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KAUFMANN, B.
ABERTURAS EM VIGAS
A NBR 6118/2014 – dispõe sobre este assunto nos itens 13.2.5, 13.2.6 e 21.3,
abordando os aspectos inerentes a furos, aberturas e canalizações em elementos
de concreto armado.
Por definição
“Furos” são os espaços de pequenas dimensões e, por outro lado;
Um conjunto de furos muito próximos deverá ser avaliado como uma ‘abertura’.
FUROS PARALELOS À SUA ALTURA
No caso de vigas de concreto armado, devem ser observadas limitações
construtivas mínimas para a existência de furos paralelas à sua altura (NBR
6118/2003, item 21.3.3):
armaduras.
ABERTURAS EM VIGAS
CANALIZAÇÕES EMBUTIDAS
Mansur e Tan (1999) afirmam que a disposição da abertura não irá alterar o
mecanismo de transporte de carga, desde que a abertura permaneça dentro da zona
de tração do concreto.
Se a abertura estiver na zona de compressão e, dessa forma, reduzir a área de
concreto resistente à compressão, essa abertura deve ser considerada no
dimensionamento da peça, conforme figura a seguir.
ABERTURAS EM VIGAS
Mansur e Tan (1999) explicam que a abertura constitui uma região de fraqueza da
estrutura e o plano de falha sempre passará através do centro da abertura, exceto
quando a abertura é muito próxima ao apoio.
Fusco (2013) aponta que aberturas pequenas, com diâmetros até a ordem de 0,2.h,
podem prejudicar ou não a resistência da viga ao cisalhamento, conforme sua
posição.
Nas figuras a seguir são mostrados os dois casos e, quando as aberturas interferem
com as bielas de cisalhamento, apresenta-se um critério para a consideração da
diminuição da resistência.
ABERTURAS EM VIGAS
A - Pequenas aberturas que não prejudicam a resistência da peça B - Pequenas aberturas que prejudicam a resistência da peça
Em que pese à viga com abertura poder suportar a mesma carga que uma viga
de alma cheia, desde que corretamente dimensionada sua armadura de reforço,
cabe ressaltar que sua rigidez diminui, o que poderá ser um inconveniente para
outros fatores, como por exemplo, a verificação das deformações do elemento.
ABERTURAS EM VIGAS
Considerando-se as seguintes convenções:
Sendo:
Asc e Ast as armaduras longitudinais nos banzos, calculadas de acordo com as
orientações da NBR 6118/2014 para flexão-composta, devidamente ancoradas de
um comprimento lb na região de alma cheia da viga, e;
Observação 1:
Nestes procedimentos, procurou-se não se caracterizar o banzo superior como
comprimido e o banzo inferior como tracionado, o que seria normal em vigas bi-
apoiadas, sujeitas assim à tração em sua face inferior.
Fato contrário, quando da ocorrência de aberturas próximas aos apoios internos de
vigas contínuas, esta situação inverte-se, sendo portando tracionada a face
superior da viga nesta região.
Observação 2:
Para o dimensionamento dos banzos à flexão composta sugere-se a utilização dos
Diagramas de Iteração (Fusco), obtendo-se para cada banzo:
ETAPAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS DE
REFORÇO EM ABERTURAS DE VIGAS
Vd = Nd / (Ac . fcd) e µ d = Md / (Ac . h . fcd) = Vd . e / h
Onde:
Nd = 1,4 . N; e = M / N;
Sendo que deve-se ter em cada banzo uma armadura equivalente à As / 2.
Observação 3:
Para o dimensionamento das armaduras de cisalhamento dos banzos, deve-se
considerar, além das características do tipo de concreto e aço (fck e fyk), os
seguintes procedimentos, de acordo com a Norma NBR 6118/2014, considerando
V’ o esforço cortante aplicado na seção:
ETAPAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS DE
REFORÇO EM ABERTURAS DE VIGAS
ESTUDO DE CASO - 01
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE FUROS HORIZONTAIS E
TRANSVERSAIS NA ZONA DE COMPRESSÃO EM VIGAS DE
CONCRETO ARMADO CONVENCIONAL E EM VIGAS DE CONCRETO
ARMADO COM A ADIÇÃO DE 25% DE PÓ DE BRITA.
