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Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Mosby – um selo editorial Elsevier Inc.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam
quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
ISBN: 978-85-352-2300-2
This edition of Alexander’s Care of the Patient in Surgery, 13th Edition, by Jane C. Rothrock, is published by
arrangement with Elsevier Inc.
ISBN: 978-8-535-26534-7
Capa
Folio Design
Editoração Eletrônica
Futura
0800 026 53 40
sac@elsevier.com.br
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NOTA
O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser seguidos,
mas, como as novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e
terapia à base de drogas podem ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados a checar informações
mais atuais dos produtos, fornecidas pelos fabricantes de cada droga a ser administrada, para verificar a dose
recomendada, o método, a duração da administração e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com
base na experiência e contando com o conhecimento do paciente, determinar as dosagens e o melhor tratamento
para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventual dano
ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta publicação.
O Editor
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
R754a
Alexander Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico / Jane C. Rothrock ; editora responsável Donna R.
McEwen ; [tradução José Eduardo Ferreira de Figueiredo et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2007.
il.
Apêndice
Apêndice
ISBN 978-85-352-2300-2
1. Enfermagem perioperatória. 2. Tratamento cirúrgico. I. Alexander, Edythe Louise. II. Título. III. Título:
Alexander Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico.
Ivone Evangelista Cabral (caps. 1-12, 14, 15, 17, 22, 29 e índice)
Márcia Tereza Luz Lisboa (caps. 16, 18, 19, 20, 21, 23, 28 e 30-32)
UFRJ
Enfermagem da EEAN-UFRJ.
Tradutores
Médica Oncologista
Tradutor – RJ
Médico Ortopedista
Tradutora – SP
Residência em Neurologia Clínica pelo Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo
Colaboradores
Craig, Colorado
Meeker, Colorado
Perioperative Consultant/Educator
President
Collegeville, Pennsylvania
Philadelphia, Pennsylvania
Nurse Clinician
Richmond, Virginia
Staff Nurse
Everett, Washington
Complementares e Alternativas
Chatsworth, California
Cap. 4 Anestesia
RN First Assistant, Professor Clinical Education, Legal Nurse Consultant, Professional Assistants
PRN
Gainesville, Florida
Philadelphia, Pennsylvania
Cap. 23 Neurocirurgia
Tyler, Texas
Boston, Massachusetts
Perioperative Nurse
Paoli, Pennsylvania
Boston, Massachusetts
Paoli, Pennsylvania
Associate Professor
Newton, Pennsylvania
Louisville, Kentucky
Education Coordinator
Nurse Manager
Gainesville, Georgia
Philadelphia, Pennsylvania
University of Iowa
Baltimore, Maryland
Philadelphia, Pennsylvania
Everett, Washington
Nurse Manager
Baltimore, Maryland
DAVID W. ANDREWS, MD
Neurosurgery
Philadelphia, Pennsylvania
RICHARD A. BERGER, MD
Chicago, Illinois
J. ALLEN BUTTS, MD
General Surgery
Gainesville, Georgia
Attending Otolaryngologist
Boston, Massachusetts
JANE COLLINS, RN
Staff Nurse
Pennsylvania Hospital
Philadelphia, Pennsylvania
Educator STICU
JEFF DUPERON
Healthcare Policy and Economics Manager
JAMES J. EVANS, MD
Philadelphia, Pennsylvania
Newark, Delaware
Lansdowne, Pennsylvania
EILEEN GHENN
Urology Specialist
Media, Pennsylvania
Corinth, Texas
BILL GRAY
Interstin Specialist
Medtronic, Inc.
Minneapolis, Minnesota
Philadelphia, Pennsylvania
Paoli Hospital
Paoli, Pennsylvania
EDWARD A. LEFRAK, MD
Professor of Surgery
President
Pennsylvania Hospital
Philadelphia, Pennsylvania
PAUL S. MASSIMIANO, MD
CST, ORTHO
Pennsylvania Hospital
Philadelphia, Pennsylvania
Associate Professor
Paoli Hospital
Paoli, Pennsylvania
BRUCE PERLER, MD
Baltimore, Maryland
ANDREW L. POZEZ, MD
Richmond, Virginia
CHRIS RAISER
Urology Consultant
Covington, Georgia
RYLAN REYNOLDS, RN, BSN, CNOR
Paoli Hospital, Chester County Hospital, Brandywine Hospital, Bryn Mawr Hospital, Lankenau
Hospital
Exton, Pennsylvania
Chicago, Illinois
GINNY SCHUSTER
Clinical Consultant
Minnetonka, Minnesota
Richmond, Virginia
SERAC Manager
Philadelphia, Pennsylvania
KAARE J. WEBER, MD
Centralia, Illinois
CAROL BOWLING, RN
Thoracic Clinic
Nashville, Tennessee
Dahlonega, Georgia
Philadelphia, Pennsylvania
Kaufman, Texas
Rockford, Illinois
Legacy Emanuel
Portland, Oregon
Department of Anesthesiology
SHERRY M. LAWRENCE
Mobile, Alabama
Alberta, Virginia
Philadelphia, Pennsylvania
Associate Professor
Galveston College
Galveston, Texas
Boone, Iowa
University of Iowa
Philadelphia, Pennsylvania
SARAH R. TVEDT-POOL, MS, RN
Rochester, Minnesota
Nurse Coordinator, Head and Neck Oncology/Laryngology, Otolaryngology/Head and Neck Surgery
A Dra. Jane Rothrock trabalha com enfermagem perioperatória desde 1969. Em 1978, juntou-se ao corpo
docente do Delaware County Community College, onde atualmente é Professora e Diretora do “Perioperative
enfermagem perioperatória e a preparação de habilidades avançadas para enfermeiras primeira assistente. Esses
cursos são oferecidos na Pensilvânia e em vários locais nos Estados Unidos em instituições conveniadas. Durante
o desempenho de sua ocupação na universidade, Jane teve participação na educação de mais de 3.500
Jane tem muitos anos de experiência como docente, autora e conferencista. Ensina na Universidade da
Pensilvânia, foi Diretora de Centro Cirúrgico e serviu como preceptora de pós-graduandos. É autora de quatro
livros de enfermagem perioperatória, publicou mais de 50 artigos e apresentou ampla gama de tópicos de
enfermagem a plateias nos Estados Unidos e em reuniões internacionais. Jane é expresidente da AORN, atuou
em 1996-1997 como Presidente do AORN Project Team on Professional Practice Issues, presidiu o AORN Project
Team on a Professional Practice Model for Perioperative Nursing em 1998-1999 e presidiu a Perioperative
Academic Curriculum Task Force em 2006. Tem múltiplas indicações para o “Quem É Quem” ( Who’s Who),
recebeu alguns prêmios eminentes e tem participação ativa em organizações de enfermagem e da comunidade.
Atuou no Painel de Diretrizes Clínicas Nacionais da ASPAN para desenvolver uma Diretriz sobre Prevenção de
Hipotermia Não Planejada em Pacientes Cirúrgicos Adultos. É membro da Junta Editorial de Advance for Nurses,
da American Nurses’ Publishing Group, bem como do AORN Journal. Em 2000, tornou-se Fellow of the American
Academy of Nursing (FAAN). Atualmente como presidente da AORN Foundation, atua, em Medscape Nursing, na
Jane começou sua educação em enfermagem sendo diplomada pela Bryn Mawr School of Nursing. Concluiu
bacharelado e mestrado na University of Pennsylvania e foi a primeira a receber o grau de doutora da Widener
A décima terceira edição de Alexander Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico foi extensamente
oferecer uma referência básica abrangente que auxilie o pessoal da área perioperatória a atender de
maneira segura e com boa relação custo-benefício às necessidades dos pacientes submetidos a
intervenções cirúrgicas.
Paciente Cirúrgico foi escrito primeiramente para enfermeiras profissionais do campo perioperatório,
mas também é útil para estudantes de enfermagem, outros profissionais cirúrgicos, representantes da
assistentes e profissionais educadores de muitas áreas geográficas dos Estados Unidos atuaram como
Esta edição minuciosamente revisada destaca as técnicas e inovações atuais em cirurgia. Centenas
de ilustrações, incluindo muitas fotografias e desenhos novos, ajudam a familiarizar o leitor com os
cirúrgica, foram preservadas para esclarecer o texto. O que é novo nesta edição é que cada capítulo
clínico agora tem um pouco de Farmacologia Cirúrgica e de Segurança do Paciente. Foram mantidos
das edições anteriores os quadros Melhor Prática, Destaques de Pesquisa, Amostra de Plano de Cuidados,
Educação do Paciente e de sua Família e História e cada capítulo clínico de modo que nossos leitores
podem reler, bem como prosseguir, na medida em que exploram os cuidados ao paciente cirúrgico.
De maneira geral, este livro comunica informações recentes e recursos que refletem a prática
dos cuidados essenciais aos pacientes para lidar com todos os que precisam de cuidados
intervenções terapêuticas, reflete um processo em seis etapas que inclui a identificação de resultados
desejados para os pacientes. O interesse nos resultados para os pacientes e a sua melhora continuam
de saúde. Percebendo que o levantamento de dados sobre saúde em uma era de expansão de
informações exige identificação clara das contribuições dos resultados ao paciente e a quantificação
dessa melhora na oferta do atendimento ao paciente, demonstrada por dados, as enfermeiras da área
Cuidados em todo o texto. Destaques de Pesquisa continuam a ser incluídos em todos os capítulos,
refletindo o constante aumento na quantidade e qualidade das pesquisas relevantes para os cuidados
sustentar essa relação teoria-prática. Destaques de Pesquisa ajudarão as enfermeiras perioperatórias a ler
Capítulo 1 também prepara o caminho para uma ênfase sobre a educação do paciente e de sua família
e sobre o plano de alta em todo o texto, com subsequente capítulo totalmente dedicado a esse tópico
tão importante. Todos os capítulos nas Unidades II e III abordam a educação específica do paciente e
sua família e planos de alta relevantes para os pacientes submetidos a um ou mais procedimentos
as necessidades pós-operatórias após a alta. O controle da dor, abordado no Capítulo 9, também está
refletido em muitos dos capítulos referentes às especialidades cirúrgicas, já que todas as enfermeiras
Os capítulos na Unidade II, Inter venções Cirúrgicas, incluem mais de 400 intervenções cirúrgicas de
invasivos. Cada capítulo faz uma revisão valiosa da anatomia pertinente e detalha as etapas de cada
pela NANDA e Amostra de Plano de Cuidados para cada especialidade cirúrgica pretendem ajudar as
cirúrgico. Cada um desses capítulos exemplifica a Melhor Prática relacionada com a especialidade
enfermagem baseada em evidências como meio de prestar cuidados eficazes e que produzam
melhores resultados. Grande parte das “evidências” apresentadas no quadro Melhor Prática é de
natureza médica, já que a enfermagem apenas começou a se concentrar nesse esforço. No entanto, a
perioperatória levarão a otimização dos cuidados, que são a base para as intervenções junto aos
seguros são o cerne de todos os nossos esforços para o alcance da excelência seja qual for o cenário
invasivo.
A incorporação de Farmacologia Cirúrgica à décima terceira edição reflete a contínua ênfase sobre a
segurança dos medicamentos nos Estados Unidos. Alexander Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico
une-se à campanha de educação dos profissionais de saúde dos EUA visando à redução do número de
promover práticas seguras de medicação entre profissionais perioperatórios para ajudar a evitar
consequências graves e até potencialmente fatais de erros de medicação. Podem ocorrer erros de
Outras áreas cobertas no novo item Farmacologia Cirúrgica abordam o uso de solicitações de
medicamentos por escrito, recomendações para voltar a ler e reler, sugestões para rotular
apropriadamente os medicamentos no campo estéril e fora dele, além de usos, dosagens e outras
Para facilitar ainda mais o foco da enfermagem ao paciente cirúrgico sobre cuidados, os quadros
Segurança do Paciente em cada capítulo reveem de forma sucinta uma prática para auxiliar os
paciente. Esperamos que esse novo item não apenas amplie a conscientização sobre aplicações de
trauma são apresentadas na Unidade III, Considerações Especiais. O capítulo sobre Práticas de Saúde
Integradas: Terapia Complementar e Alternativa foi introduzido na décima segunda edição. Várias vezes as
enfermeiras perioperatórias encontram pacientes que usam tais terapias, algumas das quais não são
farmacológicas e outras que são consumidas como medicamentos. Este capítulo explora sistemas
médicos alternativos, intervenções mente-corpo, terapias com base biológica, métodos manipulativos
e com base no corpo, e terapias de campos energéticos. São discutidos vários tratamentos e sistemas
com todos eles por compartilharem sua vivência no desenvolvimento deste texto. Agradecimentos
especiais à assistência valiosa de editores, revisores, fotógrafos e ilustradores que contribuíram com
seu tempo e experiência para a revisão deste texto. A equipe com que tenho o privilégio de trabalhar
Alexander Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico é escrito por enfermeiras perioperatórias e para
elas. Sua premissa é enfatizada pelos conhecimentos claros de que a enfermagem perioperatória é um
decisões clínicas para melhorar os resultados para os pacientes. Alexander Cuidados de Enfermagem ao
Jane C. Rothrock
Sumário
Capa
Folha de rosto
Créditos
Revisão Científica
Colaboradores
Consultores Clínicos
Revisores
Citação
Sobre a Autora
Prefácio
Apresentações Especiais
Processo de Enfermagem
MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO
Prática Avançada
AMBIENTE SEGURO
Aspectos de Segurança Constante no Projeto
Sinais de Emergência
SEGURANÇA DA EQUIPE
SEGURANÇA DA RADIAÇÃO
ALERGIA AO LÁTEX
SEGURANÇA DO PACIENTE
Reanimação Cardiopulmonar
Hipertermia Maligna
CAUSAS DE INFECÇÃO
Assepsia
CONTROLE DE INFECÇÃO
Controle de Tráfego
Roupas Cirúrgicas
Limpeza Ambiental
BIOTERRORISMO
Antraz
Varíola
Peste
Tularemia
Botulismo
Febres Hemorrágicas Virais
Conhecimento Progressivo
4 Anestesia
HISTÓRIA DA ANESTESIA
ANESTESISTAS
SEGURANÇA DO PACIENTE
PREPARAÇÃO PRÉOPERATÓRIA
Avaliação do Paciente
Escolha da Anestesia
Pré-medicações
Anestesia Geral
Anestesia Regional
Analgesia/Sedação Consciente
Anestesia Local
MONITORAÇÃO PERIOPERATÓRIA
Oximetria de Pulso
Capnografia
ANESTESIA GERAL
Mecanismo de Ação
Relaxantes Musculares
ANESTESIA REGIONAL
Anestesia Espinal
ANALGESIA/SEDAÇÃO CONSCIENTE
ANESTESIA LOCAL
CONTROLE DA DOR
CONTROLE DA TEMPERATURA
HIPERTERMIA MALIGNA
Sistema Musculoesquelético
Sistema Nervoso
Sistema Vascular
Sistema Respiratório
Histórico
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação de Resultados
Implementação
Evolução
MESAS DE CIRURGIA
Decúbito Dorsal
Trendelenburg
Trendelenburg Invertido
Litotomia
Semifowler
Fowler
Decúbito Ventral
Posição Genupeitoral
FIOS DE SUTURA
Tipos de Embalagem
HEMOSTASIA
Grampos de Ligadura
GRAMPOS CUTÂNEOS
FITAS CUTÂNEAS
ADESIVOS CIRÚRGICOS
AGULHAS CIRÚRGICAS
Olho
Corpo
MÉTODOS DE SUTURA
Fechamento de Feridas
Sutura Endoscópica
Técnica de Apertar o Nó
Aperto do Nó Endoscópico
Considerações Gerais
Contagem de Agulhas
INSTRUMENTOS
Perspectiva Histórica
Categorias de Instrumento
Instrumentação Endoscópica
Grampeadores
Contagens de Instrumentos
7 Modalidades Cirúrgicas
Endoscópios
Instrumentação Endoscópica
VIDEOTECNOLOGIA
Evolução da Videotecnologia
Sistemas de Visualização
Robótica
Videoconferência
Insuflação
Laser
Eletrocirurgia
Cirurgia com Ultrassom
Hidrodissecção e Irrigação
Criocirurgia
ANATOMIA
Primeira Intenção
FASES DA CICATRIZAÇÃO
Fase Inflamatória
Fase Proliferativa
Fase de Remodelação
PROFILAXIA ANTIMICROBIANA
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
TRATAMENTO DA FERIDA
Desbridamento
Hidroterapia
Substitutos da Pele
Fatores de Crescimento
CURATIVOS
DRENOS
CONSIDERAÇÕES PERIANESTÉSICAS
Histórico
Diagnóstico de Enfermagem
Resultados Identificados
Planejamento ou Prescrição
Implementação
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Resultados Identificados
Planejamento ou Prescrição
Implementação
Evolução
Desenvolvimento Histórico
AVALIAÇÃO
Planejamento da Alta
PLANEJAMENTO
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação de Resultados
IMPLEMENTAÇÃO
Facilitação da Aprendizado
Registro
EVOLUÇÃO
RESUMO
11 Cirurgia Gastrointestinal
ANATOMIA CIRÚRGICA
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação de Resultado
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
INCISÕES ABDOMINAIS
Incisões Transversas
LAPAROTOMIA
Procedimento Operatório
LAPAROSCOPIA
Procedimento Operatório
PROCEDIMENTOS ENDOSCÓPICOS
CIRURGIA DO ESÔFAGO
Esofagectomia
Esofagectomia Transiatal
Esofagectomia Transtorácica
Dilatação do Esôfago
CIRURGIA DO ESTÔMAGO
Vagotomia
Piloroplastia (Piloromiotomia)
Gastrostomia
Gastrotomia
Gastrojejunostomia
Gastrectomia Total
CIRURGIA BARIÁTRICA
Diverticulectomia de Meckel
Apendicectomia
Apendicectomia Laparoscópica
Ileostomia
Transplante Intestinal
CIRURGIA DO CÓLON
Colectomia Laparoscópica
Colostomia
Procedimento Operatório
Fechamento da Colostomia
Colectomia Transversa
Ressecção Abdominoperineal
CIRURGIA DO RETO
Hemorroidectomia
ANATOMIA CIRÚRGICA
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Histórico
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação de Resultado
Planejamento ou Prescrição
Implementação
Evolução
Colangiografia Intraoperatória
Colecistectomia Laparoscópica
Colecistoduodenostomia e Colecistojejunostomia
Coledocoduodenostomia e Coledocojejunostomia
Esfincteroplastia Transduodenal
CIRURGIA DO PÂNCREAS
Transplante de Pâncreas
CIRURGIA DO FÍGADO
Drenagem de Abscesso
Ressecção Hepática
Cirurgia Radioimunoguiada
Transplante de Fígado
Hepatectomia do Doador
CIRURGIA DO BAÇO
Esplenectomia Laparoscópica
13 Reparação de Hérnias
ANATOMIA CIRÚRGICA
Hérnias Inguinais
Hérnias Femorais
Hérnias Abdominais
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação do Resultado
Planejamento
Implementação
Avaliação
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Hérnias Umbilicais
Hérnias Epigástricas
Hérnias de Spigel
Hérnias Interparietais
ANATOMIA CIRÚRGICA
CAVIDADE PÉLVICA
Útero
Ovários
Ligamentos do Útero
Vagina
PELVE ÓSSEA
ASSOALHO PÉLVICO
Histórico
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
CIRURGIA VULVAR
Vulvectomia Simples
Vulvectomia de Descascamento
Vestibulectomia e Vestibuloplastia
Construção da Vagina
Traquelorrafia
Curetagem de Aspiração
Histeroscopia
Ablação Endometrial
Histerectomia Vaginal
Laparoscopia
Pelviscopia
Cistectomia Ovariana
Miomectomia Abdominal
Exenteração Pélvica
Suspensão Uterina
Ooforectomia e Ooforocistectomia
Salpingo-ooforectomia
Cirurgia Reconstrutora Microscópica da Tuba Uterina
Ligadura Tubária
CIRURGIA OBSTÉTRICA
Cerclagem Cervical
Cirurgia Fetal
Parto Cesáreo
15 Cirurgia Genitourinária
ANATOMIA CIRÚRGICA
Rins
Glândulas Suprarrenais
Ureteres
Bexiga
Uretra
Próstata
Histórico
Diagnósticos de Enfermagem
Identificação de Resultados
Implementação
Avaliação
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
URORRADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO
Cistoscopia
Ureteropieloscopia Transuretral
Circuncisão
Meatotomia Uretral
Uretroplastia
Penectomia
Implante Peniano
Hidrocelectomia
Vasectomia
Ductoductostomia ( Vasovasostomia)
Epididimectomia
Espermatocelectomia
Varicocelectomia
Biópsia Testicular
Orquiectomia
CIRURGIA DA PRÓSTATA
Prostatectomia Suprapúbica
CIRURGIA DE BEXIGA
Cistostomia Suprapúbica
Cistolitotomia Suprapúbica
Funda Masculina
Aumento da Bexiga
Cirurgia do Ureter
Cirurgia do Rim
Transplante Renal
Adrenalectomia
ANATOMIA CIRÚRGICA
Glândula Tireoide
Glândula Paratireoide
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Planejamento
Implementação
Avaliação Final
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
PARATIREOIDECTOMIA
Procedimento Cirúrgico
17 Cirurgia da Mama
ANATOMIA CIRÚRGICA
CÂNCER DE MAMA
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS
Histórico
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Considerações sobre o Procedimento
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
MASTECTOMIA SIMPLES
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Cirúrgico
18 Cirurgia Oftálmica
ANATOMIA CIRÚRGICA
Órbita Óssea
Aparelho Lacrimal
Conjuntiva e Pálpebras
Músculos
Globo
Aparelho Refrativo
Inervação e Vascularização
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Avaliação Inicial
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
CIRURGIA DAS PÁLPEBRAS
Remoção de Calázia
Correção de Entrópio
Correção de Ectrópio
Biópsia Excisional
Dacriocistorrinostomia
Enucleação
Evisceração
Exenteração
Miectomia
CIRURGIA DA CONJUNTIVA
Retirada de Pterígio
Biópsia Excisional
CIRURGIA DA CÓRNEA
Correção de Lacerações
Procedimento Ceratorrefrativo
CIRURGIA DO CRISTALINO
Extração de Catarata
Iridectomia
Trabeculectomia
Goniotomia
Trabeculoplastia a Laser
Iridotomia a Laser
Ciclofotocoagulação a Laser
Fotocoagulação a Laser
Terapia Fotodinâmica
Retinopexia
VITRECTOMIA
19 Cirurgia Otológica
ANATOMIA CIRÚRGICA
Cóclea
Labirinto Vestibular
Audição
Equilíbrio
Nervo Facial
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Planejamento
Implementação
Avaliação Final
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Abordagem Endaural
Abordagem Transcanal
Abordagem Pós-auricular
PROCEDIMENTOS OTOLÓGICOS
Miringotomia
Timpanoplastia
Mastoidectomia
Estapedectomia
Labirintectomia
Neurectomia Vestibular
Implante Coclear
ANATOMIA CIRÚRGICA
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação do Resultado
Implementação
Avaliação Final
CIRURGIA RINOLÓGICA
Rinoplastia Corretiva
Tratamento de Epistaxe
CIRURGIA DO SEIO
Microdebridadores
Etmoidectomia
Esfenoidotomia
Polipectomia Nasal
ANATOMIA CIRÚRGICA
Cavidade Oral
Faringe
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Identificação do Resultado
Planejamento
Implementação
Avaliação Final
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Procedimentos Cirúrgicos
Parotidectomia
Uvulopalatofaringoplastia
CIRURGIA DA LARINGE
Procedimentos Endoscópicos
Procedimentos Adjuntos
CIRURGIA DO PESCOÇO
Traqueostomia
PROCEDIMENTOS RECONSTRUTIVOS
22 Cirurgia Ortopédica
ANATOMIA CIRÚRGICA
Estruturas Anatômicas
Vértebras
Punho e Mão
Tornozelo e Pé
Histórico
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Procedimento Cirúrgico
ENXERTIA ÓSSEA
Procedimento Cirúrgico
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA
Procedimento Cirúrgico
FRATURAS E LUXAÇÕES
Tipos de Fraturas
Princípios do Tratamento
CIRURGIA DO OMBRO
Fratura da Clávicula
CIRURGIA DA MÃO
Fraturas do Acetábulo
Fraturas do Quadril
CIRURGIA DO TORNOZELO E PÉ
Fraturas do Tornozelo
Artrodese Tripla
Procedimentos Cirúrgicos
ARTROPLASTIA TOTAL
Artroplastia do Metacarpo
Artroplastia do Metatarso
ARTROSCOPIA
Artroscopia do Joelho
Artroscopia de Ombro
Artroscopia de Cotovelo
Artroscopia de Tornozelo
Artroplastia Discal
23 Neurocirurgia
ANATOMIA CIRÚRGICA
Couro Cabeludo
Crânio
Meninges
Cérebro
Irrigação Cerebral
Nervos Cranianos
Coluna Vertebral
Medula Espinal
Nervos Espinais
Vasculatura Vertebral
Nervos Periféricos
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Avaliação Final
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Microneurocirurgia
Neuroendoscopia
Procedimentos Endovasculares
Radiocirurgia Estereotáxica
Procedimentos Estereotáxicos
Orifícios de Trépano
Craniotomia
Craniectomia
Acesso Transesfenoidal
Cranioplastia
Craniotomia
Cirurgia para Aneurisma Intracraniano
Hipofisectomia Transesfenoidal
CIRURGIA DA COLUNA
Laminectomia
Laminotomia
Simpatectomia
Reparos de Nervos
ANATOMIA CIRÚRGICA
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Planejamento
Implementação
Avaliação
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Cirurgia de Mohs
CIRURGIA DE QUEIMADURA
Procedimentos Cirúrgicos
DESBRIDAMENTO
Procedimentos Cirúrgicos
ENXERTO DE PELE E DE TECIDO
Procedimentos Cirúrgicos
Enxerto Composto
Retalhos
Reconstrução do Mamilo
MICROCIRURGIA
REDESIGNAÇÃO DE SEXO
CIRURGIA ESTÉTICA
Revisão de Cicatriz
Ritidectomia (Facelift)
Blefaroplastia
Rinoplastia
Cirurgia a Laser
Lipoaspiração
Abdominoplastia
Cirurgias de Mama
25 Cirurgia Torácica
ANATOMIA CIRÚRGICA
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Avaliação
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Mediastinoscopia
Toracoscopia
CIRURGIA PULMONAR
Toracotomia
Pneumectomia
Lobectomia
Ressecção Segmentar
Ressecção em Cunha
Biópsia Pulmonar
Decorticação
Drenagem de Empiema
Transplante Pulmonar
26 Cirurgia Vascular
ANATOMIA CIRÚRGICA
DOENÇA ARTERIAL
Doença Aneurismática
DOENÇA VENOSA
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Planejamento
Implementação
Avaliação
Educação do Paciente e de sua Família e Planejamento de Alta Hospitalar
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Procedimentos Cirúrgicos
BYPASSES FEMOROFEMORAL
Procedimentos Cirúrgicos
EMBOLECTOMIA ARTERIAL
AMPUTAÇÃO
Procedimentos Cirúrgicos
ENDARTERECTOMIA CARÓTICA
Procedimentos Cirúrgicos
Procedimentos Cirúrgicos
FÍSTULA ARTERIOVENOSA
Procedimentos Cirúrgicos
27 Cirurgia Cardíaca
ANATOMIA CIRÚRGICA
Avaliação
Diagnóstico de Enfermagem
Planejamento
Implementação
Avaliação
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Procedimentos Cirúrgicos
PERICARDIECTOMIA
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Aneurismectomia Ventricular
Cirurgia Combinada
Transplante Cardíaco
28 Cirurgia Ambulatorial
REGULAMENTAÇÃO E CREDENCIAMENTO
ESTABELECIMENTOS/INSTALAÇÕES
Centro de Recuperação
ANESTESIA
Pré-medicação
Anestesia Geral
Anestesia Regional
Anestesia Local
Sedação/Analgesia Moderada
Fase Pré-operatória
Fase Intraoperatória
Fase Pós-operatória
Alta
DOCUMENTAÇÃO/REGISTRO
POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS
RESUMO
29 Cirurgia Pediátrica
Estado Cardiovascular
Regulação da Temperatura
Metabolismo
DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
ACESSO VASCULAR
CIRURGIA BARIÁTRICA
Procedimentos Cirúrgicos
CORREÇÃO DE TRANSTORNOS GASTROINTESTINAIS
Fundoplicatura de Nissen
Gastrostomia
REPARO DE HÉRNIAS
Redução da Intussuscepção
Colostomia
RESSECÇÃO DE TUMORES
Tumor de Wilms
Neuroblastoma
Teratoma Sacrococcígeo
CIRURGIA GENITOURINÁRIA
Cistoscopia Pediátrica
Circuncisão
Reparo da Hipospádia
Reparo de Epispádia
Hidrocelectomia
Orquiopexia
Refluxo Vesicoureteral
PROCEDIMENTOS OTORRINOLARINGOLÓGICOS
Tonsilectomia e Adenoidectomia
PROCEDIMENTOS NEUROCIRÚRGICOS
Mielomeningocele/meningocele
PROCEDIMENTOS ORTOPÉDICOS
Retalho Faríngeo
Reparo de Sindactilia
Cirurgia Orbital-craniofacial
PROCEDIMENTOS TORÁCICOS
TRAUMATISMOS
Shunt de Alívio
30 Cirurgia Geriátrica
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
Cirurgia da Tireoide
Cirurgia Abdominal
Hérnia
Cirurgia Genitourinária
Cirurgia Oftálmica
Cirurgia Ortopédica
CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
31 Cirurgia no Trauma
CONSIDERAÇÕES DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA
Avaliação Inicial
Diagnóstico de Enfermagem
Implementação
Evolução
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
TRAUMATISMO DE FACE
TRAUMATISMO OCULAR
TRAUMATISMOS DO PESCOÇO
TRAUMATISMOS DO ABDOME
TRAUMATISMO ESQUELÉTICO
HIPOTERMIA
LESÕES TÉRMICAS
RESUMO
HISTÓRIA E HISTÓRICO
Intervenções Mente-corpo
Terapias Energéticas
Terapias Energéticas
Imagem Orientada
Música e Cirurgia
Psiconeuroimunologia
Ervas e Cirurgia
MELHOR PRÁTICA
1179
Cobertura Ótima com Campos Cirúrgicos para os Cateteres Venosos Centrais, [27], p. 1001
Comunicação Efetiva com Pacientes Surdos ou com Dificuldade de Audição, [19], p. 635
Diretrizes Práticas para Mulheres que Submetidas à Cirurgia de Bypass Arterial Coronariana, [27], p.
1016
Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico: Surgical Care Improvement Project (Projeto de Melhoria
HISTÓRIA
Conteúdo da Educação do Paciente e da Família sobre o Manejo da Dor em Casa, [22], p. 726
Educação do Paciente sobre os Cuidados com a Ferida e as Trocas de Curativo, [8], p. 238
Educação e Instrução do Paciente para Broncoscopia com o Paciente sob Anestesia Local, [25], p.
920
Instruções de Alta Hospitalar e Cuidados Domiciliares após Cirurgia de Catarata, [18], p. 603
Instruções para Educação do Paciente sobre Cuidados Domiciliares para Laringectomia Parcial ou
FARMACOLOGIA CIRÚRGICA
Prevenção da Reação Alérgica na Biópsia do Linfonodo Sentinela com Corante Azul Isossulfano ou
SEGURANÇA DO PACIENTE
Comunicação Efetiva com Pacientes Surdos ou com Dificuldade de Audição, [19], p. 636
Consentimento Informado: Prática Segura Nota 10 do Fórum Nacio nal de Qualidade, [10], p. 272
Instruções ao Paciente de Alta Hospitalar sobre Terapia Anticoagulan te, [26], p. 953
Uso de Agulhas de Ponta Romba para Evitar Lesões de Punção de Agulha, [6], p. 168
DESTAQUE DE PESQUISA
[26], p. 939
Cirurgia Auxiliada por Computador para Síndrome do Desfiladeiro Torácico, [25], p. 935
Comunicação dos Riscos da Cirurgia Endoscópica Funcional do Seio (CESF) durante o Processo de
Fatores que Influenciam as Taxas de Patência a Longo Prazo nos Enxertos por Bypass Fêmoro-
578
Tratamento Tópico de Úlceras de Pressão com Fator de Crescimento Nervoso, [8], p. 241
Triagem Colonoscópica de Mulheres com Risco Médio para Neoplasia Colorretal, [11], p. 319
670
CAPÍTULO 1
JANE C. ROTHROCK
unidades cirúrgicas móveis e consultórios médicos em todos os Estados Unidos. Cirurgia a distância,
partes desgastadas do corpo, tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) para marcação
9
de sítio cirúrgico, e transplantes de face em vítimas gravemente queimadas são apenas algumas das
11
inovações desenvolvidas como parte de uma vasta variedade de tecnologia futurista. Neste novo
No passado, o termo enfermagem de sala de operações (SO) era utilizado para descrever o cuidado aos
(Fig. 1-1). Esse termo compreendia, no entanto, que as ações de enfermagem restringiam-se aos
limites geográficos do centro cirúrgico. O termo pode ter contribuído para imagens estereotipadas de
uma enfermeira de SO que atuava na sala de operações com pequena interface ou responsabilidade
Pesquisa). Com essa perspectiva, as enfermeiras clínicas fora da SO tinham dificuldade para atribuir
prestado pela enfermeira que trabalhava além das portas do centro cirúrgico. A visão atual da
cuidados de enfermagem; e avalia esse cuidado em termos dos resultados obtidos pelo paciente (Fig.
enfermagem aos pacientes podem ser limitadas às áreas comuns do centro cirúrgico. Avaliação e
coleta de dados podem ter lugar na área de espera; a avaliação pode ocorrer na alta da SO. Apesar da
ela é ressaltada pelo processo de enfermagem e por todas as atividades inerentes a esse processo.
REVISÃO DA PRÁTICA DA ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA
outra área da enfermagem exige a larga base de conhecimentos, a memória instantânea da ciência
consequências para o paciente, fatores de risco intraoperatórios, potenciais de lesão para o paciente e
apropriadas. Isso faz parte da defesa dos direitos do paciente — de fazer pelo paciente o que necessita
periOperative Registered Nurses (AORN) ressaltou a importância dessa segurança afirmando que a
habilidade da equipe deve assegurar que os pacientes que se submetem a procedimentos cirúrgicos e
invasivos disponham de uma enfermeira perioperatória como circulante, e que as atividades centrais
favorável ao cuidado aos pacientes cirúrgicos, no qual a equipe cirúrgica atue efetiva e eficientemente
para obter resultados positivos para os pacientes. Essa mutualidade entre a enfermagem e outras
disciplinas da saúde e o papel de defensora dos interesses do paciente continuam a fazer parte da
FIGURA 1-1 Thomas Eakins, The Agnew Clinic, 1889. Nesta pintura, reformas e avanços nas técnicas e procedimentos
cirúrgicos são evidentes. Os cirurgiões usam capotes, os instrumentos são esterilizados, emprega-se éter e a paciente
está coberta. A enfermeira de SO é um membro da equipe em destaque.
Uma parte importante da enfermagem perioperatória é a aplicação dos cuidados com base em
quando iniciá-los; ser criativa na manutenção dos procedimentos quando a situação exige
dos cuidados de enfermagem. Sem esse conhecimento, a enfermeira perioperatória não é capaz de se
preparar ou antecipar-se aos tempos do procedimento cirúrgico, com suas implicações concomitantes
pacientes internos e ambulatoriais. Cada um dos capítulos sobre intervenções cirúrgicas contém uma
fundamental é que a enfermagem perioperatória é uma mistura de técnica e atitude; ela é dotada de
pensamento crítico, bem como ativa e interessada pelos pacientes. Julgamento clínico deriva do
10
pensamento crítico, o qual exige pensamento com finalidade, dirigido para os resultados; ele é
O Modelo Focalizado no Paciente Perioperatório (Fig. 1-3) consiste em domínios (áreas) de interesse
Esses domínios estão em interação contínua com o sistema de saúde e circundam o foco da prática da
DESTAQUE DE PESQUISA
Ao longo dos últimos 150 anos, as enfermeiras têm trabalhado para ampliar e desenvolver a
profissionais. Nessa análise histórica, quatro períodos foram revistos para identificar a evolução
para cirurgia tinha lugar sobretudo na casa do paciente, onde grande parte da cirurgia também
era feita. O paciente recebia alimentação leve, nutritiva; banhos; e frequentes períodos de
repouso para preparar o corpo. A enfermeira chegava na casa algumas horas antes da cirurgia,
pessoal e familiar, embora pouca instrução ao paciente acontecesse. Entre 1920 e 1939, os
campo dos cuidados de enfermagem. A orientação aos pacientes tornou-se parte da preparação
psicológica foi cada vez mais reconhecida como importante. De 1960 a 1979, a pesquisa em
enfermagem foi implementada e enfatizada; a pesquisa inicial demonstrou uma ligação entre a
emocionais dos pacientes foram reconhecidas como particular para cada paciente e os
pesquisa de enfermagem.
Modificado de Oetker-Black SL: Preoperative preparation: historical development, AORN Journal 57(6):1402-
1410, 1993; Nelson S, Gordon S: The rhetoric of rupture: nursing as practice without a history, Nursing Outlook
52(5):255-261, 2004.
estruturais e se focaliza nos processos e resultados clínicos. Ao olhar o modelo, observar a linha
a presença da enfermagem durante todo esse processo. Ao atuar em colaboração com outros
sistema de saúde para ajudar o paciente a obter os mais altos resultados de saúde alcançáveis
pensamento e ação.
O modelo é focalizado nos resultados, enfatizando a natureza dirigida pelos resultados dos
conhecimento dos resultados desejados que se aplica a todos os pacientes. Em contraste com a
procedimentos invasivos acarretam riscos inerentes. Elas identificam antecipadamente esses riscos e
perioperatória, com base na avaliação do paciente individual. Essa informação guia as intervenções
de enfermagem para cada paciente em particular para que a enfermeira possa prestar cuidados. A
perioperatória lidam com os problemas psicológicos, sociais e fisiológicos que podem resultar. As
importante na gestão dos cuidados ao paciente. A pesquisa com base no Modelo Focalizado no
completo dentro do qual a enfermeira exerce sua prática profissional. Nos anos 1960, a American
Nurses Association (ANA) dedicou-se a elaboração desses padrões de prática profissional. Publicados
pela primeira vez em 1973, eles ajudaram a conformar a prática da enfermagem. Organizações de
enfermagem especializadas como a AORN se somaram à ANA para elaborar seus próprios padrões e
diretrizes usando o arcabouço da ANA. Essa colaboração resultou no uso de uma linguagem comum
1
e um formato constante para a profissão. Os Standards of Clinical Nursing Practice (Padrões de Prática
Processo de Enfermagem
como pensamento crítico metódico que orienta as ações de enfermagem. O foco do processo de
técnicas mecânicas e uma execução das ordens dos cirurgiões. Utilizando o processo de enfermagem,
conhecimento ao cuidar dos pacientes e tomar decisões clínicas. O uso do processo de enfermagem,
plano de cuidado, caminho clínico e melhores práticas (discutido mais adiante neste capítulo)
Na sua forma mais simples, o processo de enfermagem definido pela ANA consiste em seis etapas:
evolução (Fig. 1-2). O processo é circular e contínuo. Em todas as áreas da prática da enfermagem, as
educar os pacientes e suas famílias ou outros entes queridos, (4) assegurar continuidade e
informação.
FIGURA 1-3 O Modelo Focalizado no Paciente Perioperatório da AORN. ©
dados podem ser a entrevista pré-operatória com o paciente e sua família por uma enfermeira
coleta de dados são (1) o diagnóstico atual do paciente, estados físico e psicossocial (incluindo nível
sobre a intervenção programada e sua capacidade de participar em atividades, tal como marcação do
sítio cirúrgico (o Protocolo Universal para cirurgia no sítio correto é discutido no Cap. 2). A
perioperatórias encorajem o envolvimento ativo do paciente no seu próprio cuidado como parte da
15
segurança do paciente. A enfermeira perioperatória também revê dados laboratoriais e relata os
desvios da normalidade ao cirurgião. A enfermeira deve registrar todos os dados que são coletados e
O formato que essa avaliação assume pode variar de instituição para instituição, mas sempre
inclui os aspectos fisiológico e psicossocial do paciente. Para uma enfermeira perioperatória que
cuida do paciente sadio, a avaliação pode significar uma triagem criteriosa e rápida do paciente e do
prontuário; uma análise do procedimento cirúrgico e um ensaio mental dos recursos e conhecimento
necessários para direcionar o paciente no curso operatório. Outras vezes, a enfermeira perioperatória
deve avaliar por completo todos os aspectos e a condição do paciente, bem como as análises pré-
operatória e pós-operatória. A avaliação pode ser realizada por uma enfermeira perioperatória da
O tempo disponível é suficiente para iniciar uma interação significativa enfermeira perioperatória-
paciente?
Os pacientes cirúrgicos estão satisfeitos com o seu cuidado de enfermagem perioperatória (eles
Ser capaz de trocar informação sobre os seus pacientes em reuniões frente a frente, por telefone ou
por mensagens escritas é útil às enfermeiras das unidades e perioperatórias. Uma avaliação completa,
feita e anotada pelas enfermeiras das unidades, pode acompanhar os pacientes internados para
cirurgia e servir como guia para o pessoal de enfermagem perioperatória. A enfermeira perioperatória
completa uma avaliação mais focalizada do paciente pré-operatório. Com o crescimento rápido do
nos exames pré-admissão (EPA). Em algumas instituições, há sessões pré-operatórias grupais. Estas
não apenas ajudam as enfermeiras a conhecer os pacientes, mas também permitem que comuniquem
determina o tipo de interação que pode ocorrer. O uso de telefonemas e questionários pré-
operatórios tem ganho ampla aceitação. Solicitar informação antes da chegada do paciente no
contexto perioperatório e esse contato pessoa a pessoa com a enfermeira perioperatória podem afetar
os resultados do paciente. O ponto importante é que deve ser feita alguma forma de avaliação,
O histórico permite conhecer e compreender o paciente como um indivíduo que sente, pensa e é
intervenção cirúrgica. Com base nos dados coletados, registrados e interpretados durante a avaliação
dos dados coletados na avaliação, de uma forma que determina o foco do planejamento do cuidado
de enfermagem. Os diagnósticos de enfermagem têm evoluído desde que foram introduzidos pela
primeira vez nos anos 1950. Eles agora alcançaram o estágio de desenvolvimento de serem
enfermagem é a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) (Quadro 1-1). Cada
sinais e sintomas que tornam claro o significado do diagnóstico) e fatores ou risco relacionados
(fatores causais ou contribuintes que podem ser úteis para determinar se o diagnóstico é aplicável a
diagnósticos “de risco”; isto é, eles não são evidenciados por sinais ou sintomas porque o problema
Nem todos os problemas dos pacientes encontrados no contexto perioperatório podem ser
descritos pela lista aceita de diagnósticos de enfermagem. As enfermeiras perioperatórias devem
adicionalmente por meio desse processo. Esse processo se torna ainda mais importante à medida que
o cuidado à saúde se desloca para o uso de sistemas de informação para registrar a prática da
enfermagem.
do paciente que pode ser obtida com as intervenções de enfermagem. O estudo dos resultados dos
pacientes não é novo (Quadro de História). Para que seja útil para avaliar a efetividade do cuidado de
enfermagem, os resultados dos pacientes devem ser “sensíveis à enfermagem”; isto é, eles devem ser
influenciados pela enfermagem e descrever um estado do paciente que possa ser medido e
quantificado. Resultados dos pacientes sensíveis à enfermagem são derivados dos diagnósticos de
constituem os padrões ou critérios pelos quais é medida a efetividade das intervenções. Os resultados
devem ser descritos em termos do comportamento esperado ou desejado do paciente e ser específicos
enfermagem varia. Alguns resultados das intervenções de enfermagem intraoperatórias podem ser
avaliados imediatamente. Outros ocorrem durante um período maior. Neste livro, o uso da expressão
“o paciente [fará ou demonstrará]…” indica um resultado que se espera que ocorra no decurso do
oportunidade de priorizar o cuidado, torna-se uma base para a continuidade do cuidado e orienta a
avaliação (pesquisa de resultados). Nesse tipo de pesquisa, a relação entre características do paciente,
enfermeira perioperatória de melhorar o cuidado (Fig. 1-4). Em muitos casos, os esforços das
pesquisas com ênfase nos resultados do paciente culminam na identificação da “melhor prática” para
23
aperfeiçoar o cuidado aos pacientes.
de alta qualidade, acessível e custo-benefício. Um resultado dessa reunião de cúpula foi a criação de
uma rede de melhores práticas, na qual as instituições possam compartilhar modos melhores ou novos
modos de aplicar um serviço ou um programa particular de cuidados à saúde. Naquela época, uma
“melhor prática” representava uma prática, processo ou serviço de saúde inovador, que tinha sido
implementado com sucesso e era visto como uma solução criativa. No século XXI, a prática baseada
em evidências (PBE) está na linha de frente das discussões contemporâneas da pesquisa e prática da
21, 23
enfermagem.
teórica, com base em pesquisa, ao tomar decisões sobre a aplicação de cuidados a indivíduos ou
mostra a construção de um modelo com base nessa definição. As enfermeiras perioperatórias podem
ver a PBE como um método de resolução de problemas que envolve a identificação de um problema
intervenção mais apropriada. A “melhor prática” subsequente é aquela que capacita a enfermeira
perioperatória a tomar decisões que produzem o “melhor” impacto possível sobre os cuidados aos
7
pacientes. O objetivo é melhorar o cuidado ao paciente e o resultado desse cuidado.
Em uma estrutura geral para a PBE, a tomada de decisão clínica e a aplicação do cuidado ao
paciente interagem com os processos de mensuração dos resultados dos pacientes e de indicadores de
qualidade clínica; o estabelecimento das melhores práticas, que envolve a análise de problemas clínicos
apoiada na teoria da enfermagem, pesquisa, literatura e opinião de especialistas; a implementação por
meio da educação dos profissionais de saúde e pacientes acerca da PBE e o fornecimento de feedback
22
sobre ela; e relato de desempenho. Thurston e Long descreveram um processo de seis passos que pode
QUADRO 1-1
Abandono unilateral
Ajustamento prejudicado
Amamentação eficaz
Amamentação ineficaz
Angústia espiritual
Ansiedade
Ansiedade de morrer
Automutilação
Conforto prejudicado
Conflito decisional
Confusão aguda
Confusão crônica
Constipação
Constipação percebida
Déficit de conhecimento
Déficit do líquido
Deglutição prejudicada
Dentição prejudicada
Desesperança
Diarreia
Disfunção sexual
Disreflexia autonômica
Dor aguda
Dor crônica
Enfrentamento defensivo
Enfrentamento ineficaz
Fadiga
Hipertermia
Hipotermia
Incontinência fecal
Intolerância à atividade
Isolamento social
Luto
Luto antecipado
Luto disfuncional
Marcha prejudicada
Medo
Memória prejudicada
Náusea
Não adesão
Negação ineficaz
Perambulação
Privação de sono
Proteção ineficaz
Religiosidade prejudicada
Retenção urinária
Risco de automutilação
Risco de constipação
Risco de envenenamento
Risco de infecção
Risco de lesão
Risco de quedas
Risco de solidão
Risco de sufocação
Risco de suicídio
Risco de trauma
Síndrome pós-traumática
Tristeza crônica
Termorregulação ineficaz
NANDA International: NANDA nursing diagnoses: definition and classification 2005-2006, Philadelphia, 2005,
NANDA.
relevante para o seu problema de prática, se a pesquisa pode ser aplicada a uma população ampla,
17
que resultados foram estudados, e se os resultados usaram testes de significância estatística),
desejados. Então, a enfermeira perioperatória está preparada para planejar os cuidados de enfermagem
FIGURA 1-4 Um modelo conceitual para ilustrar visualmente os elementos na pesquisa de resultados.
Planejar é preparar com antecipação para o que acontecerá e determinar as prioridades dos
exclusivas do paciente de tal modo que alterações em eventos como necessidades de posicionamento
ou o processo cirúrgico são previstas e facilmente acomodadas. Planejar também exige conhecimento
explicações adicionais, conforto ou apoio emocional possam ser oferecidos quando o cuidado ao
Implementação. Consiste na execução das intervenções de enfermagem que foram planejadas com
a adoção do pensamento crítico e de atividades bem organizadas para atender às alterações na rotina
das intervenções selecionadas e para mudar a intervenção conforme necessário para atingir os
desenvolvimento de novas. A prática clínica, tomada de decisão e prática com base em pesquisa
ou necessidade não satisfeita do paciente. A função de representante dos interesses do paciente faz
contextos cirúrgicos quando os pacientes estão sedados ou inconscientes e incapazes de falar por si
mesmos. As enfermeiras perioperatórias, como representantes dos pacientes, atuam de maneira que
3
promovem os melhores interesses dos seus pacientes.
HISTÓRIA
Responsabilidades das Enfermeiras para com seus Pacientes
Embora as perspectivas teóricas a respeito dos resultados dos pacientes tenham sido descritas
legado do passado não devem ser negligenciados. Cedo na nossa história da enfermagem, foi
seus pacientes.
A Ordem de São João (c. 1000) tinha como missão o alívio da enfermidade, sofrimento,
angústia e perigo.
Clara Weeks-Shaw (anos 1900) descreveu com algum detalhe as medidas que as enfermeiras
perioperatórias devem tomar quando a cirurgia estava sendo realizada na casa do paciente,
Dorothy Johnson (anos 1950) introduziu os conceitos de equilíbrio interno e interpessoal para
aliviar o desconforto e a tensão nos pacientes. Virginia Henderson (anos 1970) descreveu a
independência do paciente.
Dorothy Orem (anos 1970) identificou necessidades de autocuidado dos pacientes e medidas
decisões relacionadas com os objetivos para atingir, manter ou restaurar a saúde ou morrer
com dignidade.
