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Hannah Ford
SINOPSE:
Noah Cutler é um homem que não aceita não como resposta. Sua
determinação de ir atrás exatamente do que ele quer que o tornou um dos homens
mais poderosos da cidade. E, enquanto poderia escolher qualquer mulher, seu
olhar se fixou na Charlotte. E ele não vai parar até que tomar o controle de cada
centímetro do seu corpo delicioso e cheio de curvas...
Tradução:
Melissa Saint
Revisão:
Leitura Final:
Formatação:
Sweet Storm
Noah
Eu quis transar com ela assim que a vi. Aquele pequeno corpo curvilíneo
estava envolto em um apertado vestido preto e aqueles belos peitos redondos
estavam praticamente pulando para fora do decote. O cabelo escuro caía em ondas
soltas ao redor dos ombros, e ela sugou um gole de um drinque, os lábios rosados,
cheios, bonitos e carnudos feitos sob medida para chupar o meu pau.
Me sentei no bar e a observei por algum tempo, esperando a minha vez. Ela
estava em algum tipo de festa de despedida de solteira pelo que eu podia ver e foi
quase o bastante para me fazer desistir. Mulheres em uma festa de despedida eram
um tipo bem específico de malucas, e não tinha certeza se queria lidar com elas.
Estava tão paralisado que não percebi que uma das loiras tinha caminhado até
mim.
Do outro lado da sala, vi a gostosa curvilínea caminhar até uma mesa sozinha,
se afastando do resto da festa.
— Fico feliz. — Menti. Não dou a mínima se ela amou o meu discurso ou
não. Faculdade era besteira, o tipo de coisa que as pessoas pensavam que
precisavam, quando, na verdade, não tinha aprendido nada na faculdade que não
poderia ter aprendido sozinho.
Estava parado no canto do bar, duas belas mulheres loiras envoltas em seu
braço. Uma das mulheres estava curvada, sussurrando algo em seu ouvido e, quando
ela jogou a cabeça para trás e riu, ele olhou para cima e encontrou o meu olhar.
Não que a festa tivesse tudo para ser muito animada. Eu odiava festas em
geral, e festas de despedida de solteira eram uma forma particularmente hedionda de
tortura. Especialmente uma onde eu não conhecia ninguém, somente a noiva, que
era uma colega, estudante de Direito na Universidade de Middleton.
Pensei que, vir até essa festa poderia me ajudar a conhecer alguns dos meus
colegas, a Cora parecia conhecer todos da nossa classe, mas tudo o que aconteceu
até agora, estava me lembrando o quanto eu odiava socializar. Oh, e me fazendo
perceber que a Cora, mesmo que estivesse comprometida, aparentemente, tinha a
teoria de que o que acontecia na festa de despedida ficava na festa de despedida,
porque ela estava se jogando para cima de homens diferentes durante toda a noite.
Agora, estava na pista de dança, se esfregando em um homem vestindo calça xadrez.
1
Ginger Ale é um refrigerante comum nos Estados Unidos, Canadá, Japão e Inglaterra feito à base de
gengibre.
E, então, de repente, ele estava ao meu lado.
Não, não o estranho sexy que estava tentando evitar encarar, mas outro
homem.
— Deixe eu lhe pagar uma bebida, querida, — ele disse, enrolado. Suspirei.
Homens como ele sempre tentavam me seduzir. Pensavam que, já que eu era
considerada uma “menina grande” eles teriam mais de uma chance comigo. O que
eles não entendiam era que, só porque eu estava carregando alguns quilinhos a mais,
não significava que eu estava desesperada.
— Não, está tudo bem, — eu disse, educadamente. Apontei para a bebida que
estava segurando. — Eu já tenho uma.
Fiquei tão chocada, que não tinha certeza qual era a resposta apropriada. O
homem se inclinou e atirou o braço por cima do meu ombro. — Vamos lá, — disse
ele, seu hálito cheirando a álcool e alho. — Deixe eu te pagar uma bebida.
