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ENTERPRISE RESOURCES PLANNING: EVOLUÇÃO,

CONCEITOS E ESTRUTURA

Fernando Roquete
Universidade de São Paulo-Escola de Engenharia de São Carlos-USP/EESC
Ethel Cristina Chiari da Silva
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP
José Benedito Sacomano
Universidade Paulista - UNIP
E-mail froquete@microsigarp.com.br, ethel@linkway.com.br, sacomano@zaz.com.br

Abstract: The objective of this article is to presenting the concepts, evolution and structure of
the management administration computerized systems, called Enterprise Resource Planning - ERP.
Due technological progresses, the systems ERP was integrated into new concepts, for attending the
needs imposed by market. These systems are being implanted broadly in companies around the world,
and then, becomes interesting to investigate their structure, advantages and difficulties, that are being
found, because these implantation projects need great financial investment and a internal process of
restructuring the company.

Key words: management resources planning, information technology, management systems


administration.

Resumo: O objetivo deste artigo é apresentar os conceitos, evolução e a estrutura dos


sistemas de gestão empresarial, denominados como Enterprise Resource Planning – ERP. Devido aos
avanços tecnológicos, os sistemas ERP foram integrados a novos conceitos, para atenderem as
necessidades impostas pelo mercado. Estes sistemas estão sendo largamente implantados pelas
empresas ao redor do mundo, torna-se, portanto, interessante investigar sua estrutura, vantagens e
dificuldades que estão sendo encontradas, já que estes projetos de implantação necessitam de grande
investimento financeiro e de um processo de reestruturação interna da empresa.

Palavras Chave: planejamento de recursos empresariais, tecnologia da informação, sistemas


de gestão empresarial

1. Introdução

Toda organização empresarial tem como premissa manter-se competitiva. Uma das
necessidades hoje é a identificação de oportunidades futuras, nesta linha pode-se observar uma
pesquisa de FILION (1999) a qual foi realizada em duas fases. A primeira fase do estudo pesquisou
42 empresas que empregavam até 250 pessoas e a segunda fase pesquisou oito empresas, cada qual
empregando mais de 1.000 pessoas. A entrevista relata que alguns dos empresários entrevistados não
introduziram nenhum produto ou inovação de mercado relevante, mas inovaram ao reduzir custos,
melhorar a qualidade ou oferecer serviços mais rápidos. Essa foi a oportunidade por eles identificada e
foi isso que lhes deu uma vantagem competitiva. Observa-se portanto, que o empreendedorismo está
focado no processo da construção da visão. FILLION (1991b, p.109) define visão como “a imagem
projetada no futuro do espaço de mercado a ser ocupado pelos produtos e, o tipo de organização
necessária para alcançar isso”.
Neste contexto, os sistemas de Enterprise Resources Planning (ERP), vem fornecer
condições de apoio a busca dessas oportunidades futuras. O objetivo é possibilitar um maior
conhecimento e monitoração do negócio. Em suma, o sistema informatizado de gestão empresarial
tem como finalidade auxiliar e proporcionar recursos e procedimentos aos usuários para um
gerenciamento eficiente das informações, obtendo, desta maneira, um alto desempenho nas atividades
operacionais e estratégicas, com o menor custo possível.
Devido à grande importância exercida pelos sistemas ERP, o objetivo neste trabalho é
demonstrar o ciclo de vida do mesmo, apresentando primeiramente sua história. Na seqüência,
identifica-se sua estrutura, de forma enxuta para possibilitar uma visão geral do sistema. A seção 3
aborda o reflexo dos avanços tecnológicos nos sistemas ERP, e finaliza-se retratando as vantagens,
desvantagens e tendências das soluções de planejamento de recursos empresariais.