Jean Watson (anos 1980) introduziu a ciência de cuidar, na qual as enfermeiras aplicavam
fatores de cuidar para promover a saúde, prevenir doenças, cuidar do enfermo e restaurar a
saúde. Patricia Benner e Judith Wrubel (anos 1980) sugeriram que cuidar é essencial para a
clínico e circunstâncias do paciente; evidência com base em pesquisa; e recursos para os cuidados à saúde. A
experiência clínica da enfermeira perioperatória integra os outros quatro componentes, quando a enfermeira usa
habilidades clínicas e experiência anterior para planejar os cuidados de enfermagem.
uma equipe; numerosas categorias de pessoal auxiliam em diversas atividades diretas e indiretas de
cuidado ao paciente. Com frequência denominados pessoal de nível médio (PNM), esses trabalhadores
faziam parte do modelo de equipe de prestação de cuidados aos pacientes. Nos anos 1980, os
principais prestadoras de cuidados nesse novo modelo de cuidar em enfermagem. Durante a restrição
orçamentária de 1990, as instituições de saúde começaram a reintroduzir pessoal de nível médio com
menor treinamento e recebiam um salário mais baixo. Em vez de usar pessoal de nível médio em
transportadores de pacientes), a tendência nos fins dos anos 1990 foi criar um conjunto de pessoal
multicapacitado que pudesse ajudar a enfermeira em várias atividades em vez de apenas em uma
única atividade.
À medida que o uso do PNM cresceu rapidamente nos 1990, dúvidas e preocupações originaram-
se a respeito da delegação de atividades que antes eram efetuadas pela enfermeira. Em cada estado, o
conselho de enfermagem definiu o âmbito de prática para as enfermeiras com base no processo de
enfermagem. A definição legal de enfermagem está contida na lei do exercício profissional naquele
estado — uma lei estadual que protege a saúde e a segurança do público em geral, ao estabelecer as
qualificações legais para quem pode praticar enfermagem. Uma vez que a implementação do plano de
cuidados e as intervenções para realizá-lo fazem parte do processo de enfermagem, foram necessárias
diretrizes para delegar algumas dessas intervenções. Delegação é transferir, para uma pessoa
competente, a autoridade de realizar uma tarefa selecionada de enfermagem em uma dada situação de
acordo com os cinco “certos” da delegação (Quadro 1-2). Quando a enfermeira perioperatória delega
uma tarefa, ele ou ela retém a responsabilidade pela delegação. As funções da enfermagem de
compreendam que a orientação institucional não pode contradizer a lei do exercício profissional das
enfermeiras do seu estado. Embora tarefas e procedimentos possam ser delegados para outros
supervisionar os cuidados; supervisão não pode ser delegada. A enfermeira perioperatória deve
avaliar o paciente e o nível de competência do pessoal para determinar qual membro da equipe tem a
habilidade de realizar os cuidados necessários. Usar pessoal de nível médio sem dúvida ajuda a
profissão de enfermagem perioperatória a estar mais bem preparada para o desafio de manter serviços
com alta qualidade de cuidados aos pacientes mesmo quando ocorre escassez de enfermeiras.
DESTAQUE DE PESQUISA
clínica?” Um roteiro de entrevista estruturada foi aplicado com seis enfermeiras perioperatórias
usados para separar e interpretar os achados. O padrão isolado, dominante para essas
enfermeiras especialistas, foi capturado como Ver o grande quadro: gerado no cuidado. Três
temas emergiram como essenciais para a tomada de decisão das participantes no estudo: (1)
conectar-se com pacientes (subtemas foram o uso do contato, realizar uma entrevista
situações semelhantes).
da, o papel na, e experiências pessoais com a defesa do paciente. Uma amostra de 33
relacionados com a defesa dos pacientes cirúrgicos emergiram: proteção, comunicação/dar voz,
Ver o grande quadro pela conexão com e pela defesa do paciente soma-se à exigência de
raciocínio intelectual para orientar sua crença, sua prática e suas ações junto aos pacientes.
perioperatória de informar e apoiar os pacientes sob seus cuidados, e realizar ações para
enfermeiras perioperatórias quando elas tomam decisões acerca dos cuidados aos pacientes.
Modificado de Parker CB e outros: Clinical decision-making processes in perioperative nursing, AORN Journal
70(1):45-62, 1999; Boyle HJ: Patient advocacy in the perioperative setting. AORN Journal 82(2):250-262, 2005.
QUADRO 1-2
Os Cinco “Certos” da Delegação
resultado. Tarefas de rotina que são efetuadas de acordo com um procedimento padronizado
e que têm resultados previsíveis são as mais seguras para serem delegadas.
paciente, os recursos disponíveis e outros fatores relevantes. Tarefas delegáveis devem ser
3. A pessoa Certa. A enfermeira perioperatória é a pessoa certa para delegar a tarefa certa à
pessoa certa para ser executada no paciente certo. A enfermeira perioperatória deve ser
assegurar que seja prestado cuidado seguro, de qualidade, ao paciente. Assim, a enfermeira
pessoa que executará a tarefa deve ser identificada. A comunicação deve ser direta e não
expectativas de desempenho.
Modificado de National Council of State Boards of Nursing Response to the PEW Taskforce Principles and
Vision for Health Care Workforce Regulation , Chicago, 1996, The Council, pp. 4-5; Cherry B, Jacob SR:
paciente, os cuidados de enfermagem aplicados e a resposta aos cuidados (resultados) devem ser
incluídos no prontuário do paciente (o Cap. 2 apresenta uma revisão mais completa de registro). O
registro do cuidado de enfermagem implementado deve incluir mais do que os aspectos técnicos do
enfermagem, com resultados preestabelecidos com relação aos quais a adequação e efetividade do
cuidado possam ser julgadas. O formulário de registro pode incluir protocolos e intervenções
padronizados conforme indicado nos caminhos clínicos; deve haver espaço para escrever
intervenções que sejam exclusivas para pacientes individuais ou para descrever variações no cuidado.
O registro deve exigir pouco tempo para ser completado, ser específico do contexto perioperatório, e
prover continuidade por meio das várias áreas na cirurgia, desde as áreas de espera pré-cirurgia até
unidades de cuidado perianestésico.
resultados dos pacientes. Depois de seis anos de pesquisa e validação, o conjunto de dados de
enfermagem perioperatória (CDEP; PNDS, perioperative nursing data set) foi reconhecido como uma
similar ao Modelo Focalizado no Paciente Perioperatório, o CDEP começa com os resultados dos
pacientes (Fig. 1-6). Cada resultado é definido e interpretado e apresenta critérios pelos quais é
para a obtenção dos resultados desejados dos pacientes, juntamente com atividades de enfermagem
perioperatórias usarem o CDEP para apoiar um registro padronizado. Quando isso é realizado,
bancos de dados permitem a comparação dos resultados clínicos de grandes populações de pacientes
5
dentro de uma instituição ou em várias instituições. Os bancos de dados podem ser usados para a
PBE.
FIGURA 1-6 Uma explicação da estrutura do Conjunto de Dados de Enfermagem Perioperatória (CDEP).
Evolução. Evolução é verificar, observar e estimar os resultados do que foi feito. Embora a evolução
seja tradicionalmente listada como a última fase do processo de enfermagem, ela é um componente
evolução dirige-se ao progresso do paciente para atingir resultados identificados. Quando exequível e
apropriado, o paciente e a sua família ou outros entes queridos devem ser envolvidos no processo de
modificar resultados e o plano de cuidados devem ser registradas. Uma vez que os processos e as
cuidados, identificação de problemas, resolução de problemas e revisão pelos pares, podem fazer
cuidado dos pacientes, identificam problemas, propõem soluções, monitoram e avaliam a efetividade
perioperatória que podem servir como diretrizes para medir a qualidade dos cuidados aos pacientes.
Esses princípios corretos são amplos em abrangência, atingíveis, definitivos e relevantes para as
respostas dos pacientes. O objetivo comum dos padrões é o cuidado de qualidade para o paciente
cirúrgico.
continuar a (1) pesquisar com empenho os resultados dos pacientes, (2) ligar intervenções de
enfermagem aos resultados e (3) determinar métodos que conservam recursos durante a
exigem que as enfermeiras perioperatórias avaliem sua própria prática com relação aos padrões de
prática profissional da AORN. Obtenção de certificação (Certified Nurse, Operating Room [CNOR]),
reconhecido que enfatizar a educação dos pacientes e a prevenção são essenciais para melhorar os
resultados; cuidado a longo prazo, prevenção de problemas e oferta de apoios emocional e físico ao
paciente e a sua família são componentes integrantes. À medida que o número de cirurgias de curta
tratamento agudo, agora são efetuados em uma base ambulatorial. Educação do paciente e
planejamento da alta também devem considerar o ambiente para o qual o paciente estará retornando
enfermeira perioperatória deve levar em conta a avaliação educacional (o que o paciente necessita
saber e quer saber e os fatores que influenciam a disposição e capacidade de aprender do paciente),
uma avaliação ambiental, o nível de informação fornecido ao paciente e sua família (os materiais
devem ser entre os níveis de leitura da sexta e oitava séries), materiais de apoio à educação dos
Para ser uma educadora eficaz, a enfermeira perioperatória deve ser carinhosa e empática, e ter
necessitam familiarizar-se com informação sobre cuidados à saúde disponíveis na Web, o que facilita
planejamento de alta. Em cada um dos capítulos na Unidade II, uma seção resume características
cirúrgicas selecionadas.
1
Caminhos Clínicos. Outra expectativa nos Padrões de Desempenho Profissional da AORN é que a
porque eles baseiam-se em pesquisa e resultados. Em geral, os caminhos clínicos são diretrizes
de tempo durante as várias fases dos cuidados ao paciente. Sua intenção é melhorar a qualidade dos
chamados padrões de cuidados do ser viço cirúrgico, estes servem como os padrões da instituição para a
responsabilidades e ações apropriadas para circunstâncias específicas. Para ser eficaz, uma norma
deve ser compatível com os padrões de prática nacionais e estaduais, ser realística e exequível, ser
consistentemente seguida exceto quando aprovação prévia foi obtida, ser baseada em evidências e
pensamento racional e ser relacionada com os objetivos a longo prazo dos serviços cirúrgicos.
Procedimentos sãos guias para a implementação de uma política; eles estabelecem a sequência
cronológica detalhada das atividades no que elas se relacionam com uma política particular. Normas
As novas tendências dos cuidados à saúde exigiram um maior controle dos custos, uso eficiente de
muitos procedimentos cirúrgicos de contextos de internação para tratamento ambulatorial. Com essa
nesses padrões. Isso representou uma evolução na garantia da qualidade, na melhora contínua da
qualidade, para melhora do desempenho (MD; PI, performance improvement). Essa transição foi
ressaltada pela crença de que a medição dos resultados e melhorar os cuidados constituem as
O programa de melhora do desempenho dos serviços cirúrgicos deve ter como base padrões
estabelecidos de cuidado. A intenção de cada padrão deve ser refletida em resultados realísticos e
mensuráveis. Um plano para medir e melhorar os cuidados, que inclui a abrangência dos cuidados e
específicos devem ser identificados para refletir esses aspectos importantes do cuidado. Limiares que
identificam o nível de aceitabilidade de variação para cada indicador são, então, estabelecidos. Os
inquéritos e entrevistas com pacientes; e análise por pares. A ênfase evoluiu da auditagem do
processo para a ênfase atual em indicadores de estrutura, processo e resultados. Esses esforços
cuidado.
seguros, de alta qualidade, ao paciente perioperatório. Quando os processos são compreendidos, eles
podem ser aprimorados por meio de um plano sistemático de ação. O envolvimento das equipes que
trabalham nos planos de avaliação e aperfeiçoamento do desempenho dos serviços cirúrgicos pode
prestação de cuidados. À medida que os usos atuais dos dados sejam expandidos e intensificados, os
objetivos ainda incluirão o uso dos dados para atividades de pesquisa dirigidas para a melhoria da
desempenho serão modificadas com o tempo para refletir a evolução tecnológica e as práticas de
cuidados que afetam a qualidade e a segurança do cuidado. Também se prevê que a JCAHO
medidas centrais recomendadas, ao longo dos próximos anos. Os objetivos das futuras atividades
padronizadas.
A profissão da enfermagem e a cultura dos cuidados à saúde nos Estados Unidos continuam a sofrer
torno dos 1940) chega aos 65, projeta-se que o segmento da população acima de 85 triplicará por
volta de 2050. Chamada “revolução da longevidade”, prevê-se que em 2030 um em cada cinco
residentes nos Estados Unidos terá mais de 85 anos. Novos contextos ambulatoriais para oferta de
desenvolver-se, do mesmo modo que clínicas com base na comunidade, clínicas universitárias,
clínicas móveis e centros de saúde viáveis. As organizações de serviços de saúde mais ágeis e
estratégicos pessoais para intensificar sua educação, conjuntos de habilidades e metas profissionais, à
medida que expandirem seus horizontes de prática e se moverem para alguns desses papéis que
enfermeira. Em 1984, a AORN aprovou uma declaração oficial sobre a enfermeira cirúrgica
assistente; a declaração tem sido revista continuamente para refletir as mudanças no papel das
enfermeiras. A ECA deve possuir formação específica nessa área, ter uma especialização acadêmica,
perioperatórias especialistas foram capacitadas e se preparam para esse papel. Desempenhar-se como
ECA possibilita que uma enfermeira perioperatória especialista adquira mais conhecimento e
habilidade clínicos, enquanto ainda permanece diretamente envolvida com a oferta de cuidados de
pós-operatório. O papel da ECA ganhou ampla aceitação e é apenas uma das maneiras pelas quais as
As pressões por gestão mais eficiente dos recursos financeiros, materiais e humanos estimularam o
cuidados ao paciente perioperatório. Pronto acesso a dados precisos é essencial para manter e
gerencial bem projetado é capaz de sintetizar com eficiência grandes volumes de dados para
componente vital que pode melhorar a tomada de decisão. É provável que os sistemas
administrativos tenham sido a primeira área de informática de enfermagem. Aplicações mais recentes
que mostre a relação custo-benefício e a eficácia dos cuidados prestados. O crescente campo da
melhores práticas, o CDEP (PNDS) e materiais educativos para os pacientes que acompanham os
melhores práticas, o CDEP ( ) e materiais educativos para os pacientes que acompanham os
pacientes em seus momentos. Esses sistemas permitem compartilhar informação em larga escala à
medida que os pacientes têm acesso ao cuidado de saúde em diferentes lugares e momentos ao longo
de um continuum (p. ex., coleta de amostras, equipamento usado) e dados sobre os cuidados aos
pacientes (processos de cuidar, intervenções, resultados). Os futuros sistemas tecnológicos podem vir
comunicar-se com seus pacientes por telefone ou fio, permitindo que a enfermeira perioperatória
“veja” a ferida do paciente ou “discuta” a recuperação e reabilitação globais após a cirurgia. Muitos
pacientes cirúrgicos são eles próprios especialistas em informação na era da internet, usando essa
tecnologia para buscar profissionais de saúde, melhores instituições, obter conhecimento a respeito
Prática Avançada
Enfermeiras clínicas avançadas, sejam enfermeiras de clínicas (EC) ou sejam enfermeiras clínicas
especialistas (ECE), tornaram-se membros valiosos das equipes de saúde em múltiplos contextos.
ambulatoriais, enquanto as ECE atuavam em contextos de cuidados agudos. À medida que o tempo
dos programas de residência foi reduzido e desviou-se parte dos recursos aplicados na capacitação de
enfermeiras hospitalares (residentes cirúrgicas) para a medicina de atenção primária, as ECE dos
serviços de cuidados agudos começaram a preencher o espaço aberto à prestação de cuidados aos
pacientes que estão mais gravemente enfermos e cujos problemas médico-cirúrgicos são mais
1997, recebem reembolso do Medicare em uma variedade de contextos. Essa legislação também prevê
o reembolso pelo Medicare para ECA quando elas são uma EC ou ECE. A AORN desenvolveu
gerenciar estado de saúde ou doença, habilidade para ajudar e curar, habilidade para ensinar e
atuação direta nos cuidados, e habilidade para monitorar e promover a qualidade da prática
1
perioperatória.
CONCLUSÃO
profissionais de saúde para planejar o melhor curso de ação para cada paciente. A fim de assegurar a
mais alta qualidade de cuidado, o input a partir de cada uma das disciplinas de saúde representadas na
da parceria, criatividade e colaboração entre uma variedade de disciplinas. Com energia, entusiasmo
desempenho, melhores práticas e diretrizes clínicas. Elas constantemente reforçam sua competência
em qualquer desses papéis continuarão a demonstrar o cuidado humanizado para com os pacientes
paciente como uma pessoa integral; ela combina cuidar, curar, teoria, ética e prática em um papel de
18,19
enfermagem que valoriza a relação sagrada que existe entre a enfermeira e o paciente.
Instrumentadora e circulante (discutidos no Cap. 3) podem tornar-se termos obsoletos; já sabemos que
definem funções circunscritas que são apenas uma parte da esfera de responsabilidade da enfermeira
perioperatória. O futuro pode trazer novos títulos e funções, mas nunca apagará a função essencial
qual reflete as aptidões e motivações das profissionais perioperatórias. Com essa perspectiva, o leitor
deve considerar o restante deste livro como uma parte de um corpo de conhecimento para a
enfermeira perioperatória. Os capítulos restantes neste livro contêm informação vital relacionado
com as práticas de enfermagem e os processos de cuidar que são necessários nos contextos de prática
perioperatória.
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CAPÍTULO 2
JANE C. ROTHROCK
primordiais dos membros da equipe cirúrgica. O imperativo do tratamento de saúde, “antes de tudo,
entanto, nos contextos cirúrgicos, competência clínica individual não é suficiente para assegurar a
segurança do paciente. Todos os membros da equipe cirúrgica devem compreender e contribuir para
o aperfeiçoamento dos sistemas em que desenvolvem sua prática clínica e seu trabalho, contribuir
Lesões dos pacientes durante procedimentos operatórios ou outros procedimentos invasivos têm
consequências graves, exigindo uma compreensão clara das estratégias de prevenção do pessoal
perioperatório. Aos pacientes que entram em contextos cirúrgicos são apresentados numerosos
ineficaz; hidratação deficiente (ou excessiva); resposta alérgica ao látex; e lesão relacionada com o
vulneráveis a erros médicos: erros de medicação, cirurgia no local errado, erros de diagnóstico e
8
tratamento e mau funcionamento de equipamento. Nesse contexto, a importância da competência
oferecer um cenário no qual todas as atividades da equipe cirúrgica e pessoal auxiliar se encaixem,
resultando em um curso de ação eficiente para o benefício de cada paciente. Essas políticas e
procedimentos são o padrão de cuidados (PC) institucional e fazem parte de uma abordagem
sistematizada para reduzir erros e melhorar a segurança dos pacientes. Fatores organizacionais e
sistemas complexos podem contribuir para erros médicos e eventos adversos nos contextos
Registered Nurses (AORN) inclui um componente estrutural que representa o papel da organização
em apoiar a equipe com processos clínicos que ajudam a atingir os objetivos de segurança dos
lesões aos pacientes e queixas dos pacientes podem ser usados para identificar questões potenciais
Os regulamentos são atividades obrigatórias às quais a instituição deve obedecer para satisfazer a
certos padrões estabelecidos por agências externas. Diversas agências regulam o ambiente de
cuidados à saúde e afetam a prática nos contextos perioperatórios, incluindo as seguintes:
A JCAHO estabelece padrões relacionados com a estrutura, o processo e os resultados dos serviços
que as instituições de saúde devem prever. A acreditação é voluntária, mas recomendada para
A U.S. Food and Drug Administration (FDA, Administração de Alimentos e Drogas) regula os
Muitas agências de saúde estaduais possuem regulamentações estritas que afetam as instituições
esterilização. Além disso, o Corpo de Bombeiros local costuma ter regulamentações que controlam
AMBIENTE SEGURO
Processos centrados no paciente criam o produto e serviço dos cuidados à saúde — a oferta de
paciente. Para garantir que esses processos preencham sua função, eles precisam ser planejados,
implementados e executados com consistência. Como parte de uma abordagem sistêmica à segurança
DESTAQUE DE PESQUISA
O objetivo deste estudo foi explorar as percepções dos pacientes sobre a comunicação paciente-
Três locais geográficos foram identificados, e pacientes alternados de cada local foram
nas tentativas de resolução resultantes de um evento adverso. Comunicação eficaz foi um fator
quando os pacientes definiram o evento adverso como “um engano não-intencional” ou “um
erro”
. Dois tipos de trauma (físico e emocional) foram esperados na população de pacientes que
frustração por não receber informação depois do evento e uma “desconexão” da relação. Um
terceiro tipo de trauma, chamado trauma financeiro, foi identificado e comprovou-se, em alguns
casos, o fator mais saliente que influenciou as ações subsequentes dos pacientes. Respostas
influências importantes sobre as respostas dos pacientes aos eventos adversos. Enfrentar um
evento clínico adverso de forma colaborativa ajudou os pacientes e profissionais nos traumas
adverso ocorre. Na visão da JCAHO para a resolução de conflitos dessa natureza e prevenção de
recebe uma declaração de desculpas. A análise de erro guia a prevenção desse erro no futuro.
Paciente e de Melhoria da Qualidade de 2005 fez um adendo à Lei Pública de Serviço à Saúde
para incentivar uma cultura de segurança nas organizações de saúde. A lei incluiu provisão de
voluntária.
events, International Journal of Quality Health Care, 2005. Acessado em 21 de julho de 2005, 2005, on-line:
AHRQ Patient Safety Network; JCAHO: Health care at the crossroads—strategies for improving the medical
liability system and preventing patient injury, Chicago, 2005, The Commission; Patient Safety and Quality
Improvement Act of 2005. Acessado em 3 de agosto de 2005, on-line: AHRQ Patient Safety Network
www.psnet.ahrq.org; Sparkman CAG: Legislating apology in the context of medical mistakes, AORN Journal
82(2):263-272, 2005.
Projetar um ambiente seguro incorpora aspectos que previnem ou controlam o risco de infecção,
incêndio, explosão e riscos químicos e elétricos. Padrões de tráfego bem elaborados; sistemas de
manipulação de materiais; sistemas de descarte; ventilação filtrada com pressão positiva e sistemas de
ventilação unidirecional de alto fluxo para aplicações especiais contribuem para um ambiente
cirúrgico seguro. Além disso, uma fonte de energia de emergência confiável e adequada deve estar
disponível para uso durante interrupções elétricas e ser testada regularmente para assegurar
canalizados, como oxigênio e óxido nitroso, devem estar claramente rotuladas e facilmente
prevenção de riscos é exigida pela JCAHO. Embora os riscos de fogo e explosão tenham diminuído
muito nos últimos anos como resultado do uso de anestésicos e soluções de preparação da pele não
oxigênio da SO. Riscos elétricos também são preocupantes e serão discutidos mais tarde.
Os indivíduos que projetam centros cirúrgicos devem considerar a necessidade de espaço adequado
para acomodar a tecnologia a ser empregada, como monitores de vídeo, microscópios, lasers,
monitor e manter o campo estéril em uma sala atulhada. De modo geral, é recomendado que a SO
6
moderna-padrão tenha 36 a 54 metros quadrados. SO especializadas, como as usadas para
a 68 metros quadrados de espaço de chão, com pelo menos um espaço de chão livre de 6 metros.
Salas especializadas projetadas para endoscopia e cistoscopia podem ter 34 metros quadrados. SO
destinadas à cirurgia ambulatorial anteriormente eram projetadas com a menor metragem quadrada;
entretanto, à medida que números cada vez maiores de procedimentos minimamente invasivos são
feitos no ambulatório, maiores salas de cirurgia tornaram-se necessárias para acomodar essa
tecnologia.
Os materiais de superfície usados em SO devem ser não porosos, lisos, fáceis de limpar,
impermeáveis e não inflamáveis. Materiais de vinil de alto impacto e coberturas de paredes flexíveis,
com novos adesivos, fazem com que as juntas sejam completamente vedadas nas paredes, teto e
chão, o que permite uma lavagem eficiente com soluções desinfetantes. As superfícies devem ser tão
livres quanto possível de uniões, juntas e fendas para evitar o abrigo de microrganismos. Protetores
para-choques devem ser colocados nas paredes e cantos dos corredores a fim de evitar dano pelo
movimento de equipamento e macas. Paredes danificadas não podem ser limpas adequadamente e
A cobertura do chão também deve ser não porosa, sem uniões e fácil de limpar. Ela deve ser feita
de materiais antiderrapantes para evitar lesões ao pessoal. A cor do revestimento do chão deve ser tal
que agulhas cirúrgicas sejam facilmente visíveis em contato com a superfície se caírem ao chão. A
junção entre o chão e a parede deve ser curva para evitar o acúmulo de material e facilitar a limpeza.
Portas deslizantes são recomendadas para eliminar a turbulência de ar causada por portas
oscilantes. Observou-se um aumento acentuado nas contagens microbianas quando portas oscilantes
são abertas ou fechadas. Portas deslizantes devem ser projetadas, se possível, para facilitar a limpeza
de todas as superfícies.
Os armários de suprimentos das SO devem ser fechados, com prateleiras aramadas para facilitar a
limpeza e minimizar o acúmulo de poeira. Armários de aço inoxidável com portas de vidro
deslizantes são preferidos, para facilitar a limpeza e a visualização do conteúdo para a enfermeira
circulante.
manutenção do ambiente limpo e sem poeira. Idealmente, carros limpos com suprimentos limpos e
estéreis são trazidos para a SO por um sistema de transporte de carga limpo (elevador elétrico,
contaminados são colocados no carro e devolvidos por meio de um elevador contaminado, onde eles
são reprocessados, e o carro é lavado. Carros de transporte funcionam bem quando fichas de
preferência, ou folhas de informação computadorizadas que são específicas para cada procedimento e
carro de transporte.
A projeção do centro cirúrgico com um núcleo estéril é o desenho mais comum das SO modernas.
Esse desenho elimina o cruzamento no tráfego de pessoal e suprimentos das áreas contaminadas ou
sujas para as áreas limpas ou estéreis. Uma vez que os processos de descontaminação e arrumação
limpa ocorrem fora da SO (em uma central de processamento), o desenho do centro cirúrgico
necessita permitir o fluxo de materiais de áreas limpas para sujas sem comprometer os princípios de
O centro cirúrgico deve ser projetado levando-se em consideração o espaço adequado para
subestimado quando uma nova instalação está sendo planejada, resultando em confusão e
movimento ineficiente de pessoal para apanhar equipamento em espaços de armazenamento
SO é acrescentar 50% à metragem quadrada total do centro cirúrgico no projeto destinado a isso. O
espaço de armazenamento deve ser adjacente à SO. Várias salas de armazenamento de tamanho
médio são preferíveis a uma sala grande, para evitar a dificuldade de tirar materiais do fundo de uma
sala grande.
Sinais de Emergência
Todo centro cirúrgico deve possuir um sistema de sinalização de emergência que possa ser ativado de
dentro da SO. Uma luz deve aparecer do lado de fora da porta da sala envolvida, e uma cigarra ou
campainha deve soar na área central de enfermagem ou de anestesia. Os sinais devem permanecer
ligados até o alarme ser desligado na origem. Todo o pessoal deve familiarizar-se com o sistema e
saber como enviar um sinal e como responder a ele. Esse sistema, restrito a uso em situações de
emergências com risco de vida, poupa tempo valioso em trazer pessoal e recursos adicionais para
ajudar.
SEGURANÇA DA EQUIPE
Todo o pessoal perioperatório deve ser educado no uso de boa mecânica corporal para evitar quedas
e distensões comuns quando permanece em uma mesma posição por longos períodos, estendendo-se,
25
alongando-se, levantando ou movendo ou posicionando pacientes pesados ou outros objetos.
Quando possível, aparelhos mecânicos devem ser usados para levantar pacientes e outros objetos
pesados. Boa mecânica corporal e aplicação de princípios ergonômicos conservam energia, protegem
supervisionado no uso correto de equipamento para prevenir lesões, como queimaduras de autoclave
e equipamento elétrico, escoriações pelo contato com alavancas acessórias de metal, lesões por portas
29
oscilantes, cortes com lâmina de bisturi, picadas de agulhas e exposições a respingos.
cirúrgico de acordo com a regra da OSHA sobre exposição a patógenos transmitidos pelo sangue e as
Doenças (CDC). Proteção ocular, máscara facial, gorro e propés, capotes, luvas e qualquer outra
vestimenta protetora têm de ser usados sempre que existir o potencial de contato com sangue e
líquido corporal. Essas precauções são aplicadas a todos os pacientes em tratamento, seja qual for o
líquidos corporais para a instituição deve ser desenvolvido, identificando as áreas de alto risco no
ambiente perioperatório (Cap. 3 para uma discussão completa desses elementos). Essas ações não
apenas protegem o pessoal, mas também mantêm os pacientes a salvo de infecções adquiridas no
hospital.
O programa de manutenção e limpeza deve ser claramente definido e compreendido pelo pessoal
perioperatório. Atender de imediato a respingos, enxugar imediatamente o chão molhado, usar sinais
de advertência em áreas de perigo e manter corredores e áreas de passagem livres de obstáculos são
ou outro material potencialmente infeccioso e resíduos perigosos são essenciais para tornar a área
segura para os pacientes e a equipe. Resíduo hospitalar com risco biológico deve ser colocado em
recipientes ou bolsas à prova de vazamento que sejam codificados em cores, rotulados ou etiquetados
Quaisquer materiais cortantes descartáveis devem ser postos em um recipiente resistente a perfuração
catástrofe. O primeiro passo essencial é identificar quem necessita saber como proceder nesses casos.
pacientes chegando, e qual é a cadeia de comando. Toda a equipe cirúrgica deve familiarizar-se com o
plano de emergência do departamento e ser capaz de descrever seus papéis e suas funções individuais
deficiências e execute ação corretiva para melhorar sem cessar a eficácia do plano.
preparação para situações de emergência e catástrofe também devem incluir uma resposta à atividade
perioperatória deve ser treinada para reconhecer sintomas de terrorismo nuclear, biológico ou
químico; procedimentos de triagem devem ser elaborados; e uma área de descontaminação deve ser
identificada. Equipamento descartável ou de fácil limpeza deve ser destinado às vítimas, e a equipe
Como parte da preparação para situações de emergência e catástrofe, a instituição deve garantir
comunidade (preparação para situações de emergência com base na comunidade). Nesse caso,
bombeiros e serviços de emergência operam em conjunto para criar estruturas de comando e centros
Os tipos de riscos elétricos encontrados no ambiente da SO incluem choque elétrico, fogo, explosões
e queimaduras. Choque elétrico resulta da corrente fluindo pelo corpo e pode resultar do toque de
um plugue danificado ou uma peça de equipamento de metal não-aterrado. Incêndios podem resultar
de fios defeituosos, uso inapropriado de fios de extensão e descuido no uso de equipamento elétrico,
como lasers e unidades eletrocirúrgicas (UEC), sobretudo na presença de uma atmosfera enriquecida
de oxigênio (AEO) ou líquidos inflamáveis (Quadro 2-1). Chamadas “triângulo do fogo”, essas
condições representam uma fonte de calor ou ignição (p. ex., um laser), uma fonte de oxigênio e uma
1. Proibido fumar e o uso de qualquer aparelho ou dispositivo que produza chama aberta.
2. Avaliar e testar todo equipamento novo, para garantir segurança e otimizar o desempenho.
funcionamento adequados antes do uso, e rotular com uma etiqueta de inspeção de acordo com o
procedimento institucional.
câmeras, luzes e unidades eletrocirúrgicas são seguros para uso em uma dada situação.
aprovação de segurança.
6. Instruir o pessoal no uso seguro de todo o equipamento, e solicitar demonstração de retorno de
sua compreensão.
7. Todo o pessoal deve ser familiarizado com o procedimento para a retirada imediata de uso e
ou conforme solicitado e elaborar relatórios por escrito para o diretor de serviços cirúrgicos.
Plugue, cabo e conexões do equipamento elétrico devem ser verificados antes de cada uso quanto
Todos os cabos elétricos devem ser de comprimento e flexibilidade adequados para alcançar uma
tomada sem esforço e sem o uso de cabos de extensão. Dobras e rolos devem ser removidos
dos cabos elétricos antes que os plugues sejam introduzidos nas tomadas na parede.
O plugue, não o cabo, deve ser manuseado quando cabos elétricos são conectados ou removidos
de uma tomada. Puxar o cabo pode fazê-lo romper-se no ponto onde o fio é fixado ao
plugue.
Cabos não devem ser enrolados apertados em torno do equipamento, o que faz a capa protetora
Cabos devem ser sempre removidos das áreas de circulação antes da remoção de um leito ou uma
máquina, por exemplo. Se a posição do equipamento elétrico exigir que os cabos fiquem no
chão onde pessoas estarão circulando durante a cirurgia, os cabos devem ser fixados com
Sistema de Energia Isolado. Um sistema de energia isolado, embora não seja uma exigência da
National Fire Protection Agency para as áreas cirúrgicas com anestesia não inflamável, ainda é
encontrado em SO mais antigas. Esses sistemas podem reduzir o risco de choque ou queimadura por
equipamento no sistema que não está apropriadamente aterrada. Cada sistema de energia isolado
deve possuir um monitor de isolamento da linha operando continuamente que indica possível escape
ou correntes defeituosas para a terra. A maioria dos monitores tem uma lâmpada verde sinalizadora
que indica quando o sistema está isolado da terra. Um lâmpada vermelha sinalizadora e uma
campainha indicam quando é detectada a falta de fioterra. Todo o pessoal perioperatório deve
QUADRO 2-1
oxigênio e uma fonte de ignição. O centro cirúrgico contém uma ampla variedade de
cirúrgicos:
Usar aplicadores com solução degermante da pele com dose única pré-embalada, para
Assegurar que as soluções de degermantes, que poderiam conter álcool, estejam secas antes
Algumas soluções degermantes mudam de aspecto quando secas (p. ex., mudam de brilhante
para opaca). Seguir as instruções ou advertências indicadas pelo fabricante. Como parte do
“tempo de suspensão”
, assegurar que qualquer solução de degermante inflamável secou antes
de ser usada na presença de uma fonte de calor.
Cobrir o cabelo e pelo facial (p. ex., supercílios, barba, bigode) com geleia lubrificante cirúrgica
Tomar conhecimento dos ambientes potenciais ricos em oxigênio, como sob os campos
pescoço. Oxigênio embaixo dos campos pode “caminhar” para a área da fenestração no
campo cirúrgico e atingir o sítio cirúrgico. Dispor os campos para minimizar a acumulação de
Ajustar todas as conexões à fonte luminosa do fibroscópio antes de ativar a fonte. Colocar o
úmidas.
Controlar as fontes de calor guardando no coldre o equipamento cirúrgico (p. ex., o eletrodo
• Se o oxigênio suplementar for a uma concentração acima de 30%, pará-lo, se possível, pelo
• Ativar uma unidade somente quando a ponta estiver visível (sobretudo durante
Criar um plano de resposta a incêndio para assegurar que a equipe está treinada em
são recomendados. Esses extintores de incêndio são capazes de apagar pequenos incêndios
• Métodos de resgate.
los.
Modificado de Association of periOperative Registered Nurses (AORN): Position Statement on Fire Prevention,
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Líquidos Voláteis. Líquidos inflamáveis, incluindo álcool, devem ser adequadamente armazenados.
Líquidos voláteis, como acetona e sprays de aerossol, são proibidos para limpeza e uso incidental em
áreas de risco. As soluções degermantes da pele devem ser aplicadas com cuidado para evitar
31
acumulação, o que pode levar à queimadura química. Compressas devem ser posicionadas sob o
paciente ao longo da área cutânea a ser preparada de modo a absorver qualquer solução excedente e
removidas tão logo a degermação seja concluída. Além de ser um irritante químico, a solução
degermante pode ser inflamada por uma faísca de um eletrodo ativo da unidade eletrocirúrgica ou de
uma carga de eletricidade estática. Ignição de vapores pode ocorrer quando a solução se evapora.
Soluções usadas na degermação da pele sempre devem ser deixadas secar antes da aplicação dos
3
campos cirúrgicos.
A diretiva Right to Know (Direito de Saber), publicada pela OSHA, estipula o padrão para fornecer
Material Safety Data Sheets (MSDSs) (Formulários de Dados de Segurança dos Materiais) são
formulários de informação que constituem a base desse padrão. Exige-se de cada fabricante de
substância ou solução que forneça informação de segurança sobre os seus produtos, e se exige dos
empregadores que tenham essa informação disponível para os empregados para consultar a qualquer
momento. O pessoal deve ser familiarizado com as MSDSs das substâncias químicas e soluções
usadas na SO porque elas proporcionam valiosa informação de segurança para o paciente e o pessoal.
SEGURANÇA DA RADIAÇÃO
procedimentos cirúrgicos utilizam estudos radiológicos que são efetuados imediatamente antes,
frequências podem danificar tecidos e produzir efeitos a longo prazo. Os efeitos da radiação são
dependentes da dose e cumulativos; quanto maior a dose ou mais frequente a exposição, maior o
risco dos efeitos da radiação. A exposição deve ser mantida ao mínimo tolerável.
(raios X) portáteis e unidades de fluoroscopia portáteis (braço em C) — e (2) fontes não ionizantes
— lasers (Cap. 7 para uma discussão completa sobre segurança com laser). Os membros da equipe
cirúrgica devem evitar exposição desnecessária a fontes de radiação e adotar medidas que reduzem o
maior distância segura (pelo menos 2 m) da fonte de radiação ou permanecer atrás de proteção de
chumbo quando a radiação ionizante estiver sendo usada durante cirurgia. O pessoal não essencial
deve sair da sala, e os membros da equipe estéril devem usar aparelhos protetores e deslocar-se para
tão longe quanto possível da fonte de radiação, conquanto ainda adotando à técnica asséptica.
dispositivos de segurança da radiação incluem, mas não se limitam, a proteção ocular especial, luvas
radioprotetoras, aventais de chumbo e blindagem tireóidea. Manuseio cuidadoso e exame regular das
vestes de chumbo são importantes para assegurar a integridade da blindagem; elas não devem ficar
dobradas durante a guarda e devem ser submetidas à testagem radiológica com regularidade.
periodicamente para reforçar medidas de proteção e corrigir conceitos errados ou práticas não
O pessoal que pode ser exposto à radiação usa dispositivos de monitoramento da radiação
monitoramento da radiação deve ser usado constantemente na mesma área do corpo. Quando se
veste um avental de chumbo, dois dispositivos de monitoramento podem ser usados, sendo um na
altura do pescoço por fora do avental, e o outro por dentro do avental de chumbo. Os dosímetros são
A proteção do paciente durante procedimentos nos quais é usada radiação é realizada por
blindagem e máquinas que limitam o tamanho do feixe, reduzindo a quantidade de tecido que está
sendo exposta à radiação direta. Proteções devem ser colocadas (1) sobre órgãos reprodutores
(blindagem fetal ou gonadal) durante estudos radiográficos de abdome, quadris e coxas quando
possível e (2) sobre tireoide/esterno durante estudos radiográficos de cabeça, pescoço e extremidades
superiores. Uma história pré-operatória cuidadosa é parte importante da segurança na radiação,
sobretudo com relação ao estado reprodutor da mulher. Se a mulher estiver grávida, especialmente
durante o primeiro trimestre, é crucial evitar exposição à radiação, se possível. Medidas que devem
ser tomadas para proteger pacientes da exposição à radiação devem ser anotadas no relatório de
enfermagem perioperatória.
ALERGIA AO LÁTEX
de saúde (Quadro 2-2). O látex é o material de escolha na fabricação de luvas cirúrgicas porque é
flexível e preserva a sensibilidade tátil do usuário. Embora o látex de borracha natural tenha sido um
Embora alguns indivíduos apresentem dermatite de contato irritante, isso muitas vezes resulta de
uma irritação química e não envolve o sistema imune. Em uma reação alérgica tipo IV, a resposta é
uma reação retardada mediada por células, que inclui sintomas de dermatite de contato (p. ex.,
prurido, edema, eritema, vesículas, pápulas secas, formação de crosta e espessamento da pele) que se
alastra além das áreas de contato. Uma reação ao látex verdadeira é tipo I: imediata, mediada por IgE e
anafilática. Em geral, o início de uma reação anafilática ocorre dentro de minutos, com sintomas de
hipotensão e parada cardíaca. Muitas reações anafiláticas graves ocorreram quando um produto à
base de látex (p. ex., luvas cirúrgicas) entrou em contato direto com membranas mucosas durante
procedimentos cirúrgicos. Essa situação permite uma introdução rápida do antígeno do látex
Os indivíduos em alto risco de alergia ao látex incluem profissionais de saúde; pacientes que se
borracha. Até mais recentemente, supunha-se que a sensibilização ao látex resultava apenas da
absorção cutânea em trabalhadores de saúde ou do contato direto com mucosa durante tratamentos
clínicos. Estudos recentes confirmam que os alergênios da proteína do látex ligam-se eficazmente ao
prolongados. A exposição ao inalante é um fator de risco adicional para sensibilização aos alergênios
do látex. A prevalência de alergia ao látex tipo I em profissionais de saúde foi estimada em 10% a
37
30%, o que é muito mais alto que a encontrada na população geral.
trabalhadores de saúde ao látex. Se um ambiente látex-isento não pode ser criado, o objetivo é
produzir um ambiente látex-seguro, no qual se envidam todos os esforços para remover as fontes de
4
látex de alto teor alergênico e transportadas pelo ar. Isso inclui trocar por luvas com baixo teor
alergênico e sem pó. O pó de amido de milho nas luvas de látex pulverizadas é um transportador
procedimentos invasivos onde o uso de luvas é alto. O emprego de luvas sem pó, de baixo teor
pacientes sensíveis ao látex, e todos os membros da equipe devem segui-los. Um dos primeiros
passos para proteger os pacientes sensíveis ao látex é substituir os materiais e produtos que contêm
látex por materiais sintéticos alternativos para procedimentos cirúrgicos. Carros látex-seguro
contendo materiais alternativos devem ser arrumados, mantidos e usados em pacientes alérgicos
conhecidos ou de alto risco (Quadro 2-3). Se a instalação cirúrgica não for látex-segura, é preferível
que os pacientes que são látex-sensíveis tenham seu procedimento efetuado como primeiro
procedimento do dia. Avisos de identificação visíveis contendo “ambiente com precauções para o
látex” devem ser afixados em todas as entradas da SO onde o paciente alérgico ao látex está sendo
submetido à cirurgia. O paciente deve usar uma faixa de identificação de alergia ao látex, e o veículo
QUADRO 2-2
Alergia ao Látex
Alergia ao látex é uma reação mediada por imunoglobulina E (IgE) a proteínas presentes em
ETIOLOGIA E INCIDÊNCIA
O látex é a seiva leitosa da árvore da borracha Hevea brasiliensis. Este produto da borracha
natural contém proteínas. A alergia ao látex é a reação a certas proteínas existentes na borracha
de látex. Essas alergias emergiram nos anos 1990 como um dos problemas de saúde mais
risco aumentado de adquirir alergias ao látex. Atualmente, é estimado que uma alergia causada
pela exposição repetida aos alergênios da proteína do látex desenvolve-se em pelo menos 1 em
10 profissionais de saúde, e 53% dos trabalhadores de saúde relataram algum tipo de reação às
luvas de látex quando questionados. Crianças com espinha bífida e indivíduos com doenças
ao látex.
FISIOPATOLOGIA
desenvolver sintomas alérgicos. Embora os produtos que contêm látex tenham apenas 2% a 3%
proteína exata que causa dermatite de contato alérgica ao látex com hipersensibilidade tipo I
ainda não foi identificada e pode ser diferente de um paciente para outro.
FATORES DE RISCO
Crianças com espinha bífida ou outras com condições que exigem operações frequentes.
Pessoas com história de outras alergias dependentes da IgE (p. ex., rinite, asma ou alergias
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sinais clínicos incluem rubor cutâneo local, ressecamento e prurido depois do contato com
látex. A inalação de partículas resulta em sintomas respiratórios, como rinite, espirros, olhos
coçando, garganta arranhando ou asma. Manifestações mais graves incluem anafilaxia com
COMPLICAÇÕES
EXAMES DIAGNÓSTICOS
História
contato com luvas de borracha ou látex, dermatite das mãos relacionada com as luvas,
conjuntivite alérgica depois de coçar o olho com mão que esteve em contato com látex, edema
ligado à enzima [ELISA]). A Food and Drug Administration (FDA) aprovou um reagente de látex
padronizado para teste cutâneo a ser usado unicamente em pesquisas. Este ainda não está
CONDUTA TERAPÊUTICA
Medicações
As medicações incluem nas crises o uso de epinefrina (pode ser autoinjetor e transportado pelo
Geral
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO
Evitar ambientes com altas concentrações de aeroalergênios circulantes (p. ex., SO, serviços
Modificado de Langford RW, Thompson JD: Mosby’s handbook of diseases, ed. 3, St Louis, 2005, Elsevier
SEGURANÇA DO PACIENTE
O relatório do Institute of Medicine (IOM) “To Err Is Human: Building a Safer Health System”
(“Errar É Humano: Construindo um Sistema de Saúde Mais Seguro”) definiu segurança do paciente
como manter o paciente livre de lesão acidental e erro provocado pela implementação de menor ação
necessário que todos os membros da equipe, seja qual for a sua posição, reconheçam os riscos
potenciais no ambiente cirúrgico e previnam lesões acidentais e contribuam para tornar o ambiente
Em 2001, a JCAHO revisou seus padrões para apoiar as medidas de segurança do paciente, contra
erros médicos e dos atendimentos à saúde, exigindo uma conduta integrada e coordenada para um
programa de segurança articulado com a organização. Esses programas consistem pelo menos no
seguinte:
segurança.
Mecanismos definidos para análise dos vários tipos de ocorrências e para realizar atividades de
redução de risco.
Mecanismos para apoiar a equipe envolvida em um evento adverso.
Pelo menos um relatório anual para o órgão governamental sobre ocorrências e ações efetuadas
QUADRO 2-3
perioperatórios com alergia ao látex. A FDA exige que os fabricantes rotulem os suprimentos e
aparelhos que contêm látex. Os seguintes departamentos devem ser notificados de modo que
anestésico (URPA). Em geral, os pacientes alérgicos ao látex e com risco ao látex são marcados
como os primeiros procedimentos cirúrgicos pela manhã. Todos os produtos à base de látex
devem ser removidos da sala. A sala deve ter um letreiro: Precauções ao látex. Esse
procedimento evita que o pessoal traga produtos de borracha (p. ex., pulseiras, etiquetas de
papeleta, identificador de leito, sala) para a sala. O carro de emergência na alergia ao látex deve
ser trazido para a sala logo em seguida. O conteúdo do carro deve incluir, no mínimo, os
Luvas — Luvas de neoprene, nitrila ou outros tipos sem látex de vários tamanhos (estéreis e de
procedimentos)
Seringas — Seringas de vidro ou outras sem látex (a maioria das seringas comuns tem êmbolo
Drogas — A maioria das medicações comuns vem em frasco com rolha de neoprene. Se uma
medicação tiver rolha de borracha, devem ser usadas ampolas de vidro, ou a rolha de
Equipos venosos — Os equipos normais têm conexões de acesso à base de látex. Equipos sem
conexões de acesso devem ser usados. Se isso não estiver disponível, colocar adesivos e não
usar esses acessos; usar torneiras para injeção. Garrotes usados em punção venosa devem
Bolsas ou frascos IV — As bolsas ou frascos IV que têm acesso para injeção de borracha devem
ser cobertos com adesivos e etiquetados: “Não injetar ou colher líquido pelo acesso de látex.”
Sistemas de respiração — Bolsa-reservatório sem látex, circuito respiratório sem látex, com
máscara e bolsa plásticas. Em geral, os circuitos de anestesia são isentos de látex, mas a
base de cloreto de polivinila (PVC). A cânula-máscara laríngea (LMA) é feita de silicone. Tubos
Webril — Webril ou outro material protetor, como estoquinete, deve estar disponível no carro
para ser colocado sob um mangui to de pressão arterial de látex ou torniquete e outros
dispositivos de monitoramento para prevenir contato direto com a pele (p. ex., cabos/tubos,
Itens cirúrgicos sem látex — Substitutos sem látex devem estar disponíveis para os seguintes
Drenos de Penrose.
Esteiras para instrumentos (para evitar que instrumentos deslizem para fora do campo
estéril).
Alças/etiquetas vasculares.
Fita cirúrgica.
Modificado de AORN latex guideline, em AORN standards, recommended practices and guidelines, Denver,
2006, The Association; AANA Latex protocol, American Association of Nurse Anesthetists. Acessado em 15 de
Nesse contexto, a segurança do paciente é uma prioridade para as lideranças. Processos tais como
relatar, investigar, analisar e reduzir riscos refletem uma dedicação organizacional à segurança do
paciente. Para assegurar que os problemas e áreas apropriados sejam os alvos das medidas
preventivas, a identificação rotineira dos erros deve fazer parte da prática de todos os profissionais de
saúde. Relato confidencial e completo é uma das melhores maneiras de adotar uma cultura
21
institucional que encoraja a comunicação de incidente/ocorrência/evento (Quadro 2-4).
Metas Nacionais de Segurança dos Pacientes. Em 2003, a JCAHO introduziu pela primeira vez as
Metas Nacionais de Segurança dos Pacientes (MNSP) como parte de um esforço contínuo para
melhorar a segurança dos pacientes nos serviços credenciados. Um painel de peritos, o Painel
requisitos. Esse painel inclui peritos nacionais em segurança do paciente, enfermeiras, médicos,
lidar com segurança do paciente. Anualmente, as Metas Nacionais de Segurança dos Pacientes são
revistas, e recomendações específicas são formuladas como metas para o ano seguinte. As
outras fontes estabelecidas de informação sobre segurança dos pacientes. Para cada meta, é
custo/benefício.