— Você está bem? — Perguntou o estranho lindo. De perto, era bastante sexy,
embora menos polido do que eu pensava. Vestia um terno caro, mas a camisa branca
estava desabotoada no alto e amarrotada, como se tivesse passado o dia se metendo
em brigas, em vez de atrás de uma mesa.
— Eu estou bem. — Minha garganta estava seca. Este homem era grande,
alto, pelo menos um metro e noventa, com ombros largos e mãos enormes. Eu tinha
cinco talvez dez quilos a mais do que, provavelmente, devia ter, a maioria dos
homens me faziam sentir grande e atrapalhada em torno deles, mas este homem me
fazia sentir pequena. Eu o imaginei me agarrando com aquelas mãos grandes e calor
inundou o meu núcleo.
Estava muito envergonhada de dizer a ele que estava tomando um ginger ale
com cranberry. — Hum, vodca e cranberry.
Ele franziu a testa, como se fosse inaceitável. Estendeu a mão e fez um gesto
para a garçonete. A manga deslizou por um momento, revelando um relógio de prata
bonito e um antebraço de aparência forte. Não que eu estivesse surpresa, a Cora tinha
escolhido este bar precisamente porque, supostamente, devia ser sofisticado. Mas
ela deve ter presumido errado porque, mesmo que a clientela parecesse sofisticada,
principalmente jovens profissionais depois do trabalho em uma sexta-feira à noite,
muitos deles já estavam bêbados e desleixados. Este homem não, entretanto - este
homem estava completamente no controle de si mesmo e dos seus arredores.
— Divertido, — ele disse, soando como se soubesse que não era nada disso.
Ele gesticulou para a pulseira feita de balas que eu estava usando, outra das ideias
brilhantes da Cora. — O que é isso?
— E o quê?
— E o que você deveria fazer com isso? — Estendeu a mão e puxou a pulseira.
Seus dedos contra a minha pele, enviaram uma corrente elétrica que percorreu a
minha espinha. A pulseira elástica voou para trás e bateu no meu pulso.
2
Quando desembarcou em Beverly Hills, em Los Angeles, no início da década de 70, o indiano Bikram
Choudhury sacou do turbante uma forma diferente de praticar o sistema de exercícios físicos mais conhecido de sua
cultura. Ao investir em uma série de posições que deve ser feita dentro de salas com os termômetros marcando 40
graus (ou seja, simulando um dia de verão em Calcutá), a Hot Yoga ganhou notoriedade com a promessa de
desintoxicar o corpo, graças ao estímulo da transpiração, além de ajudar na flexibilidade, no realinhamento da postura
e no fortalecimento dos músculos. De quebra, por tornar mais fácil fazer sequências bastante intensas, poderia derreter
até 1 000 calorias em uma hora e meia (mais que em uma hora de prática de squash, o rei da queima de gorduras entre
os esportes).
— É muito embaraçoso falar.
— Me teste.
— Mas isso iria estragar o mistério. — Ele sorriu, e me senti derreter. Nunca
entendi como as mulheres podiam acabar saindo com caras que conheciam em bares,
mas fiquei chocada ao perceber que, se este homem me pedisse para ir para casa com
ele, agora, eu teria feito isso.
— Charlotte! O que você está fazendo aqui sozinha! — A voz da Cora veio
me chamando através da multidão e, então, ela apareceu na nossa mesa. O vestido
sem alças que ela usava estava pendurado sobre o seio, e você podia ver o contorno
do sutiã sem alças. Cora tinha um belo corpo, cintura fina, pernas longas,
perfeitamente proporcional, mas, de alguma forma, suas roupas nunca pareciam
encaixar muito bem.
— Oh, — ela disse quando viu o homem ao meu lado. — Não sabia que você
tinha companhia. — Ela estendeu a mão. — Eu sou a Cora.
Ela agarrou o meu braço e me puxou para a pista de dança, onde passei a
próxima hora dançando e tentando não ser muito óbvia sobre o fato que estava
procurando o homem que tinha desenhado um X no meu braço. Mas não consegui
vê-lo novamente. Devia ter deixado o bar logo após a Cora nos interromper.
