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Cristologia
Antropologia e
Hamartiologia
Prof. Josadak Lima da Silva
2009
Copyright © UNIASSELVI 2009
Elaboração:
Prof. Josadak Lima da Silva
240
S5861t Silva, Josadak Lima da.
Caderno de Estudos: Teologia Sistemática II:
Cristologia, Antropologia e Hamartiologia/ Josadak
Lima da Silva.Centro Universitário Leonardo da
Vinci–Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009. x ; 110 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830- 210-8
Impresso por:
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Bom estudo!
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA) ...................................... 1
VIII
3.4 A PROMESSA DE REDENÇÃO........................................................................................... 82
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 86
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que, no final de cada um
deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos
adquiridos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O termo “Cristologia” (o estudo da Pessoa, natureza, obra e ofício de
Cristo) vem de duas palavras gregas, Christo, que significa “Ungido”, “Messias”;
e logia traduzido por “estudo”.
2 O ESTUDO DA CRISTOLOGIA
Concordo com Ryrie (2004), quando diz que a Cristologia pode incluir
tanto um estudo da Pessoa de Jesus quanto de sua obra. No entanto, uma
vez que sua principal obra foi seu sacrifício na cruz, o estudo da doutrina da
salvação (Soteriologia), normalmente, é separado da Cristologia. Em nosso caso,
a Soteriologia foi tratada na “Teologia Sistemática I”.
a) Ebionismo (107 d.C.). Os ebionistas diziam que Jesus era apenas humano,
desprovido da natureza divina. Eles aceitavam Jesus como Messias, todavia,
recusavam admitir suas credenciais divinas.
NOTA
4
TÓPICO 1 | TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA
NOTA
● até 500 d.C., a Cristologia foi estabelecida com posições extremas entre a
humanidade e a divindade de Jesus Cristo;
5
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
NOTA
6
TÓPICO 1 | TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA
Ortodoxa
Católica Romana
Luterana
Presbiteriana
Anglicana
Batista
Pentecostal
7
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
Como vimos, umas teorias negam a divindade de Cristo, outras negam Sua
humanidade, outras O tem como um fantasma. O pior é que, de uma forma ou de
outra, algumas dessas heresias e formas de pensamento estão sendo disseminadas
hoje, via espiritismo, testemunhas de Jeová e outros grupos conhecidos como
teosóficos. Portanto, estejamos alerta para sustentar a verdadeira identidade de
Cristo, conforme expressa na definição ortodoxa de Calcedônia.
8
TÓPICO 1 | TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Severino Pedro
Como homem, o Senhor estava na Terra; como Deus, podia estar no Céu,
ao mesmo tempo: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o
Filho do homem, que está no céu” (João, 3:13). Depois de sua ressurreição, Ele
declarou: “[...] estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”
(Mateus, 28:20).
9
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
Quando Jesus disse: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos
que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos, 13:32), fê-lo como Homem,
não se valendo de seu atributo divino da onisciência. Ao dizer “nem o Filho”,
expressou a sua humilhação e o seu esvaziamento decorrente de sua encarnação
(Filipenses, 2:6-8).
A despeito disso, a Ele foi dado todo o poder no Céu e na Terra; neste “todo”
está incluído o atributo da onisciência (Mateus, 28:18; João, 16:30; 21:17), que Ele
nunca perdeu, em potencial (cf. João, 6:61), mas dele abriu mão parcialmente e
em alguns momentos em que agiu como Homem.
FONTE: PEDRO, Severino. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p. 128-129.
10
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
Havia n’Ele, sem dúvida, duas naturezas: a divina e a humana. Porém, estas
duas naturezas se uniam em uma só Pessoa. Não havia dois Cristos. Jesus não
era uma pessoa dividida, sofrendo de esquizofrenia.
11
AUTOATIVIDADE
2 Complete:
12
UNIDADE 1
TÓPICO 2
A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE
CRISTO
1 INTRODUÇÃO
A doutrina da encarnação do Verbo divino está claramente exposta na
abertura do quarto evangelho. O apóstolo João apresenta Jesus como um homem
real exatamente como os outros, mas que possui os atributos da divindade.
NOTA
13
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
2 O CRISTO PREEXISTENTE
As profecias referentes a Jesus, o Messias vindouro, ocorrem em grande
número no Antigo Testamento. Muitas vezes, elas são detalhadas e precisas.
(KENDALL, 2008).
a) “No princípio era aquele que é a Palavra” (v.1) – fala do estado preexistente
de Jesus Cristo e expressa sua relação dinâmica com o Pai, pois “Ele estava
com Deus, e era Deus”. Observe que a Bíblia não está enfatizando apenas a
preexistência do Verbo, mas a natureza e igualdade d’Ele com o Pai, mesmo
sendo distinto do Pai.
