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Aula 01

Supervisão de Instituições p/ BACEN


(Analista Área 4-Contabilidade e
Finanças) 2021 - Pré-Edital

Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 01

03 de Agosto de 2020
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 01

Constituição e Funcionamento de IFs ..................................................................... 2


Risco e Regulação Bancária ................................................................................... 10
Princípios para Supervisão Bancária Efetiva ........................................................ 16
Acordo de Basileia I ................................................................................................. 24
Acordo de Basileia II ................................................................................................ 28
Acordo de Basileia III ............................................................................................... 33
Lista de Questões e Gabarito .................................................................................. 36
Gabaritos ...................................................................................................................................................................... 45
Questões Resolvidas ................................................................................................. 46
Considerações Finais ............................................................................................... 67

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Amanda Aires, Vicente Camillo
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CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DE IFS

A primeira e mais natural medida de regulamentação prudencial refere-se ao


controle de acesso de instituições no setor financeiro. De agora em diante
chamaremos os “REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO E AUTORIZAÇÃO PARA
FUNCIONAMENTO DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NO BRASIL” simplesmente como
“controles de acesso”, para deixar o texto mais aprazível.

Neste sentido, o Conselho Monetário Nacional editou a Resolução 4.122/2012, e


outras que a atualizaram. Adicionalmente, o Banco Central editou a Circular
3.49/2013, que regulamente alguns procedimentos e dispositivos da citada
Resolução.

O controle de acesso é constituído por:

✓ I - requisitos e procedimentos para a autorização de constituição e


funcionamento, o cancelamento da autorização e as alterações de controle
e reorganizações societárias de bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos
de investimento, bancos de desenvolvimento, bancos de câmbio,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, companhias hipotecárias, agências de fomento, sociedades de
arrendamento mercantil, sociedades corretoras de títulos e valores
mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
sociedades corretoras de câmbio; e
✓ condições para o exercício de cargos em órgãos estatutários ou contratuais
das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil.

Como é possível notar, não se trata apenas do ingresso de instituições no sistema


financeira. Além disso, as regras aplicam-se à (i) autorização de constituição e
funcionamento, (ii) ao cancelamento da autorização e (iii) às alterações de
controle e reorganizações societárias das seguintes instituições:

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a) bancos múltiplos,
b) bancos comerciais,
c) bancos de investimento,
d) bancos de desenvolvimento,
e) bancos de câmbio,
f) sociedades de crédito, financiamento e investimento,
g) sociedades de crédito imobiliário,
h) companhias hipotecárias,
i) agências de fomento,
j) sociedades de arrendamento mercantil,
k) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários,
l) sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários, e
m) sociedades corretoras de câmbio

Não é preciso denotar que as regras se aplicam a todas as instituições financeiras


bancárias e não bancárias, além de algumas instituições auxiliares e sociedades de
câmbio. No entanto, é importante notar que as regras citadas daqui em diante
aplicam-se a todas as instituições acima citadas. Quando isto não ocorrer, será
expressamente citado.

Além disso, as regras também se aplicam aos cargos dos órgãos estatutários ou
contratuais das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil. Em muitas ocasiões, os referidos cargos são
responsáveis pelas atividades financeiras praticas pelas instituições e, neste sentido,
possuem regras que delimitam deveres e responsabilidades.

Adiante seguem as disposições aplicáveis aos atos societários passiveis de


regulação.

Constituição e Autorização de Funcionamento

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No processo de constituição deve ser indicado o responsável, tecnicamente


capacitado, pela condução do projeto no Banco Central do Brasil, bem como
identificado o grupo organizador da instituição.

O processo de constituição das instituições terá́ início com a apresentação, ao


Banco Central do Brasil, de:

a) minuta da declaração de propósito;

b) sumário executivo do plano de negócios;

c) identificação dos integrantes do grupo de controle da instituição e dos


detentores de participação qualificada na instituição;

d) identificação das pessoas naturais e jurídicas que compõem o grupo


econômico do qual fará parte a instituição e que possam vir a exercer
influência direta ou indireta nos seus negócios;

e) declarações e documentos que demonstrem que os integrantes do grupo de


controle detém conhecimento sobre o ramo de negócio e sobre o segmento
em que a instituição pretende operar, inclusive sobre os aspectos
relacionados à dinâmica de mercado, às fontes de recursos operacionais, ao
gerenciamento e aos riscos associados às operações;

f) identificação da origem dos recursos a serem utilizados no empreendimento;


e

g) autorização expressa, por todos os integrantes do grupo de controle e por


todos os detentores de participação qualificada (i) à Secretaria da Receita
Federal do Brasil, para fornecimento ao Banco Central do Brasil de cópia da
declaração de rendimentos, de bens e direitos e de dívidas e ônus reais,
relativa aos três últimos exercícios fiscais, para uso exclusivo no respectivo
processo de autorização; e (ii) ao Banco Central do Brasil, para acesso a
informações a seu respeito constantes de qualquer sistema público ou

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privado de cadastro e informações, inclusive processos e procedimentos


judiciais ou administrativos e inquéritos policiais.

Recebida a documentação, o Banco Central do Brasil convocará os futuros


controladores da instituição para entrevista técnica, a fim de que apresentem a
proposta do empreendimento.

Caso o Bacen considere inadequada a proposta do empreendimento


apresentada, comunicará essa decisão aos interessados, podendo convocá-los
para uma nova entrevista técnica, caso reapresentem a proposta, com os ajustes
necessários. Se após a segunda entrevista técnica o Banco Central do Brasil
mantiver seu entendimento desfavorável à proposta do empreendimento
apresentada, comunicará o indeferimento do pedido.1

A partir desta etapa, os interessados que obtiverem manifestação favorável do


Bacen devem atender a uma série de obrigações em prazos delimitados.

Apesar de entender que a cobrança destes documentos é quase impossível em


uma prova, cito-os abaixo de forma esquematizada, separados por prazo de
entrega

1
O Banco Central do Brasil poderá dispensar a realização da entrevista técnica, comunicando tal fato aos
interessados, caso:
I - a proposta do empreendimento esteja suficientemente delineada no Sumário Executivo e os futuros
controladores tenham demonstrado o necessário conhecimento sobre o ramo de negócios e sobre o
segmento em que a instituição pretende operar;
II - o pedido de autorização para funcionamento seja formulado pela instituição ou por pessoas naturais
ou jurídicas que integrem grupo de controle da instituição.

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P r a z o d e 6 0 d i a s co n t a d o s d a m a n i f e st a çã o f a v o r á v e l d o Ba ce n

1. Publicação de declaração de propósito por parte das pessoas naturais ou


jurídicas que não integrem grupo de controle da instituição

2. Apresentação de plano de negócios composto pelos seguintes


documentos:

1. premissas econômicas;
2. premissas do projeto;
3. metodologia utilizada para a avaliação do negócio;
4. projeção, elaborada em periodicidade mensal, das
demonstrações financeiras e do fluxo de caixa;
a) Plano financeiro, 5. estrutura de capital e fontes de financiamento;
que deve demonstrar 6. estimativa da taxa de desconto, calculada com
a viabilidade base em metodologia amplamente aceita de cálculo
econômico-financeira de custo de capital próprio;
do projeto e do qual 7. cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) do projeto
devem constar com base no Fluxo de Caixa Disponível ao Acionista;
8. descrição das variáveis críticas para o sucesso do
empreendimento, assim como a construção de três
cenários (base, conservador e ideal), em que seja
possível verificar o impacto gerado por mudanças
dessas variáveis nos resultados obtidos;

1. objetivos estratégicos do empreendimento;


2. descrição do mercado em que a instituição
pretende atuar, contemplando os riscos nele
existentes e os decorrentes de eventual concentração
b) Plano
de negócios;
mercadológico, que
3. público-alvo;
deve contemplar os
4. principais produtos e serviços a serem ofertados;
seguintes tópicos:
5. análise da concorrência;
6. tecnologias a serem utilizadas na colocação dos
produtos e dimensionamento da estrutura de
atendimento;

1. a composição societária própria e do grupo


econômico a que pertence a instituição, explicitando,
em todos os níveis de participação, os integrantes do
grupo de controle, os detentores de participação
qualificada, os participantes estrangeiros, se houver,
bem como as respectivas quantidades e espécies de
ações ou de quotas detidas, até que fique
evidenciado quem são os controladores finais;
2. o relacionamento que a instituição pretende
manter com as demais pessoas naturais ou jurídicas
que compõem o grupo econômico do qual ela faz
parte;
3. os padrões de governança corporativa e a
estrutura de gerenciamento do negócio
c) Plano operacional,
4. o organograma da instituição e a política de
detalhando os
pessoal;
seguintes aspectos:
5. a estrutura física;
6. os controles internos, a estrutura a ser utilizada
no gerenciamento de riscos, os planos de
contingência a serem adotados e a indicação dos
sistemas, procedimentos e controles a serem
utilizados para a detecção e a prevenção de
operações cujas características possam indicar a
existência dos crimes tipificados na Lei no 9.613, de
3 de março de 1998;
7. a estrutura prevista para atender as exigências do
Banco Central do Brasil no que se refere ao
fornecimento de informações para fins estatísticos e
de supervisão e à divulgação de demonstrações
contábeis nos padrões estabelecidos;

3. Apresentação das minutas dos atos societários de constituição da pessoa


jurídica objeto da autorização para funcionamento;

4. Demonstração de capacidade econômico-financeira compatível com o


porte, a natureza e o objetivo do empreendimento, a ser atendida, a critério
do Banco Central do Brasil, pelo grupo de controle ou, individualmente, por
cada integrante do grupo de controle;

5. Inexistência de restrições que possam, a juízo do Banco Central do Brasil,


afetar a reputação dos controladores e dos detentores de participação
qualificada, aplicando-se, no que couber, os requisitos estabelecidos nos
arts. 2o e 3o do Anexo II desta Resolução.

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Pr a z o de 1 8 0 dia s con t a dos da m a n ife st a çã o fa vor á ve l do Ba ce n

1.- formalizar os atos societários de constituição da pessoa jurídica a ser


objeto da autorização para funcionamento pelo Banco Central do Brasil,
levando-os, após a aprovação da Autarquia, a arquivamento no Registro de
Comércio

2. implementar a estrutura organizacional, contemplando as estruturas de


governança corporativa, de gerenciamento do negócio, de controles internos
e de gerenciamento de riscos, a contratação dos sistemas eletrônicos e da
mão de obra, a aquisição de equipamentos e a adoção de todas as demais
providências previstas no plano de negócios e necessárias às atividades da
instituição

3. apresentar ao Banco Central do Brasil requerimento solicitando a


realização de inspeção a fim de verificar a estrutura organizacional
implementada

Cumpre mencionar que o estatuto ou contrato social da pessoa jurídica deverá


conter, expressamente, cláusula estabelecendo que:

a) Até a expedição da autorização para funcionamento da instituição, é


vedada a realização de qualquer atividade, especialmente operações
privativas das instituições de que trata o art. 1o, permitidas somente aquelas
necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo;
b) A sociedade será́ regida subsidiariamente pela lei das sociedades anônimas;.
c) O capital social da sociedade prevista no caput, inciso I, deverá ser
integralizado exclusivamente em moeda corrente.