2. Evolução

Em virtude do setor de manufatura de uma empresa, operar com grandes números de variáveis
para cálculos e análises, nada mais natural que este departamento solicite um auxílio do computador
para dar suporte ao cumprimento de suas tarefas, referentes ao Planejamento e Controle da Produção,
hoje englobadas na empresa na área de logística industrial. Como exemplo de uma tarefa de PCP,
pode-se considerar a emissão da ordem de produção de um determinado produto, que por sua vez irá
desencadear todo um processo de cálculo de necessidades pela estrutura do produto, checando os sub-
ítens até chegar na matéria prima e gerando solicitação de compra. Neste pequeno exemplo é possível
enxergar o grau de complexidade e o alto volume de dados a serem considerados na produção.
Segundo MACHADO (1989), desde 1960, quando surgiram os pioneiros em MRP (Material
Requirement Planning) – Planejamento das Necessidades de Materiais – até 1971, havia cerca de 150
empresas utilizando o sistema MRP nos EUA. Após 1971, foi desenvolvido um programa nacional de
publicidade e educação pela APICS (American Production and Inventory Control Society) e em 1974,
cerca de 700 empresas utilizavam o MRP, conforme pesquisa realizada no meio oeste dos EUA. O
MRP original data dos anos 60, quando as letras queriam dizer Material Requirements Planning. O
MRP permite que as empresas calculem quantos materiais de determinado tipo são necessários e em
que momento. Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previsão para os
pedidos que a empresa acha que irá receber. O MRP verifica, então, todos os ingredientes ou
componentes que são necessários para completar esses pedidos, garantindo que sejam providenciados
a tempo. (SLACK et al., 1999, p. 327)
Após alguns anos surge o MRP II (Manufacturing Resources Planning ) ou Planejamento dos
Recursos da Manufatura, que trata-se de uma evolução do sistema MRP. O objetivo do sistema MRP
II é calcular e analisar de forma integrada todos os parâmetros que determinam a produção de um
determinado material, e também verificar os recursos técnicos e humanos disponíveis para o pronto
atendimento da produção.
O ERP é o sucessor do MRP II, caracterizando-se em atender não apenas o processo de
manufatura como também os demais departamentos e suas respectivas integrações. Com a utilização
do ERP os departamentos de produção, contabilidade, fiscal, etc., passaram a trabalhar de forma
integrada e as empresas conseguiram otimizar processos e reduzir custos. Pode-se definir o sistema
ERP conforme CORRÊA e GIANESI (1999) como: “sendo basicamente composto de módulos que
atendem a necessidades de informação para apoio à tomada de decisão de setores outros que não
apenas aqueles ligados à manufatura: distribuição física, custos, recebimento fiscal, faturamento,
recursos humanos, finanças, contabilidade, entre outros, todos integrados entre si e com os módulos de
manufatura, a partir de uma base de dados única e não redundante.”
No início dos anos 90 as implantações de ERP eram relacionadas a um alto investimento
financeiro, visto que, apenas empresas de grande porte conseguiam recursos para tal investimento;
entretanto, a necessidade de expansão para aquisição de novos clientes direcionou as empresas
provedoras de softwares ERP, a focalizarem as organizações intermediárias (empresas de pequeno e
médio porte), e assim sendo, “popularizando” os softwares de gestão empresarial. Houve um
crescimento acelerado no volume de implantações. Atualmente a quantidade de empresas que utilizam
um sistema ERP é muito mais significativa do que antigamente e projeta-se para um crescimento
constante.
O mercado empresarial é muito dinâmico sendo, portanto, necessárias constantes análises para
oferecer ferramentas com o objetivo de facilitar e proporcionar novos horizontes às organizações
empresariais. Segmentos como os sistemas de coordenação dos relacionamentos com os clientes,
aplicativos para gerenciamento da cadeia de suprimentos e o comércio eletrônico estão em destaque,
por serem ferramentas de apoio que utilizam a enorme base de dados do ERP, para a extração de
dados.
Atualmente tenta-se resgatar uma aproximação maior do fornecedor com o cliente, isto é,
melhorar o relacionamento com a finalidade de personalizar o atendimento e consequentemente atrair
novos negócios, porém, mantendo o alto nível de satisfação com os clientes antigos. Este conceito é
definido como CRM (Customer RelationShip Management) – Gerenciamento das Relações com o
Cliente. “Por meio das ferramentas de CRM é possível promover a fidelização dos clientes e também
ampliar o market share através de vendas casadas (cross selling) e vendas com melhorias (up selling),
diz o professor da Fundação Getulio Vargas e diretor da área de congressos da Advanstar, Luis Carlos
Moraes Rego.” (TRONCHIN, 1999, p.8).
O CRM também é capaz de identificar os clientes que estão proporcionando maior
lucratividade na empresa. Para executar todas estas tarefas o CRM extrai os dados do ERP, portanto, é
fundamental que o software ERP esteja bem estruturado para dar suporte a esta tecnologia. Além do
objetivo de estreitar o relacionamento do fornecedor com seu cliente, o mercado impulsiona cada vez
mais as instituições à utilizarem novas tecnologias para obterem uma maior qualidade no produto e no
serviço prestado, podendo ampliar a área de atuação ou até mesmo conquistar novos nichos de
mercado. Com o intuito de viabilizar o processo de integração da empresa cliente e empresa
fornecedor emergiu o Supply Chain Management (SCM) – Gerenciamento da Cadeia de
Abastecimento, definido como: “O SCM é o processo de aperfeiçoar as praticas internas de uma
companhia, como também a interação da companhia com os fornecedores e clientes, para produção e
comercialização dos produtos de forma mais eficaz. Dentre as funções do SCM incluem previsão,
busca e obtenção de demanda, inventário e administração de estoque, logísticas de distribuição, e
outras disciplinas. Uma companhia que executa estas funções efetivamente está em uma posição que
lhe permite entregar produtos com maior velocidade, e a um baixo custo ou com uma margem de lucro
mais alta, que seus competidores.” ( SLATER, 1999, www.cio.com).