14
TÓPICO 2 | A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO
● A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida em si mesmo, vida incriada (ou seja,
é a fonte da vida eterna).
● Esta vida revelou a pessoa e a natureza de Deus para todas as pessoas. ‘Luz’,
neste ponto, pertence à revelação autorizada e autêntica de Deus.
15
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
NOTA
16
TÓPICO 2 | A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO
LEITURA COMPLEMENTAR
17
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
embora fosse filho mais novo de José, nascido no Egito (Gn 48:18,19), é chamado
de primogênito . A Bíblia declara: ‘’[...] porque sou um pai para Israel, e Efraim é
o meu primogênito “ (Jr 31:9).
FONTE: SOARES, Esequias. Cristologia: a doutrina de Jesus Cristo. São Paulo: Hagnos, 2008. p.
38-39.
DICAS
18
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
Quando Cristo se encarnou e habitou entre nós (João, 1:14), Ele se tornou carne,
sentimento, desejo e afeto. Vejamos, no quadro a seguir, as duas naturezas de
Jesus, facilitando o resumo deste tópico.
19
AUTOATIVIDADE
20
UNIDADE 1
TÓPICO 3
A VERDADEIRA IDENTIDADE DA
PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
1 INTRODUÇÃO
Qualquer tratado sobre a Pessoa do Cristo encarnado precisa levar em
conta o tríplice ministério de Jesus, como o único mediador entre Deus e os
homens:
● Profeta
● Sacerdote
● Rei
Porém, pela cruz, Jesus tornou-se nosso único Mediador (2 Timóteo 2:5).
Ele aboliu para sempre a necessidade do sacerdote e do sacrifício (oficiante e
vítima) para efetuar a aproximação do homem a Deus (Hebreus, 9:21-22).
c) Jesus Cristo como Rei: O ofício real de Jesus aparece na Bíblia de várias
maneiras. Por exemplo, no Novo Testamento, como Rei, Jesus inaugura o Reino
de Deus (Lucas, 17:21), e após a ressurreição Ele ressaltou Sua realeza ao afirmar:
“Foi-me dada toda autoridade nos céus e na Terra” (Mateus, 28:18).
21
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
b) Em segundo lugar, se Jesus não fosse um ser humano real, não poderia
realizar o tipo de intercessão que o sacerdote deve fazer em favor daqueles
que ele representa (Hebreus, 2:17).
c) Em terceiro lugar, se Jesus era humano, tendo sido tentado como os homens,
então Ele pode compreender e ajudar os homens em suas lutas (Hebreus,
2:18; 4:15-16).
22
TÓPICO 3 | A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
2.2 AS TENTAÇÕES
Em Hebreus (4:15), Jesus Cristo foi tentado em todas as coisas como
qualquer mortal, mas nunca pecou. Isto indica que Jesus tinha a mesma natureza
que nós. Todavia, estava livre da depravação moral (natureza corrompida)
provocada pela queda.
Há uma pergunta que não quer calar: qual era a natureza das tentações de
Jesus? Certamente que as tentações de Jesus foram um apelo às suas necessidades
físicas, como a fome e o desejo legítimo de assumir seu Reino. Nesta perspectiva,
concordo com Bonhoeffer (apud FERREIRA, 2007), quando diz que as tentações de
Cristo foram intensamente reais. Elas apelaram à preservação de sua humanidade,
à busca de um sinal de poder de Deus e à preservação de seu senhorio – fora do
plano de Deus e sem confiar em Deus. A intenção do diabo era dirigir a lealdade
e a adoração de Jesus para si, em lugar do Pai (Mateus, 4:1-11).
23
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
● Criador (v.2)
● Deus (v.8)
● Imutável (v.12)
24
TÓPICO 3 | A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
a) “derrotasse” (v.14). Esse verbo declara que, pela morte de Jesus, os grilhões do
pecado e da morte foram definitivamente quebrados.
25
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
LEITURA COMPLEMENTAR
26
TÓPICO 3 | A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
FONTE: MACGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. São Paulo: Shedd, 2005.
p.424-425.
27
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
Ele voltará para os Seus (João, 14:18). As limitações da encarnação aceitas por
Jesus foram desfeitas após a ressurreição e ascensão aos céus, quando então
Ele reassumiu a posição anterior de glória. E a Sua volta se fará com a mesma
glória que sempre teve desde a eternidade (João, 17:5).