E, verificado, pelo Banco Central do Brasil, o atendimento das condições previstas


anteriormente, será́ expedida autorização para funcionamento da instituição, de
modo que ela será́ considerada em funcionamento, para efeitos de aplicação e
observância da regulamentação em vigor.

Autorização Para Transferência Do Controle Societário e para Reorganização

Dependem de autorização do Banco Central do Brasil a transferência de controle


societário e qualquer mudança, direta ou indireta, no grupo de controle, que possa

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implicar alteração do quadro de pessoas que exercem a efetiva gestão dos


negócios da instituição, decorrentes de:

a) acordo de acionistas ou quotistas;

b) herança e atos de disposição de vontade, a exemplo de doação, adiantamento


da legitima e constituição de usufruto;

c) ato, isolado ou em conjunto, de qualquer pessoa, natural ou jurídica, ou grupo


de pessoas representando interesse comum;

d) conversão em ações de instrumentos autorizados a compor o Capital


Complementar ou o Nível II do Patrimônio de Referência (PR),

e) mudança de objeto social, observado o disposto no art. 19;

f) criação ou cancelamento de carteira operacional, por banco múltiplo; III - fusão,


cisão ou incorporação;

g) transformação societária.

Importante mencionar que as pessoas aptas a exercerem o controle acionário das


instituições citadas anteriormente são (i) as pessoas naturais; (ii) as instituições
financeiras sediadas no País ou no exterior e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil; e (iii) outras pessoas jurídicas sediadas no
País que tenham por objeto social exclusivo a participação societária em
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil.

Cancelamento Da Autorização Para Funcionamento

A dissolução da sociedade ou a mudança de seu objeto social, que resulte na sua


descaracterização como sociedade integrante do sistema financeiro, implica o
cancelamento da respectiva autorização para funcionamento.

São requisitos indispensáveis para o cancelamento, a pedido, da autorização para


funcionamento das instituições referidas no art. 1o:

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a) publicação de declaração de propósito nos termos e condições


estabelecidos pelo Banco Central do Brasil, que também deverá divulgá-la,
utilizando, para tanto, o meio que julgar mais adequado;
b) deliberação em assembleia geral ou em reunião de quotistas, conforme o
caso;
c) instrução do respectivo processo junto ao Banco Central do Brasil nos termos
e condições por ele estabelecidos.

O Banco Central do Brasil poderá́ cancelar a autorização para funcionamento das


instituições, quando constatada, a qualquer tempo, uma ou mais das seguintes
situações:

a) falta de prática habitual de operações consideradas essenciais, nos termos


das normas aplicáveis;
b) inatividade operacional;
c) não localização da instituição no endereço informado ao Banco Central do
Brasil;
d) interrupção, por mais de 4 (quatro) meses, sem justificativa, do envio ao
Banco Central do Brasil dos demonstrativos exigidos pela regulamentação
em vigor;
e) descumprimento do plano de negócios previsto e citado anteriormente.

Cumpre mencionar que o processo de cancelamento é feito mediante instauração


de processo administrativo, com a notificação da instituição no endereço
fornecido ao Banco Central do Brasil para se manifestar sobre a intenção de
cancelamento;

Adicionalmente, o Bacen considera os riscos do cancelamento para a estabilidade


do sistema financeiro nacional, para a poupança popular e para os credores
operacionais da instituição.

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RISCO E REGULAÇÃO BANCÁRIA

O sistema financeiro (incluindo aqui o mercado de crédito, ou bancário) não é


como os demais setores da economia. Se, por exemplo, uma empresa industrial
apresentar problemas e precisar ser liquidada, os efeitos negativos deste fato serão
sentidos pelas pessoas envolvidas ou próximas à empresa, como colaboradores,
acionistas e fornecedores.

No entanto, no sistema financeiro é diferente. A liquidação de um banco pode


impactar negativamente outras instituições e setores da economia, em um
fenômeno de contágio. O problema local (na instituição financeira) pode acarretar
em efeitos globais (na economia como um todo). Ne sentido, diz-se que o sistema
financeiro é passível de promover risco sistêmico.

Antes de definir esta espécie de risco, vamos definir o conceito de risco em si.

Risco é a possibilidade de algum resultado efetivo se situar fora do esperado.


Quanto maiores as chances de o resultado efetivo estar distante do resultado
esperado, maior o risco.

Como exemplo, vamos considerar o rendimento esperado de uma ação. Como


este mercado é volátil (o preço da ação pode variar, tanto para mais, como para
menos), há chances de preço futuro de uma ação estar distante do valor médio
esperado.

Da definição acima duas outras ideias são consequência. Primeiro, o risco envolve
estatística, pois estamos falando em resultado esperado. Segundo, o risco é
calculado previamente ao resultado ser revelado, estando geralmente associado
a possibilidades de perda (é incomum interpretarmos o risco como algo bom).

O conceito estatístico de risco é o desvio padrão. Não faz parte do nosso escopo
definir risco padrão, mas, resumidamente, ele indica o grau de dispersão de uma
amostra de dados em relação a sua média. Ou seja, o conceito de desvio padrão

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está intrinsecamente ligada à ideia de risco: quanto mais disperso em relação à


média são os dados da amostra, maior o desvio padrão desta amostra e,
consequentemente, maior o risco. Em nosso exemplo, um elevado desvio padrão
significa que o preço da ação pode se situar muito acima ou abaixo do valor médio
esperado (dados mais dispersos em relação à média), indicando que a aplicação
neste título é de elevado risco.

Existem inúmeras relações de risco na economia e nas finanças. Vamos imaginar o


exemplo de um empresário que deseja abrir um novo negócio.

Podemos considerar que este negócio apresenta atrativa possibilidade de lucro,


justificando “correr o risco” em abrir o negócio. Pois bem, há uma relação entre
remuneração (lucro) e risco.

Dito de outro modo, o empresário até aceita correr riscos e abrir o negócio, desde
que seja remunerado por isso. Desta forma, risco e retorno são positivamente
relacionados: um investidor aceita correr mais riscos, desde que seja remunerado
por isto!

Esta ideia é fundamental. Agora, podemos continuar com alguns conceitos de


conceito de risco, para depois analisar o risco sistêmico e a importância da
regulação prudencial neste quesito.

✓ Risco de Crédito ➔ É o risco associado ao não pagamento de determinado


crédito. Como apresentamos em aula anterior, o mercado financeiro é
fundamentado na intermediação de recursos entre agentes superavitários e
devedores, ou seja, na circulação de crédito.

Assim, o risco associado ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas


obrigações financeiras nos termos e prazos pactuados, gerando inadimplência ou
atraso na liquidação de suas obrigações, resultando em perda financeira para a
parte credora, é chamado de risco de crédito.

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Sendo uma medida de risco, o risco de crédito pode ser estimado através do
cálculo das possibilidades existentes de não cumprimento das obrigações de caixa
(pagamentos do devedor ao credor).

Em um mercado financeiro desenvolvido, a taxa de juros deve remunerar o credor


considerando o risco de crédito envolvido na operação. Ora, o credor se interessa
em emprestar seus recursos a terceiros sempre quando consegue (i) cobrir suas
despesas administrativas, (ii) remunerar o risco de crédito envolvido (que é
calculado com base na inadimplência de operações semelhantes naquelas
condições) e (iii) remunerar os detentores do capital aplicado.

✓ Risco de Mercado ➔ É o risco associado à possibilidade de perda por


oscilação nos preços de ativos diante das condições de mercado. A título de
exemplo, podemos considerar esta espécie de risco nas operações realizadas nos
mercados de ações, câmbio, taxa de juros e commodities, que podem ser feitas
diretamente através da compra e venda de ativos ou operações com derivativos,
podendo resultar, inclusive, em perdas superiores ao investimento realizado.
Imagine a possibilidade do valor da ação da Petrobrás oscilar em função do preço
do petróleo no mercado internacional: esta oscilação reflete o risco de mercado
envolvido no setor de petróleo.

Dito de outro modo, o risco de mercado pode ser entendido como as chances de
perda de algum investidor em função das oscilações nos preços e índices existentes
na economia. Assim, quanto mais volátil um mercado, maior o risco de mercado
que ele apresenta

Digamos que você pretenda aplicar seus recursos no BM&FBOVESPA. Mas também
tem a escolha de aplicá-lo na caderneta de poupança. Sua escolha será feita com
base no risco de mercado destes dois investimentos.

Quem possui o maior risco de mercado? Evidente que a BM&FBOVESPA, pois a


volatilidade do índice (o IBOV) é muito maior do que a volatilidade da

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remuneração da caderneta de poupança. Isto não significa que uma aplicação é


melhor do que outras, mas, tão somente, que possui maior risco de mercado.

✓ Risco de Liquidez ➔ O termo liquidez é sinônimo de moeda na teoria


econômica e financeira. Quanto mais liquidez possui determinado sujeito, mais
moeda ele detém.

Sendo mais preciso, a liquidez é a capacidade de qualquer ativo se transformar em


moeda. A moeda, em si, é líquida por definição. Mas, e um imóvel? Evidente que é
menos líquido que a moeda, pois não se transforma este ativo em dinheiro de uma
hora para outra.

Desta forma, o risco de liquidez está associado à incapacidade de se converter


ativos em moeda no momento em que isso se faz necessário, geralmente em razão
de descasamentos entre fluxos de pagamentos e de recebimentos seja por (a)
dificuldade em negociar rapidamente ativos ou posições que possua, por falta de
preços ou de liquidez de mercado; ou por (b) dificuldade para obter funding ou
financiamento de sua posição de caixa e com isso manter suas obrigações
financeiras adimplentes.

Como uma instituição financeira administra recursos alheios, seu risco de liquidez
está muito associado à sua imagem de administradora de recursos. Caso ela ande
mal neste quesito, poucos vão desejar deixar seus recursos aos seus cuidados,
reduzindo a liquidez da IF. Caso todos decidam retirar seus recursos de determinado
banco, evidente que esta instituição sofrerá problemas de liquidez, pois a
quantidade de moeda para cumprir suas obrigações será escassa.

O mesmo conceito pode ser aplicado ao mercado financeiro como um todo.


Problemas de liquidez enfrentados pelo mercado estão ligados à falta de recursos
pelos indivíduos para efetuar seus pagamentos

Guarde estes conceitos, pois eles serão importantes quando analisarmos o Acordo
de Basileia 2.

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Bom, agora podemos seguir em direção ao risco sistêmico.

A Nota Técnica 2009/003 do Banco Central2 dispõe o seguinte sobre risco sistêmico:

“Segundo o BIS (2001), a importância sistêmica de determinado sistema


está relacionada à capacidade de provocar interrupções nos
pagamentos ou de transmitir choques adversos ao sistema financeiro.

Kaufman (1999) define risco sistêmico como a probabilidade de ocorrer


perdas acumuladas devido a um evento que dá início a uma série de
prejuízos sucessivos ao longo de uma cadeia de instituições ou
mercados, que compõem um sistema. Essas perdas ocorrem porque os
bancos estão fortemente interconectados via merca- do interbancário
e sistema de pagamentos.

Entre as principais fontes de risco sistêmico, aquela que pode ser


gerenciada por meio do sistema de pagamentos é o efeito contágio.
Segundo Litan (1997), o efeito contágio ocorre quando a insolvência ou
a falta de liquidez de um banco dá início ao colapso de outros bancos
credores do banco inadimplente. As formas de ligação financeira entre
as instituições são os empréstimos interbancários, os mercados
financeiros ou o sistema de pagamentos. Um dos principais fatores de
potencial risco de contágio é a possibilidade de se desfazer e
reprocessar a compensação de obrigações em um sistema de
liquidação diferida (LDL), em decorrência da exclusão de um
participante inadimplente.