Finalmente, por volta das nove horas, decidi que já era o suficiente.
Disse a todos que tinha que acordar cedo na manhã seguinte, o que não era
uma mentira. A biblioteca estava esperando por mim.
Uma vez na rua, dei um suspiro de alívio. Eu não era particularmente próxima
a essas pessoas, e sempre passava por maus momentos ao participar de conversa
fiada. Uma vez que você pergunta a alguém o que faz para viver e onde vivem, o
que mais você, supostamente, pergunta? Não havia nenhum lugar para a conversa ir.
Eu ficava muito mais confortável em pequenos grupos, onde as pessoas eram um
pouco mais abertas.
A cidade estava pulsando com vida, com pessoas enfiadas nos bares e
caminhando pela calçada, curtindo a noite no final da primavera. Na verdade, a rua
estava tão cheia, que no começo não percebi que alguém estava andando ao meu
lado. Apressei o passo, mas ele me acompanhou. Olhei para cima, irritada, esperando
ver um sem-teto ou, talvez, um frequentador de bar bêbado que tentaria me envolver
em uma conversa.
— Olá, — disse ele. Sua voz era suave, mas havia uma rouquidão que não
lembro de ter ouvido antes.
— Em um sábado? — Ele pareceu surpreso com isso, o que não fazia muito
sentido. Da forma como ele estava vestido, assumi que ele era outro advogado ou
talvez trabalhasse com finanças. Não deveria ter se surpreendido pelo fato de eu ter
que acordar cedo em um sábado.
— Sim.
Meu plano original era pegar um táxi e voltar para o meu apartamento. O meu
pequeno estúdio ficava a quinze quarteirões de distância, e não estava com vontade
de andar tanto, mesmo que a noite estivesse quente. Meus pés estavam me matando
por causa dos saltos que estava usando. Mas, agora, que este homem estava ao meu
lado, não queria que nosso tempo juntos terminasse. Estava disposta a continuar
andando, se isso significasse que podíamos continuar conversando.
Ele não respondeu, apenas me deu um sorriso diabólico antes de recuar alguns
passos. —Se você quiser ir, vá. — Seu tom deixou claro que ele sabia que eu não ia
a lugar nenhum.
Ele passou a língua nos lábios lentamente e, então, seu olhar viajou até o meu
corpo, como se estivesse tentando decidir exatamente o que fazer comigo.
Ele segurou meus ombros, passou as mãos pelos meus braços e sobre o X que
ele tinha desenhado mais cedo. Sorriu com satisfação diante da marca, antes de
levantar os olhos até encontrar os meus.
Ele me segurou com uma mão, e usou a outra para puxar para baixo a parte
superior do meu vestido, depois sorriu diabolicamente quando puxou meu sutiã para
baixo. Meus mamilos se contraíram ainda mais quando o ar frio atingiu a minha pele,
e mordi o lábio para não gritar.
Parte de mim sabia que isso era errado, e meu cérebro gritou comigo para lhe
dizer para parar, para correr, sair de lá. Mas meu corpo estava em chamas. Nunca
quis alguém, tanto quanto eu queria que este homem, agora, neste exato momento.
Fiquei com medo de que, se eu emitisse outro som, ele me deixaria, então
mordi o lábio para não gemer novamente.
Ele parou por um momento e, então, me virou para que eu ficasse de frente
para o edifício. Me empurrou contra a parede, minha bochecha batendo no tijolo
áspero.
Minhas mãos ainda estavam acima da minha cabeça, e ele estendeu a mão e
puxou a pulseira de doces em torno do meu pulso. Dobrou o elástico em uma forma
de oito, e colocou o outro laço em torno do meu outro pulso, efetivamente amarrando
minhas mãos juntas.
Sua outra mão se abaixou e puxou meu vestido para cima e, então, senti ele
puxando minha calcinha para o lado.
— Sim, — eu disse.
— Sim, o quê?
— Sim, estava molhada para você desde que desenhou em mim, no bar.
