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Nome: Janaína de Oliveira Pereira

Disciplina: Produção e Revisão do texto III

“Aprendendo com o passado”

Numa fazenda de café morava uma família com bastante prestígio social e econômico,
o dono do cafezal se chamava João batista, a sua esposa Susana e o filho do casal
Joaquim, essa reputação foi herdada do pai de Suzana, antes dele morrer deixou seu
patrimônio para sua única filha, mas percebendo que ela não teria habilidades para
dar continuidade aos seus negócios, deu permissão para que sua filha deixasse seu
marido dar andamento em suas comercializações, João também herdaria uma
fazenda de café do seu pai, então esse critério fez com que o pai de Suzane confiasse
ainda mais no seu genro, o filho de Suzane e João, Joaquim tinha 9 anos e era uma
criança inteligente, elaborava muitas perguntas a sua mãe, numa noite antes do
Joaquim dormir, Suzana estava muito pensativa sobre as histórias de horror, que
aconteceu naquela fazenda e que sua avó lhe contava e passava de geração para
geração, ela pensou que poderia passar alguns ensinamentos naquele dia para seu
filho, contando-lhe uma história que tinha realmente acontecido, e foi ao seu quarto e
disse:

— Filho você quer que eu conte uma história antes de dormir? — disse Suzana
sentada na cama de Joaquim.

— Quero ouvir, será uma história diferente mãe? —  Perguntou Joaquim.

— Nessa fazenda antes de morarmos aqui, já moraram outras pessoas, você sabia
Joaquim? — perguntou ela para seu filho.

— Sabia a professora me disse na escola, e de verdade não sei quem eram essas
pessoas, mãe tu sabes? — perguntou ele a sua mãe.

— Pois é Joaquim, aqui moravam os nossos antepassados e essa história quem me


contou foi a minha avó, e que também foi contada a ela.

— A história começa assim, naquela época existiam os donos de cafezais e um deles,


morou aqui, ele era proprietário de grandes extensões de terras e plantações de café,
que nem seu pai, mas naquele tempo eles eram chamados barões do café, eles
traziam escravos em navios negreiros para trabalharem colhendo os grãos de café, e
em todo processo da produção para ser vendida a saca do café para os comerciantes
locais e zonas portuárias, mas filho tinha uma história muito triste por de trás de toda
aquela riqueza, muitos negros vieram para o Brasil para serem escravizados, os
escravos eram maltratados e eles moravam em senzalas, dormiam no chão e bastante
apertados, se eles tentassem fugir, eram castigados através de objetos que poderiam
inclusive amputa-los, e uma vez nessa senzala existia uma escrava muito doente,
Nome: Janaína de Oliveira Pereira
Disciplina: Produção e Revisão do texto III

esse “Barão do café”, não queria trazer um médico para ajudá-la a se recuperar,
porque ele poderia comprar outro escravo e substituí-la, seria mais barato para ele,
então ela começou a passar mal, e gritava muito de tanta dor, ela acordou a fazenda e
a senzala inteira, e esse barão pediu a um dos seus empregados que eram chamados
“capitão do mato”, para dar um fim naquela escrava ou caso contrário sua família não
iria dormir…

— Mas mãe esse barão era muito malvado! — interrompeu Joaquim espantando
olhando para sua mãe.

— O capitão do mato pegou sua espingarda e estava decidido matar aquela escrava,
mas ele chegou na senzala e os escravos homens, fizeram uma barreira de proteção
para que o capitão do mato não matasse aquela mulher, e um dos escravos falou para
o capitão, tentar conseguir algum remédio da casa grande para ela e ver se
amenizava a dor daquela escrava, porém ele disse que deveria matá-la e era ordem
do barão, e se eles não saíssem da frente dele, todos iriam morrer e as mulheres iriam
ser acorrentadas e após colocariam elas no tronco, eles não saíram da frente, como
forma de resistência e continuaram a enfrentar esse capitão do mato, essa escrava
começou a gritar muito alto e o grito dela era ensurdecedor, ele saiu da senzala e foi
pedir para os outros capitães que fossem ajuda-lo para derrubar aqueles escravos e
matar finalmente a escrava que estava debilitada, quando o serviçal voltou a senzala
com os outros capitães, a mulher parou de gritar e ouviram um choro de criança, na
verdade ela não estava doente, e sim dando à luz a uma criança, esse vigia de
escravos ficou tão abismado e foi chamar o seu patrão, o barão foi a senzala
estarrecido e viu aquela negra com um bebê no colo e chorando muito, ele deu às
ordens para as outras escravas ajudar ela, com a sua limpeza e a da recém-nascida,
chamou o capitão do mato para trazer uma tesoura da casa grande, para seus
ajudantes cortar o umbigo umbilical da criança e também pediu para ela ser
alimentada, porque teria que amamentar aquela neném por um tempo, e depois de
toda aquela situação o Barão não conseguiu dormir, pensando e sentando em sua
poltrona, no que faria com aquela criança, mas já pensava na possibilidade de vender
ela para seu amigo também barão, porque era uma menina, ele não precisava mais de
escravas e sim de escravos. — disse Suzane narrando a história. 

 — Mãe essa história é muito triste, me fez sentir pena desses “escravos”, e ódio
desse barão, ele não é humano! — disse Joaquim brabo.
Nome: Janaína de Oliveira Pereira
Disciplina: Produção e Revisão do texto III

— Filho essas memórias aconteceram de verdade aqui nessa fazenda, ainda bem que
não existe mais esses sofrimentos, não teria coragem de vivenciar essas histórias. —
falou Suzane.

— Mãe você é uma boa contadora de histórias, consegui ver todos esses
acontecimentos na minha cabeça. — disse Joaquim apavorado.

— Somente queria que você entendesse, que ninguém deve maltratar ninguém e
devemos respeitar todos, já aconteceu muitas coisas ruins no passado, são memórias
que devem somente ficar no passado e agora precisamos aprender a conviver e
respeitar as diferenças de todas as pessoas. — disse Suzana sensibilizada.

— Entendi mãe! — olhou pensativo para Suzane

— Entendo que talvez você ainda não tenha discernimento para entender
profundamente essa história, quando você crescer irá entender(...). — falou Suzane
entendendo que, desde a infância devem ser passadas lições aos filhos, que
determinadas circunstâncias nunca deverão sobrevir novamente.

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