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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Informações Implícitas - Pressupostos e Subentendidos


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INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS – PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS

T
E B V
X A O
Informações
T T N C
explícitas
E O C Ê
Compreensão
X Informações A
Pressupostas
T Implícitas
O Interpretação Subentendidas → Extrapolação

Um texto apresenta informações explícitas (estão na superficialidade do texto) e informa-


ções implícitas (estão nas entrelinhas). As informações explícitas estão no nível da compreen-
são e as implícitas estão no nível da interpretação.
As informações implícitas podem ser de dois tipos: pressupostas e subentendidas.
A rigor, pressupostas e subentendidas não são a mesma coisa. Nos concursos, buscam-se
as informações implícitas pressupostas, as subentendidas são muito escorregadias porque
são insinuações que podem ser negadas.

INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS

PRESSUPOSTOS: APRESENTAM MARCAS DISCURSIVAS; ESTÃO NO TEXTO.



São da responsabilidade do emissor, o emissor não pode negar os pressupostos. Todos
beberam no casamento. Até Maria. Este até é uma marca discursiva, palavra denotativa de
inclusão que indica um pressuposto: que Maria não costuma beber. O até chama a atenção
5m para algo que era inesperado. O emissor não pode negar que apresentou esse pressuposto
no seu implícito.
• SUBENTENDIDOS: NÃO APRESENTAM MARCAS; SÃO INSINUAÇÕES.
São da responsabilidade do receptor, no caso o leitor. O emissor pode negar, logo, o
leitor não pode afirmar. É uma extrapolação. É natural no dia a dia que haja subentendidos
num discurso.
ANOTAÇÕES

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Todos estão inseridos em contextos comunicativos durante todo o dia. No dia a dia há
muita insinuação, muitos subentendidos no texto. Na prova, é marcar “errado” porque eles
podem ser negados.
Em regra, as mulheres têm, tradicionalmente, mais facilidade com o entendimento de
informações implícitas – isso significa que há mais risco das mulheres extrapolarem os limi-
tes do texto.
Em regra, os homens têm uma tendência a ler aquilo que está no texto, a entender o limite
explícito do texto.
Por essa razão, muitas vezes, comunicações intergênero têm um descompasso porque as
mulheres fazem extrapolações, deixam subentendido e os homens não entendem.
Por exemplo, a filha numa mesa pergunta para a mãe: “Mãe, você tem aula hoje de
manhã?”. A mãe responde: “A chave do carro está em cima da escrivaninha” e o filho, que
também estava à mesa, interrompe a conversa e diz: “Parece que eu entendi errado: a minha
irmã pergunta se a minha mãe tem aula hoje e a minha mãe responde que a chave do carro
está em cima da escrivaninha. Vocês se comunicaram? Existe uma incoerência nesse dis-
curso, uma incompatibilidade”. A filha explica: “Por que eu perguntei isso? Se minha mãe tiver
aula hoje, vai usar o carro e eu preciso ter um plano B, mas se a minha mãe não tiver aula
hoje, ela não usará o carro e eu poderei utilizar o carro. Para utilizar o carro, eu preciso saber
onde está a chave, os documentos. Eu perguntei se ela tinha aula hoje e ela entendeu tudo
isso”. O filho responde ser muito difícil conversar com mulheres.
10m Quando não há marca discursiva, a responsabilidade do entendimento é do receptor – a
responsabilidade do emissor fica resguardada.
O subentendido é responsabilidade de quem ouve, o emissor do texto pode negar. Gente
“esperta” não deixa rastro de implícito, não deixa nada pressuposto. Quando alguém diz que
a lâmpada da sala queimou, não significa que queira que quem ouve, troque a lâmpada.
No pressuposto buscam-se marcas discursivas que vinculem o emissor e isso é o que se
busca nas provas de concurso.
O subentendido pode ser negado, pode ser rejeitado se o emissor negar que é o autor da
15m frase, o leitor não pode afirmar porque é uma extrapolação. O subentendido vale para o nosso
dia a dia, faz parte do microcosmo comunicativo de repertórios anteriores, de relações com
as outras pessoas que nos levam a inferir certas coisas ainda que aquela pessoa não tenha
deixado nenhum pressuposto, nenhuma marca linguística.
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Por exemplo, existe um texto que alguém pretende ler e entender, discutir com o autor,
dizer se concorda ou não. No meio do caminho entre o alguém e o texto existe a Banca, que já
leu esse texto antes, que já consultou dicionários, colegas e já entendeu o que queria. O que
20m
deve ser feito é ler o que a Banca leu no texto.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Um dia aconteceu um imprevisto, e o homem que só tinha certezas, quem diria, acordou
apaixonado. Para se assegurar de que aquela era a mulher certa para ele, formulou cento
e vinte perguntas, as quais ela respondeu sem vacilar. Os dois se amaram noites adentro,
foram a Barcelona, tiraram fotos juntos, compraram álbuns, porta-retratos... Desde então,
por alguma razão desconhecida, o homem que só tinha certezas foi perdendo todas elas,
uma por uma. No início ainda tentou disfarçar
 (  ) Depreende-se que o personagem principal perdeu repentinamente a capacidade de
ter certezas devido ao fato de ter se apaixonado.