3. Estrutura

A utilização de um sistema ERP, é mais que uma mudança tecnológica, ela implica em um
processo de mudança organizacional, sendo necessário repensar toda sua estrutura.
Como sucessor do MRP II o “ERP é definido como uma arquitetura de software que facilita o
fluxo de informações entre todas as atividades da empresa como fabricação, logística, finanças e
recursos humanos. É um sistema amplo de soluções e informações. Um banco de dados único,
operando em uma plataforma comum que interage com um conjunto integrado de aplicações,
consolidando todas as operações do negócio em um ambiente computacional.” ( PERIN, 1998,
www.ourinhos.com.br/perin/interest.htm).
O relacionamento entre os departamentos é proporcionado pela integração entre os módulos,
eliminando desta forma dados redundantes e retrabalho, sendo que o ERP emprega a tecnologia
cliente/servidor. Estatisticamente, em sistemas não integrados, uma informação pode residir em até 6
diferentes lugares. (SHERIDAN apud PERIN, 1999).
“A medida e o escopo de adoção de sistemas ERP, até certo ponto, são uma decisão gerêncial.
entretanto, a tendência parece claramente indicar que as estruturas dos ERPs serão usadas pelas
empresas como as fundações (a grande base de dados corporativa para apoio à tomada de decisão,
principalmente operacional) dos sistemas de informação das empresas.” (GIANESI et al.,1999, p.
344). Devido à necessidade do ERP estar voltado para o negócio da empresa, também são utilizados
módulos específicos para atenderem a vários mercados.
Reconhecendo as necessidades das empresas em reduzir o tempo de resposta ao mercado de
produtos e serviços, os sistemas ERP são desenvolvidos para responder instantaneamente o
surgimento de novas necessidades não previstas. As operações podem facilmente mudar ou expandir
sem romper com as atividades em curso.
Segundo GIANESI et al. (1999), segue abaixo algumas descrições dos módulos que integram
uma solução ERP, com seus respectivos graus de integração.
Módulos relacionados a Operações e Supply Chain Management:
• Previsões/Análises de vendas (Forecasting/Sales Analysis). Auxilia a função de previsão
de vendas da empresa . Em geral, esses módulos trazem alguns modelos matemáticos
simples para correlações por mínimos quadrados.
• Listas de materiais (Bom – Bills Of Material). Módulo responsável pelo apoio à
manutenção das estruturas de produtos da organização: substituição de componentes e
mudanças de engenharia em geral devem fazer-se refletir no sistema MRPII/ERP.
• Programação-Mestre de Produção/Capacidade aproximada (MPS Master Production
Scheduling/RCCP – Rough-Cut Capacity Planning). O MPS coordena a demanda do
mercado com os recursos internos da empresa de forma a programar taxas adequadas de
produção de produtos finais. O planejamento de médio prazo, no nível do planejamento-
mestre da produção, é chamado de rough cut capacity planning (RCCP) ou planejamento
grosseiro de capacidade. Seu principal objetivo é garantir que o plano-mestre (MPS) seja
ao menos “aproximadamente viável” em termos de capacidade, permitindo um cálculo
rápido, ainda que grosseiro.
• Planejamento de Materiais (MRP – Material Requirements Planning), faz o planejamento
das necessidades de materiais.
• Compras (Purchasing). O módulo de compras visa apoiar informacionalmente o processo
decisório da função de suprimentos dentro da empresa.
• Controle de Fabricação (SFC –Shop Floor Control). De acordo com a Manufacturing é
um sistema de chão-de-fábrica orientado para a melhoria de desempenho que
complementa e aperfeiçoa os sistemas integrados de gestão da produção.
• Controle de estoques ( Control Inventory). O módulo de controle de estoques apoia a
função de controle dos inventários. Posições de níveis de estoque, transações de
recebimento, transferencias, baixas, alocações de materiais, entre outras são apoiadas por
esse módulo.
• Engenharia (Engineering).Módulo que se encarrega de apoiar a função de engenharia no
que se refere as suas interfaces com o processo de planejamento-controle das mudanças de
engenharia, controle de números de desenhos, controle de mudanças de processos
produtivos e roteiros de fabricação, tempos referentes aos processos produtivos, entre
outros.
• Distribuição Física (DRP –Distribution Requirements Planning). O gerenciamento de
forma integrado da cadeia de distribuição pode ser feito pelo que denominamos de
planejamento das necessidades de distribuição (DRP).
• Gerenciamento de Transporte (TM –Transport Management). Módulo que apoia a tomada
de decisão em relação ao transporte de materiais.
• Gerenciamento de projetos (Project). Algumas empresas, embora interessadas na
integração que os sistemas ERP proporcionam, têm características específicas em seus
sistemas produtivos que fazem com que os módulos do MRP II original sejam
inadequados para o apoio as suas necessidades de informação.
• Apoio à produção repetitiva. Algumas situações industriais trabalham com produções de
tal forma repetitivas que a lógica estrita do MRP não se adequa perfeitamente.
• Apoio à gestão de produção em processos. Empresas que têm produção em fluxo contínuo
também, em princípio, não são bem atendidas pela lógica original estrita do MRP II.
• Apoio à programação com capacidade finita de produção discreta. Sistemas de
programação da produção com capacidade finita , oferecem suporte ao gerenciamento de
uma situação muito complexa no chão de fábrica.
• Configuração de Produtos. Em essência, um modulo configurador é um conjunto de
programas de computador que traduz a descrição genérica existente em estruturas de
produtos modularizadas disponíveis em uma estrutura específica correspondente ao pedido
propriamente dito.