Sua boca foi direto para a minha orelha, e as deliciosas cócegas da sua
respiração me fizeram estremecer. Ele desabotoou as calças, e empurrou seu pau
contra mim. Era duro e enorme. Meu coração acelerou ao pensar que talvez não
conseguiria aguentá-lo.
Ele me fodeu com força, dentro e fora, mais e mais rápido, me dando todo o
seu pau, cada vez mais duro, mais e mais rápido, até que senti que o meu corpo ia
entrar em combustão.
— Goze para mim, — ele ordenou, e assim que as palavras saíram da sua
boca, gozei para ele, o orgasmo assumindo todo o meu corpo, me fazendo gemer de
prazer.
Ele continuou bombeando dentro de mim, até que senti o seu gozo vir, dentro
de mim.
Ele me segurou contra a parede por um momento, antes de soltar as minhas
mãos. Haviam marcas onde o elástico da pulseira tinha cortado a minha carne. Minha
respiração estava vindo em rajadas curtas, meu coração batendo tão rápido que eu
podia sentir o sangue correndo pelo meu corpo.
Cada um dos meus nervos estava em alerta, estimulados de forma tão intensa
que era quase demais para suportar.
— Charlotte, — ele repetiu a palavra, e o meu nome, que sempre tinha soado
antiquado e simples, agora soava sexy e perigoso.
Ainda podia sentir os lábios dele na parte de trás do meu pescoço enquanto eu
caminhava em direção ao metrô. O ar, de repente, parecia mais frio quando pisei na
plataforma.
Meu rosto corou, pensando no que eu deixei ele fazer. Fiquei imaginando o
que todos no vagão do metrô pensariam se soubessem que eu tinha acabado de deixar
um estranho me foder em um beco. Era tão sujo, tão ruim, tão fora do normal do que
eu costumo fazer. Não foi nem mesmo um caso de uma noite! Um caso de uma noite
tinha que durar uma noite inteira.
Era meia-noite quando fui para a cama, e rolei na cama por um tempo até que,
finalmente, caí em um sono profundo.
Era o Josh.
Quando cheguei lá, Josh estava sentado em um dos bancos de madeira que se
alinhavam no corredor.
Eu estava usando uma saia lápis preta e uma blusa branca de seda.
Worthington era um pouco sexista, e se você quisesse chegar à frente na sua classe
e se fosse do sexo feminino, tinha que se esforçar mais. O que significava não chegar
parecendo como uma pateta, nem mesmo às três e meia da manhã.
— Ele chegou logo antes de mandar chamar você. Parecia agitado. E tomava
um café.
Balancei a cabeça.
Então, Josh e eu, às vezes, nos revezávamos sentados nas grandes cadeiras no
saguão do Hinton, onde o Worthington tinha seu escritório. Tínhamos que estudar e
esperávamos que, talvez, se estivéssemos com o Worthington quando alguma coisa
acontecesse.
— Ele estava...
— Sim, senhor, — falei. Meu coração acelerou e as palmas das minhas mãos
estavam suando. Depois de apenas algumas semanas na faculdade de direito, estava,
finalmente, tendo um pouco de ação. Peguei um caderno e me preparei para tomar
notas.
Me forcei a não demonstrar nenhuma reação. Mas é claro que eu sabia quem
era Noah Cutler. Era um advogado à sua maneira, mas não do tipo que você encontra
listado nas páginas amarelas. Era um certo tipo de advogado, o tipo de advogado que
você liga quando está metido em um monte de problemas, o tipo de advogado no
qual você pode contar para cuidar das coisas, em muitos níveis diferentes.
Rumores o tinham rondado durante anos - que ele não tinha medo de quebrar
as leis, que ia ser expulso da ordem, que recebia subornos e estava na folha de
pagamento da máfia. Estava constantemente sendo repreendido, constantemente
ficando preso por desacato ao tribunal. Mas não era desprezível, na verdade, ele era
uma lenda.
— Por que o seu próprio pessoal não está trabalhando para ele? — Perguntou
Josh.
Foi legal que o Josh me ligou hoje à noite. Ele poderia ter voltado atrás no
nosso acordo e manter a informação para si mesmo. Mas agora que tinha feito isso,
era cada um por si.