GEORGE EVERSON NUNES DA SILVA FILHO
DADOS:
Viga de ensaio: 150mm de altura; 150mm de largura; 500mm de comprimento;
Vão do ensaio: 450mm;
Concreto: 20MPa;
Aço: CA-50 ØL = 5mm ; ØT = 5mm
Cobrimento: 2,5 cm;
ESTUDO DE CASO - 01
D.E.C.
D.M.F.
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA T1
Viga de alma cheia
VIGA T3
VIGA T2 Viga com 2 Furos, cada um localizado
Viga com 1 Furo no local de Momento Fletor Máximo onde o Esforço Cortante é Máximo
ESTUDO DE CASO - 01
ENSAIO DE TRAÇÃO NA
FLEXÃO
ESTUDO DE CASO - 01
ENSAIO DE STUTTGART
ESTUDO DE CASO - 01
RESULTADOS
Ensaio de Tração na Flexão (MPa)
VIGAS TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3
Viga 1 - 100% Areia 9,32 7,97 6,16
Viga 2 - 100% Areia 8,40 9,13 5,14
Viga 3 - 100% Areia 8,36 8,78 5,46
Viga 1 - 75% Areia e 25% pó de brita 4,40 3,60 3,50
Viga 1 - 75% Areia e 25% pó de brita 3,50 3,50 3,40
Viga 1 - 75% Areia e 25% pó de brita 4,00 3,30 3,20
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA TIPO 1
100% areia
Ruptura por
flexão
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA TIPO 1
75% areia
25% P.B.
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA TIPO 2
100% areia
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA TIPO 2
75% areia
25% P.B.
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA TIPO 3
100% areia
Ruptura por
cisalhamento
ESTUDO DE CASO - 01
VIGA TIPO 3
75% areia
25% P.B.
Ruptura por
cisalhamento
ESTUDO DE CASO - 01
CONCLUSÃO DO AUTOR
A presença de furos na região de Momento Fletor Máximo das vigas com 100% Areia, simulado no trabalho pela
Viga T2, teve uma influência ínfima na resistência da viga, cerca de 0,70% menor que nas Vigas T1 - Vigas de
Alma Cheia.
No enteando, em relação a furos nas regiões de Esforço Cortante Máximo, simulados pelas Vigas T3, causaram
aumento da tração diagonal na região de flexão simples. A passagem dos furos quanto mais próxima do apoio,
atravessando a biela comprimida, mais é prejudicial à estrutura. Provocando um redução significativa na resistência
da viga, cerca de 35% menor que nas Vigas T1.
Para as Vigas com 75% de Areia e 25% de Pó de Brita, nas Vigas com 1 Furo na região de Momento Fletor
Máximo (Vigas T1), houve uma redução de 12,60% na resistência em comparação as Vigas T1 - Vigas de Alma
Cheia. E nas Vigas com 2 Furos, cada um localizado no local de Esforço Cortante Máximo, também houve uma
queda na resistência, aproximadamente, 15,11% menor que as Vigas de Alma Cheia.
ESTUDO DE CASO - 01
CONCLUSÃO DO AUTOR
Além disso, foi observado que a resistência das Vigas T1 com 100% de Areia foi 54,32% maior que as Vigas T1
com 75% de Areia e 25% de Pó de Brita. As Vigas T2 com 100% Areia tiveram uma resistência 59,79% maior que
as Vigas T2 com 75% de Areia e 25% de Pó de Brita.
Por fim, as Vigas T3 com 100% de Areia tiveram uma resistência de 39,71% superior as Vigas T3 com 75% de
Areia e 25% de Pó de Brita, mostrando que é necessário mais estudos sobre o Pó de Brita para que seja verificado
se ele é apto para substituir a areia natural como agregado miúdo.
REFERÊNCIAS
• Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 6118. Projeto e Execução de Obras em Concreto
Armado. 2014.
• FUSCO, P. B. Técnica de Armar as Estruturas de Concreto. 2. ed. São Paulo: PINI, 2013.
• KAUFMANN, B. Verificação de vigas de concreto armado com aberturas na alma. Trabalho de Conclusão de
Curso. Curso de Engenharia Civil. Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC). 2016.
• LEONHARDT, F.; MÖNNING, E. Construções de Concreto: Princípios Básicos sobre a Armação de Estruturas
de Concreto Armado. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2007.
• Figuras www.google.com.br