COMENTÁRIO
Trata-se de um texto narrativo com personagens, sequência de ações e mudanças de
estado.
O personagem principal perdeu repentinamente a capacidade de ter certezas devido ao fato
de ter se apaixonado?
O autor do texto refere que por alguma razão desconhecida, o homem que só tinha certezas
foi perdendo todas elas (...).
Está explícito no texto, foi por uma razão desconhecida. Não foi de modo repentino. Foi
perdendo todas elas, uma por uma.

2. Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos
que atraem os holofotes da mídia.
 (  ) Infere-se do período “Mas a opção (...) da mídia” (l. 13 - 14) que nem todos “os temas
polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação.
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COMENTÁRIO
Aparecendo a marca discursiva.
O que pode ser substituído por os quais, logo, é um pronome relativo.
25m
Sendo um pronome relativo, a oração que ele introduz que atraem os holofotes da mídia é
uma oração subordinada adjetiva restritiva.
Sendo uma oração subordinada restritiva, só se aplica a parte do seu referente, o que
significa que nem todos os temas polêmicos atraem os holofotes da mídia (pressuposto).

3. Uma manchete jornalística de 1 de julho dizia o seguinte: “Planos de saúde perdem clien-
tes, mas lucro sobe 66%”.
Infere-se dessa informação que:
a. os planos de saúde contam com gestão fraudulenta;
b. a crise econômica traz prejuízos aos planos de saúde;
c. a classe médica está recebendo melhores salários;
d. os custos dos planos de saúde devem ter aumentado;
e. a perda de clientes deve ter sido mínima.

COMENTÁRIO
Se perdem clientes e o lucro sobe é porque os clientes que ficaram, provavelmente, estão
pagando mais.
a) Os planos de saúde contam com gestão fraudulenta (extrapolação).
b) A crise econômica traz prejuízos aos planos de saúde (contradição).
c) A classe médica está recebendo melhores salários (extrapolação).
d) Os custos dos planos de saúde devem ter aumentado.

4. "Ninguém que não seja um grande escultor ou pintor pode ser um arquiteto. Se não é um
30m
escultor ou pintor, pode ser apenas um construtor.”
Pode-se inferir do emprego de “apenas” nesse pensamento que:
a. ter a função de construtor é ser inferior a um arquiteto.
b. acumular as funções de construtor e arquiteto é impossível.
c. trabalhar como construtor é função que exige exclusividade.
d. construir é tarefa dependente de esculpir ou pintar.
e. ser construtor inclui os talentos de escultor ou pintor.

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COMENTÁRIO
c) Trabalhar como construtor é função que exige exclusividade (quem sabe mais, sabe
menos).
d) Arquitetar é tarefa dependente de esculpir ou pintar.
e) Ser arquiteto inclui os talentos de escultor ou pintor.

5. “Por lei, as empresas não podem fazer restrições por gênero, raça, idade ou qualquer
tópico que gere discriminação, conforme a Constituição. Por isso, a injustiça na seleção
geralmente é velada”.
Desse fragmento, retirado de um texto jornalístico sobre seleção de candidatos a empre-
go, infere-se que:
a. as empresas respeitam os princípios constitucionais;
b. algumas discriminações podem ser aceitas sem penalidades;
c. os contratantes temem as penas legais contra a discriminação;
d. é razoavelmente justo haver discriminação em alguns casos;
e. as restrições por gênero, raça e idade estão citadas em ordem de importância.

COMENTÁRIO
a) As empresas não respeitam os princípios constitucionais.
b) Algumas discriminações não podem ser aceitas sem penalidades;
d) É injusto haver discriminação em alguns casos;
e) As restrições por gênero, raça e idade não estão citadas em ordem de importância,
simples enumeração aleatória.

6. “Posso falar de arte e artistas outra vez? Espero que, em algum lugar aí no Brasil, haja lei-
tores e leitoras, mesmo poucos, que se interessem pela figura singular e tão fundamental
do artista”.
Desse segmento do texto 1, pode-se inferir várias afirmações.
Assinale a opção que apresenta uma inferência inadequada.
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a. O colunista já explorou o tema sobre arte e artistas em outras ocasiões.


b. O colunista escreve fora do Brasil.
c. O termo “mesmo poucos” indica um elogio a uma pequena parte de seus leitores.
d. O termo “leitores e leitoras” indica respeito pela divisão de gêneros.
e. Os adjetivos “singular” e “fundamental” mostram o apreço do colunista por artistas.

COMENTÁRIO
c) Poucos leitores se interessam por arte;
35m
Se o autor do texto pode negar que disse algo, o leitor não pode afirmar.
Quando o leitor afirma que determinada afirmação está correta, quando valida uma determinada
afirmação, o ônus da prova é do leitor: se não souber validar, deve marcar “errado”.

GABARITO
1. E
2. C
3. d
4. a
5. c
6. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Tereza Cavalcanti.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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