Você está na página 1de 13

Aula 14

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos -


2021 - Pós-Edital

Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas, Ricardo Torques,
Equipe CPC, Humanos e Eleitoral

24 de Outubro de 2021

08436057902 - Malaine Pereira dos Santos


Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA


Nessa aula, vamos estudar o tema a respeito da conciliação entre os direitos humanos e a segurança
pública.
Para o nosso estudo, vamos abordar dois livros importantes: o primeiro é o livro Direitos Humanos,
Segurança Pública e Promoção da Justiça, divulgado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República, o outro é o livro do autor Guilherme Nucci, Direitos Humanos versus
Segurança Pública.
Vamos lá!

DIREITOS HUMANOS, SEGURANÇA PÚBLICA E PROMOÇÃO DA JUSTIÇA


O primeiro ponto que devemos destacar é que há dois temas centrais em discussão nas sociedades
contemporâneas e que estão vinculados aos direitos humanos: o primeiro é a respeito da violência,
da insegurança e da dificuldade do Estado em garantir a proteção dos cidadãos; o segundo é a
respeito da impunidade, da dificuldade de acesso da população à Justiça e da sensação de
descumprimento das leis.

A violência e a impunidade são dois temas


centrais discutidos na sociedade moderna.

O documento parte de uma crítica à sociedade como um todo, ressaltando que as riquezas sociais
poderiam constituir oportunidade para todos e, no entanto, é possível constatar que em muitos
lugares ainda há fome e ignorância. As pessoas que vivem em situação de pobreza, por sua vez, são
assaltadas por ideias consumistas.
Sobre esse aspecto, constata-se que a mídia exercer um papel contraditório, pois ao mesmo tempo
em que ela propicia o conhecimento a respeito da situação de violação dos direitos humanos, ela
contribui para a transmissão de uma visão de mundo que mantém a sociedade como tal.
De acordo com essa visão midiática que é mantida pela maioria das pessoas, direitos humanos é
defesa de bandidos. Essa visão gera uma conduta baseada na lógica da eliminação: bandidos devem
ser eliminados da sociedade. Num contexto sistemático, essa cultura ocasiona fatos sociais

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 1


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

relevantes, como a penalização exagerada, a banalização do aprisionamento, a construção