O que significava que eu precisava descobrir tudo que podia sobre Noah
Cutler.
Não havia muito sobre sua vida, exceto que ele cresceu em Camden, New
Jersey. Mãe solteira. Bolsa de estudos na Rutgers, em seguida, para a faculdade de
direito em Harvard. Ele começou a sua própria empresa logo que se formou, embora
tivesse ofertas da maioria das grandes empresas.
Rolei o cursor para baixo, fazendo anotações mentais, imaginando como ele
era, se ele ia me fritar, me fazendo perguntas estúpidas como - Quantos ônibus temos
nos Estados Unidos? - Os entrevistadores adoravam fazer perguntas como essa. Eles
diziam que era porque queriam ver como era o seu processo de pensamento,
descobrir como o seu cérebro funcionava. Mas suspeito que só gostavam de ver você
se contorcer.
E, então, engasguei.
Alto.
Eu precisava inventar uma desculpa. Precisava dizer que estava doente, muito
doente, que ia vomitar ou desmaiar ou ter algum tipo de ataque de pânico. Mas, fazer
isso seria suicídio profissional. Esta era a minha chance de fazer uma incursão na
classe do Worthington, deixar a minha marca em uma carreira de uma forma, até
agora, normal na faculdade de direito.
— Estou bem.
Me obriguei a ir em frente.
Havia uma recepcionista sentada à mesa, uma moça bonita com cabelo escuro
e brilhante, que caía em uma cortina perfeita pelas suas costas. Eu me perguntava o
que ela pensou quando foi chamada para o trabalho às três da manhã, se ela sabia
que o seu chefe era suspeito de um assassinato.
Um assassino! O homem com o qual eu transei podia ser um assassino.
Minhas pernas tremiam, e me sentei em uma das cadeiras de couro na área da
recepção sem pedir permissão.
Voltou dez minutos depois, com um sorriso enorme e um polegar para cima.
Era um bom sinal. Se o Josh estava saindo tão rapidamente e tão feliz, isso deve
significar que o Noah Cutler não era um cara muito durão.
Havia uma luz brilhando do lado de fora de uma porta aberta, no final do
corredor e me forcei a caminhar em direção a ela. Quando cheguei no escritório do
Noah Cutler, ele estava sentado em sua mesa. Sua mesa era enorme e feita de
cerejeira, de aparência cara. Esperava que ele estivesse agitado, verificando papéis
ou fazendo ligações, o caos normal que você esperaria de alguém que está a ponto
de ser acusado de assassinato. Mas, ou o Professor Worthington tinha exagerado na
gravidade da situação, ou Noah Cutler tinha nervos de aço.
Limpei a garganta. — Senhor Cutler, acho que... só quero que você saiba
que...
— Não... quer dizer, ele apenas nos disse que você pode ser acusado de
assassinato. — Talvez ele fosse fingir que aquela coisa toda nunca tinha acontecido.
O que, honestamente, seria um alívio.
Olhei para ele. A eletricidade que fluía através de mim parecia que ia me
consumir, em uma onda que me tirou o fôlego. Sua proximidade era inebriante.
Ainda podia sentir suas mãos sobre mim, seu pau dentro de mim, seus dedos, sua
boca, sua presença, o seu domínio.
— Sim. — Assenti.
— Em todas as coisas?
— Claro. — Se ele estava falando sobre o que tinha acontecido no beco, não
precisava se preocupar em me dizer nada. De maneira nenhuma ia admitir aquilo
para alguém.
— Bom. — Ele estendeu a mão e pegou a minha, virando-a para inspecionar
o meu pulso. O X ainda estava lá.
Ele levantou o olhar para o meu, olhando para mim com as pálpebras
abaixadas. — Isso significa que você ainda é minha.
— Oh. — Tentei soltar o pulso novamente e, desta vez, ele me soltou. —Eu…
— Desculpe? — Balbuciei.
— Como?
— Você não está trabalhando para mim, ainda, — ele disse, simplesmente. —
Ainda tenho que ligar para o Worthington para que ele saiba que me sinto
confortável com você.
