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No entanto, estudos recentes têm comprovado que esse conhecimento técnico foi herdado
de um povo que habitava a região antes da chegada dos sumérios na Mesopotâmia. Esse
povo foi chamado pelos historiadores de ubaidas. A cultura ubaída foi a predominante na
região até o crescimento da cidade suméria de Uruk.
O termo “sumério” teve origem no idioma dos acádios e significa “terra de reis civilizados”.
Os sumérios referiam-se a si mesmos como “o povo da cabeça negra” e chamavam sua
terra de “terra do povo da cabeça negra”.
Cidades sumérias
Um dos poucos pontos em comum partilhados pelas cidades sumérias era o próprio idioma
sumério, uma vez que essas cidades constantemente travavam guerras entre si para impor
sua hegemonia sobre a região e para garantir acesso às terras mais férteis. Por causa
disso, uma cidade-estado suméria era extremamente fortificada e possuía muralhas altas.
Nas cidades sumérias, houve um processo que causou desigualdade social, com a
ascensão de uma elite que controlava grande quantidade de terras. Esse processo,
especulam os historiadores, provavelmente iniciou-se ainda no período dos ubaídas e
intensificou-se com os sumérios.
Cada cidade suméria era governada por um rei, e o primeiro registro que se tem a respeito
de um rei refere-se a Etana, chamado pelos sumérios de “aquele que estabilizou todas as
terras”. Os reis sumérios moravam em luxuosos palácios, enquanto a maioria da população
– formada por camponeses – vivia em casas de palha. As cidades sumérias também
possuíam grandes templos dedicados aos deuses, chamados zigurates.
Escrita cuneiforme
Atribui-se aos sumérios a criação da primeira forma de escrita da humanidade, conhecida
como escrita cuneiforme. O desenvolvimento dessa escrita aconteceu, aproximadamente,
por volta de 3000 a.C., e ela era caracterizada pelo registro de traços pictóricos em um
bloco de argila por meio de um objeto pontiagudo chamado cunha.
A invenção dessa forma de escrita foi a maior contribuição dos sumérios para a
humanidade e decorreu da necessidade de contabilizar e fazer o registro dos afazeres
relacionados à manutenção do palácio real e de questões relativas ao registro de
mercadorias do comércio. Essa forma de escrita foi herdada por outros povos
mesopotâmicos e foi muito utilizada por acádios e assírios.
Grande parte do conhecimento que se tem atualmente sobre a Mesopotâmia veio a partir da
tradução de registros feitos em escrita cuneiforme. Exemplos desses registros em
cuneiforme foram a Epopeia de Gilgamesh, que narra uma história de um grande dilúvio
ocorrido na região, e o Código de Hamurábi, código penal desenvolvido pelos amoritas,
durante o reinado de Hamurábi.
Por volta de 2334 a.C., os acádios, um povo de origem semita que habitava a região central
da Mesopotâmia, conquistaram, sob a liderança de Sargão I da Acádia, as principais
cidades desse território. A liderança de Sargão levou à centralização do poder na região e à
formação do primeiro império da Mesopotâmia: o Império Acádio.
O termo “acádio” faz referência à capital desse império que tinha o nome de “Acad”. Os
acádios herdaram a escrita e muitos aspectos culturais dos sumérios (os historiadores
afirmam que a influência da cultura suméria na Mesopotâmia estendeu-se até por volta de
1600 a.C.). O poder dos acádios na região perdurou por aproximadamente dois séculos.
Por volta de 2154 a.C., os gútios invadiram a região e destituíram os acádios do poder. Os
gútios foram posteriormente sucedidos por outro povo invasor: os elamitas. Segundo
constam os registros, o último rei acádio chamava-se Chudurul.