Proteção dos Direitos do Paciente. A proteção dos direitos pessoais, morais e legais dos pacientes
Responsabilidade do Seguro-Saúde) concedeu aos pacientes direitos importantes sobre como sua
17
informação de saúde é usada. Envolvendo regras a respeito de transação, seguridade e privacidade
dos dados de assistência à saúde, os pacientes devem dar consentimento para que informações
sigilosas de saúde sejam usadas no tratamento, pagamento ou operações de cuidados à saúde. Para
limitar o uso ou revelação de informação de saúde sigilosa e para assegurar os direitos dos pacientes
cirúrgicos são outras medidas importantes que protegem o paciente e o profissional de saúde. A
equipe da SO que assina como testemunha os formulários de consentimento deve estar ciente das
ser um consentimento informado, o que significa comunicação adequada com o paciente a respeito
do procedimento para o qual o consentimento está sendo assinado. Consentimento não é apenas
uma obrigação legal, mas também uma medida que prepara os pacientes psicologicamente para a
intervenção cirúrgica planejada, assegurando que eles tenham uma compreensão clara dessa
intervenção planejada. Procedimentos cirúrgicos não devem ser efetua dos sem o consentimento
obtenção do consentimento. O paciente deve receber essa informação em termos que ele ou ela seja
32
capaz de compreender. O paciente também deve ser informado sobre quem executará o
procedimento e quando outros profissionais que não o cirurgião principal efetuarão partes
13
importantes do procedimento, mesmo quando sob supervisão do cirurgião principal. Os
por verificar se o consentimento está na papeleta e está correto, adequadamente assinado pelo
QUADRO 2-4
Relatório de Incidente/Ocorrência/Evento
lesão temporária e permanente. Uma ameaça à segurança do paciente é qualquer risco, evento,
incidente/ocorrência/evento devem ser elaborados tão logo seja possível. A pessoa que
testemunhou, descobriu primeiro ou está mais familiarizada com o incidente deve preencher o
formulário. Depois de fazê-lo, o relatório deve ser submetido aos indivíduos na instituição
serviço de gerência de riscos. Esses relatos não são parte do prontuário do paciente; eles são
• Quem (identificação da pessoa afetada [paciente, visitante, equipe], funções das pessoas da
equipe envolvidas).
Aspas onde aplicável com incidentes não presenciados (“O paciente declara…”).
cine: Patient safety: achieving a new standard of care, Washington, DC, 2004, National Academy Press.
Nome específico do procedimento cirúrgico (ou, quando múltiplos procedimentos estão sendo
Riscos do procedimento.
Declaração de que o procedimento foi explicado ao paciente (ou responsável legal, se aplicável).
Se for necessário consentimento por telefone, duas pessoas que assinarão como testemunhas
devem ouvir a pessoa que consentiu verbalmente. Viva voz pode ser usada, ou a pessoa que consente
pode repetir a informação a cada pessoa que está servindo como testemunha. O nome e o parentesco
da pessoa que consente devem ser obtidos e registrados, e ambas as testemunhas devem assinar a
10
parte “testemunha” do formulário de consentimento. Permissões especiais para administração de
instituição.
Medidas Gerais de Segurança do Paciente. Minimizar erro humano ajuda a eliminar condições
perigosas para o paciente que se submete a procedimentos operatórios ou outros invasivos. Em todos
A comunicação das informações clínicas vitais para os membros da equipe cirúrgica é essencial ao
cuidado ao paciente. Uma pulseira de identificação é usada para alertar a equipe de que o paciente
tem alergia a uma dada medicação ou substância. Essa é uma medida de segurança que evita a
administração de fármacos ou o uso de materiais que provocariam uma reação alérgica no paciente.
Mesmo na ausência de uma pulseira de alerta, os pacientes devem ser questionados sobre alergias a
Todas as medicações devem ser verificadas três vezes antes da administração: (1) quando
removidas do armário ou gaveta de medicações, (2) antes de ser aspirada para a seringa ou outro
recipiente no campo estéril, e (3) antes de ser administrada ao paciente. Medicações que estão no
campo estéril devem ser rotuladas ou identificadas de tal modo que a solução correta seja usada para
A audição dos pacientes tende a ser mais acentuada depois da administração da medicação pré-
que aguardam cirurgia. Estudos indicam que a audição de alguns pacientes se acentua durante todo o
procedimento cirúrgico. Mesmo com o uso de fármacos que provocam amnésia, uma pequena
porcentagem da população relata lembrança auditiva e percepção sensitiva (p. ex., não conseguir
24
respirar, dor) que ocorreram durante sua cirurgia. (Cap. 4 para uma discussão sobre consciência
durante anestesia.) Além disso, altos níveis de ruído interferem na comunicação acurada com o
paciente e entre os membros da equipe cirúrgica e podem aumentar a probabilidade de erro. Por isso,
Veículos de transporte (macas) e mesas de SO/procedimento devem ser estabilizados com rodas
travadas quando o paciente é movimentado de uma para outra. Uma pessoa deve estabilizar o veículo
de transporte enquanto outra fica em pé no lado oposto da mesa da SO/procedimento para receber o
paciente. Aparelhos de transferência, como cilindros, guinchos ou deslizadores, são úteis para
pacientes incapazes de fazer a sua própria transferência. Todos os aparelhos de segurança em veículos
de transporte e mesas de SO/procedimento devem estar em perfeito funcionamento. Mecanismos de
braço e outros aparelhos protetores devem ser usados sempre que necessário. É essencial possuir um
número adequado de pessoal presente para assegurar a segurança do paciente durante atividades de
transferência.
a enfermeira perioperatória reunir e verificar dados que ajudam no planejamento dos cuidados e na
Comunicação empática, boa habilidade de escuta, estar alerta à comunicação não-verbal, oferecer
paciente. Dois identificadores exclusivos têm de ser usados. Informação sobre o programa
paciente.
2. O procedimento a ser realizado (incluindo o sítio operatório, lado e via de acesso cirúrgico) é
verificado pelo paciente e combinado com o programa cirúrgico, prontuário médico e formulário
deve ser marcado, e o paciente deve ser envolvido no processo de marcação. Deve ser seguido o
cirurgia e analisados pela enfermeira perioperatória como parte da avaliação do paciente. H&EF
devem ser realizados 30 dias antes da admissão ou dentro de 24 horas da internação do paciente.
A história e o exame físico são realizados 30 dias antes da admissão e devem ser atualizados no
20
momento da internação, antes da cirurgia. Além disso, o prontuário e os exames laboratoriais e
testes diagnósticos, sobretudo radiografias e outros estudos de imagem, devem ser verificados e
determina que exames são obrigatórios como parte da preparação pré-operatória do paciente.
Estes podem incluir exames de sangue e urina recentes, radiografia de tórax e eletrocardiograma
(ECG).
5. O paciente deve ser questionado sobre pertences pessoais, incluindo roupa; dinheiro; joias;
peruca; símbolos religiosos e próteses, como dentaduras, lentes, olho de vidro e aparelho
auditivo. A enfermeira é responsável por assegurar o manuseio seguro e a destinação correta dos
correias de segurança em macas para evitar quedas e lesão ao paciente durante o transporte.
prontuário estejam disponíveis antes do início do procedimento cirúrgico, e que elas foram checadas
e são coerentes umas com as outras. Uma lista de verificação pré-operatória (Fig. 2-2) (uma lista das
muito usada para evitar faltas de verificação, omissões e buscar eventos sentinelas (Quadro 2-5). Em
geral, esse formulário é completado na enfermaria se o paciente estiver internado ou na área de pré-
invasivos é única porque quase sempre exige que a circulante e a instrumentadora preparem a
medicação que está sendo administrada pelo cirurgião. A observância das medidas estabelecidas na
(Quadro 2-6). Políticas e procedimentos devem ser seguidos verificando-se a medicação ou solução
antes de ela ser colocada no campo estéril. Medicações sobre e fora do campo estéril devem ser
medicações quando elas são passadas para o cirurgião. Pedir que o cirurgião repita o nome do
medicamento, de retorno, pode assegurar que a dose correta de medicação ou solução está sendo
usada. A lista de “Não Usar” da JCAHO deve ser aplicada a todas as prescrições de medicação e
registro relacionado com a medicação escritas à mão ou na forma pré-impressa (Tabela 2-1).
ou outros invasivos devem possuir políticas e procedimentos para evitar cirurgia em sítio errado.
Cirurgia no sítio errado inclui qualquer procedimento operatório ou outro procedimento invasivo
realizado no paciente errado, parte errada do corpo, lado errado do corpo, ou no nível errado da
2
estrutura corretamente identificada, como em cirurgia da coluna vertebral. Todas as instituições
acreditadas pela JCAHO devem seguir o Protocolo Universal para Prevenção de Cirurgia no Sítio
36
Errado, Procedimento Errado, Pessoa Errada. O Protocolo Universal exige as seguintes atividades:
FIGURA 2-2 Lista de verificação pré-cirúrgica.
QUADRO 2-5
Eventos-Sentinelas
Saúde, JCAHO) define um evento-sentinela como uma “ocorrência inesperada envolvendo morte
medidas. De acordo com a política da JCAHO, o seguinte subconjunto de eventos está sujeito a
apreciação da JCAHO:
Abdução de lactente.
Risco decorrente inclui qualquer variação de processo com a qual uma recorrência acarretaria
da JCAHO apoia a instituição nos seus esforços para examinar erros que ocorram, considerar
fatores contribuintes e fazer recomendações para evitar erros subsequentes. Quando um evento-
sentinela ocorreu, a instituição deve realizar uma análise da causaraiz e submeter o plano de
no futuro. A JCAHO edita as recomendações do Sentinel Event Alert (Alerta para Evento-
sentinela), que refletem uma análise de causa-raiz e oferece estratégias para reduzir erros
desenvolve anualmente os National Patient Safety Goals (NPSGs) (MNSPs, Metas Nacionais de
aplicável) uma ou duas recomendações extraídas de Sentinel Event Alerts ou a implementar uma
implementação das soluções são consideradas. Após a introdução como um MNSP, o objetivo
Modificado de Beyea SC: Learning from sentinel event statistics, AORN Journal 80(2):315-318, 2004; JCAHO:
What every health care organization should know about sentinel events, Chicago, 2005, The Association;
Processo de verificação pré-operatória para assegurar que todos os documentos relevantes (p. ex., a
rotulados e exibidos) estejam disponíveis antes do início do procedimento. Estes devem ser
checados e ser compatíveis com as expectativas declaradas do paciente (quando o paciente está
equipe cirúrgica deve concordar que este é o paciente correto, o procedimento planejado, no lado
Marcação do sítio cirúrgico deve ser feita de tal modo que o sítio de incisão previsto ou inserção seja
múltiplos níveis têm de ser marcados. A marca também deve ser indubitável; iniciais, um “sim” ou
uma linha no ou perto do local da incisão podem ser usados. A pessoa que realiza o procedimento
deve fazer a marcação do local. O método de marcação deve ser constante em toda a instituição. A
marca deve ser visível depois que o paciente foi preparado e colocados os campos. As instituições
devem prever procedimentos a adotar para os pacientes que recusam marcação do sítio.
A JCAHO identificou vários fatores de risco que contribuem para um maior risco de cirurgia no
21
sítio errado, incluindo os seguintes:
A Figura 2-3 mostra um exemplo de formulário usado para identificado o paciente, procedimento
e sítio/lado cirúrgico que é usado desde a pré-admissão, no período intra operatório realizado pela
equipe cirúrgica. Esse formulário também inclui uma avaliação do risco de incêndio no ambiente
cirúrgico (discutido anteriormente). Algumas instituições implementaram uma regra de “parar tudo”
TEMPO DE PAUSA. Quando o paciente está posicionado, preparado e recebeu os campos, toda a
identidade do paciente é verificada novamente. O procedimento a ser feito, lado e sítio operatórios, e
a posição correta do paciente. O paciente deve ficar posicionado de tal modo que a marcação do sítio
cirúrgico (p. ex., a palavra “sim” ou as iniciais do cirurgião) seja visível na pele do paciente. A
disponibilidade de implantes, equipamento especial ou outros requisitos (p. ex., sangue, se tiver sido
prescrito) são verificados. É determinado e verificado que qualquer produto inflamável se usado na
presença de uma fonte de calor já esteja seco. Quando todas essas tarefas foram completadas, o
procedimento pode começar. O tempo de pausa deve ser registrado de acordo com o protocolo da
procedimentos invasivos são efetuados mantêm registros de cada operação, incluindo o diagnóstico
pré-operatório, a cirurgia executada, uma descrição dos achados, as peças removidas, o diagnóstico
1. Evidência da chegada de um paciente na SO, a qual inclui uma avaliação da condição da pele do
2. Confirmação pelos membros da equipe cirúrgica antes do início da cirurgia (“tempo de pausa”)
de que eles têm o paciente correto, sítio cirúrgico, procedimento, equipamento, necessidades
especiais, como implantes, e posição cirúrgica adequada. A marca do sítio cirúrgico deve ser
claramente visível.
parâmetros basais do seu estado físico e emocional, e preferências religiosas ou culturais. O plano
de cuidado, juntamente com resultados identificados, poderia incluir elementos dos dados e
destinação subsequente.
11. Localização do manguito de pressão arterial instalado, identificação da unidade, ajuste da pressão
e tempos de enchimento e esvaziamento.
13. Tipo de implante, tamanho, data de validade (se aplicável), nome do fabricante ou distribuidor e
informação de identificação usada pelo fabricante (p. ex., lote, grupo, modelo, número de série).
Um caderno de registro de implantes separado também deve ser preenchido com informação
exigida pela FDA, com a anotação do nome e endereço da instituição onde a cirurgia aconteceu;
informação sobre o sistema de identificação usado pelo fabricante; o nome do paciente, endereço
e número da seguridade social (a menos que o paciente não autorize o uso dessa informação); e o
9
nome, endereço e número do telefone do cirurgião que fez o implante.
14. Soluções cutâneas degermantes usadas, áreas preparadas e quaisquer reações à solução
degermante.
15. Alergias conhecidas a medicações, soluções, esparadrapo, látex, corantes e outras substâncias.
18. Hora da alta e destinação do paciente da SO, incluindo modo de transferência e estado do
paciente.
DESTAQUE DE PESQUISA
Análise da Causa-Raiz
3.044 eventos-sentinela. Uma análise de eventos relatada em 2003 indicou que cerca de 15%
dos eventos ocorreram perioperatoriamente. Estes são relatos voluntários e não incluem “quase
ocorrências”
, nos quais o evento possível é evitado, mas poderia ter acontecido. Por isso,
evidência de melhores práticas são essenciais para a prevenção das ocorrências reais e quase
ocorrências.
Em uma análise desse processo de desenvolvimento sistêmico, a gestão mudou para uma
envolvidos das equipes, relatos de experiências com possíveis fatores contribuintes com uma
intensa revisão de literatura. Isso levou à identificação de eventos-sentinela que foram alvos da
ação:
Complicações operatórias.
Erros de medicação.
Para cada uma das áreas-alvo, medidas proativas foram identificadas. Análise de causa raiz
indicou 12 causas possíveis de eventos-sentinela. Para cirurgia no sítio errado, as três causas
procedimentos.
evento-sentinela. A análise começa com uma breve descrição do evento; a seguir, focaliza-se
nos passos do processo. Estes são muitas vezes ilustrados em um fluxograma, em que se
redução de risco que foram identificadas, quem é responsável pela implementação, quando
ocorrerá e como ela é executado; depois, como ela foi feita, se houve ou há um risco de um
são listados como causas nos três eventos supracitados, os participantes poderiam considerar a
também são métodos de comunicação, e devem ser revistos quanto à adequação da informação
e atualidade das recomendações que contêm. Quando fatores de risco potenciais são
represália. Cada participante no processo também deve avaliar o grau no qual a previsão de
resultados adversos é comunicada em toda a instituição como uma alta prioridade. A análise de
As enfermeiras perioperatórias estão em uma posição única para melhorar a segurança dos
pacientes, em virtude da sua inerente proximidade a eles/elas. Essa posição lhes dá a necessária
percepção para identificar problemas nos processos perioperatórios e para fazer parte das
soluções que assegurem a segurança dos pacientes. Rever alertas de eventos-sentinela e dados
de causa-raiz, assumir uma atitude proativa, envolver o pessoal, rever a literatura, alcançar
Modificado de Beyea SC: Best practices for safe medication administration, AORN Journal 81(4):895-898, 2005;
JCAHO: What every health care organization should know about sentinel events, Chicago, 2005, The
Association; Karanfil L and others: Creating a patient-safe environment in a perioperative setting, AORN
Journal 81(1):168-180, 2005; Meltzer B: Wrong site surgery: are your patients at risk? Outpatient Surgery
QUADRO 2-6
hora certas.
Usar pelo menos dois sistemas de identificação do paciente ao administrar medicações. Eles
recebendo confirmação da pessoa que prescreveu para certificar-se de que ela está correta.
Usar” da instituição e das drogas parecidas/com som parecido. As drogas que são parecidas e
Rotular todas as medicações e recipientes com soluções (p. ex., seringas, cubas de medicação,
bacias) sobre e fora do campo estéril, mesmo se houver apenas uma medicação em uso.
Verificar qualquer medicação listada na ficha/lista de preferência do médico com o médico que
Rotular qualquer medicação ou solução quando ela for transferida da sua embalagem original
Rotular uma medicação ou solução de cada vez. Verificar o nome e a concentração, finalizar a
Rótulos devem conter o nome da droga, a concentração, a quantidade (se não aparente do
recipiente), a data de validade quando não usada dentro de 24 horas, e a hora em que expira a
Todos os rótulos são verificados verbal e visualmente por dois indivíduos qualificados.
soluções sobre e fora do campo estéril e seus rótulos devem ser revistas pelo pessoal que está
entrando e saindo.
do procedimento.
Modificado de AORN guidance statement: safe medication practices in perioperative practice settings, em
AORN Standards, Recommended Practices, and Guidelines, Denver, 2005, The Association; AORN Safe
Medication Administration Toolkit, Denver, 2005, The Association; Beyea SC: Perioperative nursing data set, ed
2, Denver, 2005, The Association; Giarrizzo-Wilson S: Clinical issues—medication practices, AORN Journal
81(6):1326-1329, 2005; ISMP Medication Safety Alert: NurseAdvise-ERR: positive identification—not just for
patients, but for drugs and solutions, 3(8), 2005; JCAHO: What every health care organization should know
about sentinel events, Chicago, 2005, The Association.
TABELA 2-1
U (unidade) Tomado erradamente por “0” (zero), o número “4” Escrever “unidade”
(quatro) ou “cc”
número 10 (dez)
Q.D., QD, q.d., qd (diariamente) Tomado erradamente por dias alternados Escrever “diariamente”
Q.O.D., QOD, q.o.d., qod (dias Ponto depois do Q tomado erradamente por “I” e Escrever “em dias alternados”
†
Zero à direita da vírgula (X,0 mg) Vírgula é despercebida Escrever X mg
Falta de zero antes da vírgula (,X mg) Vírgula é despercebida Escrever 0,X mg
magnésio
*Aplica-se a todas as prescrições e todo registro relacionado com medicação que seja manuscrita (inclusive entrada de texto
† Exceção: Um “zero depois da vírgula” pode ser usado apenas quando exigido para mostrar o nível de precisão do valor que
está sendo relatado, como resultados de exames laboratoriais, estudos por imagem que informam tamanho de lesões, ou
tamanhos de cateter ou tubo. Não pode ser usado em prescrição de medicação ou outro registro relacionado com medicação.
dos cuidados perioperatórios que reflita a individualização do cuidado e a avaliação dos resultados
pertinentes aos resultados dos pacientes devem ser anotados. Deve-se pensar com cautela no formato
de modo a minimizar o tempo necessário ao processo de registro (p. ex., listas de verificação).
produziria um instrumento de registro que poderia ser utilizado em todas as áreas, evitando
duplicidade de dados do paciente por diferentes equipes de enfermagem. A Figura 2-4 é um exemplo
computadorizada, com terminais em cada sala para entrar e acompanhar os dados do paciente. Essa
erros.
do metabolismo celular e ajudando a manter a temperatura corporal. Eletrólitos são essenciais aos
processos de transmissão dos impulsos nervosos, regulação da distribuição de água, contração
muscular, geração de adenosina trifosfato (necessário para a energia celular), regulação do equilíbrio
Desequilíbrio hidroeletrólito pode ocorrer com rapidez no paciente cirúrgico, causado por
inúmeros fatores, incluindo restrições pré-operatórias de líquidos e alimentos, perda hídrica intra-
líquidos e eletrólitos corporais pelas atividades normais de beber, comer, excretar e respirar sem
auxílio. É imperativo que a enfermeira perioperatória monitore e colabore no controle das condições
Líquidos Corporais. O corpo humano adulto é constituído por cerca de 60% de água, embora o
conteúdo de água varie conforme a idade, o sexo e a massa corporal. No idoso, o conteúdo de água
do corpo é, em média, 45% a 55% do peso corporal, enquanto é 70% a 80% nos lactentes. Os idosos
estão em maior risco porque eles têm menos reserva líquida, e os mais jovens estão em risco de
problemas hídricos porque uma porcentagem maior do seu peso corporal é de água. Ambos os
grupos etários têm uma capacidade diminuída de compensar a perda hídrica. O tecido muscular
contém mais água que a mesma quantidade de tecido adiposo; em geral, os homens têm conteúdo
mais alto de água porque costumam ter mais massa corporal magra (mais tecido muscular) do que as
mulheres.
intracelular e extracelular. Os líquidos intracelulares (LIC) são líquidos dentro de membranas celulares
intracelulares constituem cerca de 70% do líquido corporal. Por isso, qualquer coisa que efetue perda
de água ao nível intracelular tem implicações importantes para todo o corpo. Os líquidos extracelulares
(LEC) (30% do líquido corporal) são líquidos em compartimentos fora das células do corpo,
incluindo plasma, líquidos venosos, líquidos no trato gastrointestinal (GI), e líquido cerebroespinal
(LEC). Espaços líquidos é um termo usado para classificar a distribuição da água corporal. Primeiro
espaço refere-se a uma acumulação excessiva de líquido intersticial (edema), e terceiro espaço ocorre
quando o líquido se acumula em áreas que normalmente não têm nenhum líquido ou apenas uma
quantidade mínima de líquido. Essa acumulação líquida ocorre com queimaduras, ascite, peritonite
ou obstruções do intestino delgado. A acumulação no terceiro espaço aprisiona líquido fora dos
Eletrólitos. Os eletrólitos (Tabela 2-2) são substâncias encontradas nos líquidos intracelulares e
extracelulares que, ao serem dissolvidas em água, dissociam-se em íons e são capazes de carregar
uma corrente elétrica. Os íons carregados positivamente são os cátions, e os íons negativamente
movem-se entre os espaços intracelular e extracelular para facilitar os processos do organismo, como
Difusão, Transporte Ativo e Osmose. Difusão é o movimento de moléculas de uma área de alta
concentração para uma de baixa concentração através de uma membrana permeável. O movimento
continua até que haja uma concentração igual das moléculas em ambos os lados da membrana.
Transporte ativo é um processo pelo qual as moléculas são movidas através de uma membrana
celular, contra um gradiente de concentração, com o uso de energia externa. A bomba de sódio-
potássio move sódio para fora de célula e potássio para dentro da célula para manter as diferenças de
solução que tem uma concentração mais baixa de soluto para uma que tem uma concentração mais
alta (Fig. 2-5). A membrana semipermeável impede o movimento de partículas de soluto. O número
de partículas é medido em uma unidade chamada osmol. Osmolalidade é o termo usado para expressar
a concentração de uma solução em miliosmols por quilograma (mOsm/kg) de água. Uma solução
com a mesma osmolalidade que o plasma sanguíneo é chamada isotônica. Soluções isotônicas, como
Uma solução IV hipotônica (cloreto de sódio 0,45% ou glicose 2,5%) tem uma concentração de
solutos mais baixa que o plasma e move água para dentro das células. Administração de uma solução
maior concentração de solutos que o plasma move água para fora das células.
TABELA 2-2
+
Sódio (Na ) 135-145 mEq/l Mantém o volume sanguíneo Sistema renina-
aldosterona
Importante cátion envolvido na bomba de sódio-
muscular
+
Potássio (K ) 3,5-5 mEq/l Afeta a osmolalidade Sistema renina-
impulsos nervosos
aminoácidos em proteína
fígado
2+
Cálcio (Ca ) 9-10,5 mg/dl A forma não ionizada fortalece os dentes e ossos Paratormônio
de cálcio do osso
reabsorção de fosfato
gastrointestinal
Ativa enzimas em muitas reações químicas
sódio
–
Cloreto (Cl ) 98-106 mEq/l Inibe a contração do músculo liso Sistema renina-
Regula o volume líquido extracelular angiotensina-
protease
2+
Magnésio (Mg ) 1,5-2,5 mEq/l Promove o metabolismo dos carboidratos, Paratormônio
gorduras e proteínas
B ) reabsorção de
12
Fosfato (HPO
4
–
) 1,2-3 mEq/l
3-4,5 mg/dl A forma não ionizada promove rigidez dos ossos e Paratormônio
dentes
renais
Aumenta a absorção de
fosfato no trato
gastrointestinal
conforme necessário
De Harkreader H, Hogan MA: Fundamentals of nursing: caring and clinical judgment, ed 2, St Louis, 2004, Saunders.
FIGURA 2-5 Osmose é o movimento de moléculas de solvente através de uma membrana para uma área de
concentração mais alta de soluto. O solvente se move porque o soluto não pode passar através da membrana. O
resultado da osmose é duas soluções, separadas por uma membrana seletivamente permeável, as quais são iguais em
concentração.
Considerações Pré-operatórias. Uma parte vital no suporte do paciente cirúrgico para manter o
eletrólitos deve ser realizado e as anormalidades corrigidas para os limites normais antes de qualquer
procedimento cirúrgico, a não ser que a cirurgia seja necessária para corrigir um problema que traz
risco de vida. Condições preexistentes, como diabetes melito, doença hepática ou insuficiência renal
podem ser agravadas pelo estresse cirúrgico, aumentando o risco de desequilíbrio hidroeletrolítico de
um paciente. Procedimentos diagnósticos que exijam a administração de contrastes IV podem
produzir diurese osmótica, com resultante excreção urinária de água e eletrólitos. Esteroides ou
tratamento clínico de condições preexistentes, como aspiração gástrica, pode afetar o equilíbrio
hidroeletrolítico no paciente cirúrgico, do mesmo modo que o pode fazer a restrição hídrica pré-
operatória.
Restrições líquidas pré-operatórias são usadas para reduzir o risco de náusea, vômito e
broncoaspiração no paciente cirúrgico. Essa prática está sendo modificada em muitos contextos de
assistência à saúde porque os mais novos agentes anestésicos causam menos náusea e vômito que no
passado. Restrições hídricas prolongadas podem não ser necessárias em pacientes sadios antes da
cirurgia; café preto ou suco de fruta sem polpa podem ser ingeridos duas a três horas antes da
hidroeletrolítico durante a cirurgia incluem volume líquido deficiente (VLD), desequilíbrios de água
e de potássio. VLD é um desequilíbrio nos líquidos isotônicos corporais relacionado com redução do
líquido intravascular, intersticial ou intracelular. Os pacientes cirúrgicos mais jovens e idosos são
afetados com mais rapidez por perdas hídricas devido a sangramento; ingestão inadequada por causa
da dieta zero anterior; reposição inadequada de líquido venoso; perdas cutâneas excessivas por febre
e sudorese; perdas em terceiro espaço atribuídas a obstrução intestinal, ascite ou peritonite; perda GI
peritônio exposto durante cirurgia abdominal; desvio de líquido intravascular para o sítio cirúrgico
(edema de terceiro espaço); e inalação de gases secos. O desvio de líquido para o terceiro espaço não
pode ser medido diretamente, mas ele pode ser considerável após dissecção extensa de tecido. O uso
intraoperatório de uma solução eletrolítica, como solução de Ringer-lactato, para reposição hídrica
O efeito da perda hídrica sobre o paciente cirúrgico depende da quantidade de líquido perdida e
da velocidade com a qual o líquido é perdido. Um paciente que perde uma grande quantidade de
líquido (> 500 ml) ou perde líquido com rapidez exibe sintomas de choque; é necessária terapia de
reposição hídrica. Uma perda lenta de líquido pode ser compensada pela síntese de albumina e
eritropoese.
vez que as membranas celulares são permeáveis à água, ele também afeta o volume líquido
intracelular. O sódio também ajuda a manter o equilíbrio ácido-básico no corpo. A bomba de sódio-
Hiponatremia (concentração de sódio sérico <135 mEq/l) po de ser causada pela excreção
aumentada de sódio com terapia diurética e a perda anormal de sódio pela aspiração nasogástrica e
volume, causadas pela absorção da solução de irrigação usada naqueles procedimentos. Uma vez que
o soro fisiológico é um bom condutor de corrente elétrica, líquidos que não contêm eletrólitos, como
glicina, sorbitol e manitol, devem ser usados para irrigar, quando se aplica corrente elétrica na
movimentos do trato GI. Desempenha um papel na transmissão dos impulsos nervosos regulando a
células com insulina. Está envolvido, também, na manutenção do equilíbrio acidobásico e pressões
osmóticas intracelulares.
Hipopotassemia (potássio sérico < 3,5 mEq/l) pode ocorrer no intraoperatório por causa da
aspiração de grandes quantidades de líquidos corporais ou uso de terapia diurética e outras drogas
(p. ex., manitol) que aumentam o fluxo renal. Os sinais e sintomas de hipopotassemia incluem
venosa com potássio é irritante para as veias; o local da infusão deve ser monitorado quanto a rubor,
calor, edema ou dor local — todos sinais de flebite química. Hipercorreção e hiperpotassemia
subsequente devem ser evitadas pelo monitoramento das concentrações séricas de potássio a
Hiperpotassemia, um potássio sérico de mais de 5 mEq/l, pode ser causado durante cirurgia por
transfusões maciças de sangue estocado; excreção diminuída de potássio causada por hipovolemia ou
insuficiência renal; e desvio de potássio das células para o líquido extracelular causado por acidose,
parestesias nos braços e nas pernas. Sintomas do músculo liso incluem diarreia e distensão
abdominal. Potássio em excesso pode causar sintomas cardíacos graves, incluindo arritmias
tratados com gluconato de cálcio. Infusões de bicarbonato de sódio ou insulina-glicose podem ser
dadas para desviar o potássio ex tracelular para as células, reduzindo a concentração de potássio no
plasma.
criticamente enfermos ou idosos, pacientes que se submetem à cirurgia extensa complexa, pacientes
doença renal/hepática extensa, e lactentes. A pesagem das compressas é um meio confiável para
compressas sujas deve ser determinado e excluído da quantidade total. Gramas (g) medidas são
convertidas em mililitros (mL) na base de 1:1, e as estimativas de perda sanguínea são relatadas ao
Procedimento
1. Pesar a unidade de compressas secas e a bolsa plástica, e ajustar a escala no registro zero.
5. Acrescentar peso subsequente ao peso precedente a cada vez que compressas forem pesadas.
Assim, o cálculo da perda san guínea total, a partir das compressas, estará sempre disponível.
7. Somar a quantidade de perda sanguínea, diminuindo o volume existente nos frascos de aspiração
Sangue total raramente é administrado a não ser que o paciente tenha uma perda maciça aguda
(quase sempre determinada empiricamente como uma perda que excede um terço do volume
circulante, ou em torno de 1.500 mL). Em vez disso, concentrado de eritrócitos para melhorar a
capacidade de carreação de oxigênio no sangue e de transporte para os tecidos, com ou sem soluções
de sangue é necessária, precauções apropriadas são necessárias a fim de reduzir os riscos da sua
administração.
transfusão que é enviada para tipagem e prova cruzada (testagem de compatibilidade). Os pacientes
de cirurgia eletiva submetem-se à coleta dessa amostra três a cinco dias antes da cirurgia para
é o teste designado para determinar a compatibilidade do tipo sanguíneo ABO e Rh. Prova cruzada
identificar o paciente de forma correta antes que a amostra de sangue pré-transfusão seja colhida e
assegurar que a amostra seja corretamente rotulada. Amostras de sangue pré-transfusão identificadas
transfusão.
HISTÓRIA
Transfusão de Sangue
descritas em muitas referências históricas, foram recomendadas para muitas afecções, inclusive
natureza do indivíduo; por exemplo, foram usadas em pessoas acusadas de feitiçaria, para
infundir nelas os espíritos adequados. Em 1825, o Dr. Philip Syng Physick, de Filadélfia,
administrou o que pode ter sido a primeira transfusão bem-sucedida de sangue humano. Nos
anos 1900, os tipos sanguíneos A, B, AB e O foram descobertos, e por volta dos anos 1940 as
sobretudo quando acompanhado por hemorragia, quer devida a um ferimento ou alguma outra
era aplicado no braço para distender as veias, uma agulha de flebotomia com tubulação de
borracha conectada era inserida, e o sangue era drenado por gravidade para dentro de um
frasco de vidro que era rotado por um auxiliar para assegurar que se misturasse de forma
correta com a solução de citrato já dentro dele. Era mostrada uma segunda auxiliar que “podia
Após a coleta de sangue, o frasco de vidro recebia o acréscimo de contas para evitar que
coágulos passassem para fora, tubulação de vidro era colocada na extensão de borracha de
modo que o fluxo de sangue pudesse ser observado, e uma extremidade era colocada na parte
de administração da tubulação, de forma que o sangue, mas não as contas, pudesse passar para
o paciente. Era assinalado que uma seringa poderia ser usada para soprar ar para dentro do
Modificado de Fakhry SM e outros: Hematologic principles in surgery. Em Townsend CM, editor: Sabiston
textbook of surgery, ed 16, Philadelphia, 2001, Saunders; Houghton M: Aids to tray and trolley setting, ed 2,
Um paciente que se submete a um procedimento cirúrgico eletivo para o qual foi pedido sangue
não deve ser anestesiado sem verificação de que os hemoderivados solicitados estão tipa-dos,
instituição, com informação completa e precisa de identificação do paciente, deve ser enviado para o
banco de sangue quando sangue ou componentes de sangue estiverem sendo solicitados. Incluído ou
junto com essa requisição deve estar citado o número de unidades desejado. Muitas instituições têm
computador.
Se o paciente for enviado para a SO diretamente do serviço de emergência ou sala de trauma sem
uma papeleta, toda informação de identificação do paciente deve estar escrita em letra de forma por
extenso em um pedaço de papel. A enfermeira perioperatória deve fazer contato com o banco de
sangue para explicar a situação de emergência e facilitar a liberação dos hemoderivados necessários.
descarte com desperdício de unidades de sangue que não foram armazenadas da forma correta.
Sangue total, papa de hemácias (concentrado de eritrócitos) e plasma congelado fresco descongelado
(PCF) devem ser armazenados sob condições continuamente monitoradas, de acordo com as
manutenção e testado, inclusive com verificação da função dos alarmes. Quando componentes de
sangue estiveram fora da refrigeração monitorada durante mais de 30 minutos, eles não podem voltar
A bolsa de sangue está livre de vazamento, dano ou sinais de possível contaminação bacteriana (p.
ex., presença de bolhas finas de gás, alteração da coloração, coágulos ou ar excessivo na bolsa).
Ambos os indivíduos que reveem a informação de identificação aqui listada devem assinar a tira
11
que vem com o sangue, atestando que a informação está correta. Se for identificada discordância
com qualquer dessas verificações, o hemoderivado não deve ser infundido até que a discrepância seja
resolvida.
Quando se torna evidente que mais sangue será necessário do que era previsto originalmente, a
enfermeira perioperatória deve solicitar ao banco de sangue que prepare um número especificado de
sangue para fazer prova cruzada das unidades com cuidado, sem pressa e sem colocar em risco a
segurança do paciente. Requisições de prova cruzada devem ser enviadas para quaisquer unidades
adicionais solicitadas. Uma nova amostra adequadamente rotulada com uma requisição de tipo
sanguíneo, caso necessário, também pode ser enviada para a obtenção de soro adequado para prova
cruzada ou para assegurar compatibilidade de anticorpos depois que uma quantidade importante de
hipotermia, a qual pode induzir parada cardíaca. O sangue deve ser aquecido durante sua passagem
Pulso fraco.
Hipotensão.
Hemoglobinúria visível.
Instabilidade vasomotora.
Débito urinário muito diminuído ou ausente.
Se ocorrer qualquer reação suspeita, a enfermeira circulante deve ajudar o anestesista com o
seguinte:
1. Parar a transfusão. A tubulação é desconectada e uma nova infusão de líquido, como cloreto de
3. Devolver a porção não usada do sangue, o equipo de infusão usado durante a transfusão e uma
e hora em que a transfusão começou e hora em que parou. Sinais e sintomas, na ordem de
ocorrência, juntamente com sinais vitais do paciente, quaisquer amostras de urina ou sangue
também devem ser anotados. Algumas instituições também exigem o preenchimento de uma
12
notificação de reação transfusional a ser enviada ao banco de sangue.
Qualquer sangue não usado deve voltar ao banco de sangue tão logo o paciente deixe o centro
cirúrgico. Sangue devolvido pode ser fornecido novamente se não foi aquecido a uma temperatura
acima de 10°C. Novos termômetros externos para bolsa de sangue (p. ex., HemoTemp II), similares
ao termômetro de fita de contato da pele, estão sendo usados nas bolsas de sangue por muitos bancos
Autotransfusão — a reinfusão do sangue do próprio paciente — está sendo usada com frequência
crescente. Nas doações de sangue autólogo, o sangue é pré-doado até um mês antes da cirurgia para
substituindo-o com líquido. Durante a cirurgia, o sangue que é perdido é “fino” (i.e., menos células
medida que é perdido durante o procedimento cirúrgico e reinfundido no paciente depois de ser
filtrado ou lavado. Essa técnica pode ser salvadora em situações de emergência, como grande trauma,
ou em procedimentos com grande perda sanguínea, como transplante de fígado. Ela também é
A temperatura e umidade na SO, o número de trocas de ar da sala que ocorrem a cada hora, as
correntes de ar frio contribuem para a perda de calor corporal. Os pacientes de alto risco incluem
aqueles submetidos a cirurgias complexas durando longos períodos porque as cavidades corporais
ficam expostas a temperaturas frias durante períodos prolongados. Outros pacientes em risco
incluem as pessoas magras (a gordura atua como isolamento na conservação de calor), idosas (ocorre
menos tremor no idoso porque a resposta vasoconstritora ao frio está minimizada) e os pacientes
cujo posicionamento os faz ter maior superfície exposta a temperaturas ambientais frias.
aquecidos.
19
A temperatura do paciente deve ser incluída no relatório de transferência (Melhor Prática) para a
O cuidado e manuseio adequados das amostras e peças são importantes para o resultado seguro da
registrar e cuidar das amostras adequadamente colhidas na SO. As amostras comumente manipuladas
incluem sangue, tecido mole, osso, líquidos corporais e corpos estranhos. Identificação e
etiquetagem com informações precisas das amostras, e a entrega oportuna ao laboratório adequado
para análise são responsabilidades da enfermeira perioperatória. Uma amostra com etiqueta errada
enfermeira circulante deve assegurar que cada amostra receba a etiqueta com o nome correto do
paciente e a origem específica da amostra (p. ex., Jane Doe, 100001, biópsia de mama direita). O
cirurgião deve fornecer informação descritiva sobre a amostra (p. ex., sutura marcando nas 6 horas).
exames solicitados, necessidades especiais de manipulação). Todas as amostras e sua destinação são
DESTAQUE DE PESQUISA
Quando a DP na URPA foi examinada em outros estudos, os fatores mais importantes que
quantidade de reposição hídrica intra-operatória. Esse estudo procurou explorar duas questões
de pesquisa:
Quais são as diferenças entre subgrupos de pacientes de acordo com a idade, o sexo e o tipo
de anestesia recebido?
A amostra de estudo incluiu 150 pacientes de cirurgia ortopédica eletiva com 18 anos ou
mais, que apresentavam temperatura central pré-operatória normal, e foram extubados antes de
cardíaca, pressão arterial, saturação de oxigênio). Os critérios para alta da URPA incluíram um
escore de Aldrete de 8 ou mais (Cap. 9), saturação de oxigênio ambiental de 90% ou mais,
anestesia regional.
Os pesquisadores observaram que 74% dos pacientes neste estudo chegaram na URPA com
hipotermia não planejada. Uma característica comum entre estes pacientes foi a duração da
cirurgia, a idade (≤60 anos) e o tipo de anestesia (anestesia geral). O tempo de permanência dos
pacientes hipotérmicos aumentou com relação ao esperado como normal para o tempo de
As enfermeiras perioperatórias devem considerar essa pesquisa como afirmativa para iniciar
enfermeiras perioperatórias promovem o elo com os pacientes, que colocam suas necessidades
4
físicas e emocionais nas mãos da enfermeira e outros membros da equipe cirúrgica. O
com a manutenção da normotermia do paciente, cuja temperatura central está dentro da faixa
Modificado de Beyea SC: Perioperative nursing data set: the perioperative nursing vocabulary, Denver, 2002,
AORN; Panagiotis K e outros: Is post-anesthesia care unit length of stay increased in hypothermic patients?
Cada amostra é manipulada de acordo com o protocolo específico estabelecido pelo laboratório
que o receberá. De maneira geral, todo tecido deve ser manipulado com cautela para preservar sua
integridade, mantido úmido e transportado para o laboratório tão logo seja possível. Precauções-
padrão contra transmissão devem ser usados para proteger os indivíduos que manipulam esse
Formalina, uma combinação de metanol, água e formaldeído, é muito usada para conservar
amostras se não forem logo levadas ao laboratório. Formaldeído é considerado uma substância
perigosa porque pode causar lacrimejamento dos olhos e irritação respiratória. Deve-se ter cautela ao
manuseá-lo para evitar exposição da pele e trato respiratório. Nos locais onde se manipula
formaldeído, usar luvas e manter ventilação adequada. Exposição a vapores de formaldeído deve ser
monitorada pelo menos trimestralmente, e deve ser disponível uma MSDS. A política institucional
microscópio — método de exame de tecido conhecido como corte de congelação. Em geral, as amostras
para corte de congelação são colocadas sobre Telfa ou dentro de um recipiente de espécime seco. Elas
nunca são colocadas em soro fisiológico ou formalina. Os resultados dos laudos de cortes de
crítico. A enfermeira deve “ler de volta” o resultado do teste para o patologista para verificar o
resultado.
Contagens de compressas, objetos cortantes e perfurantes e instrumentos são efetuadas para evitar
lesão do paciente por um corpo estranho retido. O domínio da “segurança” do Conjunto de Dados de
resultado desejado do paciente é “isenção de sinais e sintomas de lesão causados por objetos
estranhos”, e o resultado é definido como “o paciente está livre de sinais ou sintomas de lesão em
deixar um item retido em um paciente é um evento notificável grave e que nunca deve acontecer a
28
pacientes em instituições de cuidados à saúde. Toda SO deve ter políticas e procedimentos escritos
definam os materiais a serem contados, os momentos em que as contagens devem ser feitas e a
na ferida cirúrgica, observando que “coisa nenhuma é deixada para trás” sem o completo
34
conhecimento e concordância da equipe. O American College of Surgeons emitiu uma declaração
tomarem providências para prevenir corpos estranhos retidos na ferida cirúrgica. As estratégias
preventivas incluem boa comunicação entre a equipe cirúrgica, aplicação de processos padronizados,
contagem, exploração da ferida antes do fechamento do local operatório e uso de tecnologia como
15
radiografia conforme indicado. Prevenção de corpos estranhos retidos é uma parte crucial da
MELHOR PRÁTICA
Em 1999, o Institute of Medicine (IOM) (Instituto de Medicina) lançou seu relatório que marcou
toque de clarim para renovar os esforços na identificação de erros médicos e eventos adversos.
Seguindo-se a esse relatório, o IOM lançou Crossing the Quality Chasm (Atravessando o
entre unidades e para outras instituições incluem trocas de turno de enfermagem, licença ou
uma oportunidade para formular e responder perguntas. As estratégias para ajudar com a
1. Usar linguagem clara. Evitar termos não claros ou potencialmente confusos (“ela está um
pouco instável”
, “ele está indo bem”
, ou “ela está letárgica”). Definir os termos que você está
usando. Não usar abreviações ou jargão que possam ser interpretados de forma errada.
está sendo trocada e destacar tempo suficiente para essa tarefa importante. Manter o relato
novamente, ou verificar de retorno para assegurar que haja uma compreensão comum
procedimento feito, a duração (e se foi mais longo ou mais curto que o esperado), a
estado atual dos sinais vitais (incluindo temperatura e métodos de aquecimento usados),
qualquer transferência, deve haver oportunidade para cada enfermeira formular e responder
perguntas.
informação constante, acessível sobre pacientes cirúrgicos e seu cuidado na SO. Membros
da equipe devem ser capazes de acessar facilmente componentes essenciais dos cuidados,
Modificado de Committee on the Quality of Health Care in America, Institute of Medicine: Crossing the Quality
Chasm. Washington, DC, 2001, National Academy Press; JCAHO comments on hand-off requirement, OR
Manager 21(8):8, 2005; Moore DT: Clinical issues—national patient safety goals, AORN Journal 82(2):275-277,
2005; Strategies to improve hand-off communications: implementing a process to resolve questions, Joint
Commission International Center for Patient Safety. Acessado em 9 de agosto de 2005, on-line: www.jcipatient-
safety.org.
Certas diretrizes gerais são pertinentes à contagem de todos três tipos de itens. A instrumentadora
e a enfermeira circulante devem contar todos os itens em uníssono e em voz alta, e silenciosamente,
quando a instrumentadora toca cada item. A contagem não deve ser interrompida. Se existir qualquer
dúvida sobre uma contagem, ela deve ser repetida. A enfermeira circulante deve registrar a contagem
de cada tipo de item imediatamente no registro de contagem ou planilha (Fig. 2-6). Se compressas,
instrumentos, lâminas ou outros itens forem fornecidos durante o procedimento, ele são contados
adicionais devem ser realizadas toda vez que houver troca de pessoal.
Quando os itens são contados, campos ou sacos de lixo não devem ser removidos da SO até o
procedimento ser completado, e o paciente ter saído da sala. Cirurgia de emergência ou trauma
algumas vezes pode exigir omissão de contagens. Se isso ocorrer, deve ser anotado no registro
operatório, e uma radiografia deve ser tirada depois do procedimento para assegurar que itens não
e trauma.
Contagens de Compressas. Compressas devem ser contadas em todos os procedimentos nos quais
haja uma possibilidade de que uma compressa possa ser esquecida inadvertidamente. A
quando cada compressa é separada das outras no pacote antes do início da cirurgia, antes de começar
qualquer fechamento e quando começa o fechamento da pele. Contagens adicionais podem estar
sempre devem ser feitas antes que uma cavidade dentro de uma cavidade seja fechada, como quanto
o útero é fechado depois de uma cesariana. Tipos e tamanhos de compressas usados devem ser
mantidos em um mínimo. Todos os itens moles que são usados dentro de uma ferida e não se
radiopacidade permite que um item retido seja identificado ou o cirurgia exclua um item retido com
uma radiografia tirada depois de uma contagem incorreta. Compressas detectáveis com raios X nunca
devem ser usadas para curativos a fim de evitar a aparecimento de um item retido em radiografias
pós-operatórias.
FIGURA 2-6 Registro de contagem de compressas, objetos cortantes e perfurantes e instrumentos.
Cada tipo e tamanho de compressa deve ser mantido em separado dos outros tipos. As compressas
devem ser guardadas separadas de outros suprimentos, como toalhas e campos, para evitar que uma
compressa seja colocada em lugar errado ou levada inadvertidamente para dentro da ferida. A fim de
minimizar a possibilidade de uma contagem incorreta, as compressas contadas nunca devem ser
Se o pacote com um número incorreto de compressas for fornecido ao campo, ele deve ser
retirado do campo, não incluído na contagem, empacotado, marcado, isolado e relatado à gerente de
enfermagem (ou outra pessoa designada) para acompanhamento com o fabricante (controle de
qualidade). Essa prática reduz o potencial de erro, por se usar somente padrão de compressas
múltiplo.
receptáculo revestido com plástico. Durante todo o procedimento, a enfermeira circulante transfere
apropriados, de acordo com o tipo e número prescritos, contando-as com a instrumentadora. A bolsa
é fechada, amarrada e marcada com o tipo e número de compressas. A bolsa pode ser posta de lado,
e, a menos que ocorra uma discordância, as compressas não necessitam ser tiradas e contadas
medida que elas secam, facilita a pesagem de compressas para estimar perda sanguínea e habilita o
A enfermeira circulante deve calcular o número de cada tipo de compressa dispensado, conforme
registrado na planilha de contagem antes que as contagens de fechamento sejam tiradas. Quando a
todas as compressas consecutivamente, prosseguindo do campo estéril para a mesa de Mayo e para a
mesa de trás e, a seguir, para as compressas empacotadas fora do campo. A enfermeira circulante
onde estão as compressas sobre o campo estéril durante o procedimento. Independentemente de uma
contagem formal ter sido feita, todas as compressas têm de ser explicadas ao término de cada
procedimento cirúrgico. Isso evita a possibilidade de que uma compressa que caiu ao chão e
terminou embaixo da mesa da SO venha a ser erradamente considerada “descoberta” no caso de uma
devem contar os objetos cortantes e perfurantes em todos os procedimentos ao mesmo tempo que as
compressas são contadas. Além de agulhas de sutura, os objetos cortantes incluem lâminas de bisturi
e eletrocirúrgicas, agulhas hipodérmicas e alfinetes de segurança. Quando agulhas são contadas antes
que a cirurgia comece, é desnecessário abrir cada pacote de sutura dispensado no campo. As agulhas
podem ser contadas de acordo com o número indicado no pacote. Se um pacote indicar que contém
cinco suturas com agulha, deve ser anotado cinco agulhas na planilha. A instrumentadora é
cirurgião à base de troca. A transferência sem toque de mãos faz-se usando uma cuba-rim ou uma
Coletar agulhas usadas sobre uma almofada ou recipiente de agulhas facilita a contagem e ajuda a
assegurar sua retenção sobre a mesa. Em procedimentos que podem exigir o uso de muitas agulhas, a
instrumentadora pode contar qualquer almofada de agulhas cheia com a enfermeira circulante e
transferila para fora do campo. A enfermeira circulante deve colocá-la em uma bolsa e rotulá-la com
Agulhas quebradas durante o procedimento devem ser contadas como inteira. Similarmente às
compressas, agulhas nunca devem ser tiradas da sala por qualquer razão durante o procedimento.
objetos cortantes e perfurantes sem tocar com as mãos, pela criação de uma zona neutra, muitas SO
adotaram o uso de agulhas com ponta romba, grampos ou adesivos para fechamento da pele a fim de
reduzir a quantidade de sutura; tipos seguros do sistema de acesso venoso; e seringas com
dispositivos protetores. Bisturis com dispositivos de proteção da lâmina e bisturis descartáveis que
não exigem remoção manual da lâmina também estão disponíveis. Muitos cirurgiões,
instrumentadoras e enfermeiras assistentes rotineiramente usam luva dupla para diminuir o risco de
punção inadvertida da luva e contato com um patógeno transportado pelo sangue. Essas medidas são
instrumentos sejam feitas somente quando uma grande cavidade do corpo é penetrada ou quando a
profundidade e localização da ferida são tais que um instrumento poderia inadvertidamente ser
deixado no paciente. A política de cada instituição deve ser obedecida sem alteração. Conjuntos de
instrumentos devem ser padronizados para facilitar a contagem, com o número e tipo mínimo de
medida que os conjuntos estão sendo montados, na SO pela instrumentadora e enfermeira circulante
antes do início da operação e antes do início do fechamento. Contagens adicionais podem ser
indicadas de acordo com a política da instituição ou circunstância individual. Instrumentos que são
quebrados ou desmontados durante o procedimento devem ser contados como inteiro. Nenhum
instrumentos com os nomes de todos os itens a serem contados ajudam a acelerar o procedimento de
contagem ou planilha não combina com o número de itens realmente contados. Qualquer contagem
incorreta ao fechamento deve ser repetida imediatamente, e tentativas devem ser feitas para resolver a
cirurgião da contagem incorreta, e uma procura deve ser feita do item que está faltando, incluindo a
ferida cirúrgica, campo, chão, roupa e lixo (se puderem ser manipulados com segurança). Todo o
pessoal deve dirigir sua atenção imediata para a localização do item que falta. Se ele não for
encontrado, uma radiografia pode ser tirada e lida pelo radiologista ou cirurgião conforme
especificado pela política institucional. Se a radiografia for negativa, a contagem é registrada como
incidente/ocorrência/evento (Quadro 2-4) deve ser iniciada de acordo com a política institucional.
