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INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS BRAGANÇA

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

ALEKSANDRO RIBEIRO MONTEIRO

RESUMOS DOS TEXTOS

BRAGANÇA
2021
INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS BRAGANÇA

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

ALEKSANDRO RIBEIRO MONTEIRO

RESUMOS DOS TEXTOS

Trabalho apresentado como


requisito de avaliação da disciplina:
História Da Amazonia, ministrada
pelo Prof. Raimundo Castro. No
âmbito do Curso de Licenciatura em
Geografia.

BRAGANÇA
2021

RESUMO DO TEXTO 1

As origens históricas de Bragança remontam ao início da colonização portuguesa no


Pará, inserido no processo de conquista, entre tantas lutas que os lusitanos travaram contra
estrangeiros e nativos para a manutenção do controle, posse e direito sobre o território. Neste
período, a região que se tornou nos dias atuais a cidade de Bragança fez parte de uma
estratégia da Coroa para garantir ao Estado português a sua ocupação, passando a ser, por
volta de 1677 um assentamento de imigrantes açorianos que, na época, buscavam a esperança
numa terra nova. Foi nesse percurso que Teixeira e sua comitiva tiveram o primeiro contato
com o povo que mais tarde faria parte da formação de Bragança: a tribo dos caetés, da
poderosa nação Tupinambá. Uma situação nada amigável, já que Baena conta que os índios
tentaram eliminar a comitiva e seu comandante, porém o armamento português, aliado à
hostilidade natural entre as tribos que habitavam a região, foi determinante na vitória dos
portugueses. Após a batalha, segundo maues, os que sobreviveram se submeteram ao poder
do homem branco.

O caminho percorrido por Pedro Teixeira provavelmente já poderia existir como uma
trilha usada pelos índios, já que estes guiaram o alferes e seus companheiros. Presume-se,
pois, que a comunicação entre Belém e São Luís por algum tempo tenha sido feita por este
caminho. A Coroa decidiu, em 1618, transformar o Maranhão e Grão-Pará em Estado
independente devido à extrema dificuldade de comunicação desta região com o Governo
Geral do Brasil, instalado na Bahia. Com isso, ficou demarcado que as divisas do novo Estado
iriam do Ceará à fronteira setentrional ainda indefinida do Pará.

Segundo Heraldo Maués, quando o governador Francisco Coelho de Carvalho veio ao


Pará em 1627, ao passar pelo rio Gurupi, desembarcou e estabeleceu os fundamentos de uma
povoação cujo nome era Vera Cruz do Gurupi, onde estabeleceu 60 colonos que viajavam
com ele. Logo após, deu continuidade à sua viagem até Belém por terra, havendo a hipótese
de que teria seguido o mesmo caminho de Pedro Teixeira. Francisco Coelho de Carvalho
procurou outro local. estabelecendo, no Tocantins, a capitania de Cametá, e a 24 de dezembro
de 1635 fundou a Vila Viçosa de Santa Cruz de Cametá, sob a invocação de São João Batista.
O trabalho dispendido por Coelho de Carvalho na fundação de Vera Cruz não ficou em vão,
porquanto essa vila deu origem à atual cidade de Viseu.
RESUMO DO TEXTO 2

O artigo contextualiza como se deu Regulação do Tratado de Tordesilhas, desde 1494,


a partilha entre Espanha e Portugal das terras divididas do Atlântico. Esse tratado foi a
verdadeira base em que se fundamentaram os tratados de fronteiras do século XVIII, entre os
quais Utrecht, Santo Ildefonso e Madri. As negociações entre Portugal e Espanha, que
culminaram em Tordesilhas, se haviam iniciado desde a chegada do almirante Cristóvão
Colombo a Sevilha, de retorno de sua viagem de descobrimento das terras americanas. Com
avanços e recuos, as negociações levaram cerca de um ano e meio, obtendo os embaixadores
portugueses, em 7 de junho de 1494, a assinatura do tratado, após haverem recusado
impetuosamente aceitar as bulas anteriores outorgadas por Alexandre VI, que beneficiavam os
reis católicos de Espanha. O tratado considerava que as “Índias”, descobertas por Colombo, se
iniciavam na ilha Espanhola (Haiti). Restava saber por onde, de fato, passaria a linha de
demarcação de Tordesilhas, vagamente indicada pelo meridiano que dividia “de polo a polo”
o oceano entre as ilhas do arquipélago de Cabo Verde e os continentes, ou seja, saber a partir
de qual ilha do arquipélago se devia medir o meridiano e se a linha de demarcação devia ser
contada sobre o paralelo dessa ilha ou sobre o paralelo do Equador.