28
AUTOATIVIDADE
29
30
UNIDADE 1
TÓPICO 4
NOTA
31
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
32
TÓPICO 4 | JESUS CRISTO COMO MODELO DE VIDA
● Salvador – 17 vezes.
● Senhor – 470 vezes.
A verdade é que a afirmação bíblica continua tão válida hoje como o foi
nos tempos antigos: ”ninguém pode dizer Senhor Jesus senão pelo Espírito” (1
Coríntios, 12:3b), ou seja, ninguém pode confessar Jesus como tal se não tiver um
compromisso real com Ele. Façamos como os pregadores primitivos que primeiro
confessavam a Jesus como Senhor e depois como Salvador (Atos, 2:36; Romanos,
10:8-9; Tiago, 1:1; Judas, 1).
33
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
Isto explica que Jesus Cristo, em sua vida terrena, tinha duas obras para
realizar:
Por que seguir a Jesus? Porque Ele é o modelo moral e ético. A Cristologia
como compreensão histórica culturalmente situada da comunidade crente em
Jesus, no decorrer da história, sempre teve esta compreensão.
34
TÓPICO 4 | JESUS CRISTO COMO MODELO DE VIDA
A convocação que Jesus faz aos que desejam seguir seus passos na trilha
do discipulado (Marcos, 8:34) implica em três requisitos básicos:
“Negar-se a si mesmo” é ver somente a Jesus. Não mais o EU, não mais a
minha vontade, não mais isto e aquilo, mas somente a Jesus.
Jesus é o nosso modelo. Ele não disse – “pegue sua cruz e vá adiante”
– o que Jesus disse foi: “pegue a sua cruz e siga-me”. Quando vemos Jesus
“carregando” sua própria cruz à nossa frente, nossas forças aumentam.
35
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
c) Jesus nos deixou o padrão de vida moral e ético para que sigamos suas
pisadas em nossa vida diária.
DICAS
36
TÓPICO 4 | JESUS CRISTO COMO MODELO DE VIDA
LEITURA COMPLEMENTAR
Uma vez que nossa reflexão será pautada pelo caráter cristológico, cabe
logo de início a pergunta sobre o núcleo central de toda Cristologia, do que trata
sistematicamente o tratado da Cristologia. Ora, a Cristologia ou o tratado acerca
de Jesus Cristo trata de afirmar que Jesus não é outro senão o Cristo, palavra
grega equivalente a messias em hebraico: “Depois que Silas e Timóteo chegaram
da Macedônia, Paulo se dedicou exclusivamente à pregação, testemunhando aos
judeus que Jesus era o Cristo” (Atos, 18:5).
37
UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)
FONTE: VEDOATO, Giovani Mariot. Breve Tratado de Cristologia. Petrópolis: Vozes, 2002. p.35-
37.
NOTA
“HIPÓSTASE” – (do grego hypo, sob, debaixo + stasis, o que está, o suporte) –
significa natureza ou substância. Esta palavra foi utilizada para contrastar a natureza essencial
da divindade em relação aos seus atributos. Com frequência, é aplicada para mostrar a
distinção entre a natureza humana e divina do Senhor Jesus Cristo.
DICAS
SUGESTÕES DE LEITURA
1. ZACARIAS, Ravi. Por que Jesus é Diferente? São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
2. PIPER, John. Um Homem Chamado Jesus Cristo. São Paulo: Vida, 2005.
38
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico vimos que:
O nosso estudo da Cristologia não enfatizou quase nada dos três anos de
ministério público de Jesus (outro caderno terá esta incumbência). Então, em
resumo, e como pontos de um roteiro, observem uma visão panorâmica do
ministério terreno de Jesus.
Após ser batizado por João Batista, Jesus iniciou seu ministério com a
preparação no deserto.
Jesus decidiu ir para Jerusalém para a sua última visita àquela cidade. No
caminho, Ele realizou algumas atividades na Pereia. Em seguida, fez sua
entrada triunfal em Jerusalém, onde foi aclamado rei.
39
AUTOATIVIDADE
1 Em sua vida terrena, Jesus tinha duas obras para realizar. Quais eram?
2 Quais são as três frases que resumem o convite de Jesus ao seu discipulado?
40
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que, no final de cada um
deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos
adquiridos.
41
42
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A ORIGEM DO HOMEM
1 INTRODUÇÃO
A Antropologia Teológica é a área da Teologia Sistemática que estuda, à
luz da Bíblia, a criação do homem, a imagem de Deus no homem, a constituição
da natureza e destino do homem. Há várias teorias acerca da origem do homem,
todas contrárias ao ensino ortodoxo da Bíblia. Porém, a partir de uma análise
detalhada dessas teorias, constata-se que não passam de especulações:
“Que é o homem?”