descriteriosa de presídios, os enfrentamentos de guerra, matanças, torturas e pena de morte.
A proposta apresentada pelo documento é a de uma intervenção contra o crime fundada na razão,
na informação, na técnica, na ciência, na comunicação e na estratégia. A postura de eliminação faz
com que os próprios agentes de Estado se conduzam como criminosos, contribuindo ainda mais para
a situação de violência e descrença no regime democrático.
O documento percebe ainda que a dinâmica criminosa gera uma situação de consolidação da
pobreza, pois são exatamente os mais pobres aqueles que são mais afetados pela criminalidade, o
que impede o surgimento de lideranças populares autônomas, o livre empreendedorismo, a livre
organização e a possibilidade de um ensino sem censura.
A atenção que os agentes dos direitos humanos dão à situação prisional decorre da constatação da
situação caótica do sistema penitenciário brasileiro. Superpopulação, promiscuidade entre os
níveis de periculosidade, falta de higiene, má alimentação, mal atendimento de saúde, falta de
atividade produtiva, domínio interno pelo crime organizado, presença de drogas e armas, violência
interna e tortura são fatos constantes nos presídios brasileiros. Por outro lado, a maior parte dos
presos não representam risco efetivo à sociedade, pois são criminosos ocasionais, oportunistas ou
agentes passionais. Para esses crimes, o documento propõe penas diversas da prisão, que não pode
ser vista como um bode expiatório. Nessa situação, é hipocrisia falar em reeducação do preso. Pelo
contrário, é no estabelecimento prisional que a maioria dos pequenos criminosos aprendem técnicas
avançadas de crime e perdem os últimos entraves morais para a prática delituosa.
A rede de Organizações Não Governamentais é um importante agente social de educação, justiça,
direito, inclusão e paz. A postura das ONGs é a de canalizar as forças sociais para a atuação estatal,
funcionando como centros de mobilização e criação de visões de mundo.
Conforme a visão exposta no documento, não há uma contraposição entre direitos civis, políticos
e econômicos: essas três arestas do direito, se promovidas com igualdade e liberdade para todos,
permitem a consolidação e a expansão de conhecimentos.
Os direitos humanos são, ainda, uma faceta importante do desenvolvimento e da promoção da
justiça, na medida em que formam redes de engajamento cívico, permitindo o empreendedorismo
individual, a congregação de esforços, a reivindicação, a escolha, a decisão e a criação de relações
sociais mais harmônicas.
Sob uma perspectiva objetiva, os direitos humanos são um veículo de valores civilizatórios que
permitem a evolução contínua das instituições sociais, permitindo uma real articulação entre as
instituições e a promoção da Justiça. Por isso, é essencial que os agentes da Justiça, como policiais,
bombeiros, agentes penitenciários, guardas municipais, promotores de justiça e juízes adotem uma
visão de mundo libertadora e coletiva em relação à segurança pública. É preciso a adoção de uma
postura pedagógica, de forma que se tornem coprotagonistas dos direitos humanos.
Assim, o Estado deve ser um agente indutor e garantidor dos direitos humanos: indutor na medida
em que implementar políticas públicas educativas e culturais para a socialização e conscientização
moral a respeito dos direitos e deveres; garantidor enquanto feitor de leis que repercutam a
declaração universal dos direitos humanos, agentes de justiça imparcial e rápida a toda a população

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 2


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

e executor de políticas públicas que garantam qualidade de vida social, cultural, educacional,
econômica, sanitária, civil e política para todos, sem discriminação.
É importante ressaltar, ainda, que o Estado não é o único violador de direitos humanos: também o
são o crime organizado, o capital multinacional, o capital especulativo, a indústria internacional
do trabalho escravo, a mídia, os enclaves terroristas ou de oposição armada e outras organizações
paraestatais que assumiram papeis semelhantes aos do Estado nas relações sociais sob seu
espectro.
A educação é um mecanismo essencial para a nova postura social que privilegia os direitos humanos,
pois só através da educação as pessoas podem formar sua autonomia intelectual e conscientizar um
juízo moral adequado para o exercício da cidadania. Os direitos humanos são o principal norte e
inspiração da educação de uma sociedade nova e justa, rompendo com velhos paradigmas de
exclusão e injustiça.
Com isso terminamos a análise do livro Direitos Humanos, Segurança Pública e Promoção da
Justiça. Vamos na sequência analisar o livro Direitos Humanos versus Segurança Pública, do autor
Guilherme Nucci.

DIREITOS HUMANOS VERSUS SEGURANÇA PÚBLICA


Cabe uma pequena advertência: vamos aqui focar nos aspectos efetivamente vinculados aos direitos
humanos, pois o livro trata, em vários pontos, de discussões dogmáticas do direito, que fogem ao
interesse da nossa aula.
Em primeiro lugar, o autor traça um panorama evolutivo, apontando os principais documentos e
fatos que constituíram a história dos direitos humanos.
Em seguida, discorre sobre o conceito de segurança: segurança é um estado de conforto, bem-estar,
confiança e certeza através do qual a pessoa que se sente segurança possa afirmar: “estou em
casa, sinto-me seguro”. Quer dizer, a pessoa segura pode seguir sua vida pessoal sem precisar se
preocupar com aspectos externos.
Segurança pública é o estado de segurança que é garantido pelo funcionamento dos órgãos de
Estado em prol do interesse coletivo. Assim, segurança pública é o conjunto de ações preventivas e
reativas do Estado que, em resposta à criminalidade, buscam retomar o estado de segurança das
pessoas.
Quanto ao confronto entre segurança pública e direitos humanos, o autor percebe que há dois lados
radicais: os defensores dos direitos humanos acusam os órgãos de segurança pública de serem
instituições de violação sistemática de direitos humanos. Por outro lado, há os defensores
incondicionais da ação policial, que acusam os direitos humanos de constituírem barreira ao
trabalho de enfrentamento da criminalidade.
O autor se afasta das duas posições, mantendo que é possível a existência de órgãos de segurança
que, cumprindo os deveres reconhecidos em relação aos direitos humanos, protegem a segurança
pública ao mesmo tempo em que preservam os direitos humanos. Conforme sua posição, só há
violação dos direitos humanos pelos agentes de polícia despreparados ou quando a própria

