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Resumo
Esta pesquisa concentra-se na área da Sociolinguística e tem como objetivo investigar usos e
atitudes relacionadas ao falar dos moradores de Cáceres localizada na área urbana e rural da
cidade e, é constituída exclusivamente por informantes nativos. Para tanto, optamos por uma
metodologia descritiva. O trabalho descreve aspectos linguísticos e culturais da cidade, vícios
de linguagem, uso de termos arcaicos, preconceito linguístico identificam o falar da
comunidade. Como apoio teórico utilizamos Bagno (2007), Cagliari (1991), Câmara Jr,
(1997), Dubois (1993), Possenti (1996), entre outros da mesma importância. Os resultados
obtidos mostram que a relação dos fatores socioculturais influencia na língua falada em
Cáceres, visto que é marcada pela tradição, ou seja, observou-se que os moradores das duas
regiões seja urbana ou rural possui variantes linguísticas que estão marcadas no seu falar que
são utilizadas desde os antepassados. Que as palavras estrangeiras advindas de outros países
são assimiladas ao falar mesmo com escrita considerada incorreta, porém carregada de
sentidos. Que os dois entrevistados embora morem em lugares diferentes zona urbana e zona
rural da mesma cidade, carregam muitos traços linguísticos semelhantes. Que o preconceito
linguístico existe, mas que é superado pelos cacerenses pela valorização do seu próprio falar e
cultura.
1
Acadêmica do curso de Letras com habilitação em Língua e Literaturas de Língua Portuguesa e Língua
Espanhola, da instituição Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT) - Contato:
ferreira_2012@hotmail.com .
2
Professora orientadora do curso de Letras com habilitação em Língua e Literaturas de Língua Portuguesa e
Língua Espanhola, da instituição Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT) - Formação: Mestrado
em Estudos de Linguagem/UFMT. Contato: mariads.moraes@gmail.com / maria.domingas@unemat.br
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LICENCIATURA EM LETRAS - HABILITAÇÃO EM LÍNGUA E LITERATURAS DE
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Resumen
Esta investigación se centra en el área de la Sociolingüística y tiene como objetivo investigar
usos y actitudes relacionados con el habla de los habitantes de Cáceres ubicados en el área
urbana y rural de la ciudad, y está formada exclusivamente por informantes nativos. Para eso,
optamos por una metodología descriptiva. El trabajo describe los aspectos lingüísticos y
culturales de la ciudad, los vicios del lenguaje, el uso de términos arcaicos, los prejuicios
lingüísticos identifican el habla de la comunidad. Como soporte teórico se utilizó a Bagno
(2007), Cagliari (1991), Câmara Jr, (1997), Dubois (1993), Possenti (1996), entre otros de la
misma importancia. Los resultados obtenidos muestran que la relación de factores
socioculturales influye en la lengua hablada en Cáceres, ya que está marcada por la tradición,
es decir, se observó que los vecinos de ambas regiones, ya sean urbanos o rurales, presentan
variantes lingüísticas que se marcan en su habla que se utilizan de los antepasados. Que las
palabras extranjeras provenientes de otros países se asimilen al hablar incluso con una
escritura considerada incorrecta, pero cargada de significados. Que los dos entrevistados,
aunque viven en lugares diferentes en las áreas urbana y rural de la misma ciudad, tienen
muchos rasgos lingüísticos similares. Que el prejuicio lingüístico existe, pero que los cáceres
lo superan valorando su propio habla y cultura.
1. Introdução
Este artigo é o resultado de um estudo que tem por objetivo descrever usos
linguísticos da população de Cáceres-MT, zona urbana e rural. Onde pretende- se descrever a
variedade da língua local a partir de entrevistas. Visto que devido à covid-19, os participantes
da pesquisa exigiram que fosse dessa forma, pelo medo do contágio. Mediante solicitação e
pela falta de tempo para outra pesquisa tivemos que mexer na metodologia para chegarmos
aos objetivos desta.
A escolha desse tema justifica-se pelo fato de ela contar com moradores nativos de
Cáceres de duas regiões o que facilitou a nossa análise. Além de produzir material para
futuras investigações. Para tanto utilizamos do apoio teórico de Bagno (2007), Cagliari
(1991), Câmara Jr, (1997), Dubois (1993), Possenti (1996), entre outros da mesma
importância.
