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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências e Tecnologias


Engenharia Mecatrónica 2o Ano – Laboral

1º Grupo

Cadeira: MÉTODOS NUMÉRICOS


Tema: Interpolação Polinomial (Polinómio interpolador de Newton e Erro de
interpolação)

Discentes:
Aires dos Santos Nhanchengo
Dom Fuas Manuel Armando
Mussage Virgílio Saíde
Docente:
Jarafe Augusto Abdala

Beira, Março de 2021


Índice
Introdução ..................................................................................................................... 2

Interpolação Polinomial ................................................................................................ 3

Diferenças Divididas, Polinómio interpolador de Newton ........................................... 4

Erro de Interpolação ...................................................................................................... 7

Resolução de Exercícios ............................................................................................... 8

Conclusão.................................................................................................................... 12

Bibliografia ................................................................................................................. 13

1
Introdução
No presente trabalho abordaremos o sobre Interpolação polinomial, especificamente
Polinómio interpolador de Newton, veremos que consiste num polinómio interpolador
para dado conjunto de pontos, algumas propriedades.

2
Interpolação Polinomial
Seja uma função real de variável real apenas conhecida em pontos
( ) . O problema genérico da interpolação que consiste em
aproximar a função através de uma outra função
, em que são funções pré-definidas e são
constantes, de forma que e f coincidem nos pontos ( )
.

Nada nos garante que este problema tenha uma solução evidente, por exemplo, fazendo
não existe nenhuma função
que passe em (1, 1) e (-1,0), nota-se que sendo funções pares,
também é uma função par e . A função habitualmente por função
interpolação de e o conjunto de pontos ( ) designa-se
suporte de interpolação. As abcissas dizem-se os nós da interpolação e as
ordenadas são os valores nodais. O tipo de
interpolação depende da estrutura da família das funções .

Quando , a interpolação denomina-se


trigonométrica, se a interpolação denomina-
se exponencial, se , estaremos no caso de
interpolação polinomial.

A necessidade de fazer interpolação surge, por exemplo, quando a função se


encontra tabelada para um certo conjunto de valores

E se pretende determinar um valor não tabelado , com . O erro


na determinação do valor não tabelado através da função interpoladora deve-se ao facto
de se estimar à custa de (excepto no caso da função tabelada ser a função
interpoladora), aos erros de arredondamento e à propagação de erros iniciais.

3
Diferenças Divididas, Polinómio interpolador de Newton
No cálculo do polinómio interpolador de Lagrange, a adição de mais um ponto
ao suporte de interpolação obriga a que se refaçam todos os cálculos dos
novos polinómios , é muito frequente que se testem diferentes
suportes de interpolação, variando o numero de pontos considerado, da forma a
obedecer a condições de limite de erro de interpolação, , com M
constante positiva, o polinómio interpolador de Newton com diferenças divididas
permite contornar esse problema. Este polinómio interpolador surge de uma construção
recursiva, extremamente simples, a partir da definição da diferença dividida.
Chama-se diferença dividida de primeira ordem de , relativamente aos

argumentos , a seguinte quantidade:

De um modo geral, a diferença dividida de ordem , relativamente aos


argumentos , é a quantidade:

As diferenças divididas localizam-se na tabela da seguinte forma:

4
Indicamos seguidamente algumas propriedades das diferenças divididas:
 As diferenças divididas são invariantes pela qualquer
variação dos índices de suporte, isto é, são funções simétricas nos seus
argumentos: qualquer que seja a ordem dos o valor de
mantém-se;

 Tem-se: ∑

;

 Dado um polinómio de grau , vem


que:

;
 Sendo uma função n vezes diferenciável num intervalo [a, b] que contém

pontos distintos , então ,

para algum ξ
Vejamos como se obtém o polinómio interpolador de Newton.
Das diferenças divididas

Sai que (4)


e
(5)