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 3


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

instituição está desaparelhada, mal paga ou corrompida. Uma polícia bem treinada, armada, com
aparelhos tecnológicos modernos e cultivando as áreas de inteligência contra o crime não irá
prejudicar os direitos humanos.
É inaceitável a posição que tem como admissível a infringência dos direitos humanos em nome de
uma pretensa segurança pública. Essa posição propicia um tiro no próprio pé, pois se os agentes de
polícia estão autorizados a cometer abusos, não há segurança que impeça o próprio defensor dessa
posição contra os abusos.
Os direitos humanos são um elemento novo do direito e devem funcionar como freio aos impulsos
de dominação dos seres humanos entre si. O Estado deve ser um ente perfeito, virtuoso e
absolutamente imparcial, apesar de que os governantes sejam, por natureza, imperfeitos. Num
Estado em que a dignidade humana fosse perfeitamente implementada, os crimes deixariam de
existir e as pessoas não mais seriam tão cruéis com seus semelhantes. A meta da humanidade não
pode se restringir a alcançar um mínimo objetivo, mas deve ser algo que transcende a realidade
atual e que serviria de chave para a mudança total de comportamento, permitindo o alcance da
dignidade plena.
O conformismo em relação aos abusos não deve servir de parâmetro social, e sim como alerta de
descumprimento das normas legais.
Assim, o autor propõe aos operadores do Direito que adotem uma visão crítica que afaste a lógica
de opressor e oprimido. Nessa visão por dentro do fenômeno da criminalidade, o operador se coloca
como autor da infração e visualiza o destino que lhe aguardaria em concreto, evitando a adoção de
posturas padronizadas.
Apesar disso, o autor mantém que as teorias abolicionistas do direito penal são utopias e puras
ficções. As punições devem ser aplicadas com aspecto reeducativo e ressocializador, o que admite
a segregação, se necessário. A prisão pode ser um instrumento de efetivação dos direitos humanos,
quando aplicada com razoabilidade e critérios de proporcionalidade.
O autor frisa, ainda, a importância de um ambiente familiar como fator que evita o fenômeno da
criminalidade, pois a família é um núcleo de apoio saudável e de exercício da solidariedade e da
fraternidade.
Ao final, o autor elenca alguns pontos principais da sua tese, dos quais vamos destacar alguns:

 1. Os direitos humanos constituem os direitos inerentes à própria natureza


humana, conferindo ao ser humano individualidade, respeitabilidade e condições
dignas de sobrevivência. São reconhecíveis por meio do direito natural e também
pelo direito positivado;

 4. Entrelaçam-se direitos humanos e dignidade humana, formando um todo


indissociável, permitindo que o Estado tutele e proteja o indivíduo no tocante à
vida, à liberdade, à integridade física e à segurança, ao mesmo tempo em que
combate a criminalidade, assegurando a ordem pública, proporcionando segurança
pública;

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 4


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

 5. Os direitos humanos tornam-se o escudo protetor do indivíduo contra


eventuais abusos e excessos do Estado, mas também devem tutelar o ser humano,
protegendo-o das condutas criminosas individuais. Por isso, para que os direitos
humanos sejam efetivamente conservados, é imprescindível garantir-se a segurança
pública;

