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Direito Penal | Paulo Henrique
Princípios +
Fundamentos do
Direito Penal
Teoria Geral da
Norma (art. 1-12)
Parte Geral (art. 1 -
120)
Teoria Geral do
Crime (art. 13-31)
Código Penal
Teoria Geral da Pena
(art. 32-120)
Como visto acima, nosso Código Penal é dividido em duas partes: geral e
especial. Na PARTE GERAL, estudam-se as regras de aplicação da lei penal,
os ensinamentos introdutórios do Direito Penal aplicáveis a todas as leis
que tratam de matéria penal, ainda que fora do Código Penal. Por outro
lado, na PARTE ESPECIAL, tem-se estabelecidos os diversos delitos e suas
pernas respectivas, bem como previsões de isenção de pena (ex.: art. 143,
181, 348, parágrafo 2º), de exclusão da ilicitude (ex.: art. 128) e artigos
meramente explicativos (ex.: arts. 327, 337-D).
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CRIMINOLOGIA
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Direito Penal | Paulo Henrique
POLÍTICA CRIMINAL
- DIREITO PENAL DO FATO: significa que as leis penais somente podem punir
fatos causados pelo homem e lesivos a bens jurídicos de terceiro. Não se pune
o pensamento, mas sim as manifestações exteriores do ser humano.
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1. INTRODUÇÃO
(a) a retroatividade, capacidade que a lei penal tem de ser aplicada a fatos
praticados antes da sua vigência; e
2. TEMPO DO CRIME
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Nesse caso, o crime foi praticado (tempo do crime) no dia da facada e não
no dia da morte (momento da consumação).
QUESTÕES ESPECIAIS:
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Retroatividade da lei
penal mais benéfica.
Ocorre a
ultratividade da lei
penal mais benéfica.
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ABOLITIO CRIMINIS
(CP) Art. 2º, caput - Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
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(CP) Art. 2º, parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos
por sentença condenatória transitada em julgado.
SÚMULA RELACIONADA:
A nova lei que, e qualquer modo, prejudicar o réu (lex gravior) também é
irretroativa, devendo ser aplicada a lei vigente quando do tempo do crime.
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SÚMULA RELACIONADA:
- Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
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SÚMULA RELACIONADA:
b) É POSSÍVEL: uma vez que, se pode o todo, não teria problema escolher
de um todo e parte de outro, atendendo, assim, os princípios da
ultratividade e retroatividade benéficas. O juiz apenas efetua uma
integração normativa.
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6. LEI INTERMEDIÁRIA
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Situações possíveis:
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SÚMULA RELACIONADA:
- Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade lesiva, é por este absorvido.
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1. TERRITORIALIDADE
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ESPÉCIE DE EM EM EM ALTO-MAR
EMBARCAÇÃ TERRITÓRI TERRITÓRIO OU NO ESPAÇO
O OU O ESTRANGEIR AÉREO
AERONAVE NACIONAL O CORRESPONDENT
E
Nacional,
pública ou a SIM SIM SIM
serviço do
governo
brasileiro;
Estrangeira,
mercante ou SIM NÃO NÃO
particular
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Conclusões:
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3. EXTRATERRITORIALIDADE
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CONDIÇÕES (extras):
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CONCEITO DE CRIME
CONCEITO LEGAL
De acordo com o artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Penal: “Considera-se
crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”.
CONCEITO FORMAL
De acordo com Juarez Cirino dos Santos, as definições formais mostram o crime
como violação da norma penal respectiva – por exemplo, o homicídio como
violação da norma não deves matar.
CONCEITO MATERIAL
Segundo Juarez Cirino dos Santos, as definições materiais mostram o crime como
lesão do bem jurídico protegido – por exemplo, o homicídio como destruição da
vida humana.
O mais difundido conceito material de crime é o que enfoca como fato ofensivo
(grave) desvalioso a bens jurídicos muito relevantes. Ele realça seu aspecto
danoso (sua danosidade social) e o descreve como lesão ou perigo de lesão ao
bem jurídico relevante. Crime, portanto, seria, o fato fumano lesivo ou perigo
(ofensivo) a um interesse relevante.
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juízo de reprovação social incidente sobre o fato e seu autor, desde que existam
imputabilidade, consciência potencial de ilicitude e exigibilidade e possibilidade
de agir conforme o direito.
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- Crime material (ou de resultado naturalista) é o que, na sua descrição típica, descreve
um resultado naturalístico e o exige para a sua consumação formal.
- Crime formal é o que descreve o resultado naturalístico, mas não o exige para a
consumação formal do delito.
Ex.: extorsão (CP, art. 158, que se consuma formalmente com o constrangimento à
vítima, independentemente da obtenção de qualquer vantagem ilícita). A vantagem
ilícita, nesse caso, é mera fase de exaurimento. Chama-se também crime de consumação
antecipada ou de resultado cortado, porque o legislador não espera a ocorrência do
resultado naturalístico previsto no tipo (que é a vantagem ilícita).
SÚMULA RELACIONADA:
- Súmula 500, STJ: A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da
efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.
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ATENÇÃO: Crime permanente não pode ser confundido com crime instantâneo de
efeitos permanentes (homicídio, furto), cuja permanência não depende da
continuidade da ação do agente.
O perigo, nesses crimes, pode ser concreto ou abstrato. Concreto é aquele que precisa
ser comprovado, isto é, deve ser demonstrada a situação efetiva de risco ocorrida no
caso concreto ao bem juridicamente protegido.
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O perigo abstrato pode ser entendido como aquele que é presumido juris et de jure.
Nesses termos, o perigo não precisaria ser provado, pois seria suficiente a simples
prática da ação que se pressupõe perigosa.
