A primeira geração romântica do Brasil é marcada pelo forte teor de
valorização à pátria, possuindo obras cujos autores enalteciam o país e suas belezas naturais. Contudo, o que se observa nos dias de hoje é o oposto do que se via na tal geração indianista, visto que há um descaso quanto aos lixos nas ruas da cidade de Manaus. Esse cenário antagônico é produto tanto da omissão governamental quanto da desigualdade social. Dessa forma, torna-se fundamental a discussão desses aspectos para a resolução do problema. Em primeiro plano, é fulcral pontuar que a poluição da cidade deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais práticas. Essa lógica é comprovada pelo papel passivo do Estado na fiscalização de irregularidades. Segundo levantamentos do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), apenas 18% dos municípios brasileiros contam com coleta seletiva, o que evidencia a falta de engajamento das Prefeituras em dispô-la à população. Desse modo, faz-se mister a mudança dessa postura estatal. Outrossim, é imperativo ressaltar a desigualdade social como promotora do problema. De acordo com o filósofo inglês Francis Bacon, o comportamento humano é contagioso, tornando-se enraizado à medida que se reproduz. De forma análoga, as zonas menos favorecidas estão susceptíveis à contínua poluição, uma vez que os indivíduos dessas áreas não têm o devido contato com o descarte adequado de lixo, e, tampouco, da coleta seletiva, o que gera cada vez mais pessoas sem essa atitude e contribui, assim, para a perpetuação desse quadro deletério. Verifica-se, então, a necessidade de medidas para atenuar essa problemática. Sendo assim, cabe à Prefeitura Municipal de Manaus, através de palestras e publicações nas redes sociais, realizar propagandas de despejo correto do lixo, a fim de conscientizar o corpo social quanto aos impactos que causam os rejeitos nas ruas. Assim, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do lixo, e a coletividade desfrutará do mesmo sentimento de valorização que os primeiros autores do Romantismo no Brasil sentiam pela terra.