O texto trás as observações históricas de Capistrano de Abreu que ressalta, a


importância das bandeiras que partiam dos vários pontos da costa do Brasil, usurpando o
território da hinterlândia: primeiro as bandeiras dos paulistas, que trilhando desde o planalto
vicentino o caminho conhecido do piabirú tupi, ligaram o Paraná ao Paraguai, expandindo
progressivamente as suas viagens até o sul de Mato Grosso, de onde chegavam os limites do
território espanhol dos moxo e chiquito (Bolívia), subindo até o rio Guaporé. Também
adentravam o Madeira, o Tapajós e o Araguaia-Tocantins, estabelecendo ajuntamentos com o
vale do Amazonas. Ou, ainda, penetravam pelos caminhos que ligam o Paraíba ao vale do São
Francisco, subindo os sertões em direção ao Parnaíba e o Itapicuru, de onde penetravam até o
Piauí e o Maranhão. Capistrano se refere em seguida às bandeiras que da Bahia saíram para os
sertões, realizando o reconhecimento e a conquista das terras do São Francisco ao Parnaíba,
ou que subiam até o Maranhão pelo Itapicuru ou, ainda, que pelo São Francisco adentravam-
se nos sertões em direção ao Tocantins. Bandeiras que, de Serro e Minas Novas (Minas
Gerais), aventuravam-se na busca do “rio do ouro”. Finalmente, Capistrano se refere às
bandeiras que, partindo de Pernambuco, desbravaram os caminhos do norte, conquistando a
região entre o Capibaribe e a serra de Ibiapaba, traçando a menor distância entre o litoral e os
chamados “sertões de fora”, do Piauí e do Maranhão.

RESUMO DO TEXTO 3

O artigo busca contar como foi a presença histórica da Igreja Católica na Amazônia,
região do Brasil que desde o tempo de colonização foi ocupada principalmente pelos
portugueses com o apoio desta instituição. O texto traz a contextualização dos últimos 300
anos. Desde o século XVI diversas ordens religiosas católicas desenvolveram métodos de
catequização com os índios, negros e colonos no intuito de inserir um modelo de sociedade
baseada nos princípios cristãos. Tal presença, porém, foi cheia de conflitos. A relação entre
Estado Português e a Igreja Católica eram definidos pelo regime do padroado, onde os Padres
e bispos exerciam algumas funções para os portugueses, a exemplo de batismos, casamentos,
funerais, administração de centros educacionais, hospitais e obras de caridade. Em
compensação, havia apoio institucional deste segmento religioso às ações dos portugueses no
Brasil.

A presença da Igreja Católica na Amazônia fez-se sobretudo pela atuação de ordens


religiosas missionárias, os primeiros foram os capuchinhos franciscanos em 1617, seguidos
pelas carmelitas em 1627, os jesuítas em 1636, os mercedários em 1639 e os franciscanos da
Piedade e da Conceição em 1693. Foi a partir de São Luís, então capital do Estado do
Maranhão e Grão-Pará, instituída em 1621, que começou a colonização da Amazônia e, por
conseguinte, as atividades missionárias. Localizadas em ambiente desconhecido e por vezes
hostis, as ordens missionárias tiveram uma importância fundamental à Coroa Portuguesa no
que tange a conquista territorial, mão de obra e fiéis. Notasse, no início da presença católica
na Amazônia, uma forte apreensão em resguardar as fronteiras portuguesas na região. através
do posicionamento estratégico das ordens religiosas, onde eram construídas fortificações a
fim de defender a região de possíveis invasores de outros países.

