodiversidade nos sistemas hídricos e
ajudar a minorar as mudanças climáticas.

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OS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS EXTREMOS


O aquecimento global está a provocar eventos climatéricos cada vez mais violentos e
frequentes, como secas extremas, furacões, e ondas de calor.
Neste caso, apenas uma atuação integrada e conjunta, em todas as áreas da proteção
ambiental, pode, a longo prazo, fazer reverter este processo.

O EXCESSO DE POPULAÇÃO E A GESTÃO DOS RESÍDUOS


Se a população se prevê crescer até 2030 e ultrapasse as 8,5 mil Milhões de pessoas,
então a produção de resíduos urbanos domésticos deve e tem de ser repensada. A
economia circular, explícita por exemplo da Política dos 5 R's, pode minimizar e
prevenir problemas futuros.

3 – Florestas e desflorestação
FLORESTAS

Elemento essencial para a nossa Vida:

- Ajudam a proteger os sistemas e o ciclo da água;

- Abrangem grande parte da biodiversidade (fauna e flora);

- Previnem a erosão do solo;


- Fonte de recursos (energia, alimentação, medicina, madeira, turismo, etc);

- Absorvem o dióxido de carbono e libertam oxigénio para a atmosfera.

DESFLORESTAÇÃO:

É o processo de desaparecimento de áreas florestais / destruição das florestas, por


resultado da ação do Homem.

Principais causas:
- Abates para a indústria da madeira;
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- Construção de infraestruturas;

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- Cultivos agrícolas;
- Habitação;
- Turismo;
- Indústria;
- Incêndios.

É uma grande ameaça para a humanidade.

É responsável pela destruição de ecossistemas.

- Os principais custos ambientais da desflorestação incluem a erosão dos solos e as


cheias.
- Desprotegidos os terrenos com a ausência das raízes das árvores e dos arbustos, os
terrenos envolventes podem ficar sujeitos a:
Desabamentos de terras;
Secas extremas (a água evapora mais facilmente).

Desflorestação em Portugal.

A nossa floresta é constituída maioritariamente por pinheiro bravo e eucalipto, com


estas duas espécies (não autóctones) a ocuparem a maior parte e, pinheiro manso,
carvalho, sobreiro, castanheiro e azinheira.

As espécies de pinheiros e eucaliptos presentes na nossa floresta não são autóctones ,


ou seja, não são naturais das nossas florestas, foram plantadas e trazidas pelo Homem.

A principal causa da desflorestação em Portugal são os incêndios, causados


principalmente por “mão humana”, seja por descuido ou fogo posto, apesar de
poderem também ser provocados por causas naturais, trovoadas ou temperaturas
altas.

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O abandono das nossas florestas tem um impacto grande nos incêndios já que deixa os
terrenos florestais cheios de matos, propícios à fácil propagação dos fogos.

Devemos focar-nos em, planeamento florestal, reflorestação, limpezas de terrenos


florestais, educação ambiental.

4 – Aquecimento Global, poluição e a saúde pública

Aquecimento Global

- Fenómeno que ocorre, de forma mais intensa, desde meados do século XX;

- É o aumento gradual da temperatura da superfície da Terra e dos oceanos, causada


pelo aumento dos níveis de dióxido de carbono e outros gases na atmosfera,
provenientes principalmente da poluição.

Consequências:

Cheias;

Degelo dos glaciares – aumento do nível de água dos oceanos;

Propagação de doenças;

Temperaturas muito elevadas;

Desertificação das terras;

Alteração das correntes marítimas (frias/quentes – exº, corrente do golfo do México);

Extinção gradual das espécies.

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A poluição e a saúde pública

As substâncias poluentes, absorvidas pelos seres humanos, na água que bebe, no ar


que respira, e nos alimentos que retira do solo, trazem prejuízos graves para a saúde,
diminuindo a qualidade de vida das pessoas e prejudicando os sistemas de saúde
pública.

A poluição sonora provoca surdez, problemas cardíacos e nervosos, insónia, estado de


fadiga.

A poluição atmosférica aumenta as taxas de mortalidade por doenças pulmonares


crónicas.

O buraco na camada do ozono na atmosfera tem consequências graves nos seres vivos,
sendo uma delas o aparecimento de cancro na pele.