Tornando essa pergunta pessoal, outra pergunta poderia ser feita: “Quem
sou eu?”
43
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
NOTA
NOTA
45
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
Afinal, ela não responde às questões mais simples, tais como: de onde veio
essa célula primária? Como pode ela se subdividir em tantas espécies, com tantas
formas de instintos básicos? Como explicar o instinto religioso básico relativo a
todo ser humano? E, até a mais simples: quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?
2.2 O CRIACIONISMO
O relato da criação do homem está registrado em dois textos bíblicos
básicos (Gênesis, 1:26-27 e 2.7:21-23). Contudo, há inúmeras referências bíblicas
que confirmam que o homem foi criado por Deus.
NOTA
46
TÓPICO 1 | A ORIGEM DO HOMEM
b) O homem foi formado por um ato direto de Deus: “[...] o Senhor Deus
formou o homem do pó da Terra” (Gênesis, 2:7).
NOTA
Estas e outras teorias são apenas teorias. O que nos importa mesmo é o
que a Bíblia diz. E ela diz que o tipo de homem que nós conhecemos procede de
um mesmo tronco, Adão.
24
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o senhor dos céus e
da Terra, e não habita em santuário feito por mãos humanas. 25 Ele não
é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque
ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas. 26 De um
só fez ele todos os povos, para que povoassem toda a Terra, tendo
determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares
exatos em que deveriam habitar. 27 Deus fez isso para que os homens
o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá--lo, embora não
esteja longe de cada um de nós. 28 Pois nele vivemos, nos movemos e
existimos, como disseram alguns dos poetas de vocês: ‘Também somos
descendente dele’”. (Atos 17.24-28)
48
TÓPICO 1 | A ORIGEM DO HOMEM
49
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
LEITURA COMPLEMENTAR
A pessoa de Adão
Quem foi Adão? Quando e como foi criado? Estas são algumas das
perguntas que são levantadas em relação à origem do homem. Para estas
perguntas, não temos respostas finais, mas podemos fazer algumas considerações.
Adão deve ser visto como uma pessoa real, que viveu na história ou
apenas figura simbólica? A pergunta pode ser difícil, pela dificuldade que temos
de determinar o gênero da literatura nestes primeiros capítulos de Gênesis. Para
Emil Brunner (1889-1966), os capítulos 2 e 3 de Gênesis devem ser entendidos
como uma parábola, como a do filho pródigo, uma história que ilustra o que
acontece com toda pessoa. Neste caso, Gênesis 2 e 3 não é história, é uma espécie
de biografia de cada pessoa.
O tempo da criação
Outra posição, defendida por Kidner (1979, p. 25-29), é que Adão pode
ter sido criado há cerca de 10 mil anos atrás e representa um tipo de homem
diferente daquele mais primitivo e conhecido pela ciência. Os ossos que os
antropólogos acharam teriam pertencido a criaturas que não eram homens,
com as características como nós conhecemos e como a Bíblia nos apresenta. Os
antropólogos definem o homem em termos da habilidade de fazer instrumentos
(homo faber) ou alguma outra marca na sua civilização. A Bíblia define o homem
em termos de criaturas diferentes, feito à imagem e semelhança de Deus. Segundo
esta teoria, teria começado com Adão, e os vestígios descobertos pela ciência não
pertencem a esta categoria de homem.
FONTE: AGUIAR, Zacarias. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba: A.D. Santos, 1999. p.167-
168.
51
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
52
AUTOATIVIDADE
3 Quais dos argumentos a favor da unidade da raça você considera ser o mais
eficaz? Por quê?
53
54
UNIDADE 2 TÓPICO 2
A NATUREZA DO HOMEM
1 INTRODUÇÃO
Quando Deus criou o homem, Ele o fez associando a substância material
(“pó da terra”), para a formação do corpo, com o imaterial (“sopro divino”),
para a formação dos elementos espirituais. Assim, o homem é tanto físico quanto
espiritual.
55
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
Para o teólogo Ferreira (2007, p. 417), uma implicação desta teoria é que
Deus não se relaciona com o ser humano por meio da mente, mas por meio de
intuição mística. Através da intuição, a mente pode conhecer a mente de Deus
diretamente e receber a orientação divina. O espírito também experimenta
comunhão com Deus, muito mais profunda do que pode ser experimentada
por meio da mente. Este ensinamento gnóstico foi muito difundido no Brasil
por meio dos livros do místico chinês Watchman Nee. Este autor defende que o
espírito humano é aquela parte que se relaciona com Deus, enquanto que a alma
é a parte que tem o intelecto, as emoções e a vontade. Nee e todos os tricotomistas
acreditam numa hierarquia, em que o espírito ocupa o lugar mais alto, vindo
depois a alma e por último o corpo.
