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Acho que não foi uma boa ideia dormir nesta posição e meu
pé fica dobrado por tempo demais. Pisco meus olhos, me adaptando
a luz ambiente.
Que horas devem ser?
Olho preguiçosamente para o lado e encontro intensas
esferas azuis em minha direção.
Estava bom demais para ser verdade.
— Havia algo de errado com a cama? Por que está na
poltrona?
— Passei a noite em claro, e ficar sentada próxima a janela,
me pareceu ser um pouco menos tedioso.
— Pode ficar tranquila, logo terá bastante agitação na sua
vida.
Volto a olhar para a janela ignorando a presença dele.
— Toda vez que me ignorar terá uma punição, senhorita
Dixon.
Dou de ombros, não me importando com o que ele diz.
— Desconheço criatura mais teimosa.
— Tem oportunidade de se casar com outra ainda — digo
com desdém.
— Não volto atrás em uma decisão minha, só sairá daqui por
cima do meu cadáver. — Seu tom de voz é sério, me fazendo
tremer.
— Então assim será. — Olho em seus olhos, o desafiando,
sabendo que isso é uma briga perdida para mim.
— Toma cuidado, não queira ver meu lado obscuro, pode se
arrepender, e não terá mais volta. — Levanta da minha cama, dando
um passo na minha direção.
— Mas nada que parta de você me admira. Te odeio e isso
não mudará.
— É o que veremos. Seu almoço vai ser servido aqui e logo
virão para que você tenha sua tarde de noiva. Te encontro a noite no
altar.
— Não por escolha minha — digo olhando para meu reflexo
no vidro da janela.
Heinz dá uma sonora gargalhada, aquela que me faz tremer
de medo.
Volto a ficar sozinha, mas por poucos minutos e logo trazem
o almoço.
Levanto da poltrona, sento na cama e como ali mesmo, não
consigo ingerir muita comida, pois tudo isso está me deixando
doida.
Deixo a louça suja, deito na cama, olho para o teto e penso o
quão entediante e ao mesmo tempo amedrontador está sendo este
momento.
Não havia parado para pensar que esta noite iria perder
minha virgindade com o homem que eu abomino.
Um frio percorre minha espinha e fecho meus olhos
lembrando das sensações que seus toques causam em minha pele.
Na minha curta experiência de vida e apenas algumas bocas
beijadas, nenhum outro homem conseguiu despertar tal sensação e
não sei se isso é bom ou ruim. Heinz não é um homem bom, isso
está estampando em sua testa e me odeio por sentir tal excitação
em seus braços.
Preciso odiá-lo!
— Cheguei, florzinha!
Abro meus olhos assustada, ao ouvir uma voz animada entrar
no quarto.
— Sou Bryan e vim especialmente de Nova York para cuidar
desta noiva.
Pelo menos ele é americano e fala meu idioma.
— Boa tarde — digo sentando na cama e olhando o homem
extravagante à minha frente.
— Entrem, meninas, vamos ter um trabalhão pela frente —
diz para as três mulheres que passam pela porta. — Preparem a
banheira.
E assim vai ditando afazeres enquanto eu fico boba, olhando
tudo e ficando admirada.
Se fosse em outras circunstâncias este dia seria mágico, pois
sou tratada como uma princesa.
Enquanto uma mulher faz massagem em meus pés na
banheira, outra massageia meu ombro. Confesso que faz tempo que
não me sinto tão relaxada. Elas usam diversos aromas,
conseguindo deixar tudo ainda mais romântico.
Me sentam na poltrona, elas fazem minhas unhas, enquanto
o outro faz babyliss em meu cabelo, consigo até dar alguns sorrisos
diante do jeito descontraído deles.
Através da janela consigo ver a noite começar a cair e meu
coração fica mais apertado, o grande momento está quase
chegando.
Será que alguém entrará comigo na capela?
Espero que não e além de tudo, espero que não tenha muitas
pessoas, não estou a fim de ser amistosa com ninguém.
Tento não me concentrar nos minutos restantes, e em vão
tento imaginar que este casamento seria com o grande amor da
minha vida, o que quase me fez gargalhar, pois nunca imaginei me
vender a um homem que odeio.
