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Chega Ventura com a sua gravata ofuscante e a sua cruz ao cais onde se encontra a barca do

diabo.

Ventura- Hou da Barca!

Diabo- Quem vem aí?

V- O futuro presidente do povo!

D- Presidente? Só na barca do anjo!

V- Tens razão, até vim todo aprontado.

D- Com essa gravata pirosa até pareces o fidalgo.

D- Ela não ofuscava o teu público?

V- Não, pelo contrário, as pessoas aplaudiam-me, meninas desejavam-me e neste momento


todos me choram.

D- Só se for lágrimas de crocodilo pois as únicas verdadeiras são as das famílias que
desprezaste com as tuas mentiras inúteis.

V- Mentiras?! Quais mentiras cabrão, tudo o que fiz foi para ajudar o meu povo.

D-E os emigrantes, que tanto insultaste?

V- Nem me fales desses subsidiados que roubam os nossos contribuintes e mancham a nossa
identidade.

D- Já que te achas todo poderoso, de certeza que o anjo te aceitará.

Ventura dirige-se para a barca do paraíso confiante, mas indignado.

Anjo- Olha o desgraçado que aqui vem!

Ventura- Ou dizer que é nesta barca que são aceites os poderosos.

A- De poderoso não vejo nada, só um ganancioso e mentiroso.

V- Pode me chamar o que quiser, mas traidor não sou pois sempre defendi a nossa religião.

A- Aiii sim, e o que fizeste ao certo. Deixaste pessoas a rezar por ti?

V- Nada disso, protegi o nosso país dos homossexuais que violam os direitos da igreja e que
incomodam a população.

O anjo ignora-o, pois, está farto das suas palermices.

Ventura então regressa á barca do diabo aceitando o seu destino.


D- Olá de novo meu grande amigo, pronto para remar? Daqui em diante saberás o que é o
verdadeiro sofrimento.

Duarte Morgado – nº8

Ana David – nº2

Rodrigo Silva – nº26

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