Crime unissubjetivo é aquele que pode ser praticado pelo agente individualmente – que
também admite o concurso eventual de pessoas –, constituindo a regra geral das
condutas delituosas previstas no ordenamento jurídico-penal.
Crime plurissubjetivo, por sua vez, é o crime de concurso necessário, isto é, aquele que
por sua estrutura típica exige o concurso de, no mínimo, duas pessoas.
Crime unissubisistente constitui-se de ato único. O processo executivo unitário, que não
admite fracionamento, coincide temporalmente com a consumação, sendo impossível,
consequentemente, a tentativa (injúria verbal).
Crime comum é o que pode ser praticado por qualquer pessoa (lesão corporal,
estelionato, furto).
Crime de mão própria é aquele que só pode ser pratica pelo agente pessoalmente, não
podendo utilizar-se de interposta pessoa (falso testemunho, prevaricação).
ATENÇÃO: A distinção entre crime próprio e crime de mão própria, segundo Damásio,
consiste no fato de que, “nos crimes próprios, o sujeito ativo pode determinar a outrem
a sua execução (autor), embora possam ser cometidos apenas por um número limitado
de pessoas; nos crimes de mão própria, embora possam ser praticados por qualquer
pessoa, ninguém os comete por intermédio de outrem”.
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(A) simples: é o crime basilar, formado objetivamente por apenas um tipo penal e
subjetivamente sem nenhuma circunstância que aumente ou diminua sua gravidade.
(B) complexo: é o crime formado por meio da reunião entre dois ou mais tipos penais.
Como exemplos, podemos citar o crime de roubo (furto + constrangimento ilegal) e
extorsão mediante sequestro (extorsão + sequestro).
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(C) qualificado: é o crime que deriva do tipo penal básico ou do complexo, com a mesma
natureza, cuja reprimenda sofre um agravamento, em novos patamares mínimo e
máximo, em virtude da maior gravidade da conduta.
Crime habitual é aquele que se configura mediante a reiteração de atos. Somente irá
ocorrer se houver repetição da conduta que revele ser aquela atividade um
procedimento costumeiro por parte do agente. Como exemplo, temos o delito previsto
no artigo 229 do Código Penal, que pune a manutenção de estabelecimento em que
ocorra exploração sexual.
- Crime progressivo (ou de passagem): é aquele em que, para alcançar seu intento, deve
o agente obrigatoriamente violar norma de caráter menos grave. No furto a residência,
por exemplo, antes se pratica a violação de domicílio. No homicídio, necessariamente
ocorre a lesão corporal.
- Crime de ação única e de ação múltipla: será de ação única o crime em que o tipo
penal prevê apenas uma conduta nuclear possível. Assim, é o furto, em que só há a
conduta de subtrair. Crime de ação múltipla (ou de conteúdo variável) é aquele em que
diversas são as condutas possíveis, como no tráfico de drogas, sendo que, neste caso, se
o agente praticar mais de uma, no mesmo contexto fático, responderá por crime único.
- Crime a prazo: é aquele que exige o decurso de um prazo para que se configure. É o
que ocorre na apropriação de coisa achada (artigo 169, parágrafo único, inciso II, do
Código Penal), que se consuma se o agente que acha coisa alheia perdida e dela se
apropria, total ou parcialmente, deixa de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de
entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias.
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- Crime de fato permanente e de fato transeunte: delito de fato permanente (ou não
transeunte) é o que deixa vestígios materiais que devem ser constatados mediante
perícia. Exemplo: falsificação de documento. Delito de fato transeunte, ao contrário, não
permite constatação mediante análise de vestígios, pois não os exibe. Exemplo: injúria
cometida por meio de palavras.
- Crime remetido: é aquele em que sua definição típica se reporta a outro crime, como
o artigo 304 do Código Penal.
- Crime de rua (ou do colarinho azul): é o crime cometido normalmente por pessoas
economicamente menos favorecidas, como o furto e o roubo. São denominados crimes
do colarinho azul em alusão ao uniforme que era utilizado por operários norte-
americanos no início do século XX, então chamados de blue-collars.
- Crime de tendência interna transcendente (ou crime de intenção): o sujeito ativo quer
um resultado dispensável para a consumação do delito. O tipo subjetivo é composto
pelo dolo e por elemento subjetivo especial (finalidade transcendente). Exemplo: na
extorsão mediante sequestro – art. 159 – a obtenção da vantagem (resgate) é
dispensável para a consumação (que se contenta com a privação da liberdade da vítima).
- Crime mutilado de dois atos: também espécie de crime de intenção, o crime mutilado
de dois atos se verifica quando o resultado dispensável depende de novo
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- Crime militar próprio: previsto apenas no Código Penal Militar. Exemplo: deserção
(CPM, art. 187).
- Crime militar impróprio: a mesma figura típica do Código Penal Militar é prevista no
Código Penal ou em outras leis especiais. Exemplo: o crime de furto é previsto no CPM
e do CP.
- Crime vago: possui como sujeito passivo entidades sem personalidade jurídica (vítima
indeterminada). Exemplo: violação de sepultura (CP, art. 210).
- Crime acessório: aquele que depende da existência de outro crime. Exemplo: o crime
de receptação (CP, art. 180) depende da existência de um crime anterior, do qual a coisa
provém.
- Crime plurilocal: o crime percorre dois ou mais territórios do mesmo país (Comarcas
de São Paulo, São Bernardo do Campo e Guarulhos). Gera conflito interno de
competência (qual comarca aplicará a lei brasileira?). O Código de Processo Penal
adotou, em regra, a teoria do resultado, sendo competente a comarca onde se deu a
consumação (CPP, art. 70).