 7. A segurança pública é um estado de paz e tranquilidade social, transmitindo


ao ser humano a sensação de bem-estar. Para assegurá-la, em primeiro plano,
concentram-se os órgãos estatais (polícia, Ministério público e Judiciário); em
segundo plano, mas não menos importante, o dever de todos os que vivem em
comunidade;

 9. Inexiste qualquer incompatibilidade entre direitos humanos e segurança


pública, pois um depende do outro para serem conveniente e legitimamente
exercidos no Estado Democrático de Direito;

 11. Os Poderes de Estado devem buscar e definir, com urgência, uma política
criminal definida para o combate à criminalidade, em particular, à corrupção;

 14. Os órgãos policiais devem ser respeitados e valorizados, especialmente no


combate ao crime organizado. Isto não significa o rompimento da estrutura do
Estado Democrático de Direito e muito menos uma afronta aos direitos humanos;

 16. A pena privativa de liberdade não está falida; falida está a sua prática, por
culpa primordial do Poder Executivo. Até que surja outro meio eficiente de punição,
especialmente voltado à criminalidade violenta, o correto é exigir o
aperfeiçoamento dos estabelecimentos penais;

 29. Ética e moral são incompatíveis com a prática criminosa, não significando
que os delinquentes devam ser privados de seus direitos fundamentais, pois o
Estado deve agir ética e moralmente;

 30. Uma das soluções para a criminalidade crescente implica o reconhecimento


do direito à solidariedade e à fraternidade, exigindo que todos colaborem e
ajudem os mais fracos, buscando nivelar a sociedade e garantir a eficácia do
princípio da dignidade da pessoa humana.

Com isso terminamos a análise do assunto fundada nos dois livros mencionados.

RESUMO
 Temas centrais da discussão:

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 5


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

A violência e a impunidade são dois temas


centrais discutidos na sociedade moderna.

 Teses fundamentais do livro Direitos Humanos versus Segurança Pública, de Guilherme Nucci:

 1. Os direitos humanos constituem os direitos inerentes à própria natureza


humana, conferindo ao ser humano individualidade, respeitabilidade e condições
==192de2==

dignas de sobrevivência. São reconhecíveis por meio do direito natural e também


pelo direito positivado;

 4. Entrelaçam-se direitos humanos e dignidade humana, formando um todo


indissociável, permitindo que o Estado tutele e proteja o indivíduo no tocante à
vida, à liberdade, à integridade física e à segurança, ao mesmo tempo em que
combate a criminalidade, assegurando a ordem pública, proporcionando segurança
pública;

 5. Os direitos humanos tornam-se o escudo protetor do indivíduo contra


eventuais abusos e excessos do Estado, mas também devem tutelar o ser humano,
protegendo-o das condutas criminosas individuais. Por isso, para que os direitos
humanos sejam efetivamente conservados, é imprescindível garantir-se a segurança
pública;

 7. A segurança pública é um estado de paz e tranquilidade social, transmitindo


ao ser humano a sensação de bem-estar. Para assegurá-la, em primeiro plano,
concentram-se os órgãos estatais (polícia, Ministério público e Judiciário); em
segundo plano, mas não menos importante, o dever de todos os que vivem em
comunidade;

 9. Inexiste qualquer incompatibilidade entre direitos humanos e segurança


pública, pois um depende do outro para serem conveniente e legitimamente
exercidos no Estado Democrático de Direito;

 11. Os Poderes de Estado devem buscar e definir, com urgência, uma política
criminal definida para o combate à criminalidade, em particular, à corrupção;

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 6


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

 14. Os órgãos policiais devem ser respeitados e valorizados, especialmente no


combate ao crime organizado. Isto não significa o rompimento da estrutura do
Estado Democrático de Direito e muito menos uma afronta aos direitos humanos;

