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CURSO FGV

Princípios e conceitos fundamentais do direito tributário

OBS: Princípios constitucionais tributários: Estabelecem as limitações do poder de


tributar impostas à União, estados, Distrito Federal e municípios
 Norma tributária: comando no sentido de retirar patriômonio dos contribuintes
para o Estado.
 Essa expropriação do patrimônio é a característica peculiar do direito tributário
 O Direito Tributário é o ramo do Direito que regula as relações, estabelecidas
em tempo e espaço determinados, entre fisco e contribuinte quanto à cobrança
de tributos pelas pessoas políticas – União, estados, Distrito Federal e
municípios (regulador da relação entre o fisco e o contribuinte)
 Para Paulo Barros de Carvalho: ramo didaticamente autônomo do Direito,
integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas que correspondam,
direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.

 Por intermédio de normas jurídicas dessa espécie, o Estado pode

 suprir as necessidades da sociedade;

 cumprir com o denominado bem comum.

 o Estado se supre das economias privadas com o intuito de atender às


necessidades públicas.

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Prestação pecuniária compulsória: Quando um fato der origem ao nascimento da


obrigação de pagar um tributo, este será exigido independentemente da vontade do
sujeito passivo, ou seja, daquele que está obrigado a pagar o tributo. Tal prestação deve
ser feita somente em dinheiro- em pecúnia
OBS: Prestação é um comportamento humano ativo, qual seja uma obrigação de dar (no
caso dos tributos: dar compulsoriamente dinheiro ao Estado)
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: equívoco semântico- moeda...
pleonasmo de pecuniária. Outra, não existe razão para a inclusão da cláusula ou cujo
valor nela se possa exprimir, pois que assim foi demasiadamente ampliado o âmbito das
prestações tributárias. Tributo se paga com dinheiro e não com serviços ou outros bens.
O Legislador apenas quis reforçar o caráter pecuniário do tributo, e nunca impor o
trabalho de uma pessoa
NÃO SE PODE CONSIDERAR COMO ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: Serviço militar
obrigatório, trabalho nas mesas eleitorais e o desempenhado pelos jurados.
que não constitua sanção de ato ilícito: tributo não é penalidade. Ademais, as normas
tributárias incidem sobre fatos lícitos como auferir renda; prestar serviços; circular
mercadorias; prestar serviço público ao contribuinte. No entanto, isso não quer dizer
que, eventualmente, sobre atos ilícitos não possam incidir tributos (ex: tributos sobre
rendas decorrentes de prostituição
instituída em lei: Só haverá tributo se alguma lei o criar expressamente (princípio da
legalidade).
A instituição ou aumento de tributos sem lei que o estabeleça é vedado à união, aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Por sua vez, criar tributo é Alencar, em
lei, todos os critérios que compõem a norma tributária: o fato tributado; os
sujeitos ativo e passivo; a base de cálculo e a alíquota; os
aspectos temporal e espacial do tributo.
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada:
Atividade vinculada é aquela em que a autoridade administrativa não goza de liberdade
para apreciar a conveniência nem a oportunidade de agir. Logo, a autoridade
administrativa deve agir segundo a lei, nos seus estritos termos.
A lei estabelece: a finalidade da norma; a forma como essa finalidade deve ser
alcançada; quem é competente para agir; quando se deve agir.
Não cabe ao administrador apreciar a norma de acordo com a sua conveniência uma
vez que é obrigado a agir como a lei determina. Logo, a autoridade tributária não deve
exigir, ou não, o tributo com base em aspectos subjetivos ou mediante interpretações
próprias acerca das indeterminações deixadas pelos legisladores.

Princípios tributários:

Limitações ao poder de tributar, as quais são impostas à União, estados, Distrito


Federal e aos municípios.
Princípio da legalidade:
O artigo 150, I, da Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos estados, ao Distrito
 
Federal e aos municípios exigirem tributo sem lei que o estabeleça.

