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DIURÉTICOS

Rodrigo Andrade Tedesqui


EBMSP
7º periodo

Os diuréticos são medicamentos que acarretam uma perda global de sódio e água
por parte do corpo através de uma ação sobre o rim.

1. DIURÉTICOS QUE AGEM DIRETAMENTE SOBRE AS CÉLULAS DO


NÉFRON.
Afetam as partes do Néfron onde se processam a maior parte da reabsorção ativa
e seletiva de soluto:
 A alça de Henle ascendente;
 O início do túbulo distal;
 Os túbulos e tubos coletores.

1.1. DIURÉTICOS DE ALÇA


 São os mais potentes. Excretam de 15% a 25% de Na existente no filtrado –
diuréticos de teto alto;
 O principal exemplo é a FUROSEMIDA; outros são a BUMETANIDA,
PIRETANIDA, TORASEMIDA e ÁCIIDO ETACRÍNICO;
 Agem sobre o segmento espesso da alça de Henle ascendente, inibindo o
transportador Na/K /2Cl na membrana luminal inibindo assim o transporte de NaCl.
 FUROSEMIDA, BUMETANIDA, PIRETANIDA e TORASEMIDA têm ação
direta sobre o transportador agindo sobre o local fixador de cloreto;
 O ÁCIIDO ETACRÍNICO forma um complexo com a cisteína sendo este a sua
forma ativa.

A reabsorção de soluto na alça de Henle constitui a capacidade do rim em


concentrar a urina criando uma área intersticial hipertônica na medula. Essa
hipertonicidade da medula é a força osmótica que proporciona que a água seja
reabsorvida nos túbulos coletores sob a influência do ADH.
Como os diuréticos de alça inibem a reabsorção de soluto, mais soluto chegará
até os túbulos coletores, logo, a pressão osmótica no túbulo coletor será suficiente para
impedir que a água seja reabsorvida nesse local, ocorrendo, então, diurese profusa.
Alguns diuréticos de alça parecem exercer ação vasodilatadora como a
PIRETANIDA.
Os diuréticos de alça causam uma perda significativa de K (hipocalemia) pois ao
impedir a reabsorção de Na na alça de Henle, mais Na chegará à luz tubular dos túbulos
coletores, Nessa porção do néfron age a aldosterona que tem sua ação aumentando a
absorção de Na e promovendo a excreção de K causando então hipocalemia
(aldosterona aumenta diretamente a excreção de K na membrana luminal)
Os diuréticos de alça podem produzir alcalose metabólica porque a perda de Na
e Cl com a resultante depressão volêmica juntamente com depressão de K estimula a
secreção de íons de H e geração de bicarbonato.
Os diuréticos provocam aumento da excreção de Ca e Mg e menor excreção
ácido úrico. A TORASEMIDA provoca a perda de K e Ca.
FARMACOCINÉTICA

 Boa absorção oral e endovenosa;


 Fixam-se avidamente às proteína plasmáticas e assim não penetram no filtrado
glomerular;
 Alcançam o seu local de ação (membrana luminal das células da alça ascendente
espessa) sendo secretadas no túbulo contorcido proximal pelo mecanismo de
transporte da ácidos orgânicos. A fração que não secretada é matebolizada no
fígado;
 BUMETANIDA e TORASEMIDA são metabolizadas pela via do citocromo P450;
 A FUROSEMIDA é conjugada com o ácido glicurônico;
 Meia vida de aproximadamente 90 min.;
 Duração de ação de 3 a 6 h.;

EFEITOS ADVERSOS

 Perda de K – hipocalemia;
 Alcalose metabólica;
 Dpleção de Mg e Ca em pacientes idosos;
 Hipovolemia e hipotensão.

INDICAÇÕES CLÍNICAS

 Edema pulmonar agudo;


 Insuficiência cardíaca crônica;
 Cirrose hepática complicada por ascite;
 Síndrome nefrótica;
 Insuficiência renal;
 Hipertensão;
 Hipercalcemia aguda.

1.2. DIURÉTICOS QUE AGEM SOBRE O TÚBULO DISTAL INICIAL

 Incluem as Tiazidas e medicamentos correlatos;


 Promovem uma excreçãp de K muito proeminente;
 A principal Tiazida é BENDROFLUAZIDA logo em seguida à
HIDROCLOROTIAZIDA e CICLOPENTIAZIDA;
 Exercem ação diurética moderadamente poderosa, reduzem a absorção ativa de Na
e Cloreto ao se fixar no local do cloreto do sistema de co-transporte Na/Cl
eletroneutro inibindo sua ação;
 A excreção de Ca e ácido úrico é reduzida mas a de Mg e K é aumentada.
 Os diuréticos tiazídicos exercem efeito paradoxal em diabetes insípido no qual
reduzem o volume de urina;
 Produzem vasodilatação e podem causar hiperglicemia (ex.: DIAZÓXIDO –
Tiazida não diurética);
 Droga de escolha no tratamento da hipertensão.

