Análise Do Potencial Turístico-Bernardete Casaca

Instituto Superior de Ciências Educativas
CARATERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA FREGUESIA

DO CASTELO DE SESIMBRA ENQUANTO POTENCIAL
TURÍSTICO
Licenciatura em Turismo
Geografia Turística e Planeamento do Território
1 º ano
Elaborado por:
Bernardete Casaca - nº 16105
Professor: Bonifácio Rodrigues
Odivelas
Junho, 2020
Caraterização do Território da Freguesia do Castelo de Sesimbra Enquanto Potencial Turístico-
ELEMENTO MOTIVADOR:
"Não há sucesso sem dificuldade".
Sofocles (dramaturgo grego)
Instituto Superior de Ciências Educativas- junho, 2020

LISTA DE ABREVIATURAS
AML- Área Metropolitana de Lisboa
AMU-Áreas mediamente urbanas
APR-Áreas predominantemente rurais
APU-Áreas predominantemente urbanas
ARPT-Agência Regional de Promoção Turística
ART-Associação Regional de Turismo
CAE- Código de Atividade Económica
CCDR-Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
GOTDU Direcção Geral de Ordenamento do Território e Urbanismo
DGEEP - Direção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento
DGT - Direcção Geral do Turismo
GEPAT - Gabinete de Estudos e Planeamento da Administração do Território
GRT- Direção Regional do Turismo
H-Homens
INE-Instituto Nacional de Estatística
M-Mulheres
NUTS - Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
OMT-Organização Mundial do Turismo
OT-Ordenamento do Território

PDM-Plano Director Municipal
PIB-Produto Interno Bruto
PENT- Plano Estratégico Nacional do Turismo
PIOT - Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território
PROT-Plano Regional de Turismo
PMOT - Plano Municipal de Ordenamento do Território
PNOT-Plano Nacional de Ordenamento do Território
PNPOT- Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
PROT-Plano Regional de Turismo
TP- Turismo de Portugal
TST – Transportes Sul do Tejo
TTURE -Planeamento e Gestão Territórios Turísticos em Rede

RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal estudar o potencial turístico a Freguesia
do Castelo a partida da geografia turística. A elaboração deste estudo enquadra-se no
âmbito da unidade curricular geografia turística e planeamento do território no Instituto
Superior de Ciências Educativas.
O turismo tornou-se um fenómeno mundial e o seu crescimento é observável. O aumento

da procura turística, implica o planeamento e o ordenamento do território de forma eficaz
e sustentável para satisfazer as necessidades e desejos dos turistas e aumentar a
durabilidade do território turístico assim como os seus recursos.
Por esse motivo e pelo gosto tanto pela região como pelo concelho, escolhi a freguesia
onde resíduo para analisar o seu potencial turístico tendo em conta a panóplia de recursos
turísticos e acreditando que o potencial de evolução e crescimento é de elevada dimensão.
O planeamento proporciona benefícios, como a resolução de problemas ou a antecipação

dos mesmos, assim como a diminuição da instabilidade do destino, aumento da eficiência,
maior durabilidade dos recursos e definição de objetivos e prioridades.
O estado da arte é a revisão da bibliografia, a investigadora chegou aos resultados

apresentado através da análise de resultados estatísticos e pesquisa de informação através
da internet e livros.
Palavras Chaves: Freguesia do Castelo; Planeamento; Território; Geografia do Turismo.

ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 14
1.1 Objetivos do estudo: ..................................................................................................... 14
1.2 Metodologia .................................................................................................................. 15
1.3 Estrutura:....................................................................................................................... 15
I PARTE- ENQUADRAMENTO TEÓRICO ....................................................................................... 17
1 Turismo............................................................................................................................ 18
1.1 O que é o Turismo: .................................................................................................. 18
1.2 Destino turístico: ..................................................................................................... 18
1.3 Território Turístico: ................................................................................................. 19
1.4 Recurso Turístico: .................................................................................................... 20
1.5 Produto Turístico: .................................................................................................... 20
1.6 Motivo da Visita: ..................................................................................................... 21
1.7 Mercado turístico: ................................................................................................... 23
2. Geografia ......................................................................................................................... 23
2.1 5 Pilares da geografia: ............................................................................................. 25
2.2 Geografia e o Turismo ............................................................................................. 25
3. Geografia Turística .......................................................................................................... 26
4. Planeamento Turístico e do Território ............................................................................ 27
5. O que são NUTS? ............................................................................................................. 28
II PARTE- ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 31
O DESTINO TURÍSTICO FREGUESIA DO CASTELO ........................................................................ 32
1. Breve Apresentação da Freguesia ................................................................................... 32
1.1 Brasão ...................................................................................................................... 32

2. POTENCIAL TURÍSTICO DO TERRITÓRIO DA FREGUESIA DO CASTELO ATUALMENTE .... 34
2.1 Geografia Física ....................................................................................................... 34
2.2 Geografia Demografia ............................................................................................. 39
2.2.2 Análise de dados de 2018 comparativamente com anos anteriores: .................. 40
2.3 Geografia Económica .............................................................................................. 49
2.3.1 Empresas e estabelecimentos: ............................................................................ 49
2.3.2 Agricultura e Flores: ............................................................................................ 51
2.3.3 Turismo:............................................................................................................... 51
2.3.4 Pesca:................................................................................................................... 54
2.3.5 Transportes: ........................................................................................................ 56
2.3.6 Artesanato: .......................................................................................................... 56
2.4 Geografia Cultural ................................................................................................ 56
2.4.1 Gastronomia: ....................................................................................................... 56
2.4.2 Carnaval:.............................................................................................................. 58
2.4.3 Equipamentos: .................................................................................................... 59
2.4.4 Principais atrações de Património Cultural Material: ......................................... 60
2.4.5 Principais atrações de Património Natural:......................................................... 66
2.4.6 Principais Atrações de Património Cultural Imaterial: ........................................ 70
2.4.7 Património Relevante Fora da Freguesia do Castelo: ......................................... 71
2.5 Geografia Politica .................................................................................................... 79
3 Principais Mercados Emissores tendo em conta o atendimento no Posto de Turismo . 80
3.1 Mercado Interno: .................................................................................................... 81
3.2 Mercado Externo:.................................................................................................... 85
3.3 Comparação do Mercado Nacional VS Externo ...................................................... 91

4 Motivação do turística e Perfil tendo em conta o Modelo Plog e Smith ........................ 92
5 Ciclo de Vida do Destino Turístico Sesimbra ................................................................... 93
6 Analise SWOT do território enquanto potencial turístico............................................... 97
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TURÍSTICO: ..................................................................................... 98
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 101
Visão para 2050 ............................................................................................................. 103
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 105
WEBGRAFIA: .............................................................................................................................. 107

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1- Divisão de Portugal por NUTs ....................................................................... 29
Figura 2- Logotipo da Junta de Freguesia do Castelo .................................................... 33
Figura 3- Brasão da Freguesia do Castelo ...................................................................... 33
Figura 4-Apresentação do território Português por NUT I ............................................ 34
Figura 5-Divisão territorial de Portugal por NUTS II .................................................... 35
Figura 6-Divisão territorial da Área Metropolitana de Lisboa por NUTS III ................ 35
Figura 7-Divisão territorial da Área Metropolitana de Lisboa por Município ............... 35
Figura 8-Mapeamento do município em estudo -Sesimbra ............................................ 36
Figura 9-Divisão territorial do Concelho de Sesimbra, destaque na freguesia em estudo

........................................................................................................................................ 36
Figura 10-Área, perímetro, extensão máxima e altimetria por NUTS II, 2018 .............. 37
Figura 11-Pontos extremos de posição geográfica por NUTS II, 2018.......................... 37
Figura 12-Temperatura média do ar, precipitação e radiação solar global acumulada por
município, 2018 .............................................................................................................. 38
Figura 13-Aeroportos e aeródromos por NUTS II, 2018 ............................................... 38
Figura 14-Qualidade das águas para consumo humano por município, 2017 Fonte:
Anuário Estatístico da Área Metropolitana de Lisboa, 2018.......................................... 39
Figura 15-Praias de banho e praias acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, por
tipo de água balnear, e praias com bandeira azul, por município, 2019 ......................... 39
Figura 16- Número de habitantes na freguesia do Castelo ............................................. 39
Figura 17-Indicadores de população por município, 2018 ............................................. 42

Figura 18-População residente por município, segundo os grandes grupos etários e o sexo
em 31/12/2018 ................................................................................................................ 43
Figura 19-Alunas/os matriculadas/os por município segundo o nível de ensino e a

natureza institucional do estabelecimento, 2017/2018 ................................................... 44
Figura 20-Farmácias e postos farmacêuticos móveis por município, 2018 ................... 45
Figura 21-Trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o setor

de atividade (CAE-Rev.3) e o sexo, 2017 ...................................................................... 46
Figura 22-Ganho médio mensal dos/das trabalhadores/as por conta de outrem nos
estabelecimentos por município, segundo o setor de atividade (CAE-Rev.3) e o sexo,
2017 ................................................................................................................................ 46
Figura 23-Trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o nível

de habilitações, 2017 ...................................................................................................... 46
estabelecimentos, segundo o nível de habilitações, 2017 ............................................... 47
Figura 25-Trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo a

profissão principal (CPP-10), 2017 ................................................................................ 48
estabelecimentos, segundo a profissão principal (CPP-10), 2017 .................................. 49
Figura 27- Lista das Secções com a correspondência da atividade económica.............. 49
Figura 28-Empresas por município da sede, segundo a CAE-Rev.3, 2017 ................... 50
Figura 29-Estabelecimentos por município, segundo a CAE-Rev.3, 2017 .................... 50
Figura 30-Indicadores dos estabelecimentos de alojamento turístico ............................ 51
Figura 31-Indicadores dos estabelecimentos de alojamento turístico ............................ 52
Figura 32-Estabelecimentos e capacidade de alojamento .............................................. 52
10

Figura 33-Hóspedes, dormidas e proveitos de aposento nos estabelecimentos de

alojamento turístico ........................................................................................................ 53
Figura 34-Hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico, segundo a residência

habitual ........................................................................................................................... 53
Figura 35-Dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico, segundo a residência

habitual ........................................................................................................................... 54
Figura 36-Pescadores/as matriculados/as e embarcações de pesca por NUTS I ............ 55
Figura 37-Doce tradicional de Sesimbra: Farinha Torrada ............................................ 57
Figura 38- Exemplo de um fato no desfile de Sesimbra................................................. 59
Figura 39-Recintos de espetáculos e espetáculos ao vivo por município, 2017 e 2018 . 59
Figura 40-Bens imóveis culturais do município, 2018 ................................................... 60
Figura 41-Museus e galerias de arte por município, 2018 ............................................. 60
Figura 42-Distribuição de turistas atendidos tendo em conta o mercado externo e o

interno. ............................................................................................................................ 80
Figura 43-Distribuição dos atendimentos ao longo do ano ............................................ 81
Figura 44-Origem dos portugueses que visitam Sesimbra ............................................. 81
Figura 45-Procura por Alojamento pelo Mercado Interno ............................................. 82
Figura 46-Procura pelo Património Construído pelo Mercado Interno .......................... 82
Figura 47-Procura pelo Património Natural pelo Mercado Interno ................................ 83
Figura 48-Procura por Atividades Marítimo Turísticas pelo Mercado Interno ............. 83
Figura 49- Procura por Tours pelo Mercado Interno ..................................................... 83
Figura 50-A procura por Restaurantes/Tipo de cozinha pelo Mercado Interno ............. 84
11

Figura 51-Serviços solicitados pelos turistas pelo Mercado Interno ............................. 84
Figura 52-Procura por informação da região .................................................................. 84
Figura 53-Solicitações de Documentação de apoio à visita ........................................... 85
Figura 54-Mercados Emissores do Mercado Externo .................................................... 85
Figura 55-Principais Mercados Emissores a Procura por Alojamento ........................... 86
Figura 56-Principais Mercados Emissores a Procura por Património Construído ......... 86
Figura 57-Principais Mercados Emissores a Procura por Património Natural ............... 87
Figura 58-Principais Mercados Emissores a Procura por Atividades Marítimo Turísticas

........................................................................................................................................ 87
Figura 59-Principais Mercados Emissores a Procura por Tours .................................... 88
Figura 60-Principais Mercados Emissores a Procura por Restaurantes/Tipos de Cozinha

........................................................................................................................................ 88
Figura 61-Principais Mercados Emissores a Procura por Serviços ................................ 88
Figura 62-Principais Mercados Emissores a Procura pela Agenda de Eventos Fonte:

Movimento de Turistas nos Postos de Atendimento Turístico, 2019 ............................. 89
Figura 63-Principais Mercados Emissores a Procura pela Agenda de Eventos tendo em

conta a Nacionalidade ..................................................................................................... 89
Figura 64-Principais Mercados Emissores Procura por Documentação de Apoio à Visita

........................................................................................................................................ 90
Figura 65-Principais Mercados Emissores com Intenções /Interesses de visita na Região

........................................................................................................................................ 90
Figura 66-Arte de Rua "We Love Fish" ......................................................................... 94
Figura 67-Arte de Rua Fonte: Website Vist Sesimbra .................................................. 95
12

Figura 68- Four Points by Sheraton Sesimbra ................................................................ 96
Figura 69-Requalificação da praia da Lagoa de Albufeira ............................................. 96
Figura 70- Requalificação da praia da Lagoa de Albufeira ............................................ 97
13

INTRODUÇÃO
O efeito dinamizador e diversificador da produção turística, assegurando o arrastamento
de outros sectores económicos, conjugam-se com o efeito catalisador dos investimentos
no turismo, refletindo-se nos modelos que estruturam os territórios turísticos.
O passado já mostrou como o turismo pode ser pernicioso e corrosivo para o equilíbrio
dos territórios, servindo em muitos casos apenas para sorver indiscriminadamente os
recursos dos espaços “invadidos”, sem que o retorno seja consistente e sustentado. Estas
situações são fruto de uma abordagem focada no curto prazo e no crescimento económico
desregulado que relega para segundo plano, uma visão integrada entre as múltiplas
componentes que estruturam a geografia de um território.
1.1 Objetivos do estudo:
A investigação parte de um problema, que incide sobre um objeto de estudo o qual o

investigador pretende compreender ou explicar, e pode ser estudado de forma empírica.
No caso do presente estudo o problema encontra-se relacionado com o tópico potencial

turístico de um território, foi definido em contexto académico e surgiu no âmbito da
unidade curricular unidade curricular de geografia turística e planeamento do território.
O ponto de partida deste trabalho é avaliar e analisar o potencial turístico da área de

residência da investigadora, ou seja, a Freguesia do Castelo no Concelho de Sesimbra.
Desta forma, a presente investigação incide sobre a problemática da relação entre o

turismo e o planeamento do território, considerando o potencial turístico, as estratégias
de desenvolvimento e o destino básico do solo de um dado território. A abordagem ao
turismo foi assim realizada enquanto fenómeno espacial e no que respeita aos elementos
em comum ao planeamento do território. Em suma, procurou-se contribuir para a
importância do turismo e o planeamento territorial encontrarem-se articulados.
Foram definidos os seguintes objetivos:
a) Caraterizar e apresentar a Freguesia do Castelo;
14

b) Identificar os 5 pilares da geografia na freguesia;

c) Nomear os mercados emissores;
d) Classificar a motivação turística;
e) Categorizar o ciclo de vida do destino;
f) Avaliar o potencial turístico da freguesia do Castelo.
1.2 Metodologia
Empreenderam-se os seguintes procedimentos metodológicos:
Revisão bibliográfica: objetivando reunir um arcabouço teórico sobre o nexo entre

turismo e território, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em livros, periódicos
científicos e teses.
Revisão documental e estatística, cuja intenção foi identificar nos documentos oficiais
e nas fontes estatísticas a origem e evolução da atividade turística na área de estudo. Para
a caracterização da área de estudo, foram utilizados dados relativos à oferta e procura
turísticas, às estratégias de desenvolvimento turístico, à promoção do destino turístico,
entre outros, presentes em documentos obtidos junto ao Instituto Nacional de Estatística
(INE) e a PORDATA.
Pesquisa de campo: Para além do levantamento bibliográfico e documental, a

observação da realidade in loco é fundamental. No entanto não foi possível a realização
de visitas de reconhecimento, com a intenção de apreender o cotidiano e a realidade da
área estudada.
1.3 Estrutura:
O presente estudo encontra-se estruturado na divisão de duas partes: Parte I

(Enquadramento Teórico); Parte II (Estudo de Caso); e a Conclusão.
Inicia com a introdução, referente à identificação do contexto e do âmbito em que foi

formulado o ponto de partida do presente estudo, o que se pretende com a investigação e
a sua relevância. A primeira parte consiste na materialização do enquadramento teórico,
consiste na apresentação de vários conceitos abordado ao longo da unidade curricular e
15

durante todo o curso. Através desta procurou-se entender a especificidade do turismo,

enquanto fenómeno espacial e, a sua relação com o território e os seus principais
elementos que propiciam uma utilização turística. Mas também como estes últimos se
articulam com o ordenamento/planeamento do território. Nesta sequência foi analisada a
forma como o turismo tende a ser planeado. A segunda parte é composta pelo Estudo de
Caso: Freguesia do Castelo, onde foram identificados vários aspetos essencial para a
realização e conclusão desta análise.
Finalmente o fim deste trabalho é a conclusão, onde consta uma síntese do resultado da
investigação relativamente à problemática estudada, bem como sugestões uma visão para
o futuro 2050.
16