Eles fazem a maquiagem, e em nenhum momento perguntam
dos hematomas, devem saber onde estão se metendo, por isso não
se aprofundam em assuntos sérios. Até tentei fazer perguntas, mas
todas elas desviam, tanto que me sinto um fracasso.
Parece que todos trabalham para esse homem.
— Agora é o grande momento, vamos colocar o vestido? —
Bryan pergunta me estendendo a sua mão.
Levanto, olhando o vestido digno de rainha à minha frente.
Como queria meu pai comigo neste momento. Sempre sonhei
com ele entrando comigo na igreja, isso se um dia viesse acontecer.
As ajudantes me ajudam a pôr uma lingerie sexy por baixo,
junto a uma cinta liga. Chego a me sentir ousada com a peça, até
lembrar do motivo que a estou usando.
Passo o vestido por minhas pernas, um modelo de manga
comprida, com as mangas esvoaçantes, corte em V, deixando um
pequeno decote à mostra, calço o salto, caminho até o espelho e
quase não me reconheço no reflexo.
Uma mulher maravilhosa que em nada se parece com uma
menina.
Meu cabelo está preso em várias camadas, amei o penteado,
a maquiagem realça meus olhos azuis e o vestido parece ter sido
feito sob medida para mim, pois seu corte é perfeito, deixa minha
cintura bem desenhada e a saia se encaixa perfeitamente em
minhas curvas.
— Está belíssima, a noiva mais linda que já vesti.
Sorrio ao ouvir o homem falar, me preparando para ser
devorada pelo lobo.
CAPÍTULO ONZE
Seu olhar encontra o meu, e não sei por que algo dentro de
mim se importa com o desapontamento que há ali.
Puxo o cabelo de Kiara com força, a ouvindo gemer de dor.
— Vou voltar a deixar uma coisa clara aqui, estou casado,
escolhi Zara para ser minha mulher, nunca mais volte a fazer seus
joguinhos — rosno todas as palavras.
Não sei como me deixei ser seduzido por ela, a acompanhei
até um canto justamente porque ela disse que queria conversar.
Tudo mudou quando ela começou a se insinuar e quando vi
já estava com o meu pau na sua boca e outra vez lá estava eu
pensando com a cabeça de baixo.
— Posso ser sua amante, não me deixe... Aquela mulher não
é para você, ela não te deixará fazer o que faz comigo.
— Só não dou um tiro na sua cabeça agora por respeito ao
seu pai. Some agora da minha frente — digo fechando minha calça.
— Heinz…
— Para você sou Don a partir de agora.
Para não acabar tomando uma atitude sem pensar saio dali,
estou irritado e aperto meus punhos, sentindo uma leve ardência
dos socos que dei na cara de um sujeito que tentou invadir minha
propriedade hoje.
Ando por todo lado da festa e não a encontro em lugar algum.
Onde diabos essa mulher se meteu?
— Jordan? — chamo a atenção do meu amigo que conversa
com um dos meus capos. Me aproximo do seu ouvido e pergunto:
— Onde Zara se meteu?
— Pensei que ela estava com você.
— Não está.
— Se quiser mando olhar nas câmeras, desta casa ela não
saiu, senão eu saberia.
Respiro fundo, cansado deste monte de gente na minha
residência. Este não é o desfecho que eu esperava e isso está me
deixando cada vez mais irritado.
— Deixa que eu vou para o meu escritório olhar. Fique aqui
fazendo sala e se alguém perguntar diz que subi com minha noiva.
Outra coisa, não deixa Kiara subir a escada, que ela se mantenha
somente aqui.
Ele assente e sigo desviando de todos sem olhar na cara de
ninguém.
Subo a escada de dois em dois degraus, parando em frente à
minha porta. Digito o código liberando a porta e assim entro,
imediatamente vou até a mesa sento na cadeira, ligo o computador
e a primeira câmera que abro é a do seu quarto. Para minha
surpresa ela não está lá, viro em direção ao banheiro e a porta está
aberta em um claro sinal que não está lá também.
Mandei instalar câmeras em seu quarto, escondidas para que
ela não saiba que está sendo vigiada.
Zara está sendo meu passatempo mais prazeroso.