Alguns tributos precisam da lei complementar como é o caso dos impostos instituídos
com base na competência residual da União.

Segundo o princípio da legalidade, é preciso que a lei tributária defina, in abstrato todos
os aspectos relevantes e necessários à quantificação do tributo devido em cada situação
concreta.

O princípio da legalidade consiste em uma reserva absoluta de lei necessária e


indisponível à atividade administrativa. Contudo, alguns impostos
extrafiscais apresentam uma certa flexibilidade quanto ao princípio da legalidade, no
que se refere à alteração de alíquotas por visarem atender a outros objetivos que não a
simples arrecadação – regulação da política monetária, cambial, do comércio exterior.

Os impostos extrafiscais são: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE);


imposto sobre produtos industrializados (IPI); imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguro ou relativas a títulos, ou valores mobiliários (IOF)

Princípio da anterioridade

O princípio da anterioridade:

 – artigo 150, III, b, da Constituição Federal veda à União, aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios cobrarem tributos no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou

visa permitir que os contribuintes prevejam um novo quadro jurídico, decorrente do


aumento ou da instituição de um novo tributo.

Impede tributações surpresas.

Isso permite que o contribuinte reveja seus custos de produção, calculando o aumento
de despesas, bem como ajustando preços de seus produtos a uma nova realidade
imposta.

Os impostos extra fiscais, pelas mesmas razões, escapam da aplicação desse princípio

No caso do empréstimo compulsório, isso ocorre por motivo de guerra externa ou


calamidade pública, tendo vista a urgência de sua cobrança

O mesmo se dá com as contribuições sociais, que nos termos do § 6° do artio 195 da


Constituição Federal estão sujeitas ao princípio da anterioridade especial, pelo qual tais
contribuições podem ser exigidas após decorrifos 90 dias da data da publicação que as
tiver instituído ou modificado (SOMENTE AA UNIÃO)

EC N°42/03: princípio da anterioridade nonagesimal foi ampliado a todos os tributos,


exceto: Imposto de renda, impostos extrafiscais, imposto de guerra, empréstimo em
função de guerra ou calamidade.

Princípio da irretroatividade:

Como previsto no artigo 150, III, a, da Constituição Federal, pelo princípio da


irretroatividade é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios
cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os tiver instituído ou aumentado

Pelo princípio da irretroatividade, a lei tributária pode alcançar somente fatos futuros,
garantindo, com isso, a segurança jurídica dos contribuintes

Princípio da Isonomia:
O princípio da isonomia- artigo 150, II, da Constituição Federal- estabelece que é
vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente é proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

Situação equivalente = capacidade contributiva, ou seja, riquezas semelhantes.

Princípio da capacidade contributiva:

O princípio da capacidade contributiva encontra-se previsto no parágrafo 1° do artigo


145 da Constituição Federal, que estabelece a necessidade de que os impostos tenham
caráter pessoal e que os impostos sejam graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte

O princípio da capacidade contributiva visa assegurar que quem tem maior riqueza
pague, proporcionalmente, mais imposto do que quem tem menor riqueza.

Princípio da vedação do confisco:

Pelo princípio da vedação ao confisco- artigo 150, IV, da Constituição Federal é vedado
à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, anular a riqueza privada a
pretexto de exigir tributo

O princípio da vedação ao confisco decorre do direito de propriedade, que coíbe o


confisco ao estabelecer prévia e justa indenização na desapropriação.

Segundo muitos doutrinadores, para ser aplicado, o princípio da vedação ao confisco


deve obedecer ao princípio da razoabilidade, uma vez que não existe um preceito
matemático que determine quando se está aplicando ou não o confisco.

O princípio da uniformidade:

O princípio da uniformidade- artigo 151, I, da Constituição Federal- estabelece ser


vedado à União, instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional
implique distinção ou preferência em relação a um estado ou a um município em
detrimento de um outro.

No entanto, é admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o


equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país.

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