Contagem e registro precisos das compressas, objetos cortantes e perfurantes e de instrumentos são
Reanimação Cardiopulmonar
Uma parte importante de um plano de segurança dos pacientes é treinar a equipe em reanimação
cardiopulmonar (RCP). RCP é a restauração imediata das funções circulatórias e respiratórias por
conversão do batimento cardíaco para o ritmo sinusal normal. É possível a ocorrência de parada
Todos os órgãos e tecidos do corpo precisam receber oxigênio suficiente pelo sistema circulatório
para que a vida seja sustentada. O sangue circulante deve transportar o oxigênio suprido pela
ventilação pulmonar. A ventilação pode ser restabelecida por respiração boca a boca ou por outros
meios de ventilação mecânica, como aparelho de oxigênio, máscara facial e intubação (via aérea
artificial e tubo traqueal), com o uso de ambu ou ventilador mecânico. A compressão cardíaca é
O protocolo de reanimação deve ser compreendido por toda a equipe. A previsão de sessões
de parada) contendo todos os materiais necessários para a RCP deve estar imediatamente disponível.
suporte cardíaco avançado de vida (SCAV; ACLS, sigla em inglês) como diretriz, atualizando os tipos
de drogas e doses à medida que os protocolos do ACLS mudam. Outros incluem também a farmácia
na determinação do conteúdo do carro. O carro deve ficar em uma localização central e ser
conduta de equipe para RCP bem-sucedida do paciente na cirurgia. Os materiais sobre o carro de
parada ou dentro dele costumam incluir material de ventilação (para estabelecer uma via aérea se o
paciente já não estiver intubado), seringas e agulhas, drogas de emergência (quase sempre com
prioridades principais em uma situação de parada cardíaca são manejo da via aérea, compressão
Procedimento
2. Pessoal de enfermagem que responde ao alarme deve trazer o carro de parada cardiopulmonar
permanece em campo estéril e move objetos estéreis (mesa de Mayo, mesa de apoio) liberando o
caminho.
Se já não estabelecida, uma via aérea deve ser providenciada e ventilação do paciente iniciada por
3. meio de ventilação artificial para restaurar e manter a oxigenação. Reanimação boca a boca é
4. Realizar massagem cardíaca se tórax fechado para manter a circulação e fornecer oxigênio aos
tecidos vitais.
5. Designar uma pessoa para coordenar os esforços de reanimação, isto é, “ativar o código” (em
geral, o anestesista) e outra para registrar (em geral, a enfermeira circulante). A pessoa que deve
anotar a sequência de eventos e intervenções à medida que elas ocorram, incluindo medicações
10. Notificar a equipe apropriada conforme a situação exige. Isso pode incluir uma solicitação ao
serviço de assistência pastoral e notificação da equipe adequada sobre a alteração na condição do
começando com o reconhecimento precoce do perigo iminente e resposta rápida por todos os
membros da equipe.
Hipertermia Maligna
Um carro ou caixa separada para hipertermia maligna (HM) (Cap. 4 para uma discussão completa)
também é recomendado para facilitar o pronto início do protocolo de tratamento para um paciente
com diagnóstico de HM. As drogas e o equipamento de emergência incluem dantroleno sódico, água
estéril (sem bacteriostático) para injeção, bicarbonato de sódio, furosemida, insulina, glicose 50%,
paciente são geralmente estocados no carro de HM, do mesmo modo que tubos de coleta para
cateteres de Foley de três vias, e outros itens requeridos para tratamento do paciente.
CONCLUSÃO
perioperatória, por meio das atividades descritas neste capítulo, desempenha um papel importante
em ajudar a manter um ambiente seguro para o paciente em cirurgia e para os outros membros da
equipe cirúrgica.
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CAPÍTULO 3
Perioperatório
LILLIAN H. NICOLETTE
transmissíveis não existiam até o século XIX. Contudo, o conceito de que havia criaturas diminutas
que poderiam provocar doenças existiu por milhares de anos (quadro História). O trabalho de líderes
como Lister, Semmelweiss e Nightingale propiciou a estrutura para as modernas práticas de controle
26,57
de infecção.
Embora várias formas de cirurgia tenham sido praticadas durante séculos, o primeiro período de
destaque na cirurgia ocorreu durante os anos de 1500, quando um cirurgião militar francês usou
ligaduras para controlar o sangramento nas amputações. Na mesma era, Fracastorius, o primeiro
epidemiologista do mundo, declarou que as doenças espalhavam-se de três maneiras: por contato
direto, por manuseio de artigos que indivíduos infectados haviam manuseado anteriormente, e por
pensamento mais científico. No século XVIII, prosseguiu a íntima relação entre os cirurgiões e a
pesquisa anatômica. A profissão da medicina tornou-se mais organizada e mais científica. O primeiro
aconteceu durante este período. A cirurgia se tornou mais intimamente associada ao campo da
57
medicina militar.
Na metade do século XIX, começou uma nova era, expandindo muito os horizontes da cirurgia. A
dor e diminuindo a necessidade de a cirurgia ser rápida. Floresceu o interesse nas técnicas cirúrgicas
necessidade de preservação da vida. As infecções de feridas eram tão comuns que eram consideradas
eventos normais. Quando o pus aparecia na incisão, acreditava-se que era um sinal saudável,
indicando o início da melhoria clínica. O hospitalismo era um termo idealizado por Simpson para
dia, estas infecções são referidas como infecções associadas aos cuidados de saúde (formalmente
57
conhecidas como nosocomiais ou hospitalares).
CAUSAS DE INFECÇÃO
Assepsia
O termo assepsia significa a ausência de organismos infecciosos. A assepsia é dirigida para a limpeza e
a eliminação de todos os agentes infecciosos. Com o conhecimento de que as bactérias poderiam ser
destruídas pelo calor, ocorreu apenas um pequeno salto intelectual na prática asséptica de Lister para
a prática atual. Em 1889, Halstead, do Hospital Johns Hopkins, pediu à fábrica de pneus Goodyear
para fabricar luvas de borracha para a enfermeira instrumentadora da sala de cirurgia porque ela era
alérgica à degermação das mãos com substâncias corrosivas que estavam sendo utilizadas.
Gradualmente surge a idéia de usar luvas para proteger o paciente. Aventais e máscaras brancas
substituíram o roupão usado pelos cirurgiões. Mais adiante, a cor foi trocada para verde para o
conforto visual. As máscaras foram adicionadas em 1897, quando microbiologistas mediram a carga
microbiana que circulava durante a conversação. Antes do uso das máscaras, muitos procedimentos
eram realizados em silêncio total para diminuir a probabilidade de infecção da ferida cirúrgica. Os
esterilizadores completaram a transição para uma conduta cirúrgica realmente asséptica, com todos
os itens que entram em contato com o paciente sendo esterilizados. Em torno de 1910, o uso de
instrumentos, aventais, máscaras e luvas esterilizadas era a prática padrão em grandes hospitais
55
universitários.
A assepsia cirúrgica destina-se a excluir todos os micróbios, enquanto a assepsia clínica destina-se
microrganismos no ambiente e nos equipamentos e suprimentos, e que impedem que a flora corporal
normal contamine a ferida cirúrgica, são denominadas de técnicas assépticas. A meta de cada prática
área perioperatória.
O corpo humano possui três linhas de defesa no combate à infecção. A primeira linha de defesa
consiste das barreiras externas, como a pele e mucosas, que geralmente são impermeáveis à maioria dos
organismos patogênicos. A segunda linha de defesa é a resposta inflamatória, que impede que um
patógeno invasor se reproduza e, possivelmente, envolva outros tecidos. A terceira linha de defesa, a
resposta imune, é deflagrada depois da resposta inflamatória. Quando existe uma falha neste
mecanismo de defesa, a possibilidade de infecção aumenta. (Veja Quadro 3.1 para as definições dos
termos.)
HISTÓRIA
SÉCULO I d.C.
Acreditava-se que a terra pantanosa continha diminutos animais invisíveis a olho nu.
Acreditava-se que estes animais invisíveis eram transportados pelo ar, entravam nos seres
450 d.C.
Hipócrates, o pai da cirurgia, usava o vinho ou a água fervida para irrigar as feridas, formando a
SÉCULO II
IDADE MÉDIA
pessoa gravemente doente indicaram uma consciência de que as doenças eram transmissíveis.
SÉCULO XVI
SÉCULO XVII
SÉCULO XVIII
Angostino Bassi associou uma doença do bicho-da-seda a um parasita fúngico; ele prosseguiu
para sugerir que muitas doenças contagiosas, como varíola, tifo e cólera, eram causadas por
organismos vivos.
DÉCADA DE 1850
Louis Pasteur, o fundador da ciência da microbiologia, teorizou que a fermentação era causada
por partículas de matéria viva tão pequenas que não podiam ser vistas, mas poderiam ser
transportadas livremente no ar. Ele referiu-se a estes microrganismos como germes e descobriu
que o calor os matava. A relação entre o processo de fermentação e a putrefação do tecido não
DÉCADA DE 1860
Joseph Lister aprendeu sobre o trabalho de Pasteur, reconheceu a relação análoga entre os dois
Em 1867, Lister defendia sabões e sprays de ácido carbólico para as mãos, feridas, curativos,
suturas e para a própria sala de cirurgia. Embora os métodos e princípios antissépticos de Lister
Ignaz Semmelweis fez uma contribuição simples, porém significativa para o controle da
infecção ao defender que as mãos fossem lavadas entre os exames de pacientes e que um
A natureza patogênica das bactérias foi estudada pela primeira vez quando Casimir Davaine e
60
Pierre Rayer estudaram o bacilo do antraz.
Os microrganismos são organismos vivos que são muito pequenos para serem vistos a olho nu. Estes
classificados para determinar o tratamento adequado para uma infecção. Cada organismo recebe dois
científicos podem ser designados para os organismos de diversas maneiras. O Staphylococcus aureus é
um microrganismo comumente encontrado na pele. Staphylo descreve o arranjo agrupado das células;
coccus (do grego kokkos, “bago”) indica que eles têm formato semelhante a esferas. A espécie aureus
vem do Latim para “ouro”, a cor das colônias da bactéria. As bactérias provocam muitas infecções em
sítios cirúrgicos (ISC). Os cocos gram-positivos, como um grupo, constituem a causa mais comum
das ISC. Os organismos mais comumente encontrados em ISC pós-operatórias incluem espécies de
maior frequência.
Estafilococos. Os estafilococos são cocos gram-positivos. Eles são anaeróbios facultativos, mas se
desenvolvem melhor sob condições aeróbicas. Os estafilococos podem ser encontrados na flora
própria da pele e mucosas do nasofaringe, uretra e vagina. Eles são resistentes ao ressecamento, calor
são chamados coagulase-positivos quando são capazes de coagular o plasma, e coagulase-negativos quando
o plasma faz com que formem feixes. Os estafilococos coagulase-positivos são mais virulentos ou
negativo. O S. aureus é uma causa há muito reconhecida de infecções em sítio cirúrgico. Mais
42
recentemente, o S. epidermidis foi implicado em infecções de próteses.
A superfície cutânea é o sítio mais comum de S. epidermidis. Cerca de 30% a 70% dos indivíduos
carregam os estafilococos em sua pele. Isto pode levar à contaminação das roupas e à dispersão dos
estafilococos diferem na taxa em que eles disseminam os microrganismos. Não existe diferença óbvia
nas condições de higiene e cutâneas entre os disseminadores intensos e leves, sendo que nenhum
outro fator contribuinte está aparente. Os disseminadores intensos parecem estar em boas condições
de saúde.
faríngea humanas são os reservatórios mais importantes que suprem continuamente o ambiente
externo. Entre os profissionais da sala de cirurgia, o S. aureus foi encontrado mais amiúde nas vias
respiratórias. O potencial para a infecção do paciente aumenta muito conforme aumenta a taxa de
portadores sãos. Os portadores nasais também podem ser portadores cutâneos. Em geral, os
negativos (não-patogênicos); raramente existem ambos os tipos e se identifica mais de uma cepa.
portador no outro, é impraticável a realização de testes frequentes com swab nasal como uma medida
de controle de infecção. Os estafilococos sobrevivem por longos períodos no ar, poeira, resíduos,
roupas de cama e roupas de uso pessoal. Os estafilococos patogênicos crescem no suor, urina e
tecidos, bem como na pele dos seres humanos. Eles são mais difíceis de erradicar que muitos outros
apropriado, a esterilização de roupas de cama e equipamento, além da adesão à higiene adequada das
QUADRO 3-1
Definição de Termos
Aeração: Método pelo qual o óxido de etileno (OE) absorvido é removido dos artigos
Clostridium perfringens.
preparado com uma população conhecida de esporos altamente resistentes para testar a
Portador: Pessoa que aloja um ou mais patógenos específicos na ausência de doença clínica
discernível.
causadores de doença.
ISC incisional profunda: Infecção que afeta os tecidos moles profundos, fáscia e músculo.
Bactéria facultativa: Bactéria com sistemas enzimáticos que permitem que elas vivam e se
Infecção: Invasão e multiplicação de microrganismos nos tecidos orgânicos que causam lesão
antígeno-anticorpo.
Agente infeccioso: Parasita (bactéria, espiroqueta, fungo, vírus ou outro tipo qualquer de
agentes infecciosos podem originar-se de fontes endógenas, como a partir de um tecido para
aos cuidados de saúde, que são frequentemente referidas como infecções nosocomiais ou
hospitalares, podem não se tornar evidentes até depois que o paciente saiu do hospital.
produzir a infecção.
ISC de órgão ou espaço: A infecção que afeta qualquer parte da anatomia diferente da incisão.
Parasitas: Microrganismos que residem sobre ou dentro dos corpos de organismos vivos
chamados hospedeiros para encontrar o ambiente e alimento que eles precisam para a vida e
são parasitas facultativos, significando que eles normalmente residem na matéria morta, mas
podem receber nutrição da matéria viva. Todos os microrganismos causados por doença são
Patógenos primários: Organismos altamente virulentos que são capazes de produzir doença com
Fonte: Objeto, substância ou indivíduo a partir do qual um agente infeccioso passa para um
hospedeiro.
profundo.
Infecção em sítio cirúrgico (incisional) (ISC): Infecção envolvendo as camadas da parede corporal
Microrganismos transitórios: Organismos com um espectro de vida muito curto, como a flora
transitórias nas mãos de profissionais hospitalares e contribuem com 60% das infecções.
Enterococos. Os enterococos são organismos gram-positivos que são encontrados na flora normal
dos tratos gastrointestinal e genital feminino. Estes organismos são responsáveis por muitas infecções
graves associadas aos cuidados de saúde, inclusive infecções de sítio cirúrgico, endocardite
42
bacteriana, septicemia e infecções do trato urinário (ITU). Em homens idosos que foram
submetidos à instrumentação do trato urinário, 40% das ITUs são causadas por enterococos. Este
42
organismo também foi implicado nas infecções polimicrobianas de feridas. As infecções
enterocócicas são mais frequentemente associadas a cuidados de saúde. Geralmente elas são
Pseudomonas. A espécie aeróbica mais comum dentre os pseudomonas patogênicos para seres
encontrada no solo, água, esgoto, resíduos e ar. Ela também pode ser demonstrada na flora normal da
pele e intestinos. A P. aeruginosa era considerada um microrganismo de poder patogênico leve. Mais
Atualmente sabe-se que a P. aeruginosa está associada a muitas infecções em seres humanos, incluindo
as infecções do sítio cirúrgico. Parece ser patogênica apenas quando é superposta à infecção
estafilocócica ou quando está presente em uma infecção mista. Pode atacar um paciente debilitado
portador de queimaduras extensas ou de traumatismo importante. O organismo é frequentemente
como endoscópios usados em salas de procedimentos gastrointestinais (GI). Uma importante medida
preventiva consiste nas condições higiênicas ambientais apropriadas e na estrita adesão à técnica
asséptica.
esporos e facultativos. Normalmente eles são encontrados na flora própria dos tratos respiratório
superior, geniturinário e gastrointestinal. Os estreptococos são classificados como alfa, beta ou gama,
de acordo com fatores químicos, exames bioquímicos e suas ações sobre os eritrócitos.
Os estreptococos do grupo A são responsáveis pela maioria das infecções estreptocócicas nos seres
humanos. Conhecidas como bactérias comedoras de carne por causa de sua capacidade de causar fascite
necrotizante, os estreptococos do grupo A são preocupantes por causa dos surtos esporádicos e
42
mortais de infecção adquirida na comunidade e associada aos cuidados de saúde. Um exemplo é o
Streptococcus pyogenes, que é responsável pela maioria das infecções de tecidos moles, otite média,
invasores mais graves que os estafilococos. Os estreptococos tendem a afetar amplas áreas de tecido e
a provocar a necrose sem localização. Em geral, os estreptococos são sensíveis à penicilina, enquanto
os estafilococos podem não ser. Os estreptococos também ocorrem em infecções mistas com outros
patógenos.
Nas feridas cirúrgicas, os estreptococos podem ser introduzidos na incisão e se espalhar através
dos vasos linfáticos e linfonodos. Esta disseminação pode resultar em inflamação, celulite e, por
vezes, supuração. A transmissão estreptocócica acontece por meio da transmissão por gotículas e por
indivíduo infectado é considerada contato direto. O contato indireto acontece quando o ar e poeira
ser transportado nas vias nasais, ânus ou vagina. O trato respiratório superior não é um reservatório
significativo para os microrganismos que causam infecções em sítio cirúrgico, exceto na presença de
uma infecção respiratória alta aguda. Em diversos estudos controlados randomizados, demonstrou-se
que taxas de infecção em feridas cirúrgicas não são afetadas pelo uso ou não-uso de máscaras
cirúrgicas por indivíduos não infectados durante o procedimento operatório. Nem sempre é possível
saber quem poderia estar infectado, sendo que o uso de máscaras durante os procedimentos
operatórios continua a ser fortemente recomendado na prevenção das ISC. Muitas bactérias no
19,20
ambiente da sala de cirurgia são disseminadas a partir da pele dos profissionais perioperatórios.
esporos, que são bastante virulentos em consequência das toxinas por eles produzidas. O Clostridium
difficile é uma bactéria no gênero Clostridium, que também inclui o C. perfringens (gangrena gasosa), C.
difficile no cólon que pode manifestar sintomas de diarréia, colite, megacólon tóxico, desidratação,
alterações na flora normal do cólon, que está associado ao uso de antibióticos. Para que este
Subsequentemente, deve haver uma alteração na flora normal do cólon para permitir que o
organismo cresça e produza toxinas. As duas toxinas produzidas são a toxina A, que é uma
é citotóxica. A toxina B ataca e desintegra as células dos intestinos. Além disso, o C. difficile produz
enzimas que degradam o tecido, que geram uma resposta inflamatória no cólon, que pode resultar
48,52
em um amplo espectro de patologias.
Em sua forma de esporo, o C. difficile pode suportar o ressecamento e o calor, podendo ser
resistente a muitos desinfetantes. Os esporos podem sobreviver cinco meses no ambiente. O C. difficile
pode ser transmitido entre indivíduos e ao tocar objetos contaminados com o organismo. No
ambiente de cuidados de saúde, o C. difficile foi cultivado em quartos de indivíduos infectados 40 dias
após a alta. O C. difficile também foi cultivado nos sapatos, unhas dos dedos e artelhos e da face
48,52
interna de anéis de profissionais de saúde.
cuidados de saúde, inclusive as precauções de contato, lavagem das mãos com sabão antimicrobiano
linfáticos e corrente sanguínea, bem como por meio dos alvéolos e trato gastrointestinal. Estes
bacilos podem infectar quase todos os tecidos, incluindo pele, ossos, rim, linfonodos, trato intestinal
e tubas ovarianas.
Os bacilos da tuberculose são transmitidos diretamente por meio da secreção do trato respiratório,
através da inalação de gotículas expelidas durante a tosse, beijo e, menos amiúde, através do trato
digestivo. Eles são transmitidos de modo indireto por meio de artigos contaminados e partículas (p.
ex., fios de algodão, poeira, talco da luva) que flutuam através do ar. O M. tuberculosis é carregado
através de núcleos de gotículas transportadas pelo ar quando as pessoas infectadas espirram, tossem
ou falam. Estes núcleos de partículas são menores que 5 mícron de tamanho e contêm até três
30
bactérias, permitindo que elas sejam mantidas no ar durante um período prolongado. A infecção
acontece quando os indivíduos inspiram estes núcleos de gotículas infectados. O núcleo da glotícula
atravessa as vias nasais, o trato respiratório superior e os brônquios até alcançar os alvéolos
pulmonares, onde são capturados pelos macrófagos e se disseminam por todo o organismo.
Geralmente após 2 a 10 semanas da infecção inicial uma resposta imune limita a multiplicação
adicional e a disseminação dos bacilos. No entanto, parte dos bacilos pode permanecer latente
durante muitos anos, uma condição referida como infecção por tuberculose latente. Os indivíduos com
tuberculose latente geralmente apresentam resultados positivos para o derivado proteico purificado
(PPD), mas não exibem nenhum dos sintomas da tuberculose (TB) ativa e são considerados não-
infectantes. A probabilidade de que uma pessoa que é exposta ao M. tuberculosis venha a se tornar
1
infectada depende da concentração de núcleos de gotículas infecciosos e da duração da exposição.
ativa em sua vida. O risco é máximo durante os dois primeiros anos após a exposição inicial. Nos
indivíduos com sistemas imunes comprometidos, existe um risco mais elevado de que a tuberculose
Vírus. Os vírus são classificados como pequenas partículas, em lugar de células vivas, porque os
vírus não possuem atividade metabólica e devem receber todo o sustento a partir de uma célula
hospedeira. Os patógenos virais são transmitidos através dos tratos oral e respiratório (p. ex.,
poxvírus, rinovírus), e dos tratos intestinal e urinário (p. ex., poliovírus, vírus da hepatite A [HAV],
vírus da hepatite E [HEV]) e do trato genital (p. ex., herpes simples 2, vírus da imunodeficiência
humana [HIV]) e através do sangue e de alguns hemoderivados (p. ex., HIV, vírus da hepatite B
[HBV], vírus da hepatite C [HCV], vírus da hepatite D [HDV], e outros). Alguns vírus apresentam
Quando um vírus invade uma célula hospedeira, ele combina-se com o ácido nucleico (ácido
metabolismo da célula hospedeira para acomodar a replicação viral. A replicação viral estimula a
defesa por anticorpos no hospedeiro. A presença de vírus pode ser detectada por meio da
identificação de anticorpos vírus-específicos que são produzidos pelo sistema imune do indivíduo
infectado, pela detecção dos antígenos elaborados pelo vírus e presentes no sangue, ou pelo
HEPATITE. A hepatite é uma doença infecciosa frequentemente notificada nos Estados Unidos,
com seis cepas identificadas (A até E e G). o HAV é o agente etiológico do que é referido como
hepatite infecciosa. O HAV dissemina-se por via fecal-oral e pode ser evitado através da higiene
apropriada das mãos. O HAV constitui pouco menos da metade de todos os casos de hepatite
O HBV é o agente etiológico para o que é, por vezes, referido como hepatite do soro. Este vírus
mundial alcançou níveis quase epidêmicos, mas é evitável por meio da vacinação e do uso rigoroso
das Precauções Universais. O HBV pode ser transmitido através do sangue ou de líquidos orgânicos,
como soro, saliva, sêmen e líquidos vaginais. Ele tem um período de incubação de 6 semanas a 4
meses, dependendo da quantidade do inóculo recebido. Quase 30% dos indivíduos infectados são
assintomáticos; os indivíduos com sintomas experimentam fadiga, dor abdominal, náusea, vômito e
icterícia. A infecção crônica pela hepatite leva à doença hepática progressiva e possível morte e
constitui uma causa principal de transplantes de fígado. A vacina para o HBV é recomendada, através
de regulamentação governamental, para profissionais de saúde que podem ser expostos ao sangue e a
Administration (OSHA) exige que todos os profissionais de saúde notifiquem exposições ao sangue e
outros materiais infecciosos. Atualmente, não existe vacina para a prevenção do HCV. Os indivíduos
que contraem a infecção por HCV estão propensos a desenvolver infecção crônica. Uma alta
proporção desta população mostra-se assintomática e desenvolve doença hepática crônica, como
cirrose, carcinoma hepatocelular e hipertensão porta. Da mesma forma que com o HBV, uma pequena
parcela dos indivíduos infectados pelo HCV morre. A prevenção do HCV requer o uso rigoroso das
inclusive o HCV. Estas sessões de ensino deverão ser realizadas rotineiramente e atualizadas para a
O HDV requer a coinfecção pelo HBV. O HDV é transmitido pelo sangue e por líquidos orgânicos.
Os indivíduos imunizados contra o HBV possuem proteção contra a aquisição do HDV. Suspeita-se
do HDV quando os indivíduos se apresentam com superinfecção por HBV. O tratamento é de suporte
para as infecções agudas. Com a infecção crônica por HDV, as terapias antivirais e os transplantes de
O HEV dissemina-se pela via fecal-oral. O HEV é similar ao HAV na transmissão e no processo
contaminada por fezes como sendo a origem para estes surtos. Nenhuma vacina está disponível para
a prevenção do HEV. A prevenção é similar àquela para o HAV, com o uso da higiene das mãos. O
O vírus da hepatite G é um patógeno transmitido pelo sangue, com uma taxa de infecção
comparável àquela do HCV em unidades de sangue armazenadas. Ele se dissemina de uma maneira
similar ao HBC e HCV por exposição percutânea ou permucosa. Semelhante ao HBV e ao HCV,
recomenda-se o uso prudente e consistente de proteção com barreira (p. ex., precauções
padronizadas). Ainda não existem dados sobre a natureza crônica desta doença viral.
O HIV é um vírus latente que ataca o sistema imune ao destruir os linfócitos T auxiliares. O
período desde a exposição ao HIV até a doença real foi reportado como sendo de 12 anos ou mais.
29
Durante este período, o indivíduo é um portador do vírus. O HIV foi isolado de todos os líquidos
orgânicos (p. ex., sangue, sêmen, secreções vaginais, saliva, lágrimas, leite materno, líquido
cefalorraquidiano, líquido amniótico e urina) dos indivíduos infectados. A transmissão do HIV pode
ocorrer através da lesão percutânea (p. ex., uma punção por agulha ou corte com um instrumento
afiado) ou exposição de mucosa ou pele não íntegra (p. ex., a exposição da pele que sofreu abrasão)
ao sangue, tecido ou outros líquidos orgânicos que sejam potencialmente infecciosos. O Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) estima que pelo menos 5.000 exposições por punção por
42
agulha ocorram anualmente nos Estados Unidos. Quando acontece um incidente de exposição, o
tratamento pós-exposição apropriado deverá ocorrer como parte das medidas de segurança no
trabalho. O paciente original deverá ser informado do incidente. Os testes sorológicos deverão ser
feitos de acordo com a política da instituição e das exigências governamentais. Devem ser
estabelecidas políticas para os casos em que não pode ser obtido o consentimento do paciente
original. O profissional de saúde deverá ser aconselhado a respeito do risco de infecção e deve ser
examinado do ponto de vista clínico e sorológico para a evidência da infecção por HIV logo que
fornecido para a adesão ao PPE; e os eventos adversos, inclusive a soroconversão, deverão ser
um incidente de exposição deverá ser tratado como uma condição de urgência médica.
Perspectiva Histórica. Em 1935 foram introduzidas as sulfonamidas, resultando em uma cura para
infecção depois da cirurgia foi introduzido, a prática da cirurgia floresceu com os medicamentos
“miraculosos” para evitar a septicemia e curar as infecções, muitas das quais se mostravam fatais até
42,55
aquele momento.
mostrar resistência à penicilina. Nos anos 1950, ocorreram epidemias graves de infecções
57
estafilocócicas em unidades pediátricas e cirúrgicas na Europa e nos Estados Unidos. Foram
Klebsiella, Proteus e Pseudomonas, como as causas principais de infecções associadas aos cuidados de
42,55
saúde.
acreditava-se que o problema das infecções associadas aos cuidados de saúde estavam solucionados.
Demonstrou-se que muitas bactérias gram-negativas eram suscetíveis a estes novos medicamentos.
No final dos anos 1970, no entanto, cepas de S. aureus resistentes à penicilina, meticilina,
eram bactericidas em baixas concentrações e levaram a uma falsa sensação de euforia durante os anos
42
1980, quando se acreditava que, por fim, a resistência a estes antimicrobianos seria impossível.
Nos anos 1990, tornou-se evidente que existia o potencial de resistência a qualquer e todos os
nos anos 1990. Em alguns casos, os organismos parecem adquirir a resistência quase que de forma
novos estão sendo desenvolvidos pela indústria farmacêutica, muitos consideram os anos 1990 como
42
sendo o início da era pós-antibiótico.
antimicrobiano, elas reúnem seus recursos de defesa. Estes microrganismos possuem a notável
mais letais. Embora portando apenas um cromossoma, as bactérias, por natureza, possuem
minicromossomas adicionais, chamados de plasmídios. Estes plasmídios são vivos e alguns podem
sobreviver mesmo ao ataque antibiótico mais agressivo. Os plasmídios sobreviventes são resistentes e
infecções tratadas de forma ineficaz ou incompleta criam o potencial para a reinfecção com
1,26,42
organismos resistentes.
A resistência microbiana pode ser dividida em três categorias: (1) presença de uma cepa de um
organismo naturalmente resistente antes que quaisquer medicamentos sejam administrados, (2) a
aquisição de uma cepa medicamento-resistente devido a uma fonte externa, e (3) resistência
organismos sem qualquer exposição a medicamentos pode acontecer por resistência intrínseca,
mutação genética ou transferência de material genético. Alguns microrganismos possuem genes que
os tornam resistentes a um antibiótico. Estes genes sempre podem estar presentes no microrganismo,
mas permanecem em um estágio inativo até que sejam desafiados por um antibiótico. A mutação
genética pode acontecer de maneira espontânea no curso da rápida multiplicação do micróbio. Estes
também pode ser transferido para as bactérias por meio de DNA livre que contenha os genes
1,42
resistentes.
FARMACOLOGIA CIRÚRGICA
Avaliação
aminotransferase (ALT)
Diagnósticos de Enfermagem
Implementação
Via oral: Guarde a suspensão oral reconstituída à temperatura ambiente; usar dentro de 3
semanas
Via IV: Administre durante 30-120 minutos; não utilize a bolsa de infusão intravenosa em
conexões seriadas, não use aditivos na solução; não use com outro medicamento,
administre em separado
Advirta o paciente para quando a tonteira acontecer deambular e realizar as atividades com
assistência
Advirta o paciente a evitar grandes quantidades de alimentos contendo tiramina (fornecer lista)
Dados de Skidmore-Roth L: Mosby’s drug guide for nurses, ed 6, St. Louis, 2005, Elsevier Mosby; Stevens DL:
Infections due to gram-positive cocci, What’s New in ACP Medicine 27(9), September 2004 (periódico on-line
www.acpmedicine.com).
objeto inanimado. As bactérias tornam-se móveis e acessíveis aos seres humanos nas mãos ou roupas
resistentes podem ser carregados de pontos à distância por meio dos viajantes infectados. Os
instrumentos cirúrgicos que foram limpos e processados de maneira ineficaz podem contribuir para a
errôneo (p. ex., uso incorreto, uso excessivo ou subutilização) de antibióticos. Acredita-se que 50%
de todos os usos de antibióticos nos Estados Unidos sejam caracterizados pelo uso incorreto sob uma
ou outra forma, sendo que os esforços para reduzir as infecções do sítio cirúrgico incluem o uso
profilático apropriado de antibiótico nos pacientes cirúrgicos (Melhor Prática). Estima-se que metade
42
de todas as prescrições escritas sejam desnecessárias. Durante a terapia com antibióticos, o paciente
pode ter tido alguns organismos resistentes. Através da seleção natural, isto é, quando os organismos
terapia medicamentosa inadequada pode contribuir para o fenômeno e pode decorrer da falha do
inadequada também pode contribuir para a resistência. Quando um paciente não adere ao regime
prescrito ou interrompe o medicamento de maneira prematura, ele pode estar contribuindo para a
42
resistência ao medicamento.
Considerações Perioperatórias
problema de saúde pública nos Estados Unidos, desde a metade dos anos 1970, ocorrem em
pacientes cirúrgicos com frequência crescente. Os sítios comuns em que o MRSA pode ser
encontrado incluem as feridas (p. ex., queimaduras, incisões cirúrgicas, abrasões), drenos torácicos,
aureus é um dos organismos mais frequentemente isolados nas infecções pós-operatórias em sítios
cirúrgicos. Os pacientes cirúrgicos em risco para o desenvolvimento da infecção por MRSA incluem
os pacientes em alto risco com doença subjacente, pacientes que apresentam uma hospitalização
prolongada, pacientes que sofreram terapia antimicrobiana prévia, pacientes que recebem cuidados
em uma unidade de terapia intensiva e pacientes que estiveram em proximidade com outro paciente
24
colonizado por MRSA. Os pacientes podem apresentar-se com colonização não reconhecida ou se
tornar infectados por profissionais portadores do MRSA em seu nariz ou em sua pele. O ambiente
42
raramente é a fonte do MRSA, exceto para algumas unidades de queimados.
MELHOR PRÁTICA
Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico: Surgical Care Improvement Project (Projeto de Melhoria
do Cuidado Cirúrgico)
taxas de infecção ainda mais elevadas, sugerindo que as ISC contribuem com 14% a 16% de
2,8 dias e em um maior custo de $1.398. O Medicare gastou aproximadamente $326,7 bilhões
foram definidas no National Nosocomial Infections Surveillance (NNIS) System do Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) e são reconhecidas mundialmente. Com frequência, os
pacientes cirúrgicos recebem alguma forma de profilaxia antibiótica. Estudos indicam que, em
seu uso são inadequados. O Surgical Care Improvement Project (SCIP) consiste em uma
2005, o SCIP lançou uma campanha multianual para reduzir as complicações cirúrgicas em 25%
Embora algumas complicações cirúrgicas sejam inevitáveis, o cuidado cirúrgico pode ser
cirurgia pode diminuir dramaticamente as taxas de ISC, embora esta prática não seja universal.
institucional das práticas baseadas em evidência pode ter um impacto significativo sobre as
complicações cirúrgicas.
cirurgia.
Hospitais que participam no CDC e NNIS mostraram reduções de 44% nas taxas de infecção
com o Centers for Medicare and Medicaid Services (CMS) realizou um programa colaborativo
de prevenção de infecção cirúrgica que reduziu efetivamente a ISC em 27% em 56 centros por
hospedeiro e cause infecção. O antimicrobiano utilizado deverá ser seguro, barato e bactericida
principais medidas no SCIP para reduzir as infecções em sítios cirúrgicos são as seguintes:
Garantir que a concentração bactericida do antibiótico no soro e nos tecidos seja mantida até
Interromper os antibióticos profiláticos dentro de 24 horas depois da cirurgia (48 horas para a
cirurgia cardíaca).
Os pacientes de cirurgia cardíaca deverão passar pelo controle de seu nível de glicose às 6
operatória imediata.
Modificado de Dimick JB e outros: National Surgical Quality Improvement Project, Journal of the American
College of Surgeons 199:531-537, 2004; Goldstein J: Cost of infections staggering. The Philadelphia Inquirer,
November 19, 2005; Centers for Disease Control and Prevention National Nosocomial Infections Surveillance
Surgical Care Improvement Project – A National Quality Partnership. Acessado em 1 de dezembro de 2005, on-
line: www.medqic.org/scip. As outras fontes com links para outros instrumentos, incluindo histórias de
sucesso na melhoria do processo com antibióticos e recursos do CMS Surgical Infection Prevention
direto das mãos dos profissionais de saúde. O organismo foi recuperado das mãos de profissionais
depois que eles tocaram objetos contaminados e antes que lavassem suas mãos. Também se
demonstrou que o MRSA pode ser transportado nas narinas dos profissionais e transferidos para
42
pacientes por contato manual. A importância da lavagem das mãos foi pouco enfatizada nesse caso.
Como o MRSA é transmitido por contato, os protocolos perioperatórios a serem utilizados quando
Uso de roupão e luvas sempre que houver o potencial para o contato com líquidos ou materiais
contaminados.
Limpeza e desinfecção de equipamentos usados nos cuidados ao paciente o mais próximo possível
26
do momento da utilização.
Nas instituições de saúde, o MRSA provoca infecções graves e, por vezes, fatais, incluindo a fascite
necrotizante. O MRSA resiste a quase todo tipo de antibiótico, exceto a vancomicina intravenosa. Em
2005, a U.S. Food and Drug Administration (FDA) aprovou um novo tratamento para pacientes
hospitalizados com infecções bacterianas graves, inclusive infecções causadas por MRSA. O
medicamento é formulado para bloquear a atividade de algumas bactérias que são resistentes às
54
tetraciclinas.
rapidamente nos últimos anos. Os pacientes que estão em risco máximo de infecção por EVR são
indivíduos infectados. Como o plasmídio dos enterococos que transportam o gene resistente pode ser
transferido para organismos como o S. aureus, as infecções por EVR constituem uma preocupação
4,42
grave.
as situações em que a vancomicina deverá ou não ser empregada; estabelecer programas de educação
O EVR pode ser transmitido de um paciente para outro, seja através das mãos dos profissionais de
saúde, seja através do contato com superfícies contaminadas no ambiente e equipamentos utilizados
83
no cuidado ao paciente. Da mesma maneira que com o MRSA, as Precauções de Contato deverão
ser seguidas quando se cuida de pacientes infectados com o EVR. Os protocolos perioperatórios são
similares aos protocolos para os pacientes com MRSA e deverão incluir o seguinte:
Uso de roupão e luvas sempre que houver o potencial para o contato com líquidos ou materiais
contaminados.
Limpeza e desinfecção de equipamentos usados nos cuidados ao paciente o mais próximo possível
12,26
do momento da utilização.
Os germicidas comumente utilizados para a limpeza e desinfecção em hospitais são efetivos contra
o EVR. O álcool isopropílico e o hipoclorito de sódio (alvejante) são altamente efetivos. Com um
quaternário também são efetivos. Estes são menos efetivos em tempos de exposição mais curtos.
26
Demonstrou-se que o peróxido de hidrogênio é ineficaz. Nenhuma relação parece existir entre a
54
resistência microbiana aos antibióticos e a resistência aumentada aos germicidas. Os profissionais
perioperatórios deverão consultar rotineiramente as instruções por escrito dos fabricantes e seguir as
(VISA) no Japão, quando o organismo foi isolado de uma infecção em sítio cirúrgico e de um
abscesso não drenado. O tratamento com vancomicina por 29 dias manteve a condição inalterada. O
tratamento adicional com outros agentes antibióticos e drenagem do abscesso levou o paciente à
70
recuperação. Em 1997, foi observada a primeira ocorrência do organismo nos Estados Unidos. Um
paciente que vinha sendo tratado com vancomicina para múltiplos episódios de MRSA peritoneal
para o MRSA. Embora o organismo mostrasse níveis apenas intermediários de resistência, o CDC viu
esta ocorrência como um aviso inicial de que podem surgir cepas de S. aureus com resistência total à
30
vancomicina.
preocupação sobre a transmissão desta doença associada aos cuidados de saúde. A incidência de
MDR-TB está aumentando nos Estados Unidos. É mais provável que a transmissão aconteça a partir
equipamentos.
O CDC Guidelines for Preventing the Transmission of Mycobacterium tuberculosis in Health Care
27
Facilities (o roteiro para prevenir a transmissão do Mycobacterium tuberculosis no serviço de saúde)
enfatiza o seguinte:
A DCJ é considerada uma “infecção viral lenta” causada por uma proteína autorreplicante
46
conhecida como príon. Os príons constituem uma classe única de organismos que não possuem
79
DNA ou RNA detectável. Estes pequenos agentes proteináceos são isoformas anormais de proteínas
celulares normais. O período de incubação para a DCJ varia desde meses a anos ou décadas. Os
mental rápida e uma leitura eletroencefalográfica distinta. O diagnóstico positivo pode ser feito
apenas através do exame direto do tecido cerebral afetado. Muitos casos acontecem ao acaso e por
motivos desconhecidos quando o paciente está entre 50 e 75 anos de idade. A duração média da
doença depois que o paciente se torna sintomático é de 6 meses, sempre evoluindo à óbito. Em
contraste, a vDCJ apresenta um início mais precoce (entre 18 e 41 anos de idade). Os pacientes
acordo com o CDC, há forte evidência epidemiológica e laboratorial para uma associação causal entre
a vDCJ e a encefalopatia espongiforme bovina (também conhecida como a doença da vaca louca).
A DCJ pode ser familiar (i.e., herdada na forma de um gene mutante) ou esporádica (nenhuma
história familiar e nenhuma fonte conhecida de transmissão). Aproximadamente 90% dos casos são
esporádicos. Apenas cerca de 1% dos casos resultam da transmissão de uma pessoa para outra, sendo
que estes são, principalmente, o resultado da exposição iatrogênica (relacionada com ambientes
descontaminação química e física. Os príons causadores são resistentes ao vapor do autoclave, calor
seco, gás de óxido de etileno e à desinfecção com formaldeído ou glutaraldeído que são normalmente
85
empregados no ambiente de cuidados de saúde. O glutaraldeído e o formaldeído atuam como
fixadores, fazendo com que os príons se tornem mais estáveis e menos suscetíveis aos protocolos de
esterilização/desinfecção normais. Devem ser seguidos protocolos especiais para o manuseio dos
46
instrumentos depois da exposição a príons. Algumas instituições utilizam conjuntos de
instrumentos descartáveis para as biópsias cerebrais diagnósticas para excluir a DCJ ou EET. Foi
desenvolvido um processo usando plasma gasoso com radiofrequência (RF) para eliminar príons que
provocam a DCJ pelos instrumentos cirúrgicos. A técnica removeu a contaminação até níveis 1.000
22,56
vezes menores que aqueles alcançados através dos métodos de descontaminação existentes.
Outros processos que estão sendo investigados incluem o uso de um agente de limpeza alcalino antes
lidar com a DCJ estão evoluindo à medida que os pesquisadores sabem mais a respeito dos príons e
sua destruição. A Tabela 3.1 lista as opções a partir das quais um protocolo aceitável para o manejo
CONTROLE DE INFECÇÃO
envolve uma cadeia de eventos, incluindo a presença de um agente patogênico, reservatório, porta de
saída, transmissão, porta de entrada e suscetibilidade. A prevenção ocorre quando existe uma ruptura
Relatos de profissionais de hospitais que se tornam infectados pelo HIV depois de uma punção por
agulha ou exposição da pele ao sangue de um paciente criaram uma necessidade urgente para novas
e melhores medidas para proteger os profissionais contra a transmissão da infecção do paciente. Com
o conhecimento de que muitos pacientes com infecções transportadas pelo sangue não são
diagnosticados, as Precauções Universais, pela primeira vez, enfatizaram a aplicação universal das
Precauções contra Sangue e Líquidos Orgânicos (uma das categorias no Guidelines for Isolation
Precautions in Hospitals, de 1993) para todos os indivíduos independente de seu suposto estado de
26
infecção. As Precauções Universais expandiram as Precauções contra Sangue e Líquidos Orgânicos
ao recomendar máscaras e proteção ocular para evitar as exposições de mucosas, além do uso
rotineiro de proteção por barreira, como roupões e luvas. As Precauções Universais também
enfatizaram a prevenção contra lesões com punção por agulha e para o uso de dispositivos de
ventilação quando fosse realizada a reanimação. O CDC continuou a recomendar o uso das
Precauções Universais até 1987, quando foi proposto um novo sistema de isolamento, chamado de
corporais úmidas e potencialmente infecciosas (p. ex., sangue, fezes, urina, escarro, saliva, drenagem
de feridas, outros líquidos orgânicos) para todos os indivíduos, independentemente de seu estado
infeccioso. Isto foi conseguido, principalmente, com o uso de roupões e luvas. Por causa das
semelhanças entre as Precauções Universais e o ISC, embora existam diferenças, surgiu a confusão.
63
A OSHA promulgou uma regra para a Exposição Ocupacional a Patógenos Sanguíneos. Este
sua diretriz final incluindo um foco especial sobre a punção por agulha e outras exposições
63
percutâneas aos patógenos transmitidos pelo sangue. A diretriz revisada abordou as “agulhas com
proteções contra lesões por agulhas” (dispositivos de injeção sem agulha ou dispositivos com agulha
com aspectos de segurança acoplados para reduzir o potencial de lesão) e “sistemas sem agulha”
conectores, ou outros dispositivos sem agulha). Outras revisões focalizam-se na revisão e atualização
com mais qualidade. Segue-se um resumo dos requisitos da Diretriz Final: Exposição Ocupacional a
Patógenos Sanguíneos:
TABELA 3-1
Objeto/Dispositivo Estável
75
Spaulding) Umidade
Alta Instrumentos/ dispositivos Quando Quando 1. Limpar por completo com detergente germicida
infectividade críticos/ semicríticos facilmente positivo 2. Autoclavar a 134oC imerso em água no esterilizador
Quando Descartar
negativo
por 18 minutos ou
minutos
Quando Descartar
negativo
críticos/semicríticos impossível
de limpar
procedimentos rotineiros
de
limpeza
descartável
descontaminação da superfície
ausente críticos
Não é NA Descartar
passível
de
limpeza
descartável
instituição
Dados de Favaro MS, Bond WW: Chemical disinfection of medical and surgical materials. Em Block SS, editor: Disinfection,
sterilization, and preser vation, ed. 5, Philadelphia, 2001, Lippincott Swilliams & Wilkins, pp. 910-913: New clues on how to
inactivate príons. OR Manager 20(11):23, 2004; Rutala WA, Weber DJ: Creutzfeldt-Jakob disease: recommendations for
disinfection and sterilization. Clinical Infectious Diseases 32(9):1348-1349, 2001; World Health Organization Department of
Communicable Disease Surveillance and Response, WHO Infection Control Guidelines for Transmissible Spongiform Encephalopathies.
1. Cada instituição deve desenvolver e implementar um plano de controle de exposição que defina a
exposição e implemente os requisitos da diretriz final. Este plano deve ser revisto e analisado,
anualmente, com as informações fornecidas para todos os empregados. O plano deve refletir as
sangue e para a implementação da tecnologia apropriada para este fim. O retorno dos
empregados fora do nível de gerência deve ser solicitado na seleção da tecnologia a ser
2. Os controles de prática de trabalho e a engenharia devem ser usados para eliminar ou minimizar
a. O empregador deve fornecer tudo o que é necessário para a higiene adequada da mão.
b. As agulhas contaminadas não devem ser recapeadas ou removidas a menos que esta ação seja
necessária por um procedimento médico específico. Este recapeamento ou remoção deve ser
realizado pelo uso de um dispositivo mecânico ou pela técnica com uma das mãos.
c. Uma pinça ou outro dispositivo mecânico deverá ser usado para desmontar a lâmina do cabo
do bisturi.
d. Os objetos pontiagudos devem ser colocados em recipientes rotulados ou codificados por cor,
e. As amostras de sangue ou de líquidos orgânicos devem ser colocadas em frascos que impeçam
o extravasamento e ser rotuladas ou codificadas por cor. Os rótulos de advertência devem ser
outro material potencialmente infeccioso (Fig. 3.1). Os rótulos devem ser da cor laranja
fluorescente ou vermelho-alaranjado.
f. Alimentos e bebidas não devem ser mantidos na mesma área de armazenamento em que estão
g. O EPI deve ser fornecido pelo empregador sem custo para o empregado. O EPI adequado
deve incluir, mas não se limitar a, luvas, roupões, escudos de face ou máscaras e proteção
ocular. Os óculos de proteção devem possuir escudos laterais sólidos. As luvas devem ser
usadas quando se prevê o contato com sangue ou líquidos orgânicos. As luvas descartáveis
devem ser substituídas logo que possível, depois da ocorrência da contaminação. As luvas
h. Os avisos devem ser afixados na entrada da área de trabalho com contaminação potencial.
