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Biblioteconomia e Ciência da Informação

Profa. Me. Daianny Seoni de Oliveira

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AULA

MEMÓRIA E PATRIMÔNIO

Objetivo:
Estudar a memória e o patrimônio como identidade cultural, bem como, sua
valorização, preservação e conservação.

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O que é memória?

● A memória e o Patrimônio cultural contribuem para que a sociedade


tenha uma identidade, e para que isso aconteça devemos valorizar e
preservar a cultura. Para Halbwachs (1992 apud SOUZA, CRIPPA,
2010), a memória coletiva é a soma, combinação ou o resultado de
memórias individuais de vários indivíduos pertencentes ou comuns
a uma sociedade.

● A memória era transmitida por meio de palavras, conhecido como


história oral, e com o surgimento da escrita, foi se materializando
informações e conhecimentos. A memória e a identidade estão ligadas,
pois uma se apoia a outra a fim de produzir histórias, narrativas.

● Para o antropólogo Munanga (2012, apud SOUZA, CRIPPA, 2010) existem


três fatores fundamentais para a construção da identidade: o fator histórico,
relacionado com a problemática da memória; o fator linguístico, que estaria
dentro dos códigos culturais; e o fator psicológico, responsável pela
tomada da consciência.

● De acordo com Souza e Crippa (2010) o documento é a ligação entre


memória e identidade, aqui entende-se documento em seus variados
suportes, desde os mais tradicionais até o objeto que compõe a cultura
material. A preservação vem como um ato de proteger, resguardar a
memória para que ela seja evocada, é uma forma de manter viva o
documento, a cultura, a história.

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Patrimônio cultural

● O Movimento Modernismo Brasileiro, em 1920, começou a


questionar a identidade do povo brasileiro, neste contexto é que foi se
tornando necessário a definição do que seria o patrimônio histórico
brasileiro. Em 1937, um decreto-lei foi criado, definindo patrimônio
histórico e artístico como:

(...) conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja


conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico (BRASIL, 1937).

● Percebe-se que este decreto-lei só se referia a bens móveis e imóveis


não incluindo manifestações, crenças, culinária, etc. Desse modo, a
área que mais se apropriou deste campo de estudo foi a Arquitetura
(SOUZA, CRIPPA, 2010).

● Somente em 1975, foi criado o Centro Nacional de Referência


Cultural (CNRC), que tinha como objetivo estudar uma nova política
para o Patrimônio Cultural e desenvolver projetos culturais pouco
explorados, como artesanato, levantamento da documentação sobre o
país e outros (SOUZA, CRIPPA, 2010).

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● Essa mudança de entendimento, levou a uma modificação no texto da
Constituição Federal de 1988, definindo patrimônio cultural como:

(...) os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou


em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
I. as formas de expressão;
II. os modos de criar, fazer e viver;
III. as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV. as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V. os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico (BRASIL, 1988).

● A definição de 1988, ampliou a ideia de patrimônio cultural e em 4 de agosto


de 2000, foi aprovado o Decreto n° 3.551 que estabeleceu o programa
nacional do patrimônio imaterial e instituiu o registro dos bens culturais de
natureza imaterial.

● Quanto a Educação Patrimonial, Horta (1999, p. 06) a coloca como “um


processo permanente e sistemático de trabalho educacional, centrado no
patrimônio cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento
individual e coletivo”. Desse modo, assumimos enquanto profissionais e
cidadãos o processo de fortalecimento e revitalização de nossa cultura e a
responsabilidade de conduzir a outros indivíduos o caminho do entendimento
e do profundo comprometimento na construção desse universo sociocultural.

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● Nesta perspectiva, a memória é peça substancial na área do
patrimônio cultural, pois a representação que um bem cultural
tem para uma sociedade refere se a identidade cultural.

● E esse conhecimento é transformado em informação, e não há


informação sem memória. Logo, deve-se preservar e conservar
a memória num equilíbrio de ações que valorizem o patrimônio
histórico e cultural.

Referências
SOUZA, W .E .R., CRIPPA, G. O campo da Ciência da Informação e o Patrimônio
Cultural: reflexões iniciais para novas discussões sobre os limites da área. Enc.
Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., ISSN 1518-2924, Florianópolis, v. 15, n. 29,
p.1-23, 2010.

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“ O conhecimento é de dois tipos. Nós mesmos
conhecemos o objeto, ou sabemos onde

encontrar informações sobre ele.

Johnson

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