I PARTE- ENQUADRAMENTO TEÓRICO
17

Turismo
1.1 O que é o Turismo:
A Organização Mundial de Turismo – OMT (2000) que se entende por turismo «as
atividades das pessoas durante as suas viagens e estadas fora do seu meio envolvente
habitual, num período consecutivo que não ultrapassa um ano, por motivo de lazer,
negócios ou outros. Ficam de fora as viagens com o objetivo de exercer uma profissão
fora do seu meio envolvente habitual».
O turismo abrange todas as deslocações de pessoas, quaisquer que sejam as motivações

que as obriguem ao pagamento de prestações de serviços durante as suas deslocações.
Mário Baptista (1998) refere que o turismo: «trata-se da atuação de um indivíduo em

viagem cuja decisão foi tomada com base em perceções, interpretações, motivações,
restrições e incentivos e representa manifestações, atitudes e atividades, tudo relacionado
com fatores psicológicos, educacionais, culturais, étnicos, económicos, sociais e
políticos, viagem essa que envolve uma multiplicidade de agentes institucionais e
empresariais desde que o viajante parte até que volta, situação que, por isso, também se
estende ao próprio turismo como sector de atividade que, sendo fundamentalmente
económica, tem igualmente significados, implicações, relações e incidências sociais,
culturais e ambientais».
A investigadora acredita que viajar é uma decisão tomada com base em perceções,
interpretações, motivações, restrições e incentivos relacionados com fatores psicológicos,
educacionais, culturais, étnicos, económicos, sociais e políticos que têm também
significados e implicações, relações e incidências sociais, culturais e ambientais.
Destino turístico:
Um destino turístico é constituído por várias organizações e indivíduos que cooperam e

competem na oferta turística de uma variedade de produtos e serviços turísticos. Possui
fronteiras físicas e administrativas bem definidas para a sua gestão, imagens e perceções
que configuram uma competitividade de mercado.
18

Um destino turístico é um espaço territorial que está constantemente sujeito a

transformações, que alteram os seus componentes e fazer renascer e a criação de novas
atividades, desta forma é possível garantir a produção turística diversificada.
Existem alguns competentes que são essenciais para um território ser considerado como
um destino turístico tais como:
 Recursos Turísticos: elementos naturais, culturais, artísticos, históricos ou

tecnológicos que gerem uma atração turística;
 Infraestruturas- construções e equipamentos desenvolvidos:
 Equipamentos: facilidades necessárias para hospedar, manter e ocupar os turistas
 Acolhimentos e Cultura: forma como os turistas são recebidos, bem como as
manifestações culturais;
 Acessibilidades: meios de transporte externos, incluindo os serviços e respetivas
tarifas.
Para a OMT (2000, cit. por Flores, 2008) o conceito de destino turístico consiste num
“espaço físico no qual um dos visitantes permanece pelo menos uma noite. Inclui
produtos turísticos incluindo infra-estruturas de suporte e atracção, e recursos turísticos à
distância de um dia de viagem de ida e volta. Possui delimitação física e administrativa
que circunscreve a sua gestão, e uma imagem e percepção definindo a sua
competitividade de mercado. Os destinos locais incorporam vários stakeholders
habitualmente uma comunidade de acolhimento, e podem associar-se em redes para
constituir destinos de maior dimensão”.
Território Turístico:
O território turístico resulta essencialmente da sua procura pelo turista, que é depois
apropriado pelos agentes de mercado e pelo poder público através do ordenamento do
território. Existe uma interação entre turistas e locais nos mesmo espaços espaciais.
O território necessita de organização através do ordenamento/planeamento. O

ordenamento do território procura chegar a um modelo de organização espacial mais
eficiente para a promoção de um desenvolvimento rápido e sustentável. A análise do
19

território e dos acontecimentos que nele se produzem, permite delinear as estratégias de

intervenção a concretizar no planeamento do território.
Recurso Turístico:
Um recurso turístico só pode ser assim designado se satisfazer uma necessidade neste
cada turística. Consiste no conjunto de bens e serviços a partir dos quais é potenciada a
atividade turística e satisfaz as necessidades da procura turística. Os recursos têm
individualmente ou em conjunto capacidade de atrair visitantes a um território. Fazem
parte da oferta e tem importância tanto para turistas como para o setor.
O conceito de atração turística, materializado em todos os elementos existentes num

determinado território, recursos, infraestruturas, património, mais ou menos tangíveis que
depois de tratados e agrupado a outros elementos, permitem uma utilização turística e a
satisfação do turista.
Através dos recursos turísticos, entendidos como matéria-prima que atraia os turistas, e
que depois de inventariados e classificados permitem definir as estratégias de
desenvolvimento do turismo, bem como determinar o potencial turístico de um território.
Em síntese, os recursos turísticos são o resultado da transformação dos recursos existentes

em determinado território e, apenas tem esta designação quando permitem uma utilização
turística e contribuem para a atratividade desse território, assim como a satisfação de
necessidades. Todavia, sobre os recursos incidem ainda as regras de ordenamento do
território, nomeadamente a gestão responsável dos recursos naturais, através da definição
de estratégias que conciliem os conflitos que resultam da sua procura crescente e da sua
necessidade de conservação.
Produto Turístico:
Conjunto dos elementos tangíveis e intangíveis centrados numa atividade e destino

específico que, ao serem comercializados, diretamente ou indiretamente, incentiva as
deslocações, provocando uma procura.
20

O produto turístico é um conjunto de experiências relacionadas à viagem que são vividas

pelos turistas antes, durante e depois da realização da mesma, consequentemente o
produto é formando tendo em conta os seguintes componentes:
 Recursos: naturais (clima, paisagens, relevo, recursos hidrográficos, fauna e

flora), culturais (hábitos, costumes e gastronomia, artesanato, tradições da
população), recurso construídos pelo homem (históricos, culturais, religiosos,
estruturas de acolhimento e alojamento, equipamentos desportivos e de animação,
meios de acesso e facilidade de transporte e infraestruturas);
 Bens e Serviços: produtos alimentares, equipamentos desportivos, serviços e
atrações;
 Infraestruturas e Equipamentos: estradas, meios de alojamento e restaurantes;
 Gestão: método como o produto é gerido e oferecido;
 Imagem de Marca: conjunto perceções que o consumidor faz relativamente a uma
marca;
 Preço: o valor deve ser tido em conta tendo em consideração os benefícios
oferecidos pela experiência.
O produto turístico deve e têm de ser consumido no momento em que é produzido,

está baseado no fator tempo, é irrecuperável caso não seja usado, não é possível
acumular, é dinâmico e instável, pelos gosto, preferências e modas da atualidade.
Motivo da Visita:
A motivação do turista é importante no desenvolvimento dos produtos, segundo a OMT

a motivação pode classificar-se em:
 Férias e lazer;
 Visita a familiares e amigos;
 Negócios e motivos profissionais;
 Tratamento médico;
 Religiosa/peregrinação;
 Outros aspetos.
21

Outras classificações podem ser:
 Necessidade de descanso físico e mental;

 Diversão;
 Prestígio social;
 Conhecer novas culturas, povos e países;
 Fugir da rotina;
 Praticar desportes radicais;
 Estar só;
 Realizar aventuras;
 Realizar compras;
 Conhecer um local muito comentado e visitado;
 Conhecer pessoas e lugares diferentes;
 Viajar por prazer, sem muitas pretensões;
 Estar em contato com a natureza;
 Viver novas experiências;
 Dedicar-se a seus interesses;
 Necessidade de sensação de liberdade.
O Turismo de Portugal, no Plano Estratégico Nacional do Turismo – PENT (2007),

classifica as motivações tendo em conta dez produtos estratégicos para o turismo:
 Sol e praia;
 Touring cultural e paisagístico;
 City e short break;
 Meeting industry (MI);
 Golfe;
 Turismo de natureza;
 Saúde e bem-estar;
 Turismo náutico;
 Resorts integrados;
 Gastronomia e vinhos.
22

Mercado turístico:
O autor Kotler, em 1996, afirma que “O mercado consiste em todos os consumidores

potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo especifico, dispostos e
habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo”.
O mercado turístico é a relação entre a oferta dos produtos ou serviços turísticos e a

procura, individual ou coletiva, motivada pelo consumo e uso destes procutos e serviços.
Um mercado turístico para existir esta condicionado por: existência de uma necessidade,
os turistas procuram determinado produto ou serviço naquele destino/empresa, têm de
existir a intenção de satisfazer essa necessidade, na sequência da oferta de produtos ou
serviços e por fim que exista o poder de compra.
Existe quatro elementos básicos para constituem o mercado turístico:
 Procura: conjunto de consumidores, ou potenciais consumidores, de bens e

serviços turísticos;
 Oferta: conjunto de produtos, serviços e organizações envolvidas na experiência
turística;
 Espaço Geográfico: espaço físico onde se encontra a oferta e a procura e onde a
população residente se situa;
 Operadores de Mercado: empresas e instituições onde o principal objetivo é
facilitar a relação entre a oferta e a procura como operadores, agentes, empresas
de transporte ou organizações que gerem o turismo.
2. Geografia
A geografia tem como objetivo de estudo o espaço geográfico que se trata de uma
natureza e sociedade em dinâmica. Geografia é a ciência do território, entendida como
uma construção social e o resultado das interações e interdependências entre natureza e
sociedade, que analisa, explica e representa as diversas paisagens e espaços da Terra.
Enquanto ciência estuda a distribuição dos aspetos físicos e humanos da superfície

terrestre. Localiza-os, descreve-os, explica e interrelaciona-os, é o conjunto das
23

características geográficas de uma determinada região, assim como a sua configuração ou

estrutura de um determinado espaço.
Categorias Geográficas:
 Espaço Geográfico;
 Território;
 Região;
 Lugar;
 Paisagem.
Ordenamento do território:
O termo "territorial" é definido como o quadro ou sistema de decisões que em

conformidade com um programa de ação baseado nas normas e instrumentos
regulamentares pertinentes concebidos para o efeito, a adotar da esfera do poder público
para organizar e estruturar, com uma visão de médio e longo prazo, as relações entre o
território, a sociedade e a economia. O objetivo é adaptar a tomada de decisões, de acordo
com o significado territorial que apresentam, para a realização do que atinjam os níveis
de qualidade, competitividade e coesão necessários para o desenvolvimento da sociedade
e das atividades económicas e organizar-se num ambiente consistente com uma utilização
eficiente, utilização equitativa e sustentável do seu potencial e dos seus recursos.
(Diccionario de Geografía aplicada y profesional, 2015, p,433).
O ordenamento do território surge com a consciência do significado de espaço como

elemento determinante de uma localização das atividades produtivas e como instrumento
para a correção de desequilíbrios regionais e resolução de problemas relacionados com o
crescimento das cidades e da expansão demográfica. Desta forma vários países
observaram o desenvolvimento económico e originou diferenças acentuadas na repartição
territorial da população e nas condições de vida das pessoas. O ordenamento do território
privilegia a valorização do espaço numa perspetiva politica económica. (Correia, 2008,
p, 73).
24

O ordenamento do território é uma disciplina científica, uma técnica administrativa e uma

política que através do espaço, visa a correção dos desequilíbrios de um espaço e constitui
um dos principais campos de intervenção da geografia aplicada. É ato de ordenar um
território de forma detalhada para conhecer todas as suas características e auxilia na
elaboração de um planeamento, onde o objetivo é a utilização racional desse território, ou
seja, o aproveitamento das potencialidades, a maximização da produção com a proteção
do ambiente, a gestão responsável dos recursos naturais visando o desenvolvimento
socioeconómico e a melhoria da qualidade de vida. (Carta Europeia do Ordenamento do
Território, 1988).
2.1 5 Pilares da geografia:

Geografia Humana:
Estudo das mudanças verificadas no globo terrestre em consequência das atividades

humanas.
Geografia Política:
Estudo da influência de fatores económicos, geográficos e demográficos sobre a política

de um país.
Geografia Física:
É o estudo das características naturais existentes na superfície terrestre, nomeadamente

das condições da natureza ou paisagem natural.
Geografia Económica:
É o estudo da localização, distribuição e organização espacial das atividades económicas

no nosso planeta.
2.2 Geografia e o Turismo
A atividade turística hoje em dia esta presente praticamente em todos os lugares do

mundo, todos os territórios estão acessíveis a essa prática e, por isso tornam-se potenciais
destinos turísticos.
25

O turismo enquanto atividade tornou-se um grande elemento que permite o

desenvolvimento económico das regiões, é considerado como uma necessidade social
imposta pelos atuais padrões de sociabilidade. Sendo uma prática social que consome
parcialmente o espaço territorial, desta forma torna-se uma prática interfere, transforma,
produz e consome o objetivo de estudo da geografia, o espaço, consequentemente a
geografia é uma ciência de elevada importante para analisar e manifestar as caraterísticas
formais, estruturais e funcionais que ajustam a atividade turística.
A geografia tem-se ocupado em investigar o fenômeno turístico que tem vindo a alcançar,
através do suporte cientifico, fornecendo mecanismos de análise dos efeitos decorrentes
da junção do espaço temporal com a função turística.
O turismo é uma importante atividade econômica que demonstra um crescimento cada

vez mais acentuado ao longo dos anos. O turismo mais que uma atividade econômica é
um sistema complexo e caraterizado por um conjunto de relações: sociais, culturais,
ambientais, econômicas e políticas.
As razões que levam um turista a praticar esta atividades são complexas, e tornam-se
ainda mais quando temos em conta a variável fundamental de ordem psicológica: o
tempo. O turismo é praticado durante um período especial de tempo: o tempo destino ao
lazer.
3. Geografia Turística
A expressão geográfica do turismo é uma caraterística marcante do fenômeno complexo

que é o turismo, motivo pelo qual entende-se ser aquela mais capacitada para analisar a
atividade de um ponto de vista territorial. Uma abordagem geográfica do fenômeno
turístico apenas pode ocorrer tendo em conta o deslocamento espacial, ou seja, para que
a prática do turismo ocorra é imprescindível que ocorra o deslocamento do turista somente
desta forma o mesmo pode consumir o produto turístico.
É o caráter territorial da atividade turística, ou seja, a relação entre o turismo e território,

que suscita interesse à geografia. Tanto as deslocações, como as estadias dos turistas
implicam transformações nas formas de organização do território.
26

Logo, o turismo é uma atividade fortemente territorializada, que procede transformações

no espaço geográfico e considerando que “a Geografia é a ciência do espaço e o turismo
concretiza-se nos espaços geográficos” (Coriolano, 2005, p. 21), fica evidente a
pertinência da ciência geográfica para o estudo do turismo.
A Geografia do Turismo, atualmente considerada uma sub-disciplina ou um sub-ramo da

Geografia. Surge como uma ramificação da ciência, no momento em que o turismo
começa a crescer e observa-se os seus efeitos nos territórios. A geografia do turismo trata-
se do estudo do fenômeno turístico a partir da especialidade da abordagem teórico-
metodológica da geografia.
Para esse autor, o principal objetivo da Geografia do Turismo, consiste em: “Estudar as
relações entre os assentamentos turísticos e o meio ambiente; as formas, as dinâmicas e
as diferenciações das paisagens que se criam pela difusão e desenvolvimento da função
turística, assim como as representações que se fazem das paisagens turísticas”(Barros,
1998, p. 07).
Com a evolução e a consolidação da geografia do turismo, várias investigações sob

recaiam acerca da influência do turismo nos diversos espaços e em diferentes escalas
(locais, regionais, nacionais e internacionais), considerando variáveis que influenciam o
fenômeno turístico, como demográficas, ambientais, econômicas, sociais e culturais.
Em Portugal os temas mais desenvolvidos nas investigações sobre geografia do turismo

estavam relacionados com: estrutura geográfica da oferta, os impactos do turismo na
economia, no ambiente, entre outros, as formas de uso e ocupação do solo nas áreas
turísticas e as implicações dessas questões no processo de planeamento.
4. Planeamento Turístico e do Território
O planeamento surge essencialmente da necessidade do Homem em planear as suas

atividades e planear significa fundamentalmente antever o futuro. O planeamento
enquanto processo divide-se em três níveis de intervenção: estratégico, tático e
operacional.
27

O planeamento é uma ferramenta que permite otimizar os benefícios do turismo,

resolver/minimizar potenciais conflitos e inclusive, contrariar a tendência dos destinos ao
longo do tempo perderem a sua popularidade e serem menos procurados. Os destinos
mais bem planeados serão os que terão mais sucesso. Acaba por ser uma oportunidade
para os destinos acompanharem a crescente dinâmica competitiva do turismo, no entanto
apenas é efetivo quando prevê o futuro. Quando o planeamento é realizado de forma
correta é uma vantagem competitiva dos destinos no futuro através da implementação de
princípios do desenvolvimento sustentável.
O planeamento territorial procura dar respostas a questões mais emergentes relacionadas

com a sustentabilidade, tais como: alterações climáticas; prevenção dos riscos naturais;
aumento populacional em meio urbano; transportes e novas formas de mobilidade;
energia; globalização; recursos humanos e desenvolvimento.
O planeamento territorial, tem como principal objetivo a proteção e a utilização racional

dos recursos, bem como a articulação entre usos, e em termos normativos dispõe de
caráter vinculativo quer para entidades como particulares.
No planeamento turístico o conhecimento dos recursos disponíveis, além de ser uma

ferramenta de apoio na identificação do potencial turístico de uma certa área, poderá
também ser uma forma de gerir essa mesma área em articulação com o planeamento
territorial.
5. O que são NUTS?
NUTS é o acrónimo de “Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos”,

sistema hierárquico de divisão do território em regiões.
Esta nomenclatura foi criada pelo Eurostat no início dos anos 1970, visando a
harmonização das estatísticas dos vários países em termos de recolha, compilação e
divulgação de estatísticas regionais.
A nomenclatura subdivide-se em 3 níveis (NUTS I, NUTS II, NUTS III), definidos de

acordo com critérios populacionais, administrativos e geográficos.
28

Em 2015 entrou em vigor uma nova divisão regional em Portugal – NUTS 2013. Em
relação à versão anterior – NUTS 2002 –, traduz-se por significativas alterações de
número e de composição municipal das NUTS III, as quais passaram de 30 para 25
unidades territoriais, agora designadas de «unidades administrativas». Essas unidades
administrativas correspondem às "Entidades Intermunicipais", "Região Autónoma dos
Açores" e "Região Autónoma da Madeira". Quanto às NUTS I e II, esta nova versão de
2013 não implicou alterações, tendo apenas a designação da NUTS II "Lisboa" passado
para "Área Metropolitana de Lisboa".
Assim, actualmente, os 308 municípios de Portugal agrupam-se em 25 NUTS III, 7 NUTS