Estes avisos devem portar a legenda de risco biológico com as seguintes informações: nome
i. A limpeza ambiental deve assegurar que o local de trabalho seja mantido em condição de
devem ser estabelecidos. Todos os equipamentos e superfícies de trabalho devem ser limpos e
infecciosos.
k. Todos os empregados devem receber educação e treinamento sobre o manuseio seguro das
empregados com exposição ocupacional, sem custo para eles. Os indivíduos devem receber
treinamento de cada empregado devem ser mantidos pelo empregador durante o período de
Quando o empregado opta por não aceitar a vacinação, o empregador deve fazer com que o
devem manter um registro de lesões por objetos pontiagudos, que atua como um instrumento
para identificar as áreas da prática profissional com maior risco e para avaliar os vários
A regulamentação para patógenos transmitidos pelo sangue é imposta pela OSHA nos níveis
estadual e federal. Esta regulamentação baseia-se no conceito das Precauções Universais para servir e
paciente. Os pesquisadores da OSHA podem visitar os serviços das instituições de cuidados de saúde.
visita pode ser uma consequência de uma denúncia verbal ou por escrito do empregado, de
Universais e ao ISC. Houve muita confusão sobre quais líquidos orgânicos exigiam cuidados
houve preocupações sobre a necessidade de precauções adicionais para evitar a transmissão de outros
agentes infecciosos pelo ar, por gotículas e por contato. Com esta necessidade em mente, o CDC
destinam-se a reduzir o risco de transmissão dos patógenos pelo sangue e por outros patógenos. No
documento são incluídas as precauções adicionais baseadas nas vias de transmissão para os pacientes
presumido. Elas são consideradas a primeira linha, e a mais importante, de precauções e, como tal,
excreções (exceto o suor), independentemente se eles contêm sangue visível, (3) às mucosas e (4) à
1. Higiene das mãos. A higiene das mãos é o fator mais importante na prevenção da disseminação da
infecção. As mãos devem ser lavadas sempre que elas entram em contato com o sangue, líquidos
orgânicos, secreções, excreções e artigos contaminados, quer sejam usadas luvas ou não. As mãos
são lavadas imediatamente depois que as luvas são retiradas, entre os contatos com pacientes, e
quando indicado de outra forma a fim de evitar a transferência dos microrganismos para outros
pacientes ou ambientes. Por vezes, é necessário lavar as mãos entre as tarefas e procedimentos no
mesmo paciente para evitar a contaminação cruzada de diferentes sítios corporais. Um sabão
comum (não antimicrobiano) deverá ser usado para a lavagem rotineira das mãos. Quando
sabão antimicrobiano ou a escovação da mão com antisséptico (agente antisséptico sem água). O
agente antisséptico de escovação das mãos é mais efetivo quando as mãos são limpas antes que o
agente antimicrobiano seja aplicado. Para haver eficácia, uma quantidade suficiente do agente
deve ser utilizada para a escovação da mão. Deverão ser seguidas as instruções por escrito do
fabricante. Uma quantidade adicional de solução usada na escovação da mão pode ser necessária
(Destaque de Pesquisa).
2. Luvas. Luvas limpas e não esterilizadas devem ser usadas quando tocarem sangue, líquidos
ser usadas quando se tocam mucosas e a pele não íntegra. As luvas deverão ser trocadas entre as
tarefas e procedimentos com o paciente e depois do contato com o material que possa conter altas
concentrações de organismos. As luvas devem ser removidas imediatamente após o uso e as mãos
são lavadas antes de se engajar em outra tarefa ou administrar cuidados para outro paciente.
3. Máscaras, proteção ocular, escudos faciais. Uma máscara e a proteção ocular ou escudo facial devem ser
sujar as roupas. A atividade a ser realizada e a quantidade e o tipo de líquido provável de ser
encontrado ditam o grau de barreira de proteção necessária no roupão. Os roupões deverão ser
retirados imediatamente após o uso e as mãos são lavadas antes de se engajar em outras
5. Objetos afiados. Agulhas, bisturis e outros objetos afiados deverão ser manuseados de maneira a
evitar a lesão. As agulhas nunca deverão ser recapeadas com o uso de qualquer técnica que
fizer necessário, ele deverá ser feito com o emprego de um dispositivo mecânico ou com uma
técnica de uma só mão em concha. As agulhas usadas não deverão ser removidas das seringas
descartáveis, sendo que elas não deverão ser envergadas, curvadas, quebradas ou manipuladas de
outra forma com a mão. Os objetos pontiagudos descartáveis utilizados deverão ser colocados em
recipientes resistentes à punção localizados o mais próximo possível do local de uso de objetos
6. Material usado nos cuidados ao paciente. Os artigos descartáveis deverão ser jogados fora depois da
utilização. O artigo reutilizável deve ser limpo e reprocessado para garantir o uso seguro em outro
paciente. O material sujo de sangue, líquidos orgânicos, secreções e excreções deverá ser
manuseado cuidadosamente para evitar a exposição da pele e mucosas, contaminação das roupas
7. Roupas de cama. As roupas de cama sujas com sangue, líquidos orgânicos, secreções ou excreções
deverão ser manuseadas de modo a evitar a exposição da pele e mucosa, contaminação das roupas
ambientais, leitos e equipamentos associados devem ser desenvolvidos, sendo que o uso destes
9. Disposição do paciente. Os pacientes que contaminam o ambiente ou que são incapazes de manter a
higiene ou controle ambiental adequados devem ser alojados em um quarto particular com
profissional do controle de infecção pode determinar um método para agrupar pacientes com
26,30
organismos infecciosos similares.
DESTAQUE DE PESQUISA
Com frequência tem sido reiterado que a lavagem das mãos é a medida mais importante que os
adesão à lavagem das mãos foi inferior a 50% em inúmeros estudos. A introdução de produtos
de lavagem das mãos à base de álcool, sem água, aumentou a adesão à higiene das mãos,
recomendações da Categoria I do CDC para a higiene das mãos. Estas recomendações exigem a
Um dos objetivos deste estudo foi o de avaliar a eficácia microbiana comparativa da lavagem
das mãos com a escovação das mãos e sabão não medicamentoso. Antes e depois da lavagem
das mãos ou da desinfecção das mãos, foram obtidas impressões das palmas das mãos e
digitais dos participantes e estas foram enviadas para a contagem de colônias e identificação da
flora transitória. A lavagem das mãos foi considerada como sendo satisfatória quando ambas as
mãos foram lavadas em conjunto por 30 segundos (± 5 segundos), enxaguadas sob água
corrente e secas com uma toalha de papel. As desinfecções das mãos foram consideradas
sendo que todas as superfícies das mãos foram esfregadas em conjunto até que o álcool
Antes dos procedimentos de higiene das mãos, as contagens médias de colônias foram de 87
para as regiões palmares e 85 para as polpas digitais. Durante o estudo, observou-se que a
desinfecção das mãos era feita com esfregação mais vigorosa que a lavagem das mãos. Os
desinfecção das mãos por esfregação. Os resultados deste estudo sustentam as recomendações
da Categoria I do CDC, indicando que a esfregação das mãos com um produto de higiene para
as mãos à base de álcool é mais efetiva que a lavagem das mãos com um sabão não
medicamentoso.
Modificado de Kac G e outros: Microbial evaluation of two handhygiene procedures achieved by health care
workers during routine patient care: a randomized study. The Journal of Hospital Infection 60:32-39, 2005.
por gotículas, ou através do contato com a pele seca ou superfícies contaminadas. Elas podem ser
empregadas isoladamente ou em combinação com uma outra quando o paciente apresenta uma
doença que possui múltiplas vias de transmissão e devem ser utilizadas além das Precauções-Padrão.
suspensas no ar por longos períodos ou por disseminação das partículas de poeira que contêm o
microrganismos transmitidos pelo ar podem ser muito dispersos, dependendo das correntes de ar, e
1. Os pacientes devem ser isolados em quartos privativos com pressão negativa. A troca do ar deverá
ocorrer em uma frequência de 6 a 12 trocas por hora, com o ar sendo liberado no ambiente
externo ou circulado através de filtros de contenção de partículas de alta eficácia (HEPA) antes de
2. Os profissionais devem usar proteção respiratória especificada pela OSHA quando cuidam de
suscetíveis cuidam de pacientes com rubéola (sarampo) ou varicela (catapora), deverá ser usada a
desnecessária.
3. Todas as precauções para evitar a transmissão da tuberculose deverão ser implementadas quando
26,27
se sabe ou se suspeita que o paciente tenha tuberculose.
4. Uma máscara cirúrgica deverá ser aplicada sobre o nariz e a boca do paciente para as Precauções
de Isolamento da Infecção Transmitida pelo Ar quando o paciente tiver que ser transportado de
um local para outro. O transporte do paciente deverá ser limitado aos fins essenciais.
pacientes conhecidos ou suspeitos de estarem infectados com microrganismos que são transmitidos
por grandes gotículas (> 5 µ). Estas gotículas podem ser geradas quando o paciente espirra, tosse ou
1. Os pacientes devem ser isolados em quartos privativos quando disponíveis. Se isto não for
possível, o paciente deverá ser isolado em um quarto com outro paciente que esteja infectado
pelo mesmo organismo e sem outra infecção. Quando isto não é possível, uma separação espacial
de 1 m deverá ser mantida entre o paciente infectado e outros pacientes no mesmo quarto. Para
2. Os profissionais deverão usar uma máscara quando trabalham dentro de 1 metro de distância do
paciente.
3. Os pacientes deverão ser transportados apenas para fins especiais. Quando o transporte é
necessário, uma máscara deverá ser colocada sobre o nariz e a boca do paciente para minimizar a
organismos epidemiologicamente importantes que podem ser transmitidos por (1) contato direto
com o profissional ao tocar a pele do paciente ou (2) por contato indireto com o profissional ao tocar
materiais usados nos cuidados ou nas superfícies do quarto do paciente. As Precauções de Contato
incluem:
1. Os pacientes deverão ser isolados em um quarto privativo. Quando isto não é possível, o paciente
deverá ser isolado em um quarto com outro paciente que esteja infectado pelo mesmo organismo
e sem outra infecção. Quando isto não é possível, a destinação do paciente deve ser determinada
2. As luvas deverão ser usadas ao entrar no quarto do paciente. As luvas deverão ser trocadas depois
ser removidas antes de sair do quarto do paciente. As mãos deverão ser lavadas depois da
remoção da luva. Para evitar transferir os microrganismos para outros, nenhuma superfície no
ambiente do paciente deverá ser tocada depois que as mãos forem lavadas.
3. Os roupões deverão ser usados ao entrar no quarto do paciente quando existe uma possibilidade
superfícies ambientais ou quando o paciente está incontinente, com diarreia ou apresenta uma
ileostomia ou colostomia. O roupão deverá ser removido antes de sair do quarto do paciente,
sendo que se deve ter cuidado para evitar o contato com as superfícies do ambiente.
Contato devem ser mantidas para evitar a contaminação dos profissionais, visitantes ou do
ambiente.
5. O material usado nos cuidados ao paciente deverá ser exclusivo para um único paciente e não
deve ser compartilhado entre os pacientes. Quando isto é impossível, o material deve ser limpo e
suscetíveis aos fungos ambientais, sendo que, desta maneira, uma infecção pode causar a morbidade.
quartos deverão ser bem vedados para impedir o extravasamento do ar para dentro dos quartos.
Redução dos níveis de poeira ao usar superfícies lisas e laváveis em oposição às superfícies com
textura.
precauções para se proteger e proteger os outros contra os patógenos transmitidos pelo sangue e
outras doenças infecciosas. A implementação destas precauções dentro do ambiente cirúrgico requer
precauções por todos os membros da equipe perioperatória serve para proteger o profissional de
14
saúde e para minimizar a infecção cruzada dos patógenos entre os pacientes.
Elaboração de Medidas de Controle de Infecção
Cuidado com o Ambiente. A sala de cirurgia deverá ser idealizada de modo a minimizar e controlar
a disseminação dos organismos infecciosos. Pode ser usado o formato de núcleo central ou de um
deverão ser contidos dentro da área do núcleo central, que é circundada por salas de cirurgia e um
corredor periférico. O formato de corredor único coloca as salas de cirurgia em ambos os lados de
um corredor único, separadas por salas de estoque, usualmente ao longo do corredor, para alojar os
estéreis e contaminados devem ser separados pelo espaço ou tempo. Isto é, os artigos esterilizados,
O piso na sala de cirurgia deverá ser rígido, sem junção, de fácil limpeza e contíguos às paredes.
Este formato elimina o ângulo agudo onde o assoalho e as paredes se encontram, onde as bactérias
podem se alojar e proliferar. Quando o piso tiver que ser rejuntado, todos os rejuntes deverão ser
vedados com calor. As paredes podem ser construídas por qualquer superfície rígida que seja
facilmente limpa e com rigidez suficiente para suportar o impacto do equipamento cirúrgico que
possa ser acidentalmente empurrado contra a parede durante o transporte. Quando o azulejo de
cerâmica é utilizado, deverá também ser usada a argamassa de cimento com superfície lisa. Esta
argamassa propicia uma superfície quase tão lisa quanto o próprio ladrilho, eliminando as
preocupações de que a aspereza da superfície possa atrair e reter bactérias. As paredes pintadas são
menos desejáveis porque a tinta descasca e esfarela, principalmente nas áreas de umidade mais
elevada. Quando o acabamento com tinta epóxi é empregado, essa tinta deve ser de qualidade igual à
superfície abaixo dela. O equipamento que colide com uma parede pode provocar dano e expor o
material de construção ao ambiente. Uma parede bem acabada e com cor leve pode ser preferida para
2
reduzir o reflexo e o ofuscamento.
As portas nas salas de cirurgia podem oscilar ou deslizar. Quando portas deslizantes são
empregadas, elas não deverão retroceder para dentro da parede, mas deverão deslizar sobre a parede
2
vizinha para facilitar a limpeza. Os armários deverão ser encaixados na parede, quando possível.
Esta configuração permite o uso máximo do espaço do assoalho livre nas salas de cirurgia. O
tamanho e a configuração das salas de cirurgia são discutidos em detalhe pelo American Institute of
2
Architects Academy of Architecture for Health. Os armários de aço inoxidável são preferidos porque
as superfícies permanecem lisas e são limpas com facilidade. Os armários de madeira danificam-se
com rapidez, formam rachaduras e fendas, onde as bactérias podem se acumular e proliferar. Os
armários de madeira são difíceis de limpar e desinfetar, devendo ser evitados nas salas de cirurgia. As
portas dos armários podem ser do tipo oscilante ou deslizante. Um protocolo de limpeza deverá ser
estabelecido para os trilhos, caso sejam usadas portas deslizantes. Para prateleiras, preferem-se as de
grade porque a poeira e as bactérias não se acumulam, uma vez que o ar pode circular livremente ao
2
redor do conteúdo da prateleira.
As pias de escovação deverão se localizar adjacentes à cada sala de cirurgia, com uma única área
servindo a duas salas de cirurgia, quando possível. De maneira ideal, as pias usadas nas escovação
localizam-se em uma sala ou vão reentrante adjacente ao corredor periférico ou único da sala de
cirurgia. As pias de escovação não deverão ficar dentro da área do núcleo central porque a
contaminando o ambiente.
Cada sala de cirurgia deve conter uma sala de expurgo fechada, exclusiva para seu próprio uso. A
sala de expurgo deverá conter um depósito de lavagem, recipientes para resíduos e roupas sujas, uma
pia para a lavagem das mãos e uma bancada de trabalho. Se a área é utilizada com a finalidade de
espera como parte de um sistema maior para a coleta e destinação dos materiais sujos, o depósito de
2
lavagem não é necessário.
ambiente da sala de cirurgia, a ventilação de ar deverá entrar pelo teto da sala e sair próxima ao solo
e nas paredes opostas àquelas que contêm as entradas de ar. O fluxo de ar deverá ser um fluxo
direcional para baixo, movendo-se também para baixo, atravessando o local com uma corrente
2
mínima até o chão e saindo pelas portas.
A pressão do ar na sala de cirurgia deverá ser maior que aquela no corredor adjacente; isto é
chamado de “pressão positiva” em relação aos corredores e áreas adjacentes. Esta pressão positiva
menos limpa) que entra na sala de cirurgia (área mais limpa). Cada sala de cirurgia deverá ter um
mínimo de 15 trocas de ar total por hora, com o equivalente de pelo menos três reposições do ar
quarto. Estas unidades criam um fluxo de ar turbulento e podem recircular as bactérias depositadas.
As portas das salas de cirurgia deverão ficar fechadas para manter a ventilação, fluxo de ar e pressão
bacteriano, a umidade relativa do ar na sala de cirurgia deverá ser mantida entre 30% e 60%. Uma
umidade relativa mais baixa pode sustentar o acúmulo de eletricidade estática, enquanto que a
presença de uma umidade mais elevada pode provocar condensação da umidade ambiente, podendo
formas de vida microbiana. O conceito do que constitui “estéril” é medido como a probabilidade da
esterilidade de cada artigo a ser esterilizado. Esta probabilidade é conhecida como nível de garantia de
esterilidade (NGE). Para processos de esterilização com vapor terminal, a probabilidade recomendada
–6 84
de sobrevida para microrganismos em um aparelho esterilizado é de 10 . A probabilidade de
–6
sobrevida do organismo de 10 significa que existe uma chance menor ou igual a 1 em 1 milhão de
–6
que um artigo esteja contaminado ou não esterilizado. O NGE de 10 é considerado apropriado para
os artigos a serem usados em tecidos corporais comprometidos. Para os artigos que não se destinam a
–3
entrar em contato com o tecido comprometido, um NGE de 10 é, por vezes, aceito. Um NGE de
–3 6,10
10 representa uma possibilidade de 1 em 1.000 de haver um microrganismo sobrevivente.
seguro, mais econômico e mais bem compreendido que está disponível nos cuidados de saúde. Ela é
o método de esterilização preferido para os artigos que são sensíveis à umidade e calor. A eficácia da
Teoria da Destruição Microbiana. Acredita-se que os microrganismos sejam destruídos por calor
célula bacteriana. Os microrganismos são mortos em uma menor temperatura quando o calor úmido
é empregado em oposição a quando se utiliza o calor seco. Este fato baseia-se na teoria de que todas
as reações químicas, incluindo a coagulação das proteínas, são catalisadas pela presença da água.
aquecida, a temperatura da água aumenta à medida que a energia calórica é adicionada. Depois que o
o
ponto de ebulição de 100 C é alcançado, a energia calórica adicional evapora e a água para formar
vapor. Neste ponto o vapor e a água estão na mesma temperatura, mas o vapor possui mais energia
que a água. Esta diferença na energia é conhecida como o calor latente de vaporização. Quando um
artigo frio é introduzido no vapor, parte do calor fornece sua energia latente para o objeto e retorna
ao estado líquido. Este fenômeno permite que artigos sejam aquecidos com rapidez muito maior no
vapor que no calor seco. O fenômeno da mudança do vapor para a água líquida é chamado de
o
condensação, sendo que o vapor e a água líquida estão a uma temperatura de 100 C quando isto
o
acontece. Neste ponto diz-se que o vapor está saturado. No entanto, esta temperatura de 100 C é
insuficiente para matar os microrganismos. Para alcançar uma temperatura de saturação suficiente
o
para matar microrganismos (121 C), é necessário ter um recipiente vedado. Quando a água é fervida
em um tanque a partir do qual o vapor não possa escapar, é atingida uma temperatura mais elevada.
Quando mais vapor é gerado sem a via de escape, a pressão no tanque aumenta. Quanto maior for a
comprimido remanescente no tanque mistura-se com o vapor e diminui a temperatura do vapor. Este
vapor com temperatura reduzida é incapaz de realizar a esterilização. O ar age como uma barreira
74,84
para a esterilização a vapor.
O vapor que entra na câmara esterilizadora deverá conter pouca ou nenhuma água líquida retida.
O termo qualidade do vapor descreve a quantidade de vapor e água líquida na mistura. Uma qualidade
de vapor de 100% indica que nenhuma água líquida está presente no vapor. Uma qualidade de vapor
de 97% ou mais (i.e., < 3% da mistura é composto de água líquida) é recomendada para atingir um
artigos a serem esterilizados devem ser pré-limpos para diminuir a carga biológica até o menor nível
possível.
Para evitar a infecção, todos os artigos que entram em contato com o paciente ou com o campo
Manuseio, transporte e métodos de limpeza deverão ser selecionados para evitar a contaminação
cruzada para outros pacientes, exposição dos profissionais a patógenos transmitidos pelo sangue e
9
danos aos instrumentos. Os métodos de limpeza e descontaminação escolhidos deverão ser
econômicos e de eficácia demonstrada. Os artigos podem ser limpos manualmente, por meios
6
mecânicos ou por uma combinação dos dois. A produtividade aumentada, a maior eficácia da
microrganismos através de uma ação de limpeza e enxágue, enquanto outros destroem tipos
de carrinhos.
Todos os profissionais que manuseiam instrumentos cirúrgicos sujos, quer na sala de cirurgia,
quer na sala subestéril ou em uma área central de descontaminação, devem usar EPI suficiente para
evitar o contato com qualquer sangue ou outro líquido corporal. Em geral isto significa um roupão
de escovação coberto por um avental à prova d’água, macacão ou guarda-pó com mangas; gorro;
máscara facial cirúrgica; proteção ocular; e luvas de borracha ou látex adequadas para a tarefa. No
caso em que os líquidos podem derramar no chão, recomendam-se botas ou sapatilhas à prova
d’água.
Os instrumentos deverão ser mantidos o mais livre possível de sujeira macroscópica e outros
usados devem ser limpos com esponjas umedecidas com água esterilizada. Quando se permite que o
sangue seque no instrumento, ele pode provocar depressões, ferrugem ou corrosão. A água estéril é
preferida ao soro fisiológico, que pode provocar depressão e dano às superfícies do instrumento. A
9,12
descontaminação inicial deverá começar imediatamente ao término do procedimento cirúrgico.
Todos os instrumentos que podem ser imersos são desmontados, sendo que as travas das caixas são
abertas para permitir que a solução entre em contato com todas as superfícies sujas. Estes
instrumentos deverão ser colocados em uma cuba, sistema de recipiente com fundo sólido ou caixa
com tampa. Tesouras e instrumentos leves deverão ser colocados em cima. Retratores pesados
deverão ser colocados em uma bandeja separada. Uma solução enzimática, espuma ou spray podem
ser adicionados aos instrumentos para começar o processo de clivagem de qualquer material
Alguns instrumentos possuem bordas pontiagudas ou afiladas, como tesouras, pinças com dentes,
clampes de toalha perfurantes, curetas e pinças saca-bocado. Estes artigos podem penetrar nas luvas
e pele, criando uma porta de entrada para organismos infecciosos. Um processo diferente é
empregado para estes instrumentos. Eles não devem ser colocados em uma cuba ou bandeja de modo
que o trabalhador não precisasse se esticar até o fundo do recipiente para apanhar o instrumento,
correndo o risco de lesão. Em lugar disso, eles são colocados com as pontas para baixo em uma cuba
suficientemente pequena para que os cabos fiquem para fora da cuba, permitindo que cada
instrumento seja pego individualmente. Uma alternativa consiste em colocar todos os instrumentos
juntos e não os manusear até depois que eles passaram por um processo de limpeza mecânica.
Todos os instrumentos sujos deverão ser transportados da sala de cirurgia para a limpeza e
dentro de sacos plásticos. Quando estão sendo transportados objetos pontiagudos, o recipiente
deverá ser resistente à punção. Os meios de conter os instrumentos incluem caixas de plástico,
borracha ou metal com tampa; sistemas de recipiente de esterilização com fundo sólido com tampas
plástico. Todas as embalagens de contenção sujas deverão ser rotuladas com o símbolo de risco
água fria com enzima de dissolução de proteína e sangue ajuda a remover o sangue, os tecidos e os
6
resíduos macroscópicos das luzes, dobras e serrilhas de aparelhos. Depois deste pré-tratamento, os
instrumentos podem ser mecanicamente processados, o que é preferido, ou lavados com a mão.
alternativo, elas podem ter múltiplos compartimentos, cada um especializado para uma função
específica no processo de limpeza, incluindo o enxágue inicial em água fria para remover os resíduos
proteicos, embebição em solução enzimática, lavagem com detergente, limpeza ultrassônica, enxágue
o o
com água quente (80 C a 95 C) sustentado, talvez um enxágue com germicida químico líquido (p.
ex., solução de hipoclorito de sódio), um ciclo de lubrificação e secagem. Os utensílios sujos, como
cubas e bandejas, deverão passar de maneira similar através de uma lavadora de utensílios, lavadora-
6,9
desinfetante-higienizante ou uma lavadora-esterilizadora. Quando artigos laparoscópicos ou outros
artigos com luz são limpos, um aparelho de limpeza para estes artigos pode ser acoplado às
Quando se realiza a limpeza manual, os instrumentos devem ser submersos em água quente com
um detergente adequado e limpos e enxaguados enquanto submersos. A limpeza desta maneira ajuda
lesão por objetos pontiagudos. Os abrasivos fortes não devem ser usados para a limpeza manual
porque eles danificam a superfície protetora dos instrumentos, contribuem para a corrosão e
12
impedem a esterilização.
Quando uma lavadora-esterilizadora deve ser utilizada, os resíduos macroscópicos devem ser
removidos com enxágue em água fria antes que os instrumentos sejam colocados na lavadora-
colocados em bandejas com fundo perfurado ou com rede ou cestas e posicionados de modo que a
Os dois tipos de lavadoras-esterilizadoras são: (1) aqueles configurados como um túnel, com portas
em cada lado e braços de vaporização rotatórios nas laterais, acima e abaixo do compartimento, e (2)
aqueles que cobrem os instrumentos com água e sopram vapor e ar através da água para causar a
agitação que produz o efeito de limpeza (Fig. 3.3). As primeiras máquinas geralmente são
esterilizadora começa um ciclo de esterilização com vapor. O tempo de exposição para este ciclo
gravidade para remover o ar do compartimento. Os resíduos que permanecem nos instrumentos por
causa de possíveis ineficiências do processo de limpeza são solidificados pela parte de esterilização
do processo e podem ser de difícil remoção. Os instrumentos processados através de um ciclo único
de uma lavadora-esterilizadora são seguros para o manuseio e podem estar estéreis, dependendo da
carga biológica pré-esterilização. Contudo, eles não são adequados para uso imediato em outro
procedimento cirúrgico. Eles devem ser inspecionados, arrumados de maneira conveniente para uso
FIGURA 3-3 Lavadora-esterilizadora automática. A, O ciclo desta máquina começa com um enxágue de água fria, que
entra através do ápice da câmara para amolecer e remover a sujeira macroscópica, como sangue e tecido, sem coagular
o material proteináceo, o que faria com que ele aderisse aos instrumentos. Em seguida, a água morna e o detergente
entram na câmara até um nível que cubra os instrumentos. B, Depois, jatos de vapor e ar são injetados na câmara cheia
através de portas no assoalho da câmara. A turbulência violenta na solução de detergente-água remove qualquer
resíduo remanescente nos instrumentos depois do enxágue inicial. C, Ao término do período de enxágue, a água é
drenada da câmara. Os modelos mais modernos de lavadoras-esterilizadoras podem ter controle de microprocessadores
que possibilitam que o usuário estabeleça a duração do tempo de lavagem com base no tipo da sujeira nos
instrumentos. Um enxágue final entrando por cima da câmara carrega quaisquer resíduos de detergente e sujeira para
longe dos instrumentos e pelo ralo. D, Finalmente, o vapor saturado começa a encher a câmara. O ar na câmara e na
carga é mais pesado que o vapor e, por causa da gravidade, é deslocado para baixo e para fora pelo ralo. À medida que
o
a pressão aumenta na câmara a partir do vapor que está entrando, a temperatura sobe até 132 C, o dreno da câmara se
fecha e a temperatura é mantida durante o tempo de exposição à esterilização selecionado pelo usuário. Depois, o
vapor é exaurido através do exaustor condensador automático. Algumas máquinas possuem a capacidade de selecionar
os tempos de secagem para os instrumentos. Ao término do ciclo, um alarme sonoro indica que a unidade está pronta
para a descarga. Os instrumentos e o interior do esterilizador estão muito quentes e, quando não se utiliza o tempo de
secagem, os instrumentos e as bandejas também estão molhados. Empregue extrema cautela no manuseio.
Nem todos os instrumentos toleram este processo e nem todos os hospitais têm acesso a lavadoras
mecânicas que incorporam a água quente ou a descontaminação química como parte do ciclo de
limpeza. Alguns instrumentos não toleram a imersão em água ou não podem ter o calor ou pressões
envolvidos nos processos mecânicos. Estes artigos devem ser lavados à mão, com o uso de um
detergente adequado para o tipo de material e para o tipo de sujeira no artigo. Quando a proteína ou
outro resíduo orgânico está presente, o detergente deverá ter um pH alcalino (>7). Quando o resíduo
inorgânico está presente, o detergente deverá ter um pH ácido (<7). O grau de alcalinidade ou acidez
deverá ser selecionado de modo que o instrumento ou o próprio artigo não seja danificado no
processo de limpeza. Os instrumentos de aço inoxidável com resíduos orgânicos são mais bem
limpos por detergentes alcalinos com uma faixa de pH de 7 a 10, de acordo com a maioria dos
irreparáveis e outras atividades corrosivas. Este conselho relativo à seleção do detergente também se
aplica à lavagem mecânica. Embora um detergente com pH neutro seja frequentemente selecionado
pelos motivos anteriores, as instruções por escrito do fabricante do instrumento deverão ser
Os artigos que estão sujos com sangue ou líquidos orgânicos e que foram apenas limpos podem
não estar suficientemente descontaminados para possibilitar o manuseio pelos trabalhadores que não
usam equipamentos de proteção. Quando este artigo tolera a esterilização a vapor, ele pode ser
embalagem (esterilização rápida). Em seguida, ele está seguro para o manuseio. O artigo também
ortoftalaldeído (OPA) para desinfetá-lo; devem ser seguidas as recomendações por escrito do
fabricante para o tempo de imersão. Se nenhum destes métodos é adequado para o artigo, por causa
proteção quando manusear, inspecionar, montar e embalar estes artigos para a esterilização.
fecho de instrumentos. Ele deverá ser usado apenas depois que os instrumentos tiverem os resíduos
transdutores nas laterais ou no fundo de uma câmara especialmente construída que é cheia de água
diminutas bolhas que colabam ou implodem. Isto cria uma pressão negativa que puxa os resíduos
para longe das superfícies. Este processo é conhecido como cavitação. A limpeza ultrassônica não é
biocida e, depois que se realiza o processo de limpeza, os instrumentos deverão ser enxaguados para
remover os resíduos frouxos. Alguns aparelhos ultrassônicos possuem câmaras para enxágue e
folheados com cromo não deverão ser limpos por meios ultrassônicos, porque as ondas de energia
podem amolecer o cromo da base metálica subjacente. Metais diferentes, como o aço inoxidável,
titânio, cobre e chumbo, não deverão ser processados com meios ultrassônicos ao mesmo tempo. As
ondas de energia, combinadas com o calor e a solução detergente, podem fazer com que ocorra a
ultrassônicos por causa de seu formato delicado e pelo fato de que eles podem conter vários tipos de
metal. O limpador com detergente ou enzima usado no aparelho ultrassônico deverá ser selecionado
com cuidado. A corrosividade e a eficácia global de algumas soluções podem ser dramaticamente
afetadas pela combinação de calor e energia ultra-sônica neste aparelho.
instrumento. Estas atividades acontecem em uma área limpa, separada da área onde ocorreu a
com partes móveis são tratados com uma solução lubrificante hidrossolúvel que contem um agente
desgastados são postos de lado para reparo. Os instrumentos são montados em bandejas de acordo
em cargas no esterilizador são fatores que orientam a eficácia da esterilização com vapor. A principal
função de uma embalagem que contém um artigo cirúrgico consiste em permitir a esterilização do
8,9
conteúdo e garantir a esterilidade até o momento em que a embalagem seja aberta. Deve ser feita a
provisão para que o conteúdo seja removido sem contaminação. Para ser efetiva, o material da
15
embalagem deverá ter as seguintes características:
Ter integridade de vedação comprovada (não perde a lâmina quando aberto e não permite uma
Desfiar pouco
método de embalagem efetivo e simples. Por causa do material rígido do recipiente, eles não podem
embalagem com custo-eficácia. Deverão ser obtidas as recomendações e instruções por escrito para a
de Esterilização ou de Material do hospital para garantir que todas as condições essenciais para a
perioperatória deverá verificar a evidência de integridade e esterilidade. A tampa deve ser removida
com cuidado. A circulante deverá examinar o conteúdo para verificar que o indicador ou integrador
mudou para indicar que o vapor ou óxido de etileno alcançou o interior, mantendo, assim, uma
margem de segurança entre ele e o recipiente externo não-esterilizado quando remover a cesta
interna.
Quando envoltórios têxteis são utilizados, eles devem ser lavados entre as exposições da
esterilização para garantir o conteúdo de umidade suficientes das fibras. Isto impede o
deterioram em uma velocidade mais lenta. Todos os envoltórios devem ser verificados para orifícios
ou lacerações antes do uso. Muitos materiais embalados no hospital — trançados e não trançados,
reutilizáveis e descartáveis — são comercializados hoje em dia. Os materiais deverão ser avaliados
O tamanho e a densidade das embalagens têxteis trançadas devem ser restritos para garantir a
pesar mais que 5,4 kg. Quando os artigos na embalagem estão sendo reunidos, os materiais mais
leves deverão ser colocados próximos ao centro da embalagem. Cada camada sucessiva de artigos
secos deverá ser colocada transversalmente à camada abaixo dela, de modo a promover a livre
circulação do vapor e a remoção do ar. A densidade da embalagem não deverá exceder a 3,2 kg por
pé cúbico. Um indicador ou integrador químico que reflete exatamente um ou mais dos parâmetros
físicos da esterilização deverão ser inseridos no centro de cada embalagem. Estes parâmetros são
podem ser descartáveis ou reutilizáveis. Um envoltório reutilizável de textura única é definido como
uma camada de tecido trançado com 270 a 280 filamentos. São inaceitáveis bordas nuas e pontos
transversais. O envolvimento duplo sequencial cria uma embalagem dentro de uma embalagem,
envoltórios são feitos nas dimensões adequadas para os diversos artigos que devem ser embalados. O
envoltório em envelope familiar é feito através da colocação do artigo em posição diagonal no centro
do envoltório. O canto próximo, que deverá apontar na direção do profissional, é trazido por sobre o
artigo e a extremidade triangular é dobrada de volta para formar uma bainha. As duas abas laterais
são dobradas até o centro da mesma forma. O canto mais distante do envoltório é, então, dobrado
por cima dos outros três. O processo é repetido com o segundo envoltório, sendo que a embalagem é
Quando a embalagem é aberta para uso, as abas nos cantos são usadas para formar uma bainha
artigos são embrulhados, os envoltórios deverão ser dobrados firmemente em torno do conteúdo. A
embalagem deverá estar firme e seguramente vedada para evitar a contaminação no manuseio e
material fundidas, estão disponíveis e são amplamente utilizados para embalar suprimentos
cirúrgicos. Estes envoltórios únicos propiciam uma barreira bacteriana no mínimo equivalente ao
para o campo estéril, proporcionando uma alternativa para o procedimento de embalagem dupla
embalagem. Os envoltórios de uso único, não trançados, não deverão ser reutilizados.
A fita indicadora do processo de esterilização (química) deverá ser usada para prender os
envoltórios na posição nas embalagens e para indicar que as embalagens foram expostas às condições
físicas de um ciclo de esterilização. Quando as embalagens são abertas, estas fitas devem ser rasgadas
em primeiro lugar, de modo que a embalagem não possa ser presa novamente com a fita, e, em
seguida, sejam removidas dos envoltórios reutilizáveis porque elas criam problemas na lavagem,
como a oclusão de telas e filtros. Em alguns casos as fitas deixam um corante nos envoltórios, o que
pode causar a deterioração do material. As fitas também podem deixar um resíduo adesivo que pode
interferir com as futuras esterilizações do tecido. Cada embalagem destinada ao uso estéril deverá ser
impressa ou rotulada com um número de controle da carga que identifica a data da esterilização, o
satisfazer estes desafios. Os instrumentos dobrados devem ser dispostos de modo que o vapor possa
dobradas e linguetas de catracas. Para realizar isto, estes instrumentos devem ser esterilizados na
posição aberta. Quando os instrumentos possuem cabos dobrados para os dedos, os instrumentos
podem ser colocados em um “esticador”, que é uma haste metálica em forma de “U” feita
especialmente para esta finalidade. Quando se utilizam sistemas de recipiente fechado para a
esterilização, os apliques em cesta podem ser usados para imobilizar os instrumentos na posição
adequada para a esterilização. Os instrumentos tubulares com luzes podem aprisionar o ar, o que
interfere com o processo de esterilização. Para evitar este problema, as luzes devem ser umidificadas
transforma-se em vapor e força o ar para fora da luz. Os instrumentos com superfícies côncavas ou
outras superfícies que possam reter água devem ser cuidadosamente posicionados sobre a borda para
facilitar a remoção do ar, que pode ficar aprisionado na superfície côncava. Colocar o instrumento
sobre a borda também facilita a drenagem do condensado. Artigos como cubas, que podem ser
empilhados para a esterilização, deverão ser empilhados com espaço suficiente entre todas as
60
superfícies, de modo que o vapor possa entrar em contato com todas as superfícies.
embalagens devem ser arranjados para minimizar a resistência ao vapor, que deve atravessar a carga
de cima do compartimento no sentido do fundo do esterilizador. Todas as embalagens deverão ser
colocadas em uma borda vertical no esterilizador em uma posição de contato frouxa. Isto permite a
ou água e impede a condensação excessiva. Uma segunda camada, ou camada superior, pode ser
colocada transversalmente sobre a primeira camada, ou camada inferior. Todas as jarras, tubos,
frascos e outros objetos não porosos deverão ser arranjados em ambos os lados com suas tampas ou
tampos removidos para proporcionar um trajeto horizontal para o escape do ar e o fluxo livre do
vapor e calor. Para proteger contra o superaquecimento, as embalagens cirúrgicas e suprimentos não
esterilização.
esterilizador. Estes recipientes não deverão ser empilhados durante a esterilização a menos que o
fabricante recomende, especificamente, esta prática. Os recipientes somente deverão ser empilhados
da maneira recomendada pelas instruções por escrito do fabricante. O empilhamento pode interferir
com a remoção do ar e penetração do vapor. Além disso, a condensação dos recipientes superiores
Esterilização. Quando o vapor entra no autoclave, ele está na mesma pressão que a atmosfera.
Quando as válvulas e as portas para o exterior se fecham, a pressão de vapor aumenta dentro do
inadequada, a mistura do ar com o vapor atua como uma barreira para a penetração do vapor e
Os três fatores necessários para se obter a esterilização a vapor são: tempo, temperatura e umidade. O
Para proporcionar uma margem de segurança, a exposição mínima estimada é estendida para
carga. A duração da exposição varia com o tipo de esterilizador, formato do ciclo, altitude, carga
biológica, embalagem, tamanho e composição dos artigos a serem esterilizados. As instruções por
escrito dos parâmetros de esterilização deverão ser obtidas com o fabricante do esterilizador. Quando
um sistema de recipiente fechado é usado como embalagem para os artigos a serem esterilizados, as
instruções por escrito do fabricante do recipiente quanto aos tempos de exposição deverão ser
6
consultadas e conciliadas com as do fabricante do esterilizador.
aparelho deve ser capaz de especificar os parâmetros necessários para alcançar a esterilização a vapor.
Os parâmetros mais comuns de tempo e temperatura são fornecidos na Tabela 3.2. No entanto,
exaustão.
compartimento é imediatamente removido, fazendo com que ele não se condense e produza
embalagens molhadas. Para ajudar no processo de secagem, a pressão da jaqueta deverá ser
sustentada para manter quentes as paredes do compartimento à medida que é exaurido o vapor do
compartimento. Quando a pressão do compartimento terminar, a porta poderá ser um pouco aberta
para permitir que o vapor saia. Outro método consiste em introduzir ar filtrado e limpo por meio de
sem serem tocadas no carrinho de carga até que tenham se resfriado à temperatura ambiente. Em
recentemente esterilizadas são colocadas sobre superfícies frias, como tampos metálicos, o vapor
ainda no interior da embalagem essencialmente seca poderá condensar-se em água. Esta água pode
umedecer a embalagem de dentro para fora. Quando o exterior é molhado, as bactérias podem seguir
o trajeto úmido dentro do conteúdo da embalagem. Como as bactérias são capazes de atravessar as
camadas de material molhado, quaisquer embalagens que estiverem úmidas deverão ser consideradas
não estéreis.
Deverá ser mantido um registro por escrito das condições existentes durante cada ciclo de
esterilização. Ele deve incluir o número do esterilizador, o número do ciclo ou carga, o tempo e a
registros deverão ser arquivados durante o tempo designado pelo Estatuto de Guarda de Registro de
cada Estado.
As embalagens estéreis devem ser manuseadas com cuidado e apenas quando necessário. Elas
deverão ser guardadas em áreas limpas, secas e com acesso limitado, que sejam bem ventiladas e
abertas para a armazenagem estéril. Quando tiverem que ser usadas prateleiras abertas, a prateleira
mais baixa deverá estar a 20 a 25 cm do chão para evitar a contaminação do chão. A prateleira mais
alta deverá ficar a pelo menos 40 cm do teto para permitir a circulação ao redor dos itens
armazenados. Todas as prateleiras deverão ficar afastadas pelo menos 5 cm das paredes externas a fim
de facilitar a circulação do ar e evitar qualquer condensação que possa acumular-se nas paredes
durante os períodos de alteração intensa da temperatura. As prateleiras devem ser lisas e bem
espaçadas, sem nenhuma projeção ou canto pontiagudo que possa danificar os envoltórios. As
embalagens esterilizadas nunca devem ser empilhadas em contato próximo entre si. Sua disposição
forçar partículas através da rede ou matriz do material do envoltório, o que poderia contaminar o
conteúdo. Os artigos estéreis não deverão ser armazenados próximos ou sob pias ou em qualquer
área onde eles possam ficar molhados. O armazenamento em prateleiras não designadas, balcões,
TABELA 3-2
o
Carga C
132-135 10-25
fabricante
O tempo de validade do armazenamento refere-se ao intervalo de tempo em que uma embalagem pode
oposição ao relacionado com o tempo; isto é, o que acontece com a embalagem depois da
embalagem permanece na prateleira pronta para uso. As variáveis que devem ser consideradas na
determinação da validade do armazenamento são o tipo e o número de camadas de material de
revestimentos protetores impermeáveis conhecidos como cobertores de poeira podem estender o tempo
para proteger os artigos esterilizados, os revestimentos protetores deverão ser idealizados de modo a
evitar que eles sejam confundidos com uma embalagem estéril. Eles deverão ser aplicados apenas em
Os padrões de suprimento deverão ser planejados para manter o estoque adequado com a
tempo durante o qual um artigo fica armazenado, maiores serão as possibilidades de contaminação.
Para o rodízio adequado, as embalagens estéreis com datas mais recentes deverão ser colocadas atrás
verificação como registros de tempo, temperatura e pressão, impressos digitais e medidores. Todas as
partes mecânicas dos esterilizadores, incluindo medidores, linhas de vapor e drenos, deverão ser
esterilizadores deverá manter os relatórios destas inspeções. Temperatura, umidade e vácuo deverão
ser medidos com o equipamento de controle, independentemente dos medidores fixos. Existem
vários métodos para manter uma verificação constante sobre o funcionamento apropriado de um
vapor entre, monitoram o tempo do ciclo de esterilização, fazem a exaustão do vapor e iniciam a
secagem. Alguns travam a porta de modo que ela não possa ser aberta até que o ciclo se complete.
Nos antigos esterilizadores os termômetros de registro eram o controle mecânico que indicavam e
esterilizador. Hoje em dia, os esterilizadores fornecem uma leitura digital em oposição a uma
temperatura quando e se ela ocorre; isto pode advertir para a falha do esterilizador. A leitura digital
exposição. Pode-se determinar se ocorreu uma diminuição na temperatura, advertindo para a falha
do esterilizador. Estes registros são a prova de que o tempo de exposição das cargas foram corretos e
que foram mantidos os limites adequados da temperatura. O registro diário deverá mostrar o número
mecânica propiciam a avaliação em tempo real das condições de ciclo do esterilizador e os registros
6
permanentes por meio do registro no prontuário ou de impressos computadorizados. Esta evidência
pode ser utilizada para a detecção de mau funcionamento logo que possível, de modo que os
identificada, e que a ação corretiva seja empreendida. No entanto, os registros não podem detectar
bolsas de ar dentro da carga ou embalagem. O ar é um mau condutor de calor; é uma das causas mais
incluem dispositivos como tubos de vidro vedados contendo bolinhas; fitas indicadoras de
esterilizador; faixas ou cartões que mudam de cor, que podem fornecer ou não uma linha de
demarcação para indicar o uso ou não uso da carga do esterilizador; e indicadores contendo enzimas
que mudam de cor, que mimetizam ou fornecem uma representação da morte bacteriana. Alguns
indicadores enzimáticos contêm um componente biológico; outros não. Os indicadores químicos são
usados para detectar falhas na embalagem, carga ou função do esterilizador, como a presença de
bolsões de ar frio dentro da câmara do esterilizador. As faixas ou cartões indicadores químicos que
são impregnados com um material que muda de cor ou move um medidor para cima quando o vapor
começa uma reação química são colocados em bandejas de instrumentos ou outras embalagens.
8
Nenhum monitor químico verifica se um artigo está realmente estéril. Os integradores são assim
denominados por sua capacidade de integrar tempo, temperatura e a presença do vapor. Eles
reduzem o risco de usar uma embalagem não-estéril e podem ser usados com inúmeros tipos de
processos de esterilização. Como eles apresentam variações de cor para cada tipo de esterilizador ou
as palavras usadas no integrador para indicar que um conjunto de instrumentos ou outro artigo é
integradores.
não recomendam os aparelhos implantáveis de esterilização rápida. No caso de não existir outra
correr com o ciclo. A Association for the Advancement for Medical Instrumentation (AAMI)
recomenda que o implante esterilizado passe por uma quarentena até que sejam obtidos os resultados
dos exames biológicos. Em uma situação ou evento de emergência em que o paciente está na mesa de
cirurgia e sob anestesia, isto pode gerar uma questão de segurança para o paciente para aguardar os
resultados dos exames biológicos. Uma opção pode ser a de usar um indicador biológico com
capacidade de leitura imediata à base de enzimas que possam fornecer indicações iniciais da
de leitura rápida incorporam um sistema duplo: enzimas associadas ao esporo que indicam a eficácia
deverá continuar incubado por todo o tempo. O registro deverá refletir o acompanhamento do
paciente quando o teste biológico final indicar uma falha. O planejamento perioperatório apropriado,
serem esterilizadas, exceto aquelas que permitem a visualização direta dentro da embalagem, onde se
utiliza um indicador interno (p. ex., bolas de papel ou plástico). A finalidade primária do indicador
externo consiste em diferenciar entre as embalagens processadas e as não processadas. Este indicador
deverá ser verificado depois do processo de esterilização e antes que uma embalagem seja aberta para
Um integrador ou indicador químico interno (classe 3, 4 ou 5) deverá ser colocado dentro de cada
embalagem a ser esterilizada na área da embalagem que se acredita que seja a menos acessível à
penetração do vapor. O indicador ou integrador deverá ser localizado e interpretado pelo usuário no
6,18
momento que a embalagem for aberta e antes do uso do conteúdo.
desempenho mínimo da United States Pharmacopoeia) deverão ser armazenados e usados de acordo
produz toxinas e não é patogênico. Os indicadores de ação rápida estão comercialmente disponíveis
para determinados tipos de esterilizadores. Estes indicadores fornecem uma reação enzimática
preliminar que se correlaciona intensamente com a morte biológica. Os tempos de reação variam de
20 segundos a 3 horas. O intervalo de tempo necessário para uma leitura inicial depende do tipo de
6
indicador utilizado, do tipo de esterilizador e do ciclo utilizado. Para uma indicação verdadeira da
morte biológica, apenas os indicadores que possuem um componente biológico deverão ser
utilizados, sendo que o indicador deverá ser incubado depois da leitura inicial de acordo com as
Os exames biológicos deverão ser realizados depois da instalação inicial dos esterilizadores a
vapor, após qualquer reparação importante do esterilizador e com todas as cargas dos dispositivos
implantáveis. Sempre que possível, os dispositivos implantáveis deverão ficar de quarentena até que
Os testes biológicos para cargas do esterilizador a vapor deverão ser realizados pelo menos
semanalmente e, de preferência, diária na primeira carga do dia. O indicador biológico deverá ser
colocado em uma embalagem de teste que fique posicionada na frente, a parte mais baixa de um
esterilizador a vapor comumente carregado. Esta área do esterilizador gera muitos desafios para
quaisquer esporos dos indicadores na embalagem de teste) indicam que o esterilizador está
funcionando de maneira adequada. Os resultados destes testes deverão ser arquivados como um
registro permanente. Um relato positivo não indica a falha do esterilizador porque os resultados
falso-positivos, por vezes, acontecem. Contudo, o esterilizador deverá ser retestado de imediato e
retirado do serviço até que seja inspecionado do ponto de vista operacional, e que os resultados de
todos os artigos preparados na carga suspeita deverão ser considerados não estéreis. Quando
possível, eles deverão ser recuperados e lavados, reembalados e reesterilizados em outro esterilizador.
Todos os artigos, em qualquer carga processada desde o último resultado negativo, também deverão
ser considerados suspeitos e deverão ser, quando possível, recuperados de maneira similar.
adiante), deverá ser feito, diariamente, um teste destinado a detectar o ar residual no compartimento.
O teste, geralmente conhecido como teste de Bowie-Dick, é feito com um compartimento vazio,
fazendo com que o ar residual não seja forçado para dentro de outras embalagens ou materiais,
Tipos de Esterilizadores a Vapor. Para que ocorra a esterilização, o vapor deve entrar em contato
com todas as superfícies do artigo a ser esterilizado. Para fazer isto, o ar, na câmara do esterilizador,
deve ser evacuado. Os termos deslocamento por gravidade e remoção dinâmica do ar descrevem os métodos
técnicas de pré-condicionamento para remover o ar da câmara do esterilizador. Isto pode ocorrer por
pode ser usado para esterilizar os instrumentos e utensílios embrulhados ou não embrulhados, embalagens de roupas
de cama e soluções em frascos ventilados especialmente idealizados. Estas unidades são fabricadas em tamanhos
variados, desde a pequena unidade semelhante em tamanho à lavadora-esterilizadora, descrita na Figura 3.3, até
grandes unidades. Uma unidade de tamanho médio é mostrada aqui. Algumas unidades possuem sofisticados controles
de microprocessadores que permitem a flexibilidade máxima na seleção dos tempos de esterilização e secagem e
ajudam na solução de problemas quando este ocorre durante um ciclo. Mostradores digitais e impressos sensíveis ao
calor substituíram o disco e caneta encontrados nos modelos antigos. Estas alterações ajudaram o operador a
determinar com maior facilidade e registrar que foram satisfeitas as condições necessárias para a esterilização
adequada.