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5 - Política dos 5 R's - Comportamentos favoráveis à preservação do


ambiente

Neste capítulo vamos sintetizar os comportamentos que as pessoas devem adoptar no


seu dia-a-dia, com base na política dos 5 R's, que se desenvolve de seguida.

Política dos 5 R's

O aumento da produção de resíduos originou, mas últimas décadas, variados debates


sobre a sustentabilidade do sistema de gestão de resíduos, que ou é deficiente, ou nem
existe.

Assim, primeiro adoptou-se a política dos 3 R's, Reutilizar, Reduzir, Reciclar. Houve mais
tarde a necessidade de acrescentar 2 R's, Repensar e Recusar, dando mais
racionalidade ao sistema de prevenção, e que deve ser implementado na ordem
descrita no quadro acima. Reduzir, recusar, reciclar, reutilizar, repensar.

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6 - Fontes de energia renováveis e não renováveis

Energias renováveis: Fontes renováveis de energia são recursos naturais que se podem
transformar em energia, capazes de se regenerarem num espaço de tempo pequeno,
menor do que a velocidade do seu consumo, ou seja, de um modo sustentável.

Principais fontes de energias renováveis:

Energia solar/fotovoltaica;

Energia eólica;

Energia hídrica;

Energia das marés;

Energia das ondas;

Energia geotérmica;

Biomassa;

Biogás.

Energia solar/fotovoltaica:

Captação de energia com origem no sol;

Utilização da energia solar:

Energia fotovoltaica: conversão da energia solar em energia elétrica (exº.: Painéis


fotovoltaicos).

Energia fototérmica: este tipo de energia está relacionado ao aquecimento de líquidos


ou gases pela absorção dos raios solares ocasionando seu aquecimento (exº
Aquecimento de água)

Não provoca impactos no Meio Ambiente.

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Energia Eólica

O vento desde há muito tempo que é utilizado em proveito do homem, quer no uso
em moinhos de vento, quer na navegação de barcos.

Atualmente, o vento é transformado em energia elétrica através de aerogeradores


(moinhos de vento/pás eólicas).

Provoca um impacto mínimo, nomeadamente afetando algumas aves.

Energia Hídrica: é obtida a partir da energia do movimento de uma massa de água.

As centrais hidroelétricas (barragens) são a aplicação mais usual, transformando a


energia contida na água, em energia elétrica.

A força da passagem de água de um local mais alto para outro numa altura inferior
provoca a movimentação das pás dos geradores que transformam esse movimento
cinético em energia elétrica (exº barragens).

Provoca poucos impactos, aquecimento de água, e a sua construção pode implicar


mudanças na paisagem e alterações na fauna e flora.

Energia das Marés:

A energia das marés é a energia cinética (movimento) da água do mar, provocada pela
subida e descida das marés.

Este tipo de energia é aproveitado desde tempos antigos (exº - moinhos de maré).

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A energia pode ser convertida a partir das diferenças entre marés-cheias e marés-
baixas ou a partir do movimento das ondas.

Energia Geotérmica

O interior da Terra é mais quente que a superfície. Esta diferença de temperaturas


pode ser aproveitada para a transformação em outros tipos de energia. É utilizada a
capacidade natural da Terra e da sua água subterrânea em reter calor.

Apesar de inesgotável, este tipo de fonte de energia não está disponível em muitos
locais. O melhor exemplo é a Islândia, que consegue disponibilizar, por exemplo, água
quente canalizada, a partir de águas quentes subterrâneas, sendo usada
principalmente para transformar em energia elétrica, e para aquecimento de edifícios.

Biomassa

A biomassa é toda a matéria orgânica, de origem vegetal ou animal. São exemplos os


subprodutos da floresta, agricultura, pecuária, da indústria da madeira e do papel e a
parte biodegradável dos resíduos sólidos urbanos.

A biomassa, ao ser queimada em centrais térmicas é transformada em eletricidade.


Este tipo de fonte de energia pode ser útil para a proteção florestal, já que pode utilizar
todos os materias provenientes das limpezas florestais.

Biogás

Biogás é um biocombustível, sendo considerado uma fonte de energia renovável pela


sua abundância. É produzido a partir de uma mistura gasosa de dióxido de carbono
com gás metano resultantes da decomposição de matérias orgânicas que, sendo
queimados, produzem eletricidade.