- Crime de alucinação: é uma hipótese de delito putativo por erro de proibição (erro de
proibição invertido). O agente pratica um fato que entende ser criminoso, mas, como
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não existe norma de proibição (incriminadora), pratica uma conduta atípica. Exemplo:
João e Maria praticam incesto imaginando que se trata de crime. No entanto, não existe
norma de proibição para esse fato.
SÚMULA RELACIONADA:
- Súmula 145, STF: não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna
impossível a sua consumação.
- Crimes aberrantes: são as hipóteses de erro na execução (CP, art. 73), resultado
diverso do pretendido (CP, art. 74) e aberratio causae.
- Crime profissional: é aquele praticado por quem se utiliza da profissão que exerce para
alcançar finalidade ilícita.
- Crime gratuito: é aquele cometido sem motivo conhecido. Não há de ser confundido
com o motivo fútil, presente quando o móvel apresenta real desproporção entre o delito
e sua causa moral.
- Crime de ímpeto: é aquele que resulta de uma reação emocional, sem premeditação,
como no homicídio cometido sob o domínio da violenta emoção.
- Crime independente: é o delito que não assume ligação com outras infrações penais.
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- Crime de conexão ocasional: não há, na realidade, conexão entre os crimes, pois um
não é cometido para assegurar a execução ou para garantir a ocultação de outro. Há,
tão somente, uma proximidade física entre várias infrações penais, que não se
relacionam entre si. Exemplo: o agente mata alguém e, em seguida, aproveita a
oportunidade para subtrair bens a este pertencentes.
- Crime de menor potencial ofensivo: é aquele com pena máxima não superior a dois
anos, conforme definição do artigo 61 da Lei n. 9.099/95, investigado por meio de termo
circunstanciado, admitindo as medidas despenalizadoras da transação penal e
suspensão condicional do processo.
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SUJEITO ATIVO
É a pessoa que pratica a conduta descrita pelo tipo penal. Animais e coisas não podem
ser sujeitos de crimes, nem autores de ações, pois lhes falta o elemento vontade.
Em outras palavras, Rogério Sanches afirma que qualquer pessoa física capaz e com 18
(dezoito) anos completos pode ser sujeitos ativo de crime.
(CF) Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
(CF) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Cuidado: A norma constitucional abstrata que fala sobre os crimes contra a ordem
econômica, financeira e economia popular, depende de regulamentação por uma norma
infraconstitucional, todavia, esta ainda não existe.
Atenção: Isso era o que prevalecia até 2013, mas a partir de então os Tribunais mudaram
de posição.
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Direito Penal | Paulo Henrique
SUJEITO PASSIVO
É o titular do bem jurídico protegido pelo tipo penal incriminador, que foi violado. Divide-se em:
a) SUJEITO PASSIVO FORMAL (CONSTANTE), que é o titular do interesse jurídico de punir,
surgindo com a prática da infração penal. É sempre o Estado;
b) SUJEITO PASSIVO MATERIAL (EVENTUAL), que é o titular do bem jurídico diretamente lesado
pela conduta do agente.
QUESTÃO: a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de crime contra a honra?
Em sendo a difamação um tipo penal que pretende proteger justamente a honra objetiva da
vítima, sua reputação, deve ser reconhecida a legitimidade de pessoa jurídica para ser sujeito
passivo desse crime.
Do mesmo modo, com relação à calúnia, todavia, o fato falso a ela atribuído deve ser previsto
como crime ambiental.
OBJETO DO CRIME
Objeto jurídico é o bem ou interesse protegido pela norma penal incriminada. Nesse sentido,
pode-se afirmar que objetivo jurídico é sinônimo de bem jurídico-penal.
Deve-se observar, a propósito, que o Código Penal agrupa, na Parte Especial, em cada um dos
seus Títulos e Capítulos, determinados bens jurídicos penalmente tuteláveis (vida, liberdade
individual, patrimônio, administração pública etc.)
Objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual incide a conduta criminosa. Em suma, o objeto
material é para onde converge a ação ou omissão descrita no tipo penal respectivo.
Assim, no crime de homicídio, o objeto jurídico é a vida, enquanto que o objeto material é o
corpo humano. No furto, objeto jurídico é o patrimônio e o objeto material é, por exemplo, a
carteira de dinheiro de alguma pessoa.
É possível a existência de delito sem objeto material, como ocorre nos chamados “crimes de
mera conduta”.
Exemplo: art. 150, CP;
Violação de domicílio
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Nesse sentido, Flávio Monteiro de Barros 1 complementa que o objeto material situa-se dentro
do tipo penal. Entretanto, nem todo tipo penal tem objeto material. Há, efetivamente, certos
delitos cuja conduta não recai sobre pessoa nem coisa, estando, por isso, destituídos de objeto
material. Tal ocorre com os delitos de mera conduta (ex.: reingresso de estrangeiro expulso –
art. 338 do CP) e com todos os crimes omissivos puros (ex.: omissão de socorro – art. 135 do
CP). Os crimes formais podem ou não ter objeto material, todos têm objeto material porque o
resultado necessariamente deve produzir-se sobre uma pessoa ou coisa.
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BARROS, Flávio Monteiro de. Direito Penal – Parte Geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 120.
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FATO TÍPICO
É representado por uma conduta humana que provoca um resultado indesejado, previsto na lei
penal.
Subdivide-se em:
- Tipicidade;
CONDUTA
De acordo com a Teoria Finalista (de Hans Welzel), conceitua-se a conduta como um
comportamento humano voluntário e consciente dirigido a uma finalidade.
Os delitos que descrevem uma ação proibida são denominados crimes comissivos.
