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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

1- CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE HISTÓRIA DA FAMÍLIA 4

2- CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DA ÁRVORE GENEALÓGICA 10

3- HERÁLDICA 16

4- O QUE É GENOMA 17

5- HEREDOGRAMA 19

6- ALGUNS ERROS QUE DEVEMOS EVITAR 24

7- ORIGEM DOS SOBRENOMES 30

8- A TEORIA DOS ANTEPASSADOS 37

9- NOVO ESTUDO SOBRE NOSSOS ANTEPASSADOS 49

REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

INTRODUÇÃO

Genealogia é o mapa das ligações biológicas entre diferentes indivíduos


e gerações. Como ciência, é uma auxiliar da história, estudando a origem, evolução
e dispersão das famílias e respectivos sobrenomes ou apelidos.

Praticada em tempos passados exclusivamente pela elite, e misturando


indiscriminadamente lendas e fatos, servia mais ao desejo de afirmar o prestígio das
famílias e legitimar suas pretensões ao poder do que à documentação da história e
preservação da memória. A partir de fins do século XVII passou a ser investigada de
maneira científica, mas manipulações ideológicas persistem até hoje. A genealogia
tem associações profundas com uma ampla variedade de políticas e ideologias
raciais, sociais, culturais e nacionalistas, e é um elemento fundamental na
estruturação, coesão e funcionamento das sociedades.

Sua relevância em múltiplos níveis justifica a vasta bibliografia existente sobre o


tema. Na contemporaneidade a pesquisa genealógica se tornou uma atividade
extremamente popular, que tem provocado um impacto importante nas formas de
entendimento do passado e das origens pela população em geral, fenômeno que
tem atraído a atenção dos especialistas pelos problemas que a atividade leiga
desencadeia no sentido de uma difusão acrítica da história e de conhecimentos que
muitas vezes são falsos ou distorcidos.

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1- CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE HISTÓRIA DA FAMÍLIA

A genealogia é uma ciência que estuda a origem, evolução e disseminação das


várias gerações de uma família. A partir de informações buscadas em documentos e
certidões de pais, tios, avós e bisavós, as pessoas conseguem descobrir seus
antepassados e quando e onde eles nasceram. A visita em cartórios, igrejas,
arquivos públicos, museus e bibliotecas também podem auxiliar na busca por mais
informações.

A partir dessa busca é possível construir a árvore genealógica de uma família com
nomes, datas e lugares por onde andaram nossos antepassados, de forma que
sejam mantidos vivos na memória de seus descendentes.

A árvore genealógica também pode ser chamada de heredograma (do


latim heredium, herança), que é a representação gráfica das relações de parentesco
entre os indivíduos de uma família. No heredograma, cada individuo é representado
por um símbolo, que mostra as suas características particulares e a relação de
parentesco com os demais. Geralmente, os indivíduos do sexo masculino são
representados por quadrados, enquanto os do sexo feminino são representados por
um círculo. O casamento, no sentido biológico de procriação, é representado por um
traço horizontal unindo o casal, e os filhos desse casamento são indicados por
traços verticais unidos ao traço horizontal do casal, como mostra a figura abaixo.

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Símbolos utilizados na construção de um heredograma


Os heredogramas são muito empregados em problemas de genética, e no caso da
espécie humana, a construção de heredograma é importante para a verificação do
padrão de herança das características, facilitando ao geneticista saber se um traço
fenotípico é hereditário ou não, e de que modo esse traço é herdado.

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Em uma genealogia as
mulheres são representadas por círculos e os homens por quadrados

Conhecer a própria história e sua origem é o foco da genealogia, ciência auxiliar da


História que estuda a disseminação das famílias pelo mundo, sua evolução e
conexão entre os sobrenomes. Conhecida como o estudo dos parentescos, a
genealogia traça a história familiar do indivíduo e acaba englobando outras ciências
tais como a sociologia, arte, economia e até o direito.

O levantamento é minucioso e estendido aos descendentes e ascendentes, mas há


uma série de dificuldades encontradas no caminho, especialmente criadas pelas

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mudanças ortográficas e outros tipos de modificações nominais. É preciso buscar o


máximo de detalhes para chegar à construção da árvore genealógica mais completa
possível.

O que é e como é feita a genealogia

A pesquisa é feita utilizando todos os tipos de documentos possíveis, como


certidões, registros civis que sejam de pais, tios, avós, avôs, bisavós e bisavôs, até
mesmo o mais longe possível de descendência. A busca pode ser feita em cartórios,
igrejas, arquivos públicos, biblioteca, museus e qualquer instituição pública que
possa atestar a veracidade do documento encontrado.

A partir desse estudo é possível saber detalhes sobre o local de nascimento dos
parentes próximos e distantes, assim como outros dados peculiares como posição
social e por quais caminhos eles possam ter se direcionado. Tudo incluindo data e
locais, permitindo uma exatidão na construção do que se chama de árvore
genealógica ou heredograma.

A árvore genealógica é uma representação gráfica que vai criando as conexões


familiares entre os indivíduos, facilitando a visualização dessas ligações. Pela forma
como vai se desenvolvendo ao longo da pesquisa, ela se assemelha a uma árvore,
numa sequência conhecida como Fibonacci.

Elas podem incluir nomes, datas de nascimento e morte, além de informações extras
como casamentos e representação fotográfica. A mais conhecida é a que possui
uma base com crescimento exponencial, mas também pode partir de seu topo,
através de um antepassado comum e como se desenvolve sua descendência.

A genealogia não é utilizada apenas para quem tem curiosidade em conhecer sua
família. É um dado histórico de fundamental importância para se compreender a
formação da sociedade e da cultura de um povo, mas também pode ser essencial
para a medicina. A árvore genealógica pode permitir ao cientista estudar a evolução
de doenças genéticas.

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Inclusive, é também possível identificar etnias e até regiões geográficas de origem a


partir da análise do DNA do indivíduo. E mesmo que ele se considere branco, a
maioria possui contribuições africanas e/ou indígenas de distantes antepassados.

A origem da genealogia brasileira

Ao viajar pelo mundo é possível perceber que a humanidade é hoje formada por
uma grande variedade de raças, que vão se distribuindo entre inúmeras regiões.
Uma das suas distinções é baseada pelos traços hereditários, nos quais uma nação
se define pelas suas características físicas em comum.

Mesmo que nesses traços haja similaridades peculiares entre um grupo de pessoas,
nenhuma raça pode ser considerada pura e sim formada por influência de outras ao
longo da história, através da miscigenação.

Em quinze gerações, o Brasil acabou formando sua própria estrutura genética a


partir do entrecruzamento de europeus, africanos e índios. Mas mesmo que a base
sejam os portugueses, índios e negros africanos, outras etnias deixaram sua
contribuição nessa rica mistura. É importante notar que entre os próprios grupos
básicos há diferenças entre si, como o grupo de índios que podem ser tupi, caraíba,
aruaque entre outros, inclusive com características bastante específicas.

Os povos africanos escravizados pertenciam a dois grupos: o de bandos e os


sudaneses. Os sudaneses eram mais altos e com um nível cultural mais avançado,
se distribuindo pela região da Bahia enquanto os bandos, mais fortes eram mais
concentrados em regiões cafeeiras, de criação e açúcar de Minas Gerais e do
restante do Nordeste.

Já os brancos por muitos séculos foram majoritariamente compostos por


portugueses, mas a partir do incentivo da imigração, o país também foi povoado por
alemães, italianos, eslavos, espanhóis, finlandeses, suíços, árabes e dos amarelos
japoneses.

A totalidade da população brasileira tem 47,7% declarada branca, 43% se considera


parda, 7% acreditam ser negros e apenas 3% são de índios. Mas entre as regiões
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esses números se alteram, como é o caso do Norte e Nordeste brasileiro, cuja


maioria da sua população é composta de mestiços, negros e índios. Já no Sudeste,
há uma vantagem numérica para a população branca, que se torna majoritária no
Sul do país.

A grande imigração europeia ocorrida no final do século XIX e início do XX foi


basicamente no Sul, especialmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com alguns
picos no Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro.

Enquanto isso os negros, índios e mestiços se estabeleceram na região Norte e


Nordeste, através dos quilombolas, tribos indígenas resistentes e mestiços que
buscavam se estabelecer entre fazendas de café, cacau e mineradoras.

Mas a cor da pele não é um indicativo eficaz da origem étnica do indivíduo. Milhões
de brasileiros que se consideram brancos e até negros, possuem material genético
de povos indígenas em seu DNA. Por haver tanta heterogenia, o grau de
ancestralidade indígena varia entre cada pessoa e sua posição geográfica.