II e 3 NUTS I.
Figura 1- Divisão de Portugal por NUTs
Fonte: Webite PORDATA, separador municípios.
6. Avaliação do Potencial Turístico
A definição de Almeida, que refere que o potencial turístico, “pode ser entendido como a
existência de condições objetivas favoráveis da oferta turística, dos aspetos normativo -
institucionais e de outros fatores complementares capazes de viabilizar, por meio de
adequado planeamento, uma exploração turística sustentável destinada a satisfazer uma
demanda latente”. (Almeida, 2006, p, 215).
Existem áreas que dispõem de maior potencial turístico que deverão ser demarcadas, no
âmbito da elaboração de um plano turístico no nível regional e na sequência do
29

levantamento dos recursos físicos existentes, tais como acessos, características intrínsecas
ao destino, uso do solo. A avaliação do potencial turístico é uma das componentes da fase
de análise dos dados do processo de planeamento.
A análise do potencial turístico inicia-se com a elaboração de um inventário e

classificação de recursos, elementos ou atividades que tem a capacidade atual ou potencial
de atrair a procura turística. A importância dos recursos na análise do potencial turístico
encontra-se alinhada com a importância que os recursos assumem no turismo.
A recolha de dados deverá incidir nos recursos, nos mercados, nas atividades e na
competitividade, por outro lado, os dados recolhidos deverão ser materializados num
inventário, quantificados e os recursos mapeados. Depois de quantificados, os recursos
devem ser avaliados, em função do seu grau de importância para o turismo.
Alguns autores propõem, como forma de avaliar a importância dos recursos na atração
do desenvolvimento turístico de um país ou região, uma matriz de análise, cujo conteúdo
refere deverá estar articulado com as características da área em análise. Contudo, para
este autor a avaliação relativa aos recursos (naturais, culturais e outros com características
especiais) deverá reportar-se às acessibilidades, viabilidade económica, impactes
ambientais e sócio económicos, importância nacional e regional e deverá ser
materializada através de escalas numéricas.
Verifica-se assim que a avaliação dos recursos nos indica o potencial turístico, contudo
ainda de acordo com a literatura este potencial tanto poderá ser calculado a partir de um
único recurso (área natural, praia) ou de um conjunto (recursos naturais, culturais,
patrimoniais entre outros).
30

II PARTE- ESTUDO DE CASO
31

O DESTINO TURÍSTICO FREGUESIA DO

CASTELO
Para que se possam analisar as relações estabelecidas entre o turismo e o território na
Freguesia do Castelo, objeto de estudo desse trabalho, julga-se necessário, primeiramente,
conhecer as características desse território e do turismo aí desenvolvido. É justamente
esse o propósito do presente capítulo: realizar uma caracterização geral ao nível da
freguesia, descrevendo a geografia física, demográfica, económica, politica e cultural;
bem como caracterizar enquanto um destino turístico.
Breve Apresentação da Freguesia
Foi criada a 27 de maio de 1388, é a freguesia mais antiga de Sesimbra.
Orago (santo a quem é dedicada uma localidade) é a Nossa Senhora da Consolação, ou

do Castelo, assim chamada porque a igreja está dentro do Castelo. Nos arredores
situavam-se as quintas dos Duques de Palmela, do Marquês de Sesimbra e dos Condes de
Sampaio, entre outros.
Sendo a maior freguesia do concelho em território, com 178,77 km² de área, e a segunda
em população, com 19 053 habitantes (censos 2011), a sua densidade populacional é
106,6 hab/km².
São destacados monumentos como o Castelo de Sesimbra e o Santuário de Nossa Senhora

do Cabo, pois são os que mais fazem parte da identidade desta freguesia e são
enquadrados por outros edifícios tais como palácios, solares, igrejas e capelas, que iremos
caracterizar mais tarde.
1.1 Brasão
De acordo com fatos históricos, foram organizados os símbolos heráldicos que da

seguinte forma ordenam o nosso brasão.
32

O escudo em prata, onde foi inserido o Castelo de Vermelho, frestado, aberto e lavrado a
negro. É "falante" quanto ao nome do orago e representa o timbre dos Duques de Palmela
e do Marquês de Sesimbra. É de vermelho pela cor moderna da Ordem de Santiago.
Escudete em amêndoa, azul, colocado em chefe, besantado de prata entre dois minguantes
de verde, em posição de simbolizar a vitória de D. Afonso Henriques sobre os mouros,
em 1165.
Em ponta, dois Anzóis de negro, passados em aspa, para simbolizar este famoso e secular
porto de pesca.
Brocante aos anzóis, uma Maceta de Pedreiro, de azul, posta em pala, a representar a
atividade de cantarias, atividade esta, também secular na nossa freguesia. Coroa mural de
prata de três torres e listel, com legenda a negro, em maiúsculas:
"CASTELO-SESIMBRA".
Figura 2- Logotipo da Junta de Freguesia do Castelo
Fonte: Site da Junta de Freguesia do Castelo
Figura 3- Brasão da Freguesia do Castelo
Fonte: Site da Junta de Freguesia do Castelo
33

POTENCIAL TURÍSTICO DO TERRITÓRIO DA

FREGUESIA DO CASTELO ATUALMENTE
2.1 Geografia Física
O concelho de Sesimbra situa-se no extremo meridional da Estremadura, na posição

sudoeste da Península de Setúbal, possui uma área de 194,98 quilómetros quadrados e
integra a Área Metropolitana de Lisboa.
É limitado a norte pelos municípios de Almada e Seixal, a nordeste pelo Barreiro, a leste
por Setúbal, a este com Setúbal e a Ribeira de Coina e a sul e oeste pelo Oceano Atlântico
e marcado pela faixa de abruptas arribas litorais intercaladas por praia. A sua linha de
costa, com múltiplas paisagens, estende-se desde a Lagoa de Albufeira até à Serra da
Arrábida.
A freguesia do Castelo, abrange o território rural desde o Cabo Espichel ao Arneiro, a

norte, até à Quinta do Conde, a nascente. Mais a sul, os seus limites vão até ao Fojo, na
Serra da Arrábida.
A nível da hidrografia é o Rio Sado que banha as costas.
Mapeamento do Concelho de Sesimbra
Figura 4-Apresentação do território Português por NUT I
34

Figura 5-Divisão territorial de Portugal por NUTS II
Norte
Centro
Alentejo
Algarve
Figura 6-Divisão territorial da Área Metropolitana de Lisboa por NUTS III
Figura 7-Divisão territorial da Área Metropolitana de Lisboa por Município
Fonte: Webite PORDATA, separador municípios
35

Figura 8-Mapeamento do município em estudo -Sesimbra
Figura 9-Divisão territorial do Concelho de Sesimbra, destaque na freguesia em estudo
Do ponto de vista orográfico identificam-se três zonas:
Zona de vale ou várzea, que compreende as terras baixas da Lagoa de Albufeira, vales da
Apostiça, Brava, Ferraria, Aiana, Amieira, Lage e Torrões; esta zona tem uma altitude
máxima de 50 metros (na Ribeira da Pateira) e uma mínima de 6 metros, (nas margens da
Lagoa de Albufeira).
36

Zona de serra ou acidentada, que é definida por uma faixa, relativamente estreita, que
corre paralelamente à costa sul, estendendo-se desde a ponta do Cabo Espichel, a poente,
até ao limite nascente do concelho, na Serra da Arrábida; a altitude máxima desta zona
encontra-se no Píncaro (380 metros), e a mínima nas praias arenosas do litoral.
Zona plana, abrangendo a restante área do concelho; eleva-se suavemente da costa de

Alfarim para nascente, situando-se o ponto de cota máxima no limite a sul (Toguinho,
com 145 m) e o de mínima nas praias do litoral.
A Este do Cabo Espichel mais propriamente o Chã dos Navegantes é um dos Pontos
extremos de posição geográfica em 2018, na área metropolitana de Lisboa.
Figura 10-Área, perímetro, extensão máxima e altimetria por NUTS II, 2018
Fonte: Anuário Estatístico da Área Metropolitana de Lisboa, 2018
Figura 11-Pontos extremos de posição geográfica por NUTS II, 2018
Sesimbra tem o clima mediterrâneo é assim caraterizado pela sua proximidade com o Mar
Mediterrâneo.
O clima de Portugal Continental, segundo a classificação de Koppen, divide-se em duas

regiões: uma de clima temperado com Inverno chuvoso e Verão seco e quente (Csa) e
outra de clima temperado com Inverno chuvoso e Verão seco e pouco quente (Csb).
37

Em Sesimbra os verões são quentes e secos e no inverno as temperaturas são amenas. Não
chove durante 250 dias por ano, o mês mais seco é julho e novembro é o mês com maior
precipitação.
A média de temperatura anual é de 16,7º com mínima de 12,1º e 21, 3º, a humidade média
é de 70%. Durante todo o ano a média da temperatura das águas de Sesimbra é de 17ºC,
em setembro é quando atinge a temperatura mais alta de 19,20ºC e em fevereiro a
temperatura mais baixa com 14,50ºC.
Figura 12-Temperatura média do ar, precipitação e radiação solar global acumulada por município, 2018
A Freguesia do Castelo, não possui aeroportos e aeródromos internos, usufrui os que

existem na Área Metropolitana de Lisboa, possui 1 aeroportos com 4 pistas onde a
capacidade de passeiros por hora é de 3200 e possui 1 aeródromo com 2 pistas.
Figura 13-Aeroportos e aeródromos por NUTS II, 2018
Ambiente:
A qualidade das águas do concelho de Sesimbra é analisada regularmente é possível

verificar através do gráfico que a água é 100% segura para ser consumida pelos seus
habitantes.
38

Figura 14-Qualidade das águas para consumo humano por município, 2017
Através do gráfico é possível verificar que o concelho contém praias acessíveis a pessoas
com mobilidade reduzida o que é muito importante tanto a nível da gestão turística,
promovendo que todos podem fazer turismo no concelho e que não existe descriminação.
Figura 15-Praias de banho e praias acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, por tipo de água balnear, e praias
com bandeira azul, por município, 2019
2.2 Geografia Demografia
2.2.1 Dados Estatísticos (CENSOS):
Número de habitantes:
Figura 16- Número de habitantes na freguesia do Castelo
Fonte: Instituto Nacional de Estatística
39

Número de habitantes por Escalões Etários em 2011:
 0-14 Anos – 16,5%, 8 615 habitantes

 15-24 Anos – 10,1 %, 5 042 habitantes
 25-64 Anos – 56,4%, 28 092 habitantes
 + 65 Anos – 16,9%, 7 751 habitantes
É possível verificar que a população se encontra maioritariamente no intervalo dos 25 aos

64 anos e que não existe muitas crianças pois possuem quase a mesma percentagem que
os idosos.
Qualificações escolares:
 Nenhum – 19,1%
 1º Ciclo – 22,3%
 2º Ciclo – 12,8%
 3º Ciclo – 17,2%
 Secundário - 14,1%
 Pós-Sec. - 1,9%
 Superior – 12,6%
Alojamento:
 Total: 13.580
 Residência Habitual:53,1%
 Residência Secundária: 32,2%
2.2.2 Análise de dados de 2018 comparativamente com anos anteriores:
Tendo em conta os CENSOS como os dados disponibilizados no PORDATA, apresentam

os valores do Concelho de Sesimbra num todo, não existe a repartição dos valores por
freguesia. A análise será feita tendo em conta o INE com a utilização dos CENSOS e do
Anuário Estatístico da Área Metropolitana de Lisboa de 2018 e pela PORDATA.
40

Os censos de 2011 demonstram as duas capitais das áreas metropolitanas, Lisboa e Porto,
continuam a perder população. No entanto o município de Sesimbra apresenta
crescimento de 30,9%.
Ao longo dos anos a densidade populacional tem vindo a aumentar, desde 2001 até a
atualizada, houve um aumento do número de residentes durantes estes anos de 68,9 tendo
em conta a área do Concelho de Sesimbra.
O índice de dependência de idosas atualmente no Concelho é de 25.6%, este valor tem

vindo a aumentar ao longos dos anos tendo em conta os resultados apresentados na
PORDATA.
O índice de envelhecimento é o número de pessoas com 65 e mais anos por cada 100
pessoas menores de 15 anos, com os anos o índice tem vindo a aumentar muito e
atualmente os dados apresentados significa que existe mais idosos do que população
ativa. Este dado é bastante preocupante, é a população ativa que efetiva que mexe com os
mercados económicos. Através dos dados da PORDATA o índice tem tido uma evolução
muito reduzida, houve anos em que o índice chegou até a reduzir, estes valores indicam
que apesar de existir mais idosos que população ativa, a população idosa não está muito
envelhecida.
A taxa de masculinidade é a relação entre o número de homens por cada 100 mulheres,
em 2001 a taxa era de 99.2%, ou seja, o seu valor é alto e significa que não existe mais
homens do que mulheres, no entanto está quase. Com os anos este valor tem vindo a
diminuir, no entanto ainda é elevado.
Ao longo dos anos a taxa bruta de mortalidade tem auxiliado entre reduzir e aumentar, no
entanto atualmente nos últimos 4 anos a percentagem tendo vindo a diminuir e pode-se
considerar um valor baixo.
Em relação ao nascimento de bebés, a taxa bruta de natalidade ao longo dos anos tem sido
irregular e vai auxiliando entre o aumento e a redução. A taxa de fecundidade geral
comparativamente ao ano de 2001 diminuiu e tendo em conta as faixas etárias dos 15-29
houve uma diminuição, dos 30-49 houve um aumento. O que significa que os residentes
41

de Sesimbra estão a optar por ter filhos cada vez mais tarde. Os nados-vidos fora do
casamento é uma percentagem que tem vindo a aumentar imenso com os anos, os nados-
vidos com a coabitação dos pais, até 2013 foi aumentado depois foi auxiliando entre a
redução e o aumento até aos dias de hoje voltar a atingir um valor um valor semelhante.
Os nados-vivos sem a coabitação dos pais vindo gradualmente a aumentar, ou seja, cada
vez mais os casais têm filhos e separam-se. Relativamente aos óbitos no primeiro ano de
vida este valor tem vindo a aumentar no então com menos de 1 ano os dados são bastante
baixos e durantes todos estes anos desde 2001 nenhum dos resultados é superior a 3
óbitos.
A taxa de nupcialidade é o número de casamentos realizados, ao longos dos anos a

percentagens é reduzida e vai diminuindo, no entanto nos últimos 6 anos tem aumentado.
A taxa de divorcio foi aumentado com os anos, entre 1960 e 2000 esta taxa não chegava
a 1%, antigamente o divorcio era culturalmente mal-aceite. A partir de 2001 começou a
aumentar, no entanto a ser irregular, nos últimos 5 anos tem vindo a reduzir. Existe mais
divórcios pelo registo cível do que pela celebração católica.
Figura 17-Indicadores de população por município, 2018
Inicialmente a população tinha mais residentes do sexo masculino que do feminino, com
o tempo tornou-se ao contrário, na faixa etária dos 0-14 anos o sexo masculino foi
42

consecutivamente mais predominante que o sexo feminino, na faixa etária do 15-64 o

sexo masculino foi sempre superior salvo exceção no ultimo censo em que o sexo
feminino era superior e na faixa etária dos 65 ou mais anos existiu sempre mais mulheres
do homens o que significa que as mulheres por média vivem até mais tarde que os
homens. Em relação ao ano de 2018, existe mais homens dos 0-24 anos e dos 25-75 e
mais anos existe maior número de mulheres.
Figura 18-População residente por município, segundo os grandes grupos etários e o sexo em 31/12/2018
Educação
Em Sesimbra como concelho incluindo Quinta do Conde é possível encontrar 25 escolas

de ensino pré-escolar com os anos tem vindo a aumentar, relativamente ao ensino básico
do 1º ciclo houve uma redução de 3 escolas e atualmente existe 15 estabelecimentos de
ensino, de 2º ciclo existe e sempre existiu apenas 5 estabelecimentos, assim como 6 de
3ºciclo e ensino secundário 3. Não existe estabelecimentos de ensino superior no
Concelho de Sesimbra.
A população residente analfabeta tem vindo a diminuir, existe mais residente do sexo
feminino analfabetas do que do sexo masculino. Tendo em conta a população residente
com mais de 15 anos sem nível de escolaridade tem vindo a diminuir, consequentemente
o ensino básico até ao ensino superior com os anos foi aumentando.
43

Comparando o sexo masculino com o feminino, o sexo masculino demonstra uma

diminuição relativamente aos residentes sem nível de escolaridade, relativamente ao
ensino básico. Ao longo dos anos não houve um grande aumento muito pelo contrario o
último ano demonstra um número menos comparativamente ao primeiro ano de análise.
Tendo em conta o ensino básico do 2º ciclo o sexo masculino ao longo dos anos aumento
e o sexo feminino aumentou, no entanto como último resultado diminuiu, relativamente
ao 3º Ciclo os dois sexos aumentaram, no entanto o sexo masculino demonstra um
aumento maior, no secundário os dois sexos voltaram a aumentar sendo o sexo feminino
com resultados mais altos, sobre o ensino superior o sexo masculino demonstra resultado
mais elevados no anos mais antigos, no entanto o sexo feminino demonstra um
crescimento bastante superior. O que significa que as mulheres antigamente não tinham
tantas oportunidades ao ensino e principalmente ao ensino superior comparativamente
aos homens, hoje em dia isso é uma realidade que já não acontece.
Acerca dos alunos matriculados nos vários ensinos, existe um aumento no número em
todos os vários ensinos, no entanto a partir do 3º ciclo o aumento torna-se muito pouco
acentuando. É possível concluir que os residentes de Sesimbra demonstram preferência
pelos estabelecimentos de ensino públicos.
Figura 19-Alunas/os matriculadas/os por município segundo o nível de ensino e a natureza institucional do
estabelecimento, 2017/2018
44