 16. A pena privativa de liberdade não está falida; falida está a sua prática, por
culpa primordial do Poder Executivo. Até que surja outro meio eficiente de punição,
especialmente voltado à criminalidade violenta, o correto é exigir o
aperfeiçoamento dos estabelecimentos penais;

 29. Ética e moral são incompatíveis com a prática criminosa, não significando
que os delinquentes devam ser privados de seus direitos fundamentais, pois o
Estado deve agir ética e moralmente;

 30. Uma das soluções para a criminalidade crescente implica o reconhecimento


do direito à solidariedade e à fraternidade, exigindo que todos colaborem e
ajudem os mais fracos, buscando nivelar a sociedade e garantir a eficácia do
princípio da dignidade da pessoa humana.

QUESTÕES COMENTADAS
1. (Inédita - 2021) Os principais temas a partir dos quais surge o conflito entre os direitos humanos
e a segurança pública são:
a) o dogmatismo e o humanitarismo.
b) a violência e a impunidade.
c) a interpretação literal e a escola da exegese.
d) a democracia e o arbítrio estatal.
e) a verdade e a mentira.
Comentários
É a partir da violência e da impunidade que surgem as principais teses sobre a relação entre direitos
humanos e segurança pública. Por um lado, os que propugnam os direitos humanos ressaltam a
necessidade de conter a violência arbitrária do Estado, por outro, os que são contrários aos direitos
humanos afirmam a necessidade de ação enérgica contra a impunidade. Assim, a alternativa B é
correta e é o gabarito da questão.
2. (Inédita - 2021) De acordo com a visão exposta no livro Direitos Humanos, Segurança Pública e
Promoção da Justiça, a intervenção contra a criminalidade deve ser:
a) plena e sem limites.
b) arbitrária, na medida em que só os agentes de segurança em concreto conhecem a situação
real em jogo.

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 7


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

c) negativa, de autocontenção policial, abrindo espaço de liberdade pública irrestrita.


d) fundada na razão, na informação, na técnica, na ciência, na comunicação e na estratégia.
e) profilática e visionária, punindo os potenciais criminosos antes mesmo do cometimento do
delito.
Comentários
A proposta apresentada pelo documento é a de uma intervenção contra o crime fundada na razão,
na informação, na técnica, na ciência, na comunicação e na estratégia. Assim, a alternativa D está
correta e é o gabarito da questão.
3. (Inédita - 2021) Sobre as entidades que violam os direitos humanos, de acordo com o livro
Direitos Humanos, Segurança Pública e Promoção da Justiça, é correto afirmar que:
a) só o Estado pode violar direitos humanos.
b) o Estado é um ente perfeito que não pode violar direitos humanos.
c) qualquer pessoa que exponha visão contrária ao progresso da humanidade viola os direitos
humanos.
d) apenas os Estados capitalista violam direitos humanos.
e) entidades como o crime organizado, o capital multinacional, o capital especulativo, a
indústria internacional de trabalho escravo, a mídia, os enclaves terroristas ou de oposição
armada e outras organizações paraestatais podem violar os direitos humanos.
Comentários
Conforme a visão exposta no livro, o Estado não é o único violador de direitos humanos. O
documento menciona expressamente como potenciais violadores os seguintes: o crime organizado,
o capital multinacional, o capital especulativo, a indústria internacional do trabalho escravo, a mídia,
os enclaves terroristas ou de oposição armada e outras organizações paraestatais que assumiram
papeis semelhantes aos do Estado nas relações sociais sob seu espectro. Assim, a alternativa E é
correta e é o gabarito da questão.
4. (Inédita - 2021) Guilherme Nucci, no seu livro Direitos Humanos versus Segurança Pública,
adota uma posição:
a) totalmente contrária aos direitos humanos, que funcionam como empecilho para a atividade
dos órgãos de polícia.
b) absolutamente favorável aos direitos humanos, entendendo que órgãos de Estado como a
polícia devem ser extintos para que se efetive a dignidade humana.
c) mais favorável à atividade policial, entendendo que alguns fatos como o despreparo dos
policiais e a corrupção são inevitáveis, mas nem por isso é necessário extinguir a polícia.
d) que concilia direitos humanos e segurança pública, entendendo que é possível a existência
de órgãos de segurança pública que cumprem seus direitos humanos e protegem, ao mesmo
tempo, a segurança pública.