- CRIME OMISSIVO PRÓPRIO: o agente viola a norma mandamental, deixando de fazer o que
ela determina (obrigação de fazer).
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- CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO (ou comissivo por omissão): o agente pode e deve agir (dever
jurídico especial) para impedir o resultado, mas se omite (art. 13, §2º, CP).
Exemplo: “A”, contratada para ser babá da criança “B”, se distrai assistindo TV, não impedindo
que “B” suba numa cadeira e despenque pela janela do apartamento em que reside.
Relevância da omissão
(CP) Art. 13, §2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
ATENÇÃO: os atos instintivos e automáticos (ex.: ação em curto circuito; reação impulsiva ou
explosiva) são passíveis de controle pelo querer (atenção) do agente e não excluem a ação.
Exemplo: “A”, sonâmbulo, pisoteia a cabeça da criança “B”, que estava deitada no chão.
→ COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL (vis absoluta): Força, constrangimento físico exterior que
obriga materialmente o agente. Deve ser irresistível, isto é, sem possibilidade de resistência /
sem domínio do próprio corpo.
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Exemplo: “A”, de forma inesperada, empurra “B”, com força, dentro da piscina, chocando-se
com a criança “C”, que vem a se afogar e morrer. Conquanto com seu corpo tenha causado a
morte de “C”, “B” não realizou conduta do ponto de vista penal.
Exemplo: “A”, com força superior a “B” obriga-o a vibrar um golpe de punhal contra o corpo de
“C”.
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CULPABILIDADE
O crime é concebido como conduta típica, antijurídica e culpável (conceito tripartido) ou apenas
como conduta típica e antijurídica (conceito bipartido).
Para os adeptos do conceito bipartido, a culpabilidade não é elemento do crime, mas sim
pressuposto de aplicação da pena.
Em relação à culpabilidade, o Código Penal adotou a teoria normativa pura, baseada na teoria
finalista da conduta. Nessa concepção, a culpabilidade é composta dos seguintes elementos:
- IMPUTABILIDADE;
*APROFUNDAMENTO
TEORIAS DA CULPABILIDADE
- Exigibilidade de
conduta diversa;
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CONCURSO DE CRIMES
CONCURSO MATERIAL
(CP) Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela.
CONCURSO FORMAL
(CP) Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais
grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas
aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
consoante o disposto no artigo anterior.
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Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código.
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CRIME CONTINUADO
(CP) Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
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Agora cuidado, pois se for crime continuado específico, ou seja, praticado com
violência ou grave ameaça à pessoa, contra vítimas diferentes, o juiz pode
aumentar a pena até o triplo.
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TIPICIDADE
A compreensão acerca da tipicidade tem evoluído de acordo com as novas concepções sobre o
Direito Penal.
Para teoria moderna, entretanto, a tipicidade penal engloba tipicidade formal e tipicidade
material. A tipicidade penal deixou de ser mera subsunção do fato à norma, abrigando também
juízo de valor, consistente na relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. É
somente sob essa ótica que se passa a admitir o princípio da insignificância como hipótese de
atipicidade (material) da conduta. Assim, no exemplo anterior, embora haja tipicidade formal, a
conduta do agente que subtrai a caneta “bic” não representa lesão relevante e intolerável ao
bem jurídico tutelado.
2. TIPICIDADE CONGLOBANTE
A proposta da teoria é harmonizar os diversos ramos do Direito, partindo-se da premissa de
unidade do ordenamento jurídico. É uma incoerência o Direito Penal estabelecer proibição de
comportamento determinado ou incentivado por outro ramo do Direito (isso é desordem
jurídica).
Dentro desse espírito, para se concluir pela tipicidade penal da conduta de um resultado, é
imprescindível verificar não apenas a subsunção formal fato/tipo e a relevância da lesão ou
perigo de lesão, mas também se o comportamento é antinormativo, leia-se, não determinado
ou incentivado por qualquer ramo do Direito.
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ADEQUAÇÃO TÍPICA IMEDIATA (DIRETA): opera-se um ajuste entre o fato e a norma penal sem
depender de dispositivo complementar. Através de um único dispositivo se alcança a subsunção
entre a conduta e o tipo penal.
Exemplo: “A” matou “B”. O comportamento de “A” se subsume, com perfeição, ao disposto no
artigo 121 do Código Penal.
ADEQUAÇÃO TÍPICA MEDIATA (OU INDIRETA): nesse caso, o ajuste entre o fato e a norma
somente se realiza através da conjugação do tipo penal com uma norma de extensão.
b) NORMA DE EXTENSÃO PESSOA E ESPACIAL: o artigo 29 do Código Penal, que dispõe sobre o
concurso de pessoas, reflete uma norma auxiliar, cuja existência permite a subsunção indireta
da conduta do partícipe (que não realiza o núcleo do tipo, mas, de qualquer modo, concorre
para o delito).
Note-se que aquele que praticar a conduta de “vigiar o local enquanto alguém realiza o crime
de homicídio” é um fato, a princípio, atípico, porque não se encontra previsto em qualquer
norma penal.
c) NORMA DE EXTENSÃO CAUSAL: o artigo 13, §2º, do Código Penal, estabelece a “relevância
da omissão”, tornando-a típica (através de adequação indireta). Se não fosse o dispositivo
mencionado, a mãe que deixa de amamentar a sua filha não seria responsabilizada penalmente,
porque a sua omissão, de fato, não causou a morte (mas sim a inação). Graças ao referido
dispositivo, por não ter evitado o resultado, é equiparada ao seu causador.
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ARREPENDIMENTO POSTERIOR
(CP) Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa,
por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
NATUREZA JURÍDICA
REQUISITOS
Exemplo: CAIO furtou a TV de MARIO, porém CAIO, influenciado por seu pai, resolveu
restituir a coisa no dia seguinte.