Saúde
No Concelho não existe nenhum hospital, apenas centros de saúde que são no total 3 um
em cada freguesia. Os hospitais mais próximos são: o Hospital Ortopédico Sant'Iago do
Outão, do Centro Hospitalar de Setúbal, o Hospital Nossa Senhora do Rosário, no
Barreiro e o Hospital Garcia da Horta, em Almada.
No concelho de Sesimbra existe 8 farmácias em que 3 são da Freguesia do Castelo.
Figura 20-Farmácias e postos farmacêuticos móveis por município, 2018
Mercado de trabalho:
Em Sesimbra predominam as micro-empresas, apresentando as médias e grandes

empresas um peso reduzido no total do tecido produtivo
O mercado de trabalho divide-se em 3 grandes setores, o quadro seguinte refere-se aos

trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos por município, segundo o
setor de atividade. O setor primário é referente a agricultura e representa cerca de 10%, a
maioria são homens e o número de mulheres é bastante reduzido, o sector secundário
representa cerca de 20%, onde o sexo masculino predomina como trabalhador e o sector
terciário representa 70% dos trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos,
neste setor a predominância não é do sexo masculino, mas sim de ambos.
45

Figura 21-Trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o setor de atividade (CAE-Rev.3) e o
sexo, 2017
Tendo em conta o quadro é possível verificar que o ganho médio mensal não é feito de
forma equivalente e que atualmente ainda desigual entre sexos e que o sexo feminino em
todos os setores recebe sempre menos que o sexo masculino. Onde se verifica uma maior
diferença monetária entre desigualdade entre sexos é no setor terciário.
Figura 22-Ganho médio mensal dos/das trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos por município,
segundo o setor de atividade (CAE-Rev.3) e o sexo, 2017
É possível afirmar que maioritariamente dos trabalhadores realizaram estudos até ao 3º

ciclo do ensino básico ou até ao secundário, é possível afirmar que os trabalhadores não
são muito instruídos. Os trabalhadores com habilitações superiores, ou seja, académicas
representam um valor muito baixo relativamente ao total dos trabalhadores por outrem
nos estabelecimentos.
Figura 23-Trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o nível de habilitações, 2017
46

O ganho médio mensal dos/das trabalhadores/as por conta de outrem nos

estabelecimentos é de 919.52€, é possível verificar que os trabalhadores com habilitações
superiores usufruem de um ganho médio superior à média mensal, em seguida são os
trabalhadores que completaram o 1ºciclo do ensino básico que recebem o ganho médio
mais alto.
Figura 24-Ganho médio mensal dos/das trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o nível
de habilitações, 2017
Analisando os trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos por município,

segundo a profissão principal é possível verificar que existe um elevado número de
trabalhadores na área dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores. Este
grupo engloba uma enorme diversidade de profissões tais como:
 Trabalhadores dos serviços pessoais, Trabalhadores dos cuidados pessoais e

similares, Trabalhadores de cuidados pessoais nos serviços de saúde, Ajudante
familiar;
 Assistentes de viagem, cobradores e guias intérpretes, Cozinheiro, Empregados
de mesa e bar, Assistentes de viagem e comissários;
 Fiscal e cobrador de transportes públicos;
 Cabeleireiros, esteticistas, barbeiros e similares, Massagista de estética, Manicura,
pedicura e calista;
 Governante doméstico e encarregados de limpeza e de trabalhos domésticos,
Encarregado de limpeza e de trabalhos domésticos em escritórios, hotéis e outros
estabelecimentos, governante doméstico;
 Astrólogos, adivinhadores e similares;
 Pessoal de companhia e ajudantes de quarto;
 Agentes funerários e embalsamadores;
47

 Prestador de cuidados a animais;

 Instrutor de condução;
 Vendedores ambulantes, em mercado, em quiosque, em lojas, ao domicílio, de
centros de contacto, Comerciante de loja (estabelecimento), Encarregado de loja
(estabelecimento), Operadores de caixa e venda de bilhetes, Assistente de estação
de serviço ao condutor e de venda de alimentos ao balcão;
 Manequim e outros modelos;
 Demonstrador;
 Auxiliares de educadores de infância e de professores, auxiliar de cuidados de
crianças, de professores, de saúde;
 Agentes da PSP, Polícia Marítima, Polícia Municipal, Sargentos e Guardas da
GNR, da Guarda Nacional Republicana, Agente de Polícia de Segurança Pública,
Agente de Polícia Marítima, Agente de Polícia Municipal, Guarda dos serviços
prisionais, Bombeiro;
 Segurança (vigilante privado), porteiros e similares, Porteiro de edifícios, Pessoal
dos serviços de proteção e segurança.
É possível concluir que a maioria dos residentes do Concelho de Sesimbra trabalham na

área de lojistas, turismo, segurança e estética. É um concelho onde podemos classificar
como sendo prestador de serviços.
Figura 25-Trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo a profissão principal (CPP-10), 2017
A profissão com maior número de trabalhadores é aquela que se encontra com um menor
ganho médio mensal comparativamente as restantes profissões e a média mensal de todas
as profissões. Ou seja, a profissão com mais trabalhadores é a secção que recebe menos
48

relativamente ao seu rendimento contrariamente a profissão que recebe mais é aquela que
é constituída por menos trabalhadores.
Figura 26-Ganho médio mensal dos/das trabalhadores/as por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo a
profissão principal (CPP-10), 2017
2.3 Geografia Económica
2.3.1 Empresas e estabelecimentos:
Segundo a CAE as seguintes letras correspondem aos seguintes setores de empresas no

Concelho de Sesimbra.
Figura 27- Lista das Secções com a correspondência da atividade económica
Fonte: Classificação Portuguesa das Atividades Económicas
É possível afirmar que os 3 setores de empresas mais abundantes no Concelho de

Sesimbra são empresas relativamente a atividades administrativas e dos serviços de apoio,
49

em seguida empresa de comércio por grosso e a retalho e o alojamento, restauração e

similares.
Figura 28-Empresas por município da sede, segundo a CAE-Rev.3, 2017
Os estabelecimentos por município tendo em conta as empresas segundo a CAE, é

possível verificar que maioritariamente das empresas acabam por ter 1 ou mais
estabelecimentos no município. Como por exemplo existe 5 empresas de industrias
extrativas, no entanto existem 11 estabelecimentos.
Figura 29-Estabelecimentos por município, segundo a CAE-Rev.3, 2017
50

2.3.2 Agricultura e Flores:
Entre 2016 até 2018 foram registadas 16 ocorrências de incêndios florestais.
O concelho de Sesimbra não tem como atividade económica principal ou secundária a

agricultura, este setor encontra-se com um número razoável relativamente ao número de
empresas e de estabelecimentos. Apesar de o número de árvore não ser muito elevado
existem várias empresas a trabalhar neste setor.
Tabela 1-Árvores de fruto e oliveiras vendidas pelos viveiristas por município
Total Ameixeiras Amendoeiras Cerejeira Damasqueiros Diospireiros Macieiras Pereiras Pessegueiros
Sesimbra 1075 100 60 40 30 40 200 120 150
Fonte: Autoria Própria
2.3.3 Turismo:
O turismo no Concelho de Sesimbra tem vindo a aumentar gradualmente e a tornar-se

num destino turístico cada vez mais apelativo. A estada média de hóspedes estrangeiros
é de 2.9 dias.
Figura 30-Indicadores dos estabelecimentos de alojamento turístico
As estadas médias nos estabelecimentos dependem tendo em conta a tipologia de

alojamento, na hotelaria a estada é menor que no alojamento local. No entanto a hotelaria
apresenta uma percentagem bastante superior relativamente a taxa de ocupação, ou seja,
51

os estabelecimentos hoteleiros em média estão mais ocupados e preenchidos que o

alojamento local.
Figura 31-Indicadores dos estabelecimentos de alojamento turístico
Apesar dos dados apresentados pelo INT o número de alojamento local é superior ao
apresentado, existem inúmeras casas de residentes que foram transformadas em
alojamento local e maioritariamente não estão registadas para esse fim. Relativamente
aos estabelecimentos hoteleiros 3 são na vila de Sesimbra e 1 é na Freguesia do Castelo.
Neste número irá aumentar, o edifício que estava abandonado há vários anos que era
conhecido pelas Villas de Sesimbra esteve em recuperação no último ano, será inaugurado
como Four Points by Sheraton este ano.
Figura 32-Estabelecimentos e capacidade de alojamento
É possível concluir que o número de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros é bastante

superior ao do alojamento local, assim como as dormidas. Os estabelecimentos hoteleiros
beneficiam de um proveito superior de aposentos comparativamente ao alojamento local,
principalmente pelo valor dos seus serviços ser superior e pelo maior número de hóspedes
e dormidas. Os turistas apresentam uma preferência pelo alojamento hoteleiro do que pelo
alojamento local apesar de um estudo feito pelo Concelho de Sesimbra aos movimentos
de turistas nos postos de atendimento afirmar o contrário.
52

O mesmo estudo acaba por não ser 100% fiável porque é feito com base nos atendimentos
realizados no Posto de Turismo de Sesimbra e nem todos os turistas que escolhem este
concelho como destino turístico usufruem deste atendimento e este estudo analisou o ano
de 2019 e os dados disponibilizados pelo INT são de 2018.
Figura 33-Hóspedes, dormidas e proveitos de aposento nos estabelecimentos de alojamento turístico
Os mercados com maior afluência da União Europeia são Espanha, Alemanha e França o
que se confirma maioritariamente também no estudo feito pelo Concelho e fora da União
Europeia é a América.
Figura 34-Hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico, segundo a residência habitual
Embora o mercado mais afluente seja português, o mercado externo apresenta um número
superior relativamente às dormidas, ou seja, apesar de ser em menor quantidade
permanece mais tempo no destino. Consequentemente usufrui mais dos bens e serviços e
acaba por disponibilizar um maior orçamento para desfrutar do Concelho de Sesimbra. A
Alemanha é o mercado da União Europeia com um maior número de dormidas.
53

Figura 35-Dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico, segundo a residência habitual
2.3.4 Pesca:
A pesca é o sector económico mais antigo no Concelho de Sesimbra, graças ao porto de

pesca. Apesar de muitos não saberem o porto de Sesimbra pertence a Freguesia do
Castelo. A pesca está presente na cultura e na economia do concelho desde a muitos anos.
Desde muito cedo que as crianças eram educadas e preparadas para seguirem as profissões
dos seus pais, que estavam habitualmente ligadas a pesca. Com o passar dos anos as novas
gerações começaram a perder o interesse por este sector e houve um decréscimo no
número de novos pescadores matriculados. Atualmente existem várias profissões que já
caíram muito em desuso e é cada vez mais difícil encontrar como por exemplo
maquinistas. Consequentemente quanto mais difícil é encontrar um profissional
qualificado mais é o seu rendimento pela pouca oferta e muita procura, a pesca faz parte
do sector primário que é o sector que recebe mais rendimentos comparativamente com os
restantes sectores.
No entanto é possível verificar que o grupo etário dos 35 aos 54 é o grupo com mais
pescadores matriculados e em seguida é o grupo dos 16 aos 34 o que mostra que o sector
voltou a ter procura e que as novas gerações mostram interesse em continuar a tradição e
de o Concelho de Sesimbra continuar a ser conhecido e valorizado pelo seu peixe fresco
e de ótima qualidade.
54

Figura 36-Pescadores/as matriculados/as e embarcações de pesca por NUTS I
Relativamente a captura nominal do pescado no Concelho de Sesimbra pelas principais

espécies foram contabilizadas no ano de 2018 os seguintes números:
 Abrótea-17  Sardinha-817
 Atum e similares-184  Sargos-94
 Areeiro e Carta-20  Tamboril-59
 Besugo-129  Linguado e Azevia-109
 Biqueirão-289  Boga-182
 Carapau- 3 396  Salmonetes-9
 Carapau negrão-415  Sarda-25
 Cavala- 17 452  Faneca-17
 Cherne-15  Cações- 12
 Congro ou Safio-97  Ruivos-34
 Corvinas-395  Salema-21
 Dourada-30  Tainhas-52
 Peixe espada preto-1 487  Cantarilhos-25
 Pescada-151  Galo negro-36
 Raias-176  Crustáceos-10
 Robalos- 124  Maluscos-1 174
Estes números não são de todo totalmente fiáveis, existe muitos barcos particulares que
praticam pesca desportiva e muitas capturas que não são contabilizadas. Os peixes mais
capturados são: cavalas, peixe espada preto e carapau.
55

2.3.5 Transportes:
Sesimbra tem um terminal de autocarros. A TST – Transportes Sul do Tejo disponibilizou

um autocarro a pedido a pedido da Câmara Municipal de Sesimbra, entre Azóia e o Cabo
Espichel, tornando-se num prolongamento da que faz a ligação entre Sesimbra e Azóia.
Há diversos autocarros urbanos que só se deslocam dentro da vila e param nas diversas
paragens de autocarros.
Os principais autocarros fora da vila são de Lisboa para Sesimbra, há dois que partem da
Praça de Espanha, há também um autocarro para Cacilhas e um para Setúbal.
Em 2018 no Concelho de Sesimbra houve um total de 1 011 veículos automóveis novos

vendidos e registado, dos quais 869 eram veículos ligeiros de passageiros, 125 ligeiros de
mercadorias, dos quais 7 eram veículos pesados de mercadorias, 3 tratores rodoviários e
13 tratores agrícolas.
Relativamente aos acidentes de viação e vítimas em 2018 foram registados 49 acidentes

em estradas nacionais e 3 acidentes com vitimas mortais em estradas nacionais. Em
relação às vitimas foram registadas 59 vitimas em estradas nacionais, 4 vítimas mortais,
4 feridos graves e 150 feridos ligeiros.
2.3.6 Artesanato:
 Composição em escamas de peixe

 Composição em conchas
 Miniaturas de barcos
 Pintura de cerâmica e azulejo
2.4 Geografia Cultural
2.4.1.1 Gastronomia:
Em Sesimbra é possível encontrar comida tradicional. Desde o simples peixe fresco

grelhado no carvão, passando pelos petiscos e marisco, até aos mais elaborados pratos de
56

peixe e carne. A gastronomia de Sesimbra tem como pilar a qualidade e a variedade do

peixe pela sua abundância na costa litoral portuguesa.
Nos numerosos restaurantes de Sesimbra podem-se apreciar vários pratos característicos

desta Vila piscatória, nomeadamente: Arroz de Tamboril, Açorda de Marisco, Ensopado
de Lulas, Caldeirada à Pescador, Espadarte de cebolada, Choquinhos à Pé Descalço e
Sardinha Assada. No inverno, um dos pratos favoritos é o “cademonte” seco, cozido com
batatas e grão, uma espécie da família do tubarão que muitos afiançam ser melhor que o
bacalhau.
A farinha torrada é um doce (tipo bolo) típico de Sesimbra, a vinculação da farinha torrada
na gastronomia sesimbrense deve-se ao final do Século XIX. Feita com açúcar amarelo,
ovos, farinha, chocolate e raspa de limão, denominava-se como uma comida energética e
serviu durante muito tempo de alimento aos pescadores que iam para a faina em mar alto,
uma vez que dura muito tempo e é muito calórico. Sendo um produto de qualidade e bom
gosto, não tardou em passar para as montras das pastelarias locais.
O queijo da Azoia é uma tradição com mais de cem anos. É produzido com leite de ovelha
cuja sua origem é proveniente da flora que cresce nas pastagens entre a aldeia da Azoia e
o Cabo Espichel, sendo confecionado artesanalmente para não perder as suas respetivas
características. Apresenta-se em duas vertentes, em queijo fresco e em queijo
amanteigado.
Figura 37-Doce tradicional de Sesimbra: Farinha Torrada
Fonte- Website visitsesimbra.
57

2.4.2 Carnaval:
Em Sesimbra o Entrudo foi sempre vivido com muita alegria e imaginação pela maioria
dos sesimbrenses, mas apesar de nos dias de hoje o Carnaval em Sesimbra estar mais
concentrado na zona da vila (Freguesia de Santiago) é importante referir que a sua origem
também esteve relacionada com a zona rural (Freguesia do Castelo).
Nas aldeias do concelho da zona rural, as “Cegadas” eram pequenos “teatros de rua”,
expressão popular que em tom satírico e malicioso, fazem a sua crítica social e política,
passando em revista os acontecimentos que no ano anterior mais impressionaram a
comunidade.
Na vila, eram hábitos dos sesimbrenses as brincadeiras marotas e as “gracinhas”, sendo

de destacar que alguns dos pescadores acordavam de manhã e tinham às suas portas as
aiolas que na véspera tinham deixado na praia.
Antigamente era perigoso deixar vasos com plantas na rua nestas alturas pois “os filhos
de noite” chegavam a decorar a Capela do Espírito Santo com os vasos e depois os donos
tinham de os ir buscar e procurar quais eram de quem.
Para os visitantes, as partidas eram outras, os relógios e moedas eram pregados ao chão
ou presos com pita (fio de pesca), as pessoas tentavam apanhar os objetos e só se
apercebiam que era uma partida quando alguém os puxava ou não saiam do lugar e entre
tanto ouviam-se risos da “rapaziada”.
Apesar disso, o que mais caracterizou o Carnaval de Sesimbra foram os bailes noturnos
nas sociedades e coletividades. Os amigos organizavam-se em grupos, tal como acontece
nos dias de hoje e os disfarces tinham muita imaginação, criatividade e arte e para que a
surpresa fosse ainda maior, era tudo feito em “segredo”, desde a constituição dos grupos
à indumentária escolhida, assim como qual “o dia de Carnaval em que saem” pois havia
grupos para cada “noite de carnaval”, com indumentárias diferentes. Após o 25 de Abril
de 1974 o Carnaval encontrou maior liberdade de expressão e facilitou melhor o convívio
entre as pessoas. Com o passar dos anos, a festa ganhou uma maior dinâmica e força
comunicativa. Com isso, alguns grupos organizaram-se e formaram Escolas de Samba.
58