FARMACOCINÉTICA
 Boa absorção oral;
 Excretado na urina por excreção tubular;
 Compete com o ácido úrico pelos mecanismos de secreção tubular causando
aumento do ácido úrico plasmático.

INDICAÇÃO CLÍNICA

 Droga de escolha na hipertensão;


 Insuficiência cardíaca ligeira;
 Edema grave resistente (metolazona + diurético de alça);
 Prevenção de cálculos recidivantes na hipercalciúria idiopática;
 Diabetes insipidus nefrogênico.

EFEITOS ADVERSOS

 Hipocalemia significativa;
 Alcalose metabólica;
 Aumento do ácido úrico plasmático;
 Hiperglicemia;
 Aumento do colesterol;
 Impotência masculina;
 Hiponatremia;

1.3. DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO

 ESPIRONALACTONA

Agem na porção distal do túbulo contornado distal e proção proximal do túbulo


coletor (presença da bomba Na/K/H que depende da ação da aldosterona).

 A espironalactona exerce ação diurética limitada;


 É um antagonista da aldosterona competindo pelos receptores intracitoplasmáticos
nas células do túbulo distal;
 Ocorre inibição da retenção de Na e concomitante no efeito secretor de K;
 Reduz a secreção de íons H e ácido úrico.

FARMACOCINÉTICA

 Boa absorção oral;


 Seu metabólito ativo é a canrrenona e possui meia-vida de 16 h.

EFEITOS ADVERSOS

 Hipercalemia;
 Acidose metabólica;
 Ginecomastia;
 Atrofia testicular e distúrbios menstruais;
 Ulceração péptica.

 TRIANTERENO e AMILORIDA agem na porção distal do túbulo coletor na


bomba Na/K/H que não depende de aldosterona.
 Apresentama ação limitada e inibem a reabsorção Na, redizindo a excreção de K;
 Bloqueiam os canais luminais de Na tornando menos Na disponível para o
transporte através da membrana basolateral;
 Reduzem a permuta Na/H inibindo a secreção de H causando a alcalinização da
urina;
 Promovem a excreção de ácido úrico e são grandes poupadores de K.

FARMACOCINÉTICA

 Boa absorção oral;


 é metabolizada no fígado e em parte excretada na urina sem qualquer alteração.

EFEITOS ADVERSOS

 Hipercalemia;
 Acidose metabólica.

1.4. URÉTICOS QUE AGEM DIRETAMENTE MODIFICANDO O CONTEÚDO


DO FILTRADO

 Agem aumentando a osmolaridade ou a carga de Na.

1.5. DIURÉTICOS OSMÓTICOS

 MANITOL é um diurético osmótico;


 São substâncias farmacologicamente inertes, filtradas no glomérulo mas
reabsorvidas incompletamente ou não reabsorvidas pelo néfron;
 Agem sobre as proções do néfron livremenete permeáveis à água (túbulo proxiamal,
ramo descendente da alça e os túbulos coletores);
 Agem aumentando a quantidade de água excretada diminuindo a excreção de Na;
 Usados na elevação aguda da pressão intracraniana ou intraocular e na preven,cão
da insuficiência renal aguda;
 A administração é endovenosa;
 Causam expansão do volume extracelular, hiponatramia, devido à absorção de água
do compartimento intracelular e hipocalemia.

1.6.DIURÉTICOS QUE AGEM SOBRE O TÚBULO PROXIMAL

 São os inibidores da anidrase carbônica;


 Provocam maior excreção de bicarbonato acompanhado de Na, K, H2O resultando
em aumento de fluxo de urina alcalina e acidose metabólica leve;
 Usados em tratamento de glaucoma, pois reduz o volume do humor aquoso e
epilepsia;
 São de baixa potência (ACETAZOLAMIDA e DICLORFENAMIDA);

MECANISMO DE AÇÃO

A anidrase carbônica promove a absorção de bicarbonato pelo túbulo proximal.


Os inibidores dessa enzima aumentam o volume do fluxo urinário por previnirem a
reabsorção de bicarbonato.

H2O + CO2  H2CO3  HCO3 + H


Anidrase Carbônica Bicarbonato
(Reabsorvido pelo Túbulo)

Esse mecanismo ocorre na luz tubular e também no interior da célula tubular. A


H2O e CO2 são absorvidos pela membrana luminal e sofrem ação da anidrase carbônica
gerando bicarbonato (HCO3) absorvido pela membrana basolateral para o plasma. Os
diuréticos que agem sobre o túbulo proximal inibem a ação da anidrase carbônica
prevenindo a reabsorção de bicarbonato resultando em uma urina alcalina.

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