Olhei para ele em choque. Será que ele estava dizendo que, se eu não trepasse
com ele, se eu não o deixasse me tomar em cima da mesa, ele não ia me contratar?
Já tinha ouvido falar sobre esse tipo de coisa, e mesmo que eu tivesse a sensação que
os meus colegas da faculdade de direito do sexo masculino eram levados mais a sério
do que eu, nunca tinha sido tão descaradamente assediada.
Talvez o Josh estivesse lá embaixo. Mas, quando cheguei lá fora, não havia
nem sinal dele. E nenhum sinal do carro que nos trouxe até aqui.
Ótimo.
Quando comecei a olhar para a rua procurando um táxi, meu celular começou
a tocar.
— Charlotte, — a voz do outro lado disse. — É Worthington.
— Eu não sei o que você disse para o Cutler, mas ele adorou você. Bom
trabalho. Ele quer que você no caso.
— Oh! — Engoli em seco. Seria possível que o Noah Cutler tinha decidido
que, já que eu fui firme, devia me contratar, depois de tudo? — Isso é ótimo. Estou
tão feliz. Hum, há algo que eu e o Josh possamos fazer, hoje à noite?
— Não, — disse ele. — Josh não vai trabalhar com ele. Cutler não sentiu uma
boa vibração.
— Não, por enquanto. Ele não foi acusado. Mas Noah Cutler é o seu pior
inimigo. Vamos ter que ficar de olho nele, nos certificarmos que ele não estrague o
próprio caso. Você entendeu?
— Sim, senhor.
— Soube que você foi encarregada da tarefa de se certificar que eu não entre
em apuros.
A porta do escritório se abriu e Noah Cutler veio caminhando para fora. Ele
desligou o telefone e me deu aquele sorriso. — Oh, bem, — disse ele. — Você ainda
está aqui.
— Bem, obrigada, — falei, irritada. — Agora não tenho como ir para casa.
— Você não vai para casa, — disse Noah. Notei pela primeira vez que havia
um longo casaco preto pendurado no seu braço e ele estava segurando uma maleta.
— Comigo.
— Aonde?
Ele balançou a cabeça para mim, como se não pudesse acreditar que eu era
tão presunçosa. — Ninguém disse nada sobre fazer sexo, Charlotte. Mas você ouviu
o Worthington, eu preciso ser vigiado. Caso contrário, vou entrar em apuros. — Seus
olhos brilhavam, e uma mistura inebriante de calor e desejo percorreu meu corpo.
— Eu vou precisar de supervisão vinte e quatro horas por dia.
Sua intenção era clara. Ele queria que eu fosse para o seu apartamento. Para
que, pensei? O que ele faria que poderia deixá-lo com tantos problemas?
As palavras do Worthington ecoaram pela minha cabeça. Noah Cutler é o seu
pior inimigo. Nós vamos ter que ficar de olho nele, certifique-se que ele não estrague
seu próprio caso.
— Por que não? — Ele se moveu para a frente, estendeu a mão e traçou uma
linha embaixo do meu queixo, sobre os meus lábios, pela minha clavícula.
Seus olhos brilhavam, um azul gelado. Deus, ele era lindo. Nunca tinha visto
um homem assim tão lindo, tão próximo, antes. Eu tive relações sexuais com ele!
Ele tinha me visto seminua, esteve dentro de mim.
Noah se inclinou para frente, com o rosto há, apenas, alguns centímetros do
meu. —Você está pensando no que fizemos antes, Charlotte? — Ele respondeu,
asperamente. — Porque eu estou.
— Não está? — Ele pressionou. — Você não está pensando no que sentiu ao
me beijar, como o seu corpo ficou contra o meu, quando as minhas mãos estavam
em você? — Ele estava se movendo para mais perto, agora, os lábios a poucos
centímetros dos meus. — Porque eu não consegui parar de pensar nisso.
— Vamos para o meu apartamento, — disse ele. — Nós podemos fazer o que
você quiser.
— Você disse que não conseguia parar de pensar sobre o que fizemos antes.