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2.Fundamentação Teórica
Para fundamentar essa pesquisa trouxemos algumas discussões acerca do preconceito
linguístico, Câmara Jr.(1997, p159) que define linguagem com sendo faculdade que tem o
homem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais chamados
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Nesse sentido, Dubai confere a fala como um ato de vontade e inteligência, pelo qual
o falante realiza o código da língua através de combinações que se exteriorizam.
Quanto ao preconceito linguístico, buscamos em Bagno (2007, p.09) que acredita
que o preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso
da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa
confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um
mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua.
Mas, que Infelizmente também é um julgamento que não aceita e menospreza as
variantes linguísticas e que de certa forma é fomentado diariamente na mídia televisiva, nas
gramáticas normativas, na maioria dos livros didáticos, na comunicação das rádios, enfim, em
todos os veículos de comunicação que insistem em afirmar que existe o certo e o errado na
nossa língua.
Sobre isso, Bagno (2007, p.166,167)fala que é preciso “conscientizar-se de que todo
falante nativo de uma língua é um usuário competente dessa língua, por isso, ele sabe essa
língua”.
Enquanto que Ricardo Bortoni (1984, p.17), a ideia de que somos um país
privilegiado, pois do ponto de vista linguístico tudo nos une e nada nos separa, parece-me,
contudo, ser apenas mais um dos grandes mitos arraigados em nossa cultura. Um mito, por
sinal, de consequências danosas, pois na medida em que não se reconhecem os problemas de
comunicação entre falantes de diferentes variedades da língua, nada se faz também para
resolvê-los. Ou seja, os danos causados pelo preconceito linguísticos, nos deixa em alerta
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sobre os mitos que criamos e alimentamos quando nos distanciamos uns dos outros pela
afirmação daqueles que se acham privilegiados em relação à língua.
É preciso dizer que o conhecimento do falante sobre sua própria língua é inerente a
sua própria vivência. Ou seja, todo falante conhece sua língua desde que nasce e faz uso dela
em seu meio social independente de norma culta ou padrão. Para Bagno (2007, p.149) “[...]
qualquer criança entre os quatro e cinco anos de idade já domina plenamente a gramática de
sua língua”.
Enquanto que, para Perini (1999, p.13) qualquer falante de português possui um
conhecimento implícito altamente elaborado da língua, muito embora não seja capaz de
explicitar esse conhecimento. E esse conhecimento não é fruto de instrução recebida na
escola, mas foi adquirida de maneira tão natural e espontânea quanto a nossa habilidade de
andar.
Nesse Contexto, a língua é carregada de conhecimento implícito, principalmente
aqueles que são adquiridos no convívio, ou seja, com as pessoas do seu meio social desde o
seu nascimento. Enquanto que a escola padroniza esse conhecimento, principalmente pela
necessidade do seu uso na língua escrita.
É importante frisar que a modalidade falada da língua tende a deixar marcas que
estão condicionadas a uma variação de fatores culturais, sociais, que são propriamente
linguísticos que de certa forma acaba interferindo na língua. Fatores estes como: a faixa
etária, o gênero, a situação socioeconômica, o grau de escolarização, etc. (TARALLO, 1994,
p.11-12).
É preciso, portanto, que a escola tenha um olhar mais refinado ou apurado em
relação ao ensino da língua e reconheça a importância e a existência das muitas variedades
linguísticas, visto que nenhuma língua é falada da mesma forma em todos os lugares e nem
todas as pessoas não falam igual.
Embora aquele grupo de pessoas que se sentem privilegiadas tende a julgar quem não
utiliza a variante linguística não padrão como errado.
É nesse aspecto que o papel da escola deve ser mais preciso no que se refere ao
preconceito linguístico, tendo em vista sua relação e importância para a sociedade. Nesse
aspecto, é preciso que haja uma mudança de atitude em relação o ensino da língua, visto que
ainda é através de práticas de leitura e escrita descontextualizadas, o que acaba por confundir
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ainda mais a sociedade em não saber fazer distinção categórica entre classes econômicas,
sociais e culturais.