Segundo De Bandt e Hartmann (2000), um evento para gerar crise


sistêmica deve ter a possibilidade de afetar um número considerável de
instituições e de mercados, prejudicando o bom funcionamento1 geral
do sistema financeiro. Dessa forma, para se mensurar a importância do

2
Disponível em http://www.bcb.gov.br/ftp/deban/Modelo_Contagio_Avaliacao_Risco_Sistemico.pdf

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risco sistêmico, duas dimensões devem ser observadas: i) a


probabilidade de ocorrer o evento sistêmico; ii) a magnitude do evento
sistêmico.”

O texto é autoexplicativo. Havendo a possibilidade de risco sistêmico, isto é, a


possibilidade de contágio de uma cadeia de instituições ou mercados, fato
presente no sistema financeiro, é necessário gerenciar tal risco, ou mesmo regulá-
lo.

É esta a pedra angular da regulação prudencial, vista aqui através dos Acordos de
Basileia: gerenciar o risco sistêmico para evitar que problemas no sistema financeiro
contagiem a economia.

Ao atuar nas instituições bancárias e garantir a solvência/liquidez destas, o órgão


regulador consegue mitigar a possibilidade de ocorrência de risco sistêmico, com
a preservação do sistema de pagamentos da economia.

Segundo Castro (2007)3, “do ponto de vista teórico, o princípio da regulação é


baseado na ideia de que o governo tem poderes que o setor privado não possui,
tais como a capacidade de coagir e prescrever medidas de retaliação. Uma vez
posto em prática o marco regulatório, o governo ainda deve monitorar os bancos
para garantir a conformidade às regras. Como esse acompanhamento pode vir a
ser bastante custoso, o governo pode dispor de controles indiretos, criando formas
de incentivo e impondo restrições e/ou definindo padrões prudentes de conduta
(prudential standards). Em última análise, o governo pretende proporcionar uma
estrutura regulatória que evite ou, ao menos, torne raras as insolvências [Stiglitz
(1993, p. 28-29)].”

Com estes conceitos já estamos prontos para iniciar a análise dos Acordos de
Basileia a seguir.

3
Castro, Lavinia “Regulação Financeira – Discutindo os Acordos de Basileia”. Revista do BNDES, Rio de
Janeiro, V. 14, N. 28, P. 277-304, dez. 2007

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PRINCÍPIOS PARA SUPERVISÃO BANCÁRIA EFETIVA

Antes de iniciarmos o assunto “Acordo de Basileia”, é preciso analisar os princípios


fundamentais para uma supervisão bancária efetiva.

Tais princípios constituem a pedra angular da supervisão bancária e são definidos


como uma estrutura de padrões mínimos para práticas sólidas de supervisão e são
considerados universalmente aplicáveis.

São 29 princípios divididos em 2 grupos: objetivos, poderes de supervisão (princípio


1 a 13); regulação prudencial (princípios 14 a 29).

Seguem todos adiante:

Poderes de Supervisão

Princípio 1 - Responsabilidades, objetivos e poderes

Um sistema efetivo de supervisão bancária tem responsabilidades e objetivos claros


para cada autoridade envolvidos na supervisão de bancos e grupos bancários. Um
enquadramento legal e adequado de supervisão bancária está em vigor para
fornecer a cada autoridade responsável poderes legais necessários para autorizar
os bancos, realizar supervisão contínua, cumprimento das leis e tomar medidas
corretivas em tempo hábil para tratar da segurança e preocupações de solidez.

Princípio 2 - Independência, prestação de contas, recursos e proteção legal para


supervisores

O supervisor possui independência operacional, transparência, boa governança,


processos orçamentários que não prejudicam autonomia, recursos adequados e é
responsável pelo cumprimento de seus deveres e uso de seus recursos. O quadro
legal para a supervisão bancária inclui proteção legal para o supervisor.

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Princípio 3 - Cooperação e colaboração

Leis, regulamentos ou outras disposições proporcionam um quadro para a


cooperação e colaboração com os autoridades nacionais e supervisores
estrangeiros. Esses arranjos refletem a necessidade para proteger informações
confidenciais.

Princípio 4 - Atividades permitidas

As atividades permitidas das instituições autorizadas e sujeitos a supervisão estão


claramente definidos e a palavra “banco” é utilizada de forma controlada.

Princípio 5 - Critérios de licenciamento

A autoridade supervisora tem o poder de definir critérios e rejeitar pedidos de


autorização de funcionamento que não atendam aos critérios. No mínimo, o
processo de licenciamento consiste em uma avaliação da estrutura de
propriedade e governança (incluindo a qualificação dos membros do Conselho e
executivos seniores) do banco e de seu grupo mais amplo, e sua estratégia e
operação plano, controles internos, gerenciamento de risco e condição financeira
projetada. Quando o acionista controlador ou a organização controladora
proposta for um banco estrangeiro, o consentimento prévio de seu supervisor
doméstico deve ser obtido.

Princípio 6 - Transferência de propriedade significativa

A autoridade supervisora tem o poder de rever, rejeitar e impor condições


prudenciais a qualquer proposta de transferência posse significativa ou
participação controladora detida direta ou indiretamente em bancos para outras
partes.

Princípio 7 - Principais aquisições

O supervisor tem o poder de aprovar ou rejeitar (ou recomendar à autoridade


responsável a aprovação ou rejeição) e impor condições prudenciais a grandes

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aquisições ou investimentos de um banco, com base em critérios prescritos,


incluindo o estabelecimento de operações entre fronteiras, e determinar que as
afiliações ou estruturas corporativas não exponham o banco a riscos indevidos ou
dificultar a supervisão efetiva.

Princípio 8 - Abordagem de supervisão

Um sistema eficaz de supervisão bancária exige que o supervisor desenvolva e


mantenha uma avaliação prospectiva do perfil de risco de cada banco e grupo
bancário, proporcionalmente ao seu importância sistêmica; identificar, avaliar e
tratar os riscos provenientes dos bancos e o sistema bancário como um todo; ter
uma estrutura para intervenção precoce; e ter planos em andamento, em parceria
com outras autoridades relevantes, para resolver os bancos de maneira ordenada
se eles se tornarem inviáveis.

Princípio 9 - Técnicas e ferramentas de supervisão

O supervisor usa uma gama apropriada de técnicas e ferramentas para


implementar a supervisão, sendo que deve mobilizar recursos de forma
proporcional, tendo em conta o perfil de risco e importância sistêmica dos bancos.

Princípio 10 - Relatórios de supervisão

O supervisor coleta, revisa e analisa relatórios prudenciais e retornos estatísticos de


bancos tanto em um solo quanto base consolidada e verifica de forma
independente esses relatórios por meio de exames ou uso de especialistas externos.

Princípio 11 - Poderes corretivos e sancionatórios dos supervisores

O supervisor age em um estágio inicial para tratar de práticas inseguras ou


atividades que possam representar riscos para os bancos ou para o sistema
bancário. O supervisor tem à sua disposição uma gama adequada de ferramentas
de supervisão para produzir ações corretivas. Isso inclui a capacidade de revogar
a licença bancária ou de recomendar a sua revogação.

Princípio 12 - Supervisão consolidada

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Um elemento essencial do sistema de supervisão bancária é que o supervisor


supervisiona o grupo bancário em uma base consolidada, realiza monitorização
adequada e, se for caso disso, aplica normas prudenciais aos negócios realizados
pelo grupo bancário em todo o mundo.

Princípio 13 - Relacionamentos de hospedagem domiciliar

Supervisores de origem e e do país de operação de grupos bancários


transfronteiriços compartilham informações e cooperam para a supervisão eficaz
de as entidades do grupo e do grupo e o tratamento eficaz de situações de crise.
Supervisores devem requerer que as operações
1 locais dos bancos estrangeiros
sejam conduzidas aos mesmos padrões como as exigidas dos bancos domésticos.

Regulamentos e requisitos prudenciais

Princípio 14 - Governança corporativa

O supervisor determina que bancos e grupos bancários têm políticas e processos


robustos de governança corporativa que cobrem, por exemplo, direção
estratégica, grupo e estrutura organizacional, controle responsabilidades dos
Conselhos de Administração e da alta administração dos bancos, e compensação.
Essas políticas e processos são compatíveis com o perfil de risco e importância
sistêmica do banco.

Princípio 15 - Processo de gerenciamento de risco

O supervisor determina que os bancos devem ter um processo abrangente de


gerenciamento de riscos (incluindo a Diretoria e supervisão da alta direção) para
identificar, medir, avaliar, monitorar, relatar e controlar ou mitigar todos os riscos
relevantes em tempo hábil e avaliar a adequação seu capital e liquidez em
relação ao seu perfil de risco e mercado e condições macroeconômicas. Isso se
estende ao desenvolvimento e revisão de contingências (incluindo planos de
recuperação robustos e credíveis, quando justificado) que leve em conta as

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circunstâncias específicas do banco. O gerenciamento de risco é proporcional ao


perfil de risco e à importância sistêmica do banco.

• Princípio 16 - Adequação de capital

O supervisor define requisitos prudentes e apropriados de adequação de capital


para os bancos que reflitam os riscos assumidos e apresentado por um banco no
contexto dos mercados e condições macroeconômicas que opera. O supervisor
define os componentes do capital, tendo em mente sua capacidade de absorver
perdas. Pelo menos para bancos internacionalmente ativos, os requisitos de capital
não são inferiores aos padrões de Basileia
e aplicáveis.

Princípio 17 - Risco de crédito

O supervisor determina que os bancos tenham um processo de gerenciamento de


risco de crédito que leva em consideração seu apetite de risco, condições de
mercado e macroeconômicas. Isso inclui políticas prudenciais e processos para
identificar, medir, avaliar, monitorar, relatar e controlar ou mitigar risco de crédito
(incluindo o risco de crédito da contraparte) em tempo hábil. O crédito total o ciclo
de vida é coberto, incluindo subscrição de crédito, avaliação de crédito e gestão
das carteiras de empréstimos e investimentos do banco.

Princípio 18 - Ativos problemáticos, provisões e reservas

O supervisor determina que os bancos tenham políticas e processos adequados


para o identificação e gerenciamento de ativos problemáticos, e a manutenção
de provisões e reservas.

Princípio 19 - Risco de concentração e grandes limites de exposição

O supervisor determina que os bancos tenham políticas e processos adequados


para identificar, medir, avaliar, monitorar, relatar e controlar ou mitigar
concentrações de risco em tempo hábil base. Os supervisores estabelecem limites
prudenciais para restringir as exposições bancárias a contrapartes ou grupos de
contrapartes conexas.

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Princípio 20 - Transações com partes relacionadas

Para evitar abusos decorrentes de transações com partes relacionadas e para


enfrentar o risco de conflito de juros, o supervisor exige que os bancos celebrem
quaisquer transações com partes em condições de plena concorrência; monitorar
essas transações; tomar apropriado passos para controlar ou mitigar os riscos; e
eliminar as exposições a partes relacionadas em de acordo com políticas e
processos padrão.