Módulos relacionados à gestão financeira/contábil/fiscal:


• Contabilidade Geral. Módulo que contempla todas as funções tradicionais necessárias
para atender a necessidade da contabilidade geral.
• Custos. Módulo que apoia a apuração de custos de produção integrado com os módulos
que geram as transações físicas que originam as transações de custos.
• Contas a Pagar. Módulo que apoia o controle das obrigações e pagamentos devidos pela
empresa, cadastro de fornecedores, entre outros.
• Contas a Receber. Controle de contas a receber, cadastro de clientes, controle de situação
creditícia de clientes, prazos, entre outros.
• Faturamento. Módulo que apoia a emissão e controle de faturas e duplicatas emitidas e
apoia também as receitas fiscais referentes à venda de produtos.
• Recebimento Fiscal. Módulo que apoia as transações fiscais referentes ao recebimento de
materiais.
• Contabilidade Fiscal. Módulo que apoia as transações da empresa em seus aspectos de
necessidade de cumprimento de requisitos legais.
• Gestão de Caixa. Módulo financeiro de apoio à gestão dos encaixes e desencaixes da
empresa.
• Gestão de Ativos. Módulo que apoia o controle dos ativos da empresa.
• Gestão de Pedidos. Módulo de apoio a administração dos pedidos de clientes.
• Definição e Gestão dos processos de negócio (Workflow). Módulo que apoia a empresa no
sentido de mapear e redefinir seus processos administrativos.

Módulos relacionados à gestão de recursos humanos:


• Pessoal (Personnel).Controla o efetivo de pessoal da empresa, tratando de aspectos como
centros de custo no qual os funcionários trabalham, programação de férias, currículos,
programação de treinamento, avaliações, entre outros.
• Folha de pagamento (Payroll).Controla a folha de salários dos funcionários.

A figura 1 apresenta os departamentos com o objetivo de ilustrar a integração entre alguns


módulos de um sistema ERP.