FIGURA 3-5 A, As bandejas ajustáveis são idealizadas para permitir a eficiência de carga máxima. B, As cestas ou
bandejas de instrumentos deverão possuir fundos de rede de arame ou um número suficiente de perfurações na lâmina
de metal para a remoção do ar e drenagem do condensado durante o ciclo de esterilização.
depois que a porta é fechada e trancada (Figs. 3.4 e 3.5). Um jato inicial de vapor penetra no
vapor, sendo que os dois não se misturam bem. Conforme mais vapor penetra no compartimento, o
ar que é mantido por gravidade no fundo do compartimento sai pelo dreno, que se localiza no fundo
74
do esterilizador — daí o nome esterilização por deslocamento por gravidade.
gravidade, o ar é ativamente removido do esterilizador (Fig. 3.6). Quando o ciclo é iniciado, o vapor
pressão aumenta e o vapor e o ar formam uma mistura turbulenta. Quando é alcançada uma pressão
ejetor de água ou uma bomba de vácuo. Esta saída súbita do gás do compartimento cria um vácuo
dentro deste. Isto constitui a base para o nome esterilizador pré-vácuo. O esterilizador repete este
processo de injeção e vácuo por quatro vezes, em um esforço para evacuar a totalidade do ar do
74
compartimento.
Neste ciclo existem dois pulsos, em lugar de quatro, do processo de injeção de vapor-vácuo. Este
ciclo pode ser usado apenas para instrumentos simples de metal ou vidro. Nenhum instrumento com
6,74
uma luz deverá ser esterilizado usando este ciclo.
Os esterilizadores a vapor com alta velocidade, comumente referidos como esterilizadores instantâneos,
o
podem ser ajustados para operar a 132 C e 27 psi de pressão para ciclos encurtados sem ciclo de
urgência, os instrumentos não embalados necessários. Este método de esterilização destina-se ao uso
especificamente, para o ciclo instantâneo. Os artigos esterilizados de forma instantânea devem ser
imediatamente utilizados depois da esterilização; eles podem não ser armazenados para uso futuro. A
esterilização instantânea somente deverá ser usada nas situações em que o tempo não permite o
7,18
processamento pela pré-esterilização embrulhada preferida. Os dispositivos implantáveis não
dispositivo implantável tiver que receber esterilização instantânea, um indicador biológico deverá ser
incluído na bandeja e o dispositivo deverá ficar de quarentena até, no mínimo, que esteja disponível
considerada um método rápido de esterilização para artigos desembrulhados, alguns ciclos de pulso-
gravidade e de pré-vácuo abreviado foram idealizados com um breve ciclo de secagem visando secar
o envoltório único, que pode ser usado para cobrir a bandeja que comporta os instrumentos a serem
esterilizados. Contudo, mesmo com um breve ciclo de secagem, a própria bandeja e seu conteúdo
ainda podem estar molhados. A bandeja deverá ser transportada até seu local de utilização apenas
por indivíduos usando luvas esterilizadas. A bandeja deverá ser colocada sobre um campo cirúrgico
impermeável esterilizado que não se funda com o calor da bandeja. O envoltório deverá ser removido
pelo indivíduo que manuseia a bandeja, de modo que a instrumentadora possa remover o conteúdo
74
da bandeja de maneira asséptica. Os parâmetros do ciclo rotineiro para a esterilização instantânea
7,74
são mostrados na Tabela 3.3.
ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA. Os materiais que não podem ser esterilizados por calor estão sendo
continuamente introduzidos para uso nos cuidados de saúde. Estes materiais requerem o uso de
outros métodos de esterilização. Os agentes químicos fornecem uma alternativa efetiva para a
esterilização por calor. A esterilização química é frequentemente referida como esterilização de baixa
o o
temperatura. Este termo refere-se à temperatura máxima de 54 C a 60 C da esterilização gasosa em
o o
comparação com as temperaturas de 121 C a 132 C para a esterilização a vapor.
FIGURA 3-6 Esterilizador com vapor pré-vácuo. Este tipo de esterilizador caracteriza-se pela remoção ativa e agressiva
do ar em lugar de se fundamentar na ação passiva da gravidade. Quando o ciclo é iniciado, o vapor é injetado com
força para dentro da câmara. Ao mesmo tempo, o dreno no fundo da câmara é automaticamente fechado. À medida
que mais vapor penetra na câmara, a pressão aumenta e o vapor e o ar formam uma mistura turbulenta. Quando uma
pressão específica é alcançada, o dreno se abre e o vapor e ar pressurizados fluem a partir da câmara, auxiliados por um
ejetor de ar ou bomba de vácuo. Esta saída súbita do gás da câmara cria um vácuo dentro desta. Este processo é
repetido várias vezes e aumenta o nível de vácuo deixado a cada pulso. O efeito deste ciclo de pulso é o de deslocar
qualquer ar na carga e aumentar rapidamente as temperaturas da câmara e da carga. Ao término desta fase de
condicionamento, o vapor flui para dentro da câmara e eleva a temperatura até os níveis de esterilização, comumente
o
132 C. A temperatura é mantida por um mínimo de 3 minutos para materiais não porosos desembrulhados e de 4
minutos para os artigos embrulhados ou porosos. O vapor é removido da câmara para gerar novamente um vácuo
parcial. O ar aquecido e filtrado é introduzido na câmara para secar a carga. Os tempos de secagem são selecionados e
estabelecidos pelo usuário, dependendo da natureza da carga. Algumas unidades possuem um ciclo especial destinado
à rápida esterilização de uma bandeja de instrumentos em uma única embalagem. Este ciclo expresso possui menos
pulsos de condicionamento, um tempo de exposição de 4 minutos e um tempo de secagem de 1 a 2 minutos, para um
tempo total de ciclo de aproximadamente 12 minutos. Embora a embalagem pareça quente e seca ao toque, o conteúdo
pode não estar totalmente seco. Esta embalagem deverá ser manuseada por indivíduos usando luvas e toalhas
esterilizadas para proteger-se de queimaduras. Os instrumentos esterilizados neste ciclo expresso devem ser usados
imediatamente. Como o conteúdo não está seco, a embalagem não é adequada para armazenamento.
A esterilização pode ser alcançada através de muitos agentes quando estão presentes apenas as
células vegetativas. No entanto, quando se desconhece a população microbiana, deve ser empregado
um agente esporicida para garantir a esterilização. Um agente antimiocrobiano deve exibir um amplo
Óxido de Etileno. A esterilização química gasosa teve considerável aplicação para artigos
elétricos — todos os quais são difíceis de passar pela esterilização à vapor sem deterioração e dano. O
óxido de etileno (OE) é um gás frequentemente empregado para esta finalidade. Ele é incolor nas
temperaturas comuns, possui um odor semelhante àquele do éter e exibe intoxicação por inalação
similar àquela gerada pelo gás amônia. O gás OE é um esterilizante efetivo, porém deve ser utilizado
com cautela por causa de sua toxicidade. Ele é facilmente armazenado como um líquido, que ferve a
o o
10,73 C e congela a –111,3 C. Ele é altamente explosivo e muito inflamável na presença do ar. Estes
riscos são muito reduzidos pela diluição do OE com gases inertes, como dióxido de carbono e
hidroclorofluorocarbonos (HCFCs). Nenhum destes dois gases inertes parece afetar a atividade
bactericida do OE, servindo apenas como diluentes inertes que reduzem o risco de inflamabilidade.
TABELA 3-3
Tempo do Temperatura
o
Esterilizador Configuração da Carga em C Tempo em Minutos
Deslocamento por Apenas objetos metálicos ou não porosos (sem 132-135 3 (seguir as instruções do fabricante
velocidade
conjunto
dinâmica do ar)
Objetos metálicos com luzes e objetos porosos, que 132-135 4 ou instruções do fabricante
temperatura
temperatura
Foram propostas diversas teorias sobre como o OE mata bactérias. Acredita-se, em geral, que a
taxa de mortalidade de bactérias esteja relacionada com a taxa de difusão do gás através de suas
paredes celulares bacterianas para reagir com o OE. A taxa de mortalidade também depende de a
por uma porção da molécula do OE (p. ex., um grupamento alquila). Este processo modifica a
célula microbiana são sujeitadas a este processo, a célula microbiana se torna incapaz de metabolizar
ou produzir a infecção.
Os artigos a ser esterilizados devem ser limpos por completo e secos com uma toalha ou ar, de
modo que não permaneçam gotículas visíveis. A secagem inibe a formação de etilenoglicol durante o
ciclo da esterilização. As luzes dos equipos, agulhas e semelhantes deverão ser secas e abertas em
ambas as extremidades. Protetores, tampões, válvulas e estiletes deverão ser removidos dos
instrumentos ou do equipamento para permitir que o gás circule pelos objetos. O material de
embalagem usado deverá possuir as características previamente descritas neste capítulo.
Os artigos a serem esterilizados deverão ser colocados em uma configuração frouxa dentro dos
limites das cestas de metal ou carrinhos do esterilizador. As embalagens não deverão tocar as paredes
dos compartimentos quando carregadas no esterilizador. Uma carga extremamente grande ou uma
carga que esteja firmemente acondicionada interfere na remoção adequada do ar, umidificação da
gás por toda a carga é essencial. A compressão das embalagens impede a penetração do gás. Se as
embalagens são enroladas em plástico, a compressão prejudica a evacuação do ar e faz com que as
O carregamento apropriado é essencial, fazendo com que os artigos esterilizados não caiam do
antes da aeração. Como as cestas metálicas ou carrinhos não absorvem o óxido de etileno, eles
podem ser manuseados antes da aeração. Um indicador químico sensível ao OE deverá ser utilizado
com cada embalagem para indicar se esta foi exposta ao gás. O indicador químico não indica a
5,85
obtenção da esterilidade.
Os fatores que afetam a esterilização com OE são o tempo de exposição, concentração do gás,
umidade, concentração do gás, facilidade de penetrar nos artigos a serem esterilizados e o tipo de
microrganismos a ser destruído. A concentração de gás é afetada pela temperatura e umidade dentro
destruição dos microrganismos. Elas são importantes na esterilização por gás com OE porque afetam
a penetração do gás através das paredes celulares bacterianas e ao enrolar e embalar o material. Os
esporos secos são os mais difíceis de matar, mas quando estes esporos estão umedecidos, sua
quase imunes à esterilização por OE, enquanto as gotículas de umidade podem inibir a ação do gás
A adequação de cada ciclo de OE deverá ser verificada através do uso de monitores biológicos que
deverão ser utilizados até que os resultados do teste sejam conhecidos. A AAMI definiu duas
6
embalagens de teste padrão para uso na monitoração do ciclo de esterilização com OE. Deverão ser
TABELA 3-4
o
Tempo em Minutos Temperatura em C Umidade em % Concentração do Gás em mg/L
Os artigos esterilizados com OE devem ser aerados para torná-los seguros ao manuseio por
esterilização e subsequente transferência dos artigos para o aerador devem ser seguidos com rigor. A
OE deverá ser evitada ou minimizada, sendo que o contato direto com artigos esterilizados pelo OE
deverão ser evitados durante a transferência para o aerador. Vários aspectos de segurança, como um
travamento e vedação automáticos da porta, são empregados nos esterilizadores por OE para proteger
esterilizador. Quando o conteúdo do esterilizador não é removido naquele momento, ele começa a
A aeração pode ser realizada em um aerador mecânico ou no ambiente. A duração da aeração para
cada artigo deverá basear-se nas instruções do fabricante. Os tempos de aeração típicos quando se
o o o
emprega um aerador mecânico são de 8 a 12 horas em 50 C a 55 C ou 12 a 16 horas em 38 C. A
aeração no ar ambiente deverá ocorrer por 7 dias. A aeração ambiente deve ser feita em uma sala bem
o o
ventilada e com acesso limitado, com uma temperatura controlada de 18 C a 22 C e ventilada para o
exterior. Ao se mover os objetos do esterilizador para o aerador, os artigos deverão ser minimamente
manuseados. Os profissionais não deverão respirar o ar que atravessa as cestas ou carrinhos contendo
artigos podem estar quentes ao toque no final do ciclo. Luvas de borracha são recomendadas para
18
proteger os profissionais contra o contato com o OE líquido e contra a lesão térmica.
Por causa da natureza altamente explosiva e inflamável do OE, o esterilizador e o aerador deverão
ser instalados em uma sala bem ventilada e deverão ter um tubo de ventilação para o ambiente
exterior, conforme recomendado pelo fabricante e pelas exigências do National Institute for
Occupational Safety and Health (NIOSH). O acesso é permitido somente a pessoas autorizadas e os
avisos de perigo deverão ser afixados. É essencial a adesão a outros controles administrativos para
OSHA elaborou padrões que regulam a exposição pessoal ao óxido de etileno. Estes padrões
estabelecem o nível de exposição permissível (PEL) (a quantidade de óxido de etileno no ar) em uma
parte por milhão (ppm) e o nível de ação (AL) (valor monitorado em que a ação corretiva deverá
acontecer) em 0,5 ppm. Estes são calculados como médias ponderadas para o tempo (TWA) durante
um período de 8 horas. A OSHA exige monitoração e vigilância para garantir que os níveis de
65
exposição não ultrapassem 1 ppm acima de um período de 8 horas. Além disso, o nível de
exposição ocupacional ao óxido de etileno não pode exceder a 15 ppm em qualquer período de 15
66
minutos. Isto é conhecido como o nível de excursão (EL). Estão disponíveis crachás de monitoração
para o óxido de etileno. A adesão a estas diretrizes ajuda a proteger pacientes e profissionais contra
Em geral, a esterilização com óxido de etileno deverá ser utilizada apenas quando materiais são
termossensíveis e incapazes de suportar a esterilização a vapor saturado sob pressão. Qualquer artigo
que possa ser esterilizado com vapor nunca deverá ser esterilizado com gás. As vantagens do OE são
que ele está facilmente disponível; é efetivo contra todos os tipos de microrganismos; penetra
facilmente através de massas de material seco; não requer temperaturas, umidade ou pressão
elevadas; e não é corrosivo e não danifica os objetos. A esterilização com OE também apresenta
O OE líquido pode produzir graves queimaduras na pele exposta quando não é removido de
imediato; os materiais aerados de forma insuficiente podem provocar irritação cutânea, queimaduras
de tecidos corporais e hemólise do sangue; sendo que os diluentes utilizados com o óxido de etileno
causam dano a alguns plásticos. O erro humano e a ruptura mecânica podem aumentar estas
desvantagens.
podem destruir a totalidade das formas de vida microbiana, inclusive esporos bacterianos e fúngicos,
mais antigos para destruir esporos, ele raramente é empregado porque ele leva de 8 a 24 horas para
ser efetivo, seu odor forte é questionável e pode causar reações alérgicas ou irritantes. O
porque apresenta efeitos deletérios mínimos sobre o cimento da lente e não é corrosivo. Sua tensão
Os instrumentos devem estar livres de carga biológica e são totalmente imersos em solução de
glutaraldeído aquoso ativado por 10 horas para alcançar a esterilização. Qualquer período de imersão
menor que 10 horas não mata os esporos que podem estar presentes e deve ser considerado apenas
devem ser enxaguados por completo com água destilada estéril antes de serem utilizados.
Ácido Peracético. O ácido peroxiacético (peracético) líquido é um oxidante biocida que mantém
sua eficácia na presença de altos níveis de resíduos orgânicos. O mecanismo de ação do ácido
peracético não é bem compreendido. Como o ácido peracético é altamente corrosivo para os
12,80
instrumentos, ele deve ser utilizado em combinação com aditivos anticorrosivos. Os sistemas de
esterilização comercialmente disponíveis que utilizam o ácido peracético lograram uso crescente nos
últimos anos por causa de seus ciclos relativamente curtos e subsequente capacidade de aprontar
rapidamente os objetos para uso. Estes sistemas deverão ser mantidos e usados de acordo com as
instruções do fabricante. Embora o ácido peracético não deixe resíduos tóxicos nos objetos que
foram adequadamente enxaguados, o agente pode provocar lesão grave quando não manuseados,
neutralizados e enxaguados da maneira correta. Os itens processados nos sistemas com ácido
peracético deverão ser usados de imediato depois do processamento, porque os recipientes dos
18
objetos são molhados e não são vedados em relação ao ambiente. Houve alguma controvérsia em
relação aos monitores internos do processo com os sistemas de esterilização com ácido peracético. Os
indicadores com B. atrophaeus deverão ser empregados na instalação de uma unidade de esterilização
Esterilização com Plasma Gasoso. O plasma é o quarto estado da matéria, com a sequência sendo
sólido, líquido, gás e plasma. Os plasmas gasosos são gases altamente ionizados compostos de íons,
elétrons e partículas neutras. Neste processo, a vida microbiana é rompida quando os radicais livres
criados a partir do plasma gasoso de peróxido de hidrogênio interagem com as membranas celulares,
18,50,51
enzimas ou ácidos nucleicos microbianos. Para criar o plasma gasoso para a esterilização, uma
esterilizador sob baixas condições de vácuo. Este precursor é injetado na câmara através de um
energia de radiofrequência é usada para criar um campo eletromagnético para estimular o precursor.
criado o plasma que remove os resíduos de peróxido de hidrogênio dos artigos esterilizados. Os
subprodutos deste processo são o oxigênio e água (na forma de umidade). As embalagens ficam secas
56,59,61
no final do ciclo.
A esterilização com plasma apresenta o potencial de substituir a esterilização com óxido de etileno
na maioria das aplicações, mas não em todas. Ela destina-se a proporcionar a esterilização atóxica,
seca e com baixa temperatura, em um intervalo mais curto que o do óxido de etileno. O processo de
nenhum resíduo tóxico permanece sobre os objetos esterilizados. Nenhuma aeração é necessária,
(Fig. 3.7). Os produtos à base de celulose, como papel e tecidos, não são recomendados para uso
com sistemas de plasma porque eles tendem a absorver o vapor e provocar o aborto do ciclo de
50,51,56
esterilização. Sempre deverão ser seguida as instruções de uso do fabricante por escrito.
FIGURA 3-7 A, Esterilizador por plasma gasoso. B, Suprimentos para uso em sistemas de esterilização por plasma
maneira que os indicadores para os procedimentos de esterilização a vapor e por óxido de etileno. Os
processos de esterilização por plasma deverão ser testados com indicadores biológicos em intervalos
similares aos intervalos empregados para a esterilização a vapor e óxido de etileno. Deverão ser
ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO. A esterilização por calor seco deverá ser usada apenas para
materiais que não podem ser esterilizados por outros métodos, quando a umidade de outros
53
processos danificaria os materiais ou os materiais seriam impermeáveis ao processo. Estes materiais
incluem graxa, óleos anidros, pós e alguns objetos de vidro. O calor seco não é um método de
esterilização adequado para artigos de tecido e borracha porque as altas temperaturas necessárias
para a esterilização provocam a deterioração destes materiais. Existem dois tipos de esterilizadores
por calor seco (também conhecido como ar quente) — o tipo de convecção por gravidade e o tipo de
convecção mecânica. Ambos aquecem por eletricidade para alcançar o controle de temperatura exato
e seguro.
o ar dentro da câmara. O ar aquecido sobe, fazendo contato com os artigos a serem esterilizados no
compartimento. No contato, o calor é transferido do ar para os objetos. Com esta perda de calor o ar
resfriado desce no sentido do fundo do compartimento, onde é novamente aquecido pelas molas de
aquecimento (resistências).
separado desta através de uma parede de difusão colocada diante de um turbocompressor movido
câmara de maneira uniforme sobre o plano vertical do compartimento. Este sistema propicia a
10,69
liberação aquecida do ar aquecido e transferência igual de calor para todas as regiões da câmara.
Este sistema oferece o máximo em eficiência funcional a um custo mínimo e é o sistema mais
Decorrente da variação nos artigos a serem esterilizados e nos métodos e materiais de embalagem,
os parâmetros para a esterilização por calor seco variam. Os parâmetros de temperatura referem-se à
Os testes de esporos podem ser utilizados com a esterilização por calor seco. O B. atrophaeus é o
materiais hospitalares semicríticos. Eles devem ser práticos, rápidos, seguros e de fácil utilização. A
limpeza, desinfecção e esterilização adequadas dos aparelhos reutilizáveis são cruciais para garantir
desinfecção pode destruir o bacilo da tuberculose e inativar os vírus de hepatites e enterovírus, mas,
em geral, não mata os esporos bacterianos resistentes. O termo desinfecção também pode se referir ao
tratamento das superfícies corporais que foram contaminadas com material infeccioso. As
substâncias químicas empregadas para desinfetar objetos inanimados são referidas como desinfetantes.
As substâncias químicas empregadas para as superfícies corporais são conhecidas como antissépticas.
O termo germicida refere-se a qualquer solução que destrói microrganismos. Alguns germicidas são
desinfetantes e antissépticos.
TABELA 3-5
o
Temperatura em C Tempo
180 30 minutos
170 1 hora
160 2 horas
Os desinfetantes são categorizados como de alto nível, de nível intermediário ou de baixo nível,
73
dependendo de sua capacidade de desinfecção. Os desinfetantes de alto nível matam todos os
intermediário podem matar o bacilo da tuberculose, bactérias vegetativas e a maioria dos vírus e
fungos, mas não os esporos bacterianos. Os desinfetantes de baixo nível matam a maioria das
Da mesma forma que com a esterilização, um artigo deve ser limpo em primeiro lugar, antes que
possa ser desinfetado. A limpeza adequada remove todas as substâncias estranhas, como a sujeira ou
material orgânico, presentes no objeto. Geralmente isto é feito através do uso de água e sabão ou de
não críticos, com base no risco de infecção para o paciente. Este sistema de classificação, conhecido
73,77
como sistema de classificação de Spaulding e denominado por seu idealizador, Earle Spaulding,
superou o tempo e continua a ser empregado em nossos dias para determinar o método de
processamento correto para preparar os instrumentos e outros artigos para uso pelo paciente. De
acordo com o sistema de Spaulding, o nível de desinfecção necessário baseia-se na natureza do objeto
Os artigos críticos são objetos que entram em contato com o tecido estéril ou com o sistema
vascular. Estes objetos deverão ser submetidos a um processo de esterilização e estar estéreis no
momento da utilização. Muitos materiais críticos são comprados do fabricante como estéreis. Os
artigos críticos não estéreis deverão ser autoclavados com vapor quando eles são termoestáveis e
estáveis com a umidade. Quando os objetos não podem suportar o calor ou umidade, eles podem ser
esterilizados por um dos outros métodos discutidos anteriormente. Os exemplos dos artigos críticos
Os artigos semicríticos são objetos que entram em contato com a pele e mucosas não íntegras, mas
comumente não penetram na barreira sanguínea. Os exemplos dos objetos semicríticos incluem os
semicríticos requerem a desinfecção de alto nível; isto é, estes objetos devem estar livre de
Os objetos não críticos são objetos que entram em contato apenas com a pele íntegra. Como a pele é
uma barreira efetiva para a maioria dos microrganismos, muitos objetos não críticos reutilizáveis
podem ser limpos no momento do uso. Os desinfetantes de nível intermediário ou de baixo nível
podem ser empregados para processar os objetos não críticos. Os exemplos dos artigos não críticos
assoalhos. Embora seja improvável que a infecção venha a ser transmitida para os pacientes com pele
íntegra por meio de objetos não críticos, os artigos não críticos podem contaminar as mãos dos
profissionais de saúde ou o equipamento médico que irão ser empregados em outros pacientes que
podem estar em maior risco para a infecção. Os exemplos de desinfetantes de baixo nível incluem
TIPOS DE DESINFETANTES
Álcoois. Para a desinfecção em ambiente de cuidados de saúde, o termo álcool refere-se ao álcool
isopropílico a 70% ou 90%. Estes dois compostos são hidrossolúveis e possuem um alto grau de
atividade antimicrobiana. Eles são bactericidas em oposição aos bacteriostáticos contra as formas
isopropílico (isopropanol) e álcool etílico (etanol) são efetivos contra o HBV e o HIV. Os álcoois não
Os álcoois são inflamáveis e devem ser armazenados em uma área bem ventilada. Como eles
evaporam rapidamente, a extensão do tempo de contato é difícil de se prever, a menos que os objetos
estejam imersos. Os álcoois carecem de efeito residual e são facilmente inativados por material
proteico. Os álcoois tendem a danificar o revestimento dos instrumentos com lente e podem
frequência eles são utilizados para desinfetar termômetros e tampas de borracha em frascos de
desinfecção de alto nível e de um enxágue com água corrente, o álcool é efetivo na inativação dos
contaminantes da água. Sua velocidade de evaporação também ajuda na secagem rápida dos canais
13,71,75
do endoscópio. Deverão ser seguidas as diretrizes da Association of Practitioners in Infection
Control (APIC).
Compostos da Clorina. Nas instituições de saúde, os hipocloritos são, dos compostos da clorina,
os mais amplamente utilizados. Os hipocloritos estão disponíveis em uma forma líquida (hipoclorito
hipocloritos possuem uma atividade antimicrobiana de amplo espectro. Eles são baratos e de ação
prolongada. As baixas concentrações de clorina livre (50 ppm) são efetivas contra as bactérias
vegetativas e M. tuberculosis. A clorina livre a 50 ppm inativa o HIV, enquanto uma concentração de
500 ppm é necessária para inativar o HBV. As concentrações de 1.000 ppm são recomendadas para a
inativação de esporos bacterianos. O alvejante domiciliar contém hipoclorito de sódio a 5,25%. Uma
diluição e 1:1.000 propicia 50 ppm da clorina disponível. Uma diluição de 1:50 fornece 1.000 ppm
da clorina disponível, o que é considerado adequado para alcançar a desinfecção de alto nível. O
CDC recomenda uma solução de 1:10, o que propicia 5.000 ppm da clorina disponível. As soluções
de hipoclorito ficam estáveis por 30 dias em frascos opacos. Depois deste intervalo de tempo, deverá
ser preparada uma nova solução. Os hipocloritos são inativados na presença de matéria orgânica.
Todo material orgânico deverá ser removido antes da aplicação da solução desinfetante. Os
hipocloritos são usados com cautela em instrumentos por causa da ação corrosiva do composto. Os
hipocloritos são mais frequentemente empregados para bancadas, assoalhos e outras superfícies a
serem desinfetadas. Os outros compostos de clorina que podem ser empregados incluem o dióxido
desinfetante efetivo global para a desinfecção de alto nível. As soluções aquosas de glutaraldeído são
ácidas e, como tal, não são esporicidas. Diz-se que a solução está “ativada” quando os agentes
alcalinizantes são acrescentados para tornar a solução alcalina. O glutaraldeído possui um espectro
antimicrobiano largo, sendo efetivo contra as bactérias vegetativas, M. tuberculosis, fungos e vírus.
Embora o glutaraldeído seja efetivo contra a maioria das bactérias em 10 minutos, algumas espécies
de micobactérias requerem um tempo de exposição mais longo. Para alcançar a desinfecção de alto
nível, recomenda-se um tempo de exposição mínimo de 20 a 45 minutos, com base nas instruções do
75
fabricante por escrito. O glutaraldeído não é corrosivo para o equipamento endoscópico,
glutaraldeído com ortofenilfenol e paramilfenol terciário, proporciona uma ampla gama de atividade
ambiente. Como qualquer desinfetante de alto nível, o PPE deverá ser empregado quando se utiliza o
ortoftalaldeído. Este pode ser usado para muitas aplicações para as quais o glutaraldeído é usado e
possui ampla compatibilidade de materiais. As instruções por escrito do fabricante deverão ser lidas
13
antes do uso. O composto é inodoro e minimiza as qualidades irritantes do glutaraldeído.
<3%) podem ser usadas como desinfetantes de baixo nível para a limpeza e desinfecção das
hidrogênio a 6% estabilizado é esporicida e pode ser empregado como um esterilizante líquido com
tempo de exposição suficiente. Contudo, a solução é corrosiva para o cobre, zinco e bronze. Ele
também pode danificar a borracha e o plástico. O peróxido de hidrogênio não é amplamente usado
transportador solubilizante que permite uma liberação lenta, porém contínua, do iodo livre com o
iodóforos geralmente não mancham e são efetivos contra bactérias vegetativas, M. tuberculosis e a
maioria dos fungos e vírus. Os iodóforos não são considerados adequados para a desinfecção de alto
71,75
nível porque eles não têm capacidade esporicida.
Fenólicos. O fenol (ácido carbólico) foi primeiramente usado por Lister na metade dos anos 1800.
Desde aquele tempo, muitos derivados do fenol (fenólicos) foram desenvolvidos. Os fenólicos são
assimilados por materiais porosos, dificultando sua remoção. O desinfetante residual pode provocar
fenólicos. Os fenólicos não são esporicidas, sendo que eles não são considerados efetivos como
desinfetantes de alto nível. Eles são usados, principalmente, como desinfetantes de nível
intermediário e de baixo nível para a desinfecção ambiental. No entanto, eles são conhecidos por
terem efeitos tóxicos e seu uso foi associado à despigmentação e hiperbilirrubinemia nos neonatos.
Por causa disso, os fenólicos não são recomendados para a limpeza de incubadoras ou de berços de
lactentes.
utilizados há muitos anos em consequência de sua reputação como microbicida, pela boa ação
detergente e baixo nível de toxicidade. Nos últimos tempos notou-se que os fatores ambientais, como
a água muito concentrada, resíduos de sabão e resíduos de proteína, reduzem ou anulam a eficácia
vírus lipofílicos. Eles não são esporicidas. Os compostos de amônia quaternária não são
recomendados para a desinfecção de alto nível, de nível intermediário ou de baixo nível. Eles são
bons agentes de limpeza e são empregados com maior frequência para superfícies não críticas, como
71,75
assoalhos, paredes e mobília.
diariamente. A atual tecnologia permite não somente a visualização direta dos sítios internos, mas
também permite que as biópsias diagnósticas e os procedimentos terapêuticos sejam efetuados com
dor reduzida e tempo de recuperação mais curto para os pacientes. Juntamente com os avanços
perfuração tecidual, ficam imediatamente evidentes. As complicações infecciosas podem ser mais
difíceis de identificar.
abscesso cerebral e empiema subdural. As infecções também podem ser causadas por organismos
Como o HAV, HBV, HCV e HIV são inativados pelos germicidas químicos comumente utilizados, é
incomum o registro de transmissão endoscópica destes vírus. Foi relatada a transmissão do HBV por
60
endoscópio, assim como ocorreu com a transmissão da tuberculose por broncoscópio
1
contaminado.
Para que um endoscópio seja totalmente desinfetado, o agente desinfetante deve fazer contato
com todas as superfícies internas e externas do endoscópio durante o intervalo de tempo prescrito.
embebidos e impedem a penetração do agente desinfetante. Alguns desinfetantes são inativados pelo
material orgânico. A limpeza mecânica rigorosa é essencial para remover a sujeira e os resíduos do
23,73
lado de fora do aparelho de escopia e das luzes de todos os canais acessíveis.
Os endoscópios e seus acessórios deverão ser limpos de imediato após o uso, de modo a evitar a
secagem das secreções ou de outros resíduos orgânicos. Eles deverão ser limpos com um detergente
13,73
enzimático não-abrasivo conforme recomendado pelo fabricante do endoscópio. Quando é
empregado um detergente em pó, todos os grânulos devem ser totalmente dissolvidos antes que
comece a lavagem. Os grânulos não dissolvidos podem bloquear os canais internos do instrumento.
Para amolecer, umedecer e diluir os resíduos orgânicos, os canais do endoscópio deverão ser lavados
com quantidades copiosas de água e detergente. As superfícies externas do endoscópio deverão ser
lavadas com uma solução detergente e enxaguadas. Os canais internos deverão ser escovados para
amolecer e remover a matéria orgânica. A solução detergente deverá ser aspirada ou bombeada de
todos os canais para remover os resíduos amolecidos. Deve ser dada especial atenção para as áreas
endoscópio deverá ser limpa ou escovada com delicadeza para remover qualquer resíduo ou tecido
que possa estar alojado ao redor das saídas de ar e água. As escovas empregadas para a limpeza
do endoscópio, como capelas e válvulas de sucção, deverão ser removidas e embebidas em uma
solução detergente. Elas deverão ser totalmente limpas com um detergente, usando uma escova para
13,60,73
remover qualquer material orgânico.
Antes da imersão em qualquer líquido, os endoscópios deverão ser testados com pressão (teste de
cabeça do aparelho de escopia. Quando o dano é detectado, o aparelho não deve ser imerso ou
reutilizado. O endoscópio deverá ser retirado do uso e devolvido ao fabricante para reparo. Um
endoscópio enviado para conserto é considerado um artigo contaminado e deve ser rotulado para
despacho.
para a retirada dos resíduos e do agente de limpeza. Depois de um enxágue com água corrente, os
endoscópios deverão ser enxaguados com álcool a 70% ou 90% e secos com ar comprimido. O álcool
inativa os organismos normalmente encontrados na água corrente e ajuda a secar os canais internos
do aparelho. Depois de limpos, os endoscópios e acessórios deverão ser esterilizados ou passar por
desinfecção de alto nível antes de serem armazenados. Deve-se ter o cuidado de secar os canais
internos dos aparelhos de escopia depois de serem processados e antes de serem armazenados. Os
endoscópios deverão ser armazenados em uma posição vertical em uma área em que seja improvável
incluindo a primeira utilização do dia, para impedir a possibilidade de que o aparelho possa ter sido
esterilizados ou passar por desinfecção de alto nível, dependendo do uso pretendido (veja discussão
durante muitos anos o método de esterilização de escolha para endoscópios foi o OE. Mais
recentemente, o ácido peracético líquido com os tampões anticorrosivos também foi empregado para
disponíveis.
O glutaraldeído ativado foi considerado há muito o agente de escolha para a desinfecção de alto
processo de desinfecção. As instruções por escrito do fabricante sempre deverão ser seguidas quando
60,73
usar a solução.
A instituição deverá manter um registro diário de cada procedimento com o nome do paciente,
número do prontuário médico (quando disponível), tipo de procedimento a ser realizado, nome do
relacionado com a temperatura. Para a destruição microbiana equivalente, são necessários tempos de
exposição mais longos quando a temperatura está diminuída. Existe controvérsia sobre a
para desinfecção de alto nível requer a destruição de toda vida microbiana, exceto para grandes
populações de esporos bacterianos. Como a pasteurização, por definição, não mata os esporos
bacterianos, alguns consideram que o processo resulta em desinfecção apenas de nível intermediário.
Alguns objetos semicríticos, como aparelhos para a terapia respiratória e anestesia, estão prontos
para uso no paciente depois da limpeza e pasteurização. Os altos números de esporos bacterianos não
são frequentemente encontrados nestes dispositivos depois da sua aplicação. A limpeza antes da
pasteurização reduz a carga biológica, sendo que o baixo número de esporos que poderia estar
presente em um dispositivo deste tipo adequadamente pasteurizado não representaria uma dose
pasteurização incluem a falta de atividade esporicida e o potencial para queimaduras por respingo
8,75
para os profissionais envolvidos no processo.
cuidados de saúde refletem as pressões do mercado relativas ao custo e demandas feitos pelos
e reutilização de artigos de uso único é controversa. Cada instituição deve decidir se reprocessa e em
qual extensão a prática deverá ser instituída. Os dogmas básicos devem fundamentar qualquer
11
programa de reprocessamento/reutilização, da seguinte maneira:
Quando um dispositivo não pode ser limpo, ele não pode ser reprocessado e reutilizado.
Embora alguma economia possa ser feita ao se reutilizar certos dispositivos de uso único,
manutenção de registro; e o custo da falha do dispositivo. Os resultados desta análise de custos são
DESTAQUE DE PESQUISA
mais de 25 anos. Autores favoráveis à prática citam economia substancial dos custos e ausência
deste tratamento ultrassônico, as luzes foram lavadas novamente com uma seringa, sendo que
o o
as superfícies externas foram limpas sob água corrente a 30 C a 35 C por 3 minutos. As luzes
foram secas por jatos de ar com uma seringa, bem como as superfícies externas dos
medidos com o emprego de uma câmera gama para determinar a distribuição e a intensidade
Para avaliar a desinfecção dos aparelhos, os canais foram enchidos com solução de
glutaraldeído a 2%, sendo que os aparelhos foram submersos na solução de glutaraldeído por
o o
20 minutos em uma temperatura de 20 C a 25 C. Depois deste tratamento, as luzes foram
lavadas usando uma seringa com água potável; o exterior foi limpo sob água potável corrente.
A água foi expulsa das luzes com jatos de ar com uma seringa seca, sendo que a superfície
externa dos aparelhos foi seca. A desinfecção foi medida em relação aos fatores de redução de
logaritmo calculados com base na diferença de unidades formadoras de colônias antes e depois
foram examinados para o crescimento ou não. Por fim, a microscopia eletrônica por varredura e
depois de serem limpos, embora o nível de contaminação diferisse de acordo com o tipo de
os aparelhos de uso único não o eram. A esterilização reduziu o número de esporos nos
dispositivos, mas os esporos não puderam ser totalmente eliminados. Por fim, os aparelhos de
Os autores deste estudo concluíram que, quando se empregam os padrões descritos para a
limpeza, desinfecção e esterilização, nenhum dos dispositivos de uso único reprocessados neste
dispositivos descartáveis não poderiam ser realizadas até os níveis exigidos, sendo que os
Modificado de Heeg P e outros: Decontaminated single-use devices: an oxymoron that may be placing patients
at risk for cross-contamination, Infection Control and Hospital Epidemiology 22:539-542, 2001.
Correções e remoções
Rótulo do dispositivo
Cada exigência foi associada às necessidades de recursos. Uma discussão aprofundada destas
exigências está além do espectro deste livro. Os detalhes dos requisitos do FDA para reprocessadores
Quando uma instituição opta por contratar um reprocessador separado, em oposição a realizar o
nos termos do contrato com o reprocessador separado. A instituição usuária deve rever os processos
A assepsia foi definida como a ausência de organismos infecciosos. As práticas assépticas cirúrgicas
baseiam-se na premissa de que muitas infecções são causadas por organismos exógenos ao corpo do
paciente cirúrgico. Para evitar a infecção, os procedimentos cirúrgicos devem ser efetuados de
maneira que minimize ou elimine a exposição do paciente aos organismos exógenos. Abrir os
suprimentos estéreis o mais próximo possível do momento de sua utilização, usar campos cirúrgicos
esterilizados para criar um campo estéril ao redor do sítio de incisão, usar instrumentos esterilizados
para o procedimento cirúrgico e vestir roupas esterilizadas na equipe cirúrgica depois que suas mãos
A técnica asséptica advém dos princípios de assepsia derivados, com o passar do tempo, de
práticas e técnicas assépticas atuais se tornaram bastante ritualistas ou carecem de suporte científico
para sustentar seu emprego, as atuais estatísticas de controle de infecção sustentam a aplicação de
princípios assépticos para a prática de enfermagem perioperatória segura. Até que a pesquisa
empírica mostre que uma técnica é desnecessária ou ineficaz, deverão ser seguidos os princípios
1. Apenas objetos estéreis são usados dentro do campo estéril. Os profissionais que fornecem os
objetos estéreis para o campo esterilizado devem olhar o indicador de esterilização na embalagem
(ou marcação apropriada para o tempo de armazenamento relacionada com o evento) antes de
2. Os objetos com esterilidade duvidosa devem ser considerados não estéreis. Os exemplos incluem
permeáveis que caíram. Quando uma embalagem embrulhada em um material impermeável caiu
e a área de contato está seca, a embalagem pode ser aberta e o conteúdo pode ser utilizado. A
embalagem não deverá ser devolvida para o armazenamento estéril para uso futuro.
3. Sempre que uma barreira estéril é permeada, ela deve ser considerada contaminada. Este
evidente ocorre a partir do contato direto entre objetos estéreis e não estéreis. Outras
pelo ar através dos materiais, passagem de líquidos através dos materiais e perfurações não-
detectadas nos materiais. A umidade que embebe um campo cirúrgico, avental ou embalagem é
4. Os aventais esterilizados são considerados estéreis na frente, desde o ombro até o nível do campo
esterilizado, e nas mangas a partir de 5 cm acima do cotovelo, até o elástico do punho. O punho
deverá ser considerado não estéril porque tende a coletar a umidade e não constitui uma barreira
bacteriana efetiva. Os punhos da manga sempre deverão ser cobertos por luvas esterilizadas. As
outras áreas do avental que devem ser consideradas não estéreis são a linha da cintura, ombros,
áreas sob os braços e nas costas. Estas áreas podem ficar contaminadas com a sudorese ou por
atrito das superfícies da gola e ombro entre si durante os movimentos da cabeça e pescoço. Os
roupões que cobrem o corpo envolvendo por completo as costas podem ser estéreis quando
vestidos pela primeira vez. Contudo, a parte de trás do roupão não deve ser considerada estéril,
porque ela não pode ser observada pela instrumentadora e protegida contra a contaminação. A
área estéril da frente do roupão estende-se até o nível do campo estéril porque a maior parte dos
instrumentadores trabalha adjacente a uma mesa estéril. Por este motivo, os profissionais
diretamente ligados ao campo estéril deverão evitar mudar os níveis, como ocorreria enquanto se
envolvidas no campo cirúrgico não deverão permitir que suas mãos ou qualquer artigo
esterilizado caia abaixo do nível do campo estéril. Os profissionais com roupas esterilizadas não
deverão se inclinar sobre superfícies não estéreis porque é grande a ameaça de contaminação. O
podem sentar é quando todo o procedimento cirúrgico é realizado naquele nível. O ato de vestir o
roupão e as luvas deverá ser feito sozinho, a partir de uma superfície estéril separada do campo
cirúrgico. Este método elimina o movimento de esticar por sobre o campo estéril para pegar a
compressa esterilizada e, em seguida, o roupão estéril. Ele também elimina o potencial de gotejar
água sobre objetos esterilizados ou sobre qualquer parte do campo esterilizado, evitando a
contaminação inadvertida. Quando preparadas, as mãos dos profissionais deverão ser mantidas
no campo de visão ou acima do nível da cintura. Os cotovelos deverão ser mantidos próximos ao
corpo e as mãos devem ficar longe da face. As mãos não devem ficar cruzadas sob os braços
5. As mesas são estéreis apenas no nível do tampo. Os campos cirúrgicos são empregados para criar
um campo esterilizado. Apenas a superfície do tampo de uma mesa coberta com campos
esterilizados é considerada estéril. Embora os campos estendam-se sobre os lados de uma mesa,
os lados não são considerados estéreis. Qualquer parte do campo que caia abaixo da borda do
tampo da mesa não pode ser trazida de volta para cima do nível da mesa. Quando aplicado, um
campo não deverá ser deslocado ou movido. Os objetos devem ser colocados em um campo
estéril através de métodos que preservem a esterilidade dos objetos e a integridade do campo
estéril. Deve-se utilizar do bom senso quando se fornecem objetos ao apresentá-los para a
instrumentadora ou ao colocá-los com segurança sobre o campo estéril. Um campo estéril deverá
ser criado o mais próximo possível do momento do uso. Quando um campo estéril deve ser
coberto por causa de um retardo casual inevitável, a cobertura deverá ser aplicada de tal maneira
que ela possa ser removida sem contaminação. Usar uma bainha ampla sobre a cobertura e cobrir
apenas o ápice da mesa permitem a remoção asséptica da cobertura. Em alguns casos, duas
coberturas podem ser necessárias para cobrir todos os objetos estéreis sobre o tampo da mesa. As
coberturas estéreis também são empregadas para criar um campo estéril quando colocadas sobre
o paciente e a mesa operatória. Qualquer item que se estenda além dos limites estéreis é
considerado contaminado e não pode ser trazido de volta para o campo estéril. Um objeto
contaminado deve ser nitidamente levantado do campo operatório sem fazer contato com a
superfície esterilizada e deve ser transferido com manuseio mínimo para um membro da equipe
interpretação das áreas estéreis versus as áreas não estéreis em um paciente coberto com campos
6. As bordas de um embrulho estéril são consideradas não estéreis. Os objetos deverão ser
estéril. Depois que um recipiente ou embalagem estéril é aberto, as bordas são consideradas não
estéreis. Com frequência os limites estéril e não estéril são intangíveis. Uma margem de segurança
limite estéril em um envoltório usado para cobrir uma mesa fica na borda da mesa. Quando se
abre uma embalagem estéril, a aba superior é primeiramente aberta à distância, do operador. As
abas laterais vêm a seguir. A aba interna ou proximal é aberta por último. Todas as abas são
seguras na mão pelo operador, de modo a não se misturar e contaminar outros objetos. Quando
remove os objetos de uma embalagem estéril, a pessoa com roupas esterilizadas deve levantá-los
para cima da embalagem. Nos sacos selados, a borda interna da vedação por calor é a linha de
demarcação. As bordas da vedação deverão ser puxadas para trás em vez de serem rasgadas. O
conteúdo da embalagem deverá ser deslizado pela pessoa não esterilizada ou despejado
diretamente acima pela pessoa esterilizada. Não se de ve permitir que seu conteúdo deslize sobre
o lado da embalagem. Interpretar os limites estéreis requer o bom julgamento com base em uma
7. Os indivíduos estéreis tocam apenas áreas ou objetos estéreis; os indivíduos não estéreis tocam
apenas objetos ou áreas não estéreis. Todos os membros da equipe cirúrgica devem compreender
quais áreas são consideradas estéreis e quais são consideradas não estéreis. Todos devem manter
uma consciência contínua destas áreas. Os indivíduos com roupas esterilizadas devem proteger o
campo cirúrgico para evitar que qualquer objeto não estéril contamine o campo ou os próprios
indivíduos. Os indivíduos não estéreis não devem tocar ou se esticar sobre um campo estéril ou
permitir que qualquer objeto não estéril contamine o campo. Quando uma enfermeira circulante
abre uma embalagem, os movimentos da mão e do braço sempre são dos objetos não estéreis para
os estéreis. A enfermeira circulante evita o contato com a área estéril ao colocar as mãos sob as
abas para proporcionar uma ampla proteção da margem de segurança entre o interior do
embrulho (estéril) e as mãos (não-estéril) (Fig. 3.8). Quando a enfermeira circulante não estéril
abre um artigo estéril que é enrolado sequencialmente em dois envoltórios com os cantos
dobrados no sentido do centro do artigo, o canto mais distante do corpo é o primeiro a ser aberto
e o canto mais próximo ao corpo é aberto por último. Quando uma pessoa com roupas
esterilizadas abre um envoltório estéril, o lado mais próximo ao corpo é aberto em primeiro lugar.
Esta porção do envoltório protege, então, o roupão e possibilita que o indivíduo se mova para
mais próximo à mesa para abrir o lado oposto (Fig. 3.9). Quando uma solução tiver que ser
derramada em um recipiente estéril sobre uma mesa estéril, a instrumentadora deverá segurar o
recipiente longe da mesa ou posicioná-lo próximo à borda de uma mesa coberta com campos a
prova d’água (Fig. 3.10). Este procedimento elimina a necessidade de que a enfermeira circulante
não estéril se estique sobre o campo estéril. Manter uma margem de segurança espacial pode
reduzir a contaminação acidental quando os objetos passam entre os campos estéril e não estéril.
Um instrumento pode ser utilizado como uma extensão das mãos dos membros da equipe para
garantir uma margem de segurança entre os campos. Contudo, é inaceitável o uso de pinças de
transferência. Manter a esterilidade destas pinças é questionável por causa de muitas variáveis,
preferido é para o uso único de uma pinça em anel estéril embalada, que é descartada em um
8. O movimento dentro ou ao redor de um campo estéril não deve contaminar o campo. O paciente
fica no centro do campo estéril durante um procedimento operatório; áreas estéreis adicionais são
movimento dentro ou ao redor deste agrupamento estéril devem ser estabelecidos e rigidamente
praticados. As pessoas com roupas esterilizadas permanecem próximas ao campo estéril. Quando
elas mudam de posição, ficam viradas frente a frente ou costas a costas com a outra pessoa,
enquanto mantêm uma distância segura entre elas e os outros objetos. A contaminação acidental
é uma ameaça para qualquer pessoa com roupa esterilizada que caminhe em um trajeto de tráfego
ou fora da área limpa da sala de cirurgia. As enfermeiras circulantes abordam as áreas estéreis
viradas de frente para elas e nunca caminham entre dois campos estéreis. Manter as áreas estéreis
no campo de visão durante o movimento ao redor da área e manter uma distância segura dos
das roupas constituem uma fonte de contaminação quando um indivíduo não estéril se inclina
sobre um campo estéril. Todos os profissionais perioperatórios devem manter a vigilância das
de uma área estéril deverá ser mantido em um mínimo para manter a contaminação do campo ou
para a cirurgia. A cobertura possui uma bainha para proporcionar a proteção do conteúdo estéril. A enfermeira
circulante evita o contato com a área estéril ao manter todos os dedos sob a bainha, à medida que a cobertura é puxada
para trás, sobre a mesa, para expor o conteúdo da embalagem.
FIGURA 3-9 A instrumentadora abre o lado próximo da embalagem em primeiro lugar, proporcionando proteção para
o roupão estéril. A instrumentadora protege as luvas com a bainha da embalagem, à medida que esta é aberta para
propiciar a cobertura da mesa estéril.
FIGURA 3-10 A, Quando derramar a solução em um recipiente segurado pela instrumentadora, a enfermeira
circulante manterá uma margem de segurança espacial para evitar a contaminação das superfícies esterilizadas. B, Deve
ser empregada cautela quando derramar uma solução em um recipiente sobre um campo estéril para evitar os
respingos dos líquidos sobre este campo. A colocação do recipiente próximo à borda da mesa permite que a enfermeira
circulante derrame a solução sem se esticar por qualquer parte do campo estéril.
A adesão rigorosa aos princípios da assepsia e a observação consistente dos limites estabelecidos
nos princípios propiciam a proteção à infecção. A aplicação dos princípios básicos da técnica
asséptica depende, principalmente, da compreensão e consciência do indivíduo. Todas as pessoas na
Controle de Tráfego
O centro cirúrgico deverá ser idealizado para minimizar a disseminação dos organismos infecciosos e
21
facilitar o movimento dos pacientes e profissionais no local. De maneira ideal, o centro é dividido
em três áreas, cada qual definida pelas atividades que acontecem dentro da área. A área irrestrita inclui
as áreas fora do centro cirúrgico e um ponto de controle para monitorar a entrada de pacientes,
profissionais e materiais. As roupas comuns são apropriadas para esta área e o tráfego não é limitado.
A área semirrestrita compreende as áreas de suporte periféricas dentro do centro cirúrgico. Estas
podem englobar as áreas de armazenamento, áreas de trabalho e os corredores que levam às áreas
adequadamente vestidos e aos pacientes. Os profissionais devem usar roupas cirúrgicas e cobrir todos
os pelos faciais e cabelos quando estiverem nesta área. Os pacientes deverão ter os cabelos cobertos,
usar roupas hospitalares limpas e estar cobertos por lençóis hospitalares limpos. A área restrita inclui
as salas de cirurgia, salas de procedimentos (quando existentes), o núcleo central e a área das pias de
escovação. Os profissionais devem usar roupas de cirurgia, incluindo gorros, quando na área restrita.