Princípio 21 - País e riscos de transferência

O supervisor determina que os bancosctenham políticas e processos adequados


para identificar, medir, avaliar, monitorar, informar e controlar ou mitigar o risco-país
e o risco de transferência de seus empréstimos e investimentos em tempo hábil.

Princípio 22 - Riscos de mercado

O supervisor determina que os bancos tenham processo adequado de gestão de


risco de mercado que leva em conta seu risco apetite, perfil de risco, condições de
mercado e macroeconômicas e o risco de deterioração significativa da liquidez do
mercado. Isso inclui políticas prudentes e processos para identificar, medir, avaliar,
monitorar, relatar e controlar ou mitigar riscos de mercado em tempo hábil.

Princípio 23 - Risco de taxa de juros na carteira bancária

O supervisor determina os bancos tenham sistemas adequados para identificar,


medir, avaliar, monitorar, relatar e controlar ou mitigar o risco da taxa de juros na
carteira bancária em tempo hábil. Estes os sistemas levam em consideração o
apetite de risco, o perfil de risco e o mercado condições macroeconômicas.

Princípio 24 - Risco de liquidez

O supervisor estabelece liquidez prudente e apropriada requisitos (que podem


incluir requisitos quantitativos ou qualitativos ou ambos) para os bancos que
refletem as necessidades de liquidez do banco. O supervisor determina que os
bancos tenham uma estratégia que permita uma gestão prudente da liquidez risco

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e cumprimento dos requisitos de liquidez. A estratégia leva em consideração perfil


de risco do banco, bem como as condições de mercado e macroeconómicas e
inclui políticas e processos prudentes, consistentes com o apetite de risco do banco,
para identificar, medir, avaliar, monitorar, relatar e controlar ou mitigar o risco de
liquidez em conjunto apropriado de horizontes de tempo. Pelo menos para os
bancos internacionalmente ativos, a liquidez os requisitos não são inferiores aos
padrões de Basileia aplicáveis.

Princípio 25 - Risco operacional

O supervisor determina que os bancos tenham


f adequada estrutura de gestão de
risco operacional que leve em consideração seu apetite de risco, perfil de risco e
condições mercadológicas e macroeconômicas. Isso inclui políticas e processos
prudentes para identificar, avaliar, avaliar, monitorar, relatar e controlar ou mitigar
o risco operacional em tempo hábil.

Princípio 26 - Controle interno e auditoria

O supervisor determina que os bancos tenham estruturas de controle interno


adequadas para estabelecer e manter um ambiente operacional controlado para
a condução de seus negócios, levando em conta o seu perfil de risco. Estes incluem
disposições claras para delegar autoridade e responsabilidade; separação das
funções que envolvem o comprometimento do banco, pagando seus fundos e
contabilizando seus ativos e passivos; reconciliação dos processos; salvaguarda de
ativos do banco; e auditoria interna com apropriada independência, além de área
de conformidade para testar a aderência a esses controles em relação a leis e
regulamentos aplicáveis.

Princípio 27: Relatórios financeiros e auditoria externa

O supervisor determina que bancos e grupos bancários mantenham registros


adequados e confiáveis, preparem demonstrações financeiras de acordo com as
políticas e práticas contábeis que são amplamente aceitas internacionalmente e

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publiquem anualmente informações que reflitam sua condição financeira e


desempenho e tem uma participação externa opinião do auditor. O supervisor
também determina que bancos e empresas controladoras de grupos bancários
têm governança adequada e supervisão da auditoria externa função.

Princípio 28 - Divulgação e transparência

O supervisor determina que bancos e grupos bancários publicam regularmente


informações sobre uma base consolidada e quando apropriado, base individual
que seja facilmente acessível e reflita razoavelmente condição financeira,
desempenho, exposições a risco, estratégias
5 de gestão de risco e políticas e
processos de governança corporativa.

Princípio 29 - Abuso de serviços financeiros

O supervisor determina que os bancos ter políticas e processos adequados,


incluindo regras estritas de devida diligência ao cliente promover elevados padrões
éticos e profissionais no setor financeiro e impedir que o banco seja usado,
intencionalmente ou não, para atividades.

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ACORDO DE BASILEIA I

O primeiro Acordo de Basileia (“Basileia 1”) foi concebido em 1988, pelo Comitê da
Basileia para a Regulação Bancária, um dos comitês mantidos pelo Bank for
International Settlements (BIS), instituição conhecida como o Banco Central dos
Bancos Centrais.

Em resumo, Basileia 1 é um conjunto de recomendações para ser aplicado


(apenas) a bancos internacionalmente ativos, em países industrializados, com o
objetivo de nivelar as condições de competição
0 entre eles.

A introdução do documento dispõe que:

“Dois objetivos fundamentais estão no coração do trabalho do Comitê sobre a


convergência regulatória. Estes são, primeiro, que a nova estrutura deveria servir
para reforçar a saúde e a estabilidade do sistema bancário internacional; e, em
segundo lugar, que a estrutura deveria ser justa e ter um alto grau de consistência
em sua aplicação a bancos em diferentes países com vistas a diminuir uma fonte
existente de desigualdade competitiva entre bancos internacionais. ... a estrutura
[proposta] pelo Comitê é dirigida mais especificamente a bancos que participem
do mercado internacional.” (BCBS, 1988, pp. 1-2; ênfases acrescentadas)

Em que pese ser aplicável, inicialmente, apenas aos bancos internacionalmente


ativos, Basileia 1 tornou-se referência para diversos bancos, incluindo os situados em
países em desenvolvimento, como é o caso dos bancos brasileiros.

No Brasil, Basileia foi internalizado através da publicação da Resolução nº 2.099 pelo


Banco Central do Brasil, em agosto de 1994. Essa Resolução estabeleceu que as
instituições autorizadas a operar no mercado brasileiro deveriam constituir o
Patrimônio Líquido Exigido (PLE) em um valor igual à no mínimo 8% de seus ativos
ponderados por fatores de risco, idêntico ao preconizado pelo BIS. Em novembro
de 1997 esse índice foi alterado para 11%, por meio da Circular nº 2.784.

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E é esta a principal característica de Basileia 1: estabelecer a quantidade de capital


que a instituição bancária deve manter provisionada, de acordo com o grau de
risco da operação ativa realizada.

O quadro abaixo resume as 5 classificações de risco consideradas pelo Bacen no


âmbito de Basileia 1:

A metodologia é a seguinte: estabelece-se uma razão entre o capital


provisionado e o Ativo Ponderado pelo Risco (APR), a depender do risco da
operação ativa praticada; quanto mais elevado o risco deste operação, maior a
necessidade de provisionamento de capital pela instituição bancária.

Vamos compreender através de um exemplo. Considere as operações de crédito


em geral e outros créditos, com fator de 100%. Isto significa que deve haver provisão
de 100% do Patrimônio Líquido Exigido (inicialmente de 8%; após 1997, 11%) da
operação ativa praticada. Ou seja, para uma operação de crédito de R$ 100 mil,
R$ 11 mil deveriam ser provisionados pelo banco de maneira prudencial, para evitar
eventuais problemas nesta operação (lembrando que, inicialmente, este
percentual era de 8%).

Para operações de depósitos bancários e disponibilidades em moeda estrangeira,


é necessário provisionar 20% de 11%, ou seja, 2,2% do total da operação ativa.
Novamente para uma operação de R$ 100 mil, é necessário o provisionamento
pelo banco de um valor de R$ 2,2 mil.

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É notável que, quanto mais elevado o risco da operação ativa, maior a


necessidade de provisão, menor a capacidade do banco em realizar operações
alavancadas e, consequentemente, mais seguro o sistema bancário e menor a
possibilidade de ocorrência de risco sistêmico.

E, assim, esperava-se que Basileia 1 atingisse seu objetivo de prevenir riscos


sistêmicos através da regulação prudencial (provisionamento de capital).

No entanto, Basileia 1 foi motivo de diversas críticas, que foram utilizadas na


elaboração de Basileia 2. Em resumo, segue abaixo um consolidado das críticas,
nos termos elaborados por Castro (2007)4:

1. O pequeno número das categorias de risco preestabelecidas provou- se


inadequado em face da diversidade das operações bancárias. O capital exigido
jamais refletiu adequadamente os distintos perfis de risco dos ativos das instituições.

2. O acordo permitia operações de arbitragem entre instituições financeiras não-


reguladas e bancos.

3. Abria possibilidade de ganhos de arbitragem (regulatory arbitrage), ao


classificar operações com ponderações de risco diversas daquelas observadas nos
mercados. Ou seja, havia incentivos a desalinhar a razão risco-retorno apenas para
cumprir formalmente os requerimentos estabelecidos pelo Banco Central.

4. Não incentivava a adoção de técnicas de mitigação de risco (hedging), uma


vez que os colaterais e as garantias não são ponderadas em sua capacidade
mitigadora efetiva;

5. Não considerava avaliação de correlações entre diferentes categorias de


risco.

6. Tendência de que regras criadas aprofundem recessões, em períodos de


baixa atividade econômica. Isso porque o uso de medidas centradas em taxas de

4
Op. citado

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adequação de capital faz com que, na fase descendente do ciclo de negócios,


exista uma tendência a cortar empréstimos, em vez de buscar melhorar a
adequação do capital, por exemplo, dando incentivos para que os bancos
busquem levantar recursos em mercado [Stiglitz (2002 , p. 116)] → Esta é a principal
crítica à Basileia 1.

7. Categorias de risco, que atribuem risco zero a operações com títulos públicos
– o que, sobretudo em países como o Brasil, em que as taxas de juros pagas sobre
títulos públicos são bastante altas, tende a reforçar a tendência já existente dos
bancos de se concentrarem em operações de tesouraria (títulos), em vez do
crédito produtivo. O fator de 100% aplicado em Basiléia I a créditos corporativos em
geral (sem diferenciação de sua qualidade e classificação de risco) corrobora o
incentivo à alocação dos bancos em ativos livres de risco, em particular em títulos
públicos. E

8. Por fim, ao exigir elevados requerimentos de capital, independentemente do


tamanho dos bancos, o marco regulatório pode ter contribuído para exacerbar a
elevação da concentração bancária – embora seja difícil auferir o quanto.

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ACORDO DE BASILEIA II

Como já citado, Basileia 1 foi alvo de críticas, que levaram a sua revisão. Neste
contexto, foi elaborado Basileia 2 (Basel Committee on Banking Supervision 2004).

Ao contrário do primeiro acordo, Basileia 2 foi elaborado com base nos conceitos
e princípios de autorregulação, isto é, incentivando os próprios bancos a calcular
seus riscos e melhorar seus controles internos, forma conhecida como método de
incentivo.

Desta forma, lembre-se de que a principal evolução de Basileia 1 para Basileia 2 foi
esta: o avanço de uma regulação prudencial e tutelar (elaborada de maneira
uniforme pelo regulador para todas as instituições bancarias passiveis de
regulação) para outra com base nos conceitos e princípios de autorregulação,
método em que são dados incentivos aos bancos para o controle de seus próprios
riscos.

Segundo Castro (2007), oportunamente citada, “o novo marco regulatório continua


a ter por objetivo declarado promover a segurança sistêmica do mercado
financeiro e mantém o foco em bancos internacionalmente ativos – embora
novamente se espere que o acordo seja adotado indiscriminadamente. A definição
do que pode ser considerado capital e das técnicas aceitas para tratar do risco de
mercado permanecem, mas o novo acordo é mais sensível a riscos e à crescente
sofisticação dos mercados financeiros. Basicamente, amplia-se o acordo anterior,
centrado na noção de capital regulatório adequado ao risco, incorporando novas
dimensões.”