O fato é que não é possível se relacionar com Deus sem o intelecto. Chega
ser uma aberração a anulação do raciocínio na nossa relação com Deus. Assim,
até mesmo o estudo da Palavra de Deus passa a ocupar um lugar secundário
56
TÓPICO 2 | A NATUREZA DO HOMEM
57
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
LEITURA COMPLEMENTAR
A NATUREZA DA HUMANIDADE
William Menzies
Stanley Horton
Sem importar o grupo com que a pessoa se identifique, está claro que
existem três funções na natureza humana, indicadas pelas três categorias. O corpo
é o aspecto consciente do mundo em nosso ser. O aparelho sensorial que Deus nos
deu – visão, tato, audição, olfato e paladar – fornece-nos a consciência de nosso
ambiente físico. É principalmente através dessa via que nos comunicamos com
nosso meio ambiente. Nossos apetites corporais fazem parte de nossa formação
fisiológica e psicológica.
58
TÓPICO 2 | A NATUREZA DO HOMEM
FONTE: MENZIES, William; HORTON, Stanley. Doutrinas Bíblicas – uma perspectiva pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995. p. 85-87.
59
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
Os seres humanos são seres biológicos, físicos e finitos, criados por Deus do
“pó da terra” (Gênesis, 2:7), sujeitos às limitações, doenças, fragilidades físicas
e morte corporal.
60
AUTOATIVIDADE
61
62
UNIDADE 2 TÓPICO 3
Para firmar sua linha de raciocínio, Olson (2000, p. 287) faz a seguinte
pergunta: “[...]que é natureza nessa acepção?. É a humanidade como Deus a criou
[...]”. De acordo com o testemunho bíblico, Deus declarou que tudo o que ele
criou é “bom” (Gênesis, 1:31).
63
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
NOTA
TUROS
ESTUDOS FU
64
TÓPICO 3 | A IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM
NOTA
65
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
66
TÓPICO 3 | A IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM
67
UNIDADE 2 | DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA)
LEITURA COMPLEMENTAR
Entende que a queda de Adão afeta o caráter moral do ser humano. Todas
as deficiências morais do ser humano, inclusive a luxúria e a ignorância, podem
ser atribuídas ao pecado de Adão.
FONTE: McGRATH, Alister. Teologia – Sistemática, histórica e filosófica. São Paulo: Shedd Publi-
cações, 2005. p. 502-506.
DICAS
SUGESTÕES DE LEITURA
2. SMALLEY, Gary; TRENT, John. O Valor Oculto do Homem. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
69
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
A Bíblia diz que o homem foi criado segundo à imagem e semelhança de Deus.
Entendemos também que “imagem” e “semelhança” são termos sinônimos.
Além dessa imagem ter vínculo afetivo, inclui também o domínio do homem
sobre toda a criação. É ela que faz os seres humanos serem distintos dos
animais.
70
AUTOATIVIDADE
71
72
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta Unidade está dividida em três tópicos, sendo que, no final de cada um
deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos
adquiridos.
73
74
UNIDADE 3
TÓPICO 1
A ORIGEM DO PECADO
1 INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado, na Teologia Cristã, chama-se Hamartiologia, que
se ocupa com o estudo da origem, natureza e universalidade do pecado, conforme
a revelação das Escrituras Sagradas – a Bíblia.
Portanto, temos que concordar com Paul Tillich (apud FERREIRA, 2007,
p. 495), o maior teólogo protestante liberal do século XX, ao afirmar que o homem
é “essencialmente bom, mas existencialmente alienado”.
75
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
NOTA
12
Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada!
Como foi atirado à Terra, 13 você, que derrubava as nações! Você, que
dizia no seu coração: ‘Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das
estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembleia, no ponto
mais elevado do monte santo. 14 Subirei mais alto que as mais altas
nuvens; serei como o Altíssimo.
76
TÓPICO 1 | A ORIGEM DO PECADO
13
Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas
o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira,
carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições eram feitos de
ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado. 14 Você foi
ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o designei.
Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras
fulgurantes. 15 Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em
que foi criado até que se achou maldade em você. 16 Por meio do seu
amplo comércio, você encheu-se de violência e pecou. Por isso eu
o lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o expulsei, ó
querubim guardião, do meio das pedras fulgurantes.