— Você quer dizer, quando levantei o seu vestido e fodi você em público?
— Sim. — Eu devia estar ofendida por ele dizer essas palavras em voz alta,
mas tudo o que elas fizeram foi me excitar.
— Fazer o quê?
— Entrar.
— Por que não?
Revirei os olhos. — Se você está dizendo isso, significa que não fez.
— Não, obrigada.
Queria beijá-lo novamente, sentir suas mãos no meu corpo. Parecia um pecado
que eu só o tive por pouco tempo.
— Sou suspeito porque sou a pessoa mais provável de ter feito isso.
— Estou distraído.
— Pelo quê?
Corei diante da maneira como ele dizia aquelas coisas tão descaradamente
sexuais. Pau. Peitos. Boceta. As palavras eram estranhas para mim. É claro que já
tinha ouvido falar delas antes, mas, normalmente, apenas nos filmes. Certamente,
não as ouvia todos os dias, e certamente não as dizia.
— Você vai se levantar para mim? — Perguntou Noah. — Quero olhar para
o seu corpo.
Eu me levantei.
—Vire-se.
Me virei. Adorava que ele estivesse olhando para mim, que estivesse sendo
tão descarado sobre o fato de que estava olhando para mim.
— Deus, você é sexy, — ele respirou. — Você está deixando o meu pau duro,
só de olhar para você.
— Noah, — falei. — Isso não é... Quero dizer, nós realmente não deveríamos.
— Você quer parar?
Balancei a cabeça.
— Bom. Vire-se.
Me virei.
— Agora, curve-se.
Me inclinei só um pouco.
Me levantei e atravessei a sala até ele, que me puxou para o seu colo. A mão
dele deslizou pela minha coxa, empurrando a minha saia.
Sua outra mão deslizou até a parte de trás da minha cabeça, e me puxou na
direção dele. — Vou te foder novamente, Charlotte, — ele disse. Eu podia sentir o
pau duro contra mim, e gemi. — Desta vez, vou transar com você por um longo
tempo. Você acha que pode lidar com isso?
— Sim, — inspirei.
— Eu quero que você me foda, — falei. — Por favor, preciso que você me
foda.
Me empurrei contra a dureza do seu pau, mas assim como tinha feito antes,
estendeu a mão e segurou meus quadris, me impedindo. — Não, — disse ele. —
Você não vai controlar isso. Eu vou. E nós vamos bem devagar.
Ele começou a desabotoar a camisa, parando assim que meus seios estavam
expostos. Passou um dedo sobre o meu decote.
— Eu vou explorar cada centímetro deles, todas essas suas curvas sexys. Você
entende isso, Charlotte?
— Sim, — falei. Eu estava pingando, agora, tão excitada que estava com medo
de gozar sem ele nem mesmo me tocar.
Hesitei por, apenas, um segundo, exatamente antes dele me levar para o seu
quarto.
Se eu fizesse isso, se transasse com ele, não havia como voltar atrás.
Na rua mais cedo, sim, foi sujo e fora do normal, mas eu não o conhecia,
então. Agora, sabia exatamente quem ele era, alguém sobre quem eu conhecia a
capacidade profissional, alguém que ia ser um cliente, se não meu, pelo menos, de
maneira indireta.
Eu não sabia nada sobre ele, exceto que o deixei me foder em um beco, e
queria que ele me fodesse novamente. Queria que ele enterrasse o pênis dentro de
mim, e explorasse cada centímetro do meu corpo do jeito que ele disse que faria.
— Você está pronta para isso, Charlotte? — Ele me perguntou, afastando meu
cabelo para trás do rosto. Ele me beijou com ternura, seu corpo em cima do meu.
Suas mãos deslizaram sobre o meu corpo, sobre os meus seios, meus quadris,
minha bunda. O seu olhar nunca deixando o meu.
Eu era totalmente sua, para ele fazer o que quisesse, nua e amarrada,
totalmente indefesa.
Noah
Mas ela não estava pronta para mim e para o tipo de demônio que atormentava
a minha alma.