Basileia 2 está baseado em 3 pilares, como mostrado no esquema a seguir:

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Basileia 2

Pilar 1
Pilar 3
(Requisitos Pilar 2 (Processo
(Disciplina de
Mínimos de de Supervisão)
Mercado)
Fundos Próprios)

Risco de Crédito Risco de Mercado Risco Operacional

✓ Pilar 1

Os requisitos mínimos de capital seguem as disposições aplicáveis em Basileia 1


(taxa de capital mínima de 8% e, no Brasil, 11%). A novidade de Basileia 2 diz respeito
aos riscos abarcados e às formas de mensuração dos riscos e de cálculo do capital
mínimo a ser mantido. No tocante aos riscos considerados no cálculo da taxa de
capital, além dos de crédito e de mercado já considerados em Basileia 1,
introduziu-se o risco operacional, que é aquele calculado sobre as operações
ativas que a instituição financeira realiza com capital próprio, que ela mesmo
administra. Quanto à mensuração destes, foram introduzidas formas distintas de
cálculo do risco de crédito, (i) o método padronizado e (ii) os modelos básico e
avançado de modelos internos de avaliação de risco; e outros três para o cálculo
do risco operacional: método indicador básico, método indicador padronizado e
método de mensuração avançada (AMA); o risco de mercado continuou ser
calculado da mesma forma, uma vez que já incluía a possibilidade de uso de
modelos internos de avaliação de riscos.

Não é preciso entrar em detalhes de como estes riscos de crédito são calculados,
mas tão somente saber que o método padronizado segue as disposições de
Basileia 1 (os bancos devem designar suas exposições ao risco crédito a partir de

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características dos emissores dos instrumentos que compõem sua carteira de ativos,
se emitidos por agentes públicos, corporativos, soberanos, bancos comerciais,
entre outros, e provisionar capital para cada segmentação) e os métodos internos
seguem o espirito de Basileia 2, ou seja, a possibilidade da instituição bancária
utilizar suas próprias estimativas de avaliação de risco como instrumento primário
para o cálculo do capital mínimo a ser mantido a partir de certa exposição ao risco.

Segundo Mendonça (2004)5 “ao lado da manutenção de capital em função da


exposição aos riscos de crédito e mercado, as instituições bancárias deverão
manter capital também em função dos riscos operacionais, definidos como riscos
de perdas incorridas em função de processos internos inadequados ou falidos e
humanos ou sistêmicos, assim como de eventos externos, incluindo riscos legais e
excluindo riscos de reputação e estratégicos. A estrutura do Basiléia II estabelece
três métodos distintos para o cálculo das metas de capital a serem mantidas em
função do risco operacional, em grau crescente de sensibilidade à exposição a tal
risco: método do indicador básico, método padronizado e método de mensuração
avançada, e espera que os bancos movam-se neste sentido, de desenvolver e
adotar métodos cada vez mais sensíveis aos riscos assumidos (BCBS, 2004). Os dois
primeiros utilizam a receita bruta anual obtida pelos bancos como uma
aproximação de sua escala de operações do banco e, desta forma, de sua
exposição ao risco operacional. Ao optar pelo método do indicador básico, o
banco deve calcular o capital a ser mantido ao multiplicar sua receita bruta anual
(média dos últimos três anos) por um coeficiente fixo (α = 0,15). O método
padronizado considera a exposição ao risco operacional em cada uma das linhas
de negócios do banco e assim o cálculo do capital a ser mantido para cada uma
delas é realizado através da multiplicação da receita bruta anual por coeficientes
fixos (β) estabelecidos pelo Comitê, coeficientes que procuram refletir o tamanho

5
Mendonça, Ana Rosa Ribeiro. “O Acordo da Basiléia de 2004: Uma Revisão em Direção às Práticas De
Mercado” em Economia Política Internacional: Análise Estratégica n. 2 jul/set. 2004

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ou o volume de atividades dos bancos naquela determinada área. No método


avançado, os requerimentos de capital serão determinados pelo sistema interno
de mensuração de risco, e a adoção de tal modelo está condicionada à
aprovação das autoridades supervisoras.6”

✓ Pilar 2

Este pilar aplica-se à função do regulador no sistema bancário. Segundo Castro


(2007), “os supervisores deverão avaliar a forma de cálculo do capital exigido
praticada por cada banco e intervir quando julgar necessário. O objetivo maior é
estabelecer um diálogo permanente entre regulados e órgão regulador, para
aumentar a segurança do sistema, permitir a intervenção em situações de
crescimento do risco e/ou evitar a criação de vantagens ou desvantagens entre
instituições reguladas. Aspectos como a concentração da carteira dos bancos em
um determinado setor ou cliente deverão ser acompanhados de perto pelo
regulador, e medidas poderão ser estabelecidas para reduzir ou mitigar o risco da
concentração.”7

✓ Pilar 3

O intuito da construção deste terceiro pilar é a complementação dos


requerimentos de capital e do processo de revisão da supervisão. A ideia básica é
que o desenvolvimento de regras que estimulem e requeiram uma maior abertura
de informações quanto ao perfil de riscos e o nível de capitalização dos bancos,
estimulem que os agentes participantes do mercado exerçam a disciplina deste. A
introdução da disciplina de mercado como o terceiro pilar de Basileia 2 traz a
lógica do mercado para o centro da discussão das novas regras para a

6
A aprovação do sistema interno pela autoridade supervisora está sujeita a comprovação de uma série
de padrões quantitativos e qualitativos. No tocante à adoção de instrumentos de diminuição de riscos,
como os seguros, somente os bancos que optarem por este método poderão considerá-los, dentro de
certos limites (20%), para diminuição do capital mínimo a ser mantido.
7
Op. citado

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regulamentação dos mercados financeiros, marcando o aprofundamento da


tendência já explicitada nos pilares anteriores.

O objetivo é fomentar a padronização nos procedimentos contábeis e na


divulgação das informações. Do ponto de vista analítico, incentiva o setor bancário
a caminhar no sentido da autorregulação, sem prejuízo da regulação pelo
governo, considerações no cerne dos princípios de Basileia 2.

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ACORDO DE BASILEIA III

O cronograma de implementação de Basileia 2 previa que sua implementação,


no Brasil, estaria completa em 2012.

No entanto, com o advento da crise econômica de 2007-2008 e a importância


representada pelo sistema financeiro neste contexto (a crise se iniciou no sistema
financeiro norte-americano, notadamente no mercado de financiamento
imobiliário subprime, e se alastrou para a economia real norte-americana e, depois,
para os demais países desenvolvidos e em desenvolvimento, denotando um
contágio e risco sistêmico, mesmo com a vigência da regulação prudencial e dos
Acordos de Basileia 1 e 2), notou-se a necessidade de adoção de um novo Acordo
de Basileia, conhecido como Basileia 3, cujas sugestões estão contidas nos
seguintes documentos: “Basel III: A global regulatory framework for more resilient
bank sand banking system” (Basel Committee on Banking Supervision 2010a) e
“Basel III: International framework for liquidity risk measurement, standards and
monitoring” (Basel Committee on Banking Supervision 2010b).

No Brasil, a adoção de Basileia 3 foi anunciada em março de 2013 pelo Banco


Central, com o objetivo de “aperfeiçoar a capacidade das instituições financeiras
de absorver choques, fortalecendo a estabilidade financeira e a promoção do
crescimento econômico sustentável.”

Segundo Basileia 3, as inovações em relação à Basileia 2 estão fundadas no(a) (i)


reforço dos requisitos de capital próprio das instituições de crédito, (ii) aumento
considerável da qualidade desses fundos próprios, (iii) redução do risco sistêmico e
um período de transição que seja suficiente para acomodar essas exigências.
Dentre estas medidas8, o Comitê destaca:

8
Citadas em Leite e Reis (2013): O Acordo de Capitais de Basiléia III: Mais do Mesmo?

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✓ Aumentar a qualidade do capital disponível de modo a assegurar que os


bancos lidem melhor com as perdas;
✓ Aumentar os requerimentos mínimos de capital, incluindo um aumento no
capital principal de 2% para 4,5%;
✓ Criar um colchão de conservação de capital e de um colchão anticíclico de
capital, ambos em 2,5% cada;
✓ Diversificar a cobertura do risco, incorporando as atividades de trading,
securitizações, exposições fora do balanço e derivativos;
✓ Introduzir uma taxa de alavancagem para o sistema e medidas sobre
requerimentos mínimos de liquidez, tanto para o curto quanto para o
✓ longo prazo;
✓ Aumentar a importância dos pilares II e III do acordo anterior no processo de
supervisão e de transparência. Para isso, o comitê propõe práticas para a gestão
de liquidez, realização dos testes de estresse, governança corporativa e práticas
de avaliação de ativos. Ainda, há a preocupação com a gestão e concentração
de risco além da promoção de incentivos para que os bancos tenham uma melhor
administração do risco e retorno orientados para o longo prazo. Com a introdução
de tais medidas, espera-se que seja possível se obter

Não é necessário saber todos estes pontos em detalhes, pois, como já citado no
início desta aula, é preciso saber apenas os conhecimentos gerais sobre os Acordos
de Basileia, mas não seus pormenores técnicos.

Desta forma, é preciso compreender que os principais objetivos de Basileia 3 são


obrigar os bancos (i) a deter um volume maior de capital e ativos de alta qualidade
para limitar os riscos que estão relacionados à concessão de crédito, bem como à
negociação de ativos, (ii) aprimorar seus processos de gerenciamento de risco, (iii)
disponibilizar ativos de alta qualidade, (iv) aumentar a liquidez para prover a
cobertura de desencaixes em períodos de estresse e crises e (v) ampliar a
transparência e disponibilidade de informações.

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Aula 01

De um ponto de vista mais macro, outro importante objetivo de Basileia 3 é obter


um sistema bancário mais forte e estável, além de diminuir a alocação ineficiente
de recursos que acontece em períodos de excessivo crescimento de crédito.9

9
Tradução livre de Wellink, N. (2010). The Basel Committee and Regulatory Reform.

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Aula 01

LISTA DE QUESTÕES E GABARITO


FUNIVERSA - Perito Criminal (PC DF)/Ciências Contábeis/2012/

A respeito da constituição e do funcionamento das instituições financeiras, assinale


a alternativa correta.

a) Quando uma empresa tem como atividade acessória a custódia de valores


cambiais de propriedade de terceiros, ela deve ser considerada instituição
financeira, para efeito da legislação em vigor.

b) Uma pessoa física não pode ser equiparada às instituições financeiras, ainda que
exerça atividade típica dessas instituições.

c) As instituições financeiras privadas constituir-se-ão sob a forma de sociedades


anônimas ou sociedades de quotas de responsabilidade limitada.

d) As instituições financeiras são obrigadas a levantar balanços gerais em 31 de


dezembro de cada ano, sendo-lhes, porém, facultado o levantamento de balanço
geral em 30 de junho.

e) As instituições financeiras somente poderão emitir debêntures, quando o


respectivo empréstimo for realizado com empresas subsidiárias ou controladas.

CESPE - Escriturário (BB)/"Sem Área"/2008/3

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por órgãos de regulação e por


instituições financeiras e auxiliares, públicas e privadas, que atuam na
intermediação de recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo).
Com relação ao SFN, julgue o item seguinte.

