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SUMÁRIO

Introdução .................................................................................................................................. 3
Unidade I.................................................................................................................................... 3
1. IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ....................................................................... 3
Unidade II .................................................................................................................................. 6
2. FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA CONTEMPORÂNEA ......................................... 6
Unidade III ................................................................................................................................. 9
3. COMBATER A INIBIÇÃO E O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO .......................... 9
Unidade IV ............................................................................................................................... 13
4. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ............................................................................. 14
Comunicação Escrita ............................................................................................................... 14
Unidade V ................................................................................................................................ 17
5. ASPECTOS COMUNICACIONAIS............................................................................ 17
Unidade VI ............................................................................................................................... 20
6. FALAR COM DESEMBARAÇO E SEM CONSTRANGIMENTOS ........................ 20
Unidade VII ............................................................................................................................. 24
7. DICAS PARA SER OBJETIVO E CONCISO ............................................................ 24
Unidade VIII ............................................................................................................................ 27
8. ESTRATÉGIAS PARA CONVENCER E INFLUENCIAR ....................................... 27
Unidade IX ............................................................................................................................... 31
9. TÉCNICAS COMUNICACIONAIS APLICADAS AOS PROCEDIMENTOS
JURÍDICOS ............................................................................................................................. 32
Unidade IX ............................................................................................................................... 38
10. RECURSOS E ASPECTOS LINGUÍSTICOS ......................................................... 38
Unidade XI ............................................................................................................................... 42
11. IMPOSTAÇÃO VOCAL .......................................................................................... 42
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 42
11. NETGRAFIA ............................................................................................................ 42

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INTRODUÇÃO

Para o profissional que exerce as atividades jurídicas é um grande diferencial dominar


a oratória. Tal habilidade proporciona benefícios á carreira de quem se dedica ao aprendizado
e aperfeiçoamento da arte de falar em público. No universo jurídico é preciso vencer as
desafiadoras situações de pressão e até de ansiedade, realizando a sustentação oral perante
clientes e superiores, por isso essa etapa fundamental em que se estuda essa arte tão cativante
que é saber usar bem as palavras.
A atuação do profissional Técnico em Serviços Jurídicos implica na dinâmica e no
contato social direto, lidando constantemente com o processo de comunicação e
relacionamento com outras pessoas, assim, a forma de se comunicar que cada um demonstra
precisa representar o profissionalismo e principalmente o comprometimento em entender e se
fazer entender.
Este material busca expor os conteúdos que se relacionam com os temas básicos sobre as oratória
e a comunicação nos assuntos relacionados ao universo jurídico, sendo agrupados em onze
unidades.
No decorrer das unidades serão estudados os aspectos humanos, linguísticos, técnicos
e conceituais da comunicação e da oratória, no contexto profissional. O material também
apresenta aspectos que se relacionam com os relacionamentos interpessoais, no que diz
respeito ao ambiente de trabalho do Técnico em Serviços Jurídicos.
Bons estudos!

Unidade I

1. IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

O estudo da comunicação foi iniciado na Grécia Antiga, a oratória foi um assunto


fundamental para os estudantes gregos. Somente no início do século XX o estudo da oratória
passou a fazer parte das rotinas acadêmicas.
O aprimoramento constante da habilidade de comunicação é uma necessidade, muito
importante para todos os tipos de profissionais, pois falhas no modo de se comunicar podem
gerar consequências negativas no desenvolvimento das atividades, principalmente naquelas
onde ocorrem relacionamentos interpessoais, neste caso a habilidade em se comunicar se faz
ainda mais importante.
Comunicar-se bem não se resume apenas a ter um vocabulário refinado para usar quando as
formalidades exigirem. Além de falar, é necessário saber escrever bem, organizar as ideias e
identificar qual é a melhor forma de se comunicar com cada tipo de pessoa, personalizando
sua comunicação de acordo com cada perfil.
Nos últimos anos, têm ocorrido grandes mudanças no que se refere à comunicação e nas
formas que esta assume, nas estratégias que são utilizadas, na importância que esta tem nas
relações - sejam pessoais ou profissionais -, incluindo aqui as comunicações no universo
virtual. A sociedade do século XXI tem desenvolvido a quebra de muitas barreiras de
comunicação, estas mudanças tiveram e têm um impacto crescente na dimensão da sua
importância. Por outro lado, a rápida velocidade com que as informações são espalhadas
acaba se refletindo também na fala e no modo de se comunicar. As pessoas têm necessidade
de se comunicar com a mesma velocidade com que recebem informações.

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Essa velocidade de informações, muitas vezes sem serem analisadas, são refletidas nos sons e
na pronúncia das palavras, que acabam sendo faladas de forma imprecisa e incompletas;
falhas de comunicação que resultam em baixa qualidade na emissão de mensagens,
insegurança ou incerteza nos receptores dos conteúdos da mensagem. Uma outra
característica na comunicação moderna é a ausência de pausas no discurso, as pessoas falam
sem parar.

A comunicação humana é a principal ferramenta que possuímos para construir


relacionamentos. Ela nos oferece a possibilidade de gerar conhecimento, entendimento,
comprometimento e ação, de conhecer pessoas, descobrir caminhos e oportunidades de
evolução nos relacionamentos humanos. Em nossa rotina, especialmente em âmbito
profissional, estamos em contato com pessoas muito diferentes de nós. Pessoas que fazem
parte de outra cultura, que têm outra crença religiosa, que têm uma visão de mundo diferente
da nossa. Este é um fato que devemos nos lembrar sempre que nos comunicamos.
O conteúdo que falamos nem sempre será interpretado da forma que desejamos passar. Por
isso a importância em se praticar uma comunicação que seja assertiva, que cative as pessoas,
estabelecendo laços empáticos, com boa argumentação e transmitindo confiança através de
nossa postura, expressões corporais, fala e linguagem. Um passo importante para uma
comunicação assetiva é a prática do "escutar". A comunicação fica prejudicada quando não
paramos para escutar o outro, simplesmente porque não utilizamos nossa atenção plena para
conseguirmos captar a mensagem. Quando realmente escutamos a mensagem que o outro
emite, conseguimos compreender o que é dito e agir conforme o entendimento real da
mensagem. Através do escutar, conseguimos ser melhores em nossas colocações e
transmitimos credibilidade nas relações interpessoais. Para que isso aconteça precisamos ter
atenção plena à escutatória.

Comunicar é parte da vida, sendo através deste processo tão natural que partilhamos o que
somos e a forma como desejamos ser compreendidos. É por meio da comunicação que
desenvolvemos a capacidade de realizarmos interação às necessidades humanas e nossos
semelhantes. Ela é verdadeiramente um elemento fundamental da nossa vivência e por isso
mesmo se torna essencial compreender quais as melhores formas de a por em prática. É a
comunicação que nos conecta ao outro, de forma empática, e que pode ir além de
simbolismos ou metáforas. É também através dela que nos possibilitamos crescer e aprender
como seres inteligentes, através da integração de conteúdos de povos que se comunicam,

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mesmo que sendo em diversas linguagens e idiomas.
Uma comunicação eficiente permite que o ouvinte gaste menos energia para compreender a
mensagem e se sinta mais integrado na conversa, e for uma ordem ela será mais bem
interpretada e consequentemente melhor atendida. A comunicação eficiente não é somente o
ato de passar certa informação para outra pessoa, mas principalmente ser bem compreendido
por quem recebe essa informação.
Uma comunicação assertiva ocorre quando a mensagem é clara e objetiva, sem a existência
de más interpretações. A única uma maneira de expor uma novidade ou expressar uma ideia é
se comunicando, de maneira visual ou sonoramente, para que a comunicação aconteça é
preciso que exista compartilhamento de ideias entre indivíduos (ao menos dois, ou mais). Se
o comunicador é especialista em alguma área e utiliza um vocabulário muito técnico,
conforme o receptor da mensagem, será necessária a adequação ou simplificação de algumas
palavras, possibilitando uma melhor compreesão da mensagem. Lembrando sempre que
comunicar-se bem não significa falar ininterruptamente, muito pelo contrário. Comunica-se
melhor quem sabe escutar, o que gera empatia, criando uma maior sintonia entre as partes
envolvidas. É escutando que o emissor consegue transmitir melhor a sua mensagem, pois é no
processo de escutar que se percebem os anseios, as dúvidas, os desejos do receptor, e assim a
comunicação será mais eficiente.

Sabemos que a comunicação é a base para que se chegue a um denominador comum, sem ela
não se alcança os objetivos, não se tem conhecimento de fatos. Todos necessitamos
desenvolver a comunicação, seja no campo pessoal ou profissional, o que possibilita-nos
concluir cada vez melhor as necessidades de ação em nossos campos de atuação.

Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a


esta parte do conteúdo exposto.

1 - O aprimoramento constante da habilidade de comunicação é uma necessidade, muito


importante para todos os tipos de profissionais, pois falhas no modo de se comunicar podem
gerar consequências negativas no desenvolvimento das atividades, principalmente naquelas
onde ocorrem:

a) - ( ) investimentos
b) - ( ) individualização
c) - ( ) relacionamentos interpessoais
d) - ( ) desavenças
e) - ( ) compra e venda de serviços

2 - Comunicar-se bem não se resume apenas a ter um vocabulário refinado para usar quando
as formalidades exigirem. Além de falar, é necessário...

a) - ( ) entender sobre a bolsa de valores.


b) - ( ) saber escrever bem, organizar as ideias e identificar qual é a melhor forma de se
comunicar com cada tipo de pessoa.
c) - ( ) saber atuar e fingir quando preciso.
d) - ( ) gritar para que as pessoas escutem.
e) - ( ) ser um redator profissional e se vestir bem.

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3 - Um passo importante para uma comunicação assetiva é a prática do:

a) - ( ) esporte
b) - ( ) falar mais alto
c) - ( ) cantar
d) - ( ) escutar
e) - ( ) egoísmo

Unidade II

2. FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA CONTEMPORÂNEA

“A oratória é a união entre arte, sentimento e ciência, sendo objetiva em suas técnicas, mas
também subjetiva, onde a relação com o público é manifestada por meio da expressão
corporal, do sentimento e do carisma do comunicador.” Profa. Julie Schultz
Oratória é a arte de falar em público de forma estruturada, clara e objetiva. A oratória tem
como intenção principal o ato de informar, influenciar ou entreter os ouvintes (ou os três ao
mesmo tempo).