Vale lembrar que esse ser foi criado por Deus, mas tinha o livre-arbítrio
como o homem também possui. Portanto, desde o Éden (o pecado original), e
através dos tempos, o diabo tem se utilizado de todos os meios para corromper a
humanidade. Gênesis 3 é o melhor exemplo para se averiguar como ele age para
tentar o homem à desobediência a Deus.
b) O gnosticismo. Esta teoria nega o caráter ético do mal e, por isso, trata
o pecado como algo puramente físico.
77
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
NOTA
NOTA
78
TÓPICO 1 | A ORIGEM DO PECADO
Leia o seguinte trecho, para averiguar como Satanás agiu para induzir
nossos primeiros pais ao pecado:
1
Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens
que o SENHOR Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isto
mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores
do jardim’?” 2 Respondeu a mulher à serpente: “Podemos comer do
fruto das árvores do jardim, 3 mas Deus disse: ‘Não comam do fruto
da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário
vocês morrerão’ ”. 4 Disse a serpente à mulher: “Certamente não
morrerão! 5 Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos
se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”.
6
Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar,
era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter
discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido,
que comeu também. (Gênesis 3.1-6).
Veja a sequência da ordem dada por Deus: “não comam do fruto”, “nem
toquem nele”, “do contrário vocês morrerão”. Agora observe como Satanás torce
as palavras de Deus, no versículo 4 e 5, de modo a confundir Eva: “certamente não
morrerás”, “Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão”,
“e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”.
79
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
80
TÓPICO 1 | A ORIGEM DO PECADO
“20 Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha,
mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança
21
de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da
decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos
filhos de Deus. 22 Sabemos que toda a natureza criada geme até agora,
como em dores de parto”. (Romanos 8.20-22).
Agora, leia Gênesis 3:7 a 10, para constatar que, ao pecarem, Adão e Eva
se sentiram culpados diante de Deus.
7
Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então
juntaram folhas de figueira para cobrir-se. 8 Ouvindo o homem e sua
mulher os passos do SENHOR Deus que andava pelo jardim quando
soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus
entre as árvores do jardim. 9 Mas o SENHOR Deus chamou o homem,
perguntando: “Onde está você?” 10 E ele respondeu: “Ouvi teus passos
no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi”.
Observe que eles perceberam sua nudez e sentiram vergonha. Por isso,
esconderam--se de Deus, pois tiveram medo. O que houve foi consciência da
transgressão, pois violaram um mandamento. Isto é chamado teologicamente de
culpa legal.
81
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
82
TÓPICO 1 | A ORIGEM DO PECADO
LEITURA COMPLEMENTAR
Do Gnosticismo a Orígenes
Orígenes (185-254 d. C.) sustentou este mesmo ponto de vista por meio
de sua teoria chamada “preexistencialismo”. Segundo ele, as almas dos homens
pecaram voluntariamente em existência prévia, e, portanto, todas entraram
no mundo numa condição pecaminosa. Este conceito de Orígenes sofreu forte
oposição mesmo nos seus dias.
83
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
FONTE: OLIVEIRA, Raimundo. As Grandes Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2001. p. 191-192.
84
RESUMO DO TÓPICO 1
A Bíblia afirma que “[...] o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo
pecado a morte” (Romanos 5:12). Essa pecaminosidade do homem está
registrada em toda extensão das Escrituras Sagradas, e a história é testemunha
desta verdade.
85
AUTOATIVIDADE
2 Por que razão Adão participou do fruto, quando aparentemente não havia
sido tentado?
86
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Estamos estudando a doutrina bíblica do pecado: sua origem, natureza
e consequências. Como vimos na Unidade 2, nas condições com que o homem
foi criado e colocado no jardim do Éden, era para ele escolher o bem. Todavia,
ao invés disto, ele fez a escolha errada. Adão e Eva escolheram, de forma livre
e voluntária, o mal; desta forma, o pecado foi imputado a toda raça humana.
Então, “[...] todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos
3:23).
NOTA
2 A NATUREZA DO PECADO
O que é pecado? Esta pergunta tem deixado muitos pensadores perplexos.
Contudo, a Bíblia tem a resposta absoluta.
87
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
Grego
adikia Injustiça; injusto Romanos, 6:13
anomia Sem lei; iniquidade 1 João, 3:4
asebeia Impiedade; falta de reverência Romanos, 1:18
kakia Malícia; malignidade Romanos, 1:29
FONTE: O autor
88
TÓPICO 2 | A NATUREZA DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Percebemos pela experiência que o pecado é nocivo a nós, que traz dor
e consequências destrutivas para nós e para os outros atingidos por
ele. Mas se definirmos o pecado como a inconformidade à lei de moral
de Deus, então pecar é mais do que meramente doloroso por Deus,
não deve haver pecado. O pecado se opõe diretamente a tudo o que é
bom no caráter de Deus, e assim como Deus necessária e eternamente
detesta o pecado. É, em essência, a contradição da excelência do
caráter moral de Deus. Contradiz a sua santidade, e portanto ele tem
de detestá-lo. (GRUDEN, 2006. p. 404).
