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ADVOCACIA MOREIRA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA (__) CÍVEL


DA COMARCA DE JUNDIAÍ ESTADO DE SÃO PAULO

José ( - ), brasileiro, (estado civil), (profissão),


inscrito no CPF sob o nº ( - ), RG nº ( - ), residente e domiciliado na rua: ( - ), nº ( - ),
Bairro ( - ), cidade de São Paulo capital no estado de São Paulo, por sua advogada,
(Doc. Anexo), regularmente inscrita na OAB, seção ( - ), sob o numero ( - ) com
escritório á rua ( - ), numero: ( - ), bairro: ( - ), CEP: ( - ) cidade ( - ), estado de ( - ) ,
onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR

Com fulcro nos artigos 554 e seguintes do Novo


Código de Processo Civil, em face de Benedito, brasileiro, (estado civil), (profissão),
inscrito no CPF sob o nº ( - ), RG nº ( - ), residente e domiciliado na rua: ( - ), nº ( - ),
Bairro ( - ), cidade de Jundiaí no estado de São Paulo e todos os demais que se
encontram no imóvel, pelos fatos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

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LOCALIZAÇÃO: Rua (-), número (-) - Bairro (-) - Cidade (-) - SP
Contato: (19) (-) - Celular (19) (-)
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O autor é proprietário de um imóvel (matricula do
imóvel em anexo) localizado na cidade de Jundiaí interior de São Paulo, na data ( - )
do ano de 2014, o mesmo outorga via comodato tácito o aludido sítio em prol do réu.
Assim, ficou certo entre as partes que o réu moraria
no imóvel com sua família pelo período de 3 (três anos), sem qualquer iminência de
ônus ou encargo, desta forma o sítio deveria ser restituído ao seu legitimo
proprietário na data ( - ) do ano de 2017.
Ocorre, pois, que passado o prazo trienal
estabelecido pelas partes e com o comunicado do autor pleiteando a posse direta do
seu imóvel (Doc. Anexo), advém a recusa do réu na devolução da propriedade
apontando o mesmo, que havia feito um pomar em seu período de posse sobre o
imóvel percebendo inclusive os frutos deste, por fim alegando que necessitava
passar mais um ano no sítio (Doc. Anexo).
Veja Doutor! O autor cede sua propriedade de livre
e espontânea vontade, visando ajudar o réu e sua família que na ocasião do acordo
firmado, encontrava-se passando por sérias dificuldades financeiras, tem por agora
como agradecimento, um esbulho em sua posse legitima e ameaças de uma
tentativa de usucapião! (Doc. Anexo).
Por fim, todas as tentativas reiteradas
consubstanciando a retirada do réu e seus dependentes do imóvel do autor foram
negadas e seguidamente ignoradas (Doc. Anexo), outrossim não restou outra
alternativa ao autor, se não a busca da tutela jurisdicional para reaver a posse de
seu imóvel, tendo em vista que as tentativas de resolver o conflito amigavelmente
tornaram-se frustradas.
II – DOS DIREITOS

a) Da liminar

O direito a propriedade na ordem social atual se faz


elementar, estando assegurado na carta magna em seu Artigo 5º, XXII, CF/88;
tamanha magnitude aufere a este direito, a característica de erga omnes, ou seja,
oponível em face de todos.

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Destarte, em consonância com o códex processual
civil em seu artigo Art. 311, inciso II, e salientando o periculum in mora, alusivo á
imprevisível reação do réu, conjuntamente com a ocorrência da presente lide da qual
corresponde ao período dentro de ano e dia do sucedido esbulho.
Solicita o autor com base nos artigos 924 e 928 do
CPC a expedição do mandado de liminar de reintegração de posse, temendo que o
réu cause maiores danos ao seu patrimônio, como retaliação pela presente ação
impetrada e como garantia de seu direito efetivo como proprietário do imóvel.

b) Do comodato tácito

Como supramencionado o sítio pertencente ao autor


foi cedido pelo réu para sua moradia e de seus dependentes de forma não onerosa,
deste modo, foi pactuando entre as partes um contrato tácito de comodato, instituto
tal previsto no artigo 579 do código civil que tem como principal característica ser
gratuito, distinguindo-o de um contrato de locação.

Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de


coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do
objeto.

Apesar do comodato em tela ter se firmado de forma


tácita a lei reconhece e resguarda os direitos das partes, principalmente do legitimo
proprietário, como expressa o egrégio Tribunal de Justiça em suas sábias decisões:

“APELAÇÃO CÍVEL. POSSE (BENS IMÓVEIS).


AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
COMODATO VERBAL E GRATUITO.
COMPROVAÇÃO. POSSE INJUSTA DO
COMODATÁRIO APÓS O PRAZO ESTIPULADO
NA NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL PARA
DESOCUPAÇÃO. Comprovada a existência de

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comodato verbal em relação ao imóvel postulado, e
havendo constituição em mora por meio de
notificação extrajudicial, a posse direta dos réus,
comodatários, passou a ser injusta após o prazo
estipulado na notificação em razão da precariedade,
vício objetivo da posse. Provada, ademais, a posse
anterior. Afastamento da exceção de usucapião, por
ausência de animus domini. Manutenção do
julgamento de procedência do pedido reintegratório.
RECURSO DESPROVIDO À UNANIMIDADE.
(Apelação Cível Nº 70061171955, Décima Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Liege Puricelli Pires, Julgado em 11/12/2014).”

APELAÇÃO CÍVEL. COMODATO. OBRIGAÇÕES.


ESPECIES DE CONTRATO. COMODATO. IMÓVEL.
AÇÃO DE EXTINÇÃO DE COMODATO E
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COMODATO.
DENÚNCIA. EXTINÇÃO. A tese de inexistência da
relação jurídica de direito material envolve o mérito
da lide e afasta pretensão preliminar de falta de
interesse de agir. - O contrato de comodato pode ser
verbal ou tácito e a sua denúncia requisita
notificação prévia. - A posse de comodatário é
precária e desabona pretensão de reconhecimento
de prescrição aquisitiva. - Circunstância dos autos
em que realizada notificação e provado o comodato
impõe-se manter a sentença de procedência.
RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº
70066169566, Décima Oitava Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Moreno
Pomar, Julgado em 26/11/2015).

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(TJ-RS - AC: 70066169566 RS, Relator: João
Moreno Pomar Data de Julgamento: 26/11/2015,
Décima Oitava Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 03/12/2015).

A luz da sapiência dos tribunais é tangível o direito


do autor em reaver o que lhe pertence, bem como, o dever do réu em restituir a
posse, aquele a quem ela realmente compete.

c) Da posse

Alude o código civil nacional:

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a


coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de
quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
defender a sua posse contra o indireto.

O proprietário legitimo com nome lavrado na


matricula do imóvel impugnado é indiscutivelmente o autor, desta maneira, não pode
o mesmo sofrer prejuízo por agir com benevolência para com o réu, por ofertar em
caráter temporário que este e sua família fizessem moradia em sua propriedade,
neste contexto, se faz mister as palavras do ilustre doutrinador Sílvio de Salvo
Venosa:
''Para o leigo que se debruça desprevenidamente
sobre o problema, possuir é ter uma coisa em seu
poder, podendo dela usar e gozar. É a compreensão
daquilo que a mão toca e mantém fisicamente junto
ao corpo. Essa é a noção primitiva. No entanto,
quando a civilização torna-se mais complexa, surge
a compreensão de posse que não requer o
permanente contato físico com o objeto, nem a
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observação constante ou fiscalização permanente
do titular. Posso ser possuidor de bens sem estar
presente no local. A possibilidade física não
exige a detenção.'' (Venosa, Sílvio de Salvo –
Direito Civil : Direitos Reais – 5. Ed. – São Paulo :
Atlas, 2005).

O réu demonstra não apenas malicia em recusar-se


a devolver o que não lhe pertence, a quem anteriormente já foi seu benfeitor, como
comete uma infâmia ao ameaçar o autor, afim de manter-se na posse do imóvel,
evidenciando amplamente uma conduta copiosa de má-fé, vergonhoso não apenas
para seus escrúpulos, mas também comprometendo sua posse, o que o direito
privado brasileiro reprova e não ampara, dispondo o código civil a cerca do tema.

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor


ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta,
clandestina ou precária.

Venosa mais uma vez compartilha de sua


sabedoria ao discorrer que:

''Posse precária é aquela que se situa em gradação


inferior á posse propriamente dita. O possuidor
precário geralmente se compromete a devolver a
coisa após certo tempo. Há obrigação de
restituição. A coisa entregue ao agente com base
na confiança.'' (Venosa, Sílvio de Salvo – Direito
Civil : Direitos Reais – 5. Ed. – São Paulo : Atlas,
2005).

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Nas inúmeras tentativas do autor em reaver sua
propriedade e nas variadas recusas do réu em restituir o mesmo, transforma-se a
posse deste em algo injusto e maléfico, além de contingente e precária, haja vista
que o acordo entre as partes era a permanência do réu no imóvel pelo período de
três anos nada mais que isto, tendo este, total conhecimento das condições do
pacto, não justificando suas atuais atitudes por ingenuidade ou ignorância mas pura
e simples deslealdade.
d) Do esbulho

Nas negativas do réu em devolver o imóvel ao autor,


sem nenhuma justificativa plausível, haja vista, que o mesmo encontra-se na posse
do bem à três anos, sem qualquer ônus ou exigência de cunho pecuniário por parte
do autor para com este, salientando ainda, que o réu não somente usufruiu do
imóvel, como cultivou um pomar e percebeu frutos advindos do mesmo, sem até o
presente momento, informar nada ao autor nem instruí-lo se tais frutos estavam
proporcionando rendimentos patrimoniais, em sentido com artigo 1.210 do código
civil, resta claro que o autor sofre um esbulho em seu imóvel.