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O biogás pode ser usado em substituição ao gás natural, sendo este último uma fonte
não renovável de energia.

É uma das fontes de energia mais abundante no planeta, mas também uma das mais
poluentes – aquecimento da atmosfera e libertação de gases nocivos para a respiração.

Energias não renováveis

Energias que se consomem pelo Homem a ritmo muito mais rápido do que a Natureza
consegue repor.

A sua utilização gera muita poluição.

Os principais combustíveis fósseis são:

Carvão;

Petróleo;

Gás Natural.

Gás Natural

É extraído, principalmente, em conjunto com as reservas petrolíferas.

É a mais barata e a menos poluente dos combustíveis fósseis, mas aquela que é de
mais difícil extração.

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Petróleo

O petróleo é um combustível fóssil, retirado do subsolo da Terra.

É a principal fonte de energia atual, sendo a gasolina e ao gasóleo as suas formas mais
usuais de consumo.

Para alguns, o maior potencial causador de desastres ambientais e com maiores


impactos no Meio Ambiente.

Carvão

É uma das fontes de energia mais abundante mas também uma das mais poluentes.
Continua a ser uma das mais utilizadas, essencialmente em centrais termoelétricas, na
produção de eletricidade.

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7 – Sociedade de Consumo e Sociedade Sustentável - A Educação


Ambiental

A sociedade de consumo não pode ser travada, as pessoas vão sempre precisar de
adquirir coisas, de produzir resíduos, de consumir recursos. Assim, torna-se imperativo
que as pessoas tenham consciência de que os recursos são escassos e finitos, no
sentido de perceberem que a sustentabilidade nas ações quotidianas é a única maneira
de manter o planeta equilibrado – Educação Ambiental.

Objetivos da Educação Ambiental:

Educar cidadãos no sentido de saberem identificar os problemas que afetam o Maio


Ambiente e participarem ativamente na sua solução e na sua prevenção;
Incentivar as pessoas para que ajudem a conservar o nosso património natural e
cultural;
Promover as ações necessárias para que aconteçam as melhorias necessárias À
sobrevivência das gerações presentes e futuras da espécie humana e de todas as
espécies do planeta.

Torna-se, asssim, importante adquirir consciência do meio ambiente global e dos


perigos que o afetam a sua importância para o nosso presente e futuro.
Deve-se proporcionar as condições para que cidadãos e grupos sociais possam
participar ativamente nas tarefas de resolução dos problemas ambientais.

A Educação Ambiental mostra ser um modo abrangente de educação dos cidadãos,


através de um processo que procura promover uma consciência crítica sobre as
questões ambientais.

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8 - Protocolos e Convenções internacionais no domínio do ambiente e do


desenvolvimento sustentável – o Protocolo de Quioto.

Desde a década de 80 do século passado que são debatidas as mudanças climáticas no


planeta, a nível supra-nacional/internacional.

Uma primeira tentativa de criar consciencialização dos estados, foi realizada, em 1992,
a Convenção do Rio, gerando, entre outros documentos, a Convenção das Mudanças
Climáticas.

Passados 5 anos estabeleceu-se o Protocolo de Quioto, que, este sim, estabeleceu


regras e normas mais claras acerca da redução de emissões de poluentes, gases com
efeito estufa e criou metas a serem atingidas pelos países com mais emissões de gases.

Foram necessários que 55% dos países que, juntos, produzem 55% das emissões
retificassem e aprovassem o documento, para que entrasse em vigor, o que veio a
acontecer em Novembro de 2004.

Existem níveis diferenciados de reduções, de acordo com os níveis que cada país emitia
de gases, além de ser de acordo com os níveis de desenvolvimento. Países poluentes
mas menos desenvolvidos tiveram reduções menores que países poluidores mas mais
desenvolvidos. Este facto é criticado por países como os Estados Unidos, o que fez com
que não retificassem o acordo.

O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas


ações básicas:

Reformar os sectores de energia e transportes;

Promover o uso de fontes energéticas renováveis;

Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;

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Limitar as emissões de metano na gestão de resíduos e dos sistemas energéticos;

Proteger florestas.

O protocolo expirou em 2012, tendo sido feita uma declaração de interesses na


execução de novos protocolos, assim como manter os objetivos definidos pelo
Protocolo de Quioto.

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