E no século XIX, mostra uma nova forma de atuação da Igreja Católica na Amazônia.
Bispos, padres, religiosas e leigos católicos desejavam uma Igreja mais correta com as
diretrizes da alta cúpula desta admissão religiosa. Através de D. Macedo logo se torna um
representante do movimento ultramontano no Grão-Pará, que defendiam a universalização dos
valores católicos, obediência unilateral aos mandamentos do Papa e os documentos oficiais da
Igreja, rejeição de vários aos aspectos culturais e religiosos dos indígenas e negros. Para isso,
esse movimento valeu-se, entre outras questões, da reforma do clero, através da reorganização
dos seminários e do envio de seminaristas para a Europa.

RESUMO DO TEXTO 4

O artigo se propõe a ponderar como a Amazônia brasileira é representada nos livros


didáticos de História dos anos finais do ensino fundamental, aprovados no Programa Nacional
do Livro Didático (PNLD) de 2020. De tal maneira, foram escolhidos 40 livros publicados em
10 coleções que oferecem seus produtos e concorrem como opções para a aquisição dos livros
didáticos que serão usados por milhares de estudantes, professores e professoras que atuam na
rede pública de educação. As análises mostram uma narrativa que representa a Amazônia
habitada por pessoas sem nome, representada de forma generalizadora e associada ao tempo
do aparecimento dos primeiros habitantes nas Américas e à época da colonização portuguesa.

As discussões apontam o livro didático como o principal instrumento de trabalho do


professor não se limitando às experiências vivenciadas no Brasil. A expansão dos debates
também indica a importância que o livro didático ocupa nos sistemas de ensino em diferentes
experiências de espaço, de tempo e de lugar. Não obstante, os livros didáticos também
exercem uma significativa influência no exercício das atividades docentes nas salas de aula da
educação básica. É por meio deles que uma grande parcela de professores e professoras
desenvolve suas atividades de ensino na docência da educação básica. Dessa forma, torna-se
cogente as condições para a manutenção da qualidade do material em todas as fases de
produção. No Brasil, essa política é defendida pelas ações do PNLD, como política de Estado,
e não de governo.

Ao avaliar as unidades temáticas e/ou os conteúdos selecionados dos livros,


percebemos como esses materiais se organizam, selecionam e distribuem os conteúdos. A
começar pela permanência de temas que permanecem intocáveis em cada série dos anos finais
do ensino fundamental. Para o sexto ano, todas as coleções iniciam com um capítulo sobre o
que significa a História como área de conhecimento científico ou escolar. Mostram, também,
algumas das principais categorias conceituais dessa área, como “tempo” e “documento”. Em
termos de conteúdo, “Mesopotâmia”, “Egito Antigo” e “Grécia e Roma antigas” são temas
que têm lugar cativo em todos os livros destinados ao sexto ano. A “América” — como
unidade temática ou capítulo — também passa a ter lugar garantido, nas referidas coletâneas,
quando se aborda o aparecimento do homem nesse continente. Todos os livros analisados
também chegam a apresentar a temática da chamada “Idade Média”, ainda que varie a
denominação do tema.

RESUMO DO TEXTO 5

O artigo busca analisar a constituição da região amazônica junto ao processo que


forma o Estado imperial brasileiro. Duas questões aparecem como reveladoras dessa relação:
a expansão da estrutura de domínio da Corte do Rio de Janeiro e a unidade do território
nacional como um dos objetivos desta expansão. Neste texto buscaremos demonstrar que o
espaço amazônico é compreendido pelas autoridades brasileiras a partir de uma dupla via de
ação, ou seja, ao mesmo tempo em que o governo imperial devia assegurar a unidade do
espaço brasileiro – pois estava evidente o interesse internacional sobre a região – este esforço
significaria a expansão dos interesses nacionais. As fronteiras externas do país, na Amazônia,
não estavam definitivamente delimitadas. A Cabanagem, a mais sangrenta das rebeliões
provinciais, ainda atemorizava as autoridades, e os planos de colonizar a região por nações
estrangeiras constituíam uma séria ameaça à manutenção do território. Por conseguinte, a
necessidade de integração das atividades produtivas da região à economia nacional, como
forma de promover o controle econômico, era questão que desafiava o governo naquele
momento.