Solicitação Cotação Pedido Recebimento Controle Estoque


Compras Compra de Qualidade MP / MC
mercadoria

Projeção Requisições Custos Simulação


Estoque OP
Preços de
Venda

Previsão Carga Produção Centros


de Vendas Máquina Improdu
Controle tivos

Estatística Livros Coletor Estoque Contabilidade


Fiscais Eletrônico Prod/Acab

LA Contas a Receber LA de Rateios

LA faturamento
Cons.Bco Liberação Liberação Fatura Movimento
Informação Estoque mento
Banco
crédito Títulos

Clien Pedidos EDI - Cliente


tes Vendas
Legenda:
PCP Módulos
Administrativo

Figura 1: Relacionamentos entre os módulos de um Sistema ERP

4. Conclusões

O presente trabalho abordou o processo evolutivo dos sistemas de gestão empresarial ERP,
através do qual pode-se constatar que a implantação adequada desta abordagem, pode retornar a
organização um diferencial competitivo, como maior flexibilidade e qualidade, porém, se o sistema
não for escolhido através de critérios rigorosos, é certo que ao invés de alcançar um diferencial
competitivo a empresa estará adquirindo um grande problema.
Através deste artigo, pode-se perceber que o fundamental é obter um sistema ERP, voltado ao
negócio da empresa, com a possibilidade de ser facilmente integrado com outras soluções específicas
do cliente. Com isso seu potencial pode ser acrescido.
As vantagens resultantes da implantação de um ERP são transparentes, “reconhecendo as
necessidades das empresas em reduzir o tempo de resposta ao mercado de produtos e serviços, os
sistemas ERP são desenvolvidos para responder instantaneamente o surgimento de novas
necessidades não previstas. As operações podem facilmente mudar ou expandir sem romper com as
atividades em curso. Daí, o tempo para desdobrar e otimizar os processos é severamente reduzido.”
(PERIN, 1998, www.ourinhos.com.br). Na adoção de um sistema ERP pode encontrar algumas
dificuldades durante o processo de implantação, visto que, a implementação de um sistema ERP
demanda um tempo elevado, atividades árduas e dispendiosas. Encontra-se “N” barreiras durante o
processo de implantação, incluindo a reestruturação organizacional necessária na maioria das vezes.
Porém, como vimos, é necessário ter uma metodologia de trabalho para obter o sucesso na
implantação.
A tendência do ERP é a absorção de conceitos de módulos plug in, isto é, o sistema irá se
adaptar a lógica do modelo em questão, caso a empresa utilize a lógica MRP II, o módulo ERP com a
sua lógica MRP II será implantado. A expansão do ERP para o que denominamos Extended Resource
Planning (XRP) – Planejamento dos Recursos Estendidos é a abertura de novos horizontes, uma nova
visão de mercado.

Tabela 1: Recursos que os gerentes de tecnologia planejam integrar em seus sistemas de XRP.

E-Commerce 64 %
Suporte á decisão 44 %
Intranet 38 %
Auto-servico de RH 25 %
ERP externo 23 %
Aplicacoes industriais específicas 21 %
Previsão de demanda 18 %
Globalização 15 %

Fonte: Cambridge Technology Partners apud Network Computing (1999)

A mudança de um departamento tradicional para um ambiente orientado para processos e


integrado por um ERP, provoca situações de conflitos internos. Um dos motivos da existência deste
conflitos é a falta de clareza dos administradores em demonstrar os objetivos que pretendem alcançar.
É necessário canalizar os objetivos individuais de cada departamento ao objetivo da organização
como um todo, mantendo uma liderança uniforme centralizada de forma a estruturar os objetivos e
distribuir as atividades. O sistema ERP, insere dentro de uma organização um novo modelo de
trabalho, sendo que o mesmo requer novas competências, portanto é fundamental que as
competências de operação, gerenciamento e relacionamento sejam identificadas para que a empresa
obtenha resultados benéficos da implantação de um sistema ERP. Conforme HERN (1999), um
programa de trabalho que visa alterar a dinâmica organizacional deve alcançar cinco grandes
objetivos:
• Desenvolver uma visão da transformação a realizar.
• Promover o alinhamento das liderança
• Mudar modelos mentais de uma parte significativa da organização.
• Desenvolver competências críticas para operar no novo modelo.
• Alinhar os principais elementos estruturas a ano novo modelo.

A adoção de novas tecnologias é uma questão fundamental para as empresas. Sob a ótica da
competitividade, esta decisão pode contribuir fortemente para a melhoria do desempenho das
empresas. ( PEGELS & THIRUMURTHY, 1996). Consequentemente, a relutância em introduzir
novas tecnologias pode deteriorar o desempenho de uma determinada empresa em relação aos seu
concorrentes. (CHEN & SMALL,1996).
1.5 Bibliografia

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