Sobre isso Sírio Possenti (1996):
3. Procedimento Metodológico
Os percursos metodológicos adotados para a realização dessa pesquisa foram: delimitação
do campo de pesquisa, o método utilizado, técnicas de coleta de dados, procedimentos e análise de
dados. Embora tivesse havido algumas exigências dos participantes da pesquisa, visto o medo de se
contaminar com o vírus da Covid-19 que tem assolado o mundo nosso país e região. O que nos
obrigou fazer algumas mudanças em nossa abordagem.
Para tanto foram entrevistados 02 (dois) participantes/ moradores nativos da cidade de
Cáceres e região. Assim, Este trabalho foi realizado mediante pesquisas em livros, revistas, internet
e entrevista com os participantes da pesquisa. Inclui o estudo das variações linguísticas na
sociedade de cacerense, a partir da metodologia descritiva quantitativa. Para tanto foram
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entrevistados 02 (dois) participantes/ moradores nativos da cidade de Cáceres e região Para tanto
foram entrevistados 02 (dois) participantes/ moradores nativos da cidade de Cáceres e região.
4.1 Entrevista
Quadro 01
Quadro02
Questão 03 - O que você pensa sobre o jeito do falar das pessoas de Cáceres?
M1-Eu acho que normal que normal né! Cada município tem seu sotaque, seu jeito de falar né,
num pode mudar seu jeito de falar, sua identidade né!
M2- O jeito das pessoas de Cáceres é um jeito diferenciado, é uma fala típica de região
devido os costumes como foram nascidos, criados ai eles vão puxando a identidade do pai e
da mãe então eles falam um jeito mais diferente de outras falas das outras região.
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Quadro 03
Questão 04- Seu jeito de falar já fez você sofrer algum tipo de preconceito?
M1-Sim e não né, porque as vezes o, alguém fala, caçoa de você, mais isso pra mim não é
nada porque, há...o preconceito só funciona quando a pessoa reage o preconceito, si não,
quando você não reage, você ajuda, você dá uma palavra você dá uma paulada no pé do
outro acabou o preconceituoso.
M2- Sinto que alguns casos algum tipo de buli, como as vezes em conversar assim né, com
amigos, e as vezes você falava uma palavra errada sempre tinha aquelas risadas caçoando
assim...achando graça né! É do jeito como você se fala, ai você se senti um pouco assim
meio como você não soubesse falar né, meio envergonhada do seu jeito de falar. E na sala de
aula as vezes assim o professor, algum professores chamava atenção, mais não assim... por
causa, caçoando ou algum buli mas assim...tentando ensinar o certo mesmo o jeito de falar.
Quadro 04
Questão 05- Sabe-se que o povo cacerense é um povo festeiro, sendo assim,
quais as festas que você mais gosta na cidade e região?
M1- A festa de ano como a exposição, a festa de santo né como acontece todo ano, é isso
ai...
M2- Na cidade de Cáceres na região urbana é um povo que gosta muito de festa onde tem
lambadão. Então uma das festas mais conhecida que tem já...acho que vai ser o vigésimo,
acho que o vigésimo quinto por ai é o festival de pesca né!
Que é uma festa típica da região que é o rio Paraguai que o que chama mais atenção em
Cáceres ponto turístico e tem a Expoagro que é a festa de rodeio que tem todos os anos. E
tem as festa típicas de santo né, São Pedro, São João, São Sebastião, Nossa Senhora do
Carmo, Nossa Senhora Aparecida. Inclusive na região onde eu morava né, região do sítio,
meu pai, e minha mãe sempre faz a festa de todos os santos, é uma festa que foi passado de
família pra família, minha bisavô fazia, passou pra minha vó e ai passou pro irmão do meu
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pai e agora
quem continua é o meu pai. e uma festa onde tem muita comida típica né, tem a dança do
cururu, tem lambadão e doces caseiros.
Quadro 05
M2- É sempre tem, vou falar as mais típicas, é a farofa de banana né, é costela com mandioca,
costela com banana verde, agora surgiu a macarronada, mais as mais típicas são essas ai os caldão
de mandioca e banana verde e ai tem as bebidas né, que são o quentão o aluar e doce, doce de leite
doce de abobora e também sempre tem a festa da pamonha, festa da banana, ai tem vários tipos
de bolos, doces feito de milho de banana, são alguns tipos são esses.