Me contive para não colocar uma câmera em seu banheiro,
mas não fiz, para ao menos poder dizer que dei um pouco de
privacidade.
Mordo o canto da minha cicatriz torcendo o nariz.
Onde essa mulher se enfiou?
Procuro as câmeras do corredor onde eu estava alguns
minutos atrás, e lá a vejo correndo, ou ao menos tentando, pois o
vestido a impede. Sigo seus passos e sorrio ao ver que ela tira o
salto em um certo momento.
Queria fazer da sua primeira vez um momento único, mas
confesso que este pensamento passou, estou maluco por essa
mulher e quero fodê-la de todas as formas possíveis, nem que para
isso eu tenha que mantê-la presa em seu quarto apenas para o meu
prazer.
Ela sobe até o terceiro andar, onde quase ninguém vai.
— Não, aí não — digo vendo que ela caminha em direção ao
meu antigo quarto.
Sabia que deveria ter trancado essa porta.
Zara entra, e a partir dali não sei o que ela fez, pois nesse
quarto não tem câmeras.
Não queria que ela fosse lá, no quarto há muitas coisas
minhas de quando era um garoto, nunca quis mexer nele e papai
sempre falava que um dia um dos meus filhos iria querer aquele
aposento, por isso sempre se manteve intacto.
Quando era um moleque adorava aquele cômodo, passava
horas ali dentro, estudando e aprendendo sobre assuntos aleatórios,
até que o dia do atentado aconteceu, resolvi abandonar tudo aquilo
e fazer o que o dever me chamava. Assim fui para meu atual quarto,
abandonando o outro.
Passo a mão no meu cabelo, respiro fundo e levanto da
minha cadeira decidido a ir atrás dela, até que seu olhar magoado
surge na minha mente, e a partir deste momento decido que irei dar
a ela um tempo.
Vou para meu quarto para tomar um banho e quem sabe
dormir.
Passo pela porta seguindo pelo corredor, chego em meu
quarto, logo vou tirando o paletó e abro os botões do meu colete,
em seguida tiro a camisa de dentro da calça abrindo os botões e
jogando em qualquer canto as roupas. Olho para minha cama,
imaginando como seria ter aquela morena em meus lençóis, ver sua
pele arrepiada, poder presenciá-la gemendo diante dos meus
toques.
Inferno!
Estou parecendo um adolescente pensando só com a cabeça
errada.
Zara tem apenas um propósito, ser a mãe dos meus filhos, o
problema é que não quero ter que dividi-la com ninguém por
enquanto.
“Foco, Heinz, não deixe uma mulher virar a sua cabeça,
lembre-se do seu pai!”, minha mente tenta me alertar em vão.
Abro minha calça andando até meu banheiro, tiro o resto das
minhas vestimentas, ligo o chuveiro e entro embaixo. Deixo a água
escorrer pelo meu corpo e fecho meus olhos, “puto da vida” por ter
estragado esta noite.
Antes do casamento, Jordan me deu a dica de levá-la com
carinho, não sei como se faz isso, mas estou fazendo meu melhor,
assim teríamos uma boa noite e ela se entregaria com facilidade.
Mas o que eu fiz?
Coloquei tudo a perder quando enfiei meu pau na goela da
Kiara, não pensei no momento e deu no que deu.
Soco a parede com força, sentindo a dor passar por meu
punho, o machucado que há ali começa a sangrar novamente e
deixo a água escorrer até que pare. Desligo o chuveiro e passo uma
toalha em minha cintura sem secar meu peito. Caminho até meu
closet, pego uma calça de flanela, visto sem me importar com a
cueca e passo a mão em meu cabelo agoniado.
Chego na minha cama, deito a cabeça em meu travesseiro,
coloco a mão embaixo da cabeça, fecho meus olhos e
imediatamente me vem aqueles olhos azuis na mente.
O que será que ela está fazendo?
Viro de um lado para o outro, tento a todo custo dormir e o
barulho de risadas vindas do primeiro andar já havia cessado, um
sinal que a festa tinha acabado.
— Que se foda, vou atras dela — digo levantando da cama.
Sem me preocupar com minha roupa, sigo em direção a porta
e passo por ela, andando a passos rápidos.