São consideradas instituições financeiras as pessoas jurídicas, públicas ou privadas,


que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou

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Aula 01

a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional


ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

CESPE - Escriturário (BB)/"Sem Área"/2008/2

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por órgãos de regulação, por


instituições financeiras e auxiliares, públicas e privadas, que atuam na
intermediação de recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo).
Com relação ao SFN, julgue o item a seguir.

A área operativa do SFN é formada pelas instituições financeiras públicas e


privadas, que atuam no mercado financeiro.

FCC - Analista da Comissão de Valores Mobiliários/Mercado de Capitais/2003

O Sistema de Intermediação Financeira fundamenta-se


a) na expansão da renda nacional dos principais agentes econômicos.
b) no equilíbrio de caixa dos agentes econômicos superavitários.
c) no controle da carga tributária e fiscal dos agentes econômicos.
d) no desequilíbrio entre o nível de poupança e investimento na economia.
e) na gestão da dívida pública mobiliária federal, estadual e municipal.

CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 1/2009

As instituições financeiras não monetárias


a) incluem os bancos comerciais.
b) incluem as cooperativas de crédito.
c) incluem as caixas econômicas.
d) captam recursos através da emissão de títulos.
e) captam recursos através de depósitos à vista.

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Aula 01

FGV - Analista Bancário (BNB)/2014/

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por um conjunto de instituições


que se dedica a manter o fluxo de recursos entre unidades superavitárias
(poupadoras) e unidades deficitárias (tomadoras / investidoras). O SFN mantém a
ordem no mercado financeiro por meio de normas e procedimentos. O SFN é
composto por um sistema normativo, além dos agentes que o operam, tais como
instituições (especiais e auxiliares) e intermediários financeiros – monetários e não
monetários.
Considerando as diferenças entre esses agentes, é correto afirmar que:
a) intermediários financeiros captam recursos junto ao público e investem na Bolsa
de Valores; as instituições auxiliares, embora também captem junto ao público,
investem no mercado imobiliário;
b) intermediários financeiros monetários captam recursos junto ao público e
emprestam esses recursos, criando moeda escritural; as instituições auxiliares
colocam em contato poupadores e investidores e não criam moeda escritural;
c) intermediários financeiros monetários captam recursos junto ao público e
emprestam esses recursos, criando moeda escritural; as instituições auxiliares
colocam em contato poupadores e investidores, criando também moeda
escritural;
d) intermediários financeiros não monetários captam depósitos à vista e as
instituições especiais não captam depósitos à vista;
e) instituições especiais fazem empréstimos especiais, enquanto as instituições
auxiliares auxiliam o Banco Central a regular o sistema.

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CESPE - Analista Judiciário (TRT 10ª Região)/Administrativa/"Sem


Especialidade"/2013/

Tendo em vista que o crescimento dos gastos públicos e o consequente aumento


do peso do governo na economia tornam o planejamento da ação governamental
cada vez mais importante, julgue o item subsequente, relativo à evolução do
orçamento público e ao papel do Estado na economia.

A regulação econômica é uma das formas de intervenção da administração na


economia, sendo que o bem-estar do consumidor e a melhoria nos níveis de
eficiência alocativa podem ser definidos como alguns dos objetivos fundamentais
da regulação.

CESPE - Agente de Polícia Federal/2002

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

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Aula 01

Uma política adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis,


tendo presente que regulação não é apenas fixar preço.

CESPE - Agente de Polícia Federal/2002

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

Um aspecto que não precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de


informação, que consiste em o produtor ter mais informação que o consumidor e
não a transferir, pois o Estado deve deixar que o mercado encontre seu ponto de
equilíbrio.

CESPE - Agente de Polícia Federal/2002

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de

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diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de


unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

A regulação visa corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação,


utilização de recursos naturais e efeitos da poluição.

CESPE - Agente de Polícia Federal/2002

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

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Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

A regulação visa criar sistemas de competição em setores que tendem a funcionar


sob o regime de monopólios naturais, que provocam a existência de custos fixos
importantes, grande proporção de investimentos irreversíveis, gerando barreiras à
entrada de novos investidores.

CESPE - Agente de Polícia Federal/2002

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

Regulação de mercados poderia ser definida como o conjunto de ações públicas


que busca melhorar a eficiência da alocação dos recursos no mercado, ou
aumentar o bem-estar social dessa alocação.

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CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4 - Contabilidade e


Finanças/2013/

Com relação à avaliação de estratégias e performance, julgue o item seguinte.

A viabilidade econômico-financeira para instalação de uma nova instituição


financeira é realizada mediante a análise de viabilidade dos mercados da região
em que a instituição pretende se instalar; a projeção de rentabilidade almejada e
possível; e as projeções financeiras acerca da evolução patrimonial da instituição
e fontes de recursos que financiarão essa evolução.

ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002

Em relação às condições para o Banco Central do Brasil conceder autorização para


funcionamento de instituições que pretendem atuar no Sistema Financeiro
Nacional, é correto afirmar que:

a) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil independe da existência de restrições cadastrais por parte
dos futuros controladores.

b) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil é condicionada à comprovação, por parte dos futuros
administradores, de situação econômica compatível com o empreendimento.

c) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil independe da comprovação da origem dos recursos
utilizados pelos controladores para fazer face ao empreendimento.

d) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil é condicionada à participação máxima de 50% de
participação estrangeira no capital do empreendimento.

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e) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil é condicionada à integralização de capital em valores
iguais ou superiores aos limites mínimos definidos para cada tipo de instituição.

FUNDATEC - Analista de Projetos (BRDE)/Economico-Financeira/2017

Os 25 Princípios Básicos do Comitê de Basiléia referem-se:

I. A precondições para uma supervisão bancária eficaz.

II. A autorizações e estrutura.

III. A regulamentos e requisitos prudenciais.

IV. Ao cumprimento das diretrizes e de protocolos pré-estabelecidos.

V. A poderes formais dos supervisores e atividades bancárias internacionais.

VI. À gestão permanente de riscos e transferências bancárias.

VII. A métodos de supervisão bancária contínua e requisitos de informação.

Quais estão corretas?

a) Apenas I, II e VI.

b) Apenas III, IV e VII.

c) Apenas III, IV, V e VI.

d) Apenas IV, V, VI e VII.

e) Apenas I, II, III, V e VII.

CESPE - Procurador do Banco Central do Brasil/2013/

No que se refere às recomendações internacionais em matéria de supervisão


bancária (core principles for effective banking supervision), do BIS (Bank for
International Settlements), assinale a opção correta.

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a) Os reguladores devem destinar o mesmo grau de atenção a todas as instituições


financeiras, independentemente da importância sistêmica e da complexidade da
instituição, bem como do risco que oferece.

b) A governança corporativa dos bancos não é contemplada nessas


recomendações.

c) Os princípios fundamentais em que se amparam as referidas recomendações


foram revistos em 2006, mas ainda não foram atualizados e revisados após a crise
financeira mundial iniciada em 2008.

d) O principal objetivo dessas recomendações é a promoção da segurança e da


solidez dos bancos e do sistema bancário.

e) Um dos objetivos da supervisão bancária é evitar, em qualquer hipótese, a


falência de instituições financeiras.

GABARITOS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

A CERTO CERTO CERTO D B CERTO CERTO ERRADO CERTO


11 12 13 14 15 16

CERTO CERTO CERTO E E D

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QUESTÕES RESOLVIDAS
FUNIVERSA - Perito Criminal (PC DF)/Ciências Contábeis/2012/

A respeito da constituição e do funcionamento das instituições financeiras, assinale


a alternativa correta.

a) Quando uma empresa tem como atividade acessória a custódia de valores


cambiais de propriedade de terceiros, ela deve ser considerada instituição
financeira, para efeito da legislação em vigor.

b) Uma pessoa física não pode ser equiparada às instituições financeiras, ainda que
exerça atividade típica dessas instituições.

c) As instituições financeiras privadas constituir-se-ão sob a forma de sociedades


anônimas ou sociedades de quotas de responsabilidade limitada.

d) As instituições financeiras são obrigadas a levantar balanços gerais em 31 de


dezembro de cada ano, sendo-lhes, porém, facultado o levantamento de balanço
geral em 30 de junho.

e) As instituições financeiras somente poderão emitir debêntures, quando o


respectivo empréstimo for realizado com empresas subsidiárias ou controladas.

Vimos que é considerada instituição financeira as pessoas jurídicas públicas ou


privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em
moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros,
como descrito na alternativa A.

Vejamos o erro das demais alternativas:

b) Equiparam-se às IFs as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades


referidas acima, de forma permanente ou eventual.

c) Apenas sociedades anônimas

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Aula 01

d) As instituições financeiras levantarão balanços gerais a 30 de junho e 31 de


dezembro de cada ano, obrigatoriamente, com observância das regras contábeis
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

e) É vedada às IFs a emissão de debêntures.

GABARITO: LETRA A

CESPE - Escriturário (BB)/"Sem Área"/2008/3

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por órgãos de regulação e por


instituições financeiras e auxiliares, públicas e privadas, que atuam na
intermediação de recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo).
Com relação ao SFN, julgue o item seguinte.

São consideradas instituições financeiras as pessoas jurídicas, públicas ou privadas,


que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou
a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional
ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

Bom, acho que o conceito agora ficou fácil.

De fato, as instituições financeiras são as pessoas jurídicas (públicas ou privadas)


cujas atividades concentram-se na intermediação de recursos (coleta,
intermediação e/ou aplicação) e na custodia dos valores de terceiros.

GABARITO: CERTO

CESPE - Escriturário (BB)/"Sem Área"/2008/2

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por órgãos de regulação, por


instituições financeiras e auxiliares, públicas e privadas, que atuam na
intermediação de recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo).
Com relação ao SFN, julgue o item a seguir.

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Aula 01

A área operativa do SFN é formada pelas instituições financeiras públicas e


privadas, que atuam no mercado financeiro.

Sim, como apresentado na tabela com as instituições pertencentes ao SFN.

A área operativa é formada pelas instituições financeiras, bancárias e não


bancárias, além das auxiliares, cujo objetivo é a prestação de serviços às
instituições financeiras e mercados financeiros em geral para promover mais
eficiência na intermediação de recursos.

GABARITO: CERTO

FCC - Analista da Comissão de Valores Mobiliários/Mercado de Capitais/2003

O Sistema de Intermediação Financeira fundamenta-se


a) na expansão da renda nacional dos principais agentes econômicos.
b) no equilíbrio de caixa dos agentes econômicos superavitários.
c) no controle da carga tributária e fiscal dos agentes econômicos.
d) no desequilíbrio entre o nível de poupança e investimento na economia.
e) na gestão da dívida pública mobiliária federal, estadual e municipal.

Questão interessante.

Como apresentado anteriormente, o sistema financeiro é fundado na


intermediação de recursos entre agentes superavitários e deficitários. De um lado,
os credores possuem superávit de caixa; de outro, os devedores apresentam
dispêndios superiores às receitas.

Neste sentido, Alexandre Assaf Neto:

A presença da atividade de intermediação financeira fundamenta-se


no desequilíbrio entre o nível de poupança e investimento de uma
economia. Se todos os agentes fossem capazes de gerar volume de

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poupança igual a seus dispêndios de capital, a existência de ativos


financeiros e, consequentemente, da intermediação não seria
necessária diante do equilíbrio de caixa apresentado pelos agentes.