A Oratória Contemporânea tem sua origem no antigo Egito e também na Grécia, onde foi
escrito há mais de 2000 anos o primeiro livro sobre prática da Oratória, orientando sobre o
aprimoramento do homem comunicativo. O primeiro professor de oratória da humanidade foi
o Romano Marco Fábio Quintiliano, onde primeiramente exerceu a profissão de advogado.
Além de dedicar-se às atividades de advogado e professor, Quintiliano registrou suas ideias
sobre oratória em alguns escritos, dos quais o mais famoso é o “Institutos de
Oratória” (Institutio Oratoria). A partir de então ocorreram relevantes evoluções sobre as
ciências da comunicação, especialmente na oratória, até chegarmos à composição da oratória
que conhecemos na atualidade. A oratória contemporânea possui interligações com outros
estudos, como por exemplo, o da Fonoaudiologia, ciência que estuda os componentes da
comunicação e seus aspectos: discurso, voz, dicção, vocabulário, expressão e linguagem
corporal. O estudo da Linguística também contribui par a oratória contemporânea, através da
fonética (estudo dos sons das letras), da sintaxe (estudo da combinação das palavras), da
semântica (estudo dos sentidos das palavras) e da pragmática (estudo das oralizações e
análise do discurso). E a Andragogia, que é a ciência de ensino e aprendizagem de adultos, a
qual tem como objetivo promover a mudança de comportamento e aquisição de competências
técnicas.

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Com a contribuição destas ciências e de outros temas recentes, como por exemplo, estudo da
gestão de conflitos, da comunicação não violenta, da expressividade e linguagem corporal, é
possível entendermos e aplicarmos a comunicação na prática da oratória contemporânea.
Nela o discurso é dividido em três partes: introdução (acolhimento e preparação do ouvinte),
desenvolvimento (conceituação e aplicabilidade) e conclusão (resumo e finalização).

A Introdução é o quando ocorre a recepção dos ouvintes (boas vindas) e a preparação da


audiência. É o momento de muita importância que se desenvolva uma primeira boa
impressão. Neste momento demonstrar empatia e simpatia é fundamental. No início do
processo de comunicação, em um discurso ou apresentação, por exemplo, pode se realizar um
cumprimento, um elogio sincero, adicionando à fala o sentimento de satisfação em estar
presente naquele momento, em participar e falar sobre o tema proposto, realizando uma breve
fala sobre o que será abordado na apresentação (no discurso), revelando a sua autoridade
sobre o assunto. Na sequência o orador poderá demonstrar como pretende abordar o tema
proposto, falar de sua relevância, demonstrar os tópicos que serão tratados e a sequência
cronológica que será utilizada. Para a etapa da introdução/recepção/preparação, deve-se
utilizar de 15 a 20% do tempo total da apresentação.
O Desenvolvimento do tema é a fase de apresentação do assunto principal, onde será abordo
o conceito central da apresentação e suas referências. Neste momento devem ser citados os
exemplos, estatísticas e experiências vividas que irão auxiliar no processo de compreensão,
convencimento e credibilidade sobre a temática que está sendo abordada. Para a etapa do
desenvolvimento, deve-se utilizar de 70 a 80% do tempo total da apresentação, a depender se
será aberta a participação aos ouvintes para fazerem perguntas e objeções. Caso seja aberto
espaço para os ouvintes, o orador deve pensar antecipadamente nas possíveis perguntas e
questionamentos, para que prepare as suas repostas com os devidos argumentos e
justificativas, assim o orador evita estar despreparado em situação de alguma pergunta que
possa ser constrangedora.

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A Conclusão é a recapitulação da apresentação, onde o comunicador resume o assunto, com
objetivo de fazer com que o público reflita e aprimore o posicionamento sobre o tema
proposto. Assim como na introdução, na conclusão deverá ser utilizado um tempo menor na
exposição das ideias, mas continua sendo um momento importante, de dar contexto geral ao
que foi apresentado, reforçando os pontos principais e levando o ouvinte a concluir tudo o
que foi dito até então. É importante que o público compreenda o teor da mensagem para que
possa realizar aplicabilidade. Para a etapa da conclusão, deve-se utilizar de 10 a 15% do
tempo total da apresentação.

Um exemplo de orador contemporâneo é Barack Obama. Durante os anos que esteve como
presidente dos Estados Unidos, ele chamou a atenção pela forma assertiva como se
comunicava com as pessoas. Especialistas em oratória passaram a analisar os discursos do
chamado “rei da oratória”. Ele é um grande comunicador, e oferece grandes exemplos em sua
forma de se comunicar com o público, dedicando tempo e vontade para aprimorar as técnicas
de oratória. A Oratória Contemporânea prima pela simplicidade e eficiência, com ênfase em
espontaneidade e conexão verdadeira entre comunicador e público.

Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a


esta parte do conteúdo exposto.

1 - A oratória tem como intenção principal o ato de:

a) - ( ) dar aula
b) - ( ) ficar em silêncio
c) - ( ) orientar, acalmar ou entreter os ouvintes
d) - ( ) informar, influenciar ou entreter os ouvintes
e) - ( ) divertir e informar o público

2 - A oratória contemporânea possui interligações com outros estudos. São eles:

a) - ( ) Andragogia, Fonoaudiologia e Linguística


b) - ( ) Química, Física e Matemática
c) - ( ) Comunicação e Teatro
d) - ( ) Dança e Artes
e) - ( ) Andragogia, Filosofia e Linguagem

3 – No desenvolvimento da apresentação:

a) - ( ) acontece a exposição das conclusões


b) - ( ) há uma pausa para que as pessoas entendam o conteúdo
c) - ( ) é abordo o conceito central da apresentação e suas referências
d) - ( ) a fala é livre e sem regras
e) - ( ) o orador realiza um debate com o público

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Unidade III

3. COMBATER A INIBIÇÃO E O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

Falar em público é um dos maiores medos do ser humano. Por falta de prática no uso das
palavras o medo ou a timidez se fazem presentes, em situações que necessitem se apresentar
diante de um número de pessoas. Essa ansiedade que ocorre quando temos de expor nossa
fala e imagem em público, muitas vezes é ocasionada pela falta de autoconhecimento, por
descontrole das emoções, por medo de ser julgado e avaliado ou de errar, por falta de
conhecimento sobre o assunto e por ter vivido alguma experiência negativa de
comunicação no passado.

A grande maioria das pessoas que sentem medo de falar em público, em sua maioria esse
medo não está relacionado com situações em que se tem de falar perante multidões. O que
mais ocorre é do temor da exposição situações menores, do dia a dia. Há quem sinta receio a
falar frente a frente, num pequeno grupo de pessoas, ou até mesmo para pedir uma indicação
sente o que popularmente é chamado de “vergonha”, a timidez. O nervosismo quando há
necessidade de maior interação com colegas de trabalho. Ou a ansiedade em um novo
trabalho ao se apresentar a novos colegas. A ansiedade também pode ir às alturas quando tem
que se falar com alguém que seja uma autoridade.

O que as pessoas mais sentem medo com relação à ação de falar em público é a sua própria
reação física, e que outros irão notar os seus sintomas. Os sintomas podem incluir voz
trêmula, sudorese, tremores, rubor facial, dificuldade em recuperar o fôlego, tonturas,
náuseas, problemas gastrointestinais e outros. Há muitos sintomas físicos que podem ser
provocados pela ansiedade. A mente pode também ser inundada com pensamentos que
levem ao medo. Pensamentos negativos que trazem preocupações de “as pessoas vão
perceber que gaguejo quando falo” ou “será que as pessoas vão entender o que eu quero

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dizer“. Esta linha de pensamento gera dúvidas nas capacidades em lidar com as
situações. Quanto mais nervosismo mais medo é sentido e mais o corpo amplifica esses
sintomas. Muitas pessoas tentam evitar falar em público. O ato de evitar pode trazer um
alívio imediato, mas é temporário e prejudicial à evolução da comunicação.

Existem muitas maneiras saudáveis para diminuir o pânico de falar em público. O primeiro
passo é não ter medo das reações físicas, pois esse medo aumenta ainda mais a
intensidade dos sintomas. Observe esses sintomas e sensações de medo sem se exaltar, aceite
os sintomas e aguente a onda de ansiedade, sempre controlando o nervosismo através da
respiração. Muitas pessoas nas situações agudas prendem a respiração ou respiram muito
rápido, de forma irregular e superficial. Essas sensações criam uma reação de emergência no
corpo. Aprender algumas técnicas respiratórias de forma controlada e voluntária é um recurso
importante para a diminuição dos sintomas físicos desagradáveis. Respire, inspire e expire
enquanto pensa em algumas imagens ou pensamentos que induzam uma palavra como, “estou
calmo” ou ”relaxa”, ou “está tudo bem”. Inspire lentamente enquanto mentaliza a palavra de
calma e expire totalmente enquanto sente a tensão diminuir.
A respiração profunda é uma técnica de relaxamento milenar, simples e de muito poder para
acalma a ansiedade. Pode ser praticada em qualquer lugar e fornece uma maneira rápida de
controlar os seus níveis de nervosismo. Tudo o que você realmente precisa é de alguns
minutos de concentração e respiração para retomar seu estado de calma.

Para fazer na prática, primeiro respire profundamente pelo nariz, puxando o ar a partir do
abdômen. Quanto mais oxigênio você inspirar, menos tenso, e ansioso, você irá sentir-se. Na
sequência expire naturalmente pela boca, deixando sair todo o ar inspirado pelos pulmões,
aliviando o stress gerado pela ansiedade.
Praticamente todos os problemas relacionados com a ansiedade, e que consequentemente
geram medo e inibição, começam nos pensamentos que temos acerca do que outras pessoas
podem pensar sobre nós, o que pensamos sobre nós mesmos e sobre o nosso desempenho.

Para evitar a inibição é necessário parar de pensar sobre si mesmo (nos seus medos) e sobre o
seu desempenho, e focar apenas em si, suas habilidades, suas forças e virtudes. É difícil
imaginar que uma pessoa extrovertida possa ficar apreensiva para falar em público. Mas
timidez e medo de se comunicar nem sempre andam juntos. Geralmente os extrovertidos não
têm medo de interagir com pessoas que já conhecem, em grupos menores. Mas quando
necessitam falar para um público maior e desconhecido, isso pode gerar muito nervosismo.
Uma coisa é ser expansivo com pessoas com as quais se tem alguma intimidade, ou se
conhece um pouco, outra é conseguir se portar diante de um grande grupo ou até mesmo de
uma multidão. Na primeira situação, com os já conhecidos, o cérebro não cria barreiras e os
pensamentos fluem de forma tranquila. Isso não acontece quando se é colocado em uma
situação considerada tensa e incômoda, como falar em público diante de estranhos. O medo
de falar para uma grande plateia acarreta problemas que podem prejudicar - e muito - o
desempenho da pessoa em questão. O nervosismo torna-se tão latente que algumas pessoas
passam a agir de forma 'robótica' e artificial.