Sendo um pouco mais abrangente, o teólogo Aguiar (1999) diz que pecado
é um mal moral que consiste em ação, omissão ou estado contrário a qualquer lei
de Deus, dada às suas criaturas racionais.
3 A TRANSMISSÃO DO PECADO
O pecado afasta o homem do centro da realidade divina.
12
Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um
homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os
homens, porque todos pecaram; 13 pois antes de ser dada a lei, o pecado
já estava no mundo. Mas o pecado não é levado em conta quando não
existe lei. 14 Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de
Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante
à transgressão de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de
vir”. (Romanos 5.12-14)
89
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
● “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável.
Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jeremias, 17:9).
● “Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por
causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento do seu coração”
(Efésios, 4:18).
● “Para os puros, todas as coisas são puras; mas para os impuros e descrentes,
nada é puro. De fato, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas”
(Tito, 1:15).
90
TÓPICO 2 | A NATUREZA DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
LEITURA COMPLEMENTAR
O PECADO HERDADO
Charles Rirye
Definição
Depravação total
91
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
FONTE: RIRYE, Charles. Teologia Básica. São Paulo: Mundo Cristão, 2004. p.251-252.
92
RESUMO DO TÓPICO 2
Ao transgredir, o homem errou o alvo para o qual Deus o criou: viver dentro
da vontade de Deus, em comunhão íntima com Ele.
Ao tratar sobre o assunto: o pecado de nossos primeiros pais, temos que levar
em conta duas questões:
1) Foi uma queda de seres perfeitos – alguns anjos e o homem passaram por
um período de teste de obediência; eles tinham capacidade de escolher entre
o bem e o mal.
93
AUTOATIVIDADE
94
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Adão e Eva pecaram e sofreram as consequências de sua transgressão.
Os homens continuam transgredindo a Lei de Deus e continuam sofrendo suas
consequências.
NOTA
95
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
NOTA
b) Perspectiva federalista. Esta teoria defende que Adão teria duas relações
com a humanidade: a de chefe e a de chefe representativo de toda a raça humana
na “aliança das obras”. Pela sua relação natural com a humanidade, Adão não
poderia lançar sobre os seus descendentes a culpa dos seus erros, mas pela relação
pactual sim. (AGUIAR, 1999).
96
TÓPICO 3 | OS PECADOS REAIS (PESSOAIS)
Aqui, precisamos dar uma breve explicação sobre a diferença entre pecado
original e pecados atuais. Leiamos 1 João (1:8-9), para facilitar nossa compreensão:
‘‘Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade
não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar
os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.’’
97
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
Todas estas expressões indicam que o pecado é um vírus que afetou toda
raça humana. É uma chaga universal. É um tormento coletivo. Este texto nos
mostra, também, que muitas coisas se tornaram más em consequência do pecado
de Adão, mas também mostra que Deus, pela Sua infinita misericórdia, apresenta
o remédio eficaz para este terrível mal que assola a humanidade: a graça de Deus
em Cristo Jesus.
Uma leitura criteriosa do texto revela que o pecado aqui descrito não é
apenas do ponto de vista moral, mas como um poder pernicioso ao qual todo o
homem está submetido, em que a morte é o destino comum de toda humanidade.
Expressão como “[...] a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés”
(v. 14) mostra que o juízo de Deus paira sob todos os membros da raça humana
que não estão em Cristo. Porém, não foi só o pecado de Adão que trouxe o juízo
de Deus, mas os pecados de cada um de nós (v. 16). Cada homem paga pelo seu
próprio pecado.
98
TÓPICO 3 | OS PECADOS REAIS (PESSOAIS)
O texto acima revela que pecado não é um mito ou uma invenção para
amedrontar o homem, como dizem os teólogos liberais, mas é uma realidade que
opera na vida das pessoas.
99
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
b) A segunda analogia trata o pecado como uma força que nos mantém
cativos e de cujo domínio somos totalmente incapazes de nos libertar. O livre-
arbítrio é rendido pela força do pecado e somente pode se libertar por meio da
graça. Assim, Cristo é visto como o libertador, a fonte da graça que destrói a força
do pecado.
NOTA
LEI. A palavra “Lei” é utilizada em três sentidos: como um princípio (v.21), como
a lei de Deus (v.22), e como lei do pecado (v.23). Todas essas leis entram em atuação na vida
do homem e fazem com que ele se sinta “miserável” (v.24).