O governo do Brasil deveria ter plena consciência de que as ações de controle sobre o
território exigiam uma atuação mais efetiva associada à promoção do povoamento e incentivo
à atividade econômica, como a agricultura, considerada estratégica para fixar o colono a terra.
Neste aspecto, a contensão do expansionismo brasileiro por pressões do império britânico
teria provocado, portanto, uma mudança na concepção política do Brasil, pois impedidos de
estender seu domínio territorial, seja em direção ao rio Prata, ou seja, em direção à costa da
África, restou aos construtores desse império um único espaço sobre o qual se expandir. No
caso, deviam tomar posse efetiva do seu território, incorporando-o pelo exercício de uma
hegemonia política e econômica, o que dizia respeito ao estabelecimento de alianças com
setores dominantes na Amazônia. Assim, esse processo de “expansão para dentro”, que é o
exercício de construção de hegemonia do Estado imperial nas diferentes provinciais do Brasil,
pode ser compreendido, em parte, como sendo uma ação espacial, iniciando-se com a
chamada Guerra de Independência, por meio da qual o Rio de Janeiro combateu a reação à
independência nas províncias da Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina. Assim
sendo, a modalidade de expansão está associada à ideia de unidade que, nesse momento,
insistia em se apresentar quase que exclusivamente sob o aspecto da manutenção de um
território, como condição para conter em sua integridade o novo corpo político em construção.

RESUMO DO TEXTO 6

O presente artigo trata da revolução social dos cabanos que explodiu em Belém do
Pará, em 1835, deixou mais de 30 mil mortos e uma população local que só voltou a crescer
significativamente em 1860. Este movimento matou mestiços, índios e africanos pobres ou
escravos e também dizimou boa parte da elite da Amazônia. O principal alvo dos cabanos era
os brancos, especialmente os portugueses mais abastados. A grandiosidade desta revolução
extrapola o número e a diversidade das pessoas envolvidas. Ela também abarcou um território
muito amplo. Nascida em Belém do Pará, a revolução cabana avançou pelos rios amazônicos
e pelo mar Atlântico, atingindo os quatro cantos de uma ampla região. Chegou até as
fronteiras do Brasil central e ainda se aproximou do litoral norte e nordeste.

Nos anos 1930, nascia uma outra versão para a ação cabana, agora marcada por um
posicionamento político-marxista. Foi atribuído aos cabanos da Amazônia do século XIX a
prerrogativa de terem sido os únicos revolucionários populares e partidários de ideais
libertários que conseguiram tomar o poder. Os olhos da historiografia marxista no Brasil se
voltaram definitivamente para o movimento de 1835. A morte de Malcher foi um marco na
Cabanagem. Depois dela, Vinagre reconheceu o poder da Regência, em nome do Imperador.
Neste processo, os líderes cabanos evocavam uma antiga hierarquia de dominação que
começava em Deus, passando pelo seu reino de santas e santos e aportava na terra com o
Imperador e sua corte.

A vitória dos cabanos corroborou a aclamação de Angelim. Contudo, tanto Vinagre


como, mais ainda, Angelim viram seus homens cada vez menos subordinados e desejando
mais mandar e não ser mandados. Tomada a capital pela segunda vez, todos queriam cargos.
Raiol descreve a situação como “burlesca”. Lembrava ainda que a situação piorava no interior
da Amazônia. Cada local tomado pelos cabanos tinha a seguir “embaixadores e ajudantes de
embaixadores”. Estes eram os enviados por Angelim para o interior, para “avisar e aliciar
gente pelos sítios e povoados”. Segundo Raiol, eram quase todos analfabetos ou
semialfabetizados.

A fuga em massa de cabanos que, roubando os armazéns e as lojas dos antigos


moradores, saíam com canoas cheias pelos rios tornava a vida na cidade muito difícil. No
meio deste caos, chegou à varíola, que matou muitos cabanos, inclusive o Comandante das
Armas de Angelim. A situação tornou-se insustentável quando alguns cabanos mais exaltados
souberam que era o próprio bispo e seus vigários, sob os olhos de Angelim, que estavam
promovendo as fugas de vários comerciantes e antigos moradores legalistas.

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