O indivíduo pode ter forte ancestralidade indígena em seu lado genealógico paterno,
enquanto o materno possui o de brancos e negros. No Brasil, o principal padrão
eram o do homem ameríndio que procriavam com mulheres de origem africana.

A análise dessa ancestralidade é feita pelo cromossomo Y e o DNA mitocondrial,


que pode identificar os antepassados longínquos, inclusive definindo origem
geográfica do materno e do paterno. A análise desses DNAs de brancos brasileiros
indica que os que descendem de índios provêm da linhagem materna e
minimamente paterna.

O brasileiro em geral possui contribuição das três principais etnias, em que um


grupo é mais intenso de acordo com a região do Brasil onde são avaliados os
indivíduos.

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2- CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DA ÁRVORE GENEALÓGICA

Muitas pessoas se interessam pela árvore genealógica, a origem da sua família, e


querem saber de onde são seus antepassados e a sua história. Mas você sabia que
a árvore genealógica serve para muito mais do que apenas saber a história da
nossa família?

Aqui iremos explicar para que serve a árvore genealógica, como podemos montá-
la e onde podemos procurar as informações cruciais para que ela fique completa.
Ficou interessado? Quer montar a sua árvore genealógica? Siga em frente, prezado
aluno!

O que é a árvore genealógica?

É uma maneira de estabelecer as conexões entre os ancestrais de um membro de


uma família. Através da árvore genealógica estabelecemos quem são os pais, avós,
bisavós e demais ancestrais.

Para que serve a árvore genealógica?

Quando somos crianças costumamos fazer a árvore genealógica na escola, para


conhecermos melhor a nossa família.

Depois de adultos, é comum buscarmos a nossa árvore genealógica em um


processo de pedido de dupla cidadania, onde estabelecemos a nossa conexão com
um ancestral nascido em outro país.

É imprescindível encontrar as conexões com os nossos antepassados para provar


que temos direito ao pedido de dupla cidadania. Depois é necessário correr atrás
dos documentos para dar entrada no processo.

Quais documentos são importantes para montar a árvore genealógica?

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Qualquer documentos que esteja ligado aos seus antepassados. Certidão de


nascimento, casamento, óbito…

Onde posso encontrar os documentos dos meus antepassados?

Os documentos para poder completar a sua árvore genealógica devem ser


procurados em Igrejas, cartórios, e qualquer lugar onde os seus antepassados
possam ter sido registrados. Normalmente nos consulados dos países eles informam
onde os documentos podem ser pesquisados.

Posso procurar na Internet?

É muito difícil que os documentos já estejam digitalizados, principalmente se forem


documentos muito antigos, porém existem sites que ajudam a encontrar registros
dos nossos ancestrais, principalmente se algum parente (mesmo que distante) já
encontrou e colocou online.

É possível contratar alguém para fazer a minha árvore genealógica?

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Sim. Existem empresas que trabalham com a busca de documentos, são chamados
genealogistas. A Legacy Tree, por exemplo, é uma empresa especializada na busca
de documentos e em montar a árvore genealógica de clientes do mundo inteiro.

Existem ainda pessoas comuns que trabalham com isso, e que divulgam o trabalho
em grupos no facebook, para encontrá-las você vai ter que procurar em grupos de
estudantes nas cidades específicas onde estão os documentos.

Se você precisar de algum documento brasileiro, o cartório 24 horas pode tratar


disso e enviar para mais de 90 países.

Os especialistas da Legacy Tree para saber como funciona o trabalho de um


genealogista. Eles ajudam os clientes a encontrar as suas raízes, traçar a árvore
genealógica e escrever a narrativa familiar. Eles atendem clientes do mundo inteiro,
com um serviço personalizado, de acordo com as necessidades de cada pessoa.

Vale a pena contratar alguém para montar a árvore genealógica?

Na minha opinião vale sim, porque dá muito trabalho. Os documentos que você vai
precisar não vão estar todos em um só lugar, e “se bobear” nem no mesmo país.
Além do trabalhão que você teria, iria gastar muito dinheiro para ir e vir de tanto
lugar.

Além disso, o desgaste de ficar ligando e procurando documentos, o stress é muito


grande. Eu sei disso porque quando fui tirar a minha cidadania vi que a minha mãe
ficou bastante cansada com todo o processo.

Se você já souber onde estão os documentos, o que vale mais a pena fazer é entrar
em contato com uma pessoa que more na cidade onde o documento está, e pedir
para que ela trate do processo para você, e mande o documento para a sua casa.
Com certeza isso vai ficar mais barato do que uma passagem
para Portugal, Itália e Espanha

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A elaboração de uma árvore genealógica. Ensinando de forma criativa.

Diante de variados conteúdos relativos à disciplina de genética, o professor poderá


propor aos seus alunos a construção de uma árvore genealógica.

Alguns temas são mais fáceis de serem trabalhados, despertando maior interesse
dos alunos, como, por exemplo, a capacidade de enrolar a língua. Contudo, outros
podem ser mais dinâmicos, envolvendo um nível de detalhamento que requer dos
alunos: pesquisa, organização, observação e análise durante a coleta de dados para
a montagem de um heredograma.

Na explicação de aspectos como a conformação do lóbulo da orelha, o educador


pode solicitar aos alunos, realização de um levantamento fotográfico no álbum de
sua família, orientando a procura de imagens de no mínimo duas gerações de seus
antecessores. Devendo as imagens evidenciar com clareza a região facial,
priorizando a nitidez morfológica da orelha.

Em sala de aula, após a explicação sobre a transmissão das informações genéticas,


o professor pedirá aos alunos a separação dos registros coletados (as fotografias)
de acordo com a origem (paterna ou materna) e também por nível de parentesco.

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É importante o esclarecimento das simbologias empregadas na notação das


características genéticas, para que a compreensão expressa por um simples
heredograma, transmita a real tipologia biológica.

1 - sexo masculino, 2 - sexo feminino, 3 - sexo não identificado, 4 - indivíduo


afetado,
5 - número de filhos por sexo, 6- falecido, 7- mulher portadora de um caráter ligado
ao cromossomo X,

8- aborto, 9- família, 10 – gêmeos bivitelinos, 11- gêmeos univitelinos e 12 -


casamento consangüíneo.

Com essas informações, os alunos poderão se dedicar na elaboração de uma árvore


genealógica, da seguinte forma:

■ – homem com orelha formando lóbulo

● - mulher com orelha formando lóbulo

□ – homem com lóbulo da orelha aderida a lateral do rosto.

○ - mulher com lóbulo da orelha aderida a lateral do rosto.

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Esquema de um heredograma hipotético.

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3- HERÁLDICA

A Heráldica é uma ciência que estuda escudos e brasões de armas antigos. É


considerada uma importante ciência auxiliar da História.

Importância

O estudo de brasões e escudos antigos é muito importante para as pesquisas


históricas. Os escudos e brasões podem revelar muitas informações importantes
sobre um determinado período histórico. O estudo da Idade Média é o que mais se
beneficia com a Heráldica, pois neste período da História os escudos e brasões
foram muito utilizados, principalmente pelas famílias nobres e pelos guerreiros
(cavaleiros).

Informações fornecidas pela Heráldica:

- Símbolos de poder e força de uma determinada época.

- Identificação de famílias e gruas de parentescos, através do estudo de brasões


familiares.

- Identificação de elementos artísticos e culturais de um período ou local.

- Acontecimentos históricos de guerras e batalhas antigas.

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4- O QUE É GENOMA

Genoma é a sequência completa de DNA (ácido desoxirribonucleico) de um


organismo, ou seja, o conjunto de todos os genes de um ser vivo. Estudar o
genoma é como estudar a anatomia molecular de uma espécie.
→ O que é gene?
O DNA é uma molécula constituída por nucleotídeos que apresenta como função
armazenar as informações genéticas na sequência de suas bases
nitrogenadas. Os genes são comumente definidos como trechos de DNA que
apresentam as informações necessárias para a produção de proteínas. Vale
destacar que os genes também incluem sequências de nucleotídeos necessários
para a síntese de outros tipos de RNA.
→ Por que é importante conhecer o genoma de um organismo?
Conhecer os genes de uma espécie pode trazer informações valiosas sobre um ser
vivo, os processos normais que nele ocorrem e até mesmo os genes que podem
desencadear doenças. No caso de seres humanos, testes genéticos que analisam
o genoma de um indivíduo podem fornecer informações sobre doenças que ainda
não se manifestaram e os possíveis riscos de desenvolvimento da enfermidade.
Desse modo, conhecer os genes ajuda no diagnóstico e também na
identificação da predisposição genética para certos problemas.
Além de encontrar possíveis doenças, conhecer os conjuntos de genes humanos
ajuda na criação de medicamentos para diversos grupos de indivíduos, evitando,
portanto, reações adversas graves. O conhecimento sobre os genes abre portas
ainda para a terapia gênica, em que genes normais são usados para substituir os
defeituosos.