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 8


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

e) que distancia direitos humanos de segurança pública, entendendo que esses dois conceitos
têm âmbito de aplicação restritivos, não cabendo a coexistência numa mesma instituição da
função de proteger direitos humanos e de proteger a segurança pública.
Comentários
No livro, o autor se afasta de posições extremadas, mantendo que é possível a existência de órgãos
de segurança que, cumprindo os deveres reconhecidos em relação aos direitos humanos, protegem
a segurança pública ao mesmo tempo em que preservam os direitos humanos. Assim, a alternativa
D é correta e é o gabarito da questão.
5. (Inédita - 2021) Sobre a posição de Guilherme Nucci, no seu livro Direitos Humanos versus
Segurança Pública, a respeito da pena de prisão, podemos afirmar que:
a) o autor defende que a pena de prisão não está falida, cabendo a sua utilização como meio
eficiente de punição especialmente de crimes violentos, mas os estabelecimentos prisionais
devem ser extintos, favorecendo o cumprimento da pena domiciliar.
b) o autor defende que a pena de prisão não está falida, cabendo a sua utilização como meio
eficiente de punição especialmente de crimes violentos, e que os estabelecimentos prisionais
devem ser aperfeiçoados, mas não o são por culpa dos direitos humanos.
c) o autor defende que a pena de prisão não está falida, cabendo a sua utilização como meio
eficiente de punição especialmente de crimes violentos, e que os estabelecimentos prisionais
devem ser aperfeiçoados, mas não o são por culpa primordial do Poder Executivo.
d) o autor defende que a pena de prisão está falida, mas, no momento social em que vivemos
atualmente, é inviável a extinção imediata dos estabelecimentos prisionais, o que deve ocorrer
de forma gradativa através, principalmente, da educação pública sobre os efeitos nefastos da
prisão sobre os presos.
e) o autor defende que a pena de prisão está falida e os estabelecimentos prisionais devem ser
extintos de imediato, pois são uma estratégia social fracassada que não cumpre, de forma
alguma, os seus objetivos, constituindo meio de contenção social dos indesejados sem
possibilidade de transformação em uma instituição mais favorável.
Comentários
Vejamos o que diz a tese 16 exposta ao final do livro:

 16. A pena privativa de liberdade não está falida; falida está a sua prática, por
culpa primordial do Poder Executivo. Até que surja outro meio eficiente de punição,
especialmente voltado à criminalidade violenta, o correto é exigir o
aperfeiçoamento dos estabelecimentos penais;

De acordo com o autor, a pena de prisão tem uma função social positiva de punir os crimes violentos.
Não se trata de uma punição falida. Apenas a sua prática está falida, por culpa, principalmente, do
Poder Executivo, que não cumpre seu dever de aperfeiçoar os estabelecimentos prisionais. Assim, a
alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 9