Era à noite, que o Carnaval tinha maior número de participantes e o mistério aumentava
pois dificultava o reconhecimento das pessoas através das mascaras.
Os sesimbrenses não esquecem os diversos grupos que passaram pelos dias e noites de
Carnaval em Sesimbra e são muitos os registos desses dias ao longo dos anos.
À segunda-feira é o mítico Desfile dos Palhaços que já foi considerado o maior do mundo,
e já chegou a juntar perto de 3 mil mascarados.
Figura 38- Exemplo de um fato no desfile de Sesimbra
Fonte: Website visitsesimbra.
2.4.3 Equipamentos:
Através do Anuário Estatístico da Área Metropolitana de Lisboa, 2018 é possível afirmar

que o Concelho de Sesimbra contém 3 salas ou espaços para receber espetáculos. O
espaço com maior capacidade é o cineteatro.
Figura 39-Recintos de espetáculos e espetáculos ao vivo por município, 2017 e 2018
59

A Freguesia do Castelo contém o monumento nacional com categoria de proteção que é

o Castelo de Sesimbra e os imóveis de interesse público são: o Santuário da Nossa
Senhora do Cabo Espichel, Estação Arqueológica da Lapa do Fumo, Monumento
megalítico da Roça do Casal do Meio e Forte de São Teodósio da Ponta do Cavalo.
Os restantes Imóveis de Interesse Público com categoria de proteção pertencem a

Freguesia de Santiago que são: Capela do Espirito Santo dos Mareantes, Pelourinho de
Sesimbra e Fortaleza de Santiago. Assim como o edifício sede do Clube Sesimbrense, ou
Grémio, que é classificado como imóvel de interesse municipal.
Figura 40-Bens imóveis culturais do município, 2018
O único museu existente no Concelho de Sesimbra, é património cultural da Freguesia de

Santiago, denomina-se como Museu Marítimo de Sesimbra.
Figura 41-Museus e galerias de arte por município, 2018
2.4.4 Principais atrações de Património Cultural Material:

Castelo de Sesimbra
É classificado como Monumento Nacional desde junho de 1910.
60

O Castelo é a mais antiga fortaleza de Sesimbra e preserva ainda hoje a sua condição
histórico-militar, sobre tudo após o restauro feito pela Direção Geral dos Edifícios e
Monumentos Nacionais entre 1934 e 1944.
Desde 1998, a Câmara Municipal de Sesimbra é responsável pelas intervenções no

sentido da recuperação e valorização do imóvel.
O Castelo conserva ainda hoje os dois elementos fundamentais da fortificação medieval:

a muralha e a alcáçova. A muralha forma um polígono irregular que se aproxima de um
triângulo. A entrada fazia-se através da porta do Sol, virada a nascente. Esta porta era
servida por uma estrada de acesso à vila de que ainda se conservam vestígios da calçada.
No lado poente encontramos a porta da Azoia. Ao longo da muralha, são visíveis os
revelins para instalação dos canhões, construídos na época de D. João IV. No interior da
muralha, ressalta-se a existência de mais duas cisternas, a nascente e a poente, as ruínas
das casas dos vereadores que ainda funcionavam nos inícios do século XVI e a igreja de
Santa Maria do Castelo.
Monumento megalítico da Roça do Casal do Meio
Classificado como Imóvel de Interesse Público.
Situado numa encosta totalmente coberta de mato, e pertencente à Quinta do Calhariz,

este tholos de calcário local terá sido edificado durante a primeira metade do 1.º milénio
a. C., correspondendo, grosso modo, ao Bronze Final, tendo sido originalmente coberto
por um tumulus de consideráveis dimensões. Composto de câmara subcircular de falsa
cúpula e corredor de acesso, este monumento funerário megalítico forneceu dois
enterramentos aos quais se encontrou associado um significativo espólio, com especial
destaque para alguns artefactos de bronze, como uma fivela de cinturão, uma fíbula, um
anel e algumas pinças. Além destes, encontrou-se ainda um pente executado em marfim,
bem como diversos recipientes cerâmicos, alguns dos quais apresentando o elemento
decorativo conhecido por "ornatos brunidos".
Em termos formais a arquitectura deste monumento megalítico parece aproximar-se de

outras estruturas similares existentes na Bacia do Mediterâneo, com paralelos nas
61

pequenas tholoi características da época micénica, assim como nalguns nuraghes da

Sardenha.
Igreja de Santa Maria do Castelo ou Igreja do Castelo
Edifício religioso, marco da conquista cristã, remonta a cerca de 1165 e apresenta-se hoje
muito alterado em relação ao original, devido a profundas remodelações.
A igreja foi sede, desde 1388, da primeira freguesia de Sesimbra, sob a invocação de
Nossa Senhora da Consolação do Castelo. Em 1955, foi substituída na função de sede de
freguesia devida à ereção de um novo templo na Corredoura, sob invocação de Nossa
Senhora da Assunção, o qual desde então assume as funções de paroquial.
Hoje, encontramos interiormente, uma igreja de uma só nave, coberta por um teto simples
que integrava, ao centro, um painel representando a Coroação da Virgem, de fatura ainda
seiscentista. O maior interesse deste corpo da igreja reside no valiosíssimo revestimento
de azulejaria da primeira metade de Setecentos, de pintura azul sobre esmalte branco,
num conjunto de decoração cerâmica que, pela originalidade das aplicações, efeitos de
sinuosidade cenográfica dos motivos de arquitetura fingida e qualidade de fatura das
cenas históricas, que se pode considerar notável e de rara aplicação.
Museu arqueológico Municipal
Instalado na Igreja de Santa Maria do Castelo, o pequeno Museu Municipal de Sesimbra

foi criado por iniciativa da Câmara Municipal, com o principal objetivo de evitar a
dispersão, por vários outros museus e coleções particulares, do património arqueológico
do Concelho que, a partir das obras de restauro do Castelo e da descoberta de várias
jazidas pré-históricas, ia crescendo aceleradamente.
O seu património museológico engloba principalmente os artefactos pré-históricos das

grutas necrópoles Lapa do Fumo, Forte do Cavalo, Lapa do Bugio, dos cemitérios
lusitano-romano do Calhariz e proto-histórico do Casalão (Santana), além de abundantes
materiais da Idade Média encontrados no Castelo.
62

Santuário da Nossa Senhora do Cabo Espichel
É considerado como Imóvel de Interesse Público. O Santuário de Nossa Senhora do Cabo

ou Santuário de Nossa Senhora da Pedra da Mua está implantado no extremo do Cabo
Espichel.
No ponto mais avançado encontra-se o farol, cuja torre primitiva deve ser do século
XVIII, encontramos ainda a Ermida da Memória, a igreja, as “hospedarias” e a Mãe de
Água.
Apesar do acentuado abandono devido ao condicionalismo geográfico e humano, o

Santuário tem sido alvo de pontuais iniciativas de recuperação do monumento. Crê-se
que anteriormente à veneração de Nossa Senhora do Cabo, o Espichel fosse centro de
peregrinações e local propiciatório de práticas cultuais, talvez suscitadas, desde tempos
muito recuados, pelas pegadas dos dinossauros, pegadas essas, impressas e bem visíveis
nas rochas cretácicas do Cabo viradas para o mar e muito mais tarde tomadas pelas
pegadas da mula que, segundo a lenda, transportou até ao alto do Cabo, a imagem de
Nossa Senhora.
Forte de S. Domingos da Baralha
Consiste numa pequena fortificação de planta retangular edificada durante os reinados de

D. Afonso VI e de D. Pedro II (provavelmente em 1665), na sequência da reestruturação
defensiva da costa ordenada por D. João IV, para defesa de ataques castelhanos, ingleses
e sarracenos, teria ainda funções de controlo das reuniões de pescadores. Possui uma
estrutura típica de finais do século XVII, apresentando algumas características do novo
sistema seiscentista de fortes, tal como o desprovimento de linhas volumosas.
Após as guerras liberais (1834), foi desmantelado e abandonado, tendo sido

progressivamente destruído pela erosão do mar.
63

Igreja da Corredoura
O imóvel consiste num templo de planta retangular, edificado em 1955, com o objetivo
de substituir a antiga Igreja de Nossa Senhora da Consolação do Castelo na função de
sede paroquial.
Moinho da Forca
Encontra-se ao pé do Castelo de Sesimbra. O imóvel foi construído em pedra e cal,

apresentando planta circular. Movido por energia eólica, localiza-se no mesmo sítio onde
durante a idade média, existiu um cadafalso de base em pedra, onde eram aplicadas as
sentenças de morte por enforcamento.
Atualmente encontra-se desativado, tendo o seu interior sido transformado em casa de

habitação. O interior é composto por rés-do- chão e dois pisos, aos quais se ascende por
uma escada superior, feita em pedra e cal. Já não subsistem vestígios das mós nem do
mastro.
Capela de Nossa Senhora da Conceição
Localizada em Alfarim, é um modesto templo construído com o contributo da população

local, apresenta-se modernizado e com motivos de interesse artístico. Apresenta uma
fachada singela, de empena de duas águas. O interior, de nave única, foi totalmente
modernizado.
Capela de Santana
Pequeno templo de fundação provavelmente quatrocentista. A frontaria é muito

modificada, ainda preserva o aspeto quinhentista, com um amplo nártex rasgado na
frontaria e o curioso campanário lateral.
Próximo da capela e dou outro lado da estrada, há um cruzeiro de tipo seiscentista

implantado num pequeno largo.
64

Capela de São João Baptista
Situa-se na Herdade de Aiana de Baixo, antiga propriedade do Visconde de Asseca e

atualmente pertence à família Duarte Pina. Trata-se de um pequeno templo de tipo
seiscentista, profanado e em ruínas.
Casa do Infantado
Implantado na orla da Lagoa de Albufeira, este pequeno e modesto edifício de piso térreo
serviu de pavilhão real de caça tendo constituído o predileto retiro de D. Pedro V. A única
nota decorativa era dada pelas armas reais em ferro, que sobrepujavam o portal do
pavilhão realengo. O edifício encontra-se hoje muito mais delapidado, as armas reais
foram não há muito de lá tiradas, desconhecendo-se o seu paradeiro.
Forte do Cavalo ou de São Teodósio
O Forte de São Teodósio da Ponta do Cavalo, também referido como Forte da Ponta do
Cavalo ou Forte do Cavalo, ergue-se em posição dominante a oeste da baía de Sesimbra.
Funcionou como defesa do trecho do litoral denominado hoje como Costa Azul.
Atualmente afeto ao Ministério da Defesa Nacional (Marinha de Portugal), as suas
dependências são utilizadas como residência do faroleiro.
Moagem de Sampaio
É um edifício do séc. XX retangular, de cor branca e portas avermelhadas, situado em

Sampaio, que inicialmente terá cumprido a função de cavalariça, mas na década de 1910
foi transformado em moagem de trigo e milho, é um marco da evolução industrial e
tecnológica do concelho.
Para conservar esta parte importante da história do município, entre 2008 e 2013 a
Autarquia transformou-a num núcleo museológico. São temas explorados a história da
fábrica, a força motriz ali aplicada, a recuperação do motor central, a moagem de cereais
em mós francesas, a limpeza do cereal e o trabalho agrícola. Destaca-se o facto de estarem
em funcionamento todas as máquinas: motor a gás-pobre Hornsby Stockport e bancada
de mós francesas.
65

Atualmente, aos fins-de-semana, o edifício acolhe a iniciativa “Sabores da Nossa Terra”,

uma venda de produtos locais que pretende incentivar produtores e agricultores a
prosseguirem a sua atividade. Os visitantes podem adquirir vários produtos da região
como a Farinha Torrada, o Queijo da Azoia e o pão caseiro cozido em forno a lenha e
frutas e legumes da época.
2.4.5 Principais atrações de Património Natural:

Estação Arqueológica da Lapa do Fumo
É classificada como Imóvel de Interesse Público.
É uma cavidade natural, há muito conhecida pelas populações locais que também a
denominavam como lapa do Martelo, situa-se nos calcários do Jurássico da Serra dos
Pinheirinhos a 217 metros de altitude.
O acesso é feito sem dificuldade de forma desnivelada, ao longo da sua área, apresenta
várias e diversificadas formações, estalagmites, estalactites e algumas bandeiras, de
tonalidades castanhas, porém pelos pedaços partidos, encontrados no chão ou pelas
formações vandalizadas, pode-se observar anéis mais antigos completamente hialinos.
Gruta do Frade
A Gruta do Frade é a maior descoberta dos espeleólogos Sesimbrenses e uma das mais
belas grutas do país. Esta Gruta situa-se na Serra dos Pinheirinhos e apresenta-se como
uma das mais importantes da Serra da Arrábida, localizando-se numa unidade sedimentar
datável do Jurássico médio, entre 180 e 160 milhões de anos.
A sua composição inclui uma antiga sala, a entrada. A entrada situada ao nível do mar,
tem origem na atividade de abrasão marinho. As descontinuidades existentes na
estratificação possibilitaram o seu alargamento por via mecânica e química das águas
subterrâneas de circulação, resultando no colapso gravítico dos materiais dos tetos das
cavidades criadas devido á insustentabilidade das mesmas. Em torno do corpo principal,
existe um complexo sistema de galerias e condutas. Até ao momento, foram identificadas
e exploradas vinte e seis salas, incluindo alguns lagos e sifões de água salobra.
66

Monumento Natural dos Lagosteiros
Localizado no Cabo Espichel, mais precisamente na parte superior da arriba a Norte da

Baía dos Lagosteiros, consiste numa importante jazida de icnofósseis, classificada como
Monumento Natural que inclui dois trilhos de pegadas do Cretácico inferior.
Em termos geológicos é a mais recente da região a incluir pegadas de dinossauros,

nomeadamente de um bípede. A jazida ter-se-á formado naturalmente há cerca de 130 -
120 milhões de anos, durante o Cretácico inferior.
Trilho 1 - Dinossáurio Carnívoro (N38º 25.537 W009º 12.972)
Neste trilho existem pegadas tridáctilas (marcas com três dedos que, nas extremidades
são pontiagudas devido à impressão das garras) de dinossauros bípedes carnívoros
(terópodes) com cerca de 1,3 m do solo até à anca.
Trilho 2 - Dinossáurio Herbívoro (N38º 25.546 W009º 12.977)
Neste trilho longo existem pegadas arredondadas muito alinhadas de dinossauro bípede,
possivelmente um herbívoro semelhante ao Iguanodon.
Jazida de Icnofósseis da Pedra da Mula
As jazidas de icnofósseis da Pedra da Mua, localizadas no Cabo Espichel, constituem um

importante conjunto de ocorrências paleontológicas. Estas pegadas de dinossauros
contribuem para o conhecimento, a nível mundial, dos saurópodes e dos terópodes do
Jurássico, pois revelam pormenores da anatomia das mãos e dos pés destes animais e
permitem estudar a sua locomoção e comportamento social.
A jazida da Pedra da Mua revela, pistas de saurópodes e de terópodes, que ali passaram
há cerca de 145 milhões de anos, do Jurássico superior.
Jazida de Icnofósseis da Pedreira do Avelino
Antiga pedreira, onde foram descobertas pistas de dinossauros, o que levou à suspensão
da sua exploração e posterior classificação. Classificado como Monumento Natural,
consiste numa pequena jazida em que foram identificadas pegadas de saurópodes.
67

As pegadas terão ficado impressas durante o Jurássico superior, momento em que junto
das lagoas prosperava a vegetação, mantendo-se acumulações de água, que atraíam
dinossáurios herbívoros e carnívoros. Neste momento os sedimentos encontravam-se
ainda dotados de alguma plasticidade, mas já suficientemente consolidados, pelo que a
pata do dinossauro, ao exercer um peso de 3 a 5 toneladas, deixou a sua marca impressa.
Praia da Lagoa de Albufeira
A Lagoa de Albufeira é classificada como sítio Ramsar (a Convenção sobre as Zonas

Húmidas de Importância Internacional Especialmente Enquanto Habitat de Aves
Aquáticas, também conhecida como Convenção de Ramsar, é um tratado internacional).
A lagoa é alimentada pela água doce das ribeiras da Apostiça, Ferraria e Aiana, e pela
água salgada do oceano Atlântico, quando o cordão dunar é aberto oficialmente na
primavera, por intervenção do homem (normalmente é necessário reabrir diversas vezes,
uma vez que com a força do mar, o cordão dunar fecha novamente).
É constituída por três lagoas: a Grande, a pequena e a da Estacada. Ao atingir os 15 metros

de profundidade máxima, a Lagoa de Albufeira é considerada a mais funda de Portugal e
uma das mais perigosas, uma vez que tem fundões, há ocorrências de afogamentos.
Rodeada por pinhal em quase todo o perímetro, conta com pequenos areais junto do mar
e na margem norte. Tem excelentes condições para a prática de vela, windsurf, kitesurf,
canoagem, etc. A praia é muito procurada para a prática de surf e bodyboard. É uma zona
de proteção especial de aves, integra, desde 1987, a Reserva Ecológica Nacional.
Tal como diversas praias de Sesimbra, é distinguida pela Bandeira Azul e pela Bandeira
Qualidade de Ouro. Durante a época balnear, conta com os seguintes equipamentos:
biblioteca de Praia e concessionário de praia com serviço de restauração, nadadores
salvadores, zonas de sombra e sanitário.
Praia da Foz
Localizada na costa ocidental, entre o Cabo Espichel e a Praia das Bicas, a Praia da Foz
é ainda desconhecida para muitos.
68