Neste sentido manifesta-se Venosa:

“Esbulho existe quando o possuidor fica


injustificadamente privado da posse. Não é
necessário que o desapossamento decorra de
violência. Neste caso, o possuidor está totalmente
despojado do poder de exercício de fato sobre a
coisa.” (Venosa, Sílvio de Salvo – Direito Civil :
Direitos Reais – 5. Ed. – São Paulo : Atlas, 2005).

Fomentando a tese o emérito Tribunal de justiça


dirimiu:
“APELAÇÃO CÍVEL. POSSE. BENS IMÓVEIS.
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

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PROCEDENTE. AÇÃO DE USUCAPIÃO
IMPROCEDENTE. DEMANDAS APRECIADAS EM
CONJUNTO. Em se tratando de usucapião
extraordinário, previsto no art. 1.238 do diploma civil,
devem ser atendidos, de forma concomitante, os
seguintes requisitos: posse, pacífica e ininterrupta
sobre o imóvel usucapiendo, com ânimo de dono,
por 15 anos ou - observada a regra de transição do
art. 2.028 do Código Civil - por 20 anos, prazo
previsto no CC/1916. No caso, a prova constante
dos autos é insuficiente para demonstrar o animus
domini. Convencionado entre as partes contrato de
comodato por prazo indeterminado, a posse
exercida pelo possuidor direto permanece
qualificada como justa até que, constituído em mora
pela notificação extrajudicial, nega-se a desocupar o
bem. Comprovada a extinção do contrato de
comodato, a negativa de desocupação do imóvel
pelo comodatário após o decurso do prazo de trinta
dias da data da sua notificação configura esbulho,
autorizando a restituição do bem pelo possuidor
indireto, nos moldes do art. 927 do CC. A ocupação
indevida do imóvel rende ensejo à indenização pela
privação do bem experimentada pelo proprietário
registral, em valor a ser apurado em liquidação de
sentença. APELO DO USUCAPIENTE
DESPROVIDO. APELO DA AABB PROVIDO.
UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70061401642,
Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em
17/12/2014.)

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Em vista disto, e em coerência com a legislação,
jurisprudência e doutrina pátria o autor exige seu efetivo direito como autêntico
proprietário em face do réu.

III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) O deferimento da liminar, determinando que seja


expedido o mandado, concedendo liminarmente, inaudita altera parte, a reintegração
de posse do imóvel pertencente ao autor;
b) Subsidiariamente, caso Vossa Excelência
entenda necessária a audiência de justificação nos termos da segunda parte do
artigo 562 do Novo Código de Processo Civil, requer o autor digne-se Vossa
Excelência de considerar suficiente (art. 563 do Novo CPC), com a consequente
expedição de mandado de reintegração de posse;
c) Ainda subsidiariamente, caso Vossa Excelência
não conceda liminarmente, requer o autor a procedência da presente ação com a
consequente expedição do mandado de reintegração da posse, condenado o réu no
pagamento das perdas e danos consubstanciadas no valor de RS R$ 5.500,00
(cinco mil e quinhentos reais) por mês, à título de aluguel mensal pelo período em
que permanecer no imóvel;
d) Ao final julgar procedente a presente ação,
tornando definitiva a reintegração de posse, com a condenação do réu no
pagamento, à titulo de indenização o valor mensal de RS R$ 5.500,00 (cinco mil e
quinhentos reais) correspondentes ao aluguel, nos termos do artigo 582, do Código
Civil, pelo período em que permanecer no imóvel;
e) Requer-se a citação do réu para, querendo,
contestar a ação no prazo conforme artigo 564 do Novo CPC, oferecendo a defesa
que tiver sob pena de confissão e efeitos da revelia (art. 344 do Novo CPC), bem
como comparecer à audiência de justificação, nos termos do artigo 562, segunda

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parte, do Novo Código de Processo Civil, caso esta seja designada por Vossa
Excelência;
f) Que seja o réu condenado ao pagamento além
das custas, honorários de advogado que Vossa Excelência houver por bem arbitrar
e demais ônus de sucumbência;
g) Protesta o autor por provar o alegado através de
todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pela produção de
prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, depoimento pessoal do
réu sob pena de confissão, caso não compareça, ou, comparecendo, se negue a
depor (art. 385, § 1º, do Novo CPC), inclusive em eventual audiência de justificação.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.280. 000 (Um milhão


e duzentos e oitenta mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Americana, 06 de abril de 2017.

Assinatura: ______________________________
OAB Série: ( - ) Nº ( - )

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