As máscaras são usadas onde possam estar presentes suprimentos estéreis abertos ou pessoas com
roupas esterilizadas. Os pacientes devem usar roupas hospitalares conforme acabamos de descrever.
As máscaras não são necessárias para os pacientes porque uma máscara poderia prejudicar o acesso à
Os profissionais que entram em áreas semirrestritas ou restritas do centro cirúrgico deverão fazê-
lo através das vias designadas. Estas vias contêm vestíbulos, que servem como zonas de transição
entre o exterior e o interior do centro. Consultórios, salas de espera e salas de vestiário agem como
zonas de transição. Os profissionais que entram na sala de cirurgia deverão acessar o vestiário através
de uma área não restrita. Depois de vestir as roupas cirúrgicas limpas, lavadas no hospital, os
profissionais deverão sair diretamente o centro cirúrgico, sem passar através da área irrestrita.
O ar é uma fonte potencial de microrganismos que podem resultar em uma infecção no sítio
cirúrgico. A contaminação transmitida pelo ar aumenta com o movimento da equipe cirúrgica. Este
movimento deverá ser mínimo durante os procedimentos operatórios. A porta de cada sala de
cirurgia deverá permanecer fechada, exceto durante o movimento dos pacientes, profissionais,
quando a porta permanece aberta. O fluxo turbulento que acontece à medida que a pressão se
contaminação. Os suprimentos limpos e estéreis deverão ser separados dos objetos contaminados por
padrões de espaço, tempo ou tráfego. Os objetos limpos e estéreis liberados para o centro cirúrgico
objetos embalados contra a contaminação ao longo do trajeto. Como os recipientes que fazem o
trajeto externo podem coletar a poeira, resíduos e insetos durante o trajeto, estes recipientes deverão
ser removidos na área irrestrita e o conteúdo é então trazido para dentro do centro cirúrgico. Dentro
do centro, os suprimentos deverão ser movidos do núcleo central ou da área de armazenamento até a
equipamentos sujos não deverão regressar ao núcleo limpo. Em lugar disso, os objetos sujos deverão
ser cobertos ou colocados em carrinhos fechados e transportados até uma área destinada à
descontaminação. Esta área de descontaminação deverá ser separada das áreas de tráfego de
Roupas Cirúrgicas
Todo serviço de cirurgia deverá possuir políticas e procedimentos por escrito relacionados com as
necessário que os profissionais usem os equipamentos de proteção individual (EPI) quando pode ser
razoavelmente antecipado que o indivíduo possa entrar em contato com sangue ou outros materiais
potencialmente infecciosos. O EPI, que inclui os óculos, luvas e roupões, aventais e propés
resistentes a líquidos, devem ser incluídos como parte da política de roupas cirúrgicas conforme
19,63
determinado pelas regulamentações da OSHA.
FIGURA 3-11 As roupas cirúrgicas apropriadas consistem de um conjunto de duas peças, uma roupa de duas peças ou
um roupão completo de uma peça. Os propés deverão ser usados quando se antecipa, de modo razoável, que esguichos
ou respingos irão acontecer. Quando usados, eles deverão ser trocados sempre que ficarem molhados, lacerados ou
sujos. A totalidade dos cabelos e pelos faciais deverá ser coberta nas áreas semirrestrita e restrita. Nas áreas restritas,
todas as pessoas deverão usar máscaras. As joias devem ser removidas ou ficar totalmente confinadas. As unhas
artificiais não deverão ser usadas. A, Quando se usa uma roupa de duas peças, as bordas frouxas deverão ser enfiadas
nas calças. B, Os blusões em forma de túnica que se adaptam bem ao corpo podem ser usados fora das calças. C, As
pessoas que não se escovam deverão usar blusões de mangas compridas que sejam abotoados ou fechados com
colchetes.
As pessoas constituem uma fonte importante de bactérias no ambiente cirúrgico. Para reduzir a
pessoas que entram nas áreas semirrestrita e restrita do centro cirúrgico deverão usar roupas
cirúrgicas limpas, lavadas no hospital (Fig. 3.11), feitas de tecido para uso múltiplo ou de material
19
não trançado para uso limitado. As roupas cirúrgicas, também conhecidas como roupas de escovação,
deverão ser feitas de um material com baixo potencial para se desfiar que minimize a disseminação
bacteriana, deverão ser confortáveis e propiciar uma aparência profissional. Quando se emprega uma
roupa com duas peças, a parte superior deverá ser enfiada nas calças ou se moldar adequadamente ao
corpo. Deve-se ter cuidado ao vestir as calças para evitar arrastar as pernas da calça no assoalho.
Quando os profissionais perioperatórios que não fazem escovação usam camisas com mangas longas,
as mangas dos coletes de preparação deverão cobrir as mangas das camisas. As mangas longas não
são apropriadas para os profissionais que irão se escovar porque a escovação cirúrgica se estende
19
além da borda das mangas longas. Um gorro, máscara e, quando necessário, os propés, completam
o conjunto de roupas cirúrgicas. Os propés são necessários quando existe um risco de contaminação
por sangue ou líquidos orgânicos, conforme estabelecido nas regulamentações da OSHA. Para
proteger o paciente e o profissional de saúde, as roupas cirúrgicas deverão ser trocadas sempre que
fiquem sujas ou molhadas por sangue, qualquer líquido orgânico, inclusive o suor, ou alimento. Os
profissionais que não se escovam deverão usar blusões com mangas longas que sejam abotoadas ou
fechadas com colchetes durante o uso. Estes blusões ajudam a diminuir a disseminação bacteriana e
cutânea dos braços desnudos. Fechar os blusões ajuda a evitar a contaminação inadvertida, o que
pode acontecer quando o tecido frouxo esfrega contra uma área estéril. Todas as joias deverão ficar
confinadas dentro das roupas cirúrgicas ou deverão ser removidas quando as pessoas entram nas
áreas semirrestritas ou restritas do centro cirúrgico. Isto inclui qualquer joia visível associada à
para um campo ou ferida estéril. Antes da lavagem das mãos, anéis, relógios e braceletes deverão ser
19
removidos porque os organismos podem ficar alojados sob estas joias.
Antes que a roupa esterilizada seja vestida, deve ser aplicado um gorro cirúrgico limpo e que não
esfiape, que cubra por completo todos os pêlos faciais e cabelos. Os pelos funcionam como um filtro
quando permanecem sem cobertura e coletam bactérias, que são liberadas no ar durante a atividade.
oleosidade. Um gorro elimina a possibilidade de que cabelos ou caspas sejam semeados na sala de
confortáveis para uso e confinar e conter a totalidade dos cabelos. Os gorros sempre devem ser
preferência pelos gorros descartáveis do tipo capacete e bufante. Eles são descartados em um
recipiente próprio imediatamente após o uso. Os gorros que cobrem apenas a parte superior da
cabeça, que falham em cobrir os pêlos laterais acima das orelhas e os cabelos na nuca, não deverão
ser usados na sala de cirurgia. Quando são empregados gorros ou capacetes reutilizáveis, eles deverão
ser lavados diariamente. Quando eles se contaminam com sangue ou líquidos orgânicos, devem ser
Para a segurança pessoal, deverão ser usados calçados que proporcionem proteção. Os calçados de
tecido geram pouca proteção contra os líquidos derramados ou objetos pontiagudos que possam cair
acidentalmente no chão. Os calçados fechados ajudam a minimizar a lesão. Os propés podem ser
usados para ajudar a manter os calçados limpos e podem diminuir a quantidade de sujeira e bactérias
por todos os trajetos no centro cirúrgico. É mais fácil trocar o propé que parar para limpar ou trocar
um calçado que sujou. Quando há uma razoável expectativa de que os pés possam ficar
contaminados com sangue ou líquidos orgânicos, os propés são necessários como parte das roupas
cirúrgicas de proteção individual. Os propés deverão ser mantidos em uma área adjacente à entrada
da área semirrestrita. Eles deverão ser removidos e descartados nos recipientes apropriados ao sair da
área restrita.
Uma máscara cirúrgica é empregada para reduzir a dispersão de gotículas microbianas expelidas
da boca e nasofaringe das pessoas e para proteger os profissionais de saúde contra partículas e
alta filtração são usadas nas salas de cirurgia e em outras áreas designadas onde possam estar
suprimentos estéreis abertos ou pessoas com roupas esterilizadas. Uma máscara simples propicia um
filtro; as máscaras duplas criam uma barreira, fazendo com que o ar expirado seja expelido através de
tendas e aberturas ao redor da máscara. Embora alguns estudos indiquem que as bactérias orais
expelidas pelos profissionais na sala de cirurgia não comportem ameaça para o paciente cirúrgico, e
que as máscaras cirúrgicas para as pessoas na sala de cirurgia que não se submeteram à escovação
62
possam não ser necessárias, as regulamentações da OSHA obrigam o uso de máscaras cirúrgicas
Quando uma máscara está sendo selecionada, deve ser escolhida aquela com uma eficiência de
filtração microbiana de 95% ou mais. As partículas em aerossol produzidas pela equipe cirúrgica, por
vezes visíveis ao olho nu, têm, provavelmente, 10 µm ou mais. Demonstrou-se que a pluma dos lasers
ou da unidade eletrocirúrgica contém partículas com uma massa de 0,31 µm, menores que aquelas
expelidas pela equipe cirúrgica. A eficiência da filtração das máscaras deverá garantir a proteção
41
contra partículas de aerossol de 0,1 µm. No entanto, a máscara com filtro mais efetivo é
relativamente inútil quando usada de maneira incorreta, podendo ser perigosa quando manuseada de
modo impróprio. A Figura 3.12 ilustra a aplicação e remoção corretas de uma máscara cirúrgica.
A máscara deve cobrir totalmente a boca e o nariz e possuir a adaptação facial, adequando-se
sem cruzar os cadarços. O cruzamento dos cadarços possibilita que os lados da máscara formem um
hiato (forma de tenda) e permite, por conseguinte, que o ar não filtrado escape através da ventilação.
O ar deverá passar apenas através do sistema de filtração (a placa facial) da máscara. Uma faixa de
metal maleável ou adesivo na bainha superior de algumas máscaras propicia uma adaptação firme e
modelada sobre a ponte do nariz. Esta faixa pode ajudar a evitar o enevoamento dos óculos de
proteção. As máscaras deverão ser aplicadas (adequadamente) ou descartadas. Elas nunca deverão ser
serem enfiadas no bolso. As bactérias que foram filtradas pela máscara secam e são transmitidas pelo
ar quando a máscara é usada como um colar. Tocar apenas nos cadarços durante a remoção da
máscara reduz a contaminação das mãos. As máscaras deverão ser trocadas entre os procedimentos e,
conversação realizada pela equipe. A placa facial, que é contaminada por núcleos das gotículas, não
deverá entrar em contato com as mãos das pessoas. Imediatamente após a remoção, as máscaras
As luvas deverão ser selecionadas de acordo com a tarefa a ser realizada; luvas esterilizadas para
procedimentos estéreis, luvas limpas para outras tarefas. As luvas deverão ser trocadas entre os
contatos com pacientes e depois do contato com qualquer material infeccioso. As mãos deverão ser
lavadas por completo depois que as luvas forem removidas. Para reduzir o risco de exposição das
mucosas bucal, nasal e ocular, óculos, máscaras ou escudos faciais serão utilizados sempre que
houver uma oportunidade para a contaminação por esguicho ou aerossol. Quando os dispositivos de
proteção ficam contaminados, eles deverão ser descartados ou descontaminados logo que possível, de
modo a evitar a contaminação para o usuário. Outros equipamentos de proteção, como as roupas
cirúrgicas resistentes a líquidos, incluindo roupões e sapatilhas, deverão ser empregados sempre que
se aos contornos faciais quando a máscara é aplicada e amarrada corretamente. B e C, As pessoas deverão evitar tocar a
porção do filtro da máscara, quando removê-la. D, As máscaras deverão ser descartadas após sua remoção.
membros da equipe cirúrgica no campo estéril usem luvas e roupões esterilizados, a pele de suas
mãos e antebraços deverá ser limpa no período pré-operatório para reduzir o número de
microrganismos no caso de uma falha da luva. Os propósitos da antissepsia cirúrgica das mãos
consistem em remover a sujeira, oleosidade da pele e microrganismos transitórios das unhas, mãos e
antebraços, reduzir a contagem microbiana da flora residente até o mais próximo possível de zero e
deixar um resíduo antimicrobiano na pele para evitar o novo crescimento dos micróbios durante
20
várias horas. A pele nunca fica totalmente estéril, mas pode ficar cirurgicamente limpa ao reduzir o
número de microrganismos existentes.
As pessoas que se escovam deverão ter um bom estado de saúde e possuir pele saudável e íntegra.
Cortes, abrasões e radículas tendem a transudar o soro, um risco potencial para a infecção. Como os
microrganismos podem ser protegidos e alojados por anéis, relógios, braceletes e jóias que perfuram
20
o corpo, estes artigos deverão ser removidos antes da escovação. As unhas dos dedos das pessoas
que se escovam deverão ser curtas, limpas e saudáveis. A região subungueal das unhas aloja muitos
microrganismos encontrados nas mãos. Sabão, água corrente e um dispositivo de limpeza de unha
são necessários para limpar sob as unhas das mãos. As unhas compridas para além das extremidades
dos dedos são mais difíceis de limpar e aumentam o risco de lacerações nas luvas. As unhas mais
transferência. As unhas artificiais ou as unhas sintéticas não deverão ser usadas. Quantidades
maiores de organismos gram-negativos foram cultivados nas unhas dos indivíduos que usam unhas
artificiais ou aditivos ungueais que aquelas de indivíduos com unhas naturais antes e depois da
20,45
lavagem das mãos. O crescimento fúngico também ocorre sob as unhas artificiais em
consequência da umidade aprisionada entre a unha natural e a unha artificial. O comprimento das
unhas artificiais podem interferir com a lavagem das mãos e escovação efetivas das mãos.
métodos empregados para a antissepsia cirúrgica das mãos. Isto pode ser realizado por uma
Escovação Cirúrgica da Mão. Todos os produtos de escovação da mão a base de álcool não estão
indicados para uso em lugar da escovação manual tradicional. As escovas vêm em muitos formatos,
concentrações variadas. Por conseguinte, a eficácia de cada produto deverá ser avaliada. Uma revisão
de cada produto pelo comitê de controle de infecção deverá incluir uma análise de sua eficácia,
81,82
facilidade de uso, concentração e relação custo-benefício. Quando as escovas de mão são usadas
para a antissepsia cirúrgica da mão, deverão ser empregados apenas um produto de escovação
cirúrgica da mão à base de álcool aprovado pelo FDA. Os álcoois em concentrações de 60% a 90%
são altamente efetivos na diminuição das contagens bacterianas cutâneas imediatamente após a
aplicação. Os álcoois não possuem uma atividade persistente, mas as bactérias continuam a morrer
escovação podem acontecer depois que as luvas são usadas por 1 a 3 horas. Além disso, o álcool é
possuem uma atividade persistente (p. ex., gluconato de clorexidina) e ao acrescentar os agentes
emolientes compatíveis, os fabricantes produziram agentes para a higiene manual efetivos e não
irritativos, com atividade persistente. Deverão ser seguidas as instruções por escrito do fabricante
para o tempo de contato e quantidade do produto a ser utilizada. As etapas básicas de uma
1. Abra a torneira até que a água alcance uma temperatura confortável. Muitas pias de escovação
2. Molhe as mãos e antebraços e lave-os com sabão e água corrente até formar espuma.
3. Limpe os leitos ungueais com uma escova de unha descartável sob água corrente. Jogue fora a
6. Aplique o produto de esterilização nas mãos e antebraços. Devem ser seguidas as instruções por
escrito do fabricante relativas ao intervalo de tempo que o produto deverá ficar aplicado e se a
água deverá ser empregada como parte do processo de escovação das mãos. Esfregue totalmente,
Escovação Cirúrgica da Mão. Para a escovação cirúrgica tradicional, podem ser usadas as escovas e
esponjas descartáveis embaladas individualmente ou esponjas sintéticas sem uma escova. O uso das
esponjas sintéticas em lugar de escovas ganhou ampla aceitação, principalmente onde a escovação
longa e repetida pode ser traumática para a pele. As escovas ou esponjas descartáveis estão
esponja. Uma lavagem completa das mãos com um agente antimicrobiano pode ser tão efetiva quanto
58
a escovação cirúrgica tradicional usando uma escova ou esponja.
A seleção do agente de esterilização das mãos deverá basear-se na eficácia do produto, no tempo
ação rápida e amplo espectro, que são efetivos contra muitos microrganismos gram-positivos e gram-
negativos. Para os indivíduos que possuem sensibilidade cutânea a estes agentes, outro agente
como um agente alternativo efetivo para a escovação cirúrgica. Muitos indivíduos que eram
(que é ineficaz contra os microrganismos gram-negativos) estão atualmente usando o PCMX com
segurança. Isto reduz muito a flora cutânea com um efeito antibacteriano que persiste depois da
agentes de escovação cirúrgica para diminuir o potencial de irritação da pele resultante de múltiplas
escovações.
Uma escovação anatômica, usando o intervalo de tempo prescrito ou o número de golpes mais a
fricção, é empregada para a limpeza efetiva da pele. Os dedos, as mãos e os braços deverão ser
visualizados como tendo quatro lados; cada lado deve ser escovado de maneira efetiva. É essencial a
atenção para os detalhes. O número de movimentos prescrito com uma escova geralmente é de 30
para as unhas e 20 para cada área da pele. Quando se utiliza a conduta adequada, o protocolo da
instituição deve ser seguido. Os procedimentos de escovação cirúrgica da mão deverão ser
equipe cirúrgica deverão inspecionar suas mãos para se assegurar de que suas unhas estejam curtas,
suas cutículas estejam em boas condições e que não exista nenhum corte ou problema cutâneo.
Todas as joias são removidas das mãos e antebraços. O gorro ou capacete é ajustado para cobrir e
conter todo o cabelo. Uma máscara nova é cuidadosamente aplicada sobre o nariz e a boca e
amarrada firmemente para impedir a ventilação. Os dispositivos de proteção ocular, como óculos
com escudos laterais ou um escudo facial total, são ajustados para garantir a visão clara e para evitar
o enevoamento da lente. Os profissionais confirmam que o colete da roupa está enfiado nas calças
para evitar a contaminação potencial das mãos e braços escovados ao se esfregar contra roupas
1. Ligue a torneira e coloque a água em uma temperatura confortável. Muitas pias de escovação
fabricante nas palmas de suas mãos. Acrescente pequenas quantidades de água para formar
espuma.
começar a escovação cirúrgica das mãos. A quantidade de tempo necessária varia com a
5. Ao utilizar uma escova ou esponja de escovação embalada, abra a embalagem, remova a escova e
o limpador de unha e jogue fora a embalagem. Segure a escova em uma das mãos enquanto limpa
as unhas na outra mão (Fig. 3.13). Limpe todas as unhas e espaços subungueais. Quando um
bastão de unha descartável não estiver disponível, poderá ser utilizada uma lima metálica para a
unha.
6. Enxágue as mãos e os braços por completo, tendo o cuidado de manter as mãos mais elevadas
que os cotovelos. Evite respingar a água na sala de escovação porque esta umidade pode provocar
7. Quando a escova ou esponja está impregnada com sabão antimicrobiano, umedeça a escova ou
esponja e comece a escovação. Quando a escova ou a esponja não está impregnada com sabão,
aplique o sabão antimicrobiano ou solução detergente nas mãos. Comece nas pontas dos dedos,
lados de cada dedo, incluindo os espaços interdigitais. Em seguida, escove a região palmar e o
dorso da mão.
8. Esfregue cada lado do antebraço com um movimento circular (Fig. 3.13) para cima, até os
cotovelos.
9. Mantenha as mãos e braços afastados do corpo, com as mãos acima do nível dos cotovelos
durante a escovação, permitindo que a água e os detritos fluam para longe da área mais limpa
escovada em primeiro lugar. Adicione pequenas quantidades de água durante a escovação para
11. Quando a pia não é regulada automaticamente por tempo, feche a torneira ao usar o controle de
joelho ou ao usar a borda da escova sobre um controle manual. Jogue fora a escova ou esponja.
12. Mantenha as mãos e os braços elevados na frente do corpo com os cotovelos ligeiramente
flexionados e entre na sala da cirurgia.
FIGURA 3-13 Técnica de escovação cirúrgica convencional. A, Limpando as unhas com o bastão de plástico. B, Manter
a escova/esponja perpendicular às unhas facilita a escovação completa do lado inferior das unhas. C, Manter a
escova/esponja ao comprido, ao longo do braço, cobre a área máxima a cada movimento.
Secando a Área Escovada. A umidade remanescente sobre a pele limpa depois do procedimento de
escovação deverá ser seca com uma toalha estéril antes de se vestir o roupão e se calçar as luvas
esterilizadas. O roupão e as luvas deverão ser abertos sobre uma superfície plana antes que a
escovação cirúrgica seja concluída. Um pequeno campo estéril é criado pelo envoltório do roupão,
que é aberto sobre a superfície plana. O roupão e as luvas não deverão ser abertos sobre a mesa estéril
por causa da chance aumentada de contaminação do campo. A toalha deve ser usada com cuidado
para evitar contaminar a pele limpa. A toalha dobrada é segurada com firmeza próxima ao canto
aberto e levantada reta para cima e para longe do campo estéril, sem gotejar a água contaminada da
pele sobre o campo estéril. A pessoa se afasta do campo estéril e se curva um pouco para diante na
cintura, mantendo as mãos e os cotovelos acima da cintura e longe do corpo. Permite-se que a toalha
A metade superior da toalha é segura com uma das mãos, sendo que os dedos e a mão oposta são
friccionados até a secagem; assegure-se de que eles estão totalmente secos antes de se mover para o
antebraço. Para evitar a contaminação, utilize um movimento rotatório enquanto se move para cima
e não retrocede. A extremidade inferior da toalha é segura com a mão seca, sendo que o mesmo
procedimento é utilizado para secar a segunda mão e antebraço. Deve-se tomar cuidado para evitar a
contaminação da toalha e das mãos. Ao término, descarte a toalha sem deixar que as mãos fiquem
Antes que os profissionais esterilizados possam tocar o equipamento estéril ou o campo estéril, eles
devem vestir os roupões esterilizados e as luvas cirúrgicas estéreis para evitar que os microrganismos
em suas mãos e roupas sejam transferidos para a ferida do paciente durante a cirurgia. As luvas e
roupões estéreis também protegem as mãos e as roupas das pessoas contra os microrganismos
O avental cirúrgico deverá ser feito de um material resistente à combustão que estabelece uma
barreira efetiva para minimizar a passagem de microrganismos, matéria particulada e líquidos entre
as áreas não estéril e estéril. Os tecidos reutilizáveis devem possibilitar a penetração completa do
processamentos. Os testes indicam que materiais com contagem de 280 filamentos, tratados com
repelente de água, perdem sua qualidade de barreira quando sujeitados a múltiplas lavagens e
deve ser mantida até que se alcance o número de processamentos recomendado pelo fabricante. Deve
ser estabelecido um mecanismo para monitorar o número de vezes que o tecido é processado. O
fabricante deve fornecer à instituição as instruções para testar o material em intervalos periódicos
questão deverá ser retirado da circulação quando foi alcançado o número máximo de processamentos
conforme recomendado pelo fabricante. Quando possível, o artigo pode ser usado em circunstâncias
em que a qualidade de barreira cirúrgica não se faz necessária. A cada processamento, os materiais
reutilizáveis também devem ser examinados para orifícios e puimento. Para diminuir a disseminação
de partículas na ferida e no ambiente, os materiais usados para os roupões cirúrgicos deverão ser
16,19
resistentes à laceração e à punção, além de ser o mais livre possível de fiapos. Independentemente
de movimento. Para propiciar proteção adicional, a frente do roupão, da cintura para cima, e os
antebraços das mangas podem ser reforçados com material impermeável adicional ou diferente. Cada
manga deverá ser terminada com uma bainha com adaptação justa que impeça que o lado interno da
manga deslize por sobre o lado externo da luva esterilizada. Fitas de algodão, fechos do tipo colchete
®
ou fechos do tipo Velcro são presos à parte de trás do roupão para mantê-lo fechado. Um roupão
que se fecha ao enrolar no corpo pode ser utilizado para conseguir a melhor cobertura das costas. No
entanto, uma vez vestido, a parte de trás do roupão nunca é considerada estéril.
Como o lado externo da frente e das mangas do roupão entram em contato com o campo estéril
durante a cirurgia, o avental deve ser dobrado de modo que a pessoa esterilizada possa vesti-lo sem
tocar o lado externo com as mãos desnudas. Para a embalagem e esterilização, o roupão é dobrado
com o lado interno para fora e as bordas das costas juntas. As mangas não são dobradas com o lado
de dentro para fora; por conseguinte, elas permanecem dentro do roupão dobrado. As dobras laterais
do roupão são dobradas ao comprido, no sentido do centro da abertura das costas, sobrepondo-se
ligeiramente no centro. Com as bordas do roupão abertas permanecendo no lado interno, o terço
inferior do roupão é dobrado para cima e o terço superior do roupão é dobrado sobre a porção
inferior. Em seguida, o roupão é dobrado ao meio, transversalmente, de modo que a parte interna da
gola da frente do roupão fique visível no ápice. Os roupões com costas que circundam o corpo são
parte de trás do roupão que envolve o corpo ao cadarço do lado externo do roupão antes da dobra
inicial. Uma toalha de mão dobrada com seus cantos livres virados para cima é usualmente colocada
Procedimento para Vestir o Roupão Sozinho. O procedimento para vestir um roupão cirúrgico
estéril é descrito a seguir (Figs. 3.15 e 3.16). A pessoa, após a escovação, deverá fazer o seguinte:
1. Segure o roupão estéril na gola com ambas as mãos e levante-o do embrulho. Pise em uma área
2. Segure o roupão longe do corpo e permita que ele se desdobre com o interior virado para o
usuário.
4. Deslize ambas as mãos para dentro das aberturas dos braços, mantendo as mãos no nível do
5. Empurre as mãos e antebraços para dentro das mangas do roupão, avançando as mãos apenas até
6. Puxar o roupão sobre os ombros da pessoa escovada, tocando apenas nas costuras internas do
ombro e laterais.
apenas na face interna do roupão. O roupão deverá ser totalmente apertado pela circulante antes
que a pessoa calce as luvas, de modo a evitar a contaminação pela aba do roupão.
Para fixar o roupão, a pessoa escovada e a enfermeira circulante deverão fazer o seguinte:
8. Depois de calçar as luvas, a pessoa esterilizada entrega o cadarço preso ao cadarço posterior do
roupão para a enfermeira circulante. Em seguida, a pessoa esterilizada faz três-quartos de volta
para a esquerda, enquanto a enfermeira circulante estende o cadarço posterior em toda a sua
extensão. Esta ação enrola efetivamente o painel posterior do roupão ao redor da pessoa
recupera o cadarço posterior ao puxá-lo cuidadosamente para fora do cadarço seguro pela
enfermeira circulante e o amarra com o outro cadarço, que foi fixado na parte frontal superior do
roupão.
FIGURA 3-15 Procedimento de aplicação do roupão. A, A pessoa escovada mantém as mãos no lado interno do
roupão, enquanto o desdobra no comprimento dos braços. B, A enfermeira circulante estica-se sob a aba do roupão
para puxar as mangas sobre a pessoa escovada. C, A enfermeira circulante fecha o colchete da gola do roupão, tocando
apenas a parte do colchete da gola.
Quando se usa um roupão reutilizável, a ausência de uma lingueta no cadarço posterior exige o
uso de um procedimento alternativo para fixar o roupão (Fig. 3.16 C, D e E). Quando a técnica de
aplicação de luva fechada e as luvas com embalagem dupla comercialmente preparada são
empregadas, o envoltório interno pode ser usado como uma extensão protetora para o cadarço do
roupão quando a enfermeira circulante assiste na amarração de um roupão. Depois de calçar as luvas,
a pessoa esterilizada desamarra os cadarços externos do roupão (que foram amarrados na frente do
roupão antes que ele fosse dobrado, embrulhado e esterilizado) e segura, ambos, nas mãos. A
aproximadamente dois terços do trajeto até a borda da embalagem aberta. A embalagem da luva é,
então, fechada, de modo que o cadarço fique preso. A embalagem fechada é dada à enfermeira
circulante, que segura firmemente a boda dobrada da embalagem sem tocar no cadarço. A pessoa
esterilizada gira na direção oposta à da enfermeira circulante, que estende o cadarço posterior em sua
extensão total. A pessoa esterilizada segura a porção exposta do cadarço posterior, puxa-o para fora
enfermeira circulante, e amarra ambos os cadarços. Quando uma embalagem de luva esterilizada não
está disponível, uma pinça hemostática ou com anel esterilizada pode ser clampeada no cadarço
posterior e usada da mesma maneira que uma embalagem de luva. Depois que o procedimento de
aplicação do roupão é encerrado, a enfermeira circulante retém o instrumento na sala para evitar
Quando outra pessoa esterilizada está vestida e com as luvas calçadas, este indivíduo, em lugar da
enfermeira circulante, pode assistir no procedimento de amarração dos cadarços. O indivíduo que
assiste deve estender o cadarço posterior em sua plena extensão antes que a pessoa esterilizada se
Procedimento de Vestir a Roupa Cirúrgica com Ajuda. Um indivíduo com roupão e com luvas
pode ajudar outro indivíduo a vestir um avental estéril (Fig. 3.17). O roupão é aberto da maneira
previamente descrita. O lado interno com as aberturas dos braços abertas é virado no sentido da
pessoa que irá se vestir. É feita uma bainha da área da gola e ombro para proteger as mãos enluvadas.
O roupão é seguro até que as mãos e antebraços da pessoa estejam nas mangas do roupão. A
enfermeira circulante ajuda ao puxar o roupão por sobre os ombros, ajustando as costas e amarrando
os cadarços. As costas do roupão são fixadas na posição pela pessoa esterilizada após concluir o
As luvas cirúrgicas esterilizadas são usadas para proporcionar uma barreira entre o paciente e o
uma resultante infecção no sítio cirúrgico, ou o profissional de saúde contra a exposição ao sangue
sem que estivesse ciente de qualquer falha na barreira da luva (punção, laceração ou rasgo da luva).
Crescentes evidências sustentam e recomendam a prática do uso de luva dupla para proporcionar um
grau de proteção contra este evento comum. Embora uma falha possa ocorrer na luva externa, a luva
interna permanece íntegra e continua a servir como uma barreira. Alguns cirurgiões que trabalham
em áreas onde o risco de perfuração é elevado, como a ortopedia ou cirurgia torácica, optam por usar
uma dupla camada de luvas, com a luva interna sendo uma luva colorida, o que possibilita que o
usuário reconheça as perfurações na luva externa. Na cirurgia ortopédica os cirurgiões podem usar
um revestimento de luva entre as duas camadas de luva para diminuir as perfurações da luva interna.
Ao término do evento, ambos os pares de luvas deverão ser descartados, devendo ser efetuada a
posterior do roupão para a enfermeira circulante, a pessoa escovada faz três-quartos de volta no sentido da esquerda. B,
Agora o painel de trás estéril cobre os cadarços não estéreis previamente amarrados; a pessoa escovada recupera o
cadarço posterior ao puxá-lo cuidadosamente para fora da lingueta mantida pela enfermeira circulante e o amarra
firmemente com o outro cadarço. C, Para roupões que não possuem lingueta no cadarço posterior: usando a
embalagem interna estéril da luva a pessoa escovada coloca a ponta do cadarço posterior na dobra da embalagem. D,
Depois de fechar a embalagem, a pessoa escovada entrega o cadarço para a enfermeira circulante, que o segura com
cuidado, não tocando no cadarço, nem na mão enluvada da pessoa escovada. E, Depois de fazer três quartos de volta
para a esquerda, a pessoa escovada puxa cuidadosamente o cadarço posterior da embalagem e o amarra ao outro
cadarço como na etapa B.
O uso de talco como um lubrificante de luvas não é recomendado por causa de três perigos
talco das mãos e luvas, o que fornece um veículo conveniente para a disseminação dos
microrganismos por toda a sala de cirurgia; e a capacidade do talco para transportar e dispersar as
proteínas do látex, contribuindo para uma sensibilidade aumentada ao látex entre os profissionais de
saúde e outros. Luvas sem talco estão amplamente disponíveis. Quando as luvas com talco são
selecionadas, qualquer película ou talco na luva deve ser removido. As luvas devem ser totalmente
limpas depois que são calçadas e antes de se aproximar do campo esterilizado.
FIGURA 3-17 Vestindo o roupão em outra pessoa. A pessoa escovada com roupão e luva faz uma bainha com a área da
gola e ombros sobre as mãos enluvadas para evitar a contaminação enquanto a pessoa escovada coloca as mãos e
antebraços dentro das mangas.
Técnica de Aplicação Fechada da Luva. O método fechado de aplicação de luvas (Fig. 3.18) é a
técnica de escolha quando se veste inicialmente o roupão e as luvas estéreis. Usando esta técnica, as
luvas são manuseadas através do tecido das mangas do roupão. As mãos não se estendem das mangas
e punhos quando o roupão é vestido. Em lugar disso, as mãos são empurradas através das aberturas
dos punhos à medida que as luvas são puxadas para o lugar. O punho trançado deverá permanecer
na área do punho natural. Como os punhos de um roupão estéril coletam umidade, ficam úmidos
durante o uso e são considerados não estéreis, a técnica de aplicação fechada das luvas somente pode
ser utilizada para a aplicação do primeiro par de luvas. Os punhos não podem ser puxados para baixo
sobre a mão do usuário para a aplicação de luvas subsequentes. Para o enluvamento subsequente,
deve ser empregada uma técnica alternativa, como a aplicação assistida de luvas ou a aplicação de
luvas abertas.
Técnica da Aplicação de Luva Aberta. Com a técnica da aplicação de luva aberta, o punho evertido
de cada luva permite que um indivíduo com roupão toque o lado interno das luvas com os dedos
sem luva e toque o lado externo da luva com os dedos enluvados (Fig. 3.19). Mantendo as mãos sob
a visualização direta, não abaixo da linha da cintura, o indivíduo com as roupas cirúrgicas flexiona os
cotovelos. Exercer uma tração uniforme e leve sobre a luva a traz por sobre a mão, sendo que usar
um movimento de rotação traz o punho sobre a pulseira. É necessária extrema cautela quando usar o
método aberto para evitar a contaminação pelas mãos expostas. Esta técnica de aplicação da luva
Técnica de Calçar Luvas com Ajuda. Um indivíduo com roupão e enluvado pode assistir outro
indivíduo com roupão na aplicação das luvas. Para assistir outro indivíduo, segure a luva sob o
punho evertido. Assegure-se de que a palma da luva está virada no sentido da mão da pessoa sem
luva com o polegar da luva em oposição direta com o polegar da mão da pessoa. Usando os dedos,
estique o punho para abrir a luva. O indivíduo sem luva pode inserir sua mão na luva. O
entre os profissionais da sala de cirurgia. Os indivíduos podem experimentar três tipos de reação ao
látex. A dermatite de contato de irritação constitui o tipo de reação mais comum e se caracteriza por
mãos secas com rubor, prurido ou rachaduras. A dermatite de contato de irritação não é uma reação
alérgica verdadeira. A dermatite de contato alérgica é considerada uma reação alérgica do tipo IV e
consiste em uma resposta alérgica causada pelas substâncias químicas empregadas na fabricação da
luva. A dermatite de contato alérgica é uma reação retardada, que comumente aparece em 6 a 48
horas depois da exposição. Os sintomas são similares àqueles da dermatite de contato de irritação,
exceto pelo fato de que a reação pode estender-se além do ponto de contato real. As alergias ao látex
verdadeiras são classificadas como respostas alérgicas do tipo I. Esta é uma alergia às proteínas do látex
da borracha natural (NRL) hidrossolúveis. Em geral, as alergias ao látex verdadeiras são observadas
dentro de minutos do contato com as proteínas. Os sintomas variam desde o rubor da pele e prurido,
ao látex raramente progridem para a anafilaxia porque o usuário é tratado com os medicamentos
apropriados para interromper a resposta alérgica. As luvas adequadas sem látex deverão ser
fornecidas para profissionais de saúde com sensibilidade conhecida ao látex ou para procedimentos
de alergia ao pó de amido nas luvas de látex. Embora isto seja possível, é mais provável que os
Para proteger os antebraços, mãos e roupas contra o contato com bactérias no lado externo do
seguintes etapas para remover os roupões, luvas e máscaras sujos (Fig. 3.21):
Traga a gola e as mangas do roupão para diante, por cima e para fora da mão enluvada, virando o
Mantenha os braços e o roupão longe do corpo enquanto vira o roupão ao avesso, descartando
Usando os dedos enluvados de uma das mãos para segurar o punho evertido, remova a luva
Usando a mão sem luva, segure a dobra do punho evertido da outra luva e remova-a, invertendo-a
Depois de sair da área restrita, remova a máscara ao tocar apenas nos cadarços ou elásticos.
mãos através dos punhos do roupão. As mãos não são estendidas a partir das mangas. B, Em primeiro lugar, a luva é
levantada ao segurá-la pelo tecido da manga. A dobra na luva facilita o manuseio desta. A luva é colocada com a palma
para baixo, ao longo do antebraço da mão compatível, com o polegar e os dedos apontando para o cotovelo. A bainha
da luva localiza-se sobre o punho do avental. Quando forem usadas luvas duplas, as luvas de maior tamanho deverão
ser vestidas em primeiro lugar. C, A bainha da luva é segurada firmemente na mão na qual ela será calçada e, com a
outra mão, a bainha será esticada sobre a abertura da manga para cobrir inteiramente o punho. D, À medida que a
bainha é puxada para trás sobre o punho, os dedos são direcionados para seus destinos na luva, sendo que esta é
ajustada na mão. E, A mão enluvada é usada para posicionar o restante da luva sobre a manga oposta da mesma forma.
A bainha da luva é colocada ao redor do punho do roupão. A segunda luva é puxada sobre a mão, sendo que a bainha é
puxada para o local. F, Os dedos das luvas são ajustados, sendo que as luvas são limpas com gaze molhada ou com o
limpador de luvas estéril, descartável e comercialmente preparado para remover qualquer pó que exista sobre elas.
Para impedir que as bactérias nas superfícies cutâneas entrem na ferida cirúrgica, a área da pele no
sítio de incisão proposto e ao redor dele deve ser limpa e desinfetada. Os métodos de preparação da
pele variam, porém todos se baseiam nos mesmos princípios e compartilham os mesmos objetivos:
microbiana residente no mais curto intervalo de tempo e com a quantidade mínima de irritação
tecidual, e evitar o crescimento em rechaço rápido dos micróbios. Os fatores a serem considerados na
Muitos sabões e detergentes estão disponíveis para a limpeza da pele. Embora muitos deles
fatores requerem a consideração adicional na seleção de um produto para uso cirúrgico. Muitos
sabões e detergentes emulsificam e peptisam os produtos residuais e óleos que são absorvidos na
sujeira superficial e permitem que o detrito seja enxaguado da pele com água corrente. O produto
àquele da pele normal média. Geralmente prefere-se um agente inodoro que produza uma boa
espuma para o uso fácil e confortável. Ele não deverá irritar a pele ou interferir de qualquer maneira
com o funcionamento normal. Igualmente importante, um agente antimicrobiano efetivo deverá ser
utilizado para atingir a desinfecção apropriada da pele. O agente antimicrobiano empregado para a
desinfecção da pele deverá ser selecionado de acordo com sua capacidade de reduzir com rapidez a
contagem microbiana da pele, ser aplicado rapidamente e permanecer efetivo durante toda a
operação. O agente não deverá causar irritação ou sensibilização ou ser incompatível ou inativado
78,81
pelo álcool, matéria orgânica, sabão ou detergente.
FIGURA 3-19 Procedimento de calçar luva aberta. A, A pessoa escovada pega a luva da embalagem tocando a parte
interna da luva, coloca o polegar e o indicador da mão oposta sobre a dobra da bainha evertida em um ponto alinhado
com a palma da luva e puxa a luva sobre a mão, deixando a bainha virada para trás. Quando estão sendo utilizadas
duas luvas, a luva de maior tamanho é calçada em primeiro lugar. B, A pessoa escovada pega a segunda luva da
embalagem tocando a parte interna das luvas ao colocar os dedos enluvados sob a bainha evertida. C, A pessoa
escovada, com os braços estendidos e os cotovelos ligeiramente flexionados, introduz a mão livre dentro da luva e a
puxa sobre o punho do roupão ao girar discretamente o braço no sentido externo e interno. D, Para trazer a bainha
virada sobre a outra mão sobre o punho do roupão, a pessoa escovada repete a etapa C.
FIGURA 3-20 Calçando a luva em outra pessoa. A pessoa escovada e com roupão e enluvada coloca os dedos de cada
mão abaixo da bainha evertida, mantendo os polegares virados para fora e esticando a bainha à medida que a pessoa
com roupão desliza a mão para dentro da luva estéril, usando um movimento firme para baixo. Quando se usam duas
luvas, a luva de maior tamanho é calçada em primeiro lugar.
Os pelos não deverão ser removidos do sítio operatório a menos que seja necessário. A
recomendado, e não a raspagem. Cortar imediatamente antes da cirurgia é o método mais simples e
consideravelmente mais elevadas para os pacientes que são tricotomizados no período pré-operatório
que para os pacientes que não têm preparação com tricotomia pré-operatória ou com uma pequena
quantidade de pelos cortados ou para os pacientes em que se utilizou creme depilatório. O uso de um
depilador requer um teste prévio para determinar se o paciente não é sensível ao produto. As
instruções específicas por escrito, do fabricante, deverão ser rigorosamente seguidas. Quando o
cirurgião deseja a tricotomia, algumas instituições exigem uma prescrição por escrito. O paciente
deverá ser tricotomizado no momento mais próximo possível da operação. A tricotomia deve ser
realizada em um local dentro do centro cirúrgico que possibilite privacidade e que seja dotado de boa
iluminação. O intervalo de tempo entre a tricotomia pré-operatória e a operação tem um efeito direto
sobre a taxa de infecção do sítio operatório. A remoção dos pelos deve ser feita por profissionais
experientes, tomando grande cuidado para evitar a arranhadura, pinçamento ou corte da pele,
Devem ser registrados o método de remoção de pelos e a condição da pele antes e depois da remoção.
FIGURA 3-21 Removendo o roupão e as luvas sujas. A, Para proteger a roupa de escovação e os braços contra as
bactérias que estão presentes no lado externo do roupão sujo, o roupão é seguro sem tocar as roupas de escovação. B, A
pessoa escovada vira o lado externo da luva suja para longe do corpo, mantendo os cotovelos flexionados e braços
afastados do corpo, de modo que o roupão sujo não venha a tocar nos braços ou na roupa de escovação. C, Para evitar
que o lado externo das luvas sujas toque as superfícies cutâneas das mãos, a pessoa escovada coloca os dedos
enluvados de uma das mãos sob a borda evertida da outra luva e a puxa para fora da mão e dos dedos. D, Para evitar
que a mão enluvada toque o lado externo da luva suja, a pessoa escovada faz um gancho com o polegar desnudo sob o
lado interno da luva e puxa a luva para fora.
O princípio cirúrgico seguido quando se prepara a pele do paciente para a cirurgia (“preparação”)
é o de preparar (“prep”) a área mais limpa em primeiro lugar e, em seguida, mover-se para as áreas
menos limpas (limpa para suja). A pele no sítio operatório deverá ser exposta e inspecionada antes
de começar sua preparação. Os pacientes deverão ter sido instruídos para remover qualquer joia no
corpo. Com frequência, os serviços cirúrgicos possuem alicates de retirada de encaixes de pressão
para remover jóias do tipo piercing em situações de emergência ou quando o paciente negligenciou a
remoção das joias do corpo. Em geral, a preparação da pele começa no ponto da incisão e continua
para a periferia da região. Quando a pele do paciente está sendo preparada, o agente antimicrobiano é
aplicado ao se usar dispositivos comercialmente preparados ou aplicadores que possuem cabos para
distanciar a mão do operador da área que está sendo preparada. Devem ser usadas luvas. Um
aplicador sujo nunca é trazido de volta sobre uma superfície previamente preparada. Ao término da
preparação da pele, qualquer espuma é secada com pequenos movimentos com compressas secas e
esterilizadas ou com uma toalha estéril. Dependendo da preferência do cirurgião, uma solução
antimicrobiana tópica ou “tintura” pode ser cuidadosamente aplicada na área preparada, tendo o
cuidado de evitar qualquer represamento da solução abaixo do paciente. Todos os campos molhados
uma esponja embebida no agente antimicrobiano de escolha é colocada sobre o estoma quando se
limpar ou desinfetar uma ferida aberta, seio, úlcera, estoma intestinal, vagina ou ânus são aplicadas
apenas uma vez na área e descartadas. Em contraste com o princípio de trabalho a partir da incisão
proposta até a periferia, as feridas abertas e os orifícios corporais são áreas potencialmente
contaminadas e, como tal, são preparadas depois que a pele íntegra periférica é limpa. O princípio
43,78,81
cirúrgico consiste em trabalhar da área mais limpa para a menos limpa.
maneira efetiva para promover o cuidado seguro e contínuo do paciente. Embora por vezes isto
Para criar um campo estéril, lençóis e toalhas estéreis, conhecidos como campos cirúrgicos, são
estrategicamente aplicados para proporcionar uma superfície estéril sobre a qual podem repousar os
são cobertos com campos estéreis de maneira que se exponha o sítio de incisão preparado e o isole
das áreas circunvizinhas. Os objetos normalmente cobertos e compondo o campo estéril incluem as
paciente. Dentro desta área estéril definida acontece o procedimento operatório real.
Hoje em dia são utilizados campos cirúrgicos reutilizáveis e de uso único (descartáveis). Existem
Manter a integridade
Ser duráveis
tratados propiciam uma barreira para os líquidos e são resistentes à abrasão. Os dados quantitativos
que verificam a qualidade de barreira de qualquer campo cirúrgico têxtil devem ser fornecidos pelo
fabricante. Deve-se tomar cuidado com os campos cirúrgicos reutilizáveis para eliminar pequenos
buracos causados por clampes de toalhas, agulhas ou outros objetos pontiagudos. Deverão ser usados
apenas grampos de toalha não penetrantes. Caso ocorram rupturas no tecido, pode ser empregada
uma placa resistente ao calor para a reparação. Contudo, uma abundância de placas de resistência ao
calor em qualquer campo cirúrgico pode interferir com o processo de esterilização. O percentual
exato de qualquer artigo que possa ser resistente de modo bem-sucedido é desconhecido. Da mesma
forma que os roupões reutilizáveis, a lavagem, eventualmente, prejudica a qualidade de barreira do
campo cirúrgico. Muitos fabricantes relatam uma perda da qualidade de barreira depois de 75 a 100
tecido, enquanto a secagem e a passagem a ferro enrugam as fibras. Com o passar do tempo, estes
barreira e a impermeabilização para líquidos no tecido. Da mesma forma que com os roupões
cirúrgicos, é essencial um sistema para monitorar o número de vezes que um artigo foi processado,
SEGURANÇA DO PACIENTE
quase todas as salas de cirurgia. O uso de oxigênio, através de cânulas nasais ou no óxido
nitroso, ar hospitalar ou gases anestesiantes, sempre deve ser considerado como parte do
eletrocirúrgica, lasers, luzes fibrópticas, brocas ou outro equipamento elétrico também são
ano. Em junho de 2003, a JCAHO emitiu um alerta de evento sentinela para prevenir incêndios
cirúrgicos, sendo que, em 2005, ela incorporou a prevenção do incêndio cirúrgico como uma
Meta Nacional de Segurança do Paciente (NPSG). Os incêndios cirúrgicos podem ser evitados
Para reduzir o risco de um incêndio no centro cirúrgico por um agente utilizado para
preparar o sítio cirúrgico de maneira antiséptica, deverão ser usadas as seguintes medidas:
Permita que a solução de preparação seque por completo (3 a 5 minutos) antes que sejam
aplicados os campos cirúrgicos esterilizados. Isto pode ser incorporado como um tempo de
Ative uma fonte de ignição, como a unidade eletrocirúrgica (ESU), cautério ou laser,
Quando acontece um incêndio cirúrgico, pode ser usado o método RACE (Salvamento
treinamentos contra incêndio deverão ser revistos continuamente. Cada membro da equipe
cirúrgica é responsável por comunicar-se com outro membro a respeito do risco de incêndio
cirúrgico e para conhecer as etapas para extinguir um incêndio cirúrgico sobre um paciente e
interdisciplinar. Uma cultura de segurança requer a identificação rápida dos erros e causas
Modificado de Ball MJ: Culture of safety. Advance for Nurses 7(23):31-32, 2005; Giarrizzo-Wilson S: Clinical
issues — fire protection standards. AORN Journal 82(4):673-674, 2005; Lypson ML and others: Preventing
surgical fires: who needs to be educated? Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety 31(9):522-
527, 2005; Kostka J: Take advantage of surgical fire safety and prevention resources. AORN Connections, April
2005, p. 6.
Campos Cirúrgicos de Uso Único (Descartáveis). Muitos campos cirúrgicos sintéticos de uso
“strikethrough” (à prova de vazamento). Estes materiais versáteis podem ser fabricados para satisfazer
diferentes especificações nas formas absorvente e não absorvente. Os produtos descartáveis são
problemática. O perigo inerente no uso de campos cirúrgicos sintéticos é que solventes, líquidos
voláteis e instrumentos pontiagudos tendem a penetrar na barreira. A perda da eficácia pode ser
causada pela rachadura nas dobras ou por pequenos orifícios a partir do uso de grampos de toalha
compra de campos cirúrgicos de uso único, o comprador deverá determinar se eles irão satisfazer às
necessidades do procedimento cirúrgico, se serão aceitáveis para os usuários e se terão boa relação
custo benefício em comparação com os campos cirúrgicos reutilizáveis que são lavados e
reprocessados. Uma análise da relação de custo-benefício pode assegurar seu uso na instituição de
cirúrgicos descartáveis. Eles aceitam qualquer material e reduzem seu volume de forma substancial.
transporte deste material potencialmente perigoso pelas ruas da cidade, ou o ato de enterrá-lo em
aterros sanitários. Quando são utilizados incineradores, eles devem ser tratados da maneira
apropriada para evitar a contaminação ambiental. As instituições que optam pela incineração devem
incineradores hospitalares não satisfazem os padrões de poluição federal e seu emprego está proibido.