Meu coração bate acelerado e a certo momento nem me
reconhecia.
Chego no terceiro andar, paro em frente a porta do meu
antigo quarto, respiro com dificuldade sentindo a adrenalina em meu
corpo. Giro a maçaneta, abro, volto a andar subindo os lances de
escada em formato espiral e abro a outra porta.
Entro no meu quarto de infância, está tudo na penumbra e o
silêncio predomina. Como estou descalço, consigo andar em
silêncio a encontrando encolhida na minha cama e paro ao seu lado.
Meu pênis logo dá sinal de vida ao ver sua linda bundinha à
mostra, usando uma camisa minha de criança que está erguida, me
dando total visão de suas nádegas com aquela linda lingerie presa
em uma cinta liga.
“Puta que pariu!”
Passo a mão em meu pênis sentando na cama e meus dedos
coçam para encostar em sua pele.
Não resisto, a acaricio e imediatamente corresponde ao meu
toque se arrepiando.
Será que ela está dormindo ou fingindo?
CAPÍTULO TREZE
Poder falar com meu pai fez algo dentro de mim aquecer,
embora eu tenha o achado meio abatido. Queria muito ele ali
comigo, perguntar do meu amigo, mas fiquei com medo temendo
pela vida dele, por isso preferi não arriscar.
Entro no banheiro trocando de roupa rapidamente, uso uma
calça de linho com um casaquinho xadrez e amarro meu cabelo em
um coque.
Ao sair do banheiro vejo Heinz sentado na poltrona e por seu
semblante é nítido que está perdido em pensamentos.
Analiso suas feições, seu cabelo penteado para o lado e sua
tonalidade é um pouco diversificada, no claro se vê um dourado e
no escuro um castanho-escuro.
Caminho em sua direção, não queria estar me apegando
tanto a ele, mas sinto que é quase inevitável.
Paro na sua frente, atraindo a sua atenção para mim.
— Pronta?
Faço que sim, ele fica em pé na minha frente, dá beijo em
minha testa e pega em minha mão andando em direção a porta do
quarto.
Heinz é um homem alto, e eu, no entanto, sou baixa.
— Já parou para pensar que você tem idade para ser meu
pai? — pergunto descontraída enquanto caminhamos no corredor.
— Besteira.
— Claro, quando eu ainda estava nas fraldas, você estava
fazendo o que mesmo?
— Com 19 anos estava assumindo a In Ergänzung, traçando
umas bucetinhas, essa foi a época que mais tive apetite sexual e me
divertia tirando vidas.
— Claro, não era de se esperar outra resposta sua, não sei
por que ainda me surpreendo — digo sendo irônica.
— Quem mandou perguntar. — Seu tom de voz é natural,
como se fosse uma conversa qualquer.
— Você é estranho.
— Eu estranho? Você que é certinha demais, 19 anos,
cursando o que, literatura? Quer ver romance em tudo, essas
baboseiras de mulheres que veem o lado bom em tudo.
O que ele falou não deixava de estar errado.
— Acreditava em tudo isso até acabarem com a minha
liberdade.
Heinz dá de ombros, não se importando com o que eu havia
dito.
— É inacreditável! — digo puxando a minha mão da sua e
andando de braços cruzados.
— O que foi agora? — questiona erguendo uma sobrancelha.
— Não importa nenhum pouco a minha opinião?
— Não… — Volta a dar de ombros.
Caminho a sua frente, chegando primeiro na cozinha, vejo
Klaus sentado sozinho preparando sua xícara de café.
— Oh, meu Deus, o que é isso no seu rosto, Klaus? — Ando
em sua direção rapidamente.
— Pergunte ao seu marido — diz olhando desafiador para
Heinz.
Aproximo meu rosto do seu olhando o curativo em sua
bochecha, pelo tamanho é nítido que é algo sério.
Quando isso tinha acontecido?
— Doí? — pergunto encostando a ponta dos dedos.
Heinz solta uma gargalhada atrás de nós.
— Obrigado pela preocupação, Zara, logo vai estar melhor.
— Vamos, Zara, sente-se e coma — Heinz diz irritado.
Olho em seus olhos, não estava acreditando que tinha batido
no próprio irmão.