Vale destacar que conhecer o genoma de outros organismos também é importante,


pois fornece respostas para várias perguntas nos diversos campos da ciência. Os
genes podem mostrar, por exemplo, o processo evolutivo e ajudar a criar culturas
resistentes.

→ Projeto Genoma Humano


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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

O Projeto Genoma Humano iniciou-se em 1990 e tinha como objetivo determinar a


sequência de todas as bases do DNA genômico e identificar e mapear os
genes distribuídos em nossos 23 pares de cromossomos. Os pesquisadores
armazenariam essas informações em bancos de dados e desenvolveriam
ferramentas que propiciassem a análise detalhada de cada uma.
A princípio, esperava-se que todos esses objetivos fossem alcançados após 15 anos
de estudo. Entretanto, com o avanço da tecnologia, o projeto teve suas atividades
finalizadas após 13 anos, em 2003.

Entre os resultados obtidos no processo, podemos destacar a descoberta dos 3,2


bilhões de nucleotídeos que compõem o genoma humano e a identificação da
função de cerca de 50% deles. Também é importante destacar que foi possível
concluir que a sequência do genoma humano é 99,9% igual em todos os
indivíduos.
CURIOSIDADE: O primeiro genoma a ser sequenciado foi o da
bactéria Haemophilus influenzae, em 1995. Hoje se conhece o genoma de várias
espécies, inclusive o da espécie humana.

Por Ma. Vanessa dos Santos

Conhecer os
conjuntos de genes dos seres vivos ajuda no tratamento de doenças

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5- HEREDOGRAMA

Heredogramas são representações do mecanismo de transmissão das


características dentro de uma família. Em outras palavras, são usados diagramas
para representar as relações de parentesco onde cada indivíduo é representado por
um símbolo.

Por meio dos heredogramas fica mais fácil identificar os tipos de herança genética e
as probabilidades de uma pessoa apresentar uma característica ou doença
hereditária.

Como Fazer um Heredograma?


Para montar um heredograma são utilizados símbolos específicos que representam
a genealogia familiar. Ou seja, as relações de parentesco e as características
presentes na família. Observe alguns símbolos mais comuns utilizados em
heredogramas no quadro a seguir.

A partir do heredograma é possível conhecer certos padrões ao longo das gerações,


determinando a probabilidade de uma certa característica se expressar e o tipo de
herança genética que condiciona essa característica.

Exemplo de Heredograma

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Nos heredogramas cada linha representa uma geração. No modelo abaixo há três:
na geração I há um casal, na geração II estão os seus filhos e na geração III os seus
netos.

A característica representada nesse caso é o lobo da orelha preso ou solto,


considerando que no casal da primeira geração no homem é preso e na mulher é
solto (veja fotos). O casal teve três filhos: um homem (nº2) e duas mulheres (nº3 e
nº4), sendo que o homem e a mulher 4 são iguais à mãe, e a mulher 3 é igual ao pai.

Modelo
de Heredograma
O filho (nº2) se casou com uma mulher (nº1) que tem lobo da orelha preso e tiveram
três filhos, uma mulher (nº1) e dois homens (nº 2 e nº3). Todos iguais à mãe.
Enquanto a filha (nº4) casou com um homem (nº5) igual a ela com lobo da orelha
solto e tiveram 2 filhos iguais (nº 4 e 5) e 3 filhos diferentes, ou seja, com lobo da
orelha preso (nº6,7 e 8).

Como Interpretar esse Heredograma?

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

A primeira coisa a ser identificada em um heredograma é se a herança é dominante


ou recessiva. Mas como saber isso?

Uma forma de tentar perceber esse dado é observando se há casais com a mesma
característica que têm filhos diferentes. Isso é um indício de que a característica não
presente no filho é determinada por genes recessivos.

Leia também:
 Genes Dominantes e Recessivos
 Homozigotos e Heterozigotos
 Hereditariedade

Interpretação do heredograma. Observe os filhos diferentes dos pais


Se observarmos na geração III veremos que há filhos diferentes (nº6,7 e 8) dos pais
(II- nº4 e 5) que são iguais. Portanto, esse é um indício de que esses indivíduos da
geração III sejam homozigotos recessivos, sendo os seus genes representados
por aa.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Interpretação do heredograma. Definição do genótipo da família a partir dos filhos


recessivos
Dessa forma, sendo os filhos homozigotos recessivos (aa), os pais devem
ser heterozigotos dominantes (Aa), uma vez que possuem outros filhos com a
característica dominante (nº4 e 5). Para eles, no entanto, não é possível determinar
se são homozigotos (AA) ou heterozigotos (Aa), pois as duas formas seriam
possíveis ao combinar os genes do pai e da mãe. Na dúvida, eles são representados
por A_.

Interpretação do heredograma. Definição do genótipo familiar

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A partir dessa parte da família é possível inferir o genótipo de todos os


representantes, seguindo a premissa de que o lobo da orelha preso é uma
característica recessiva e lobo da orelha solto é uma característica dominante.

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6- ALGUNS ERROS QUE DEVEMOS EVITAR NA ELABORAÇÃO DA


ÁRVORE GENEALÓGICA

1º erro em genealogia: não se esqueça de seus parentes vivos


Pelo amor de Deus, Nunca esqueça de seus parentes vivos!
Se apenas… é um lamento que tantas vezes ouvimos das pessoas que lamentam
ter adiado visitas à parentes idosos que já faleceram. Membros da família são a
fonte mais importante dos genealogistas e muitas vezes a única fonte para
as histórias que darão vida à nossa história familiar.
Visitar e falar com seus parentes deve estar no topo da lista de “afazeres” de
todas as pessoas que querem reconstruir a própria história familiar. Se você não
pode fazer uma visita agora, então, tente escrever para seu parente com uma lista
de perguntas, envie um livro de memórias para preencherem com suas histórias
ou chame um parente ou um amigo que mora perto para visitá-los e lhes fazer
perguntas. No decorrer de sua pesquisa genealógica com parentes vivos, você
descobrirá que a maioria das pessoas está ansiosa para gravar suas memórias
gravadas para a posteridade. Se dado o incentivo apropriado. Por favor, não deixe
que a árvore genealógica de sua família acabe em um dos „e se‟…

2º erro em genealogia: não confie em tudo que vê


Só porque uma genealogia familiar ou uma transcrição de registros foi escrita ou
publicada não significa necessariamente que seja correta. É importante para um
historiador familiar não fazer suposições sobre a qualidade da pesquisa feita por
outros. Todo mundo pode errar em seus próprios membros da família! Muitas
histórias de família são suscetíveis de terem pelo menos um pequeno erro
ou dois, se não mais. Livros que contêm transcrições (cemitério, censo, igreja,
tribunal, etc) podem estar com informações vitais faltando, podem ter erros de
transcrição ou podem até mesmo fazer suposições inválidas (por exemplo,
afirmando que João seja o filho de Antonio, porque ele é o beneficiário do
testamento, quando esta relação não foi explicitamente declarada).
Genealogia online: Se está na Internet, deve ser verdade!

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

A Internet é uma ferramenta de pesquisa de genealogia valiosa, mas dados de


Internet, como outras fontes publicadas, devem ser abordados com ceticismo.
Mesmo se você achar que a informação parece a combinação perfeita para a sua
própria árvore genealógica, não tome nada como garantido. Mesmo registros
digitalizados, que geralmente são bastante precisos, tem pelo menos uma geração
removida do original. Não me entenda mal – há abundância de dados bons online.
Estudando genealogia online, a dica é aprender a separar informações
verdadeiras das falsas. Procure repassar cada detalhe por si mesmo e, em caso
de dúvidas, procure um genealogista profissional e refaça seus passos na
pesquisa.