Tem um pequeno areal, ideal para quem prefere estar longe das multidões. O mar
apresenta-se por vezes agitado e forma algumas correntes, aconselhando por isso alguma
cautela por parte dos banhistas pois não é uma praia vigiada, tirando isso, é desfrutar da
areia límpida e das falésias maravilhosas, com fósseis visíveis e bem identificáveis.
Por ser rodeada por falésias é uma praia bastante abrigada do vento. Não é vigiada.
Praia do Moinho de Baixo ou Praia do Meco
É uma das praias mais conhecidas de Portugal por ter uma parte mais a sul reservada ao
naturalismo e pelas suas argilas propícias ao tratamento da pele. Destacando-se pelo seu
extenso areal. Localiza-se em Alfarim e é frequentada por figuras públicas.
É caracterizada pelo extenso areal, é uma das mais frequentadas do concelho de Sesimbra.
Reúne várias infraestruturas de apoio aos veraneantes próximo do principal acesso ao
areal.
Nos últimos anos o principal acesso foi melhorado e, em 2013, foi instalada à entrada da
praia uma escultura alusiva à Arte Xávega, atividade piscatória praticada há muitos anos
neste areal pelos habitantes da Aldeia do Meco, Alfarim e de outras localidades da zona
rural.
O mar, que por vezes tem uma ondulação muito forte, oferece boas condições para a
prática de surf, bodyboard e windsurf. É uma praia distinguida pela Bandeira Azul e pela
Bandeira Praia com Qualidade de Ouro.
Praia das Bicas
A sul da praia do Moinho de Baixo, próximo do Parque de Campismo Campimeco, fica

a praia das Bicas. Procurada sobretudo por praticantes de surf e bodyboard, não tem
vigilância e quase não tem infra-estruturas. Ainda assim, compensa com a água límpida
e o extenso areal. O acesso não é muito difícil, uma vez que há uma escadaria de madeira
que desce a falésia.
69

Durante a época balnear conta com os seguintes equipamentos: sanitários; chuveiros;

biblioteca de Praia; concessionários de praia com serviço de restauração, nadadores
salvadores e zonas de sombra.
2.4.6 Principais Atrações de Património Cultural Imaterial:

Feira do mel
Durante vários aos, o Castelo de Sesimbra foi palco da feira do mel de Sesimbra, chamada
de Zimbramel. No ano de 2018, transferiu-se para Sampaio, no Parque Augusto Pólvora,
inaugurado nesse mesmo ano.
A Zimbramel acontece no último fim-de-semana de agosto e conta com a presença de

vários visitantes ao longo do fim-de-semana, assim como a venda de produtos locais. O
evento conta com bancas de produtos apícolas, agricultura biológica, queijo da Azoia,
pão de fabrico tradicional e artesanato.
Festa da luz
Em setembro, no segundo domingo, celebra-se a festa da Luz, na Quinta de São Payo,

consagrada a Nossa Senhora da Luz.
No mesmo dia celebra-se a Missa Solene, a procissão sai e dá a volta ao terreiro da Casa,
ao som de um grupo musical que anima o arraial. Nestes dias a capela mantem-se aberta
até à meia-noite, onde se costuma encontrar pessoas a rezar.
Para além da música e dos bailes populares, o recinto da festa conta com a tradicional
tasquinha de comes e bebes, iguarias e doces tradicionais assim como artesanato de vários
artistas da região e fogo-de-artifício no final. Normalmente, a Freguesia do Castelo
disponibiliza autocarros ao domingo, para quem pretenda assistir à Procissão em Honra.
Festa da nossa senhora do Cabo Espichel
Desde o Século XV, a partir de 1430, o cabo tornou-se um centro de romarias e procissões
por círios de oito freguesias da margem sul, uma da capital e trinta dos arredores de
Lisboa.
70

Antigamente cada freguesia responsabilizava-se pelos festejos anuais em honra da Nossa

Senhora na sua Igreja do Cabo, no primeiro Domingo após a ascensão do Senhor, o passar
dos anos fez com que as freguesias deixassem de se deslocar ao Santuário do Cabo
Espichel e a festejarem anual e rotativamente, Nossa Senhora do Cabo nas suas respetivas
igrejas paroquiais.
Hoje esta festa realiza-se anualmente no Santuário do Cabo Espichel no último fim-de-
semana de setembro com a procissão da imagem da santa, e reúne o maior número de
Círios, alguns fora do concelho.
Festa da Nossa Senhora da Conceição
A Festa em honra da Nossa Senhora da Conceição celebra-se a 26 de dezembro, na Capela

consagrada a Nossa Senhora da Conceição, em Alfarim e conta com uma solene
procissão, uma grande animação, música, encontro de famílias e confraternização entre
gerações.
2.4.7 Património Relevante Fora da Freguesia do Castelo:
2.4.7.1 Património Cultural Material:
Capela do Espirito Santo dos Mareantes
Construída no final do século XV pela corporação dos mareantes e pescadores de

Sesimbra, funcionou inicialmente como capela e hospital. Apresenta uma frontaria do
século XVIII, a sua construção remonta ao reinado de D. João II e aos fins do século XV.
No decorrer do século XVI, foi possível reconstituir a capela, dentro da mesma existiam
algumas boas imagens de roca do século XVIII, que puderam ser salvas da destruição
ingressando no Museu Arqueológico Municipal.
A capela foi alvo de uma atualização estética na primeira metade do século XVIII, que
inutilizou definitivamente o hospício. Permaneceu encerrada até meados do século XX,
altura em que reabriu como Biblioteca Municipal.
71

Depois das obras realizadas pela Câmara Municipal, em parceria com a Direção-geral de
Edifícios e Monumentos Nacionais, a Capela foi inaugurada, em 2004, como núcleo
museológico, que alberga no seu interior uma valiosa coleção de arte sacra com pinturas
e esculturas, da qual se destaca o quadro Nossa Senhora da Misericórdia, atribuído a
Gregório Lopes, do século XVI, bem como a reconstituição museológica do antigo
hospital.
Forte de são Teodósio da Ponta do Cavalo
É classificado como Imóvel de Interesse público.
Funcionou como defesa do trecho do litoral denominado hoje como Costa Azul. Assim,
sob a invocação de São Teodósio, iniciada em 1648, foi inaugurada em 1652, com projeto
atribuído ao engenheiro militar e arquiteto Sebastião Pereira de Frias.
No século XIX encontrava-se guarnecida e artilhada à época da Guerra Peninsular,

quando da primeira invasão francesa sob o comando do general Junot (1807-08).
Abandonado pela guarnição em 1822, voltou a ser guarnecido posteriormente quando das
Guerras Liberais. Só em 1895 começaram as obras de instalação do atual farol, na
chamada Bateria Alta, começando a operar no ano seguinte, sinalizando a entrada do
porto de Sesimbra.
Atualmente afeto ao Ministério da Defesa Nacional (Marinha de Portugal), as suas

dependências são utilizadas como residência do faroleiro.
Pelourinho de Sesimbra
É classificado como Imóvel de Interesse público.
O antigo pelourinho de Sesimbra foi destruído, guardando-se alguns fragmentos de fuste

e remate em dependências da Câmara Municipal. Por fotografias, verifica-se que era
monumento simples, com longo fuste angular assente num pódio de três degraus e remate
lavrado, seria uma peça quinhentista. Em frente ao Pelourinho havia um fontenário de
tipo barroco. O atual é cópia do primitivo.
72

Fortaleza de Santiago
É um conjunto de arquitetura militar seiscentista, concebida para defesa da costa, situa-

se ao centro da baía de Sesimbra.
No interior há várias divisões militares que ainda estão conservadas, como a residência
do governador, a capela privada e as masmorras. No exterior, na entrada, apresenta um
escudo francês inteiro, com coroa real.
Depois de um trabalho de preservação a fortaleza abriu ao público em 2014. Os trabalhos

conseguiram encontrar e recuperar a verdadeira essência do edifício, e transformá-lo num
espaço público de excelência. Desde então, tem recebido uma programação cultural
regular, com exposições, espetáculos musicais, animações, receções e conferências, o que
transformou o monumento, que é o símbolo de Sesimbra, numa verdadeira casa da cultura
e ponto de passagem obrigatório. Atualmente existe um bar e o Museu Marítimo de
Sesimbra.
Museu Marítimo de Sesimbra
O Museu Marítimo de Sesimbra apresenta um valioso património ligado ao mar e à pesca

fruto, em grande parte, de um trabalho de proximidade feito com a comunidade piscatória.
O espaço apresenta um valioso património ligado ao mar e à pesca, fruto, em grande parte,
de um trabalho de proximidade feito com a comunidade piscatória.
Mostra como viajavam os pescadores de Sesimbra, as devoções marinheiras e marítimas,

as várias artes de pesca, o Parque Marinho e o rei D. Carlos são algumas das temáticas
que ocupam os vários espaços do equipamento. Muitos dos objetos expostos foram
cedidos por pescadores ou famílias de pescadores sesimbrenses e pertenceram a
embarcações ou lojas de companha. O Museu está dividido por temáticas que ocupam
vários espaços existentes na Fortaleza de Santiago, e a mesma acaba por se transformar
numa “peça” no conjunto do próprio Museu.
73

Um ano depois de ter aberto portas, o Museu Marítimo de Sesimbra recebeu uma menção
honrosa e dois prémios no Prémio Museu do Ano, da Associação Portuguesa de
Museologia, que reconhece assim o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal, em
parceria com a comunidade piscatória, que muito contribuiu para que este equipamento
fosse uma realidade.
Igreja da Santa Casa da Misericórdia
É um pequeno templo quinhentista, bastante modificado por diversos restauros. O mais

recente apresenta um exterior modesto e singelo e uma frontaria de empena curva. A
igreja é de uma nave, coberta por teto de madeira e decorada lateralmente por azulejaria
do século XVI (azuis, verdes e brancos).
Foi descoberto um painel de pintura quinhentista que representa Nossa Senhora da

Misericórdia, atribuído mais tarde ao pintor Gregório Lopes. É considerado um marco
importante da arte nacional.
Capela de S. Sebastião ou de Santiago
É um pequeno templo do fim do século XV, implantado junto ao cemitério da vila,

restaurado no século XVIII. A Capela estava forrada de azulejos e possuía “imagem de
pedra muyto boa” representando o orago. Esta escultura ainda existe, graças ao antigo
Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Eng. José Brás Roquete, que nos finais dos
anos 50 mandou integrar o que dela restava no património do Museu Arqueológico de
Sesimbra.
Igreja Paroquial de S. Tiago
Em setembro de 1533, o mestre da Ordem de São Tiago e duque de Aveiro decidiram

fazer em Sesimbra uma igreja nova.
A igreja apresenta no exterior um aspeto arquitetónico bastante incaracterístico e severo,

atestando diversas remodelações, sobretudo no século XVII que lhe modificaram o aspeto
primitivo. Apenas a grande torre sineira, que se ergue à esquerda e em corpo saliente ao
da frontaria, preserva ainda o sabor do tempo quinhentista.
74

No seu interior, deparamo-nos num ambiente deslumbrante pelo contraste, a fábrica

quinhentista em toda a sua estrutura de três naves, separadas por cinco tramos de arcaria
de volta perfeita e colunas capitalizadas.
As paredes são forradas por com conjunto de azulejos de “caixilho”, pintura verde e
branca, que se estende até à capela-mor.
Casa do Bispo
Também designado por “Casa dos Frades” ou “Palácio do Bispo”, está situado na Rua
Antero de Quental e foi propriedade do bispo de Fez D. Belchior Beliago. O edifício
guarda a sua feição quinhentista, apesar das várias obliterações sofridas ao longo dos
tempos. No cunhal direito está incrustada uma pedra de armas oval, com o escudo
esquartelado, representando uma cruz de S. Tiago. O portal é seiscentista e tem um largo
frontão curvo. O interior tem aplicações de azulejos.
Grémio ou Clube Sesimbrense:
A classificação do edifício sede do Clube Sesimbrense, ou Grémio, é de Monumento de

Interesse Municipal.
O Edifício Sede do Clube Sesimbrense fica situado num largo do centro de Sesimbra.
Inaugurado em 1880, é um exemplar de arquitetura eclética, de dois pisos e planta
longitudinal, com fachadas revestidas a azulejo policromo de motivos geométricos sobre
embasamento, entre cunhais apilastrados encimados por pináculos. Sobre a cornija eleva-
se uma balaustrada rematada por esculturas sobre acrotérios. Todas as fachadas e vãos
são emoldurados por frisos de azulejos azuis e brancos.
A fachada principal, adaptada ao forte declive do terreno, tem apenas um piso, sendo o
inferior evidente apenas por janelas de cave. É rasgada por quatro janelas e três portas em
arco abatido, às quais se acede por lanços de escadas, simples nas laterais e convergentes
na central. A porta principal é encimada por medalhão envolto em folhagem com a data
da conclusão das obras.
75

O edifício foi projetado e construído para sede do atual Clube Sesimbrense, fundado em
1853, por José António Pereira, como Sociedade Philarmónica e mais tarde
redenominado Grémio Philarmónico Cezimbrense (Grémio Literário e Artístico
Cezimbrense entre 1891 e 1904). Esta instituição, vocacionada para o ensino e divulgação
da música e para a promoção de diversas atividades culturais, é hoje em dia a mais antiga
coletividade de Sesimbra, mantendo a sua vocação original.
2.4.7.2 Património Cultural Natural:
Praia do Ribeiro do Cavalo
Localizada a pouco mais de uma milha a poente da Baía de Sesimbra, a Praia do Ribeiro
do Cavalo conserva uma beleza única, é considerada uma das mais belas praias da costa
da Arrábida. As águas são, ricas em flora e fauna marinhas.
É facilmente acessível por barco, o acesso a pé é feito por num caminho um pouco difícil,
durante cerca de 20 minutos, a partir do início da descida, através de um trilho sinuoso e
com alguma inclinação. O tempo de subida pode chegar aos 30 minutos.
Praia da Califórnia
A Praia da Califórnia localiza-se na zona nascente da Baía de Sesimbra, e apresenta

normalmente o mar bastante calmo e areal com pouca inclinação, o que faz com que seja
uma das praias mais escolhidas no verão pois apresenta bastante segurança seja para
crianças ou para pessoas que não saibam nadar.
É uma praia distinguida pela Bandeira Azul há alguns anos e é uma praia vigiada.
Durante a época balnear conta com os seguintes equipamentos:
 Sanitários;
 Chuveiros gratuitos;
 Biblioteca de praia;
 Estação de Vitalidade e Fitness;
 Concessionários de praia com serviço de restauração e zonas de sombra.
76

Praia do Ouro
Localizada na Baía de Sesimbra, à direita da Fortaleza de Santiago é distinguida pela

Bandeira Azul, sendo uma das praias portuguesas que hasteia a bandeira há mais anos,
também tem sido distinguida com a Bandeira de Praia Acessível, galardão que premeia
as zonas balneares com acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida, assim
como Praia com Qualidade de Ouro, distinção atribuída às zonas balneares que
apresentaram água de excelente qualidade.
Durante a época balnear é uma praia vigiada e conta com os seguintes equipamentos:
 Sanitários;
 Chuveiros gratuitos;
 Estádio com bancada;
 Biblioteca de praia;
 Parque infantil;
 Estação de Vitalidade e Fitness;
 Concessionários de praia com serviço de restauração e zonas de sombra;
 Corredor pedonal desde a rampa em frente ao Hotel do Mar, até ao acesso
junto do porto de abrigo.
Serra da Arrábida:
A Serra da Arrábida é um Parque Natural desde 1976 com uma altitude que atinge os 501
metros. Além das praias e das paisagens lindíssimas o parque abriga numerosas espécies
raras e grutas lindíssimas.
Dentro do parque existe o Convento da Arrábida que foi construído no século XVI por
Frei Martinho de Santa Maria. Anterior à construção, existia onde é hoje o Convento
Velho, a Ermida da Memória, local de grandes romarias, junto da qual, durante dois anos,
viveram, em celas escavadas nas rochas, os primeiros quatro frades arrábidos: Martinho
de Santa Maria, Diogo de Lisboa, Francisco Pedraita e São Pedro de Alcântara.
Dentro do parque existe a praia da Figueirinha, de Galápos, dos Galapinhos e do Creiro

o tão famoso Portinha da Arrábida.
77

2.4.7.3 Património Cultural Imaterial:
Festa do Nosso Senhor Jesus das Chagas
Enche as ruas da vila de Sesimbra para assistir à procissão em honra do Senhor Jesus das
Chagas, padroeiro dos pescadores de Sesimbra, que se realiza na tarde de 4 de maio,
feriado municipal. Após a missa na Igreja Matriz, às 15.30 horas, a imagem percorre o
tradicional trajeto, com paragem no Largo da Marinha para sermão e bênção ao mar, na
presença de dezenas de barcos na Baía de Sesimbra.
Arte de Rua
Em 2014, a Câmara Municipal desafiou um conjunto de artistas a decorarem portas e

janelas do Núcleo Urbano Antigo de Sesimbra, inspirando-se nas tradições da pesca e do
peixe.
Algumas paredes, portas e janelas que nada traziam à vila de Sesimbra, são agora alvo de
interesse e apreciação de arte, transformando-se em mais um atrativo turístico da vila.
2.4.8 Gíria e Hábitos Locais
“Pexito” significa um pequeno peixe, e é o nome pelo qual são conhecidos os naturais da
vila de Sesimbra. Grande parte dos “Pexitos”, sobretudo os das gerações mais velhas,
utiliza expressões muito peculiares e tem um sotaque típico acentuado, que por vezes
torna-se difícil de perceber para quem não está familiarizado com a linguagem e hábitos
locais.
Abaixo referimos alguns dos termos utilizados e o seu respetivo significado.
“É um molhão, hã!” - uma boa pescaria
“Atão sóce!”- cumprimento rotineiro
“Vais à zagaia, hã!”- ir buscar peixe à doca
“Tá bél isse!”- ironia para sublinhar que algo não está bem
78