QUESTÕES ESPECIAIS
Circunstâncias atenuantes
(CP) Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: [...]
III - ter o agente: [...]
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado
o dano;
Logo, violência contra coisa (furto mediante rompimento de obstáculo, por exemplo)
não constitui fator de impedimento do artigo 16 do Código Penal.
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Nas exatas palavras do STF: “É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez reparada
parte principal do dano, até o recebimento da inicial acusatória, sendo inviável
potencializar a amplitude da restituição.”
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.
ATENÇÃO: No delito de estelionato cometido por meio de cheque sem fundos (CP,
art. 171, § 2º, VI, do CP), caso o pagamento do cheque seja feito antes do recebimento
da denúncia ou queixa isso obsta o início da ação penal, por força da súmula 554 do STF
(que afasta a fraude e, em consequência, o próprio delito).
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DESISTENCIA VOLUNTÁRIA
Pressupõe a desistência voluntaria “o não fazer”, isto é, o abandono da pratica dos atos
que conduzam a consumação do crime, bem como a voluntariedade do agente
(independentemente do motivo).
Nisso reside o instituto da desistência voluntária. O agente pode consumar, mas não
quer.
E se nesse caso o disparo não acertou a vítima, passando perto da cabeça? O agente só
responde por perigo de vida (CP, art. 132).
Exemplo: O agente ingressa na casa da vítima para furtar. Desiste voluntariamente. Não
responde pela tentativa de furto, só responde pelo que objetivamente fez: invasão de
domicílio.
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Exemplo: MARCELO desfere cinco tiros em JÚLIO, com a intenção de matar. Após os
disparos, arrepende-se de forma voluntária, conduzindo JÚLIO até o hospital mais
próximo para que receba socorro médico.
Caso JÚLIO permaneça vivo, MARCELO responderá pelas lesões causadas na vítima,
caracterizando o arrependimento eficaz; se JÚLIO falecer (em razão dos disparos),
responderá MARCELO por crime de homicídio consumado, havendo mera atenuação da
pena (arrependimento ineficaz).
Exemplo: depois de uma discussão no interior de um barco, JHONI lança seu desafeto
ao mar, tendo conhecimento de que ele não sabe nadar, querendo causar sua morte
por afogamento. Neste caso, JHONI fez tudo aquilo que podia para conseguir o resultado
morte: lançou ao mar a vítima que não sabia nadar. No entanto, após esgotar os atos
que entendia como suficientes e necessários à consumação da infração penal,
arrependido, JHONI resolveu salvar a vítima, não permitindo que ela morresse. Se a
vítima sair ilesa do ataque, JHONI não responderá por absolutamente nada; se,
entretanto, sofrer alguma lesão, esta será atribuída a JHONI.
O agente não responde pela tentativa do delito que pretendia (e que já foi iniciado);
TENTATIVA QUALIFICADA
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TIPO DOLOSO
Segundo Juarez Cirino dos santos, o DOLO é a vontade consciente de realizar um crime – ou,
mais tecnicamente, vontade consciente de realizar o tipo objetivo de um crime. O dolo é
composto de um elemento intelectual (consciência, ou representação psíquica) e de um
elemento volitivo (vontade, ou energia psíquica), como fatores formadores da ação típica
dolosa.
TEORIAS DO DOLO:
- TEORIA DA REPRESENTAÇÃO:
Privilegia o lado intelectual, não se preocupando com o aspecto volitivo, pois pouco importa se
o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Basta que o resultado tenha sido
antevisto pelo sujeito. Em nosso sistema penal tal teoria deve ser afastada, por confundir o dolo
com a culpa consciente.
Para a teoria da representação, podemos falar em dolo toda vez que o agente tiver tão
somente a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir pela continuidade de
sua conduta.
- TEORIA DA VONTADE:
Essa teoria se vale da teoria da representação, ao exigir a previsão do resultado. Conduto, vai
mais longe. Além da representação, reclama ainda a vontade de produzir o resultado.
Segundo a teoria da vontade, dolo seria tão somente a vontade livre e consciente de querer
praticas a infração penal, isto é, de querer levar a efeito a conduta prevista no tipo penal
incriminador.
Já a teoria do assentimento diz que atua com dolo eventual aquele que, antevendo como
possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma
direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o risco de vir a produzi-lo.
Em resumo:
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ESPÉCIES DE DOLO:
De acordo com Juarez Cirino dos Santos, A teoria penal moderna distingue três espécies de
dolo: a) o dolus directus de 1º grau; o dolus directus de 2º grau; c) dolus eventualis.
Em linhas gerais, o dolo direto de 1º grau compreende o que o autor quer realizar; o dolo
direito de 2º grau compreende as consequências típicas representadas como certas ou
necessárias pelo autor; o dolo eventual compreende as consequências típicas representadas
como possíveis pelo autor, que consente (ou concorda) em sua produção.
• DOLO DIRETO: o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realizá-
lo.
→ DOLO DE 1º GRAU: O fim é diretamente pretendido pelo agente, ou seja, o que o autor
quer realizar.
• DOLO EVENTUAL: O agente não quer o resultado, mas prevê e o aceita como possível,
assumindo o risco que ele ocorra.
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Todas as espécies de dolo podem existir sob a forma de dolo alternativo , com uma ação
e várias alternativas típicas:
a) A atira em B para matar ou ferir;
b) A atira para matar B ou, pelo menor, matar o cachorro de B;
c) A atira para matar o cachorro de B, mas consente na possibilidade prevista de matar
B, próximo do animal.