3º erro em genealogia: somos familiares de alguém famoso…


Deve ser a natureza humana querer reivindicar a descendência de um
famoso ancestral. Muitas pessoas tornam-se envolvidas em pesquisa de
genealogia em primeiro lugar porque elas compartilham um sobrenome com
alguém famoso e assumem que significa que de alguma forma estão relacionados
com esse indivíduo de renome. Embora este fato possa ser verdade, é muito
importante não tirar conclusões precipitadas e começar a sua pesquisa pelo
lado errado da sua árvore genealógica! Como você iria pesquisar qualquer
outro sobrenome, você precisa começar com você mesmo e trabalhar seu
caminho de volta até o “famoso” ancestral. Você terá uma vantagem de que
muitos trabalhos publicados podem já existir para o famoso indivíduo que você
pensa que está relacionado, mas tenha em mente que qualquer pesquisa deve ser
considerada uma fonte secundária. Para garantir uma boa genealogia familiar,
você deve olhar documentos primários por si mesmo para verificar a exatidão das
pesquisas e as conclusões do autor. Lembre-se de que a busca para provar sua
descendência de alguém famoso pode ser mais divertida do que na verdade,
provar a conexão!

4º erro em genealogia: vá além de buscar apenas nomes e datas

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Genealogia é muito mais do que quantos nomes você pode inserir ou importar
para o seu banco de dados. Antes de se preocupar sobre o quão atrás você
rastreou sua família ou quantos nomes você tem em sua árvore genealógica,
você deve conhecer seus ancestrais. Com o que eles se pareciam? Onde eles
viviam? Que acontecimentos na história ajudaram a moldar suas vidas? Seus
ancestrais tinham esperanças e sonhos assim como você tem, e enquanto eles
podem não ter achado suas vidas interessantes, aposto que você vai.
Uma das melhores maneiras de começar a aprender mais sobre o lugar especial
da sua família na história é entrevistar seus parentes vivos – discutido no erro #1.
Você pode se surpreender com as fascinantes histórias que eles têm para contar
quando for dada a oportunidade certa e um interessado par de orelhas.

5º erro em genealogia: cuidado com histórias e brasões familiares


Eles estão em revistas, em sua caixa de correio e pela Internet – anúncios que
prometem “uma história familiar com o *seu sobrenome* no Brasil.” Infelizmente,
muitas pessoas têm sido tentadas a comprar estes brasões produzidos em massa
e livros de sobrenomes, consistindo principalmente na listas de sobrenomes, mas
disfarçada de histórias de família. Não se deixe enganar acreditando que isso
poderia ser a história da sua família. Esses tipos de histórias de família
genéricas geralmente contêm:
Alguns parágrafos de informações gerais sobre a origem do
sobrenome (geralmente uma das várias possíveis origens e bem provável de não
ter nada a ver com a sua família);
Brasões de armas (que foi concedido a um indivíduo específico, não é um
sobrenome específico e, portanto, com toda a probabilidade, não pertencem ao
seu sobrenome específico ou à sua família);
Uma lista de pessoas com seu sobrenome (geralmente retirado de livros de
telefone que estão amplamente disponíveis na Internet).
Enquanto nós estamos falando sobre o tema, os brasões de família e brasões de
armas que você vê no shopping são também um tipo de fraude. Geralmente não
há nada como um brasão

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

de armas para um sobrenome – apesar das declarações e as implicações de


algumas empresas sobre o contrário. Brasões de armas são concedidos aos
indivíduos, não às famílias ou sobrenomes. Tudo bem comprar tais brasões de
armas por diversão ou exibição, desde que você entenda o que você está
recebendo pelo seu dinheiro.

6º erro em genealogia: não aceite lendas familiares como fatos


A maioria das famílias têm histórias e tradições que são passadas de geração a
geração. Estas lendas familiares podem fornecer muitas pistas para continuar a
sua pesquisa genealógica, mas precisa abordá-las com uma mente aberta. Só
porque sua avó Ana diz que aconteceu assim, não foi assim! Histórias sobre
antepassados famosos, heróis de guerra, mudanças de sobrenome e
nacionalidade da família, todas provavelmente têm suas raízes na verdade. Seu
trabalho é resolver estes fatos de ficção que provavelmente cresceram como
enfeites e foram adicionados às histórias ao longo do tempo. Ouça a
abordagem sobre lendas e tradições da família com uma mente aberta, mas
certifique-se de investigar cuidadosamente os fatos por si mesmo. Se você é
incapaz de provar ou refutar uma lenda familiar, você ainda pode incluí-la em uma
história familiar. Para fazer uma genealógica mais completa, certifique-se de
explicar o que é verdadeiro e o que é falso e o que é provado e o que não tem
comprovação – e anote como você chegou às suas conclusões.

7º erro em genealogia: não se limite a apenas uma ortografia


Se você ficar com um único nome ou ortografia quando for à procura de um
antepassado, você poderá provavelmente perder um monte de coisas
boas. Antes de iniciar sua genealogia familiar, lembre-se de que seu ancestral
pode ter tido vários nomes diferentes durante sua vida, e também é provável que
você o encontrará listado sob diferentes grafias também. Sempre procure por
variações do nome do seu ancestral – o máximo que você puder pensar, melhor.
Você descobrirá que os primeiros nomes e sobrenomes são comumente grafados
em registros oficiais. As pessoas não eram tão bem educadas no passado, como
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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

elas são hoje, e às vezes um nome em um documento foi escrito como soou
(foneticamente), ou talvez simplesmente foi escrito errado por acidente. Em outros
casos, um indivíduo pode ter mudado a ortografia do seu sobrenome mais
formalmente para se adaptar a uma nova cultura, para parecer mais elegante, ou
para ser mais fácil de lembrar. Pesquisar as origens de seu sobrenome, pode dar
uma pista na ortografia comum. Estudos de distribuição do sobrenome podem
também ser úteis ao pesquisar a versão mais frequentemente usada do seu
sobrenome. Pesquisáveis bases de dados de genealogia computadorizada são
uma outra boa maneira para pesquisa, já que elas oferecem muitas vezes um
“Pesquisar variações” ou a opção de busca de soundex. Certifique-se de tentar
todas as variações do nome alternativo-incluindo nomes do meio, apelidos, nomes
de casadas e nomes de solteira.

8º erro em genealogia: não negligencie documentar suas fontes


A menos que você realmente goste de ter que fazer sua pesquisa genealógica
mais de uma vez, é importante manter o controle de onde você encontrou todas as
informações. Documente e cite as fontes de genealogia, incluindo o nome da
fonte, sua localização e a data. Também é útil fazer uma cópia do documento
original ou registro ou, alternativamente, um resumo ou transcrição. Agora você
pode pensar que você não precisa voltar para essa fonte, mas isso provavelmente
não é verdade. Tantas vezes, genealogistas acham que eles esqueceram algo
importante na primeira vez que eles olharam um documento e precisaram voltar a
ele.
Escreva a fonte para cada bit de informação que recolher, quer se trate de um
membro da família, site, livro, fotografia ou lápide. Seria certo incluir a localização
da fonte, para que você ou outros historiadores familiares possam referenciá-la
novamente se necessário. Documentar a sua pesquisa é como deixar um rasto
de migalhas de pão para os outros seguirem – permitindo-lhes julgar as
conexões de sua árvore genealógica e as conclusões por si mesmos. Isso
também torna mais fácil para você se lembrar do que você já fez, ou voltar para
uma fonte quando você encontrar novas provas que parecem entrar em conflito

28
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

com suas conclusões. Confira 4 ferramentas online para montar sua árvore
genealógica.

9º erro em genealogia: não pule direto ao país de origem


Muitas pessoas, especialmente os brasileiros, estão ansiosos para estabelecer
identidade cultural – o rastreamento de sua árvore genealógica para a Itália. Em
geral, no entanto, é geralmente impossível de ir direto para a pesquisa de
genealogia em um país estrangeiro sem uma forte base de pesquisa
preliminar. Você precisará saber quem é seu ancestral imigrante, quando ele
decidiu se mudar e o lugar de onde ele originalmente veio. Saiba que o país não é
suficiente – você geralmente tem que identificar a cidade ou vila ou origem no
velho continente para localizar registros do seu antepassado com êxito

29
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

7- ORIGEM DOS SOBRENOMES

Qual é o seu sobrenome? Você conhece sua origem? Em quais países no mundo
seu sobrenome é mais popular? E qual é a importância de um sobrenome? Para que
saber tudo isso? Neste artigo, você vai entender por que é importante saber
a origem do sobrenome.

Seja para morar ou visitar, a imigração pode exigir esse documento no país destino.
Se você não tiver, será obrigado a voltar ao Brasil.

Como descobrir a origem do sobrenome

Há várias formas de você saber suas raízes. As principais e mais eficazes são os
sites de busca de sobrenomes e árvore genealógica e a conversa com familiares e
amigos.
30
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Sites de busca

Diversos sites que te ajudam a investigar seu passado e saber mais sobre suas
origens, por meio do seu sobrenome. Os sites mais conhecidos são: Family
Search e Forebears.