“Eh pá! O qu´é que vai pá caldera?” - perguntar a alguém o que vai almoçar ou jantar
"Cala-ta-boca" - está calado/a
"Agora? agora já a gaivota cagou na bóia" - agora é tarde demais.
Pequenos Habitos:
Os “Pexitos” têm hábitos e tradições muito próprios. Logo pela manhã, muitos não
dispensam o pão quentinho das padarias locais, especialmente do Gá ou do Joaquim do
Moinho, as mais antigas da vila. É lá que conseguem saber se “houve” sardinha ou
carapau, bem como outras novidades da vida da comunidade.
A Sociedade Musical Sesimbrense é um dos pontos de encontro da comunidade

piscatória, durante as jogatanas do “Na T´Irrites”, um jogo de tabuleiro muito popular
em Sesimbra, que deve o nome ao facto de deixar os nervos em franja ao jogador para
quem o jogo não está a correr bem.
Ao final da tarde, muitos gostam de ver a chincha, ou Arte Xávega, que se realiza nas praias da Baía
de Sesimbra, para ver o peixe capturado.
2.5 Geografia Politica
Após o 25 de abril, a transição democrática foi coordenada por Esequiel Lino que foi
eleito presidente da Câmara Municipal de Sesimbra em 1977 tendo-se mantido no cargo
até 1997, encabeçando as listas das várias coligações candidatas chefiadas pelo PCP-
Partido Comunista Português (FEPU- Frente Eleitoral Povo Unido, APU- Aliança Povo
Unido e CDU- Coligação Democrática Unitária).
No seguinte ciclo politico autárquico em 1997, houve uma mudança de protagonistas. A

lista liderada por Amadeu José Silva Penim, apoiado pelo PS- Partido Socialista, saiu
vencedora, conseguindo assim destronar a CDU. Amadeu Penim é novamente eleito
Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra na eleição de 2001 tendo-se mantido no
caso até 2005.
79

Em 2005 numa eleição renhida a CDU, recupera a liderança da edilidade tendo a lista
encabeçada por Augusto Manuel Carapinha Pólvora saído vencedora. Nas eleições de
2009 e 2013 Augusto Pólvora mantém a liderança da Câmara Municipal para a CDU
tendo falecido no decorrer do último mandato em junho de 2017, sendo substituído pela
Vice-presidente Felícia Costa. Em 2017 a CDU volta a sair vencedora, mas desta vez
encabeçando as suas listas Francisco Jesus.
O concelho de Sesimbra na sua historia politica democrática tem-se revelado bastante

estável sendo a CDU o partido que mais vezes chefiou os destinos do concelho tendo tido
apenas a experiencias de dois mandatos liderados pelo PS. Outro fenómeno que tem
caraterizado as eleições autárquicas em Sesimbra é a elevada taxa de abstenção, que tende
nas eleições autárquicas a nível nacional a ser menor, e no concelho frequentemente
atinge o recordo nacional como sucedido em 2013.
3 Principais Mercados Emissores tendo em conta o

atendimento no Posto de Turismo
No ano de 2019 foram atendidos no Posto de Turismo de Sesimbra 13 033 turistas

nacionais e estrangeiros. O gráfico representa a distribuição dos atendimentos ao longo
do ano é possível verificar que os meses de julho e agosto são os meses com mais
ocorrência de turistas e que o mercado exterior é o mercado mais predominante a usufruir
deste atendimento.
Figura 42-Distribuição de turistas atendidos tendo em conta o mercado externo e o interno.
Fonte: Movimento de Turistas nos Postos de Atendimento Turístico, 2019
80

Figura 43-Distribuição dos atendimentos ao longo do ano
3.1 Mercado Interno:
Tendo em conta a análise da oferta turística é importante analisar qual a origem dos
portugueses que visitam Sesimbra, face aos destinos concorrentes nacionais ou quando é
necessário aferir o interesse de participação em algumas feiras nacionais.
Através do gráfico é possivel concluir que os turistas nacionais que mais recorrem ao
posto de turismo, em primeiro lugar temos Lisboa.
O atendimento aos locais não são considerados como atendimentos turisticos, estes 6%
dizem respeito à procura de mapas da vila para posterior cedência a familiares ou amigos,
a solicitações das publicações periódicas da autarquia, à aquisição de viistas ao museu ou
à loja de merchandising.
Figura 44-Origem dos portugueses que visitam Sesimbra
Tendo em conta apenas os mercados internos, é possível verificar que em relação a

procura por alojamento existe uma preferência pelo alojamento local. É possível concluir-
81

se que os dados relativos às dormidas no concelho não refletem a realidade local, porque
não existe um indicador para medir nesta tipologia de alojamento.
Figura 45-Procura por Alojamento pelo Mercado Interno
Em relação a procura quer de património construído quer o natural, existe uma procura
preferencial pelo Castelo, Cabo Espichel e Museu Marítimo, assim como a procura pelas
praias e pelas jazidas dos Icnofósseis.
Figura 46-Procura pelo Património Construído pelo Mercado Interno
Relativamente a procura pelo património natural é possível identificar preferência pela

praia e pelas jazidas ecnofosseis.
82

Figura 47-Procura pelo Património Natural pelo Mercado Interno
A procura por atividades de animação turística mais procuradas são principalmente

passeios de barcos e observação de golfinhos.
Figura 48-Procura por Atividades Marítimo Turísticas pelo Mercado Interno
A procura por tours é preferencialmente as tours pedestres.
Figura 49- Procura por Tours pelo Mercado Interno
Tendo em conta a variedade de Restaurante, analisou-se a procura por Restaurantes/Tipo

de cozinha.
83

Figura 50-A procura por Restaurantes/Tipo de cozinha pelo Mercado Interno
A procura de serviços também foi analisada tendo em conta a solicitação mais feita pelos
turistas é sobre os transportes.
Figura 51-Serviços solicitados pelos turistas pelo Mercado Interno
A procura feita pelas turistas relativamente sobre informações acerca da região, são
maioritariamente sobre a Arrábida. A grande maioria dos turistas nacionais mostram
interesse de se deslocarem dentro da região.
Figura 52-Procura por informação da região
A procura sobre solicitações de materiais informativos e de apoio à atividade turística,

também foi analisada, é possível afirmar que o mapa da vila é o documento mais
solicitado.
84

Figura 53-Solicitações de Documentação de apoio à visita
3.2 Mercado Externo:
O mercado externo representa desde há vários anos cerca de 1/3 do total dos atendimentos
realizados, os principais mercados são: Espanha, França e Reino Unido.
Figura 54-Mercados Emissores do Mercado Externo
Fonte: Movimento de Turistas nos Postos de Atendimento Turístico,
Os 5 principais mercados emissores externos foram: Espanha com 33%, França com 32%,
Reino Unido com 15%, Alemanha com 12% e Holanda com 8%.
85

Os 5 mercados emissores que se registaram em segundo plano com maior relevância em

2019 foram: Brasil com 27%, Bélgica com 25%, Itália com 21%, Suécia com 16%e
Irlanda com 11%
Relativamente a procura por alojamento o mercado de Espanha e da Holanda tem

preferência pelos parques de campismo e o mercado de França, Reino Unido e Alemanha
pelo alojamento local.
Figura 55-Principais Mercados Emissores a Procura por Alojamento
O mercado externo tem preferência relativamente a procura de património construído

pelo Cabo Espichel, o Museu e pela Fortaleza, não mostram grande interesse pelo Castelo.
Figura 56-Principais Mercados Emissores a Procura por Património Construído
86

Relativamente ao património natural o mercado externo tem preferência maioritariamente

pelas Praias e as Jazidas de Icnofósseis.
Figura 57-Principais Mercados Emissores a Procura por Património Natural
Relativamente às atividades marítimas turísticas, a procura pela atividade Passeios de

Barcos e Observação de golfinhos são as atividades mais procuradas pelo mercado
externo.
Figura 58-Principais Mercados Emissores a Procura por Atividades Marítimo Turísticas
Quanto aos tours as preferências recaem nos passeios pedestres e nos tours que oferecem
uma combinação de pedestre com parte do circuito realizado em viatura.
87

Figura 59-Principais Mercados Emissores a Procura por Tours
Relativamente à gastronomia/Tipologia de restaurantes e Serviços tanto o mercado

nacional como o externo têm preferência por restaurantes de peixe e marisco.
Figura 60-Principais Mercados Emissores a Procura por Restaurantes/Tipos de Cozinha
Continua a ser evidente a necessidade de mobilidade dentro da região e de recurso a

superfícies de venda de bens alimentares e outros.
Figura 61-Principais Mercados Emissores a Procura por Serviços
88

Contrariamente ao mercado nacional que solicita por documentação para o apoio à visita
e às atividades que gostariam de realizar, o mercado externo solicita a disponibilização
da Agenda Cultural. Sendo que o mercado de Espanha e França são os que mais pedem
esta documentação.
Figura 62-Principais Mercados Emissores a Procura pela Agenda de Eventos
Os principais mercados emissores a procura é principalmente Espanha e França.
Figura 63-Principais Mercados Emissores a Procura pela Agenda de Eventos tendo em conta a Nacionalidade
A procura sobre documentos de apoio à visita recai sobretudo no Mapa da vila, no mapa
da Arrábida e no Guia de Sesimbra, sendo que em 90% dos turistas estrangeiros que a
nós se dirigirem se registam pedidos nestes itens com números bastante expressivos.
89

Figura 64-Principais Mercados Emissores Procura por Documentação de Apoio à Visita
As Intenções /Interesses de visita destes turistas na região e no país, incluindo os destinos

tradicionais mais conhecidos como sejam, Lisboa, Sintra e Cascais ou o Algarve, foram
também alvo de análise é possível concluído que a região Arrábida se encontra no topo
do interesse destes turistas, seguida pelas principais cidades da região como sejam Lisboa
e Setúbal.
Figura 65-Principais Mercados Emissores com Intenções /Interesses de visita na Região
90

3.3 Comparação do Mercado Nacional VS Externo
Em conclusão o turista nacional que recorre ao posto de turismo é maioritariamente

oriundo de Lisboa, o turista externo mais oriundo é de Espanha e França.
O mercado nacional tem preferência por alojamento local e por parques de campismo, já
o mercado de Espanha e da Holanda tem preferência pelos parques de campismo e o
mercado de França, Reino Unido e Alemanha pelo alojamento local.
O mercado nacional relativamente a procura de património construído tem preferência

pelo Castelo, em seguida o Cabo Espichel e em terceiro o museu, contrariamente o
mercado externo demonstra preferência pelo Cabo Espichel, o Museu e pela Fortaleza,
não mostram grande interesse pelo Castelo.
Relativamente ao património natural os dois mercados têm preferência maioritariamente

pelas Praias e as Jazidas de Icnofósseis.
As atividades turísticas mais procuradas pelo mercado interno é a Observação de

Golfinhos, o mercado do Reino Unido, Holanda e Espanha tem preferência pelos Passeios
de Barco, já o mercado da França e Alemanha pela Observação de Golfinhos. A procura
por Tours é maioritariamente por pedestres pelo mercado nacional e externo.
Os restaurantes de preferências são de peixe e marisco e os serviços mais procurados são

os transportes e os supermercados, tanto para o mercado interno como o externo.
Os mercados externos mostram interesse na Agenda Cultural principalmente o mercado

espanhol e francês, relativamente a documentação de apoio à visita tanto o mercado
interno como externo procura por mapas da vila.
A grande maioria dos turistas têm intenções de se deslocar dentro da região e um interesse
especial sobre a Arrábida.
91

4 Motivação do turística e Perfil tendo em conta o Modelo

Plog e Smith
De forma a descobrir quais as motivações turistas tivemos em consideração os estudos:

Perfil do Turista em Sesimbra, elaborado e coordenado pelo Gabinete de Turismo em
Sesimbra (2015) e as Movimentações de Turistas nos Postos de Atendimento Turístico
(2019). Do total dos inquiridos 36% estão de passagem, este indicador revela que
Sesimbra necessita de criar mais produtos turístico que motivem os turistas a permanecer
mais tempo e potencializar mais dormidas no destino. Os produtos turísticos que motivam
os turistas a visitar Sesimbra é maioritariamente o produto Sol e Mar, Gastronomia e
Vinhas e o Turismo de Natureza e Náutico.
O produto Sol e Mar é o grande produto turístico mais abundante de Sesimbra, graças a
diversidade e abundância de praias. Os seguintes produtos são representados de forma
muito reduzida: Gastronomia e Vinhas pela qualidade e frescura dos produtos do mar,
ou seja, o seu excelente peixe, e a qualidade e quantidade de vinhas na região com história
e tradição vitivinícola e o produto Turismo de Natureza e Náutico pelo aumento de
experiências novas e a valorização pelo património natural.
Através dos dois estudos é possível observar tendo em conta os resultados obtidos que o
mercado estrangeiro constitui a maioria dos “novos turistas” em Sesimbra. O mercado
interno mostra tendência de repetição de visita e o mercado externo para uma primeira
visita. Anota-se que de forma unânime os mercados afirmam ter intenção de voltar a
visitar Sesimbra, ou seja, as suas expectativas foram alcançadas e correspondidas ao
pretendido.
Em relação aos valores médios gastos pelos visitantes, tanto o mercado interno como o
externo gasta em média por pessoa entre 20€ a 30€. A modalidade de alojamento mais
usual é o alojamento local e em seguida os hotéis, tendo em conta que o mercado externo
pernoite em média 5 noites e o mercado interno 4 noites, desta forma o mercado externo
acaba por usufruir de forma mais acentuada para as receitas turísticas.
92

Tendo em conta os dados retirados dos dois estudos o perfil do turista em Sesimbra é um
meio termo entre o alocêntrico e o psicocêntrico, ou seja, o perfil do turista é
mesocêntrico.
O turista é caraterizado por demostrar interesse em destinos maduros mais em voga, onde
exista todos os serviços recetores já implementados e testados. O turista mesocêntrico
procura lugares movimentados e com boas infraestruturas turísticas e viajam em grupos.
Tem como objetivo o descanso e o prazer, pretendem ter contacto com amigos e
familiares, uma necessidade de quebra de rotina por uma temporada e tendo em conta ser
um destino onde o produto principal é Sol e Mar, a atividade apanhar sol é o objetivo
principal.
Demostra fraco interesse pela aventura e pela natureza, no entanto é uma caraterística que
é possível encontrar no turista de Sesimbra com uma pequena cotação. No entanto este
interesse tem vindo a aumentar e existe cada vez mais empresas turísticas para esse fim.
5 Ciclo de Vida
O conceito ciclo de vida significa a evolução de determinado produto ou serviço, trata-se

de um processo que descreve etapas ou fases desde o inicio, a que damos o nome de
exploração até as etapas finais, o declínio.
Um produto turístico é constituído por um conjunto de bens e serviços que tem como
objetivo a satisfação das necessidades dos turistas, ou seja, são os seus atrativos naturais,
culturais, estrutura turística, preço e comercialização.
O produto turístico Sesimbra, como a vila especificamente é caraterizada por ter um ciclo
de vida de consolidação, ou seja, a taxa de crescimento no número de turistas sofrerá uma
redução, apesar do montante total de visitantes exceder o de residentes permanentes. Uma
grande parte da economia da destinação turística estará relacionada à esta atividade. O
grande número de visitantes e investimentos em infraestrutura e equipamentos para os
turistas poderão causar descontentamentos e resistência da população local,
principalmente daquela parcela de pessoas excluídas da atividade ou que por ela são
93

incomodadas. A medida que os números vão aumentando o destino deixa de ter

capacidade de suporte ambiental e social. Consequentemente surgem problemas graves e
alguns indícios de a fase de estagnação se aproximar e de forma a precaver a Câmara
Municipal age com uma atitude de rejuvenescimento.
A Câmara Municipal de Sesimbra elabora estratégias não apenas para a freguesia em

questão, mas para todo concelho de forma a precaver-se a longo prazo, criando estratégias
para o aproveitamento dos recursos naturais locais, construção de novas estruturas
dedicadas para outro tipo de público, produz uma nova agenda cultural, elabora
estratégias de sustentabilidade, investe em novos nichos de mercado e procura renovar a
sua oferta turística com experiências novas.
Um exemplo de investir em novos nichos de mercado foi em 2014, a Câmara Municipal

desafiou um conjunto de artistas a decorarem portas e janelas do Núcleo Urbano Antigo
de Sesimbra, inspirando-se nas tradições da pesca e do peixe. Mais de uma dezena de
portas e janelas passaram a ser admiradas como verdadeiras obras de arte e
transformaram-se em mais um atrativo turístico da vila. Algumas paredes, portas e janelas
que nada traziam à vila de Sesimbra, são agora alvo de interesse e apreciação de arte.
Uma das pinturas, a porta “We Love Fish” foi considerada uma das mais bonitas do
mundo, segundo o site www.boredpanda.org, que apresenta uma lista com portas em
vários países, da autoria de Salomé Afonso, retrata o enraizamento da fauna marítima na
cultura do povo sesimbrense. Depois disso, a Arte de Rua repetiu-se, em mais edições, e
alargou-se a muros e paredes. A vila ganhou um novo encanto, e em cada rua, a beleza
das obras surpreende-nos.
Figura 66-Arte de Rua "We Love Fish"
Fonte: Website Vist Sesimbra
94