Respectivamente, Então, substituindo (5) em (4), vem

=
=

Procedendo sucessivamente deste modo, utilizando o facto da diferença de ordem

5
Conclui-se que

Facilmente se obtém

Isto é
(6)

Onde

é o polinómio interpolador de Newton com diferenças divididas e

De notar que

Ou seja

No caso de ser vezes diferenciável no intervalo [a, b], em que [a, b] é menor
intervalo que contem , pode-se aplicar a propriedade 4 acima, para
algum ξ tal que verifica-se que:

6
Erro de Interpolação

Para estimar a diferença , isto é, o erro com que o polinómio


interpolador aproxima em , com o menor intervalo que contém
, não é suficiente conhecer o domínio de e os nós de
interpolação , basta lembrar que a qualquer função que assuma os
mesmos valores tabelados está associado o mesmo polinómio interpolador, podendo a
diferença tornar-se arbitrariamente diferente em qualquer .
Todavia o conhecimento da derivada de ordem pode levar-nos a uma
estimativa do erro. No seguinte teorema é representada uma fórmula explicita para o
cálculo do erro de interpolação.

Seja o polinómio de grau interpolador da função nos nós de


interpolação distintos , se tiver derivadas contínuas até à
ordem em então, para cada (com o menor intervalo
que contém ) tal que:

O resultado é imediato se , e nesse caso o erro é obviamente nulo.


Seja então considerando:

Defina-se a função auxiliar


Onde

A função está definida em e é tal que ,


isto é, tem pelo menos zeros em , pelo teorema de Rolle, tem pelo
menos zeros em , tem pelo menos zeros em , derivando (2)
vezes obtém-se:
.

7
Mas , pois p polinómio é de grau menos ou igual a , como o
coeficiente do termo de maior grau do produto , tem-se

Então

E atendendo a (3), vem:

∏ Como se queria.

Nota-se que:
 Com um só ponto de interpolação o polinómio interpolador é de grau
zero e , o erro vem
;
 Com dois pontos de interpolação o polinómio interpolador
é de grau 1 (interpolação linear). O erro vem

Resolução de Exercícios

Exercício 1 considere a função √ nos pontos


e (5, 2.236).

Construa-se a tabela das diferenças divididas

1 1
0.366
3 1.732 -0.0327
0.268 0.0042
4 2 -0.016
0.236

8
5 2.236

Pretende-se calcular aproximadamente pela fórmula interpoladora. O polinómio


interpolador é

O valor aproximado de é

O erro cometido vem

Correspondendo a uma percentagem de erro da ordem dos 5%.

Exercício 2 Considere a função . Construa o polinómio de Newton

0 1 2 3
1 0.9998 0.9995 0.9988

Constrói-se a tabela das diferenças divididas

]
0 1
-0.0002
1 0.9998 -0.00005
-0.0003 -0.00005
2 0.9995 -0.00002
-0.0007
3 0.9988

9
Pretende-se calcular aproximadamente pela fórmula interpoladora. O polinómio
interpolador é

Exercício 3:

Suponhamos que a função

Se encontra tabelada e se efectua a interpolação linear nos pontos tais

que . Para tal, utiliza-se o polinómio interpolador

O erro da interpolação, para cada , é dado por

Com ξ sendo o menor intervalo que contém

Atendendo a que

10
Tem-se

Assim, quando o erro de interpolação é da ordem de .

Note-se que não se consideraram os erros de arredondamento dos valores


tabelados

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Conclusão
Com o trabalho conclui-se que a interpolação polinomial pode-se revelar desadequada
se os nós da interpolação não forem escolhidos convenientemente, de um modo geral o
conjunto das funções interpoladoras é determinado por um número finito de parâmetros
(no caso dos polinómios, são os seus coeficientes) que deverá ser igual ao número de
condições impostas para que haja solução.

12
Bibliografia
Teodoro, Filomena “Métodos Numéricos-Interpolação Polinomial ”, Departamento de
Matemática. 2003/2004

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