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Ultrassom Terapêutico: Conceito, 

Indicação e Contra-Indicação 

A primeira aplicação do ultrassom terapêutico foi na década de 50, desde


então vem evoluindo rapidamente.
Atualmente, a energia ultrassônica é um dos recursos da eletroterapia mais
utilizados na prática clínica do fisioterapeuta com os objetivos de diminuir a
dor, atenuar os efeitos da inflamação e auxiliar na regeneração tecidual
(BAKER et al., 2001).
É definido como uma forma de onda acústica inaudível, cujas ​frequências
para tratamento​ por meio de vibrações mecânicas são superiores a 20.000 Hz
(BORGES, 2010).
Estas vibrações acústicas podem gerar efeitos fisiológicos térmicos
(exposição contínua à onda) e não térmicos (exposição à onda pulsada) nos
tecidos biológicos por meio de parâmetros que varia de 1 a 3 MHZ de
frequência.

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Método de Aplicação do Ultrassom Terapêutico

As ondas ultrassônicas podem ser aplicadas por dois métodos conhecidos


como contínuo ou pulsado (BASSOLI,2001: GUIRRO & GUIRRO, 2002).
A forma contínua produz maior quantidade de calor decorrente da vibração de
partículas celulares, que através do atrito entre si é produzido o efeito térmico,
alterando o metabolismo e a permeabilidade das células, auxiliando na
cicatrização​ das feridas e diminuindo o inchaço, sendo também mais eficaz
no tratamento de lesões crônicas.
Já no ultrassom de modo pulsátil, as ondas são emitidas com pequenas
interrupções, o que não produz efeitos térmicos, decorrente do intervalo entre
a transmissão das ondas que permite ao tecido dissipar calor recebido, mas
também é capaz de estimular a cicatrização e diminuir os sinais inflamatórios,
sendo mais indicado no tratamento de lesões agudas.

Propriedades do Ultrassom Terapêutico


A área de radiação ultrassônica do cabeçote corresponde à área do cristal
onde há emissão de ondas sonoras, e chama-se de ERA (Área Efetiva de
Radiação).
A ERA é sempre menor que a área geométrica do cabeçote. E além disso
devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal ao cabeçote
(diafragma) e ocorrerem espaços vazios, a radiação emitida será ainda
menor.
Em virtude do ultrassom (com frequência na faixa mega-hertz) não se
propagar através do ar, ocorre intensa reflexão do som caso não haja
nenhuma substância à frente do cabeçote quando o aparelho for ligado. E
esta reflexão faz com que o som volte para a região do cristal, podendo trazer
alterações ​estruturais no equipamento​.

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No implante metálico, 90% de radiação ultrassônica que chega é refletida e
concentra-se nos tecidos vizinhos (ondas estacionárias). O ultrassom não
aquece o implante metálico.
Entretanto, Garavello et al (1997) ao pesquisarem, concluíram que implante
metálico não induz temperaturas excessivamente altas, nem qualquer outro
efeito deletério nos tecidos.

Modo de Utilização do Ultrassom Terapêutico


O ultrassom terapêutico deve ser usado corretamente:
1. Coloca-se uma camada de gel condutor diretamente na área a ser
tratada.
2. Em seguida deve acoplar a cabeça do equipamento sob o gel aplicado,
fazendo movimentos lentos.
3. Os movimentos​ são de forma circular, em forma de 8, de cima para
baixo, ou de um lado para o outro.
4. Nunca deixe parado sobre o mesmo local.

Tempo de Aplicação
O tempo de aplicação é calculado da seguinte forma:
Tempo = Área / ERA
Por exemplo:
● Largura= 5 cm
● Comprimento = 8 cm
● Então a área é igual a 40 cm².
● ERA = 4cm²
● O tempo é de 40 minutos, então 40/4 = 10 minutos de aplicação

Frequência do Ultrassom Terapêutico


Quanto às frequências de onda do equipamento pode ser regulado de acordo
com a necessidade do paciente, varia de 0,5 a 5 MHZ, sendo que as mais
utilizadas são de 1 MHZ e 3 MHZ (ABNT, 1998). Quanto maior a frequência,
maior a absorção e menor a profundidade de penetração (HAAR,1999).
Se o fisioterapeuta​ quer tratar uma lesão profunda, como músculos e
tendões, utiliza-se a frequência de 1 Mhz. Mas se a área lesionada é
superficial, como por exemplo, disfunções na pele, utiliza-se a frequência de 3
Mhz por ter uma capacidade de concentração menor.

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Intensidades
O ultrassom apresenta doses entre 0,125 w/cm²-5w/cm² (LEUNG, 2004). A
intensidade menor trata estruturas mais próximas da pele, enquanto que a
intensidade maior trata regiões mais profundas, como lesão óssea.
Ciclo de Trabalho:
Para a fase subaguda utiliza-se 1:2 (50%) e para a fase aguda, de repouso
tecidual utiliza-se um ciclo de 1:5(20%).
O ultrassom pode ser usado também no modo subaquático, quando o contato
direto não é possível devido à forma irregular da parte a ser tratada.
Geralmente utilizado nas extremidades como mãos, punho ou dedos onde
seria muito difícil acoplar toda a ERA do equipamento.
O cabeçote é colocado dentro de uma bacia com água e movido paralelo à
superfície da área que está sendo tratada e o mais próximo possível da pele.
Nesse caso não é necessário colocar gel na pele, mas a estrutura a ser
tratada e a cabeça do equipamento deve permanecer ​mergulhadas na água​,
sendo que o cabeçote fica a uma pequena distância.

Indicação para Uso do Ultrassom Terapêutico

● Traumatismo do Tecido Ósseo


● Traumatismo de Articulações e Músculos
● Distenções
● Luxações
● Fraturas
● Contraturas
● Espasmos Musculares
● Neuroma
● Pontos Gatilhos
● Distúrbios do Sistema Nervoso Simpático

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● Transtornos Circulatórios
● Processos Inflamatórios Agudos e Crônicos
● Reparos de Lesões
● Fibro Edema Gelóide
● Cicatrização de Feridas

Contra-Indicação
● Área com Hipoestesia
● Área com Insuficiência Vascular
● Afecções Localizadas no Tecido
● Epífises Férteis
● Diabetes Melitus
● Diretamente sobre o Marca-Passo
● Feridas Abertas

Conclusão
A terapia ultrassônica sem dúvida pode causar bio-efeitos a curto e longo
prazo desde que os tempos de cicatrização tanto muscular como epitelial
possam ser respeitados.
O manejo correto do aparelho requer não só a prática, mas principalmente o
conhecimento do funcionamento embasado nos fatores biológicos,
conhecimento e entendimento das fases da lesão e principalmente deverá
saber o funcionamento físico do aparelho de ultrassom terapêutico.
A intervenção terapêutica​ por meio do ultrassom promove aumento das
propriedades mecânicas na região tratada, recuperando assim a função do
tecido lesionado.
Diante das revisões sistemáticas analisadas, o uso do ultrassom terapêutico
promove redução significativa da dor, e por não apresentar relatos de eventos
adversos em nenhuma das afecções citadas pelas revisões sistemáticas,
pode ser considerado uma intervenção segura.

Escrito por Viviane dos Santos Souza

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