100
TÓPICO 3 | OS PECADOS REAIS (PESSOAIS)
A lei expõe o pecado do homem, mas não faz nada para curá-lo. Então,
os judeus, como também os gentios, têm de se confessar moralmente
falidos. Se existe alguma esperança para qualquer dos dois grupos,
terá de ser achada na misericórdia de Deus, e não em alguma
reivindicação que os homens ou as nações possam fazer-lhe. Em vista
do fato do pecado universal, o caminho para a aceitação por parte de
Deus em razão de nossas obras de justiça está fechado – e o avisto é
perfeitamente claro: nesta direção não há nenhuma entrada”. (BRUCE,
1999, p. 80).
101
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
Em suma, o teólogo Elliff (2004) elencou 35 razões para não pecar. Veja-as:
102
TÓPICO 3 | OS PECADOS REAIS (PESSOAIS)
103
UNIDADE 3 | DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA)
LEITURA COMPLEMENTAR
Franklin Ferreira
Alan Myatt
Em primeiro lugar, o pecado é o mal sem par, não existe nada mais
nocivo do que o pecado. O pecado é errar o alvo estabelecido pela lei de Deus, é
infidelidade, desvio do caminho, saída do aprisco, cegueira e surdez, transgressão
e incapacidade. “pecado é uma fera rosnando à porta”. Por isso, concordamos
com o que escreveu Ralph Venning; “O mal do pecado é pior do que qualquer
outra perturbação e aflição, pior que a morte, pior que o próprio diabo, pior que
o inferno. Essas quatro coisas são verdadeiramente terríveis: oramos pedindo a
Deus que nos livre delas. Todavia, nem todas elas juntas são tão nocivas para
nós quanto um estilo de vida pecaminoso”. Isto porque “pode-se sofrer e não
pecar; mas é impossível pecar não sofrer. O pecado tem poder de desfigurar e
perverter tudo que foi criado bom por Deus. Seu poder é caricatural e parasitário,
uma anomalia, loucura e vício. Por isto, devemos odiar o pecado, fugindo dele
em direção ao Deus santo, em humildade, contrição, lágrimas e arrependimento
contínuo.
104
TÓPICO 3 | OS PECADOS REAIS (PESSOAIS)
Em quarto lugar, o fato de Deus não derramar sua ira e juízo sobre os
pecados ao nosso redor não deve nos levar a uma atitude cínica ou descuidada.
Temos a tendência de pensar que Deus ignora o pecado, porque os seus juízos
não são imediatos. Porém, se Deus fosse trazer juízos tão logo quanto os homens
e mulheres pecassem, em pouco tempo não haveria mais nenhuma pessoa sobre
a face da Terra! Todavia, o pecado será finalmente punido, ainda quando não
seja punido imediatamente. Que a longanimidade de Deus seja ocasião de ainda
encontrá-lo!
Uma última aplicação tem a ver com nossos relacionamentos uns com
os outros. Francis Schaeffer disse que, em toda interação com outras pessoas,
devemos sempre lembrar duas coisas. Por um lado, o outro é criado à imagem de
Deus, e assim merece ser tratado com toda dignidade, que reflita o valor infinito
que ele recebeu de Deus. Por outro, o outro é pecador, carente do amor e da
justiça de Deus, assim como de nossa paciência, amor e perdão. Nunca devemos
nos enganar, achando que somente o outro que pode cair e não nós mesmos. A
doutrina do pecado deve manter-nos vigilantes, e em dependência total de Deus,
em nossa luta para vencer o pecador.
FONTE: FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2007.
p.477-479.
105
RESUMO DO TÓPICO 3
106
AUTOATIVIDADE
3 Quais são as três analogias que Agostinho utilizou para explicar o pecado
original?
107
108
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Zacarias Severa de. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba: A.D.
Santos, 1999.
BRUCE, F.F. Romanos – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.
CAMPOS, Heber. A pessoa de Cristo: as duas naturezas. São Paulo: Vida Nova,
2008.
ELLIF, Jim. 35 razões para não pecar. Revista Fé para Hoje. São Paulo, n.23, Fiel
da Missão Evangélica Literária, 2004.
109
KIDNER, Derek. Gênesis: Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo
Cristão,1979.
LEWIS, C.S. Cristianismo Puro e Simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
LOYD-JONES, Martin. Deus o Pai, Deus o Filho. São Paulo: PES, 1997.
OLSON, Roger. História das Controvérsias na Teologia Cristã. São Paulo: Vida,
2000.
110