DOLO NORMATIVO (DOLO JURÍDICO ou DOLUS MALUS): houve uma época em que
se concebia o dolo como dolus malus, ou seja, somava-se o dolo (consciência e vontade
de concretizar os requisitos objetivos do tipo) com a consciência da ilicitude (era
adotado pela doutrina naturalista clássica assim como pela doutrina neokantista – final
do século XIX até meado do século XX).
Exemplificando, os insignes juristas trazem à colação caso do agente que após desferir
golpes de faca na vítima, supondo-a morta, joga o seu corpo em um rio, vindo esta, na
realidade, a falecer por afogamento.
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LEGÍTIMA DEFESA
(CP) Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
1. REQUISITOS
De acordo com a doutrina, são eles:
- A defesa, para ser legítima, precdisa sar necessária para a proteção de bens jurídicos. De
outro lado, deve ser proporcional: (a) repulsa com os “meios necessários” e (b)
moderação na repulsa.
4º - Aspecto subjetivo;
- O agente precisa, em regra, atuar com consciência de que defende direito próprio ou
alheio.
Obs.: A reação a uma agressão justa não caracteriza legítima defesa, como, por exemplo, reagir
à regular prisão em flagrante ou a ordem legal de funcionário público etc.
Obs.: O agente que desfere chupes e pontapés na vítima, seu sogro, um senhor de 74 anos, após
uma suposta agressão verbal, não respeita os limites da necessidade de moderação.
Obs.: São exemplos de direitos passíveis de defesa lícita à vida, a integridade física, o patrimônio,
a honra, os costumes sexuais, a saúde pública, o meio ambiente, a segurança dos meios de
transporte etc.
Exemplo: pode-se admitir a legítima defesa de alguém que, enquanto capina, é atacado por seu
inimigo, mais forte fisicamente, com socos e pontapés, e emprega em sua defesa a foice que
utilizava no trabalho. Ou seja, é preciso ter em conta de que instrumentos dispunha o atacado,
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na situação de emergência a que se viu submetido, para constatar se houve ou não emprego
dos meios necessários.
Outro exemplo: aquele que, no intuito de se livrar do ataque de um assaltante que lhe aponta
uma faca, se vale de socos e pontapés, atua, em princípio, em legítima defesa. Porém, se esse
mesmo assaltado, depois de prostrar o atacante e deixá-lo inconsciente, segue golpeando-o,
deixa de atuar em legítima defesa, em função da imoderação de usa própria violência.
É a tradicional defesa legítima contra agressão injusta, atual ou iminente, onde estão presentes
todos os requisitos da sua configuração. A antítese desta é a legítima defesa putativa, que
resulta de uma avaliação equivocada do agente, que incorre em erro.
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Legítima defesa agressiva que atinge o ofensor não autoriza indenização civil.
Outro exemplo: o agressor é contido pela vítima que o imobiliza, amarrando-o. Em seguida o
agredido passa a apertar excessivamente e balançar as cordas para ferir os pulsos do agressor,
que reage, a pontapés. A reação do agressor amarrado é uma legítima defesa que aparece em
face da injustiça gerada pelo excesso na defesa do sujeito que foi primeiramente agredido.
4. SITUAÇÕES ESPECIAIS
Nesse sentido, a maioria da doutrina entende que aquele que é assaltado por um adolescente,
ou agredido por um doente mental que não conhece a ilicitude de seu comportamento, não
necessita submeter-se à agressão. É que, nesses casos, a agressão é injusta, o sujeito é que não
é culpável.
5. PACOTE ANTICRIME
A Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) inseriu no artigo 25 do Código Penal um parágrafo que
dispõe o seguinte: “Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se
também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.”
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Segundo Rogério Sanches, a alteração não parece trazer reflexos práticos, servindo, quando
muito, como instrumento para melhor compreensão do instituto da legítima defesa no dia a dia
dos agentes policiais e de segurança pública.
Com efeito, se a justificante só tem cabimento quando observados os requisitos do caput do art.
25, estamos, ao fim e ao cabo, diante de um simples exemplo. Em outras palavras, mesmo antes
da alteração legal, justificaria a sua conduta pela legítima defesa o agente policial ou de
segurança pública que, na situação descrita, usando moderadamente dos meios necessários,
prevenisse injusta agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes.
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PENA DE MULTA
Multa
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior
a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato,
nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
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I - prestação pecuniária;
Prestação Pecuniária
REAIS
DIVISÃO (Classificação)
Prestação de Serviços à
Comunidade
Interdição Temporária de
PESSOAIS
Direitos
ESPÉCIES:
1. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
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nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil,
se coincidentes os beneficiários.
Art. 45, §3º: A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-
á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional,
e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado
ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
prática do crime.
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REQUISITOS REQUISITOS
OBJETIVOS SUBJETIVOS
• Qualquer pena ×
CRIME CULPOSO
aplicada.
ATENÇÃO: Mesmo sendo reincidente (em crime doloso), o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da
prática do mesmo crime.
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CONVERSÃO
Art. 44, § 5º: Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro
crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar
de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva
anterior.
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ESTADO DE NECESSIDADE
(CP) Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
1. SITUAÇÕES SEMELHANTES
(CP) Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
Constrangimento ilegal
(CP) Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a
lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
2. ESTADO DE NECESSIDADE
Como salienta Heleno Fragoso: “O que justifica a ação é a necessidade que impõe o sacrifício de
um bem em situação de conflito ou colisão, diante do qual o ordenamento jurídico permite o
sacrifício do bem de menor valor”, desde que imprescindível, acrescentamos, para salvaguarda
do bem preservado.