Family Search

O Family Search é um site internacional, ligado ao maior acervo genealógico do


mundo. Basta você fazer o seu cadastro nele e preencher seus dados pessoais,
bem como o nome, a data e o local de nascimento e casamento, e também a data
de falecimento de seus familiares.

A partir daí, é traçada uma árvore genealógica, um gráfico de linhagem, com as


principais informações sobre a sua família. O serviço é gratuito e estendido a todos
que tiverem interesse!

O site permite, ainda, que você busque documentos digitalizados de pessoas com o
mesmo nome que nasceram antes de 1920. Assim, a árvore genealógica fica mais
completa e facilita uma investigação profunda sobre seus antepassados. Esse artigo
do Euro Dicas também ensina como descobrir os seus antepassados, complemente
a sua leitura.

ForeBears

Você imagina quantas pessoas no mundo todo carregam o mesmo sobrenome que
você? Sabe onde seu sobrenome surgiu? E em que país ele é mais popular? No
site Forebears, você tem acesso a essas informações e é possível descobrir, de
forma simples, a origem do seu sobrenome.

Com base em dados coletados em diversos países, o site mostra onde está a maior
parte de pessoas com sobrenomes iguais.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

É só digitar seu sobrenome no campo “Enter a Surname” e vão aparecer as


informações sobre sua origem e significado, bem como a frequência com que ele
aparece nos países. Veja como é fácil:

Meu sobrenome é “Carvalho”. Insiro o meu sobrenome ao lado da lupa. Aparece,


então, uma página falando sobre a procedência, o significado e quantas pessoas,
aproximadamente, possuem o mesmo sobrenome que eu. Logo embaixo desta
mesma página, vemos que meu sobrenome é comum no Brasil e também em
Portugal.

De acordo com o Forebears, os sobrenomes Silva, Santos e Souza são os mais


populares no Brasil.

Outros sites

O site Origem do Sobrenome é outra forma bem interessante de pesquisar sobre a


sua origem. Ele mostra uma série de sobrenomes, separados por letras. Além da
raiz do nome, ele também apresenta um breve histórico e uma explicação para
quem deseja uma pesquisa aprofundada sobre suas origens.

Ao pesquisar meu sobrenome neste site, comprovei que ele não surgiu no Brasil.
Entre outras informações, no site consta que a família Carvalho teve sua origem em
Portugal e é uma das 72 famílias da alta nobreza do país. Faça o teste com o seu
sobrenome também!

No site Super Interessante, também é possível saber mais sobre a origem dos 50
sobrenomes mais comuns no Brasil.

Outro site que disponibiliza o recurso para pesquisa de sobrenomes é o do Museu


da Imigração do estado de São Paulo. Por meio dele, é possível entender mais
sobre o processo migratório no Brasil, pois ele possui um acervo com toda a história

32
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

de preservação da memória das pessoas que chegaram ao Brasil por meio da


Hospedaria de Imigrantes, além do relacionamento construído, no decorrer dos
anos, com as diversas comunidades representativas da cidade e do Estado.

Sites oferecem outra maneira de pesquisar mais sobre sua árvore genealógica, seus
antepassados, assim como a origem do seu nome e do seu sobrenome. Trata-se de
uma comunidade com mais de 3 milhões de membros, que compartilham, de forma
gratuita, suas informações genealógicas: mais de 6 bilhões de indivíduos nas
árvores genealógicas, além de alguns registros de arquivos digitalizados, fotos de
família e índices.

Há sites mais avançados que te ajudam a buscar informações para obter sua
cidadania estrangeira, como o MyHeritage. São 105 bilhões de usuários no mundo
todo, 2,5 bilhões de árvores genealógicas, 9,7 bilhões de registros históricos e 42
idiomas diferentes.

O site disponibiliza um recurso chamado “DNA Matching”. De acordo com o site,


milhões de pessoas encontraram novos parentes e descobriram suas origens
étnicas, por meio de tecnologia inovadora e teste de DNA.

Funciona da seguinte forma: você compra o kit de DNA online, envia a sua amostra
e, em até um mês, vê o resultado no site.

Se seu objetivo for conhecer ainda mais a história dos membros de sua família, vale
a pena conversar com seus parentes e amigos de seus familiares.

Conversa com família e amigos

Talvez essa seja a maneira mais simples de você conseguir informações sobre seus
antepassados.

Você pode conversar com seus parentes informalmente, telefonar, enviar um e-mail,
uma mensagem ou lhes fazer uma visita. Comece por pessoas próximas, como seus
pais e seus avós.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Faça perguntas objetivas e específicas

O ideal é fazer perguntas que deem início uma conversa. Perguntas abertas são as
mais indicadas, em que as respostas não ficam limitadas em “sim” ou “não”. Por
exemplo: “Onde meus avós se casaram?”.

Assim, muitas vezes, conseguirá mais do que o local de casamento como resposta;
poderá saber a data, os nomes deles antes de se casarem, alguns locais onde
aconteceram fatos importantes naquela época etc.

Seus familiares contam coisas que, muitas vezes, nem eles lembravam

Se possível, peça cópias das coisas que pertenciam à sua família, como cópias de
diários, fotos ou registros antigos. Escreva todas as informações, quem as forneceu
e como você as conseguiu.

Organizar essas informações vai te ajudar bastante!

Sites x Conversa com a família e amigos

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Conversar com familiares e amigos próximos a eles é uma maneira fácil e agradável
de descobrirmos histórias de nossas famílias e conhecermos com mais
detalhamento o que nossos avós e bisavós faziam, quais eram seus sonhos etc.

Por meio de diálogos informais, podemos descobrir as datas de nascimento,


casamento ou de falecimento que procurávamos.

Nossos ancestrais são mais do que apenas dados nos gráficos de uma árvore
genealógica; são personagens da nossa história.

Claro, a tecnologia também ajuda muito na busca por informações e pode ser sua
aliada, junto à conversa informal. Assim, suas chances de saber mais sobre seus
ancestrais aumentam.

Vantagens de descobrir a origem do sobrenome

Nosso sobrenome nos diz de onde veio nossa família e de onde somos. Ao
pesquisar sobre a história de sua família, você descobre quem eram seus
ancestrais, assim como informações superinteressantes sobre eles.

Além disso, tem a possibilidade de viajar em terras distantes!

Caso os planos sejam mais do que só visitar um novo país, veja 10 dicas para morar
fora.

Descobrir a origem do sobrenome pode ajudar a requerer a cidadania?

Sim, muito! Além das vantagens de saber mais sobre a sua origem e viajar por terras
distantes, quando você pesquisa sobre a origem do sobrenome e sua árvore
genealógica, pode descobrir se possui descendências estrangeiras e, assim,
requerer sua dupla cidadania, uma das principais vantagens de conhecer suas
origens!

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

8- A TEORIA DOS ANTEPASSADOS

Antepassado, em genealogia, é o Antecedente já morto ou o que se localiza em


várias gerações anteriores na representação gráfica da árvore genealógica.

Em biologia, em especial no estudo da evolução de espécies, costuma-se usar a


expressão ancestral comum para o antepassado de diferentes espécies ou
qualquer nível de classificação dos seres vivos.

Pela teoria da evolução, todos os seres vivos até hoje encontrados são
descendentes de um mesmo ancestral comum universal, no que se chama
também origem comum.

Pela ancestralidade comum constrói-se o que sejam os cladogramas, na filogenia.

Em genética um homeólogo é referente aos cromossomos que


apresentam homologia parcial, sendo que cromossomos homeólogos derivam de um
ancestral comum.

Para começar, ligue sua máquina do tempo e ajuste para uns 200 mil anos atrás.

iStock | AdrianHillman (/)

Não estávamos sozinhos. Por 160 mil anos dividimos o mundo com outras
humanidades. Até exterminamos uma delas. E agora acontece algo sem
precedentes: somos os únicos humanos na Terra. A regra da natureza, afinal, é a
convivência entre uma multidão de parentes próximos, como tigres e onças ou cães

36
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

e lobos – animais que, segundo o jargão da biologia, pertencem ao mesmo gênero.


Nós mesmos passamos mais de 80% da nossa vida como espécie dividindo o
planeta com pelo menos outros dois seres do gênero humano: o Homo erectus e o
neandertal. Mas por que estamos sozinhos agora? É o mistério que vamos enfrentar
nestas páginas. Para começar, ligue sua máquina do tempo e ajuste para uns 200
mil anos atrás.