Para falar para um grande número de pessoas de forma natural é preciso encarar a
apresentação como uma oportunidade, seja no campo educacional, profissional ou pessoal.
Pesquisar sobre o que será dito e preparar-se com antecedência ajudará a ter confiança em si
mesmo, passando a impressão de mais tranquilidade e menos nervosismo. Quanto mais
souber sobre determinado assunto, melhor poderá discursar, ou até mesmo improvisar se

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necessário, evitando ser pego desprevenido. Para abordar conteúdos de forma natural, é
preciso estar em sintonia com o que está sendo dito. Outra técnica que ajuda bastante é
mesclar o tema que será discutido com temas sobre os quais você gosta de falar. Por exemplo,
se gostar de futebol, fazer analogias que mostram que um tema por estar ligado ao outro, sem
perder o sentido da apresentação.
Prepare com antecedência o roteiro da sua fala. Isso ajuda a reduzir a insegurança,
eliminando um foco determinante de ansiedade. Organize o conteúdo definindo os tópicos de
abertura, desenvolvimento e conclusão para não se perder na hora do discurso.
Treine o discurso em frente ao espelho e procure um local aberto onde você possa falar em
um volume mais alto para escutar a própria voz enquanto treina o discurso, se possível grave
esse ensaio da apresentação para analisar sua fala e postura, identificando se as pausas estão
corretas e se a marcação da respiração está adequada. Preste muita atenção em seu tom de
voz, analise se é aguda, fraca, trêmula ou baixa, se precisa ser ajustada por você mesmo.
A postura de uma pessoa durante uma apresentação também diz muito sobre ela, e é outro
aspecto determinante para conquistar a atenção do público. Por isso organize-se para ter esse
tempo e evite correrias antes de falar. Alongue-se e prepare o corpo para enfrentar o público
com uma postura firme e relaxada.

Quando sentir algum nervosismo, lembre-se de que isto acontece com quase todos os
oradores. Tenha a consciência de que o medo é um sentimento natural. Isso ocorrendo,
procure distribuir o nervosismo entre a vibração e a emoção ao proferir suas palavras e,
assim, torne sua mensagem mais convincente. As atitudes mentais positivas atraem ouvintes
receptivos, então pense, planeje e só depois transmita. Não se deixe anular por críticas ao seu
desempenho como apresentador.

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Veja a seguir alguns conselhos do britânico Malcolm Love, especialista em comunicação em
público e da oradora Rachel Polito, autora do livro “29 minutos para falar bem em público”:

1. Largue o papel e a caneta:


Para preparar suas falas, muita gente têm o hábito de escrever tópicos em uma folha de papel.
Segundo o consultor Malcolm Love, não há nada de errado com os rascunhos, mas é preciso
lembrar que a comunicação oral é…oral. Assim que você tiver uma ideia clara do seu tema, o
conselho do especialista é treinar a sua fala para um público imaginário – até acertar as suas
palavras e a sua postura corporal. Só então você pode tomar notas, se quiser.

2. Observe os movimentos do seu corpo:


Prestar atenção à sua própria linguagem corporal, e também à dos outros, é um hábito
fundamental para falar melhor em público. Como você usa as suas mãos, pernas e braços?
Para onde direciona o seu olhar? Observe sua postura, recomenda Love, e procure intensificar
os movimentos que causam um efeito interessante. Mas cuidado: a plateia é sensível a gestos
que não parecem autênticos. A sua linguagem corporal não deve distrair o público, mas servir
como meio de sublinhar e complementar as suas palavras.

3. Fale com vivacidade e energia:


Expressar-se em público não é – ou não deveria ser – muito diferente de participar de uma
conversa. O detalhe é que você deve soar um pouco mais animado do que o normal. “Fale em
público como se estivesse participando com entusiasmo de um bate-papo”, escrevem
Reinaldo e Rachel Polito no livro “29 minutos para falar bem em público” (Editora Sextante).
Além de usar um tom de voz expressivo, também vale falar um pouco mais alto do que seria
necessário para ser ouvido.

4. Aplique truques para disfarçar o tremor das suas mãos:


Você sente pavor só de imaginar que os ouvintes podem perceber o papel tremendo em suas
mãos? Segundo Reinaldo e Rachel Polito, um truque simples é levar o texto a ser consultado
em um papel bem reforçado, com folhas grossas. Isso deve diminuir muito a chance de
notarem o tremor. Se não há nenhum papel para segurar, a dica é apoiar as mãos na mesa, na
cadeira ou no microfone. “À medida que se sentir mais confiante, solte uma das mãos”,
escrevem os consultores. “Se perceber que ainda está tremendo, volte à posição de apoio”.

5. Domine o que vai dizer:


Você jamais falará bem se não sentir confiança sobre o tema da sua exposição. Por isso, é
importante ter clareza sobre o conteúdo a ser transmitido, além de conhecer bem a estrutura
formal da sua apresentação. Quanto mais você demonstrar domínio sobre o assunto e sobre as
etapas do seu discurso, mais a plateia irá respeitá-lo e admirá-lo, dizem Reinaldo e Rachel
Polito.

6. Peça críticas construtivas:


Por melhor que seja a sua autoavaliação, ela nunca substituirá o olhar crítico de uma outra
pessoa. Por essa razão, é interessante contar com um amigo para assistir aos seus ensaios e
dar um feedback honesto sobre o seu desempenho. “Esta é a única maneira de se aperfeiçoar
continuamente como um orador”, afirma o consultor britânico Malcolm Love.

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7. Procure contar uma história:
Seres humanos gostam de relatos – não de relatórios. “Em geral nós não compartilhamos
dados com os nossos amigos, nós lhes transmitimos narrativas sobre as nossas vidas”, explica
Love. Quem fala bem em público sabe, ou pelo menos intui, que a melhor forma de capturar
a atenção de um grupo de pessoas é simplesmente contar uma boa história.

Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a


esta parte do conteúdo exposto.

1 - O que mais atrapalha as pessoas com relação à ação de falar em público é o que sentem
sobre:

a) - ( ) quanto tempo irá durar a fala


b) - ( ) sua própria reação física
c) - ( ) serem engraçados
d) - ( ) o texto a ser apresentado
e) - ( ) o microfone que será utilizado na apresentação

2 – A maioria dos problemas que causam a ansiedade em uma apresentação tem origem:

a) - ( ) no texto
b) - ( ) no público
c) - ( ) desconhecida
d) - ( ) no pensamento
e) - ( ) na informação

3 – Um dos principais aspectos para se falar bem é:

a) - ( ) sentir confiança sobre o tema


b) - ( ) estar bem vestido
c) - ( ) ter a voz grossa
d) - ( ) fazer o público rir
e) - ( ) dizer o menor número de palavras possível

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Unidade IV

4. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação ocorre sempre que o emissor, em algum contexto, emite


uma mensagem ao receptor, que interpretará a mensagem, a qual pode ter chegado até ele
com algum tipo de barreira, ruído ou bloqueio e, a partir daí, dará o feedback ao emissor,
completando assim o processo de comunicação.

- Emissor: é aquele que transmite a mensagem;


- Mensagem: é o assunto a ser transmitido;
- Código: é a linguagem que será utilizada na mensagem;
- Canal de comunicação: é o meio utilizado para transmitir a mensagem;
- Receptor: é aquele que recebe a mensagem;
- Contexto: situação em que ocorre a comunicação;
- Feedback: é o retorno da mensagem.
- Tipos de comunicação: verbal, não verbal, oral, escrita, mista e assertiva.

Comunicação Verbal
É a forma mais utilizada para se comunicar, e tem uma grande capacidade de transmitir ideias
e expressar pensamentos, em todos os níveis de complexidade. A comunicação verbal
abrange a tanto a escrita quanto a oralidade. Ela está inserida em nosso dia a dia, e em
diversos momentos de interação social.

Comunicação Não verbal


É expressada por meio de códigos, gestos, sinais, expressões faciais, expressões corporais e
por imagens. A comunicação não verbal está muito presente no nosso cotidiano, nos sinais de
trânsito, Libras (linguagem dos surdos), linguagem corporal.

Comunicação Oral
É a forma mais direta de se comunicar, já que para que ela ocorra é preciso ter a presença do
emissor e receptor - não necessariamente no mesmo local, mas no mesmo momento. Além da
conversa pessoalmente, há outras formas de realizar a comunicação oral, como o rádio,
telefone ou mensagem de voz. Para se ter uma boa comunicação oral e transmitir a mensagem
de forma eficaz, é preciso falar com naturalidade, ter uma postura assertiva e confiante. A
comunicação oral tem o poder de deixar a mensagem clara, contornando mal entendidos ou
situação inesperadas.

Comunicação Escrita
A grande diferença da comunicação escrita está no fato do receptor não estar,
necessariamente, presente na conversa, quando se trata de um livro ou um site, mas o receptor
também poderá estar presente quando for, por exemplo, uma conversa via aplicativo de
mensagem em tempo real. É preciso tomar cuidado com a clareza na comunicação escrita, já
que a interpretação do receptor pode ser diferente do objetivo inicial da mensagem, uma vez
que não existe nela a incidência de tom de voz e o timbre da fala que haveria na comunicação
oral.

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Comunicação Mista
É a mistura da linguagem verbal e não-verbal em determinada mensagem, por exemplo, em
filmes, quadrinhos, charges, placas, outdoors e cartazes de publicidade.

Comunicação Assertiva
É uma das principais competências de um profissional de sucesso. Esta capacidade demonstra
o nível de sua inteligência social, de sua habilidade de se relacionar e de conquistar a atenção
das pessoas.
É fundamental ser assertivo para que a mensagem chegue clara ao receptor. Por isso é
importante se comunicar de maneira direta, sincera, clara e objetiva. Um emissor é assertivo
quando ele consegue manifestar suas ideias e pensamentos de forma simples, de claro
entendimento e sem desrespeitar as demais opiniões. Ser assertivo na comunicação é ter
atenção à própria fala, saber o momento de se manifestar, desenvolver a oratória e ter
aprofundamento nas ideias que apresenta.

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Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a
esta parte do conteúdo exposto.

1 - O processo de comunicação ocorre sempre que:

a) - ( ) alguém fala alguma coisa


b) - ( ) o receptor emite um som
c) - ( ) o feedback é realizado pelo emissor
d) - ( ) o emissor emite um feedback ao receptor
e) - ( ) o emissor, em algum contexto, emite uma mensagem ao receptor

2 – O tipo de comunicação que abrange a tanto a escrita quanto a oralidade é a:

a) - ( ) verbal
b) - ( ) escrita
c) - ( ) emocional
d) - ( ) não escrita
e) - ( ) artística

3 - O emissor que se comunica de maneira direta, sincera, clara e objetiva pode ser
considerado um comunicador:

a) - ( ) atrativo
b) - ( ) reativo
c) - ( ) exigente
d) - ( ) assertivo
e) - ( ) inteligente

16
Unidade V

5. ASPECTOS COMUNICACIONAIS

Quando o emissor executa a ação física da fala, diversos músculos da face se movimentam, e
internamente a laringe e as cordas vocais também são acionadas e entram em movimento. O
ar inspirado para a fala sai dos pulmões e a vibração das cordas vocais emite os sons. Depois,
o som que foi produzido na laringe é articulado pela língua e lábios até sair pela boca, o que
finalmente produz a mensagem que será escutada pelo receptor.

Os principais órgãos que compõem o aparelho fonador são os pulmões, laringe (cordais
vocais e glote), boca (lábios, dentes e língua) e o nariz. Por isso a saúde do organismo – que
deve se manter em equilíbrio com uma alimentação saudável, ingestão adequada de água e o
tempo de sono necessário para descansar – reflete em uma voz saudável. Quando a voz está
saudável, todas as técnicas para se ter uma boa comunicação podem ser colocadas em prática.