Exemplo clássico: dois náufragos disputam a mesma tábua, que não suporta mais de um; uma
vida terá de ser sacrificada para salvar a outra. Em tais hipóteses, o Direito, reconhecendo sua
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impotência para salvar os bens em perigo, admite que um deles seja sacrificado em benefício
do outro, aguardando a solução natural, para proclamá-la legítima.
3. REQUISITOS
Requisitos objetivos:
1º - existência de PERIGO ATUAL ou IMINENTE;
- probabilidade de dano ao bem jurídico, presente ou preste a se tornar presente.
5º - PROPORCIONALIDADE;
- Há que se existir proporcionalidade entre o bem jurídico sacrificado e o protegido. Não
se exige proporcionalidade absoluta, mas não se pode perder de vista o equilíbrio.
Requisito subjetivo:
6º - ASPECTO SUBJETIVO
- Consistem em o agente saber (ter consciência de ) que está agindo “para” salvar um
direito próprio ou alheio.
4. ESPÉCIES
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Por outro lado, no estado de necessidade defensivo, o agente afeta interesses de quem causou
ou contribuiu para a situação de perigo, é, de alguma maneira, responsável pela fonte do perigo
(não há indenização civil).
O estado de necessidade real está disposto no art. 24 do Código Penal, ou seja, existe uma real
situação de perigo.
Por outro lado, no estado de necessidade putativo, o agente supõe a existência da situação real
de perigo ou erra sobre os limites da excludente, imaginando que pratica um fato lícito.
5. TEORIAS
TEORIA UNITÁRIA
Para a teoria unitária, adotada pelo nosso Código Penal, todo estado de necessidade é
justificante, ou seja, tem a finalidade de eliminar a ilicitude do fato típico praticado pelo agente.
É importante anotar que o art. 24 do Código Penal não considera expressamente o balanço de
bens, exigindo-se apenas o critério da razoabilidade.
TEORIA DIFERENCIADORA
A teoria diferenciadora, por sua vez, traça uma distinção entre o estado de necessidade
justificante (que afasta a ilicitude) e o estado de necessidade exculpante (que elimina a
culpabildade), considerando-se os bens em conflito.
Se o bem jurídico protegido pelo agente for de valor superior ao bem sacrificado haverá
excludente de ilicitude. Agora, caso o bem protegido seja de valor inferior ou igual ao bem
sacrificado poderá haver a exclusão da culpabilidade.
Exemplo: Suponhamos que TÍCIO, para salvar sua vida em risco, sacrifica o patrimônio de CAIO.
Para as duas teorias TÍCIO pode invocar estado de necessidade, excluindo a ilicitude do seu
comportamento.
Imaginemos situação inversa: TÍCIO, para salvar seu patrimônio em perigo, mata CAIO. Para a
teoria diferenciadora, pode o caso configurar causa de exclusão da culpabilidade (estado de
necessidade exculpante); já para os adeptos da teoria unitária, TÍCIO praticou crime, incidindo,
conforme as circunstâncias causa de diminuição de pena.
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A realização de qualquer fato humano delitivo percorre um caminho, mais ou menos longo, de
acordo com cada caso. Esse caminho, processo ou sucessão de etapas recebe o nome de iter
criminis.
A partir dos atos preparatórios existe responsabilidade penal, desde que o fato constitua um
crime autônomo.
Exemplo: O agente, com a intenção de matar a vítima (cogitação), adquiri um revolver e se posta
de emboscada a sua espera (atos preparatórios), atirando contra ela (execução) e produzindo
a morte (consumação).
Contudo, em determinadas situações, o legislador entendeu por bem punir de forma autônoma
algumas condutas que poderiam ser consideradas preparatórias.
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião,
quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a
perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases
tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de
causar danos ou promover destruição em massa; [...]
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crítica feita a essa teoria diz respeito à antecipação que haveria em muitos casos, tornando a
conduta punível antes de o sujeito ter efetivamente iniciado a execução do crime. Os limites
entre a cogitação e a preparação e a própria execução ficariam confusos, gerando insegurança
na aplicação da lei penal.
Exemplo: sobre a distinção entre ato preparatório e ato executivo, o Superior Tribunal de
Justiça já assentou que tal diferenciação:
[...] “8. A distinção entre atos preparatórios e executórios é tormentosa e exige uma
conjugação de critérios, tendo como ponto de partida a teoria objetivo-formal, de Beling,
associada a outros parâmetros subjetivos e objetivos (como a complementação sob a
concepção natural, proposta por Hans Frank), para que, consoante o tirocínio do julgador,
seja possível definir se, no caso concreto, foram exteriorizados atos tão próximos do início
do tipo que, conforme o plano do autor, colocaram em risco o bem jurídico tutelado.
10. Não houve violação do art. 14, II, do CP, pois os atos externados ultrapassaram meros
atos de cogitação ou de preparação e expuseram a perigo real o bem jurídico protegido
pela norma penal, inclusive com a execução da qualificadora do furto. Os recorrentes,
mediante complexa logística, escavaram por dois meses um túnel de 70,30 metros entre
o prédio que adquiriram e o cofre da instituição bancária, cessando a empreitada, em
decorrência de prisão em flagrante, quando estavam a 12,80 metros do ponto externo do
banco, contexto que evidencia, de forma segura, a prática de atos executórios.” [...]
(REsp 1252770/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
24/03/2015, DJe 26/03/2015)
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CONSUMAÇÃO
De acordo com Rogério Greco:
c) META CONDUTA: com o simples comportamento previsto no tipo, não se exigindo qualquer
resultado naturalístico. Ex.: violação de domicílio (art. 150, CP);
f) PERMANENTES: enquanto durar a permanência, uma vez que o crime permanente é aquele
cuja consumação se prolonga, perpetua-se no tempo. Ex.: sequestro e cárcere privado (art. 148,
CP).