— Não sei por que ainda me surpreendo com você. Bateu no
seu próprio irmão? — digo cada palavra em tom de repreensão.
— Isso é para ele aprender a não me desafiar. Quando dou
uma ordem é para ser seguida de acordo com o que eu quero —
Heinz diz preparando uma xícara de café, desviando seu olhar do
meu.
— Quer dizer que se eu te desafiar fará o mesmo comigo? —
pergunto o vendo respirar fundo.
Heinz ignora minha pergunta, fingindo que nada havia sido
dito.
— Não me ignore, Heinz — friso.
Não sabia o que estava acontecendo comigo, um ódio tão
grande se apossou de mim por ver o que ele havia feito ao irmão.
— Zara…
Ouço a voz de Klaus atrás de mim.
Heinz ergue sua vista para mim e não tenho medo tanto que
dou um passo em sua direção, parando na sua frente.
Jordan entra na cozinha neste momento.
— Se não sentar agora não respondo por mim — diz em um
sussurro irritado.
— O que fará comigo, hein? — pergunto sabendo que estava
indo longe demais, o desafiando na frente dos seus homens.
Sem que eu espere em um movimento rápido, Heinz levanta
da sua cadeira grudando suas mãos em meu pescoço e me
empurra para a parede. Seus olhos me encaram com um azul gélido
movido pela sua raiva.
— É só isso que sabe fazer, sabia que nada do que falou era
verdade — digo cuspindo cada palavra.
Seu dedão pega em um ponto do meu pescoço que começo
a ficar sem ar.
— Ninguém, exatamente ninguém me desafia — diz
descontrolado.
É nítido que está fora de si, eu tinha ido longe demais.
— Entendeu? ENTENDEU? — berra batendo com a minha
cabeça na parede.
Neste momento começo a ver tudo turvo na minha frente.
— Heinz, cara, vai matá-la se não a soltar agora.
Ouço uma voz ao fundo.
Quando meu corpo cai no chão, me encolho ali e me sinto
impotente.
Como ele havia feito isso?
Heinz poderia ter me matado.
Passo a mão em meu pescoço sentindo a dor, lágrimas caem
dos meus olhos e fecho minhas pálpebras com força. A raiva está
me definindo neste momento.
— Zara, garota, você foi longe demais, nem eu me atrevo a
fazer isso.
Ouço a voz de Klaus ao meu lado.
— Vou levá-la ao seu quarto.
Passo a mão em seu ombro e abro meus olhos não vendo
mais ninguém ali.
Heinz havia saído do cômodo.
— Me leve a qualquer quarto, menos no dele.
— Admiro sua coragem, tem certeza?
Faço que sim e Klaus me leva ao meu antigo quarto.
Alguns homens da casa nos olham, dando um olhar de
advertência para mim. Não me importo, afinal não tenho nada a
perder.
— Klaus, aquele nosso plano ainda está de pé? — pergunto
assim que entramos no quarto.
— Sim, mas aqui não é o momento ainda, estou pensando
em algo. — Olha em volta. — Este quarto tem câmeras, não
podemos dar muita brecha aqui dentro.
— Como? — pergunto admirada.
— Não sabia, não é mesmo?
Faço que não, olho em volta e não avistamos nada.
— Heinz é esperto, colocou em algum lugar escondido.
Sento na cama coçando minha testa.
— Vou procurar e tirar tudo. O mais triste nisso tudo é que
minha aula deve ter ido para os ares — finalizo desanimada.
— Bem, provavelmente, garota, você foi longe demais, nunca
o vi tão transtornado daquela forma.
— Não quero vê-lo na minha frente. Não me conformo com o
que ele fez com você, Klaus.
— Não tome minhas dores, Zara, minha situação com Heinz
está sendo construída, ganhei esse soco na minha cara porque não
fiz o que ele queria. — Faz uma pausa. — Preciso ir, promete se
controlar? Não quero receber a notícia que foi morta.
Sorrio diante do que ele diz.
— Prometo. — Cruzo meus dedos.
Klaus dá uma piscada me deixando sozinha.
Volto a olhar em volta, agora seria a minha caça às câmeras.
Se Heinz pensa que serei submissa a ele está muito
enganado!
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CHLOE
CHLOE