Para apresentar um discurso organizado e completo de informações, é necessário realizar a


apresentação com o uso adequado dos aspectos comunicacionais, que são: discurso
(ordenação didática da informação), voz, dicção (articulação dos sons da fala), vocabulário

(recursos e aspectos linguísticos), expressão e linguagem corporal (expressão facial,


movimentos de cabeça, gestos representativos e indicativos, movimentos dos olhos) e o saber
ouvir e escutar.

É importante prestar atenção em alguns aspectos de sua comunicação, como o seu timbre de
voz, se sua fala é lenta ou acelerada, se há vícios de repetições de termos ou de linguagem, se
há excesso de gírias (ou ate palavrões), a altura da voz (se fala demasiadamente alto ou
baixo), a quantidade de palavras para emitir uma mensagem (se ocorre a verborragia), se
respira adequadamente e se articula bem as palavras (se os receptores entendem as
mensagens que são emitidas por você) e principalmente se você escuta e observa o feedback.
Faça uma autoanálise e tente incrementar fatores que podem ser beneficiados a partir do
simples cuidado de perceber como é sua própria fala e modo de se expressar. Peça que
alguém de confiança fale sinceramente o que pode ser melhorado no seu modo de falar (esse
é um exercício muito importante e trabalha a humildade e a confiança). Depois das críticas
construtivas, faça novas tentativas de melhorar sua oratória. E principalmente, se possibilite

17
desenvolver sua habilidade de oratória e comunicação através de um curso específico, de um
acompanhamento profissional ou de aulas de discurso, certamente será um ótimo
investimento tanto para sua vida profissional como pessoal. As impressões que um tipo de
comunicação pode causar estão vinculadas à cultura à qual os indivíduos (emissor e receptor)
pertencem. Ou seja, quando você fala de uma forma mais clara e de acordo com o perfil de
seus receptores, os ouvintes interpretam melhor.

O desenvolvimento da comunicação possibilita um melhor aproveitamento das inúmeras


situações organizacionais, sociais e profissionais quando a exposição pública se faz
necessária. É preciso conhecer os aspectos que compõem a comuniocação e aplicá-los para
organizar a fala numa sequência que favoreça a compreensão. Uma comunicação eficaz
envolve vários fatores como organização, voz, vocabulário, aparência, tema adequado,
objetivos, público, carga horária, recursos, procedimentos, avaliação e conhecimento. Cabe
ressaltar que o conhecimento é a habilidade fundamenta que possibilitará o sucesso na sua
comunicação.

Segundo estudo feito pelo Northern Institute of Technology Management, são necessários
somente três segundos para a formação de uma primeira impressão. E, nesses escassos
segundos, são priorizados os aspectos de roupa, apresentação pessoal, tom de voz, uso das
palavras e linguagem corporal. Assim sendo, a primeira impressão que a plateia terá você
será composta antes mesmo de você passar os primeiros slides. Por isso, é fundamental cuidar
desses aspectos. Escolha uma roupa adequada com a ocasião. Cuidado para não abusar nos
detalhes, para que os acessórios não chamem mais a atenção que você. Evite cruzar os braços,
mãos no bolso ou escondidas atrás do corpo. Mantenha contato visual com o público, de
modo equilibrado, intercalando a atenção entre movimentos, olhar e fala. Use um tom de voz
equilibrado e equalizado, de acordo com o tamanho do ambiente e número de pessoas. Se
estiver ao microfone, faça um pequeno teste de som antes da fala, evitando sopros ou ruídos
desagradáveis. Esteja atento ao contexto de sua apresentação, utilizando um vocabulário que
seja bem compreendido pelo público.

18
Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a
esta parte do conteúdo exposto.

1 – A sequência que produz a fala é:

a) - ( ) o som sai pela boca e é transformado pela voz


b) - ( ) o receptor emite um som quando respira fundo
c) - ( ) o som que é produzido na laringe e articulado pela língua e lábios até sair pela boca
d) - ( ) o som é emitido pelo receptor quando usa sua voz
e) - ( ) o som que é produzido pela faringe e articulado pela voz até sair pelos pulmões

2 – Os principais órgãos que compõem o aparelho fonador são:


a) - ( ) pulmões, laringe (cordais vocais e glote), boca (lábios, dentes e língua) e o nariz
b) - ( ) pulmões, faringe (cordais verbais e glote), boca (lábios, dentes e língua) e o nariz
c) - ( ) faringe, laringe e esôfago
d) - ( ) cordas vocais, boca (língua, dentes e lábios), nariz e orelhas
e) - ( ) pulmões, laringe (cordais vocais e garganta), boca (lábios, dentes e língua) sem o nariz

3 - Discurso, voz, dicção, vocabulário, expressão e linguagem corporal e o saber ouvir e


escutar, são os:

a) - ( ) aspectos discursais
b) - ( ) aspectos comunicacionais
c) - ( ) elementos constitucionais
d) - ( ) elementos da oratória
e) - ( ) fatores incondicionais

19
Unidade VI

6. FALAR COM DESEMBARAÇO E SEM CONSTRANGIMENTOS

A boa comunicação é a chave para o sucesso, seja em um discurso frente a uma grande
audiência ou em um diálogo com um colega. Para falar bem e confiantemente, é preciso
acreditar em si mesmo, falar com propriedade de conheciomentos e convicção, e ter domínio
sobre a área de conhecimento sobre a ideia que estiver explanando.

A fala é uma importante característica e pode ser decisiva em sua vida pessoal e profissional.
Pessoas que se comunicam bem conquistam uma maior atenção do público que pessoas
tímidas ou que não gostam de falar em público. Desenvolver alguns pontos é de fundamental
importancia para falar com desembaraço e sem constrangimentos. Agir com naturalidade,
sem tentar copiar a maneira de alguém falar, mas tendo autenticidade em sua própria maneira
de expor ideias, desde que sempre respeitando as divergências de opinião. Saber ouvir
durante um diálogo, prestando atenção nos argumentos e opiniões da outra pessoa e
exercendo a empatia, ou seja, tentando compreender a forma de entendimento do outro. Isso
ajuda a dar respostas mais adequadas e convincentes. O hábito da leitura também ajuda a

desenvolver um vocabulário mais rico, e a estruturar melhor as frases. A leitura é uma das
principais fontes de aprendizado e a ação que mais auxilia no processo de se comunicar bem,
de falar bem e de entender melhor as palavras que são escutadas. É muito importante
desenvolver e expandir o vocabulário, isso ajuda a expressar melhor as opiniões, de forma
que fiquem mais objetivas e a comunicação seja eficaz. Desenvolver bem um vocabulário não
significa utilizar e aprender palavras complicadas e excessivamente formais, mas sim
palavras adequadas para determinadas situações, por mais simples que sejam, deem ser
faladas corretamente, respeitando as regras gramaticais e com um tom de voz adequado ao
momento. É necessário estar atento ao contexto da conversa e sobre o que está sendo falando,
para que seja definido o melhor vocabulário para aquela comunicação. Quanto mais amplo o
vocabulário, mais fácil é a formulação de frases para variados tipos de conversa e com
diferentes tipos de público.

20
Toda fala, seja ela uma palestra para um grande auditório, uma reunião de negócios ou uma
simples conversa cotidiana, precisa ter começo, meio e fim. No começo, você introduz o
assunto que você deseja falar, colocando seu ouvinte dentro do mesmo contexto. No meio,
você desenvolve o assunto principal, partindo da introdução que você deu anteriormente. No
fim, você pode recapitular tudo que foi discutido e dar uma conclusão, abrindo espaço para
um feedback ou para responder perguntas e questionamentos, quando for o caso. Expresse as
suas opiniões com convicção. Antes de falar, você deve se assegurar de que realmente
acredita naquilo que fala. As palavras não devem soar de forma arrogante para expressar um
ponto de vista. A pronúncia das palavras também deve ser realizada corretamente, isso faz
com que seu interlocutor lhe entenda de forma mais clara, permitindo que ele se concentre no
conteúdo da mensagem e não se distraia por erros, além de valorizar muito sua imagem.
A linguagem corporal exerce um papel tão importante quanto a fala na comunicação. É
através dela que você coloca emoções em suas palavras, enfatiza suas frases, passa segurança
e receptividade ao interlocutor, e pode fazer maravilhas, fazendo-lhe parecer e se sentir
incrivelmente confiante. Para utilizar a linguagem corporal corretamente, primeiramente faça
contato visual. Encontre alguns rostos amigáveis no quais se concentrar, de forma que a sua
confiança aumente enquanto você fala e a mensagem seja ainda mais claramente passada. Se
você olha para baixo, não parecerá confiante, e, se estiver olhando ao redor enquanto fala, as
pessoas poderão pensar que você está distraído ou procurando algo melhor para fazer. Olhe
para os olhos das pessoas enquanto conversa com elas — você pode desviar o olhar por um
momento ou outro para definir o raciocínio, mas, em geral, mantenha-se concentrado nos
olhos da pessoa com quem você fala. Caso esteja falando com um grupo maior, onde é difícil
manter o contato visual com todos ao mesmo tempo, concentre-se em apenas algumas
pessoas na audiência, os que estiverem mais próximos, por exemplo.

Caso vá fazer uma apresentação em palco ou auditório, conheça o local antecipadamente se


for possível e no dia da apresentação chegue ao local com antecedência mínima de 1 hora,
evitando imprevistos e tendo tempo suficiente para se concentrar e relaxar antes da
apresentação. Caminhe ao redor da área do discurso e pratique usando o microfone e
quaisquer outros auxílios visuais. Saber com o que você irá lidar e ter um senso de onde você
estará, como a plateia parecerá e como se sentirá caminhar em volta à medida que você fala
pode lhe ajudar a diminuir o nervosismo. É muito melhor saber o que você enfrentará do que
ter uma grande surpresa que cause uma queda de confiança no dia da apresentação.

Procure saber antecipadamente sobre quem será seu público, sua audiência. É
necessário saber com quem você está falando, isso pode lhe ajudar muito no falar com
confiança. Se você estiver frente a uma grande audiência, é importante saber de onde vem,
que idade tem, e qual o nível geral de conhecimento deste público a respeito do tema que será
tratado. Isso ajuda no preparo do texto que será discusado para que as palavras sejam
utilizadas mais adequadamente, de acordo com o perfil do público. Se você estiver
conversando com um pequeno grupo de pessoas, procure saber informações básicas a
respeito delas — como suas opiniões políticas, seus variados sensos de humor— lhe poderá
ajudar a falar a coisa certa (e evitar a errada).

Conhecer o seu material e escolher um tema que se tenha real conhecimento a respeito dele é
outro fator que deve ser bem observado. Se você sabe muito a respeito de seu tema, se sentirá
muito mais confiante ao falar sobre ele. Não deixe para preparar o que precisa falar com
pouca antecedência, apenas na noite anterior à apresentação, isso irá gerar insegurança por
perguntas que podem surgir e que poderão não ter respostas.