Quadro 06
Questão 7- Para finalizar o que você diria às pessoas que são nascidas e criadas em Cáceres,
mas não gostam do falar cacerense.
M1- Eu acho que isso burrice né ingnorança né! Cada município tem...cada Estado têm seu
sotaque, seu jeito de falar, é isso eu penso né! Tem que corrigir por você mesmo não os
zotros nè! As vezes alguém vai corrigir você faz de conta que não iscutou.
M2- Eu acho assim que eles não gosta de admitir né, que eles são nascidos, que eles falam
cacerense porque as vezes eles sentem um pouco de vergonha né, devido os bulis, ai eles
acham que eles falam errado. Na escrita é dado sim na minha opinião como errada, mais na
atualidade assim, na fala não é errado, Porque é uma fala que surgiu daquela região é que foi
surgida através da identidade de com eles foram...escutaram desde que nasceram, por isso
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eles falam assim do jeito que foram ensinado eles aprenderam, mais ai como eles sofrem
buli né, e as pessoas caçoa algumas pessoas, ai eles não admitem que são nascido lá e são
cacerense.
Quadro 07
indivíduo e, por isso não pode ser modificada ou criada apenas para satisfazer a vontade de
um deles, ela é uma espécie de contrato coletivo em que todos aderiram, (BARTHES, 1999).
Pôde-se observar também, que os dois entrevistados embora morem em Cáceres
sendo o primeiro zona rural e o segundo zona urbana, trazem traços do falar cacerense
advindo do falar antepassado dos portugueses que aqui estiveram, como a palavra Cassoando
(correto caçoando) que é muito utilizada nos textos acima e que significar zombar, causar
risos com a intenção de debochar. Caçoar vem do latim BACULUS, “bastão, pau, cajado”.
(DICIONÁRIO ELETRONICO).
Para Dubois(1993, p.126) a fala é uma função não instintiva, mas adquirida, uma
função de cultura. Se o indivíduo, fala, comunica sua experiência, suas ideia, suas emoções,
ele esta faculdade ao fato de ter nascido nomeio de uma sociedade [...]. Nesse contexto, pode-
se considerar a fala como uma função da cultura de uma sociedade visto ser através da fala
que o falante realiza o código da língua.
A ligação dos dois com Cáceres está representada pela cultura popular da região
como as festas, as comidas e costumes com foi observado que nas falas dos dois existe
marcas de variedades ou dialetos etários, ou seja, grupo de idade. Visto que o primeiro
entrevistado tem 66 anos e o segundo 25 anos. Isso é perceptível quando observado que M1
usa mais termos da linguagem popular como “dá uma paulada no pé do outro”, segundo ele,
para dizer que uma palavra bem dita pode calar a boca do preconceituoso, ou seja, para falar
sobre preconceito. Enquanto que M2 utiliza-se de mais termos da linguagem coloquial sem se
preocupar com os termos gramaticais para explicar que sofreu bullying, principalmente
segundo ela por acharem que ela fala errado. “Pegamos “como exemplo a própria palavra
Bullying que foi escrita de duas formas por ela: ” bulis e buli”. No entanto, o considerado erro
na escrita é audível e compreensível na fala visto que ninguém fala Bullying mas buli, diante
disso é compreensível para ela escrever como se fala.
5. Considerações Finais
Os entrevistados não demonstram vergonha do seu falar, julga o seu falar importante e
considera a tradição familiar como a principal identidade do falar. Mostram também
satisfação em relação a sua maneira de falar. Além disso, demonstram gostar de ser
cacerenses; mostraram acreditar na crença nas rezas, apreciam as festas, as danças como o
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Referências
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é como se faz? 49. Ed. São Paulo: Loyola,
2007.
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GIL, Antonio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa, 4º edição. São Paulo: Atlas,
2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATISTICA. IBGE- 2020. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/ home/download/geociencias.shtm>. Acesso em: 07/02/2021.
LABOV, William. Padrões Sociolinguísticos. Tradução Marcos Bagno, Maria Marta Pereira
Scherre, Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, Mercado de
Letras,1996.