GABARITO: CERTO

CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 1/2009

As instituições financeiras não monetárias


a) incluem os bancos comerciais.
b) incluem as cooperativas de crédito.
c) incluem as caixas econômicas.
d) captam recursos através da emissão de títulos.
e) captam recursos através de depósitos à vista.

Sobre as instituições financeiras bancárias e não bancárias, um conceito basta


para caracterizá-las e, consequentemente, compreender a diferença entre elas: a
possibilidade de captação de depósitos à vista.

Os depósitos à vista são, na prática, os recursos depositados em contas correntes.


Podem ser sacados pelo valor nominal a qualquer momento.

Por sua vez, os depósitos a prazo não possuem esta característica: a disponibilidade
integral destes valores ocorre apenas na data de vencimento do depósito. Assim,
se o credor desejar sacá-lo, terá que aceitar um deságio em relação ao valor
nominal do título.

E, respondendo a questão, os depósitos a prazo são representados por títulos (de


crédito, mobiliários, dentre outras formas). Ou seja, as instituições financeiras não
monetárias captam recursos através da emissão de títulos que representam os
depósitos a prazo.

GABARITO: LETRA D

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FGV - Analista Bancário (BNB)/2014/

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por um conjunto de instituições


que se dedica a manter o fluxo de recursos entre unidades superavitárias
(poupadoras) e unidades deficitárias (tomadoras / investidoras). O SFN mantém a
ordem no mercado financeiro por meio de normas e procedimentos. O SFN é
composto por um sistema normativo, além dos agentes que o operam, tais como
instituições (especiais e auxiliares) e intermediários financeiros – monetários e não
monetários.
Considerando as diferenças entre esses agentes, é correto afirmar que:
a) intermediários financeiros captam recursos junto ao público e investem na Bolsa
de Valores; as instituições auxiliares, embora também captem junto ao público,
investem no mercado imobiliário;
b) intermediários financeiros monetários captam recursos junto ao público e
emprestam esses recursos, criando moeda escritural; as instituições auxiliares
colocam em contato poupadores e investidores e não criam moeda escritural;
c) intermediários financeiros monetários captam recursos junto ao público e
emprestam esses recursos, criando moeda escritural; as instituições auxiliares
colocam em contato poupadores e investidores, criando também moeda
escritural;
d) intermediários financeiros não monetários captam depósitos à vista e as
instituições especiais não captam depósitos à vista;
e) instituições especiais fazem empréstimos especiais, enquanto as instituições
auxiliares auxiliam o Banco Central a regular o sistema.

Vejamos as alternativas:

a) Intermediários financeiros não aplicam necessariamente em bolsa de valores,


assim como as instituições auxiliares não aplicam no mercado imobiliário (mas sim

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no mercado mobiliário, o mercado de capitais). Os intermediários financeiros


possuem várias formas de aplicação, as chamadas operações ativas.

b) Correto. Já apresentamos estes conceitos anteriormente. As instituições


financeiras monetárias têm a capacidade de criar moeda, através da captação
de depósitos à vista, enquanto que as auxiliares focam suas atividades na
promoção de eficiência da intermediação financeira.

c) Instituições auxiliares não possuem a capacidade de criar moeda.

d) Instituições financeiras não monetárias não captam depósitos à vista, mas sim
depósitos prazo.

e) Incorreto, como já vimos anteriormente

GABARITO: LETRA B

CESPE - Analista Judiciário (TRT 10ª Região)/Administrativa/"Sem


Especialidade"/2013/

Tendo em vista que o crescimento dos gastos públicos e o consequente aumento


do peso do governo na economia tornam o planejamento da ação governamental
cada vez mais importante, julgue o item subsequente, relativo à evolução do
orçamento público e ao papel do Estado na economia.

A regulação econômica é uma das formas de intervenção da administração na


economia, sendo que o bem-estar do consumidor e a melhoria nos níveis de
eficiência alocativa podem ser definidos como alguns dos objetivos fundamentais
da regulação.

Além das tradicionais formas de intervenção do governo na economia (alocativo,


distributivo e estabilizador), a regulação econômica também é entendida como
uma maneira de intervenção do Estado na economia.

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Os principais motivos para tal, como afirmado pela questão, é o aumento de bem-
estar do consumidor e melhoria nos níveis de eficiência alocativa.

A principal justificativa para a regulação da economia é a presença de


concentração econômica nos mercados. Ao contrário da concorrência perfeita,
na prática os mercados são concentrados e a produção é detida por grupos
específicos, que possuem poder de mercado e influência direta nos preços e
quantidades ofertadas.

Deste modo, ao invés de terem como objetivo a maximização dos bem-estar dos
consumidores, os produtores (monopolistas ou oligopolistas) procuram a
maximização dos lucros, de modo que os preços praticados são superiores ao custo
marginal de produção, gerando perda de bem-estar.

A maneira de coibir práticas como esta é através da regulação econômica, na


qual o governo determina preços máximos, quantidade ofertada mínima, além de
padrões de qualidade a serem observados.

GABARITO: CERTO

CESPE - Agente de Polícia Federal/2002

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

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Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

Uma política adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis,


tendo presente que regulação não é apenas fixar preço.

A regulação econômica, definida como a ação do Estado que tem por finalidade
a limitação da liberdade em que os agentes econômicos possuem no seu processo
de tomada de decisões, caracteriza-se pela intervenção direta nas decisões de
mercado, tais como definição de preços, quantidades, competição, entrada e
saída de novos agentes nos mercados etc.

Duas acepções deste conceito devem ser guardadas: (i) a regulação econômica,
realizadas pelo estado, pretende limitar a liberdade de atuação dos agentes
privados em suas decisões econômicas e (ii) faz isso através de regras definidoras,
por exemplo, de preços, quantidades, organização de mercado e de competição
entre seus participantes.

Indo além, a regulação econômica pode significar interferência do estado no


controle e fixação de preços, definição da qualidade dos bens e serviços ofertados
e das metas de eficiência, no controle volumes de produção, na definição de
produtores, na decisão de dar subsídios, de promover desestatização,
concentrações e desconcentrações verticais e horizontais, e assim por diante, com
o propósito de atingir o bem estar social e buscar corrigir falhas de mercado,
visando acima de tudo buscar a eficiência do mercado.

Como visto, a regulação econômica, mesmo que tenha uma ideia e fundamento
básico, possui diversas formas de se concretizar. Em suma, a ideia é o estado intervir
na economia, regulando-a, para corrigir as falhas de mercado e, desta forma,
aumentar o bem-estar social.

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Ou seja, regulação não é só fixação de preços, como corretamente observa a


questão.

GABARITO: CERTO

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Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

Um aspecto que não precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de


informação, que consiste em o produtor ter mais informação que o consumidor e
não a transferir, pois o Estado deve deixar que o mercado encontre seu ponto de
equilíbrio.

A regulação econômica, definida como a ação do Estado que tem por finalidade
a limitação da liberdade em que os agentes econômicos possuem no seu processo
de tomada de decisões, possui como objetivo fundamental a correção de falhas
de mercado para que sejam atingidos o bem estar social e a eficiência alocativa.

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Dentre as falhas de mercado a serem corrigidas pela regulação econômica estão


as assimetrias de informação.

De forma geral, a assimetria de informação ocorre quando, em uma transação


econômica, um indivíduo possui mais informações sobre o bem ou serviço
transacionado do que a outra parte. A ocorrência de assimetria de informação
permite ao sujeito com mais informações tirar vantagem desta situação, ou seja,
retirar uma parcela do benefício econômico que seria auferido pela outra parte da
transação.

A regulação econômica neste caso poderia se dar através da intervenção do


Estado no sentido de promover mecanismos que disseminem a informação. Ou
seja, a questão é está incorre pois deve haver intervenção regulatória para que
ocorra equilíbrio nesta situação.

GABARITO: ERRADO

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Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

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Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

A regulação visa corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação,


utilização de recursos naturais e efeitos da poluição.

A regulação econômica, definida como a ação do Estado que tem por finalidade
a limitação da liberdade em que os agentes econômicos possuem no seu processo
de tomada de decisões, possui como objetivo fundamental a correção de falhas
de mercado para que sejam atingidos o bem-estar social e a eficiência
alocativa.

Dentre as falhas de mercado a serem corrigidas pela regulação econômica estão


as externalidades.

De forma geral, há uma externalidade sempre que uma atividade de natureza


econômica de um agente gerar um custo ou um benefício, sem que o agente em
questão tenha que arcar com este custo ou possa ser remunerado pelo benefício.
Ou seja, as externalidades representam custos (quando negativas) ou benefícios
(quando positivas) a indivíduos distintos daqueles que as produziram.

O exemplo clássico é o da empresa que, dentro do seu sistema produtivo, emite


poluição na atmosfera. A poluição e seus efeitos serão sentidos pela sociedade,
sendo que a empresa estaria livre de custear um processo de tratamento destes
resíduos. Neste contexto, caberia à regulação a correção desta externalidade, a
fim de proporcionar bem-estar à sociedade. A mesma ideia se aplica aos demais
exemplos citados pela questão.

GABARITO: CERTO

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Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por

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circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de


diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

A regulação visa criar sistemas de competição em setores que tendem a funcionar


sob o regime de monopólios naturais, que provocam a existência de custos fixos
importantes, grande proporção de investimentos irreversíveis, gerando barreiras à
entrada de novos investidores.

Para responder a questão, é necessário dois momentos: primeiro, definir os


monopólios naturais e, segundo, analisar a função da regulação nesta estrutura de
mercado.

I. Monopólios Naturais

O monopólio natural apresenta duas importantes características: custos afundados


(irrecuperáveis) e subauditivos.

Os custos afundados indicam que os recursos empregados em determinado ativo


não possuem outra finalidade senão aquela empregada pela empresa. A falta de
alternativa para a utilização deste ativo, evidenciado um custo irrecuperável e fixo,
indica a necessidade de elevada escala de produção para diluí-lo. Já que não
haverá mesmo outra alternativa, a única forma da firma remunerar sua atividade

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econômica é operar em elevada escala para diluir os custos fixos e irrecuperáveis


e assim tornar economicamente viável a produção (ou seja, a ideia é reduzir o
custo médio de produção).

Já os custos subauditivos indicam que a produção é mais viável se for produzida


em apenas 1 unidade produtiva, ao invés de 2 ou mais. Ou seja, o custo é menor
quando a produção do mesmo bem é realizada em apenas 1 firma.

Unindo estas duas propriedades, podemos compreender o porquê no caso do


monopólio natural há uma tendência “natural” para a concentração da produção
em apenas 1 firma, eliminando a concorrência do mercado. E, a ausência de
concorrência promove preços mais elevados e quantidades menores de
produção.

II. Regulação de Monopólios Naturais

A regulação econômica, definida como a ação do Estado que tem por finalidade
a limitação da liberdade em que os agentes econômicos possuem no seu processo
de tomada de decisões, caracteriza-se pela intervenção direta nas decisões de
mercado, tais como definição de preços, quantidades, competição, entrada e
saída de novos agentes nos mercados etc.

Ao aplicarmos este conceito aos monopólios naturais, podemos afirmar que a


regulação econômica procura criar formas de reduzir os preços e elevar as
quantidades transacionadas neste mercado, de forma que "simule" certa
competição neste mercado, assim como seus resultados.