Primeira parada, leste da África, onde hoje fica a Etiópia. É de lá que vêm os mais
antigos fósseis da nossa espécie, o Homo sapiens. Esses restos têm entre 190 mil e
160 mil anos e apresentam uma anatomia quase idêntica à sua. O corpo deles, alto
e com braços e pernas compridos, lembra o das tribos que hoje habitam a África
Oriental. Por outro lado, os ossos são um pouco mais robustos que a média – Tim
White, antropólogo da Universidade da Califórnia que estudou os resquícios,
costuma dizer que eles dariam ótimos jogadores de rúgbi.

Nessa época, o mundo era bem diferente mais ao norte. O planeta estava numa Era
Glacial (salpicada por intervalos mais quentinhos de alguns milhares de anos), que
colocou um bom pedaço da Europa e da Ásia debaixo de toneladas de gelo. Mesmo
a região ao sul das geleiras não era nada agradável, mas, aqui e ali, pequenos
bandos de caçadores se saíam bem. Só que eles não tinham nada a ver com os
sujeitos esguios que viviam na África. Eram homens com pouco mais de 1,5 metro
de altura, porém fortes, atarracados, com um corpo talhado para conservar o
máximo de calor em meio ao frio intenso. O cérebro desses caras era tão
desenvolvido quanto o nosso, e eles já tinham desenvolvido a fala. Há 200 mil anos,
esses homens do gelo eram os senhores da Europa. E hoje nós os chamamos de
neandertais – já que encontraram as primeiras ossadas deles no vale de Neander,
na Alemanha (e tal é “vale” em alemão).

Agora, se você der um pulo mais para leste, até a região que hoje conhecemos
como Sudeste Asiático, concluiria que os etíopes altos e de pernas compridas
resolveram visitar a Indonésia. Mas as aparências enganam: o cérebro desses aí era
bem menor e o rosto estava mais para os personagens de O Planeta dos Macacos.
Esse monstros já eram fósseis vivos naqueles tempos: os últimos remanescentes do

37
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Homo erectus – primeiro hominídeo a dominar o fogo, criar uma “indústria” de


ferramentas de pedra e, mais importante, deixar a terra natal da família dos
humanos, a África, e explorar meio mundo. Tudo isso há 1,7 milhão de anos.

O erectus, por sinal, é nosso ancestral direto. Se você puxar sua árvore genealógica
para trás, vai ver que um deles foi seu tataratataravô (coloque mais 17 140 “tataras”
aí). Mas com os neandertais a coisa é outra. Esses primos nossos não eram
“humanos primitivos”, mas uma espécie “alienígena”, um primo que cresceu em
outro ramo da árvore evolutiva. E não demoraria para batermos de frente com eles.

Briga de vizinhos
Foi na Palestina, há 100 mil anos. Aquele pessoal da Etiópia começava a sair da
África em direção ao norte. Enquanto isso, neandertais saíam da Europa rumo ao
sul. Resultado: quando as duas espécies chegaram à boca do Oriente Médio, deram
de cara uma com a outra. “Esse furdúncio que tem hoje na Palestina já existia
naquela época”, brinca o antropólogo Walter Neves, da USP.

Hoje, em Israel, há sítios arqueológicos com grutas de neandertais e de sapiens


separadas por menos de 1 quilômetro. Não dá para saber se elas foram ocupadas
ao mesmo tempo, nem se os dois entraram em guerra ali. Mesmo assim, a maioria
dos pesquisadores acredita que as duas espécies conviveram no Oriente Médio por
um bom tempo. E que, nos eventuais conflitos desses tempos, nenhum dos lados
teria uma grande vantagem. É que os dois contavam com uma tecnologia idêntica.
Se os fósseis dessa época desaparecessem, e só ficassem as ferramentas, não
daria para saber o que é obra de uma espécie e o que é da outra. “Enquanto a
situação foi essa, o homem moderno não conseguia entrar na Europa, nem os
neandertais tinham como descer muito”, diz Neves. Era como se o território de um
marcasse a última fronteira para o outro. Mas esse impasse de milênios acabaria. E
graças a uma “mágica” que aconteceu há 50 mil anos.

Foi quando algo mudou o destino do Homo sapiens: uma mutação genética sutil,
mas crucial, que alterou a estrutura do cérebro deles. O bicho ficou louco: passou a
dividir sua vida entre o mundo real e um de fantasia. Com esse “defeito” nos miolos,

38
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

o homem passou a imaginar mundos diferentes, que só existiam na cabeça dele. E


vomitou esses mundos na forma de pinturas, esculturas, rituais religiosos.

Desse jeito, descobrimos como manipular não só coisas materiais, mas também
idéias e conceitos. E aprendemos a transmiti-los com a ajuda de uma linguagem
quase tão cheias de recursos quanto o inglês e o português modernos. Tudo isso
deu à luz o primeiro boom tecnológico de todos os tempos. A África se transformou
num Vale do Silício pré-histórico. O sapiens, que antes só fazia ferramentas de
pedra ou madeira, diz um basta para a mesmice – chega de fabricar a mesma lança
por milênios a fio. E acorda para o fato de que ossos, conchas, chifres e marfim
também serviam como matéria-prima. Isso abriu as portas para novos utensílios. E
tome arpões, facas mais afiadas do que nunca, lanças de alta precisão… De uma
hora para outra, o sapiens tinha um arsenal.

Os cientistas sabem disso porque todos os vestígios que eles encontram dos
primeiros 150 mil anos de vida do sapiens são ferramentas e armas simples, tipo
machadinhas de pedra. Objetos de arte e coisas sofisticadas, como agulhas de
costura, só aparecem por volta de 40 mil anos atrás, como se a maior parte da
nossa tecnologia pré-histórica tivesse aparecido de supetão, em poucos milênios.
Para muitos, só uma súbita mutação no cérebro justifica esse fenômeno.

Mas alguns pesquisadores acham que não foi bem assim. Defendem que o potencial
para desenvolver uma cultura complexa já existia desde a origem do Homo sapiens,
mas teria ficado “dormente”. Segundo eles, esse poder inato só foi empregado para
valer depois que a situação dos bandos africanos apertou de algum modo. Pode ter
sido uma virada climática – num período de seca brava, por exemplo, só os mais
criativos imaginariam um jeito de guardar água da chuva para as épocas de vacas
magras. Uma imaginação fértil passou a valer mais pontos, e só os sapiens mais
inteligentes ficaram para contar história. Obras de arte simplórias, com 80 mil anos
de idade, encontradas na África dão força para a idéia de que essa “revolução
cultural” aconteceu devagarinho. Seja como for, há 40 mil anos o Homo sapiens já
tinha ganho meio mundo. Expandiu-se pelo Sudeste Asiático, chegou até a
Austrália… E agora, com o nosso arsenal tecnológico, estávamos prontos para

39
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

avançar à Europa da Era Glacial. E encarar os poderosos neandertais na casa


deles.

Cara a cara na Europa


Não era uma tarefa para qualquer um. Os neandertais eram biologicamente
preparados para agüentar o frio, enquanto o sapiens vinha da sauna africana. O
corpo dos nossos primos europeus, por exemplo, transpirava menos que o nosso, já
que suor congelado pode matar de frio. Eles também tinham uma resistência fora do
comum – seus ossos eram tão robustos que os neandertais aguentavam fraturas
sem chiar. Sair na mão com eles, então, era roubada. Mas o sapiens não precisava
disso. Foi só entrarmos na Europa, há 38 mil anos, para os neandertais começarem
a sumir do mapa. Cientistas nunca encontraram sinais direto de conflito, tipo um
esqueleto neandertal com um osso afiado (arma típica dos sapiens) na bacia. Mas
as espécies competiram, sim, no mundo da Era do Gelo. E os humanos modernos
levaram a melhor na tarefa que mais interessava: arranjar comida.

Na hora da caça, afinal, era covardia. Como as armas dos neandertais não eram
grande coisa para matar a distância, eles geralmente entravam em confrontos
suicidas com as presas. Análises em esqueletos deles mostram que os adultos
tinham tantas fraturas quanto os peões de rodeio de hoje. Com o sapiens era
diferente: suas lanças eram mais precisas na hora do arremesso, e eles ainda
criaram uma espécie de catapulta manual que multiplicava o alcance dos dardos
(um avô do arco-e-flecha). Desse jeito, o sapiens crescia e se multiplicava, deixando
os neandertais sem território. E há 28 mil anos as duas últimas tribos de
neandertais, em Portugal e na Croácia, pereciam. Era o fim de um reinado de 100
mil anos.