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Saiba aprofundadamente a respeito do tema que você será apresentado e se mantenha
atualizado.Saiba utilizar as pausas em sua fala. Algumas pessoas veem as pausas como sinais
de fraqueza, mas esse definitivamente não é o caso. É normal pausar para organizar os
pensamentos e refletir quanto ao que você irá dizer a seguir. O que é ainda pior é falar rápido
demais e acabar divagando nas palavras. Falar ponderadamente significa que as pausas do
discurso soarão naturalmente. Evite utilizar pausas verbais com sons como "hum", "Ahn",
"Né", "Tá", enquanto fala. Se perceber que utiliza demasiadamente esses sons de pausa, tente
reduzir a quantidade de usos.

Gesticular enquanto se fala é uma ótima maneira de expressar um ponto de vista e enfatizar
as suas palavras. Mas não use as mãos ou gesticule de maneira excessiva ou agressiva,
evitando estar muito agitado. Ao se comunicar não compense palavras com excesso de
expressões corporais, ao invés disso, manter as mãos ao lado do corpo e usá-las somente em
alguns momentos-chave durante o discurso ajudarão a expressar o ponto em questão muito
mais eficientemente. Outra parte importante no falar bem é saber o que não falar. Ao
discursar, toda e cada palavra deve ter utilidade no texto, é sendo melhor evitar as
divagações. Escrever e depois ler as suas próprias palavras pode ajudá-lo a perceber onde há
muita repetição, e quais itens você necessita ajustar ou até mesmo suprimir. Use exemplos
para cativar a audiência. Em uma apresentação chegará um momento em que será preciso
apresentar algumas verdades para conseguir a atenção das pessoas. Utilize de exemplos reais,
cite algumas estatísticas, relatos ou histórias que ajudarão a enriquecer a expressarão de seu
ponto de vista. Se você estiver dando um discurso, uma história no começo ou no final pode
ajudá-lo a introduzir os seus pontos de uma forma mais humana.

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Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a
esta parte do conteúdo exposto.

1 – O hábito da ___________________ também ajuda a desenvolver um vocabulário mais


rico, e a estruturar melhor as frases. Qual palavra completa a lacuna?

a) - ( ) alimentação saudável
b) - ( ) declamação de poesia
c) - ( ) divagação
d) - ( ) leitura
e) - ( ) caminhada

2 – É através dela que você coloca emoções em suas palavras, enfatiza suas frases, passa
segurança e receptividade ao interlocutor. Trata-se da:
a) - ( ) sonoridade verbal
b) - ( ) linguagem corporal
c) - ( ) timidez
d) - ( ) manifestação artística
e) - ( ) linguagem não verbal

3 - Quanto mais amplo o __________________, mais fácil é a formulação de frases para


variados tipos de conversa e com diferentes tipos de público. Qual palavra completa a
lacuna?
a) - ( ) palco
b) - ( ) texto
c) - ( ) auditório
d) - ( ) público
e) - ( ) vocabulário

23
Unidade VII

7. DICAS PARA SER OBJETIVO E CONCISO

Ser objetivo é ter convicção sobre suas ideias e demonstrar claramente sua linha de raciocínio
por meio de palavras, fazendo com que o receptor entenda a mensagem sem confusão.
Ser conciso é utilizar a quantidade necessária de palavras para exprimir uma idéia. Indo
direto ao assunto, não ficar "enrolar" ou "encher lingüiça". Apresentando a ideia sem excesso
de palavras ou exemplos. Antes de uma apresentação, saiba e organize o que irá falar. Ao
organizar seu pensamento em torno da ideia que quer expor, seu raciocínio começa a se
alinhar. Ao ter tudo organizado tanto no papel quanto mentalmente, fica mais fácil falar com
assertividade e transmitir segurança no discurso.

Para discursar com objetividade e concisão produza o texto que irá apresentar e corte as
palavras desnecessárias. Revele logo no início quais pontos irá abordar, de maneira
resumida. Não fique rodeando até chegar ao que realmente interessa. As pessoas vão se fixar
buscando aquilo que as atrai logo nos primeiros minutos. Portanto, prenda sua ouvinte o
quanto antes. Não dá para falar com confiança e clareza de algo que não dominamos. Por
isso, leia bastante e escute outras pessoas que saibam falar do assunto. Quanto mais bagagem
você tiver, mais fácil será falar de um tema. Se for necessário improvisar, aborde temas de
seu conhecimento com objetividade e confiança em qualquer situação, evitando perder o
sentido da ideia que está sendo apresentada. Faça um roteiro da apresentação, coloque
palavras-chave que ajudam a nortear os tópicos. Não escreva o que você vai dizer, para não
se prender a textos, apenas deixe alguns pontos ressaltados que poderão guiar a sua fala, para
que não se perca. Os argumentos são elementos importantes para quem quer falar bem. Eles
passam credibilidade, reforçam a fala, dão suporte ao discurso, mas devem ser utilizados
maneira inteligente. Por mais importante que seja um argumento, ele só deve ser citado uma
vez. Quando começamos a repetir aquilo que foi dito, o ouvinte perde o interesse. Cite seu
argumento, reforce a ideia em cima dele e continue em frente. Evite vícios de linguagem, que
não acrescentam informação. Entretanto, não omita informações que não podem ser inferidas.
Além disso, mantenha as frases curtas para que seja fácil acompanhar seu raciocínio. Fazer

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uma apresentação sem objetivo definido é como sair de viagem sem um destino. Pode até ser
boa a sua apresentaçã, mas pode ser que seja pouco ou nada efetiva a mensagem que você
quer deixar para o público. Ao começar a preparar sua palestra, pergunte-se: – Quando acabar
minha apresentação, o que é importante que meu público saiba, explore, lembre-se, guarde,
reflita, considere, aprenda, conheça.

As duas estruturas fundamentais para conduzir sua palestra de forma organizada são a
estrutura racional e a emocional. A racional é a estrutura que irá guiar você na escolha dos
seus argumentos, fatos e evidências e junto ao seu objetivo, irão influenciar sua plateia a
mover-se para o seu lado. Já a estrutura emocional irá conectar você com suas melhores
emoções. Ela determinará sua intenção e sua atitude corporal e mental que junto à força dos
seus argumentos, comovendo e motivando o público a criar empatia e envolvimento com seus
argumentos.

Se expressar clara e concisamente não é uma ciência exata e, portanto, pode haver diferenças
de interpretação mesmo que você tenha considerado clara a mensagem que emitiu. Quando se
trata de uma apresentação direta e objetiva deve se tomar alguns cuidados para que seu
desenvolvimento seja bem sucedido. Iniciar a apresentação já agradecendo a presença e a
oportunidade, e logo após indo direto ao assunto que será abordado. Os assuntos devem
ser abrangentes e compostos de diversos aspectos. Por isso, para ser objetivo é importante
que você saiba qual é o aspecto mais relevante para a exposição que irá apresentar. Contar o
problema e entregar a solução é o mais eficaz nessa situação, os argumentos devem ser ditos
apenas uma vez, foque naqueles que são mais importantes e tente não persistir em repetir os
argumentos. Apresentar as soluções deixa a apresentação mais objetiva e leve, assim você
consegue ter ainda mais atenção de seu público. Ser breve na introdução e na conclusão
também deixa sua apresentação ainda mais objetiva e concisa, falar o suficiente e com um
bom conteúdo é a melhor forma de manter uma apresentação de qualidade e muito objetiva. É
preciso sintetizar as ideias para caber em um horário e criar um discurso atrativo. A clareza
do pensamento vai ajudar. Por mais abrangente que um assunto seja, fazer o recorte
delimitando o tema e levantando os pontos mais importantes torna a palestra agradável. A
introdução e a conclusão precisam ser breves e claras. A maneira como falamos transmite
credibilidade e abre portas.

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Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a
esta parte do conteúdo exposto.

1 – Ter convicção sobre suas ideias e demonstrar claramente sua linha de raciocínio por meio
de palavras, fazendo com que o receptor entenda a mensagem sem confusão. Trata-se de:

a) - ( ) ser convincente
b) - ( ) ser objetivo
c) - ( ) ser divagador
d) - ( ) ser ágil
e) - ( ) ser confuso

2 – Utilizar a quantidade necessária de palavras para exprimir uma idéia. Indo direto ao
assunto. Trata-se de:
a) - ( ) ser influente
b) - ( ) ser comovente
c) - ( ) ser diferente
d) - ( ) ser objetivo
e) - ( ) ser conciso

3 - As estruturas fundamentais para conduzir sua palestra de forma organizada são:


a) - ( ) a regional e a estadual
b) - ( ) a racional e a emocional
c) - ( ) a real e a virtual
d) - ( ) a verbal e a oral
e) - ( ) as estruturas de concreto

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Unidade VIII

8. ESTRATÉGIAS PARA CONVENCER E INFLUENCIAR

Saber como influenciar pessoas é uma habilidade importante, desenvolver o carisma ajuda a
se relacionar melhor com as pessoas, principalmente no que diz respeito ao melhor
entendimento do seu ponto de vista no momento de uma conversa ou apresentação. Cativar
pessoas é um ponto importante também para quem quer ganhar autoridade em sua área de
atuação e também em seus relacionamentos interpessoais. Porém, não se trata de manipulação
ou qualquer tipo de ação que seja intencionada para tirar vantagens de alguém, mas realmente
o ato de conquistar pela confiança, postura e credibilidade. Uma simples técnica para
influenciar pessoas é movimentar positivamente com a cabeça quando está falando,
principalmente quando for pedir por um favor. Já foi estudado que quando as pessoas
realizam esse gesto, significa que estão concordando com algo que ouviram. Pratique essa
técnica para ser mais convincente, acene com a cabeça quando estiver dialogando e
dificilmente a pessoa à sua frente deixará de acenar também, ou seja, inconscientemente
estará concordando com o que você está falando.