EXAURIMENTO
Na doutrina, prevalece que o exaurimento não faz parte do iter criminis, mas pode influir, a
depender do caso concreto, na fixação da pena-base (Art. 59, CP) ou funcionar como
qualificadora ou causa de aumento.
Exemplo: corrupção passiva - art. 317, §1º (majorante); resistência - art. 329, §1º (qualificadora).
Corrupção passiva
(CP) Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
Resistência
(CP) Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
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AÇÃO PENAL
A ação penal é o direito que tem o acusador (público ou privado) de, mediante o
devido processo legal, provocar o Estado a dizer o direito no caso concreto,
solucionando, desse modo, conflito de interesses surgido no meio social. É de
natureza instrumental, possibilitando a persecução penal em juízo.
Ação penal pública é promovida pelo Ministério Público, por meio da denúncia,
bifurcando-se em (a) incondicionada e (b) condicionada (à representação da
vítima ou requisição do Ministro da Justiça).
Ação penal de iniciativa privada, por sua vez, é promovida pela vítima (ou seu
representante legal) por meio de queixa-crime, subdividindo-se em:
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Da sucessão (§4º): nos casos em que cabe sucessão (art. 24, §1º e art. 31,
ambos do CPP), esta deverá obedecer a seguinte ordem de preferência: cônjuge
ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão – “CCADI”.
A doutrina não vislumbra utilidade em tal artigo, uma vez que o CP adotou o
sistema de especificar claramente quando o crime deve ser apurado mediante
ação penal de iniciativa privada ou pública condicionada, lembrando que no
silêncio será pública incondicionada.
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3. IRRETRATABILIDADE DA REPRESENTAÇÃO
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Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado
expressa ou tacitamente.
6. PERDÃO DO OFENDIDO
Perdão do ofendido
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(CPP) Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
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APLICAÇÃO DA PENA
2. SISTEMA TRIFÁSICO
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
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APLICAÇÃO DA PENA
Cálculo da pena
Fixação da pena
1. Culpabilidade
É um plus de reprovação da conduta, ou seja, mensurar se o grau do dolo ou da
culpa do agente extrapolam os limites do tipo penal. Essa culpabilidade é
sinônimo de grau de reprovação.
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2. Antecedentes
Possui maus antecedentes o agente capaz que possui contra si uma sentença
penal condenatória transitada em julgado.
Atenção:
→ Todo reincidente tem maus antecedentes.
→ Nem todos aqueles que possuem maus antecedentes são
reincidentes.
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3. Conduta Social
É o comportamento do agente no seio familiar, social, comunitário ou
profissional.
- Jurisprudência (STJ): o uso de entorpecente pelo réu, por si só, não pode ser
considerado como má-conduta social para o aumento da pena-base.
4. Personalidade do Agente
É a índole, o caráter do sujeito.
5. Motivos
É o porquê da ação delituosa, ou seja, o que levou o agente a agir.
6. Circunstâncias
É o “modus operandi” empregado na prática do delito.
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7. Consequências
É o resultado da pratica delituosa, isto é, o resultado levando em conta para a
vítima, para a família da vítima e para a sociedade.
8. Comportamento da Vítima
É verificar, na pratica do delito, se a vítima provocou ou negligenciou para que o
crime ocorresse.
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REINCIDÊNCIA
Reincidir significa incidir novamente, já no Direito Penal significa repetir o fato
punível.
Ficta Real
Portador de
Reincidência Maus
antecedentes
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GERA reincidência:
Exemplo: embriaguez em serviço (art. 202, CPM); dormir em serviço (art. 203,
CPM); desrespeito (art. 160, CPM; cobardia (art. 363, CPM); fuga na presença de
inimigo (art. 365, CPM);
Obs.: homicídio, calúnia, lesão corporal e peculato, por exemplo, são crimes
militares impróprios, logo geram reincidência.
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Crimes políticos;
MENORIDADE
Ser o agente menor de 21 (vinte e um) anos na data do fato.
SENILIDADE
Ser o agente maior de 70 (setenta) anos na data da sentença condenatória.
- Jurisprudência (STJ / STF): deve o agente ser maior de 70 anos até a decisão
que primeiro o condena (sentença condenatória ou acordão condenatório), não
basta ser acordão confirmatório.
CONFISSÃO ESPONTÂNEA
- Súmula 545, STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III,
d, do Código Penal.
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TENTATIVA
NATUREZA JURÍDICA
É uma norma de extensão ou ampliação temporal da figura típica.
c) dolo de consumação;
d) resultado possível;
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CUIDADO!
Exemplo: (LEI Nº 7.170) Art. 11 - Tentar desmembrar parte do território nacional para constituir
país independente. Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.
Exemplo: (Código Penal) Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena -
detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
Exemplo: (Código Eleitoral) Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de
outrem: Pena - reclusão até três anos.
ESPÉCIES DE TENTATIVA
a) Perfeita/ Acabada/ Crime falho: o agente esgota todos os meios executórios que tinha
a sua disposição e não consegue consumar o delito por circunstâncias alheias a sua
vontade.
b) Imperfeita/ Inacabada: o agente inicia a execução, mas não esgota o processo
executório, deixando de consumar o crime por circunstâncias alheias a sua vontade.
c) Tentativa Branca (incruenta): ocorre quando o objeto material não é atingido pela
conduta criminosa.
d) Tentativa Vermelha (cruenta): ocorre quando o objeto material é atingido pela conduta
criminosa.
OBS: uma só conduta pode abranger várias formas de tentativa ao mesmo tempo, por exemplo,
pode haver nas mesmas circunstâncias uma tentativa perfeita e incruenta.
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