Sexo selvagem
Mesmo assim, pesquisas recentes indicam que os neandertais não entregaram os
pontos tão fácil. Em Gibraltar, na extremidade sul da Espanha, pode ser que a
espécie tenha resistido até 24 mil anos atrás. “Eu imagino um cenário mais
complexo, de interação entre as duas espécies”, diz o pesquisador Clive Finlayson,
do Museu de Gibraltar. Uma indicação disso é que algumas tribos de neandertais

40
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

começaram a fazer seus próprios colares depois da chegada dos sapiens. Isso
indica que os neandertais pelo menos observaram a cultura complexa dos vizinhos e
ficaram estimulados a criar sua própria versão dela. “Isso é exatamente o que nós
esperaríamos, com base em situações recentes de contato étnico entre povos
diferentes”, afirma o arqueólogo Paul Mellars, da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra. Mas é possível que essa interação tenha chegado mais longe, com as
duas espécies transando e concebendo bebês híbridos? As várias amostras de DNA
já extraídas de neandertais não parecem compatíveis com a de nenhuma pessoa
viva hoje, mas isso não necessariamente prova alguma coisa: após milênios de
cruzamento, o “sangue” neandertal poderia ter se diluído por completo. Uma análise
recente do DNA de humanos modernos, por outro lado, aponta a existência de duas
variantes de um gene que regula o tamanho do cérebro durante a fase de
crescimento. Uma delas teria surgido há 1,1 milhão de anos, enquanto a outra só
teria aparecido 37 mil anos atrás. Os pesquisadores da Universidade de Chicago
que conduziram a análise especulam que essa variante – carregada por 70% da
população moderna – poderia ter vindo dos neandertais, via sexo.

É nessa possibilidade que acreditam o antropólogo português João Zilhão, da


Universidade de Bristol, na Inglaterra, e seu colega americano Erik Trinkaus. “Os
dados de Gibraltar só reforçam o fato de que os modernos não eram tão superiores
assim”, argumenta Trinkaus. A dupla causou polêmica em 1999 ao publicar uma
análise de um esqueleto de criança achado em Portugal, o chamado “menino do
Lapedo”, com cerca de 25 mil anos. Segundo eles, a caveira mostra sinais de
sangue neandertal, a começar pelo corpo atarracado, e seria o resultado final de um
longo processo de mestiçagem entre as duas espécies. Para o resto da comunidade
científica, porém, o tal garoto não passa de um sapiens troncudo. Mas Trinkaus
ainda bate o pé: em novembro do ano passado publicou outro trabalho, concluindo
que sinais de mistura entre sapiens e neandertal aparecem em esqueletos de 33 mil
anos, encontrados na Romênia.

O último erectus
Na mesma época em que viveram esses supostos híbridos, o velho Homo erectus
dava seus últimos suspiros na ilha de Java, Indonésia. Seus problemas tinham

41
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

começado 600 mil anos antes, quando eles passaram a enfrentar a concorrência de
um ser mais avançado, o Homo heidelbergensis. Esse hominídeo, que, por sinal,
tinha descendido do próprio erectus, fez com ele a mesma coisa que nós fizemos
com os neandertais: destruiu suas chances de sobrevivência. “Por isso mesmo o
último refúgio deles foi uma ilha, já que num lugar desses você tem muito menos
competição com outros hominídeos do que no continente”, afirma Walter Neves.

Apesar de esperto, o heidelbergensis não foi muito longe: acabou extinto bem antes
do último erectus, há uns 200 mil anos. Só que antes de ir dessa para melhor ele já
tinha feito um bom trabalho. Primeiro, se espalhou por boa parte do mundo. Depois,
deixou dois descendentes bem peculiares. Na Europa, onde parte deles foi parar há
500 mil anos, seu corpo foi se adaptando ao frio devagarinho, até ficar bem
resistente e com um cérebro superdesenvolvido. No fim das contas, esses caras
ficaram tão diferentes que até mudaram de nome. Viraram os neandertais. Já os
heidelbergensis que preferiram ficar em sua terra natal, a África, se transformaram
em outra coisa: um ser de imaginação fértil, capaz de transformar delírios em
realidade. Um bicho que costumamos chamar de “nós”.

Assim caminham as humanidades

Sem alguns destes caras,você não estaria aqui. Confira os protagonistas da nossa
história e um possível figurante

Australopithecus afarensis
Uma superfloresta tropical que havia na África deu lugar à savana. Desse jeito,
alguns macacos acabaram sem galho, e tiveram que se mudar para o chão. Então
surgiu o afarensis, um macaco bípede que pode ter dado origem a toda a família dos
humanos.

Homo erectus
Disputou as savanas da África com parentes mais simiescos, como o Homo habilis e
o Homo rudolfensis. Com seu cérebro quase humano (que dá 2/3 do nosso),
exterminou a concorrência e virou o primeiro hominídeo na Ásia.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Homo floresiensis
Ainda não é certeza se este aqui existiu mesmo. Em 2004, na ilha de Flores
(Indonésia), desenterraram um esqueleto que parecia um erectus em miniatura, de
apenas um metro. Essa espécie bizarra teria vivido até 12 mil anos atrás – mais do
que qualquer parente nosso. Muitos, porém, acham que o tal esqueleto é de um
humano moderno com problemas genéticos. E só.

Homo heidelbergensis
Descendente do erectus, foi o primeiro humano a surgir com um cérebro maior que o
dos ancestrais, mas sem que o corpo aumentasse – uma amostra de que a
inteligência já valia mais que a força. Deu origem ao neandertal e ao sapiens.

Homo neanderthalensis
São os “ursos-polares” do gênero Homo: a evolução os deixou fortes e resistentes a
ponto de suportar temperaturas de até -30 oC sem chiar. Se não tivesse competido
por recursos com o Homo sapiens, a espécie provavelmente estaria viva até hoje.

Homo Sapiens
Nossa história tem dois capítulos. No 1º, ele surgiu com a nossa aparência, há 200
mil anos. Mas só no 2º, que começou entre 50 mil e 80 mil anos atrás, o homem
virou gente. E se tornou o megaprodutor de arte e tecnologia que arrasou a
concorrência.

Diz-se que um grupo de organismos tem origem comum se todos partilham


um ancestral. Em biologia, a teoria da origem comum universal postula que todos
os organismos na Terra descendem de um ancestral comum, ou de um pool de
genes ancestral.

A primeira teoria da origem comum universal baseada em princípios evolutivos foi


proposta por Charles Darwin nos seus livros A Origem das Espécies (1859) e The
Descent of Man (1871). Esta teoria é hoje aceita unanimemente pelos biólogos, e
crê-se que o mais antigo ancestral comum universal (LUCA – do inglês last universal
common ancestor) de todos os organismos vivos modernos tenha surgido há cerca
de 3,8 bilhões de anos (ver: origem da vida).

43
INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

História

A primeira sugestão de que todos os organismos podem ter tido um ancestral


comum e divergido através de variação aleatória e seleção natural foi proposta
em 1745 pelo matemático e cientista francês Pierre-Louis Moreau de
Maupertuis (1698-1759) na sua obra Vénus physique:

"Não se poderia dizer, considerando as combinações fortuitas dos produtos


da natureza, e a certeza de entre elas haver as que se caracterizam por uma
certa condição de forma que lhes permite subsistir, que não é de admirar que
esta boa forma esteja presente em todas as espécies que existem no
presente? O acaso, poder-se-ia dizer, produziu uma multiplicidade
inquantificável de indivíduos; uma pequena porção destes resultou de tal
forma que as partes do animal eram capazes de satisfazer as suas
necessidades; numa outra porção, infinitamente maior, não havia nem ordem
nem boa forma: destes, todos pereceram. Animais sem uma boca não podiam
viver; outros sem órgãos reprodutivos não se podiam perpetuar... As espécies
que vemos hoje são apenas a mais pequena parte do que o destino cego
produziu..."

Em 1790, Immanuel Kant (1724 - 1804), na sua obra Kritik der Urtheilskraft, afirma
que a analogia das formas animais implica um tipo original comum e, portanto, um
ancestral comum.

Em 1795, Erasmus Darwin, o avô de Charles Darwin, levantou a hipótese de todos


os animais de sangue quente descenderem dum único "filamento vivo":

"...seria ousadia imaginar que todos os animais de sangue quente tenham surgido a
partir de um filamento vivo, que a grande causa primeira dotou de animalidade...?"
(Zoonomia, 1795, section 39, "Generation")

Em 1859 foi publicada A Origem das Espécies de Charles Darwin. As opiniões aí


expressas acerca da origem comum variam entre a sugestão duma única "primeira
criatura" à concessão de poder ter havido mais do que uma, como se pode ver a
partir dos seguintes extractos da Conclusão:

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

"Provavelmente todos os seres orgânicos que alguma vez viveram nesta Terra
descenderam duma única forma primordial na qual a vida foi pela primeira vez
instilada."
"Toda a História do Mundo, tal como a conhecemos no presente, [...] será de ora em
diante reconhecida como um mero fragmento de tempo, quando comparada com as
eras que passaram desde a criação da primeira criatura, o progenitor das inúmeras
espécies descendentes extintas e existentes."
"Quando penso neles, não como criações especiais, mas como descendentes
directos dum punhado de seres que viveu muito antes do primeiro estrato do sistema
silúrico ter sido depositado, todos os seres me parecem mais nobres."