Para que você possa influenciar pessoas, será preciso que elas se concectem de alguma forma
com você. Para isso há uma segunda técnica, a escuta reflexiva. Trata-se de repetir o que uma
pessoa fala durante a conversa. A técnica também é simples, escute atentamente o que a outra
pessoa está falando, e no momento da sua fala, repita o que ela acabou de dizer,
complementando o seu raciocínio. Pode não parecer, mas é uma ótima maneira de mostrar
que se importa com essa pessoa, o que ajudará no processo de ela gostar de você. Quando
alguém estiver errado, evite corrigir no momento em que expõe o argumento, isso pode
desencadear certa dificuldade em conseguir cativar alguém que teve o seu entendimento
colocado em discordância. O ideal é ser empático sempre, e tentar encontrar pontos do
diálogo em que possuem a mesma opinião. Uma terceira e eficiente técnica, o mimetismo,
que é o ação de “imitar” o comportamento da outra pessoa, o que também pode ser uma
ótima maneira de influenciá-la. Quando imitadas, as pessoas possuem uma tendência a serem
favoráveis a quem realizou a imitação. Isso acontece devido ao fato de as pessoas desejarem
receber uma confirmação das suas atitudes. O elogio também é um recurso a ser utilizado,

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não se trata de uma técnica em si, mas de uma forma de utilizar a influência, afinal, todos
gostam de ser elogiados, mas esse recurso deve ser utilizado somente com alguns tipos de
perfis de público e sempre com muita cautela. Principalmente em casos que o Caso o elogio
não seja exatamente sincero, pode ser que o público perceba ou sinta, então, é bom tome ter
atenção para que essa estratégia não seja falha. Entretanto há uma estratégia que sempre
funcionou, conforme demonstra o escritor de best-sellers e orador Dale Carnegie, autor
de Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, diz em seu livro que o nome de uma pessoa é o
som mais agradável que ela pode ouvir. Escutá-lo ajuda a reforçar a sua identidade. Por isso,
sempre que possível utilize o nome da pessoa quando for falar com ela. Essa atitude irá criar
um ambiente em que os outros serão muito mais receptivos e dispostos a nos ouvir. Para ser
um comunicador convincente e influenciador, primeiramente seja educado, mesmo que
discorde da opinião do seu público, mostre que não concorda mas está disposto a ouvir para
tentar compreender, em seguida coloque o seu ponto de vista e mostre amigavelmente, com
dados e fatos, o seu olhar sobre o assunto. Jamais se deve dizer que as pessoas estão erradas,
tal afirmação pode ser deselegante e trazer dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Se
você souber discordar de alguém, é bem possível trazer a pessoa para o seu lado, assim, é
mais difícil haver um conflito e a chance da pessoa mudar de opinião é grande, ou ao menos
de terem uma discordância que seja amigável e que não crie barreiras na comunicação.

O filósofo grego Aristóteles é um dos fundadores da teoria da comunicação, e afirmou que a


persuasão ocorre quando 3 fatores se destacam no discurso: Logos, Ethos e Páthos.
LOGOS abrange a definição de persuasão e argumentação através da empatia cognitiva.
Influenciar por meio da lógica, fatos observáveis e evidências. ETHOS é quando sentimos
afinidade com a pessoa que se apresenta. Isso se dá pela interpretação que fazemos dela e
pela impressão que exerce sobre nós através de suas atitudes, hábitos e ou crenças.
Admiramos seu caráter, experiências, diplomas, status, histórico de conquistas,
etc. PÁTHOS, de paixão, é quando somos envolvidos pelas emoções da pessoa que se

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apresenta. Mais especificamente, quando acontece empatia emocional entre palestrante e
plateia.

O objetivo do comunicador é conduzir as pessoas a uma ação, a uma decisão, por isso ele dá
ênfase à sua lógica e raciocínios para convencer seu público. É muito importante também
demonstrar emoções que valorizem seus argumentos para que o receptor da mensagem se
emocione, facilitando a persuasão, usando a razão e a emoção, juntas, para mover e comover
o público. Persuadir alguém significa fazer com que essa pessoa aceite a ideia que você está
passando ou convença a tomar uma atitude que você propõe. O poder de persuasão trata
sobre a capacidade que alguém tem de persuadir, de convencer outras pessoas, não é um dom,
apesar de ser uma coisa muito natural para alguns. Significa convencer uma pessoa a realizar
algo por meio do processo de convencimento natural. A arte de persuadir é uma característica
marcante e muito importante para uma pessoa, é a capacidade de influenciar outras pessoas a
seguir suas instruções, lembrando que persuasão e manipulação são dois conceitos muito
parecidos e que podem causar confusão na cabeça de muita gente, mas não são iguais,
persuadir é bem diferente de manipular. Manipular é quando você influencia alguém a fazer
algo que você quer, sem pensar no outro lado da moeda, é quando não há empatia ou respeito
ao outro, é pressionar para que a sua vontade seja realizada, independente se isso for bom ou
não para a outra pessoa. Já persuadir é quando você aplica uma estratégia de comunicação
com a finalidade de apresentar algo vantajoso para a outra pessoa e convencê-la, por meio de
argumentação lógica, a tomar uma atitude. Por exemplo, um vendedor, que em suas vendas,
tenta convencer o cliente a realizar uma compra que será benéfica para ele. O que diferencia
os dois conceitos, persuadir e manipular, é a intenção por trás do processo. Quem manipula
apenas tira vantagens da situação, sem oferecer nada em troca, a persuasão leva em
consideração o outro, ela vê os benefícios para a pessoa que está sendo influenciada. A
persuasão está presente na nossa vida o tempo todo. Desde um advogado que defende uma
causa frente a um juiz, até um consumidor que barganha a compra de um produto, tentando
chegar em um preço mais baixo.

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Para influenciar alguém evite o uso da palavra “não” em seus diálogos ou apresentações, ao
usá-la, você acaba reforçando o que vem em seguida, o elemento negativo do entendimento.
Por exemplo, se eu te falasse agora: “não pense em uma flor amarela”! Provavelmente foi em
uma flor amarela que você pensou. Isso acontece porque a palavra “não” é mais difícil de ser
processada e interpretada pelo cérebro, justamente por representar uma oposição ao que é
dito. Então, para facilitar a comunicação e reforçar as mensagens positivas, você evite
construções negativas. Elas fazem o público pensar e fixar justamente no que você não
gostaria que ela pensasse. As afirmações positivas são muito mais poderosas, pois transmitem
um gatilho mental de positivismo e ação. Um outro ponto importante em sua comunicação,
para que seja persuasiva é a velocidade na qual você conversa, o que influencia muito na
forma como as outras pessoas recebem a sua mensagem. Evite falar rápido demais, para que
seu ouvinte ou potencial cliente consiga entender claramente o que você está dizendo. Nem
fale muito devagar, para não parecer que você subestima a inteligência do seu ouvinte.
Quanto mais controle você tem da sua imagem, mais confiança você consegue passar para o
seu ouvinte, sua flexibilidade e simplicidade durante as conversas, principalmente nas
negociações permitem que haja clareza no entendimento e que não há ruídos na comunicação.
Os profissionais da área marketing utilizam os gatilhos mentais como ferramentas de
persuasão, com o objetivo de influenciar os consumidores a escolherem seus serviços. Para
causar essa influência, é preciso saber utilizar os gatilhos adequados, que destaquem o lado
positivo do que irá ser proposto. Os gatilhos mentais começam a se desenvolver desde cedo
nos seres humanos, sendo gerados por “princípios e estereótipos psicológicos que
aprendemos a aceitar”, como afirma o psicólogo Robert Cialdini, especialista na área. Eles
acabam se tornando tão automáticos que a maioria de nós nem percebe sua existência. No
entanto, ao compreender esses conceitos é possível utilizá-los a nosso favor para influenciar
pessoas. São 6 os principais gatilhos mentais que podem ser usados como uma poderosa
ferramenta de persuasão e influência: reciprocidade, compromisso, aprovação social,
afinidade, autoridade e escassez.

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A base para influenciar pessoas e persuadir é um conjunto de técnicas e posturas que você
pode utilizar para conquistar confiança, ser mais influente ou alavancar a sua carreira.
Independentemente do seu objetivo, é algo que será positivo em suas relações interpessoais.
Gestos demonstram emoções, como disse o escritor e filósofo Pascal: “a arte de persuadir
consiste tanto mais em agradar do que em convencer, quanto os homens se guiam mais pelo
capricho do que pela razão”.

Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a


esta parte do conteúdo exposto.

1 – Repetir o que uma pessoa fala durante a conversa. Trata-se da técnica de:

a) - ( ) fala ativa
b) - ( ) imitação passiva
c) - ( ) escuta reflexiva
d) - ( ) imitação compulsiva
e) - ( ) escuta passiva

2 – O que significa fazer com que essa pessoa aceite a ideia que você está passando ou
convença a tomar uma atitude que você propõe?
a) - ( ) manipular
b) - ( ) comover
c) - ( ) obrigar
d) - ( ) persuadir
e) - ( ) ignorar

3 - Os profissionais da área marketing utilizam os _________________ como ferramentas de


persuasão, com o objetivo de influenciar os consumidores a escolherem seus serviços. Qual
expressão completa corretamente a lacuna?
a) - ( ) gatilhos verbais
b) - ( ) gatilhos mentais
c) - ( ) discursos
d) - ( ) publicitários
e) - ( ) gatilhos educacionais

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Unidade IX

9. TÉCNICAS COMUNICACIONAIS APLICADAS AOS PROCEDIMENTOS


JURÍDICOS

Há uma relação substancial entre o os procedimentos jurídicos e a comunicação. Impossível


imaginar um profissional da área jurídica sem domínio adequado da língua portuguesa tanto
em sua escrita como em sua comunicação. Os atos normativos, os conhecimentos
doutrinários, as petições, os atos processuais, as decisões judiciais, tudo passa pelo uso da
linguagem. Alem disso, o contato com advogados, clientes, servidores forenses e outras
autoridades que fazem parte do universo jurídico. Todo o conhecimento e a realização do
processo jurídico passam pela linguagem.

No ambiente jurídico a linguagem deve ser utilizada de forma culta, respeitando


formalidades e hierarquias, sempre utilizando dos pronomes de tratamento senhor e senhora.
Saber expressar-se no direito é de suma importância. É através das palavras que o
profissional do direito irá formular o pedido do seu cliente, formando o pensamento através
das palavras. Consequentemente, caso não use este recurso a seu favor e não saiba utilizar as
palavras em seu contexto, terá o seu pedido indeferido, melhor dizendo, o pedido não será
aceito, será negado pelo juiz.

Compreende-se que a palavra e o Direito estão ligados. A palavra é o meio pelo qual o
profissional de Direito realiza várias atividades tais como: peticionar, contestar, apelar,
arrazoar, inquirir, persuadir, provar, tergiversar, julgar, absolver ou condenar. Sendo assim, o
advogado, bem como o Técnico em Serviços Jurídicos que o auxiliar, deve ter muito cuidado
com os vocábulos que lida na advocacia.

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Saber se comunicar é uma das principais competências que um profissional precisa praticar e
desenvolver. É necessário buscar a solução de conflitos e o convencimento de suas ideias. Por
isso mesmo a oratória é um estudo de suma importância. Além do conhecimento necessário
para gerar argumentação, é preciso ter autocontrole e postura adequada. Afinal, saber
comunicar bem é preciso para se destacar como profissional. Quando o profissional fala que
trabalha com assuntos que envolvem as questões jurídicas é comum que as pessoas já o
imaginem com uma excelente oratória. O problema é que a maioria das escolas, cursos e
faculdades, praticamente não ensina a arte da oratória, e em algumas disciplinas técnicas o
assunto é abordado superficialmente o que não colabora para que os futuros profissionais
saibam se comunicar com excelência. A profissão de Técnico em Serviços Jurídicos exige
boa fala e comunicação assertiva. Se comunicar fará parte do universo deste profissional, pois
terá que fazer o uso da palavra em praticamente todos os seus contatos com chefias, colegas e
clientes, em uma reunião, na hora de apresentar um projeto para a empresa e, até mesmo, para
defender uma posição em um debate ou quando houver necessidade de apresentar um
trabalho acadêmico. Falar em público é muito mais do que dominar o conteúdo e proferir
belas palavras, por isso busque informações. Se você argumentar sempre da mesma maneira
atingirá somente parte do seu público.
Há três formas de se iniciar um discurso que funcionam muito bem no contexto jurídico.
Iniciando pela atenção, com um argumento forte, algo impactante e que traga a atenção das
pessoas para o assunto. Por um breve contexto e a solução do problema, em falar sobre o
problema de maneira breve e logo após mostrar a sua ótica para solucionar. E pela geração da
dúvida, expondo um fato que deixe o ouvinte “pensando” no que pode ser, influenciando para
que a decisão seja o pensamento para X ou para Y, destacando mais aspectos que influenciam
diretamente na sua argumentação. Saber variar o tom da voz e destacar as palavras mais
importantes no discurso farão com que as pessoas prestem mais atenção aos pontos de
destaque do seu discurso e fiquem mais concentradas em seus argumentos. O ideal é destacar
as palavras mais importantes aumentando o volume da voz, mas sem gritar.

