Você está na página 1de 2

7 dicas para recuperar um negócio que está indo mal

Renegociar as dívidas, eliminar desperdícios e fazer planejamento


financeiro são atitudes básicas para os empreendedores no vermelho

Da Redação - 17/02/2016

Empreendedor deve buscar organização financeira para retomar o seu negócio


(Foto: Reprodução/Pexels)

Para o empreendedor conseguir recuperar um negócio que está indo mal, é


preciso planejamento. Mas, antes de pensar em salvar a empresa, ele deve dar um passo
ainda mais difícil: perceber que o seu empreendimento não caminha bem. Estagnação
nas vendas, falta de capital de giro, estoques cheios e excesso de financiamentos são
características comuns entre empresas mal sucedidas.

Na opinião de João Carlos Natal, consultor do Sebrae-SP, a falta de organização


financeira é a principal causa para os empresários demorarem a identificar o declínio de
um negócio. “Uma empresa se fundamenta em números. Sem um controle básico, o
empreendedor não consegue dar os primeiros passos para a mudança.”

E para que ela aconteça, o empreendedor precisa colocar no papel todas as suas
dívidas – prática que além de ajudar negócios que correm riscos, também pode garantir
a saúde financeira de qualquer empresa. Dessa forma, o empreendedor que está no
vermelho reconhecerá seus maiores problemas e desenvolverá um plano de ataque para
resolvê-los.

Antes de renegociar as dívidas com os bancos e os fornecedores, por exemplo, o


empreendedor deve realizar um planejamento financeiro. “É importante para saber se
possui fôlego para os pagamentos. Muitos renegociam sem saber se vão conseguir
pagar.” Outro passo essencial é saldar todos os financiamentos realizados pelo
empreendedor como pessoa física. “As taxas são muito maiores que as de pessoa
jurídica”, diz o consultor do Sebrae-SP.

Além dessas dicas, Natal também listou outras recomendações relevantes para
quem deseja mudar a história de um negócio que está indo mal. Segundo o especialista,
“toda empresa tem jeito, desde que o empreendedor queira”.

1. Organize-se
Antes de qualquer ação, o empreendedor deve arrumar a casa, organizando
financeiramente o seu negócio por completo. Dessa forma, ele tem a chance de
estruturar o processo de retomada, descobrindo por onde começar e avaliando quanto
isso vai lhe custar.

2. Contabilize
Aprofundando-se na organização financeira do seu negócio, o empreendedor deve
contabilizar todos os seus débitos, listando por completo as dívidas da empresa – e as
pessoais que estejam relacionadas ao negócio. O recomendável é separá-las por
categoria, como bancária, trabalhista, tributária, fornecedores, e por formato, como
cheque especial, cartão de crédito ou empréstimo. Essa organização permite analisar se
os gastos podem ser substituídos por outros mais baratos.

3. Ataque os mais importantes


Definir as prioridades é um bom caminho para colocar sua empresa de volta nos trilhos.
Por exemplo, o não pagamento do financiamento de um equipamento pode acarretar na
paralisação das atividades da empresa. Ou deixar de pagar as prestações de um
financiamento realizado em pessoa física (com taxas mais caras) também pode dificultar
a tentativa de retomada do negócio. “Para visualizar um futuro, é necessário se
planejar.”

4. Renegocie suas dívidas


Para que as renegociações sejam proveitosas, é importante, mais uma vez, possuir um
bom planejamento financeiro. Dessa forma, na hora de negociar, o empreendedor vai
conseguir comprovar para os bancos e fornecedores a capacidade de saldar todas as suas
dívidas. “É importante demonstrar a capacidade e a seriedade de garantir os
pagamentos.” Assim, fica inclusive mais fácil conseguir reduções consideráveis nos
valores.

5. Corte os desperdícios
Para o consultor, o empreendedor não deve pensar logo de cara em cortar os
funcionários de sua equipe. “É importante ter um plano de ação para adequar as
despesas com a nova realidade de receita. Mas, não necessariamente com demissões”,
diz Natal.

Para isso, é importante eliminar tudo que for considerado desperdício. “Não
deixar luz acesa, diminuir a conta telefônica e gastar menos água.” Caso os custos com
o aluguel estejam altos, o empreendedor também pode pensar em trocar de loja física,
pesquisando novos pontos com preços mais acessíveis. “É uma forma boa de
economizar.”

6. Faça uso da sua reserva


Recomenda-se que todo empreendedor divida o seu lucro em três partes iguais: uma
para reinvestir na empresa, outra para a sociedade e o terceiro para a reserva do capital
de giro. Essa reserva é muito importante para um momento de crise da empresa. “Dá a
chance do momento ser um pouco mais tranquilo. Pode ser que essas reservas ajudem a
marca a se manter e até mesmo a trazer novos clientes”, diz Natal.

7. Dê um passo para trás


Apesar de ser uma decisão muito difícil, fechar o negócio momentaneamente pode ser,
sim, uma boa saída. Para Natal, tudo depende do que o seu planejamento financeiro
mostrar.

Se ele diz que o seu investimento não vai ser recuperado, o empreendedor pode
diminuir o tamanho do negócio ou fechar a empresa para não queimar ainda mais
recursos. "Um passo para trás e dois para frente”, diz. Esse momento é importante para
refletir se o empreendedor não vai cometer os mesmos erros mais uma vez. “Será que
ele não está batendo nas mesmas teclas? Se houver planejamento e vontade de fazer
acontecer, a empresa tem jeito.”

Você também pode gostar