A famosa frase de fecho descreve a "grandiosidade desta visão da vida, com todo o
seu potencial, ter sido originalmente instilada em poucas ou numa única forma." A
escolha de palavras não deixa de ser notável pela sua consistência com ideias
recentes acerca da existência dum único pool de genes ancestral.

Recentemente, baseando-se na universalidade do código genético e na presença de


compostos orgânicos em meteoritos, cientistas como Francis Crick especularam que
o ancestral comum universal pode ter tido origem extraterrestre, uma teoria
conhecida como panspermia.

Universalidade e similaridade

A universalidade do código genético é considerada pela generalidade dos biólogos


como uma evidência a favor da teoria da origem comum universal
para bactérias, archaea e eucariotas (ver Sistema dos Três Domínios). A análise das
pequenas diferenças no código genético providenciou apoio adicional à teoria.

Outra evidência importante é o fato de ser possível construir uma árvore


filogenética detalhada para os três domínios com base na similaridade. É ainda
incerto que posição ocupam os vírus neste esquema, especialmente se
considerarmos que alguns se baseiam em RNA e não em DNA. Contudo, os vírus
não são normalmente considerados organismos vivos por
serem parasitas intracelulares obrigatórios destituídos de metabolismo próprio.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

A universalidade do ATP, bem como o fato de a maioria


dos aminoácidos encontrados em proteínas e outros compostos peptídicos dos
seres vivos serem esquerdos (levógiros), são também evidências importantes para
o LUCA.

O argumento das diferenças irrelevantes

Por fortes que sejam as evidências baseadas na universalidade e na similaridade


para corroborar a monofilia universal dos seres vivos, ainda podem ser minimamente
plausíveis outras hipóteses:

 É possível que as leis da física e da química não permitam


outras possibilidades para formas de vida diferentes da que
conhecemos.
 A similaridade pode ser o resultado de evolução convergente.

Uma tentativa de refutar essas hipóteses seria recolher evidências suficientes para
uma Análise Filogenética extensa, baseada em similaridades e dissimilaridades, de
forma a indicar se uma evolução convergente se sustentaria entre os domínios. Por
exemplo, pode-se analisar se a diferença existente entre os códigos genéticos
sustenta suas origens independentes.

Dois tipos de evidências desta natureza surgiram, com base em sequências


de aminoácidos e sequências de DNA:

1. Proteínas com a mesma estrutura tridimensional não têm


necessariamente a mesma sequência de aminoácidos
(características físico-químicas semelhantes entre
aminoácidos diferentes podem gerar a mesma estrutura
tridimensional aproximada em proteínas de diferentes
cadeias, o que indica convergência); enquanto
semelhanças "desnecessárias" entre sequências são
evidência favorável de uma origem comum.

1. Em muitos casos, um determinado aminoácido pode ser


codificado por mais do que um códon (tripleto de DNA); a

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

ocorrência do mesmo códon numa sequência de DNA


quando existe alternativa constitui também evidência a
favor de uma origem comum.

Evidências estatísticas

Em 2010, Douglas L. Theobald publica um estudo na Nature avaliando a


probabilidade de que toda a vida descendia ou de vários organismos ou de um
único, tendo em conta a possibilidade de transferência horizontal de genes e sem
partir do pressuposto que semelhança nas sequências de aminoácidos implique
relação de parentesco genético. O investigador estudou 23 proteínas diferentes de
12 espécies dos três domínios da vida, incluindo o Homo sapiens, a levedura,
o bacilo da tuberculose e o Archaeoglobus fulgidus. Os seus resultados indicam que
a probabilidade de uma origem comum universal é 10 maior do que a hipótese de
haver mais do que um ancestral comum.

Genética

Em 2016, foi publicado um retrato genético do mais velho ancestral comum a todos
os seres vivos presentes na Terra, o qual teria vivido 4 bilhões de anos atrás,
quando a Terra tinha por volta de 560 milhões de anos. Ele seria um organismo de
uma única célula, e que não precisava de oxigênio, alimentando-se de nitrogênio.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

9- NOVO ESTUDO SOBRE NOSSOS ANTEPASSADOS

Um novo estudo está sacudindo a história dos nossos ancestrais. De acordo com a
pesquisa, publicada na revista Cell em fevereiro, o Homo sapiens teria procriado
com diferentes populações do agora extinto Hominídeo de Denisova.

A prova é que o DNA desses primatas semelhantes aos humanos foi encontrado nos
genomas de algumas pessoas da atualidade. Os pesquisadores extraíram amostras
dos restos corporais dos denisovanos encontrados em uma caverna siberiana,
revelando o antigo cruzamento entre as espécies.

O que os cientistas sabiam até então é que o Homo sapiens teve relações sexuais
apenas com o Homem de Neandertal, já que os genes dessa espécie chegam a
compor até 4% dos genes de humanos de várias partes do mundo, incluindo Reino
Unido, Japão e Estados Unidos.

Genes compartilhados

O novo estudo mostra que o cruzamento com o Hominídeo de Denisova foi relegado
apenas à Sibéria. Mais de 5,5 mil genomas de humanos modernos da Europa, da
Ásia e da Oceania foram examinados em busca de um único DNA que demonstra

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sinais do cruzamento. Em seguida, eles extraíram o DNA e o compararam com os


dos denisovanos e neandertais.

Os resultados mostraram que os genomas continham um denso grupo de DNA que


se aproximava dos neandertais. Alguns, especialmente dos asiáticos orientais,
possuíam grupos que combinavam com os denisovanos.

Mas o resultado mais interessante foi que o DNA de algumas pessoas não
combinava com o dos neandertais: eles apenas se pareciam parcialmente com o
dos denisovanos. Isso foi a prova definitiva do cruzamento entre as raças. Os
autores supõem que, à medida que os seres humanos migravam para o leste,
encontraram populações diferentes do Hominídeo de Denisova.

A caminho

Uma das variações foi encontrada em habitantes da China, do Japão e do Vietnã. A


outra aparece em algum lugar do sudeste da Ásia. "Poderia ter sido em uma ilha a
caminho da Papua Nova Guiné, mas nós não sabemos claramente", afirmou Sharon
Browning, principal autora do estudo.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

Além disso, essas descobertas indicam que há misturas e instâncias adicionais de


cruzamentos, dada a variedade de grupos que existiam. Os pesquisadores já estão
planejando investigar essas relações, que podem revelar ainda mais as
complexidades do nosso passado humano.

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INTRODUÇÃO À GENEALOGIA

REFERÊNCIAS

https://pt.wikipedia.org/wiki/Genealogia>Acesso em 18 de setembro de 2019

MORAES, Paula Louredo. "O que é genealogia?"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/genealogia.htm. Acesso em 18 de
setembro de 2019.

https://www.resumoescolar.com.br/biologia/genealogia/>Acesso em 18 de
setembro de 2019

https://www.eurodicas.com.br/arvore-genealogica/>Acesso em 18 de setembro
de 2019

https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/arvore-
genealogica.htm>Acesso em 18 de setembro de 2019

https://www.suapesquisa.com/historia/heraldica.htm>Acesso em 18 de
setembro de 2019

SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. "O que é genoma?"; Brasil Escola. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-genoma.htm.
Acesso em 18 de setembro de 2019.

https://www.todamateria.com.br/heredograma/>Acesso em 18 de setembro de
2019

https://pesquisaitaliana.com.br/os-9-erros-de-genealogia-que-nunca-pode-
fazer/>Acesso em 18 de setembro de 2019

https://www.eurodicas.com.br/origem-do-sobrenome/>Acesso em 18 de
setembro de 2019

https://super.abril.com.br/ciencia/a-historia-dos-nossos-ancestrais-os-
outros/>Acesso em 18 de setembro de 2019

https://pt.wikipedia.org/wiki/Antepassado>Acesso em 18 de setembro de 2019

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106575-novo-estudo-revela-que-
nossos-antepassados-cruzaram-com-raca-misteriosa.htm>Acesso em 18 de
setembro de 2019

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