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Uma necessidade quando apresentamos alguma ideia é entender que as pessoas têm
experiências diferentes das nossas e visões de mundo que podem não ser muito parecidas. É
necessário explicar uma sigla ou um jargão ou expressão técnica na hora que colocamos
nossos argumentos. Se as pessoas não entenderem o que você diz, é ruim, mas se elas
acharem que entenderam pode ser pior. Por exemplo, um Técnico em Serviços Jurídicos, ao
conversar com um o Advogado, utiliza a sigla PDV para falar sobre um Ponto De Venda, se
ele não explicar o que significa o advogado pode interpretar como algo diferente e não ter o
correto entendimento. Se houver um ruído como esse na comunicação ficará difícil ser
compreendido. Comunicar-se é algo que faz parte da vida de quem trabalha na área jurídica.
Aristóteles dizia que “a excelência não é um ato, mas um hábito.

Não existe efetividade sem comunicação. Peter Drucker afirma que “Setenta por cento de
todos os problemas administrativos resultam da ineficácia da comunicação” e, muitos destes
problemas se devem aos profissionais que possuem uma comunicação ineficaz, pois no
processo da comunicação sabemos que o resultado obtido é de responsabilidade exclusiva
daquele que emite uma mensagem.
Estratégia comunicacional é a capacidade que um profissional possui para organizar suas
ideias e desenvolver uma mensagem eficaz que inspire nas pessoas o comprometimento
desejado para alcançar um resultado superior.

Entre as técnicas de linguagem jurídica existem: a linguagem dos requerimentos, a


linguagem contratual, a linguagem notória, a linguagem da petição a linguagem dos
requerimentos, a qual o operador do direito se utiliza para solicitar ou pedir alguma coisa,
usando a formalidade, objetividade e coerências. No que tange a formalidade, o requerimento

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deve conter, já em seu cabeçalho, a qual autoridade se dirige o cargo que exerce. No âmbito
da objetividade, o requerimento deve ser redigido de forma objetiva; os fatos devem ser
narrados de forma sequencial de modo que demonstre as consequências jurídicas que iram
embasar o pedido de deferimento. No sentido da coerência, o pedido deve ser coerente aos
fatos narrados. ou seja, uma conclusão lógica dos fatos narrados. Por isso a importância de
narrar os fatos de maneira sequencial, temporal e lógica.
A linguagem contratual é usada para expressar, materializar e formalizar os direitos e
obrigações compactuados por partes contratantes. Por isso que as partes são citadas já no
início do contrato, além de haver a descrição minuciosa e clara do objeto ou o objetivo do
contrato, o valor atribuído a estes juntamente com a data e o prazo para o pagamento e a
execução da vontade pactuada.
A linguagem notória dos cartórios é usada pelos cartorários para dar publicidade,
formalidade e autenticidade aos pactos contratuais realizados no cartório. Os documentos e
decisões de autoridade pública são conhecidos como “autos”.
A linguagem da petição é uma narrativa de relato fiel sobre fatos ocorrido. Na argumentação
são relatadas as consequências jurídicas que os fatos ocasionaram, juntamente com os
argumentos fundados nas pesquisas literárias como acórdão, jurisprudência e doutrinas,
chegando ao ponto de que o desdobramento seja o próprio pedido pretendido pelo operador
de direito.
Como a ferramenta essencial do operador do direito é a comunicação, seja escrita ou oral,
deve-se sempre aperfeiçoar-se no uso correto dos tipos de linguagem jurídica e suas
peculiaridades.

Quando se começa a estudar o ramo jurídico, algumas pessoas barram em dificuldades


presentes nessa específica linguagem, os termos jurídicos e de algumas expressões difíceis de
compreender. Dentre algumas dessas expressões difíceis de serem compreendidas por
pessoas sem conhecimento jurídico, existem as expressões em latim que vieram de origem do

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Direito Romano e estão presentes em nosso Direito Pátrio. Há muito tempo atrás, o latim era
uma das matérias obrigatórias a ser ensinada para estudantes de Direito no ensino superior
brasileiro. Porém, essa obrigatoriedade deixou de existir e o latim dentro das faculdades
passou a ser utilizado apenas através de algumas expressões existentes na linguagem jurídica.
Hoje em dia, se alguém tiver interesse em estudar e conhecer algo sobre latim para se
aprofundar no estudo dessa ciência jurídica, deve buscar conhecimento através de alguns
dicionários de latim. Na redação forense, o latim detém uma relevância ímpar, tornando o
texto mais técnico e com uma linguagem apropriada. São diversas as expressões existentes
em latim, porém como nosso espaço é limitado, buscaremos aqui focar nas oito mais
utilizadas no meio jurídico, são elas: mutatis mutandis, SIC, a priori e a posteriori, inaudita
altera parte, data vênia e habeas corpus. Nem todas possuem as mesmas finalidades, algumas
serão utilizadas apenas para aprimorar a sua redação jurídica, outras, portanto, são expressões
que fazem referência a algum instrumento utilizado por profissionais da área.

1. Mutatis Mutandis
A expressão Mutatis Mutandis significa "mudando o que deve ser mudado" e refere-se ao
fato de usar um mesmo argumento a outro caso, mesmo existindo algumas diferenças e que
seja necessário fazer as devidas alterações no texto.

2. SIC
SIC (sic erat scriptum), que pode ser traduzido de forma literal em "desse jeito", "assim".
Quando estamos escrevendo um texto forense com todas as suas peculiaridades e
formalidades, inclusive com o bom uso do português jurídico, e dentro desse texto existe a
necessidade de citar alguma informação que nos parece errada, incluímos a expressão SIC.

3. A priori e a posteriori
A expressão a priori refere-se a uma hipótese, ou seja, algo que ainda não passou por um
experimento. Outro entendimento diz respeito a um argumento baseado apenas em
suposições. Podemos citar como exemplo a seguinte frase: esse rapaz não pode ser preso, a
priori, pois nada fez a ninguém. A segunda expressão, conhecida como a posteriori, em
tradução literal significa "a partir do que é posterior" e diz respeito a algo que resulta de uma
experiência ou que dependeu dela.

4. Inaudita altera parte


A expressão inaudita altera parte que pode ser ser traduzido de forma literal em "sem ouvir a
outra parte" é comumente utilizada em textos que se pede que o juiz conceda algo sem a
necessidade de ouvir a outra parte.

5. Data Venia
É do conhecimento de todos que o formalismo é presente em âmbito jurídico, também é claro
a existência de disputa de argumentações dentro do Direito, afinal de contas, essa é a essência
dele. Diante dessas duas vertentes, ao posicionar-se dentro de um texto ou até mesmo
quando falar em público, através da utilização da defesa oral nos tribunais, pode acontecer de
ocorrer uma discordância em algum momento daquela autoridade que proferiu uma decisão
contrária ao interesse do advogado que defende um cliente. Nesses casos, ao discordar de
alguém, seja advogado, juiz ou promotor (no nosso exemplo um juiz que proferiu decisão)
utiliza-se, antes do seu argumento, a expressão data venia, que corresponde a uma permissão
para discordar.

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6. Habeas corpus
Diante de todos os termos explicados até aqui, tenho certeza que esse é o mais popular, pois
comumente ele é mencionado em programas jornalísticos quando se trata de algum político
ou pessoa que tenha ou possa ter sua liberdade de locomoção em risco. O termo em sua
tradução literal significa "que tenha o teu corpo". Trata-se de uma ferramenta constitucional
que garante o Direito de locomoção àquela pessoa que esteja em situação próxima de perde-la
ou que já a tenha perdido.

Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a


esta parte do conteúdo exposto.

1 – Forma de escrita própria do meio jurídico é a:

a) - ( ) redação advocatícia
b) - ( ) escrita de juizado
c) - ( ) escrita contemporanea
d) - ( ) redação forense
e) - ( ) redação política

2 – Entre as técnicas de linguagem jurídica existem:


a) - ( ) a linguagem dos requerimentos, a linguagem contratual, a linguagem notória, a
linguagem da petição a linguagem dos requerimentos
b) - ( ) a linguagem dos advogagos, a linguagem dos juizes, a linguagem dos promotores
c) - ( ) a linguagem brasileira de sinais
d) - ( ) a linguagem forense e não forense
e) - ( ) a linguagem técnica jurídica e informal advocatícia

3 - A linguagem ___________________ é usada para expressar, materializar e formalizar os


direitos e obrigações compactuados por partes contratantes. Qual expressão completa a
lacuna corretamente?
a) - ( ) coloquial
b) - ( ) contratual
c) - ( ) forense
d) - ( ) notória
e) - ( ) dos requerimentos

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Unidade IX

10. RECURSOS E ASPECTOS LINGUÍSTICOS

Os recursos linguísticos são formas para expressar experiências comuns, conferindo


originalidade, emotividade ou teor poético ao discurso. As figuras de linguagem ou de estilo
são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva.

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a


linguagem mais expressiva.

Anáfora: consiste na repetição da palavra ou expressão, no início de uma série de versos.


Esse recurso, na linguagem poética, é perfeitamente possível. Na linguagem formal, na
dissertação, a repetição abusiva pode não levar ao mesmo resultado. Por isso evite esse
recurso no seu texto formal ou utilize-o com critério e consciência.

Antítese: consiste no contraste entre dois elementos ou ideias.

Comparação: consiste em confrontar duas realidades distintas para realçar analogias ou


diferenças.

Metáfora: consiste numa espécie de comparação à qual falta o primeiro termo e a partícula
comparativa, que geralmente está abreviado ou subtendido.

Ironia: consiste em atribuir às palavras um significado diferente daquele que na realidade


têm, sugerindo, em geral, o contrário do que quer, de fato, dizer.

Eufemismo: consiste no uso de uma expressão por outra, para evitar ou atenuar o efeito
desagradável que esta última produzia.

Hipérbole: consiste em um uso exagerado de termos a fim de dar ênfase ao pensamento.

Os aspectos da linguística são a fonética, a fonologia e a morfologia (como diferentes


elementos se combinam para formar palavras).

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A Fonética é o estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos (reais) dos atos
de fala no que se refere à produção, articulação e variedades.

