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DIREITO PENAL
EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS
PESSOAS. IMUNIDADES E PRERROGATIVAS.
Legislação básica: arts. 29, 30, 37, 22, 24 e 27, 2 da Convenção de Viena de
1961 sobre Relações Diplomáticas – CVRD, promulgada pelo Brasil pelo
Decreto 56.435/65. Arts. 27, §1º, 29, VIII e 53 da CF.
INTRODUÇÃO:
O Brasil hoje tem sua lei validada pelo princípio da territorialidade
mitigada, onde se baseia para solucionar problemas das leis penais no
espaço. Este princípio diz que a lei brasileira será aplicada nos crimes
cometidos em território nacional, porém há exceções.
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suas funções, para que estas sejam realizadas sem pressões, e ter como
consequência um desempenho agradável e satisfatório para a população.
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IMUNIDADE DIPLOMÁTICA:
São prerrogativas outorgadas aos agentes diplomáticos, observado o
princípio da reciprocidade. São restrições impostas ao princípio da
territorialidade temperada. As imunidades dos diplomatas são amplas
(aplicam-se a qualquer tipo de crime, inclusive homicídios, agressões, etc.).
Espécies:
(i) inviolabilidades (imunidade material): a pessoa do diplomata,
inclusive sua família, residência e pertences, são invioláveis, não
podendo sofrer nenhuma forma de detenção ou prisão;
(ii) imunidade de jurisdição penal e civil (imunidade formal, para o
processo): o agente diplomático deve ser processado e julgado
no Estado que representa, o que é extensível à sua família e aos
membros do corpo diplomático (art. 37, §§1º, 2º e 3º da CVRD).
Não está obrigado a comparecer a qualquer juízo ou tribunal do
país acreditado para testemunhar ou prestar informações (art.
31 da CVRD).
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Segundo a convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963, a
inviolabilidade física e a imunidade de jurisdição dos cônsules apenas se
aplicam aos seus atos de oficio (p. ex.: outorga fraudulenta de passaporte).
O privilégio não se estende a membros da família do cônsul nem às suas
instalações residenciais. A prisão preventiva é permitida, desde que
autorizada por juiz e em caso de crime grave. No julgamento do HC n.
81.158-RJ, o STF, em 2002, confirmou a legalidade da prisão preventiva do
cônsul de Israel.
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Imunidade Parlamentar Relativa – Imunidade à Prisão – Art. 53, §2º da CF:
CF Art. 53
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após
a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
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após a Casa é informada de sua existência, para que por voto da maioria
absoluta a andamento processual possa ser sustado. Essa sustação irá durar
até o fim da ação, ou até o fim do mandato, onde acaba a imunidade.
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Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26/6/2013
(Info 712).
RESUMO:
Regra: o parlamentar é insuscetível de prisão provisória (mas cabe prisão
definitiva – STF).
Exceção: admite flagrante quando o crime é inafiançável, por exemplo:
racismo, tráfico de drogas.
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Os representantes do Congresso Nacional não são passíveis de reparação
de danos, desde que suas opiniões, palavras e votos, sejam proferidas como
causa de suas atividades funcionais, dentro ou fora do Congresso, e
também após ao mandato, pois estas são por ele protegidas.
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O STF já decidiu que essa regra não se aplica na hipótese de prisão fixada
por sentença transitada em julgado; (b.2) para o processo (art. 53, §§3º, 4º e
5º) – a partir da EC 35/2001, o STF passou a ter poderes para receber
denúncia contra parlamentar, por crime praticado após a diplomação,
independentemente de prévia licença da casa respectiva; recebida a
denúncia, o STF dará ciência à respectiva Casa, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, poderá, até a decisão final do processo penal, sustar o seu
andamento.
OBS. 3: Aplicam-se aos Deputados Estaduais (art. 27, §1º da CF/88). Segundo
se extrai do art. 29, VIII da CF/88, os vereadores possuem imunidade material
no exercício de seu mandato e na circunscrição do Município, mas não
possuem imunidade formal (nem para o processo, nem para prisão).
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do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.
https://www.dizerodireito.com.br/2018/06/foro-por-prerrogativa-de-funcao.html
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