A questão é um pouco polêmica, pois não é correto afirmar que em situação de


monopólio natural a regulação irá criar concorrência. Em alguns casos isto não
ocorre, pois apenas os resultados de um mercado competitivo são buscados, mas
não ele em si. No entanto, o CESPE considerou a questão como correta.

GABARITO: CERTO

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Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público,
a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por
circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de
diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de
unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação
ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori
que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico
dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma
como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito.

Pedro Henrique Poli de Figueiredo."Uma contribuição para o conceito de regulação


do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito da regulação de


mercados.

Regulação de mercados poderia ser definida como o conjunto de ações públicas


que busca melhorar a eficiência da alocação dos recursos no mercado, ou
aumentar o bem-estar social dessa alocação.

Questão direta! Este é o exato conceito de regulação.

Em outras palavras, devido à existência de falhas de mercado entre outras questões


que não permitem a aplicação do modelo de concorrência perfeita, utiliza-se a
regulação de mercados, definida como um conjunto de ações governamentais
que pretendem limitar a ação dos agentes econômicas e, assim, atingir a eficiência
alocativa e a promoção de bem estar social.

GABARITO: CERTO

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CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4 - Contabilidade e


Finanças/2013/

Com relação à avaliação de estratégias e performance, julgue o item seguinte.

A viabilidade econômico-financeira para instalação de uma nova instituição


financeira é realizada mediante a análise de viabilidade dos mercados da região
em que a instituição pretende se instalar; a projeção de rentabilidade almejada e
possível; e as projeções financeiras acerca da evolução patrimonial da instituição
e fontes de recursos que financiarão essa evolução.

A Resolução 4.122/12 do CMN estabelece requisitos e procedimentos para


constituição, autorização para funcionamento, cancelamento da autorização,
alterações de controle, reorganizações societárias e condições para o exercício de
cargos em órgãos estatutários ou contratuais das instituições que especifica.

O Anexo I da referida Resolução, que apresentamos anteriormente, determina que


a viabilidade econômico-financeira para instalação de uma nova instituição
financeira é realizada, dentre outras, mediante a apresentação de:

• premissas econômicas;
• premissas do projeto;
• metodologia utilizada para a avaliação do negócio;
• projeção, elaborada em periodicidade mensal, das demonstrações
financeiras e do fluxo de caixa;
• estrutura de capital e fontes de financiamento;
• estimativa da taxa de desconto, calculada com base em metodologia
amplamente aceita de cálculo de custo de capital próprio;
• cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) do projeto com base no Fluxo de
Caixa Disponível ao Acionista;
• descrição das variáveis críticas para o sucesso do empreendimento, assim
como a construção de três cenários (base, conservador e ideal), em que seja

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possível verificar o impacto gerado por mudanças dessas variáveis nos


resultados obtidos;
• objetivos estratégicos do empreendimento;
• descrição do mercado em que a instituição pretende atuar, contemplando
os riscos nele existentes e os decorrentes de eventual concentração de
negócios;

Como visto, todas as informações presentes na questão estão também presentes


na Resolução.

GABARITO: CORRETO

ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002

Em relação às condições para o Banco Central do Brasil conceder autorização para


funcionamento de instituições que pretendem atuar no Sistema Financeiro
Nacional, é correto afirmar que:

a) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil independe da existência de restrições cadastrais por parte
dos futuros controladores.

b) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil é condicionada à comprovação, por parte dos futuros
administradores, de situação econômica compatível com o empreendimento.

c) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil independe da comprovação da origem dos recursos
utilizados pelos controladores para fazer face ao empreendimento.

d) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil é condicionada à participação máxima de 50% de
participação estrangeira no capital do empreendimento.

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e) a autorização para o funcionamento de instituições financeiras concedida pelo


Banco Central do Brasil é condicionada à integralização de capital em valores
iguais ou superiores aos limites mínimos definidos para cada tipo de instituição.

Esta questão é importante, pois complementa alguns conceitos vistos


anteriormente. Em que pese se basear em resolução não vigente do CMN, é
interessante analisarmos as alternativas à luza da atual regulamentação:

a) Errado. Em relação aos controladores, foi apresentado que cabe a eles emitir
autorização expressa, (i) à Secretaria da Receita Federal do Brasil, para
fornecimento ao Banco Central do Brasil de cópia da declaração de rendimentos,
de bens e direitos e de dívidas e ônus reais, relativa aos três últimos exercícios fiscais,
para uso exclusivo no respectivo processo de autorização; e (ii) ao Banco Central
do Brasil, para acesso a informações a seu respeito constantes de qualquer sistema
público ou privado de cadastro e informações, inclusive processos e procedimentos
judiciais ou administrativos e inquéritos policiais.

A autorização concedida ao Banco Central tem como objetivo, entre outros, a


consultado de restrições cadastrais. Portanto, a autorização para o funcionamento
de instituições financeiras concedida pelo Banco Central do Brasil depende da
existência de restrições cadastrais por parte dos futuros controladores.

b) Errado. Como vimos na parte teórica, bem como no exercício anterior, a


autorização para funcionamento das IFs concedida pelo Bacen depende de
premissas econômicas.

c) Errado. A origem dos recursos é também condição para autorização de


funcionamento

d) Errado. Item importante, pois esta vedação não existe. No entanto, quando
ocorrer participação de capital estrangeiro acima de 50% no capital social da
instituição financeira, a autorização de funcionamento deve ser concedida
mediante decreto do Poder Executivo. Ou seja, neste caso é necessário dois atos

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para a autorização do funcionamento da IF: autorização do Bacen e decreto do


Poder Executivo

e) Certo. A resposta está no art. 27 da Lei 4.595/64:

Art. 27. Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos em moeda


corrente, será exigida no ato a realização de, pelo menos 50% (cinqüenta
por cento) do montante subscrito.

§ 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão recolhidas no


prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento, ao Banco Central da
República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a solução do
respectivo processo.

§ 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em moeda


corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano da data da solução do
respectivo processo.

A presente disposição indica que sempre que o capital inicial da IF for constituído,
ou aumentado, o subscritor deve integralizar, ao menos, 50% do valor à vista e em
moeda corrente. O motivo: evitar que o subscritor adquira participação acionária
sem integralizar o valor correspondente em dinheiro.

GABARITO: LETRA E

FUNDATEC - Analista de Projetos (BRDE)/Economico-Financeira/2017

Os 25 Princípios Básicos do Comitê de Basiléia referem-se:

I. A precondições para uma supervisão bancária eficaz.

II. A autorizações e estrutura.

III. A regulamentos e requisitos prudenciais.

IV. Ao cumprimento das diretrizes e de protocolos pré-estabelecidos.

V. A poderes formais dos supervisores e atividades bancárias internacionais.

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VI. À gestão permanente de riscos e transferências bancárias.

VII. A métodos de supervisão bancária contínua e requisitos de informação.

Quais estão corretas?

a) Apenas I, II e VI.

b) Apenas III, IV e VII.

c) Apenas III, IV, V e VI.

d) Apenas IV, V, VI e VII.

e) Apenas I, II, III, V e VII.

De acordo com o documento Princípios Fundamentais para uma Supervisão


Bancária Efetiva, elaborado pelo Comitê de Basileia em 2006:

Os Princípios Fundamentais são uma estrutura de padrões mínimos para


praticas solidas de supervisão e são considerados universalmente
aplicáveis.4 O Comitê̂ elaborou os Princípios Fundamentais e a
Metodologia como sua contribuição para o fortalecimento do sistema
financeiro global. Debilidades no sistema bancário de um país,
desenvolvido ou não, podem ameaçar a estabilidade financeira tanto
dentro do país como internacionalmente. O Comitê̂ acredita que a
implementação dos Princípios Fundamentais por todos os países seria
um passo significativo na direção de melhorar a estabilidade financeira
doméstica e internacional além de fornecer uma boa base para o
posterior desenvolvimento de sistemas efetivos de supervisão.

Tais princípios são relativos à:

• Precondições para uma supervisão bancária eficaz - Princípio 1;

• Autorizações e estrutura - Princípios 2 a 5;

• Regulamentação e requisitos prudenciais - Princípios 6 a 15;

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• Métodos de supervisão bancária contínua - Princípios 16 a 20;

• Requisitos de informação - Princípio 21;

• Poderes formais dos supervisores - Princípio 22;

• Atividades bancárias internacionais - Princípios 23 a 25.

É possível notar que há dois desses tópicos que não são contemplados pelas
afirmativas da questão, citados abaixo:

IV. Ao cumprimento das diretrizes e de protocolos pré-estabelecidos.

VI. À gestão permanente de riscos e transferências bancárias.

GABARITO: LETRA E

CESPE - Procurador do Banco Central do Brasil/2013/

No que se refere às recomendações internacionais em matéria de supervisão


bancária (core principles for effective banking supervision), do BIS (Bank for
International Settlements), assinale a opção correta.

a) Os reguladores devem destinar o mesmo grau de atenção a todas as instituições


financeiras, independentemente da importância sistêmica e da complexidade da
instituição, bem como do risco que oferece.

b) A governança corporativa dos bancos não é contemplada nessas


recomendações.

c) Os princípios fundamentais em que se amparam as referidas recomendações


foram revistos em 2006, mas ainda não foram atualizados e revisados após a crise
financeira mundial iniciada em 2008.

d) O principal objetivo dessas recomendações é a promoção da segurança e da


solidez dos bancos e do sistema bancário.

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e) Um dos objetivos da supervisão bancária é evitar, em qualquer hipótese, a


falência de instituições financeiras.

Os Princípios Fundamentais têm sido usados pelos países como um padrão de


referência para avaliar a qualidade de seus sistemas supervisores e para identificar
o trabalho que deve ser realizado futuramente para que se atinja um nível que sirva
como base para práticas sólidas de supervisão. Com base neste conceito, vejamos
as alternativas:

a) A importância sistêmica da instituição financeira enseja maior esforço regulatório

b) A governança corporativa é uma das recomendações do documento, pois


adequação e as propriedades dos membros do Conselho e da alta administração,
seus planos estratégicos e operacionais, controles internos e gerenciamento de
riscos, e sua condição financeira projetada, incluindo a sua estrutura de capital é
condição necessária para o exercício regular das instituições.

c) Os princípios foram atualizados após a crise de 2007/2008, mais precisamente em


setembro de 2012.

d) Item correto. Como informado acima, o principal objetivo dessas


recomendações é a promoção da segurança e da solidez dos bancos e do sistema
bancário.

e) A eventual falência das instituições financeiras é um risco que, mesmo sendo


minimizado, não é evitado em qualquer hipótese.

GABARITO: LETRA D

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizamos aqui a nossa aula demonstrativa. Espero que tenha gostado e


compreendido nossa proposta de curso.

Saiba que, ao optar pelos Estratégia Concursos, estará fazendo a escolha certa.
Isso será perceptível no decorrer do curso, a medida em que formos desenvolvendo
os assuntos.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou


disponível no fórum no Curso, Facebook ou Instagram.

https://www.facebook.com/profvicentecamillo/

https://www.instagram.com/profvicentecamillo/

Obrigado pela companhia.

Aguardo vocês na próxima aula.

Bons estudos e até lá!

Prof. Vicente Camillo

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