A Fonologia é o estudo dos Fonemas (os sons) de uma língua. Para a Fonologia, o fonema é
uma unidade acústica que não é dotada de significado. Isso significa que os fonemas são os
diferentes sons que produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir
da junção de unidades distintas. Essas unidades, juntas, formam as sílabas e as palavras.

A morfologia é como os diferentes elementos da linguagem se combinam para formar


palavras.

A palavra 'Fonema' tem origem grega e representa as menores unidades sonoras que formam
as palavras. As palavras são a unidade básica da interação verbal e são criadas pela junção de
unidades menores: as sílabas e os sons, na fala, ou as sílabas e letras, na escrita.
Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Essa classificação existe
em virtude dos diferentes tipos de sons produzidos pela corrente de ar que sai dos nossos
pulmões e é liberada, com ou sem obstáculos, pela boca e/ou pelo nariz.

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Vogais e consoantes são fonemas, ou seja, são os sons da língua. São produzidos pelo
aparelho fonador, juntamente com o ar que sai dos pulmões. Quando um som é emitido com
passagem livre do ar pela boca, havendo vibração das cordas vocais, é considerado uma
vogal. Quando um som é emitido com algum tipo de obstáculo à passagem do ar, que pode
ser feito pela língua, pelos dentes ou pelo lábio, é considerado uma consoante.
As vogais podem ser classificadas conforme diferentes critérios, como a intensidade, o timbre
e a zona de articulação, entre outros. Disso decorrem diversas classificações para as vogais.

Vogais orais:
Vogal emitida com passagem do ar apenas pela boca: lata, testa, palito.

Vogais nasais:
Vogal emitida com passagem do ar pela boca e pelas fossas nasais: lã, sim, nenhum.

Vogais abertas:
Vogal pronunciada com um timbre aberto: café, porta, cipó, fácil.

Vogais fechadas:
Vogal pronunciada com um timbre fechado: dedo, moço, ônibus, você.

Vogais tônicas:
Vogal em que recai o acento tônico da palavra, sendo pronunciada com maior intensidade:
casa, boné, amigo.

Vogais átonas:
Vogal em que não recai o acento tônico da palavra, sendo pronunciada com menor
intensidade: casa, boné, amigo.

As consoantes, tal como as vogais, também podem ser classificadas conforme diferentes
critérios, como a zona de articulação, o modo de articulação e o papel da cavidade bucal e das
cordas vocais, entre outros. Disso decorrem diversas classificações para as consoantes.

Consoantes oclusivas:
Consoante emitida com bloqueio total da saída do ar: tio, pai.

Consoantes constritivas:
Consoante emitida com bloqueio parcial da saída do ar: fio, rio.

Consoantes sonoras:
Consoante emitida com vibração das cordas vocais: gola, rua.

Consoantes surdas:
Consoante emitida sem vibração das cordas vocais: pato, faca.

Consoantes orais:
Consoante emitida com passagem do ar apenas pela boca: cama, navio, lenha.

Consoantes nasais:
Consoante emitida com passagem do ar pela boca e pelas fossas nasais: cama, navio, lenha.

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Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a
esta parte do conteúdo exposto.

1 – Os _____________________ são formas para expressar experiências comuns, conferindo


originalidade, emotividade ou teor poético ao discurso. Qual expressão completa a lacuna
corretamente?

a) - ( ) recursos adovocatícios
b) - ( ) recursos linguísticos
c) - ( ) termos jurídicos
d) - ( ) poemas românticos
e) - ( ) escritos políticos

2 – O que consiste em atribuir às palavras um significado diferente daquele que na realidade


têm, sugerindo, em geral, o contrário do que quer, de fato, dizer?
a) - ( ) Utopia
b) - ( ) Antítese
c) - ( ) Metáfora
d) - ( ) Ironia
e) - ( ) Hipérbole

3 – O estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons reais é a:


a) - ( ) linguística
b) - ( ) fonética
c) - ( ) escrita forense
d) - ( ) redação oficial
e) - ( ) linguagem jurídica

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Unidade XI

11. IMPOSTAÇÃO VOCAL

A impostação vocal é um termo utilizado referindo-se ao lugar onde “colocamos” a nossa


voz, tirando a voz da garganta “Voz gutural”, nariz “Voz anasalada” e faringe “voz entubada,
abafada”.

A fala transmite nossas ideias e é crucial para uma boa oratória. Quando falamos para uma
quantidade maior de pessoas, usar a impostação da voz ajuda a potencializar ainda mais os
resultados da mensagem que estamos transmitindo. Isso significa projetar o som de forma
eficiente, adequando o volume vocal para prender a atenção da plateia. A impostação vocal é
uma maneira de aproveitar melhor a ressonância corporal para projetar os sons. Quando um
orador tem esse domínio, ele consegue ser ouvido por toda a plateia mesmo sem o uso de um
microfone. É um grande mito dizer que impostar a voz deixa a tonalidade falsa. Essa é uma
técnica que auxilia e transmite maior credibilidade e confiança para quem sabe usar o
recurso. A técnica consiste basicamente em dar o apoio necessário físico para que a voz saia
firme. A respiração nasal ritmada e com pequenas pausas proporciona o relaxamento
necessário para a colocação da voz.
Na pressa para expressar uma ideia, é comum falar rápido e sobrepor as sílabas. Isso ocasiona
um ruído na comunicação e deixa a oratória ruim, transmitindo a ideia de insegurança no
conteúdo. Para passar credibilidade ao interlocutor, as palavras devem ser em colocadas e as
sílabas articuladas corretamente.

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Para treinar, pronuncie as seguintes sílabas por cinco vezes cada sequência:

 MUÁ – MUÉ – MUÍ – MUÓ – MUÓ – MUÚ;


 ÁS – ÉS – ÊS – IS – ÓS – ÔS – US (tente sempre reduzir o chiado);
 PRA – TRA – CA – CHA – NHA – LHA – GUA – QUA – VRA – GLA – CRA.

Quanto mais você faz os exercícios, mais vai notar os resultados na forma como consegue
articular bem o seu discurso. Treinando, será possível equilibrar a respiração para uma
melhor impostação da voz e, com o tempo, isso acontecerá da maneira mais natural possível.
Desse modo, terá um público mais atento ao que você está dizendo, assimilando melhor as
ideias transmitidas e dando credibilidade ao que você fala. A impostação da voz trará
benefícios para a sua oratória e vai refletir na ascensão de sua carreira. Cuidados básicos com
a voz ajudam na preservação de possíveis alterações e doenças vocais e devem ser seguidos
por todos, principalmente por aqueles que utilizam a voz como ferramenta de trabalho. Para
ter uma boa voz é necessária mantê-la saudável e isso significa ter uma voz clara, limpa,
emitida sem esforço e agradável ao ouvinte.
Para manter a voz saudável:

 Beba água (em temperatura ambiente) enquanto estiver falando, em pequenos goles.
Um corpo hidratado significa uma voz com melhor flexibilidade e vibração.
 Coma maçã, pois é adstringente e limpa o trato vocal. Além disso, sua mastigação
exercita a musculatura responsável pela articulação das palavras.
 Procure respirar sempre corretamente, inspirando e expirando com o mesmo ritmo.
 Enquanto estiver falando, mantenha a postura de corpo ereta, porém relaxada,
principalmente a cabeça.
 Evite competir com ruídos externos durante a fala. Fique atento a eles e procure não
aumentar o volume de sua voz na tentativa de superá-los.
 Tente não gritar. Se for possível, opte sempre pelo microfone ao falar em público.

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 Ao sentir vontade de tossir ou pigarrear, respire profundamente pelo nariz e engula a
saliva várias vezes ou beba água, pois essas ações provocam um forte atrito nas pregas
vocais, irritando-as.
 Após o uso intenso da voz procure permanecer em repouso vocal por algum tempo.
 Evite cigarro, pois ele irrita a mucosa do trato vocal e aumenta a sensação de pigarro,
podendo causar alterações nas pregas vocais.

Livre das tensões e mantendo a respiração adequada à fala, o profissional deve verificar de
que forma está articulando as palavras. Todos os órgãos móveis da boca, tais como: língua,
bochechas, lábios, palato mole e mandíbula, devem ser bem articulados, produzindo os
pontos articulatórios dos fonemas e a forma bucal das vogais de maneira correta. É
fundamental que haja harmonia entre a respiração e a articulação para que a colocação da voz
seja feita com naturalidade. Qualquer pessoa pode brincar com sua voz sem cometer esforço,
desde que tenha um preparo.

A entonação vocal na comunicação é um ato poderoso. É notório que algumas pessoas


conquistam muito mais identidade com o seu público do que outras. A entonação tem muito
a ver também com o volume vocal, mas não se restringe somente a isso. Também é preciso
atentar para o ritmo para que a comunicação seja mais eficaz. Gritar não representa a melhor
forma de comunicação. Ambientes muito barulhentos acabam contribuindo para que isso
aconteça. Nesse caso, o público-alvo tende a criar bloqueios para a escuta, e a transmissão da
mensagem acaba ficando muito prejudicada. O ideal, então, é encontrar ambientes adequados
e ajustar o volume para a conversa pessoal.

A melhor maneira de adequar a entonação para a impostação vocal é escutando sua própria
voz. Isso pode ser feito em um gravador, em frente ao espelho ou em momentos onde há
maior privacidade para treinar o timbre da fala. Execute pequenos discursos em frente ao
espelho e vá testando sua voz como se fosse um aparelho de rádio, aumentando e abaixando o
volume, ate que encontre a entonação ideal, o volume correto e a melhor maneira de realizar
a impostação de sua voz sem causar danos à sua saúde física e inserindo credibilidade em sua
vocalização.

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Agora, com base em seus conhecimentos, resolva os exercícios de fixação referentes a
esta parte do conteúdo exposto.

1 – A __________________é uma maneira de aproveitar melhor a ressonância corporal para


projetar os sons.. Qual expressão completa a lacuna corretamente?

a) - ( ) verbalização
b) - ( ) impostação de volume
c) - ( ) impostação vocal
d) - ( ) conversação
e) - ( ) oratória

2 – Não representa uma boa forma de comunicação o ato de:


a) - ( ) dialogar
b) - ( ) influenciar
c) - ( ) explicar
d) - ( ) gritar
e) - ( ) convencer

3 – A melhor maneira de adequar a entonação para a impostação vocal é:


a) - ( ) escutando sua própria voz
b) - ( ) cantando
c) - ( ) lendo livros
d) - ( ) ficando em silencio
e) - ( ) gritando

ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Berlo, D (2003) O processo de comunicação. São Paulo. Martins Fonte


 Polito, R (2015) 29 minutos para falar bem em público. Editora Sextante
 MARTINO, L. (2019) Teoria da Comunicação, Editora Vozes
 RAINES, C. (2013) A arte de comunicar. Instituto Piaget.
 ALVES, C (2014) A arte de falar bem. Editora Vozes.
 BRIKMAN, L. (2014) Linguagem do movimento corporal. Editora Summus.
 GIVENS, D. (2014) Linguagem corporal no trabalho. Editora Vozes.

NETGRAFIA

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