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

LISTA DE QUESTÕES
1. (Inédita - 2021) Os principais temas a partir dos quais surge o conflito entre os direitos humanos
e a segurança pública são:
a) o dogmatismo e o humanitarismo.
b) a violência e a impunidade.
c) a interpretação literal e a escola da exegese.
d) a democracia e o arbítrio estatal.
e) a verdade e a mentira.
2. (Inédita - 2021) De acordo com a visão exposta no livro Direitos Humanos, Segurança Pública e
Promoção da Justiça, a intervenção contra a criminalidade deve ser:
a) plena e sem limites.
b) arbitrária, na medida em que só os agentes de segurança em concreto conhecem a situação
real em jogo.
c) negativa, de autocontenção policial, abrindo espaço de liberdade pública irrestrita.
d) fundada na razão, na informação, na técnica, na ciência, na comunicação e na estratégia.
e) profilática e visionária, punindo os potenciais criminosos antes mesmo do cometimento do
delito.
3. (Inédita - 2021) Sobre as entidades que violam os direitos humanos, de acordo com o livro
Direitos Humanos, Segurança Pública e Promoção da Justiça, é correto afirmar que:
a) só o Estado pode violar direitos humanos.
b) o Estado é um ente perfeito que não pode violar direitos humanos.
c) qualquer pessoa que exponha visão contrária ao progresso da humanidade viola os direitos
humanos.
d) apenas os Estados capitalista violam direitos humanos.
e) entidades como o crime organizado, o capital multinacional, o capital especulativo, a
indústria internacional de trabalho escravo, a mídia, os enclaves terroristas ou de oposição
armada e outras organizações paraestatais podem violar os direitos humanos.
4. (Inédita - 2021) Guilherme Nucci, no seu livro Direitos Humanos versus Segurança Pública,
adota uma posição:
a) totalmente contrária aos direitos humanos, que funcionam como empecilho para a atividade
dos órgãos de polícia.
b) absolutamente favorável aos direitos humanos, entendendo que órgãos de Estado como a
polícia devem ser extintos para que se efetive a dignidade humana.

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 10


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos
Equipe Materiais Carreiras Jurídicas, Ricardo Torques, Equipe CPC, Humanos e Eleitoral
Aula 14

c) mais favorável à atividade policial, entendendo que alguns fatos como o despreparo dos
policiais e a corrupção são inevitáveis, mas nem por isso é necessário extinguir a polícia.
d) que concilia direitos humanos e segurança pública, entendendo que é possível a existência
de órgãos de segurança pública que cumprem seus direitos humanos e protegem, ao mesmo
tempo, a segurança pública.
e) que distancia direitos humanos de segurança pública, entendendo que esses dois conceitos
têm âmbito de aplicação restritivos, não cabendo a coexistência numa mesma instituição da
função de proteger direitos humanos e de proteger a segurança pública.
5. (Inédita - 2021) Sobre a posição de Guilherme Nucci, no seu livro Direitos Humanos versus
Segurança Pública, a respeito da pena de prisão, podemos afirmar que:
a) o autor defende que a pena de prisão não está falida, cabendo a sua utilização como meio
eficiente de punição especialmente de crimes violentos, mas os estabelecimentos prisionais
devem ser extintos, favorecendo o cumprimento da pena domiciliar.
b) o autor defende que a pena de prisão não está falida, cabendo a sua utilização como meio
eficiente de punição especialmente de crimes violentos, e que os estabelecimentos prisionais
devem ser aperfeiçoados, mas não o são por culpa dos direitos humanos.
c) o autor defende que a pena de prisão não está falida, cabendo a sua utilização como meio
eficiente de punição especialmente de crimes violentos, e que os estabelecimentos prisionais
devem ser aperfeiçoados, mas não o são por culpa primordial do Poder Executivo.
d) o autor defende que a pena de prisão está falida, mas, no momento social em que vivemos
atualmente, é inviável a extinção imediata dos estabelecimentos prisionais, o que deve ocorrer
de forma gradativa através, principalmente, da educação pública sobre os efeitos nefastos da
prisão sobre os presos.
e) o autor defende que a pena de prisão está falida e os estabelecimentos prisionais devem ser
extintos de imediato, pois são uma estratégia social fracassada que não cumpre, de forma
alguma, os seus objetivos, constituindo meio de contenção social dos indesejados sem
possibilidade de transformação em uma instituição mais favorável.

GABARITO
1. B
2. D
3. E
4. D
5. C

PC-MG (Delegado) Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital 11


www.estrategiaconcursos.com.br 11
08436057902 - Malaine
1650146Pereira dos Santos

Você também pode gostar