O efeito ambiental dos artigos descartáveis pode ser estimado apenas de maneira grosseira. Cada
instituição deve avaliar cuidadosamente suas capacidades e restrições para manuseio de suprimentos
e equipamentos descartáveis e reutilizáveis para tomar uma decisão informada a respeito dos
As embalagens descartáveis estéreis e pré-montadas, feitas sob medida, são empregadas em muitas
feitas sob medida possam ser mais caras que os múltiplos objetos separados, as economias indiretas
relacionadas com a eficiência aumentada podem contrabalançar tais custos. As instituições de saúde
que optam por usar embalagens sob medida deverão determinar e registrar a propriedade da
perioperatórios ajuda a determinar os tipos e tamanhos desejados dos campos cirúrgicos necessários
Um lençol inteiro é utilizado para cobrir as mesas de instrumentos, mesas operatórias e regiões
corporais. O lençol deverá ser suficientemente grande para proporcionar uma margem adequada de
cirúrgicas deverão estar disponíveis em diversos tamanhos para cobrir o sítio operatório. Quatro
compressas cirúrgicas de material trançado ou não trançado são usualmente suficientes (Fig. 3.22).
FIGURA 3-22 O abdome pode ser coberto com quatro toalhas estéreis, que são fixadas com clampes de toalha não
FIGURA 3-23 Aplicação do lençol de laparotomia. A identificação da porção superior do lençol de laparotomia ajuda a
pessoa esterilizada a determinar prontamente a posição correta da cobertura. Depois de colocar o lençol de laparotomia
dobrado sobre o paciente, com a fenestração do lençol diretamente sobre o sítio de incisão delineado por toalhas
estéreis, a pessoa esterilizada desdobra a cobertura sobre os lados do paciente e da mesa.
FIGURA 3-24 Continuando a cobertura de laparotomia. A pessoa esterilizada protege as mãos enluvadas sob a bainha
do lençol de laparotomia dobrado em leque e puxa a parte superior acima da fenestração no sentido da cabeceira do
leito, colocando-o sobre a tela de anestesia. A porção inferior do lençol dobrado em leque é estendida sobre os pés da
mesa de maneira similar.
FIGURA 3-25 Cobertura de laparotomia pronta. A fenestração proporciona a exposição do sítio operatório preparado.
>a, A área reforçada ao redor da fenestração da cobertura propicia a maior proteção e o controle dos líquidos. >b, A
almofada de instrumentos acoplada evita o deslizamento dos instrumentos. >c, As aletas perfuradas proporcionam
Os lençóis fenestrados ou com fendas são empregados para cobrir os pacientes. Eles deixam
exposto o sítio operatório. Um lençol fenestrado típico (de laparotomia) é suficientemente grande
para cobrir o paciente e a mesa operatória em qualquer posição, estendendo-se sobre a tela de
anestesia na cabeceira do leito e estendendo-se sobre os pés da mesa (Figs. 3.23 a 3.25). O típico
lençol de laparotomia fenestrado pode ser utilizado para muitos procedimentos no abdome, tórax,
flanco e costas. Outros tipos de lençóis fenestrados, mas com fenestrações pequenas, podem ser
empregados para os membros, cabeça e pescoço quando o paciente está em decúbito dorsal ou
ventral. O tamanho da fenestração é determinado pelo uso para o qual se destina o lençol. O lençol
lençol fenestrado e duas perneiras triangulares. Embora um campo de três peças seja menos
dispendioso e seja mais fácil de manusear e lavar, pode ser usado um campo único com perneiras
acopladas.
Vários tipos de coberturas de cloreto de polivinila (PVC) impermeáveis estão disponíveis na forma
como um campo liso impermeável ou impregnado com iodóforo. Estes campos plásticos são
auxiliares úteis no procedimento de cobertura tradicional com campos cirúrgicos. Eles podem ser
aplicados depois do campo de tecido, aliviando a necessidade de clampes de compressa. Eles acabam
com a necessidade de compressas de pele e esponjas para separar as luvas do cirurgião do contato
com a pele do paciente. A coloração da pele e os marcos anatômicos ficam prontamente visíveis,
sendo que a incisão é feita diretamente através do campo plástico aderente. Estes materiais facilitam a
cobertura de superfícies corporais irregulares com campos cirúrgicos, como as regiões do pescoço e
Procedimento de Aplicação dos Campos Cirúrgicos. Os campos cirúrgicos deverão ser dobrados
de maneira que os membros da equipe esterilizados e enluvados possam manuseá-los com facilidade
e segurança. O lençol comum maior geralmente é dobrado em forma de leque, da parte inferior para
a superior. As pregas inferiores podem ser mais largas que as superiores. O lençol pequeno é dobrado
ao meio e novamente ao meio, com os cantos superiores do lençol virados para trás ou marcados
para a identificação e manuseio fáceis. Para proporcionar segurança, manuseio fácil e uma ampla
margem de segurança entre o objeto não estéril e as mãos enluvadas do profissional esterilizado, a
extremidade aberta da cobertura da mesa de Mayo deverá possuir um punho ou ser dobrada para trás
sobre si própria (Fig. 3.27). Muitos lençóis fenestrados são dobrados em leque para abrir a partir de
cima e de baixo, sendo que as dobras são roladas ou aplicadas em leque em direção ao centro da
abertura. As bordas das dobras superior e inferior do lençol são posicionadas em leque para
proporcionar uma bainha sob a qual a pessoa que já se escovou possa colocar as mãos enluvadas. As
ferida, a pele preparada dever estar seca, sendo que o campo deve ser cuidadosamente aplicado, evitando-se dobras e
bolhas de ar. A, O cirurgião e o assistente seguram a cobertura de plástico, mantendo-a esticada, enquanto outro
assistente retira o fundo de papel. B, O cirurgião e o assistente aplicam a cobertura de plástico no sítio operatório e,
usando a toalha dobrada, aplicam pressão leve para eliminar as bolhas de ar e as dobras. C, O cirurgião faz a incisão
através da cobertura de plástico.
FIGURA 3-27 Cobrindo a bandeja da mesa de Mayo. A cobertura dobrada é deslizada sobre a estrutura. As mãos
enluvadas da pessoa esterilizada são protegidas pela bainha da cobertura. A cobertura é desdobrada para estender sobre
o suporte ereto da bandeja.
Quando aplicar os campos cirúrgicos para criar o campo estéril, estes princípios deverão ser
seguidos:
Dê tempo e espaço suficientes para possibilitar a cobertura cuidadosa com os campos cirúrgicos e
Carregue o campo cirúrgico dobrado até o sítio operatório. Desdobre cuidadosamente o campo
cirúrgico e coloque-o na posição adequada. Não mova o campo cirúrgico depois que ele foi
aplicado. Deslocar ou mover o campo cirúrgico pode trazer as bactérias de uma área não
Mantenha os campos cirúrgicos estéreis acima do nível da cintura até que estejam adequadamente
aplicados no paciente ou objeto que está sendo coberto. Quando a extremidade de um campo
cirúrgico cai abaixo do nível da cintura, ela não deverá ser recuperada porque a área abaixo da
Sem contaminar as luvas ou outros artigos estéreis, descarte imediatamente um campo cirúrgico
sobre eles. Controle todas as partes do campo cirúrgico em todos os momentos durante a
Não agite, sopre ou sacuda os campos cirúrgicos. O movimento rápido dos campos cirúrgicos cria
correntes de ar sobre as quais a poeira, fiapos e núcleos de gotículas podem migrar. Sacudir um
campo cirúrgico provoca o movimento descontrolado deste, o que pode fazer com que ele entre
em contato com um objeto ou superfície não estéril. Um campo cirúrgico deverá ser
cuidadosamente desdobrado de modo a se permitir que ele caia cuidadosamente para a posição
por gravidade.
Cubra primeiramente a área incisional e, em seguida, a periferia. Sempre cubra de uma área estéril
para uma não estéril ao cobrir o lado proximal em primeiro lugar. Nunca se estique por sobre uma
área não estéril para aplicar o campo cirúrgico. Quando aplicar o campo cirúrgico no lado oposto
Use clampes de toalha não perfurantes ou dispositivos para fixar os equipos e outros artigos sobre
o campo estéril. A porção baixa de um lençol, que cai abaixo do nível de trabalho seguro, nunca
Depois que o paciente está posicionado, preparado e coberto, faz-se uma pausa para verificar a
identificação do paciente, posição correta e sítio cirúrgico correto (e o lado, quando aplicável) e que
Limpeza Ambiental
profissionais de saúde e objetos inanimados são capazes, sem exceção, de introduzir o material
potencialmente infeccioso no campo operatório. Foram estabelecidas técnicas para evitar parte da
transmissão de microrganismos para dentro da área cirúrgica, como as roupas cirúrgicas apropriadas
dentro e através da sala deverá ser mantido o mínimo possível, a fim de reduzir a turbulência do ar e
minimizar a disseminação humana. Todas as portas dentro e fora da sala de cirurgia deverão ser
Todos os pacientes cirúrgicos estão potencialmente infectados por material transmitido pelo
sangue ou por outros materiais infecciosos. Para a segurança do paciente e dos profissionais, os
procedimentos de limpeza deverão ser uniformes por toda a sala de cirurgia e para todos os
casos sujos. Os procedimentos de limpeza deverão ser realizados de maneira que protejam os
medidas de limpeza são necessárias antes, durante e depois de procedimentos cirúrgicos e no final de
cada dia. Os procedimentos de manutenção globais, como a lavagem das paredes e do teto, deverão
14
ser feitos em uma base regular e definida.
relatada ou que são suspeitos de estarem infectados por um patógeno altamente transmissível para o
qual são necessárias precauções adicionais. Existem três tipos de precauções baseadas na
transmissão: transmissão pelo ar, por gotículas e por contato. As diretrizes do CDC deverão ser
47
seguidas quando estão desenvolvidas todas as políticas e diretrizes.
Antes de iniciar o primeiro procedimento do dia, as superfícies horizontais nas salas de cirurgia
deverão passar por retirada de poeira com um pano umedecido com o agente desinfetante aprovado
pela instituição. A poeira e os fiapos depositados nas superfícies horizontais durante a noite podem
transformar-se em vetores para os organismos transmitidos pelo ar, quando não são removidos.
Durante a cirurgia, deverão ser feitos esforços para confinar a contaminação na menor área possível
ao redor do paciente. As compressas deverão ser descartadas em recipientes revestidos com plástico.
Quando eles são contados, eles deverão ficar contidos em um recipiente impermeável. A enfermeira
circulante deve utilizar óculos e luvas de proteção, instrumentos ou ambos quando coleta e conta as
imediatamente, sendo que a área limpa deverá ser desinfetada com um germicida ou desinfetante de
largo espectro. As amostras de sangue ou outro tecido potencialmente infeccioso deverão ser
colocadas em um recipiente que impeça o extravasamento. O recipiente deve ser codificado por cor
ou rotulado, usando o símbolo de risco biológico (Fig. 3.1). Quando o exterior do recipiente fica
contaminado, o recipiente primário deve ser colocado dentro de um segundo recipiente que impeça o
extravasamento e que seja rotulado ou codificado por cor. Algumas instituições utilizam bolsas
impermeáveis rotuladas com o símbolo de risco biológico para transportar sangue ou outro material
potencialmente infeccioso.
extravasamento, codificados por cor ou rotulados. Objetos pontiagudos (p. ex., agulhas, bisturis,
existir e deverão ser consultadas antes de se estabelecerem as diretrizes para o descarte de resíduos.
As saídas de sucção à vácuo na parede deverão ser desconectadas para eliminar a contaminação da
saída de parede. O conteúdo da sucção deverá ser descartado durante a lavagem de um coletor.
cloro em pó estão disponíveis para solidificar o material líquido antes do transporte. Esta substância
química também pode ser tuberculocida, virucida e bactericida. O equipo da sucção deverá ser
descartado; o equipo de sucção reutilizável deverá ser evitado por causa das dificuldades para limpar
a luz de maneira adequada. Os profissionais deverão remover seus roupões e luvas e colocá-los nos
recipientes adequados antes de sair da sala de cirurgia, indo, então, lavar suas mãos. Os instrumentos
e suprimentos deverão ser pegos e levados para a área de descontaminação, onde profissionais
de tal forma que os profissionais não precisem se esticar para dentro de recipientes, onde os
instrumentos pontiagudos possam estar ocultos e possam vir a provocar lesões. O equipamento e os
móveis na sala de cirurgia deverão ser limpos com um desinfetante hospitalar aprovado pela EPA,
sendo que o assoalho deve ser limpo em um perímetro de 90 a 120 cm ao redor da mesa de cirurgia e
onde esteja nitidamente sujo. Uma prática de limpeza padrão ajuda a evitar as infecções no sítio
Ao final do horário de cirurgias de cada dia, todas as salas onde os procedimentos podem ser
realizados deverão ser limpas por profissionais adequadamente treinados e supervisionados. As áreas
Aparelhos
Assoalho
Pedais
Pias de escovação
Quando são utilizados dispensadores de sabão líquido recarregáveis, eles deverão ser desmontados
e limpos antes de serem recarregados porque podem servir como reservatórios para microrganismos.
adequadamente limpos, desinfetados e guardados. Quando for utilizado o vácuo úmido, este deverá
ser desmontado e lavado por completo com um desinfetante antes de ser guardado.
BIOTERRORISMO
O potencial para a guerra biológica é uma realidade no mundo atual. Os sistemas de saúde pública e
os profissionais de saúde deverão estar familiarizados com os diversos agentes biológicos prováveis,
incluindo aqueles que raramente são vistos nos Estados Unidos. O CDC identificou os agentes que
geram um risco para a segurança nacional por causa (1) de sua fácil disseminação ou transmissão de
uma pessoa para outra, (2) de seu potencial para causar alta mortalidade e ter um impacto
importante sobre a saúde pública, (3) de seu potencial para provocar pânico público e ruptura social,
40
e (4) de sua necessidade para a ação especial para a preparação em saúde pública. O CDC
identificou o antraz (Bacillus anthracis) e a varíola (varíola maior) como as duas armas biológicas mais
prováveis. As outras armas biológicas potenciais incluem a peste (Yersinia pestis), tularemia (Francisella
tularensis), botulismo (C. botulinum) e as febres hemorrágicas virais (múltiplas famílias distintas de
vírus). Embora seja improvável que os pacientes com estas doenças infecciosas venham a estar entre
a população cirúrgica, exceto em uma circunstância extrema, é provável que, diante de uma crise ou
perioperatórios deverão possuir um conhecimento básico e compreensão dos agentes mais prováveis
de serem encontrados e sobre os níveis de precauções exigidos para a segurança do paciente e dos
profissionais.
4
Antraz
O antraz é causado pelo B. anthracis, uma bactéria em forma de bastonete, gram-positiva e formadora
de esporos. Os esporos do antraz podem sobreviver por muitas décadas no solo. O antraz apresenta-
sistema através da pele não íntegra, resultando em lesões cutâneas progressivas. Os esporos podem
tratamento, todas as formas podem resultar em infecção da corrente sanguínea e morte. O antraz não
é transmitido de uma pessoa infectada para uma não infectada através de líquidos orgânicos.
Contudo, uma preparação do antraz em pó pode disseminar-se a partir de uma fonte comum,
incluindo uma pessoa contaminada por aquele pó. Pequenas partículas podem tornar-se
encontra uma ameaça crível de exposição ou uma pessoa que foi exposta, as máscaras N95 ou os
respiradores com pressão de ar positiva e as roupas protetoras deverão ser utilizados até que a
34
ameaça tenha se encerrado.
O antraz por inalação é a forma mais provável da doença a ser empregada em um evento de
bioterrorismo. O período de incubação usual para o antraz por inalação é de 1 a 6 dias, mas a doença
apareceu 43 dias depois da exposição. Os sintomas iniciais são semelhantes aos da gripe, mas
progridem para febre alta, dispneia, estridor, cianose e choque. Podem estar presentes o edema da
parede torácica e a meningite hemorrágica. O exame por radiografia de tórax mostra derrames
pleurais e um mediastino alargado. A morte é universal nos casos não tratados e pode acontecer em
95% dos casos não tratados nas primeiras 48 horas. O tratamento inicial com antibióticos é essencial
para a sobrevida.
Como não ocorre a transmissão de uma pessoa para outra do antraz inalatório confirmado, estes
pacientes são tratados com o uso das Precauções-Padrão. O isolamento do paciente é desnecessário,
31,34
sendo que são suficientes os procedimentos de limpeza habituais. Deve ser dada atenção especial
Varíola
A varíola é uma doença viral própria dos seres humanos. O vírus é transmitido de uma pessoa para
outra através da inalação de gotículas, núcleos de gotículas, aerossóis e contato direto ou indireto. O
período de incubação para a doença é, geralmente, de 12 a 14 dias. A doença começa com febre alta,
indisposição, dores abdominais e, em alguns casos, delírio. Uma erupção desenvolve-se na face e se
dissemina para os membros. A erupção logo se torna vesicular e, em seguida, pustular. Todas as
lesões progridem na mesma velocidade. A febre prossegue durante todo o curso da doença, sendo
que as pústulas em crescimento e em expansão são muito dolorosas. Em 5% a 10% dos pacientes
desenvolve-se uma doença rapidamente progressiva, que quase sempre é fatal dentro de 5 a 7 dias. A
varíola é contagiosa desde o início da erupção, até que todas as crostas tenham se desprendido.
vacinação dentro de 7 dias depois da exposição. A vacina contra a varíola contém outro vírus vivo
chamado vaccinia. A vacina não contém o vírus da varíola. Diferente da vacinação, não existe
tratamento para a varíola. Continua a pesquisa sobre novos agentes antivirais. Como é impossível
vacinar toda a população, as vacinações deverão ser administradas de acordo com o conceito do “anel
de vacinação”. De acordo com este conceito, os indivíduos que têm contato próximo com os
indivíduos afetados deverão ser vacinados em primeiro lugar. Os indivíduos com contato face a face
indivíduos que entram em contato com contatos ou familiares (contatos dos contatos) do indivíduo
infectado também deverão ser vacinados. Os contatos dos familiares que possuem contraindicações
para a vacinação deverão ser retirados da casa até depois do período de incubação.
Por causa da natureza altamente infecciosa da varíola, deverão ser seguidas as Precauções-Padrão,
contra Gotículas, para Transmissão pelo Ar e de Contato. Os pacientes deverão ser isolados em
quartos privativos com pressão negativa, com a porta fechada. Quando um quarto privativo não está
disponível, os pacientes podem ser agrupados com pacientes “afins”. O transporte do paciente deverá
ser limitado apenas para o movimento essencial, sendo que o paciente deverá usar uma máscara
paciente deverá ser destinado ao paciente específico e desinfetado antes de ser removido do quarto.
40
As roupas de cama deverão ser ensacadas e rotuladas “varíola”. É apropriada a limpeza ambiental
Precauções-Padrão e de Contato deverão ser mantidas durante todo o período post mortem. A
necropsia não é recomendada e, quando realizada, deverá ser feita usando as Precauções-Padrão, com
Isolamento Respiratório e de Contato em uma sala com filtração por filtros HEPA. Recomendase a
A varíola é considerada uma arma biológica potencial, excessivamente perigosa, com ramificações
38
distantes. Quando um paciente com varíola deve ter um procedimento cirúrgico emergente,
paciente e os profissionais que limpam a sala de cirurgia, deverão usar uma máscara N95, roupões,
luvas e sapatilhas.
Todo equipamento não essencial deverá ser removido da sala. Cada porta da sala de cirurgia
deverá ser rotulada com sinais de Precauções Respiratórias de Contato. Apenas uma porta deverá
ser usada naquela sala de cirurgia; quando houver mais de uma porta, as outras portas deverão ser
Um filtro HEPA pode ser colocado diante da porta de acesso designada. Apenas os profissionais
Uma circulante externa pode ser designada para trazer o equipamento e os suprimentos até a
Todo material de resíduo, incluindo o adesivo das portas, suprimentos fechados, material de
envolveram no cuidado ao paciente e que não foram previamente vacinados contra a varíola
Os recipientes de instrumentos deverão ser rotulados com “varíola” antes de serem transportados
Peste
A peste é uma doença infecciosa dos seres humanos e animais. É causada pela Y. pestis, que é
A peste pneumônica ocorre quando as bactérias infectam os pulmões. É transmissível de uma pessoa
pessoa infectada. Os sintomas incluem a febre, cefaleia e fraqueza, com rápida progressão para
pneumonia com dispneia, dor torácica, tosse e escarro sanguinolento ou aquoso. A insuficiência
respiratória e o choque podem seguir dentro de 2 a 4 dias. O tratamento precoce é essencial para a
sobrevida, com a administração dos antibióticos recomendados dentro das primeiras 24 horas. Os
indivíduos em contato direto com a pessoa infectada também deverão receber antibióticos. As
Precauções-Padrão e de Transmissão por Gotículas deverão ser seguidas quando se cuida destes
pacientes. Os pacientes deverão ser isolados em quartos privativos ou agrupados com pacientes
“afins”. O transporte deverá limitado apenas ao movimento essencial, sendo que o paciente deverá
usar uma máscara durante o transporte. Não é necessária nenhuma precaução especial para a limpeza
37
ambiental e tratamento das roupas de cama.
A peste bubônica é o tipo de peste mais comum e ocorre quando uma pulga infectada pica uma
pessoa ou quando as bactérias entram através da pele já rompida. Os sintomas incluem os linfonodos
aumentados e dolorosos (bubões), febre, cefaleia, calafrios e fraqueza. A peste bubônica não é
transmitida de uma pessoa para outra, sendo que o uso das Precauções-Padrão é suficiente para tratar
destes pacientes.
A peste septicêmica ocorre quando as bactérias se multiplicam no sangue. Ela pode ocorrer em
conjunto com a peste pneumônica ou com a peste bubônica. Quando ela acontece isoladamente, é
causada da mesma forma que a peste bubônica. Os sintomas incluem febre, calafrios, prostração, dor
abdominal, choque e sangramento cutâneo e em outros órgãos. A peste septicêmica não é transmitida
33,37
de uma pessoa para outra, sendo que os pacientes são tratados com o uso das Precauções-Padrão.
Tularemia
A tularemia foi primeiramente descrita em 1911 e, logo depois disso, foi reconhecida como sendo
3
uma doença potencialmente grave e fatal em seres humanos. A tularemia é causada pela F. tularensis,
encontrada em camundongos, ratos de água, esquilos, coelhos e lebres. Estes animais adquirem a
infecção ao serem picados por moscas, mosquitos e carrapatos e através do contato com ambientes
contaminados. As bactérias podem ser recuperadas a partir da água, solo e vegetação contaminados.
Os seres humanos tornam-se infectados através de picadas de carrapatos, moscas de cervos e outros
artrópodes que ingeriram tecidos animais infectados; através do manuseio das carcaças de animais
infectados.
A tularemia é altamente infecciosa. Ela pode infectar os seres humanos através da pele, mucosas,
olhos inflamados, faringite, úlceras orais, linfonodos aumentados e dolorosos e pneumonia. Quando
as bactérias são inaladas, os sintomas incluem a febre súbita, calafrios, cefaleia, dores musculares, dor
articular, tosse e fraqueza progressiva. Os sintomas podem progredir para dor torácica, dispneia,
escarro sanguinolento e insuficiência respiratória. Sem o tratamento com antibióticos, 40% ou mais
dos indivíduos com formas pulmonares ou sistêmicas da doença são prováveis de morrer. Quando
utilizadas como uma arma biológica, as bactérias provavelmente são usadas em uma forma de
Desconhece-se a transmissão da tularemia de uma pessoa para outra, sendo que é apropriado o
uso das Precauções-Padrão quando se cuida destes pacientes. O transporte do paciente não é restrito,
3,39
sendo que a limpeza ambiental com um desinfetante hospitalar é suficiente.
Botulismo
descendente dos nervos motores e autônomos, começando, usualmente, com os nervos cranianos.
Ele é causado por uma neurotoxina produzida pelo C. botulinum, uma bactéria anaeróbica formadora
dificuldade de deglutição, boca seca e fraqueza muscular. Quando não tratada, a doença progride
para a paralisia respiratória e paralisia dos braços e pernas. A toxina botulínica é a substância mais
25
venenosa conhecida. Existem três tipos de botulismo:
A doença ocorre dentro de algumas horas da ingestão do alimento, mas pode ocorrer em 8 dias
presentes.
O botulismo infantil ocorre em lactentes suscetíveis que alojam o C. botulinum em seu trato
intestinal.
O botulismo por ferida acontece quando as feridas são infectadas pelo C. botulinum que secreta a
25,36
toxina. Os usuários de drogas injetáveis estão em risco para o botulismo por ferida.
Como o botulismo não é transmitido de uma pessoa para outra, é suficiente o emprego das
As febres hemorrágicas virais (VHFs) constituem um grupo de doenças provocadas por quatro
famílias distintas de vírus: (1) arenavírus, (2) filovírus, (3) bunyavirus, e (4) flavivírus. Os vírus que
causam as VHFs vivem naturalmente em hospedeiros animais e dependem de seus hospedeiros para
a sobrevivência e replicação. Os vírus são transmitidos para seres humanos através de artrópodes,
granjas ou fazendas, sendo que os seres humanos podem contrair a doença durante o processo de
morte destes animais. Estes vírus também podem ser transmitidos através da urina, fezes, saliva ou
outras excreções corporais de roedores infectados. Os hospedeiros animais de algumas VHFs são
Os sintomas das febres hemorrágicas virais variam pelo tipo de febre hemorrágica viral, mas os
sintomas iniciais frequentemente incluem a febre alta, fadiga, tonteira, dores musculares, fraqueza e
exaustão. Muitos sintomas progressivos incluem o sangramento sob a pele, nos órgãos internos e de
orifícios corporais (p. ex., boca, nariz, olhos); choque; funcionamento deficiente do sistema nervoso,
Acontece a transmissão de uma pessoa para outra de algumas VHFs (p. ex., HF, Ebola, HF
Gotículas, de Contato e Respiratória deverão ser seguidas ao se cuidar de pacientes com VHFs. Os
pacientes deverão ser colocados em quartos com pressão negativa com a porta fechada. O transporte
do paciente deverá limitar-se apenas ao transporte essencial, sendo que o paciente deverá usar uma
ambientais deverão ser limpas com uma solução de alvejante a 10% ou com um desinfetante
fenólico. O equipamento exclusivo deverá ser usado para cada paciente, sendo que o equipamento
deverá ser desinfetado antes de ser trazido para o quarto. Quando o paciente morre, a necropsia não
Isolamento Respiratório e Precauções de Contato em um quarto com filtração por HEPA. Estas
precauções deverão ser mantidas por todo o período post mortem. O corpo deverá ser vedado em
32,49
material à prova de extravasamento e manuseado o mínimo possível.
questões como proteger os dados do paciente e os sistemas de informação, ligar rápida e facilmente
para os recursos estadual e federal, acessar os recursos de saúde mental e identificar as agências que
podem se unir entre si para fornecer os serviços. Cada instituição deve aderir aos requisitos da
JCAHO para o teste periódico dos planos de controle de emergência. Os cenários plausíveis, que são
realistas ou relevantes para a instituição, são recomendados para avaliar a eficácia do plano, caso
44
ocorra uma situação de emergência real.
Conhecimento Progressivo
CDC (www.cdc.gov) e outros especialistas no campo. A Health Alert Network (HAN) é o sistema de
vigilância do CDC. Ela conecta as agências públicas municipais, estaduais e nacionais com acesso de
internet de alta velocidade e por satélite. A extensão das precauções necessárias pode ser
SUMÁRIO
evoluir com o passar do tempo. Este capítulo fornece uma revisão das etiologias da infecção,
controle da infecção, melhorando, por fim, a segurança e os resultados do paciente cirúrgico. Cada
conhecimento. Por fim, no mundo moderno, o potencial para o bioterrorismo forçou os Estados
perioperatórios poderiam e seriam mobilizados para servir em várias localidades como nos ataques
ao New York World Trade Center, em 2001, e os ataques no metrô de Londres, em julho de 2005.
profissionais perioperatórios precisam estar familiarizados com as armas biológicas mais prováveis e
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CAPÍTULO 4
Anestesia
LINDA M. DeLAMAR
Sem a anestesia, os mais modernos procedimentos cirúrgicos não seriam possíveis. Como parte
da anestesia e com as funções perioperatórias do anestesista. Este capítulo apresenta uma revisão da
Este capítulo inclui as discussões dos principais tipos de anestesia, uma introdução para os
medicamentos mais comumente utilizados, uma revisão dos padrões de cuidados anestésicos, e uma
revisão de alguns dos problemas que podem ocorrer durante o período perioperatório. As descrições
que a enfermeira perioperatória possa familiarizar-se com suas funções básicas para o uso potencial
As seções deste capítulo estão organizadas de modo que elas possam ser referidas de maneira
familiarizadas com as abreviaturas comumente empregadas neste capítulo. Para fornecer uma única
HISTÓRIA DA ANESTESIA
XIX frequentemente usavam álcool ou ópio para intoxicar o paciente para procedimentos que
envolviam dor intensa, ou quando era necessário o relaxamento muscular. Em alguns casos, também
foi empregado o hipnotismo. A cirurgia bem-sucedida estava diretamente relacionada com a rapidez
Em março de 1842, Crawford W. Long, um médico de Danielsville, Geórgia, usando éter como um
Conforme foi confirmado por outros médicos na região, o Dr. Long usou, subsequentemente, o éter
6,14
para outros procedimentos, mas não publicou relatos de sua experiência.
Em 1844, Horace Wells, um dentista em Hartford, Connecticut, começou a usar óxido nitroso
(N2O) para anestesia e comunicou seus resultados para seu antigo parceiro, William T. G. Morton.
No entanto, depois de uma morte com o N2O, Wells abandonou a prática da odontologia e, mais
éter clórico com seu preceptor, Charles T. Jackson, um químico. Em 1846, enquanto empregava esta
nova substância, Morton foi capaz de obturar um dente sem que o paciente experimentasse dor. Mais
adiante, ele aprendeu com Jackson que o éter sulfúrico tinha propriedades similares e o utilizou
6,14
enquanto extraía um dente bicúspide profundamente enraizado em outro paciente.
cinco minutos, Warren operou um paciente tranquilo e inconsciente e dissecou “um tumor vascular
congênito, porém superficial, exatamente abaixo da mandíbula no lado esquerdo do pescoço.”
Quando o paciente recuperou a consciência, Warren exclamou, “Senhor, isto não é uma farsa.” No
dia seguinte, Haywood, com Morton como anestesiologista, removeu um grande tumor gorduroso do
14
ombro de outro paciente.
Com base nestes eventos, o primeiro relato médico de anestesia foi anunciado ao mundo em 18 de
novembro de 1846, por Henry J. Bigelow, no Boston Medical and Surgical Journal. Terminou uma era em
que a cirurgia bem-sucedida era predita, em grande parte, pela imensa rapidez do cirurgião, enquanto
cirurgião mais tempo para operar e permitiram que novos procedimentos fossem realizados, os quais,
antes, eram impossíveis. Muitas técnicas cirúrgicas modernas tornaram-se possíveis por causa dos
A palavra anestesia deriva da palavra grega anaisthesia, que significa, literalmente, “sem sensação”.
Anestesia foi listada no Bailey’s English Dictionar y em 1721. Quando os efeitos do éter foram
descobertos, Oliver Wendell Holmes sugeriu que anestesia fosse utilizado como um novo nome para
esse fenômeno. Alguns acreditavam que ele criou este termo; outros acreditavam que ele conhecia a
palavra grega que Platão empregou. Em qualquer caso, anestesia era, na memorável frase de Werr
Mitchel, a “morte da dor”. A partir destes primórdios, a anestesia desenvolveu-se em uma ciência
sofisticada e “arte clínica” que faz interface com muitas outras especialidades médicas.
ANESTESISTAS
Nos Estados Unidos, os cuidados anestésicos são geralmente fornecidos por um anestesiologista, por
uma enfermeira anestesista com certificação (EAC) que trabalha sob a supervisão de um
em cuidados críticos antes da aceitação. Todos os programas de anestesia para enfermeiras são em
devem manter esta certificação ao obter 40 créditos de educação continuada a cada dois anos.
QUADRO 4-1
ACLS (Advanced Cardiac Life Support) — suporte de vida cardíaca avançado (SVCA); um
AP — artéria pulmonar
APL (Adjustable Pressure-Limiting) — válvula de limitação de pressão ajustável; uma válvula nas
CQ — controle de qualidade; esta função também pode ser identificada como melhoria de
EGTA (esophageal gastric tube airway) — via aérea esofágica (tubo gástrico); um tubo com balão
que é inserido às cegas dentro do esôfago e conectado a uma máscara; isto permite a
ETCO2 (End-Tidal Carbon Dioxide) — dióxido de carbono término-expiratório relatado como uma
FIO2 — fração de oxigênio inspirado; esta é uma fração (0,00 a 1,00) que corresponde ao
FO — fibróptico
kg — quilograma; 1 kg = 2,2 lb
LCR — líquido cefalorraquidiano; o líquido que circunda o cérebro e a medula espinal; para a
LED (Light-Emitting Diode) — diodo emissor de luz; um dispositivo eletrônico que emite luz em
LMA (laryngeal Mask Airway) — via aérea com máscara laríngea ou via aérea laríngea
RM — ressonância magnética
PaCO2 — pressão parcial de dióxido de carbono arterial; a letra minúscula “a” indica arterial;
PaO2 — pressão parcial de oxigênio arterial; a letra minúscula “a” indica arterial; uma letra
SpO2 — saturação (pulso) de oxigênio ou um vaso pulsátil, expresso como um percentual; veja a
SvO2 — saturação de oxigênio venoso em percentual; esta medição é feita a partir de um cateter
torr — 1 mmHg
TT — tubo traqueal
HISTÓRIA
Em Nursing, The Finest Art, Donahue observou que, “As primeiras especialistas de enfermagem
existiam desde o final do século XIX e início do século XX: as enfermeiras parteiras e as
crescente sofisticação da cirurgia no início dos anos 1900, quando se reconheceu que
assistentes treinadas eram necessárias para administrar os anestésicos. Não era mais seguro ou
1861-1865
Guerra Civil.
1887
A Irmã Mary Bernard foi a primeira enfermeira conhecida por se especializar em anestesia.
1893
Alice Magaw começou como enfermeira anestesista para o Dr. Mayo, que mais tarde daria a ela
1899
Magaw publicou o primeiro artigo por uma enfermeira anestesista no Northwestern Lancet.
1909
anestesista.
1911
1914-1917
1931
Anesthetists (NANA).
1936
1939
1941-1945
1945
Modificado da American Association of Nurse Anesthetists: A brief look at nurse anesthesia history ( AANA
care: a history of America’s nurse anesthetists, New York, 2000. Continuum Publishing Company; Gunn IP:
Nurse anesthesia: a history of challenge. Em Nagelhout JJ and others, editors: Nurse anesthesia, ed 3,
Nos últimos anos, os AA também foram treinados. Estes são assistentes de anestesiologistas. A
aceitação em um programa AA requer um grau de bacharel, incluindo uma educação “pré-médica”
em nível universitário. Os AAs são médicos graduados por uma escola médica e recebem,
normalmente, um grau de mestre em ciência médica (MMS) em uma escola de medicina. Eles
Examiners.
Neste capítulo, o termo anestesista refere-se ao indivíduo que realiza os cuidados anestésicos
contínuos para o paciente. Dependendo da prática em determinado hospital, este pode ser um
anestesiologista, uma enfermeira anestesista ou um AA. Em muitos hospitais, uma equipe de cuidados
anestésicos inclui enfermeiras anestesistas com ou sem AAs supervisionados por anestesiologistas. Em
pequenos hospitais rurais, em alguns estados, um anestesiologista pode não estar presente e uma
O anestesista é o defensor do paciente no período perioperatório; como tal, ele ou ela deve
preocupar-se com muitos fatores divergentes quando as próprias funções sensoriais e cerebrais do
paciente ficam comprometidas pela anestesia. O campo da anestesia tornou-se tão complexo que, em
muitos hospitais de grande porte, um anestesista pode especializar-se ainda mais em anestesia
críticos.
SEGURANÇA DO PACIENTE
Aproximadamente 26 milhões de anestesias são administradas a cada ano nos Estados Unidos.
Destas, dados oriundos de diversas fontes indicam uma taxa de mortalidade que varia de 1 em
35.000 até cerca de 1 em 40.000. Estas taxas representam um declínio significativo durante os
últimos 30 anos, apesar de os procedimentos cirúrgicos serem realizados em pacientes com risco
O público em geral ainda considera a anestesia como sendo um risco importante da cirurgia. Esta
atitude pode ser atribuída a relatos sensacionalistas na mídia e em artigos de revista. Além disso, as
pessoas podem ter uma consciência aumentada de mortes relacionadas com a anestesia porque, com
frequência, estas acontecem de forma aguda no período perioperatório, enquanto que os problemas
cirúrgicos ou clínicos podem não resultar em morte até dias depois do procedimento.
A possibilidade de ficar acordado durante a anestesia é uma preocupação dos pacientes e dos
anestesistas (Destaque de Pesquisa). Alguns pacientes ficam tão ansiosos com o fato de ficarem
conscientes de qualquer coisa durante a cirurgia que isto afeta seu raciocínio quando discutem as
opções da anestesia. Muitos procedimentos, como biópsias, hérnias inguinais ou procedimentos nos
membros inferiores podem ser realizados sob anestesia regional ou cuidados anestésicos monitorados
(CAM). No entanto, estes pacientes podem solicitar a anestesia porque eles não querem ficar
conscientes de qualquer coisa durante o procedimento. Em raros casos, durante a anestesia geral, o
paciente pode ficar paralisado, mas ficam cientes do que está acontecendo e são incapazes de indicar
isto para alguém. A consciência intraoperatória (CIO) foi relatada em muitas técnicas anestésicas.
Inúmeros fatores podem contribuir para sua ocorrência. No geral, aproximadamente 0,2% dos
26
pacientes pode experimentar consciência durante a anestesia geral. A incidência da consciência
pode aumentar para 1% a 1,5% nas populações de pacientes de risco mais elevado, como pacientes
17,26
que exigem anestesia para a cirurgia obstétrica, de trauma importante e cardíaca.
DESTAQUE DE PESQUISA
Consciência na Anestesia
A consciência durante a anestesia é uma preocupação constante para anestesistas. A
anestesia com éter e o paciente relatou, posteriormente, que ele tinha estado semiconsciente
durante o procedimento. Embora rara com os modernos agentes e técnicas anestésicas, a CIO
realmente ocorre. Múltiplos estudos mostraram que a CIO ocorre em 0,1% a 0,2% dos pacientes
que se submetem à anestesia geral. Dos 21 milhões de pacientes que recebem anestesia geral,
anualmente, cerca de 20.000 a 40.000 experimentam consciência por ano. Dos pacientes que
experimentam consciência, 48% relataram lembranças auditivas, 48% sensação de não serem
capazes de respirar e 28% queixaram-se de dor. Mais de 50% destes pacientes experimentaram
Para avaliar esta questão, os pesquisadores usaram várias condutas, incluindo as seguintes:
Sugestões positivas durante a anestesia para as alterações no estilo de vida (p. ex., cessação
de ambos.
auditivos-evocados, com latência média. Eles mostraram que, mesmo sob anestesia geral
aparentemente adequada, a memória implícita pode ser retida juntamente com a capacidade de
processar os estímulos auditivos de forma subconsciente. Com base nestes estudos, pareceria
baseados em receptores (i.e., benzodiazepínicos, opioides, óxido nitroso [N2O]) e, para incluir,
os anestésicos voláteis.
sempre se portem de maneira profissional. Existe uma possibilidade de que o paciente possa se
Modificado de Lennmarken C, andin R: Neuromonitoring for awareness during surgery. Lancet 363:1747-1748,
2004; Sebel PS and others: The incidence of awareness during anesthesia: a multicenter United States study.
Anesthesia and Analgesia 99:833-839, 2004; Stanski DR, Shafer SL: Measuring depth of anesthesia. Em Miller
Durante muitos anos o eletroencefalograma (EEG) foi o padrão para avaliar o estado hipnótico e
EEG para desenvolver um monitor passível de uso. No final dos anos 1990, foi desenvolvido o
sistema de índice biespectral (SIB), que analisa a relação e a frequência dos sinais que utilizam um
algoritmo sofisticado para gerar um valor numérico composto que parece correlacionar-se com o
estado cerebral. Cinco eletrodos são posicionados na fronte, sendo que o monitor fornece um índice
ótima. O SIB parece monitorar os efeitos dos anestésicos e sedativos sobre o estado hipnótico do
cérebro, porém é menos informativo a respeito do nível de analgesia. Este monitor é empregado, em
sua maioria, para a anestesia geral. Os artefatos de movimento e as alterações mentais causam
modificações erráticas sob o nível mais leve de sedação comumente utilizado com o CAM. O uso do
monitor SIB aumentou durante os últimos anos. Frequentemente, os pacientes despertam com mais
rapidez e experimentam menos náusea e vômito porque os medicamentos podem ser titulados com o
17,27
uso do SIB. Espera-se que a continuação dos estudos mostrem uma incidência reduzida de
PREPARAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Avaliação do Paciente
dias antes do procedimento, o paciente visita uma clínica de pré-admissão. (Esta também pode ser
chamada de unidade de teste pré-admissão, clínica de préanestesia ou unidade de avaliação da anestesia.) Todos
história pré-operatória, é feito um exame físico, a avaliação e o exame pré-anestésicos são efetuados e
“rotineiro” é menos extenso que anteriormente porque inúmeros estudos mostraram benefícios
limitados dos extensos testes de rotina. Os testes mais extensos estão indicados para pacientes que
apresentam risco mais elevado que a média com base em sua história. O estado físico do paciente é
avaliado, sendo selecionada a técnica anestésica mais apropriada. São solucionadas as dúvidas e
preocupações do paciente, sendo que as instruções são fornecidas para acelerar a admissão no dia da
está mais relaxado e descansado depois de dormir em casa que para se adaptar a um ambiente
Antes da cirurgia eletiva, o paciente deverá estar em ótima condição clínica. A anestesia, mesmo
em pacientes saudáveis, comporta riscos. Os anestésicos gerais inalados são depressores miocárdicos;
Esta resposta pode ser acentuada nos pacientes que exibem depleção de volume, que mostram
diurese excessiva, que possuem função ventricular deficiente ou que são portadores de neuropatia
autônoma, como a encontrada em diabéticos. Quando se determina que o estado físico do paciente
deve melhorar para reduzir os riscos envolvidos, isto é discutido com o médico-assistente do
paciente ou com o cirurgião, sendo que, quando necessário, a cirurgia eletiva é adiada até que a
condição do paciente seja otimizada. No entanto, quando a cirurgia pretendida tem caráter
emergencial, quaisquer benefícios obtidos com o adiamento devem ser cuidadosamente pesados
11
contra os riscos da demora.
desenvolvida pela American Society of Anesthesiologists (ASA) para fornecer diretrizes uniformes. É
anatômicas. O sistema de classificação ASA é amplamente utilizado por muitos médicos para estimar
o risco perioperatório (Tabela 4-1). Nos últimos anos, a validade desta prática foi questionada porque
As clínicas de pré-admissão são comumente usadas por muitos hospitais e centros de cirurgia
problemas, e para os pacientes com saúde razoavelmente boa, as enfermeiras podem realizar
entrevistas telefônicas pré-operatórias com os pacientes. São feitas perguntas relacionadas com a
ou familiar de reações anestésicas. No dia da cirurgia, o paciente chega 1 a 2 horas antes do horário
determinados pacientes ambulatoriais são avaliados exatamente antes da cirurgia. Geralmente, estes
são pacientes saudáveis que se submeterão a procedimentos menores ou pacientes com patologias
crônicas estáveis que se submeterão a um procedimento (p. ex., remoção de catarata, excisão de lesão
cutânea) sob CAM. Estes processos pré-admissionais reduziram o custo dos cuidados de saúde,
aumentaram a utilização e eficiência dos recursos de saúde, melhoraram as relações com os pacientes
11
e aumentaram as possibilidades de ter um paciente bem informado em estado de saúde ótimo.
paciente. Imediatamente antes da cirurgia, o anestesista (1) revê o prontuário do paciente, os dados
hemoderivados) foram assinados; (3) identifica o paciente; (4) verifica o procedimento cirúrgico; (5)
revê a escolha da anestesia; (6) examina o paciente; e (7) administra os medicamentos pré-
11,30
operatórios, quando apropriado.
Escolha da Anestesia
A escolha da anestesia para determinado procedimento cirúrgico é feita pelo paciente, pelo
anestesista e pelo cirurgião. Vários fatores influenciam esta escolha, incluindo o seguinte:
1. As vontades do paciente e a compreensão dos tipos de anestesia que poderiam ser utilizados para
o paciente.
TABELA 4-1
of Anesthesia (ASA)
psicológico, bioquímico ou
orgânico
abuso de fumo
F3 Paciente com uma doença sistêmica grave que Doença cardiovascular ou pulmonar
obesidade mórbida
F4 Paciente com uma doença sistêmica grave que é Disfunção cardíaca, pulmonar, renal,
Traumatismo cerebral ou
grande
doação
*Nos estados 2, 3 e 4, a doença sistêmica pode estar relacionada ou não com o motivo da cirurgia.
† Para qualquer paciente (F1 a F5) que necessite de cirurgia de emergência, um E é adicionado ao estado físico, como EF1,
Modificado de American Society of Anesthesia (ASA) Providers: Manual for anesthesia departments. Park Ridge, Ill, 1997, The
Pré-medicações
amnésia. Um analgésico ou narcótico pode ser prescrito quando se antecipa o desconforto pré-
Um anticolinérgico, como a atropina ou glicopirrolato, pode ser utilizado para evitar a bradicardia
procedimentos orofaríngeos ou para controlar o reflexo cardíaco que pode provocar bradicardia (p.
30,31
ex., durante procedimentos oftálmicos).
®
Para diminuir o risco de broncoaspiração, a metoclopramida (Reglan ) pode ser administrada
conteúdo gástrico, ou ambos. Caso ocorra broncoaspiração, um pH gástrico superior a 2.5 reduz a
31
lesão pulmonar resultante.
Antes que seja administrada a pré-medicação, qualquer dúvida de último minuto do paciente
relacionada com a cirurgia e anestesia deverá ser dirimida, sendo que o processo de verificação pré-
operatório deverá ser terminado para garantir que todos os documentos relevantes (p. ex., a história
demonstrados) estejam disponíveis antes do início do procedimento. Estes devem ser revistos e estar
deve concordar que este é o paciente correto, o procedimento planejado, no lado e local
devem ser confirmados como estando corretos e disponíveis. Deve ser feita, também, a marcação do
sítio cirúrgico antes de administrar a pré-medicação (veja no Cap. 2 uma discussão mais ampla da
Joint Commission of Healthcare Organizations [JCAHO] sobre o Protocolo Universal para evitar o
A pré-medicação pode ser administrada por via intramuscular (IM), intravenosa (IV), intra-nasal
ou oral (VO) com 15 a 30 ml de água. Em geral, o paciente opta pela pré-medicação oral, sendo que
a pequena quantidade de água é prontamente absorvida por absorção direta através da mucosa
ser administrada por via IV na área de espera pré-operatória ou depois que o paciente chega na sala
de cirurgia. Exceto pela pequena quantidade de água necessária para deglutir algum medicamento,
tem sido tradicionalmente pedido que os pacientes adultos se mantenham em dieta zero por um
mínimo de 4 a 6 horas antes da cirurgia eletiva. No entanto, dados mais recentes indicam que os
líquidos leves podem ser aceitáveis até 2 horas antes da cirurgia. O leite materno pode ser aceitável
até 4 horas an tes da cirurgia. As fórmulas lácteas, o leite não humano ou uma refeição leve (torradas
11
e líquidos leves) não deverão ser consumidos dentro das últimas 6 horas antes da cirurgia.
antes da cirurgia pelo anestesista e pela enfermeira perioperatória são muito mais importantes no
medo do desconhecido, a delegação do controle da própria vida para outra pessoa, ficar consciente
durante a cirurgia, não despertar da anestesia e preocupações relacionadas com a cirurgia (p. ex.,
diagnóstico, prognóstico). A pré-medicação pode ser desnecessária para pacientes idosos porque seus
níveis de ansiedade são menores, suas respostas aos medicamentos são imprevisíveis e a sedação
O JACO Comprehensive Accreditation Manual for Hospitals possui os Padrões de Cuidados Anestésicos que
anestesia geral, espinhal ou outra anestesia regional importante. As descrições das classificações dos
Anestesia Geral
A anestesia geral é um estado de inconsciência reversível, caracterizado por amnésia (sono, hipnose
ou narcose basal), analgesia (isenção da dor), depressão dos reflexos, relaxamento muscular e
na anestesia geral quando eles são agendados para se submeterem a um procedimento cirúrgico; isto
é, eles esperam que sejam “colocados para dormir”. Desta maneira, eles experimentam uma perda da
consciência induzida por medicamento durante a qual eles não são passíveis de despertar. A
na manutenção de uma via aérea permeável. A ventilação com pressão positiva pode ser necessária
por medicamento.
Anestesia Regional
A anestesia regional é amplamente definida como uma perda sensorial reversível em uma área ou
região específica do corpo quando um anestésico local é propositalmente injetado para bloquear ou
anestesiar as fibras nervosas no sítio operatório e ao redor dele. As técnicas de anestesia regional
O CAM é fornecido quando a infiltração do sítio operatório com um anestésico local é feita pelo
cirurgião, sendo que o anestesista suplementa a anestesia local por meio de medicamentos IV que
proporcionam sedação e analgesia sistêmica. (Espera local e anestesia de sobreaviso são termos antigos e
também monitora as funções vitais do paciente e pode usar medicação adicional para otimizar o
estado fisiológico. O CAM é frequentemente empregado para pacientes saudáveis que se submetem a
procedimentos cirúrgicos relativamente menores. Esta técnica também pode ser utilizada para alguns
procedimentos para pacientes criticamente doentes que podem tolerar mal uma anestesia geral sem a
Analgesia/Sedação Consciente
A analgesia/sedação consciente está sendo administrada cada vez mais para procedimentos
ambulatorial. A ASA desenvolveu o Practice Guidelines for Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists .
Estas diretrizes foram aprovadas pelo ASA House of Delegates e recebeu emenda pela última vez em
outubro de 2001. Nestas diretrizes, a ASA define a analgesia/sedação moderada (Sedação Consciente)
com