Figura 67-Arte de Rua
Fonte: Website Vist Sesimbra
Tendo em conta os censos de 2011, a população total é de 49 500 habitantes, sendo que
25 606 habitantes pertencem a freguesia da Quinta do Conde tratando-se de uma freguesia
urbana e residencial, contrariamente a freguesia do Castelo e de Santiago que apesar de
ser residencial por si só são produtos turísticos.
Desta forma o produto turístico Sesimbra, como concelho, é o foco deste estudo, é
caraterizado por ter um ciclo de vida em desenvolvimento, ou seja, número de turistas
ultrapassa a população residente durante a época alta. No entanto os únicos dados
referentes ao número de turistas são através do estudo sobre as “Movimentações de
Turistas nos Postos de Atendimentos Turísticos”, no ano de 2019, em que foram 13 033
turistas nacionais e estrangeiros atendidos, o que não é um número completamente
fidedigno porque nem todos os turistas obrigatoriamente frequentam os postos de turismo.
Posto isto a investigadora afirma que é o ciclo de vida desenvolvimento que carateriza o
destino, é possível observar o envolvimento local da comunidade e alguns equipamentos
locais terão desaparecido, sendo substituídos por equipamentos maiores e mais modernos
e atualizados, como por exemplo a Fortaleza de Sesimbra através de obras de
requalificação total do edifício, assim como a elaboração do museu marítimo de
Sesimbra. Como também alguns desses equipamentos serem providenciados por
investigadores externo, principalmente no que diz respeitos às acomodações turísticas,
como é o caso do estabelecimento hoteleiro chamado Villas de Sesimbra que estavam
abandonas há anos e no ano de 2019 foi comprado pelo Grupo Accor e este ano irá abrir
portas aos turistas de Sesimbra como um Four Points by Sheraton Sesimbra. Desta forma
95

projetos como estes projetos reforçam e requalificam a oferta, mas também em termos de
reabilitação, ordenamento urbano e paisagístico.
Figura 68- Four Points by Sheraton Sesimbra
Fonte: Webiste da Unidade Hoteleira
Este ciclo de vida é caraterístico pelo desenvolvimento das atrações naturais e culturais e
essas atrações são complementadas com equipamentos artificiais, como é o caso da
requalificação da praia Lagoa de Albufeira e da zona envolvente à Praia do Moinho de
Baixo.
O exemplo de requalificação da praia da Lagoa de Albufeira permitiu que fosse realizado

o ordenamento de acesso ao areal com o melhoramento nos acessos pedonais à praia,
construção de escadas de acesso à marginal e a continuidade de percursos pedonais,
delimitação de zonas de parqueamento assim como o reordenamento do estacionamento
e a implementação de um novo trajeto de iluminação pública, que acrescenta
infraestruturas elétricas, de água e de saneamento, quer urbano quer pluvial, que conferem
a devida preocupação ambiental pelo ecossistema e promove a recuperação dunar e a
sustentabilidade ambiental do local.
Figura 69-Requalificação da praia da Lagoa de Albufeira
Fonte: Website Câmara de Sesimbra
96

Figura 70- Requalificação da praia da Lagoa de Albufeira
Fonte: Website Câmara de Sesimbra
Sendo assim, é possível concluir que o Concelho de Sesimbra se encontra no ciclo de

desenvolvimento, ao identificar a etapa onde se encontra o produto torna-se mais fácil a
gestão da mesma, assim como criar planos estratégicos de marketing. Os órgãos
democráticos locais têm perceção do quando o turismo é essencial para a economia do
destino e desta forma elaboram e criam constantemente estratégias e medidas para que o
destino não atinga o ciclo de declínio.
6 Analise SWOT do território enquanto potencial turístico
Fraquezas:
 Sazonalidade;
 Excessiva especialização no produto sol e mar;
 Escassa promoção de oferta turística relacionada com os produtos turísticos
complementares e em fase de desenvolvimento;
 Carência de eventos de impacto nacional e internacional;
 Pouca diversidade de alojamentos e de tipologia de alojamentos;
Forças:
 Importância que o Porto de Sesimbra continua a ter enquanto porto de pesca no

contexto nacional
 Hospitalidade
 Progressos realizados ao nível da programação cultural do concelho
97

 Preservação da ruralidade em algumas áreas do concelho

 Condições climáticas;
 Extensão e diversidade da costa;
 Diversidade paisagística;
 Qualidade das praias;
 Situação geográfica, proximidade a Lisboa e às principais infraestruturas de
transporte e localização geográfica
 Estado do mar propício ao recreio e desportos náuticos;
 Diversidade paisagística;
 Qualidade dos campos de golfe;
Oportunidades:
 Procura de experiências novas e diferentes;

 Maior valorização de elementos naturais e consciência ambiental (think green);
 Aumento das atividades relacionadas com o turismo de nichos;
 Turismo de natureza em evolução e crescimento
Ameaças:
 Incapacidade de travar o envelhecimento populacional e a emergência de focos de

exclusão e isolamento da população idosa
 Forte competitividade de destinos emergentes;
 Forte incremento, sobretudo, dos produtos sol e mar e golfe, em destinos
concorrentes;
 Cenário de crise e quebra no rendimento das famílias;
 Zona de grande concentração de concorrência;
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TURÍSTICO:

A análise do potencial turístico divide-se em duas fases, a análise da situação e o
diagnóstico.
98

A análise da situação engloba várias análises tais como: da procura, da concorrência, da

oferta e das tendências. A análise da situação é a organização da atividade turística, a
comercialização do turismo e a formação inicial e contínua no domínio do turismo, liga
as cooperações existentes e os parceiros potenciais, os dispositivos de apoio e os
indicadores económicos ligados ao turismo.
A análise da procura pode ser realizada de forma quantitativa ou qualitativa, o estudo de

caso apresentado é feito através da análise qualitativa, a análise da concorrência e da
oferta são realizadas através da investigação documental e a análise das tendências é
através de estudos já realizados.
A segunda fase designada por diagnóstico é realizada através do levantamento das forças
e fraquezas, fatores internos, riscos e oportunidades, fatores externos.
Ao longo do estudo foram abordadas de forma geral as duas fases essências para a
possível avaliação do potencial turístico.
Considerando o desenvolvimento turístico que ocorreu, a freguesia do Castelo apresenta-

se como um concelho diferenciador, com uma variedade enorme de recursos turísticos
com a possibilidade de expandir os seus produtos turísticos.
Os indicadores analisados permitem-nos verificar que dispõe alguma capacidade de

alojamento face à região ao que se junta uma estadia de 4/5 dias em média. Efetivamente
sempre lhe foi associado o produto “sol e praia”, e do levantamento de recursos efetuado
constata-se uma predominância de recursos patrimoniais, históricos associados à sua
história.
Relativamente à componente institucional, importa frisar a quantidade de instrumentos

de desenvolvimento dos setores transversais ao turismo que não dispõem de orientações
estratégicas para o turismo, por contraste com os poucos instrumentos de gestão territorial
e os que tem como principal objeto o turismo.
Verificou que em termos da informação analisada, ou seja, no que respeita às estratégias

e produtos/tipologias de turismo, existe muito pouca informação disponibilizada e muitos
poucos estudos sobre a freguesia em análise, existe muitas estratégias direcionadas para
99

a Área Metropolitana de Lisboa consequentemente o concelho de Sesimbra sendo um

território tão pequeno os planos estratégicos acabam por não estar me conformidade com
as necessidades do território turístico.
Uma dessas estratégias elaboradas para o desenvolvimento turístico encontra-se

articulado com estratégia do Plano Estratégico de turismo para a Região de Lisboa (2020-
2024).
O planeamento refere que o concelho merece um maior esforço em termos de promoção

internacional, existe uma variedade de tipologias e elevado potencial da oferta sol e mar
que tem sustentado uma promoção e reconhecimento com forte relevo a nível nacional,
mas não tanto internacional. Relativamente a hoteleira contém uma elevada concentração
hoteleira com alguns alojamentos recentes. Acerca da natureza existe baixo incentivo ao
desenvolvimento de oferta na serra da Arrábida e do Cabo Espichel como consequência
da preocupação com a preservação natural. O concelho de forma global tem potencial
para se posicionar com uma oferta de cariz internacional graças à dimensão da sua oferta
hoteleira. Através da Arrábida é possivel o concelho se posicionar como destino de
Natureza através da qualificação de infra-estruturas e diversificação da oferta,
garantinndo a sustentabilidade dos ativos explorados e com a revitalização dos ativos
históricos do concelho para posteriormente dinamizar através dos conteúdos históricos.
Consequentemente a investigadora acredita que a freguesia do Castelo tem um enorme

potencial turístico, no entanto necessita que as grandes autoridades do setor realizem
estratégias e implementem um planeamento turístico adequado a atualidade e específico
as necessidades do destino em especifico, sendo ele um planeamento turístico intencional,
dividindo-se em estratégico, tático e operacional.
100

CONCLUSÃO
Se o turismo no território é cada vez mais percetível pelo conjunto de “destinos turísticos”
que tem vindo a surgir, o estudo do turismo revela-se ainda uma tarefa de difícil
sistematização. Principalmente face à panóplia de definições e conceitos ainda pouco
estáveis e que variam particularmente em função do enfoque que é dado ou do objeto em
análise.
Na presente investigação face ao problema a estudar, a análise incidiu na abordagem

geográfica e económica do turismo. Ou seja, aquelas que mais se aproximam do
planeamento territorial e que, desta forma, foram consideradas as mais adequadas à
perceção do turismo do ponto de vista da organização física do território. Da pesquisa
realizada constatou-se que além de ambas se conjugarem, dispõem de um conjunto de
conceitos tais como “destino turístico”, “território turístico”, “recursos turísticos” e
“produtos turísticos”.
Todo o território poderá ser turístico em função da sua condição geográfica e caso seja
esse o uso que se pretende potenciar. É neste âmbito que o ordenamento e o planeamento
do território tende a influenciar o turismo, sobretudo a sua componente espacial, no que
concerne à sua localização, mas também a utilização dos recursos, acessibilidades, e
infraestruturas de apoio.
Conclui-se assim que a relação entre o turismo enquanto fenómeno espacial e o

planeamento territorial, reporta-se aos elementos mais físicos do território e à sua
organização, mas também aos principais objetivos, como seja, o desenvolvimento
sustentável
Relativamente à análise do estudo de caso, a freguesia é a Freguesia do Castelo, integra-

se na Área Metropolitana de Lisboa, na Península de Setúbal no município de Sesimbra.
O seu clima é caraterizado por ser mediterrâneo. A nível da hidrografia é o Rio Sado que
banha a costa. O aeroporto mais perto é o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
A nível da geografia demográfica houve um aumento no número de residentes, no entanto

a população demostra elevado índice de envelhecimento. Relativamente ao nascimento
101

de bebés, a taxa é relativamente baixa e com os anos os residentes do concelho em geral

optam por ter filhos cada vez mais tarde e fora do casamento.
No Concelho de Sesimbra o número de casamentos tem vindo a diminuir, no entanto nos

últimos 6 anos é possível observar um aumento, existe mais divórcios pelo registo cível
do que pela celebração católica.
Atualmente existe mais população feminina que masculina, a população residente

analfabeta tem vindo a diminuir e existe uma percentagem maior do sexo feminino, no
entanto o nível de escolaridade tem vindo a aumentar. Antigamente as mulheres não
tinham tantas oportunidades ao ensino e principalmente ao ensino superior
comparativamente aos homens, hoje em dia isso é uma realidade desatualizada. Os
residentes demonstram preferência por estabelecimentos de ensino público, no entanto a
Freguesia do Castelo contém um total de 11 estabelecimentos de ensino.
Um fator que não favorecer a freguesia é não conter como suas infraestruturas um
hospital, no entanto existem vários a distância de 30/40 minutos de carro,
consequentemente existe 1 centro de saúde e 3 farmácias distribuídas pela freguesia.
Em Sesimbra predominam as micro-empresas, o setor terciário é onde existe maior

abundancia de trabalhadores, de uma forma geral através do ganho médio mensal o sexo
masculino recebe uma quantia superior em todos os setores comparativamente com o sexo
feminino, ou seja, ainda existe desigualdade entre sexos. De forma geral os trabalhadores
instruíram-se até ao 3º Ciclo ou secundário, a área de profissão mais abundante no
Concelho é sobre os serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores.
Economicamente as principais áreas da Freguesia do Castelo são: agricultura, produção

animal, caça e pesca; comércio por grosso e retalho; e alojamento, restauração e similares.
A freguesia contém um hotel de 4*, vários estabelecimentos de alojamento local, assim
como empresas de animação turística que realizam várias atividades na freguesia e praias
com caraterísticas diferenciadas para a práticas de desporto ou descanso.
A freguesia é constituída por um vasto património cultural, natural e imaterial, muito

desse património é classificado com a categoria de monumento nacional, imóvel de
102

interesse público ou municipal. O principal mercado é interno, o mercado externo mais

abundante é de Espanha, França e Reino Unido, os dois mercados demonstram
preferência pelo alojamento local. O património mais procurado é o Castelo e em seguida
o Cabo Espichel e só depois o Museu Marítimo, contrariamente o mercado externo
demonstra interesse pelo Cabo Espichel, Museu Marítimo e pela Fortaleza. Os dois
mercados preferem as praias e as atividades turísticas mais procuradas é observação de
golfinhos e passeios de barcos.
O ciclo de vida do destino turístico do Concelho de Sesimbra é de desenvolvimento e o

perfil do turista é mesocêntrico.
O maior desafio da presente investigação consistiu assim na identificação da forma de

conjugar duas áreas do conhecimento, a partir do seu principal ponto em comum que
consiste no território e, que tendem a ser analisadas e concretizadas de forma autónoma.
Ao longo deste trabalho surgiram algumas limitações, nomeadamente acerca do Concelho

de Sesimbra, por ser um concelho pequeno e com pouco estudos realizados houve uma
dificuldade acrescida na obtenção de informação. No entanto a desvantagem de o
concelho ser pequeno, consequentemente traz a vantagem do companheirismo e a
facilidade do contacto com órgãos democráticos locais. Dessa forma o departamento de
turismo da Câmara Municipal de Sesimbra auxiliou imenso na obtenção de inúmeros
dados imprescindíveis à conclusão deste trabalho.
Visão para 2050
A investigadora acredita que Sesimbra demonstra ter um enorme potencial para continuar
a evoluir como destino turístico. Atualmente todo o turismo caminha para um estilo mais
intimista e único, quanto mais autentica e diferenciadora a experiência melhor.
Numa ótica de futuro o Concelho de Sesimbra deveria investir num planeamento de

estacionamento, uma solução que resultaria era existir autocarros sustentáveis
constantemente a circular pela vila e pelas principais atrações turísticas. Uma das grandes
falhas do Concelho é não existir nenhum transporte como por exemplo até ao Cabo
Espichel que é um dos atrativos mais importante para o Concelho.
103

Com a circulação dos turistas e consequentemente menos trânsito na vila, proporcionaria

uma melhor qualidade de vida aos residentes, que não teriam de continuar a sofrer com a
falta de estacionamento ou com o estacionamento inadequado, os parquímetros não
teriam de continuar, existiria menos poluição pela menos circulação de veículos e pela
utilização de meios sustentáveis, a vila ficaria mais organizada e a circulação dos
fornecedores dos comerciantes seria mais facilitada. O Concelho de Sesimbra
desenvolvia estratégias sustentáveis e atraia nichos de mercado que se identifiquem.
Um nicho de mercado que o Concelho deveria começar a investir era os seniores ativos,
trata-se de um nicho monetária favorecido e instruído, esta faixa etária demonstra
interesses desportivos como por exemplo no golfe e Sesimbra geograficamente está
próximo de vários campos de golfe. Sesimbra com a sua vasta historia, cultura piscatória
e gastronomia típica são fatores de elevado interesse para este nicho de mercado que não
estando no ativo e consequentemente terem mais tempo livro seriam uma opção a atrair
nas épocas mais baixas para reduzir a sazonalidade.
104

REFERÊNCIAS
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107

Análise Do Potencial Turístico-Bernardete Casaca

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Instituto Superior de Ciências Educativas

CARATERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA FREGUESIA

Geografia Turística e Planeamento do Território

Bernardete Casaca - nº 16105

Professor: Bonifácio Rodrigues

"Não há sucesso sem dificuldade".

Sofocles (dramaturgo grego)

Instituto Superior de Ciências Educativas- junho, 2020

AML- Área Metropolitana de Lisboa

AMU-Áreas mediamente urbanas

APR-Áreas predominantemente rurais

APU-Áreas predominantemente urbanas

ARPT-Agência Regional de Promoção Turística

ART-Associação Regional de Turismo

CAE- Código de Atividade Económica

CCDR-Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional

GOTDU Direcção Geral de Ordenamento do Território e Urbanismo

DGEEP - Direção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento

DGT - Direcção Geral do Turismo

GEPAT - Gabinete de Estudos e Planeamento da Administração do Território

GRT- Direção Regional do Turismo

INE-Instituto Nacional de Estatística

NUTS - Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos

OMT-Organização Mundial do Turismo

Instituto Superior de Ciências Educativas- junho, 2020

PDM-Plano Director Municipal

PIB-Produto Interno Bruto

PENT- Plano Estratégico Nacional do Turismo

PIOT - Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território

PROT-Plano Regional de Turismo

PMOT - Plano Municipal de Ordenamento do Território

PNOT-Plano Nacional de Ordenamento do Território

PNPOT- Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

PROT-Plano Regional de Turismo

TP- Turismo de Portugal

TST – Transportes Sul do Tejo

TTURE -Planeamento e Gestão Territórios Turísticos em Rede

Instituto Superior de Ciências Educativas- junho, 2020

O turismo tornou-se um fenómeno mundial e o seu crescimento é observável. O aumento

O planeamento proporciona benefícios, como a resolução de problemas ou a antecipação

O estado da arte é a revisão da bibliografia, a investigadora chegou aos resultados

Palavras Chaves: Freguesia do Castelo; Planeamento; Território; Geografia do Turismo.

Instituto Superior de Ciências Educativas- junho, 2020

1.1 Objetivos do estudo: ..................................................................................................... 14

1.2 Metodologia .................................................................................................................. 15

I PARTE- ENQUADRAMENTO TEÓRICO ....................................................................................... 17

1.1 O que é o Turismo: .................................................................................................. 18

1.2 Destino turístico: ..................................................................................................... 18

1.3 Território Turístico: ................................................................................................. 19

1.4 Recurso Turístico: .................................................................................................... 20

1.5 Produto Turístico: .................................................................................................... 20

1.6 Motivo da Visita: ..................................................................................................... 21

1.7 Mercado turístico: ................................................................................................... 23

2.1 5 Pilares da geografia: ............................................................................................. 25

2.2 Geografia e o Turismo ............................................................................................. 25

3. Geografia Turística .......................................................................................................... 26

4. Planeamento Turístico e do Território ............................................................................ 27

5. O que são NUTS? ............................................................................................................. 28

II PARTE- ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 31

O DESTINO TURÍSTICO FREGUESIA DO CASTELO ........................................................................ 32

1. Breve Apresentação da Freguesia ................................................................................... 32

1.1 Brasão ...................................................................................................................... 32

Instituto Superior de Ciências Educativas- junho, 2020

2. POTENCIAL TURÍSTICO DO TERRITÓRIO DA FREGUESIA DO CASTELO ATUALMENTE .... 34